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Resumo Hemato

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Resumo hematologia clínica:

● Introdução a Hematologia Clínica:


1. Introdução à Hematologia: A hematologia clínica é uma área essencial da biomedicina que
estuda o sangue e suas doenças, com foco em diagnósticos e tratamentos.

2. Fases Laboratoriais:
- Pré-analítica: Envolve a coleta e o manuseio das amostras. É crucial para garantir a
qualidade dos resultados.
- Analítica: Refere-se à realização dos testes laboratoriais, onde as amostras são analisadas
para identificar anormalidades.
- Pós-analítica: Inclui a interpretação dos resultados e a comunicação dos achados clínicos,
fundamentais para a tomada de decisões médicas.

3.Hematopoese:O processo de formação das células sanguíneas, que ocorre principalmente na


medula óssea. É vital para a manutenção da saúde e do equilíbrio do organismo.

4. Porção Celular do Sangue:O sangue é composto por células (glóbulos vermelhos, glóbulos
brancos e plaquetas) e plasma. Cada componente desempenha um papel específico na saúde.

5. Papel Renal na Eritropoese: Os rins têm um papel crucial na produção de eritrócitos


(glóbulos vermelhos) através da liberação de eritropoetina, um hormônio que estimula a
produção de células sanguíneas.

● Leucemia Mieloide Aguda (LMA)

1. Definição:
- A leucemia mieloide aguda (LMA) é uma forma agressiva de leucemia caracterizada
pelo acúmulo de leucócitos malignos na medula óssea e no sangue, resultando em
insuficiência hematopoética.

2. Sintomas Comuns:
- Anemia
- Neutropenia
- Trombocitopenia
- Infiltração em órgãos

3. Classificação:
A LMA é classificada em quatro categorias principais:
1. LMA com anormalidades recorrentes**: Subtipos com translocações cromossômicas
ou mutações específicas.
2. LMA com alterações relacionadas a mielodisplasia**: Sinais de mielodisplasia em
mais de 50% das células.
3. Neoplasias mieloides relacionadas ao tratamento (t-LMA)**: Surge após tratamento
com fármacos, frequentemente com mutações no gene MLL.
4. LMA não especificada**: Sem anormalidades citogenéticas, representando cerca de
30% dos casos.

- Patogênese:
A LMA apresenta uma média de 10 mutações em genes codificadores de proteínas. Sua
incidência aumenta com a idade, com um início médio aos 65 anos.

- Diagnóstico:
- Presença de mais de 20% de blastos na medula óssea.
- Exames incluem morfologia ao microscópio, imunofenotipagem, análise citogenética
e molecular.

- Aspectos Clínicos:
- Insuficiência hematopoética global.
- Alta frequência de infecções, anemia e trombocitopenia.
- Possibilidade de infiltração em vários tecidos.

- Tratamento:
- Suporte específico com indução da remissão completa (menos de 5% de blastos na
medula).
- Procedimentos incluem inserção de cateter venoso central, suporte hemoterápico e
prevenção da síndrome de lise tumoral.
- O tratamento varia conforme a idade e o número de leucócitos no diagnóstico.

- Prognóstico:
- O prognóstico depende de múltiplos fatores, incluindo idade e características do
hemograma no diagnóstico. A remissão completa é um objetivo crucial no tratamento.

● Leucemia Mieloide Crônica (LMC)

- Definição:
- A LMC é um distúrbio clonal de uma célula-tronco pluripotente, representando cerca
de 15% das leucemias, comumente diagnosticada entre 40 e 60 anos, mas pode afetar
qualquer faixa etária.

- Causa:
- Caracterizada pela presença do cromossomo Filadélfia, resultante da translocação
t(9;22), que gera o gene quimérico BCR-ABL1, codificando uma proteína de fusão
com atividade de tirosinoquinase aumentada.

- Aspectos Clínicos:
1. Sintomas de hipermetabolismo: perda de peso, fadiga, anorexia, suores noturnos.
2. Esplenomegalia, frequentemente volumosa, causando desconforto abdominal.
3. Sintomas de anemia: palidez, dispneia, taquicardia.
4. Problemas hemorrágicos: equimoses, epistaxe, menorragia.
5. Gota ou insuficiência renal devido à hiperuricemia.
6. Sintomas raros: distúrbios visuais, priapismo.

- Achados Laboratoriais:
- Leucocitose (pode ultrapassar 200 x 10³/μL) com espectro completo de células mieloides.
- Basofilia, anemia normocítica normocrômica, contagem de plaquetas variável.
- Medula óssea hipercelular e presença do gene BCR-ABL1 por RT-PCR.
- Prognóstico:
- Avaliado pelo escore de Sokal, considerando idade, porcentagem de blastos, tamanho do
baço e contagem de plaquetas. A resposta ao tratamento com inibidores de tirosinoquinase
(TKIs) é crucial.

- Tratamento:
- Fase Crônica: Inibidores de tirosinoquinase (ex: imatinibe) são a primeira linha.
Aproximadamente 60% dos pacientes respondem bem.
- Monitoramento: Contagem de leucócitos e análise de BCR-ABL1 por RT-PCR nos
primeiros meses de tratamento.
- Tratamentos adicionais: Hidroxicarbamida e interferon α foram usados anteriormente, mas
os TKIs são preferidos.
- Transplante de Células-Tronco (TCT): Considerado em casos de falha ao tratamento ou em
fases avançadas da doença.

- Fases da Doença:
- Fase Acelerada: Caracterizada por anemia, trombocitopenia, basofilia e aumento de blastos.
-Transformação Blástica: Pode ocorrer rapidamente, com novas anomalias cromossômicas,
tornando o controle da doença mais desafiador.

- Conclusão:
A LMC é uma condição crônica que, com o tratamento adequado, pode levar a uma boa
qualidade de vida e sobrevida prolongada. A monitorização contínua e a adaptação do
tratamento são essenciais para o manejo eficaz da doença.

● Leucemia Linfoide Aguda (LLA):

- Definição e Incidência:
- A LLA é a doença maligna mais comum na infância, caracterizada pelo acúmulo de
linfoblastos na medula óssea.
- Incidência máxima entre 3 e 7 anos, com 75% dos casos antes dos 6 anos; aumento após os
40 anos.
- Predomínio de LLA-B (85% dos casos) e LLA-T (15%, com maior incidência em meninos).
- Patogênese:
- Mutações genéticas podem ocorrer durante o desenvolvimento in utero, com anormalidades
cromossômicas compartilhadas entre gêmeos idênticos.
- Fatores ambientais durante a gestação podem influenciar o desenvolvimento da LLA.
- A resposta anormal do sistema imunológico a infecções pode estar relacionada ao "segundo
golpe genético".

- Aspectos Clínicos:
- Insuficiência Medular: Anemia, neutropenia e trombocitopenia.
- Infiltração de Órgãos: Dor óssea, linfonodopatia, esplenomegalia, hepatomegalia e sintomas
meníngeos.
- Achados Laboratoriais: Anemia normocítica, trombocitopenia, presença de blastos na
medula e no sangue, e exames citogenéticos.

● Tratamento:
- Específico: Indução de remissão com esteroides, vincristina e asparaginase;
intensificação com altas doses de quimioterapia; tratamento direcionado ao SNC com
metotrexato intratecal.
- Manutenção: Mercaptopurina e metotrexato, com acompanhamento rigoroso.
- Tratamento da Recidiva: Reindução com quimioterapia e transplante alogênico.

- Prognóstico:
- A taxa de cura varia conforme fatores biológicos; a cura em crianças é alta (cerca de 90%),
enquanto em adultos é significativamente menor (menos de 40% após 5 anos).

- Considerações Finais:
- O tratamento da LLA em adultos é mais desafiador, com maior taxa de recidiva e menor
taxa de cura em comparação com crianças. A pesquisa atual busca reduzir a toxicidade dos
tratamentos mantendo a eficácia antileucêmica.

● Leucemia Linfoide Crônica (LLC)

- Definição e Diagnóstico:
- A LLC é a forma mais comum de leucemia linfoide crônica, caracterizada pelo acúmulo de
linfócitos B maduros no sangue.
- Diagnóstico é feito por linfocitose crônica persistente e análise citogenética, com distinções
baseadas em morfologia celular e imunofenótipo.

- Patogênese:
- A etiologia é desconhecida, mas a incidência varia geograficamente, sendo mais comum na
Europa e EUA.
- O risco é maior em familiares de pacientes, sugerindo predisposição genética.
- As células tumorais são linfócitos B maduros com baixa expressão de imunoglobulina.
- Aspectos Clínicos:
- Idade média ao diagnóstico: 72 anos; predominância em homens (2:1).
- Diagnóstico frequentemente ocorre em hemogramas de rotina.
- Sintomas incluem aumento simétrico de linfonodos, anemia, trombocitopenia e
esplenomegalia em estágios avançados.
- Imunossupressão leva a infecções bacterianas, fúngicas e virais.

- Achados Laboratoriais:
- Linfocitose com contagem de linfócitos B clonais > 5 × 10³/mL.
- Imunofenotipagem revela células B com marcadores CD19+, CD5, CD23, e restrição de
cadeia leve.
- Anemia normocítica e infiltração linfocítica na medula óssea são comuns.

- Testes Moleculares:
- Anomalias cromossômicas incluem deleção de 13q14 e trissomia 12.
- Hipermutação somática ocorre em células B, e a expressão de ZAP-70 está associada a
prognóstico.

- Tratamento:
- A curabilidade é baixa; o tratamento é conservador, focando no controle de sintomas.
- Quimioterapia com agentes como fludarabina e anticorpos monoclonais (ex: rituximabe) é
comum.
- Novos agentes visam suprimir sinalização celular e atividade de BCL-2.
- Outras opções incluem corticosteroides, radioterapia e transplante de células-tronco.

- Doenças de Células T:
- Incluem leucemia prolinfocítica e leucemia de linfócitos grandes e granulares, com
características e tratamentos específicos.
- A leucemia/linfoma de células T do adulto está associada ao HTLV-1, apresentando quadro
clínico agudo e mau prognóstico.

● Exames Diagnósticos das Leucemias


- Leucemia Mieloide Aguda (LMA)

1. Morfologia e Mielograma:
- O diagnóstico de LMA envolve um aspirado de medula óssea e a análise de esfregaços de
sangue e medula, utilizando coloração de May-Grünwald-Giemsa ou Wright-Giemsa.

2. Coloração de Giemsa:
- A coloração é essencial para visualizar as células. A mistura de corantes é feita com 3 gotas
de Giemsa para cada 2 ml de água destilada. Os esfregaços são fixados em metanol e corados
por 10 minutos, seguidos de lavagem e secagem.

3. Contagem de Células:
- Para diagnóstico de LMA, é necessário contar pelo menos 200 leucócitos em esfregaços de
sangue e 500 células nucleadas em esfregaços de medula, com uma contagem de blastos de
20% ou mais.

4. Identificação de Linhagem:
- A imunofenotipagem por citometria de fluxo é utilizada para determinar a linhagem da
leucemia. Outros métodos incluem coloração de mieloperoxidase (MPO), Sudan Black B
(SBB) e esterase não específica (NSE).

5. Coloração de Sudan Black B:


- Essa coloração ajuda a diferenciar LMA de leucemia linfóide aguda (LLA), pois a LLA não
apresenta grânulos corados.

6. Citogenética:
- O cariótipo das células leucêmicas é um importante fator prognóstico. Técnicas como FISH,
RT PCR, NGS, MPLA e microarray são utilizadas para análise citogenética.

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