SP 2.4 - Nova Síntese

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SP 2.4 - Chegou a hora!

Prof.ª: Katiane Marques


Coordenador(a): Felipe Souza
Relator(a): Karla
Turma: A2

● TERMOS DESCONHECIDOS:
○ OTE fixo em 0 de Lee (Fernanda)

● PROBLEMAS:
○ A paciente com 38s realizou apenas 5 consultas;
○ RN apresentou episódios de hipoglicemia e hipocalcemia;
○ Desproporção céfalo-pélvica;
○ Glicemia 198mg/dl após administração oral do dextrosol;
○ Retorno de puerpério somente após 60d;
○ Precisou de internação por 5d (mãe e bebê).

● HIPÓTESES:

○ Falta de conhecimento referente ao pré-natal proporcionou um número reduzido de


consultas´;
○ Recém-nascidos de mães diabéticas podem apresentar hiperinsulinismo, o que pode levar a
hipoglicemia neonatal. O excesso de insulina também pode interferir no metabolismo do
cálcio, contribuindo para hipocalcemia.
○ A gestante pode ter tido diabetes gestacional;
○ A paciente apresentou desconhecimento do partograma;
○ O internamento pode ter sido decorrente de alguma intercorrência.
● QUESTÕES DE APRENDIZAGEM:

1.Caracterize o que é e a importância do partograma.

PARTOGRAMA NORMAL
Observando o partograma ao lado, perceba que a dilatação ocorreu paralela à linha de ação e que o
período expulsivo não se prolongou. Observe que, quando a dilatação cervical ocorre na velocidade esperada,
a “linha de triângulos” fica paralela à linha de alerta e, portanto, não a ultrapassa.
Observe, ainda, a descida da “linha de circunferências”, indicando que o feto progrediu pelo canal de
parto e que os triângulos registrando dez centímetros de dilatação demonstram que o período expulsivo não
se prolongou.
Na questão do número e intensidade das contrações, em um partograma normal durante a fase de
dilatação, espera-se, em média, a presença de duas a três contrações moderadas, enquanto, no período
expulsivo, a dinâmica uterina esperada é de quatro a cinco contrações fortes.
2.Descreva as fases clínicas do trabalho de parto transvaginal (dilatação, primeira fase…).

O parto é caracterizado por contrações das fibras miometriais, cujas principais funções são a dilatação
cervical e a expulsão do feto através do canal de parto. Essas contrações são dolorosas, porém, antes
delas, o útero passa por diversas modificações fisiológicas e bioquímicas locais concomitantes com o
aumento da frequência de contrações indolores (contrações de Braxton Hicks). Esse processo fisiológico
pode ser dividido em 4 etapas que constituem as fases de parturição:

FASE 1 - Quiescência: tem-se relativa ausência de resposta a agentes que determinam a contratilidade
uterina. Vai desde a implantação do zigoto e dura por quase toda a gestação. Nesse período tem-se
relativamente poucas contrações.
FASE 2 - Ativação: prepara o útero e o canal cervical para o trabalho de parto e dura aproximadamente 6 a
8 semanas. É caracterizado pela descida do fundo uterino.
FASE 3 - Estimulação (fase 3): é o período onde se tem contrações uterinas efetivas e verdadeiras, o qual
é caracterizado por 3 das fases clínicas do parto propriamente dito: dilatação, expulsão e dequitação.
Tais contrações devem apresentar uma frequência regular entre duas e cinco contrações a cada 10
minutos, intensidade de 20 a 60 mmHg (média de 40 mmHg) e duração entre 30 e 90 segundos (média
de 60 segundos).
FASE 4 - Involução: destaca-se pelo retorno ao estado pré-gravídico (puerpério). Seu início ocorre após a
dequitação e é caracterizado por uma contração persistente que promove a involução uterina. Dentro
dessa fase, tem-se o 4° período clínico do parto.

→ FASES CLÍNICAS DO PARTO:


↪︎ Dilatação ou 1° período: inicia-se com as primeiras contrações dolorosas e termina com a dilatação
completa do colo uterino (10cm). Às modificações que ocorrem nesse período compreendem: o
esvaecimento (apagamento) do colo uterino e a dilatação cervical.
● Primíparas: primeiro tem-se o apagamento, de cima para baixo, e depois a dilatação.
● Multípara: ocorre o apagamento e a dilatação simultaneamente.
Apagamento e dilatação em primíparas e multíparas

A dilatação é representada por duas fases:


1. Fase latente: Dura em torno de 8h, sendo prolongado se durar 20h em primíparas e 14h em
multíperas. Nesse período tem-se contrações mais eficazes (em termos de coordenação e
intensidade) sem, contudo, determinar modificações significativas na dilatação cervical.
2. Fase ativa: normalmente se inicia com dilatação cervical de 3 a 5 cm e dura em média 6 horas nas
primíparas, com velocidade de dilatação de cerca de 1,2 cm/h, e 3 horas nas multíparas, com
velocidade de dilatação de 1,5 cm/h. Essa fase possui:
a. Aceleração: em que a velocidade de dilatação começa a modificar-se e a curva se eleva.
b. Dilatação ou aceleração máxima: quando a dilatação passa de 2 a 3 cm para 8 a 9 cm.
c. Desaceleração: que precede a dilatação completa.

Curva sigmóide da dilatação cervical representando os períodos de dilatação (A), expulsão (B) e dequitação (C). O primeiro período (dilatação) é dividido em fase latente
e fase ativa.

↪︎ Expulsão ou 2° Período: tem início com a dilatação completa e se encerra com a saída do feto. Nesse
período, ocorre a maioria dos fenômenos mecânicos do parto. Nessa fase, o canal cervical totalmente
dilatado e a vagina formam uma única cavidade. Logo, o útero fica imobilizado pela ação de contenção dos
ligamentos largo (lateralmente), redondo (superiormente) e uterossacro (posteriormente); e a resultante de
força das contrações miometriais converge sobre o orifício interno do colo uterino, contra o qual a
apresentação fetal é impelida. Nesse período, denominado expulsão ou segundo período, o feto é expelido
do útero através do canal de parto por meio da ação conjugada das contrações uterinas e das contrações
voluntárias dos músculos abdominais (puxos).

A descida do polo cefálico pelo canal de parto é representada por uma curva hiperbólica e compreende
duas fases bem definidas:
1. Fase pélvica: caracteriza-se pela dilatação completa do colo uterino e pela apresentação acima do
plano +3 de De Lee;
2. Fase perineal: apresenta a cabeça rodada e em um plano inferior a +3 de De Lee.
Duração: o período de expulsão dura em torno de 30 minutos em multíparas e 60 minutos em
primíparas e depende de muitos fatores como proporção cefalopélvica e a eficiência da contração uterina e
da musculatura abdominal. Esse período também pode ser prolongado a depender da vitalidade fetal.

↪︎ Dequitação ou 3° Período: também chamado secundamento ou dequitadura, o útero expele a placenta


e as membranas (após o nascimento do feto). Ocorre em virtude da diminuição do volume uterino depois
da expulsão fetal, associada às contrações uterinas vigorosas e indolores. O descolamento pode ser:
● Central: inicia centralmente. No descolamento central, a primeira face placentária visualizada na
rima vulvar é a face fetal. Esse tipo de descolamento é mais frequente e apresenta sangramento
após a dequitação, com formação de hematoma retroplacentário.
● Marginal ou periférico: inicia lateralmente. A primeira face placentária visualizada na rima é a face
materna. É menos comum, tem escoamento de sangue antes da total expulsão da placenta.
Duração: Ocorre entre 10 minutos e 1 hora após o parto. Fisiologicamente, sabe-se que ela deve ocorrer
dentro de 20 a, no máximo, 30 minutos. Porém, em 80% dos partos a dequitação se dá nos primeiros 10
minutos.

↪︎ Primeira hora pós-parto: Também indevidamente denominada quarto período de Greenberg, a


primeira hora após o parto inicia-se imediatamente após a dequitação, sendo, dessa forma, a primeira
hora do puerpério e não um verdadeiro quarto período clínico do parto. Nesse período, ocorre a
estabilização dos sinais vitais maternos e a hemostasia uterina. Essa primeira hora caracteriza-se pelos
fenômenos de:
1. Miotamponamento: consiste na oclusão dos vasos uterinos que ocorre devido a contração
uterina. Além disso, essa oclusão ocorre por causa da redução do volume uterino que causa
angulação das artérias uterinas e ovariana, reduzindo a perfusão uterina.
2. Trombotamponamento: é a segunda linha de defesa contra a hemorragia e tem como
característica a formação de trombos nos grandes vasos uteroplacentários, os quais se prolongam
pelos coágulos intrauterinos que recobrem o leito placentário
3. Indiferença miouterina: é caracterizada por contração e relaxamento das fibras miometriais e
ocorre na primeira hora pós-parto. Assim, pode haver enchimento e esvaziamento de sangue no
interior do útero, e a hemostasia uterina depende, principalmente, do trombotamponamento nessa
fase.
4. Contração uterina fixa que a segue: a contração uterina fixa surge com o fim desse período
(depois de 1 hora), e o maior tônus uterino mantém a hemostasia pós-parto, auxiliando no retorno
do útero ao estado pré-gravídico.

↪︎ Globo de Segurança de Pinard: Imediatamente após o parto, o fundo do útero deve ser palpado acima
da cicatriz umbilical, sendo esperado que ele passe fisiologicamente a ter um bom tônus, firme, móvel e
indolor, ao nível justo acima da cicatriz umbilical. Esse achado propedêutico pode ser descrito como Globo
de Segurança de Pinard, representado a devida contração, e, então, processo de involução uterina.

3.Cite os fenômenos mecânicos do trabalho de parto.

MECANISMOS DE PARTO
Mecanismos de parto são movimentos passivos que as contrações uterinas provocam no feto
quando o impulsionam contra os pontos de resistência da pelve materna. Eles dependem de três fatores:

INSINUAÇÃO
A Insinuação caracteriza-se pela passagem do maior diâmetro transverso da apresentação fetal
pelo estreito superior da bacia materna ou, ainda, na maioria das mulheres, pelo ponto de referência ósseo da
apresentação fetal atingir o estreito médio da bacia obstétrica, ou seja, o nível das espinhas isquiáticas.
A insinuação, na variedade de apresentação cefálica fletida, é quando o diâmetro biparietal
ultrapassa o estreito superior da bacia materna ou quando for possível tocar seu vértice na altura das
espinhas isquiáticas. Ela resulta da pressão que as contrações uterinas exercem sobre o feto,
impulsionando-o contra a resistência óssea da pelve.
DESCIDA
A descida caracteriza-se pela progressão do feto pelo canal de parto, passando do estreito
superior ao estreito inferior da bacia obstétrica, até sua completa expulsão. Ela está relacionada ao impulso
que as contrações uterinas geram sobre o feto.
As contrações uterinas, ao impulsionar o feto pelo canal de parto, também promovem movimentos de
flexão lateral do polo cefálico (assinclitismo).
● Assinclitismo anterior: quando o osso parietal anterior é o primeiro a descer. Sutura sagital mais
perto do sacro materno.
● Assinclitismo posterior: quando o osso parietal posterior é o primeiro a descer. Sutura sagital mais
perto da pube materna.

ROTAÇÃO INTERNA
A rotação interna é o movimento no sentido horário ou anti-horário que a apresentação fetal realiza
ao ser impulsionada pelas contrações uterinas contra os pontos de resistência da pelve materna e que
permite que o feto adapte seu maior diâmetro ao maior diâmetro da bacia obstétrica.
Posto que a variedade de posição com melhor prognóstico para o desprendimento do polo cefálico é
a occipitopúbica (OP), é esperado que a rotação interna ocorra no sentido da menor rotação possível para
atingi-la durante a descida do feto pelo canal de parto. Nessa posição ocorre o alinhamento do eixo
anteroposterior fetal com o anteroposterior materno.
p
DESPRENDIMENTO CEFÁLICO
O desprendimento cefálico, como o nome sugere, relaciona-se ao movimento que permite que a
cabeça fetal se desprenda do corpo materno. Por facilitar a mecânica necessária para o desprendimento
cefálico, isto é, o hipomóclio, a variedade de posição occipitopúbica (OP) é a de melhor prognóstico para
ultimação do parto vaginal.
No momento do desprendimento fetal, ocorre a retropulsão do cóccix, promovendo o aumento desse
diâmetro, que passa a ser chamado de conjugata exitus, permitindo a passagem do feto.

ROTAÇÃO EXTERNA
A Rotação externa consiste no movimento que restitui o dorso fetal para posição em que estava
inicialmente no interior do canal de parto. Esse tempo do mecanismo de parto também pode ser chamado de
restituição, fazendo menção ao movimento do dorso que restitui sua posição inicial.
Enquanto na rotação interna o movimento da apresentação fetal acontece dentro do canal de parto,
na rotação externa, o movimento giratório do polo fetal que se desprendeu do corpo materno realiza-se fora
do corpo materno, sendo possível observá-lo facilmente.
DESPRENDIMENTO DAS ESPÁDUAS
O desprendimento das espáduas caracteriza-se pelo movimento que resulta na exteriorização dos
ombros fetais, sendo que, geralmente, o ombro anterior se desprende primeiro, seguido pelo ombro
posterior.

RESUMO:

4.Diferencie o parto eutócico do parto distócico e as indicações para parto cesariano.

● Parto Eutócico: É um parto vaginal normal, sem complicações, onde o bebê nasce sem a
necessidade de intervenções assistidas.
○ Definição: O parto eutócico é considerado um parto vaginal normal, que ocorre
espontaneamente e sem complicações significativas. Ele envolve a progressão natural do
trabalho de parto, onde o bebê nasce sem a necessidade de intervenções médicas
assistidas, como fórceps ou vácuo extrator.
■ Características Morfológicas:
○ Canal de Parto: A pelve da mãe e a cabeça do bebê estão alinhadas adequadamente,
permitindo que o feto se mova facilmente através do canal de parto.
○ Flexão e Rotação: A cabeça fetal apresenta boa flexão e rotação natural, permitindo a
passagem com o menor diâmetro possível pelo canal pélvico.
○ Posição Fetal: O bebê geralmente está na posição ideal para o nascimento, que é a
apresentação cefálica (de cabeça para baixo) e occipitoanterior, com a face voltada
para as costas da mãe.
■ Mudanças Fisiológicas:
○ Contrações Uterinas: As contrações são coordenadas, rítmicas e eficazes, resultando na
dilatação completa do colo do útero e na expulsão do bebê.
○ Respostas Maternas: O corpo da mãe responde de maneira eficaz às demandas do
trabalho de parto, com uma boa produção de hormônios como ocitocina e endorfinas, que
ajudam a controlar a dor e facilitam a progressão do parto.
■ Curiosidade: O parto eutócico é considerado o ideal, pois apresenta menores
riscos para a mãe e o bebê e está associado a uma recuperação mais rápida
pós-parto e a uma menor incidência de complicações.

● Parto Distócico: É um parto vaginal que apresenta complicações e necessita de intervenções,


como o uso de fórceps ou vácuo extrator.

-Definição: O parto distócico é caracterizado por complicações durante o trabalho de


parto, que tornam difícil ou impossível a progressão natural do nascimento do
bebê. Essas complicações requerem intervenções médicas assistidas, como o uso
de fórceps, vácuo extrator ou, em alguns casos, uma cesariana de emergência.

-Características Morfológicas:

● Canal de Parto e Posição Fetal: Problemas como desproporção céfalo-pélvica (quando


a cabeça do bebê é maior que a abertura da pelve) ou apresentações anômalas (como
apresentação pélvica ou transversa) dificultam a descida do bebê pelo canal de parto.
● Rotação e Flexão Inadequadas: A falta de flexão adequada da cabeça do bebê ou falha
na rotação interna pode resultar em um diâmetro maior passando pelo canal pélvico,
dificultando a passagem.
● Distócia de Ombro: Uma complicação morfológica comum no parto distócico ocorre
quando os ombros do bebê ficam presos atrás do osso púbico da mãe, exigindo manobras
específicas para liberar o bebê.

-Mudanças Fisiológicas:

● Contrações Uterinas Inadequadas: Pode haver uma incoordenação das contrações


uterinas, com contrações fracas ou irregulares, que não são suficientes para dilatar o colo
do útero ou empurrar o bebê pelo canal de parto.
● Fadiga Materna: A mãe pode sofrer fadiga extrema e exaustão devido a um trabalho de
parto prolongado, o que prejudica a eficiência das contrações e a capacidade de expulsão.
● Produção Hormonais Alteradas: Em casos de distócia, pode haver uma resposta
hormonal inadequada, com níveis insuficientes de ocitocina, levando a contrações menos
eficazes e necessidade de medicamentos para estimular o trabalho de parto.

-Intervenções Necessárias:

● Fórceps ou Vácuo Extrator: Esses dispositivos são usados para ajudar a guiar a cabeça
do bebê através do canal de parto quando ele não está progredindo naturalmente.
● Manobras Obstétricas: Em casos de distócia de ombro, manobras específicas são
realizadas para reposicionar os ombros do bebê e facilitar a saída.
● Cesárea de Emergência: Se o parto vaginal não for seguro ou possível devido à obstrução
ou sofrimento fetal, uma cesárea é realizada para garantir a segurança de mãe e bebê.

- Manobras especiais em parto distócico

1. Manobra de McRoberts

● Descrição: Esta é a primeira manobra que normalmente é tentada em casos de distócia de ombro.
Ela envolve a flexão extrema das coxas da mãe em direção ao abdômen, o que ajuda a endireitar a
curva lombo-sacral.
● Mecanismo de Ação: A flexão das coxas aumenta o diâmetro anteroposterior da pelve, permitindo
que o ombro do bebê se desloque para uma posição mais favorável. Esta mudança na posição
ajuda a liberar a cabeça e os ombros do bebê com menos resistência.
● Efetividade: A manobra de McRoberts é eficaz em cerca de 40% a 90% dos casos de distócia de
ombro e é considerada uma técnica de baixo risco.

2. Pressão Suprapúbica

● Descrição: Enquanto a mãe está em posição de McRoberts, pode-se aplicar pressão firme e
constante logo acima da púbis da mãe.
● Mecanismo de Ação: Essa pressão é aplicada com o objetivo de empurrar o ombro anterior do bebê
para uma posição que permita sua passagem sob a sínfise púbica. A pressão é direcionada
lateralmente, para ajudar a ombro a girar ou deslizar para uma posição mais favorável.
● Curiosidade: Esta técnica deve ser feita com cuidado para evitar lesões ao bebê e é considerada
mais segura quando realizada em conjunto com a manobra de McRoberts.
3. Manobra de Woods (Saca-Rolhas)

● Descrição: Na manobra de Woods, o médico aplica uma rotação manual interna nos ombros do
bebê, tentando girá-los como se estivesse usando um movimento de saca-rolhas.
● Mecanismo de Ação: O objetivo é rodar o ombro do bebê para facilitar sua passagem pelo canal de
parto. Isso é feito girando os ombros 180 graus para reduzir a distância entre eles e permitir uma
saída mais fácil.
● Efetividade: Esta manobra é usada quando as técnicas anteriores, como McRoberts e a pressão
suprapúbica, não são suficientes para resolver a distócia.

4. Manobra de Rubin

● Descrição: Na manobra de Rubin, a pressão é aplicada no ombro posterior do bebê, com o objetivo
de fazê-lo girar em direção ao peito do bebê (addução), diminuindo assim a largura da cintura
escapular.
● Mecanismo de Ação: A adução dos ombros reduz a largura dos ombros do bebê, facilitando a
passagem pelo canal de parto. Esta manobra é frequentemente combinada com a pressão
suprapúbica para aumentar sua eficácia.
● Uso Clínico: A manobra de Rubin é geralmente aplicada após a tentativa da manobra de McRoberts
e da pressão suprapúbica, quando estas não foram suficientes.

5. Manobra de Gaskin

● Descrição: Essa manobra envolve mudar a posição da mãe para uma posição de quatro apoios
(também chamada de posição "de gatinho" ou "all-fours"), em que ela se ajoelha e apoia as mãos e
os joelhos.
● Mecanismo de Ação: A posição de quatro apoios ajuda a alterar a orientação do canal de parto e
utiliza a gravidade para facilitar a liberação do ombro preso. Esta mudança de posição pode
aumentar o espaço pélvico e permitir que o bebê se reposicione.
● Curiosidade: A manobra de Gaskin é uma técnica bastante eficaz e segura que não requer
equipamentos, e é frequentemente usada quando outras manobras falham.

6. Manobra de Zavanelli

● Descrição: A manobra de Zavanelli é uma medida extrema e é considerada o último recurso. Ela
envolve a reposição da cabeça do bebê de volta no canal de parto, seguida de uma cesariana de
emergência.
● Mecanismo de Ação: A cabeça do bebê é gentilmente empurrada de volta para dentro do útero
para estabilizar a situação e permitir que uma cesárea seja realizada com mais segurança.
● Uso Clínico: Esta manobra é usada apenas em casos muito graves onde todas as outras tentativas
de liberar os ombros do bebê falharam, e há um risco iminente para a vida da mãe ou do bebê.
-As Indicações para parto cesariano incluem:

● Desproporção céfalo-pélvica (como no caso da tutoria).


○ Descrição: A desproporção céfalo-pélvica ocorre quando há uma incompatibilidade entre o
tamanho da cabeça do feto e o diâmetro da pelve materna, impossibilitando a passagem
do bebê pelo canal de parto.
○ Fatores Contribuintes: Essa condição pode ser influenciada por fatores maternos, como
pelve estreita ou anormalidades na estrutura pélvica, e fatores fetais, como macrossomia
(bebê grande para a idade gestacional).

● Sofrimento fetal agudo.


○ O sofrimento fetal agudo é caracterizado por uma alteração nos padrões de frequência
cardíaca fetal, indicando que o bebê não está recebendo oxigênio suficiente. Isso pode ser
detectado por meio de monitorização fetal durante o trabalho de parto.
○ Causas Comuns: Hipóxia (falta de oxigênio) fetal, compressão do cordão umbilical,
descolamento prematuro da placenta ou qualquer situação que comprometa o fluxo
sanguíneo para o feto.
○ Justificativa para Cesárea: Quando a monitorização indica sofrimento fetal, é essencial
agir rapidamente para evitar lesões cerebrais permanentes ou morte fetal. A cesariana é
frequentemente a maneira mais rápida e segura de assegurar a saúde do bebê.

● Apresentações anômalas, como posição de nádegas.


○ Descrição: As apresentações anômalas referem-se a situações em que o bebê não está na
posição cefálica (de cabeça para baixo) no momento do parto. As posições mais comuns
que são consideradas anômalas incluem a apresentação de nádegas (pélvica), posição
transversa (horizontal) e apresentação de face ou ombro.
○ Implicações Clínicas: A apresentação pélvica, por exemplo, aumenta o risco de prolapso
do cordão umbilical e complicações durante a passagem da cabeça fetal pelo canal de
parto. A posição transversa geralmente impossibilita um parto vaginal seguro.
○ Justificativa para Cesárea: Quando as tentativas de correção manual dessas posições
(versão cefálica externa) falham, ou se houver alto risco para a mãe ou bebê, a cesariana é
indicada para evitar complicações mecânicas e garantir um nascimento seguro.
● Placenta prévia e descolamento prematuro da placenta.

-Placenta Prévia:

● Descrição: É uma condição onde a placenta se implanta na parte inferior do útero,


cobrindo parcial ou totalmente o colo uterino. Isso bloqueia a passagem do bebê pelo
canal de parto.
● Riscos: A placenta prévia está associada a alto risco de hemorragia intensa durante o
trabalho de parto, colocando em perigo tanto a mãe quanto o bebê.
● Justificativa para Cesárea: Um parto vaginal é contraindicado nesses casos devido ao
risco de hemorragia grave. A cesariana é indicada para evitar complicações hemorrágicas e
salvar a vida da mãe e do bebê.

-Descolamento Prematuro da Placenta:

○ Descrição: Ocorre quando a placenta se separa prematuramente da parede uterina antes


do nascimento do bebê, comprometendo o suprimento de oxigênio e nutrientes para o
feto.
○ Sintomas: A condição pode causar dor abdominal intensa, sangramento vaginal e
sofrimento fetal, além de colocar a mãe em risco de coagulopatia e choque hipovolêmico.
○ Justificativa para Cesárea: Em casos graves ou quando o descolamento é significativo, a
cesariana imediata é essencial para estabilizar a mãe e salvar a vida do bebê.

● Histórico de cesáreas anteriores, entre outras condições clínicas que possam colocar mãe e bebê
em risco .

Histórico de Cesáreas Anteriores- Importante (casos exclusivos de cesárea)

● Descrição: Mulheres com histórico de cesáreas anteriores podem ter um risco aumentado
de complicações durante o parto vaginal subsequente, especialmente se as cicatrizes
uterinas não tiverem uma integridade adequada.
● Riscos: A principal preocupação é a ruptura uterina, onde a cicatriz de uma cesariana
anterior se rompe durante o trabalho de parto, levando a uma emergência obstétrica com
risco de vida para a mãe e o bebê.
● Justificativa para Cesárea: Embora algumas mulheres possam ser candidatas ao parto
vaginal após cesárea (VBAC), a decisão depende da avaliação dos riscos e benefícios. Em
muitos casos, uma cesariana eletiva é preferível para evitar a ruptura uterina e outras
complicações.
Outras Condições Clínicas Que Podem Indicar Parto Cesáreo

Além das indicações mencionadas, outras condições clínicas que podem justificar a necessidade de
um parto cesáreo incluem:

● Doenças Maternas: Condições como hipertensão grave, pré-eclâmpsia, eclâmpsia,


doenças cardíacas ou respiratórias que tornam o esforço do parto vaginal perigoso para a
mãe.
● Infecções Maternas Ativas: Infecções como herpes genital ativo no momento do parto,
que podem ser transmitidas para o bebê durante o parto vaginal.
● Gestação Múltipla: Embora muitos partos de gêmeos possam ser realizados vaginalmente,
a cesariana é frequentemente recomendada em casos de mais de dois fetos ou se o
primeiro gêmeo não estiver em apresentação cefálica.
● Macrossomia Fetal: Quando o bebê é considerado muito grande (peso estimado superior
a 4.500g), especialmente em mães diabéticas, o risco de distócia de ombro e outras
complicações durante o parto vaginal aumenta significativamente.

Fonte: NICE Guidelines. "Clinical Guidelines on Cesarean Sections."

Duda - Indicações cesariana (imagem)


5.Caracterize o puerpério (período de consultas, suplementação, contraceptivos- focado na gestante).

Recomenda-se uma visita domiciliar na primeira semana após a alta do bebê. Caso o RN tenha sido
classificado como de risco, a visita deverá acontecer nos primeiros 3 dias após a alta. O retorno da mulher e
do recém-nascido ao serviço de saúde e uma visita domiciliar, entre 7 a 10 dias após o parto, devem ser
incentivados desde o pré-natal, na maternidade e pelos agentes comunitários de saúde na visita domiciliar.

Objetivos:

-Avaliar o estado de saúde da mulher e do recém-nascido;

• Orientar e apoiar a família para a amamentação;

• Orientar os cuidados básicos com o recém-nascido;

• Avaliar a interação da mãe com o recém-nascido;

• Identificar situações de risco ou intercorrências e conduzi-las;

• Orientar o planejamento familiar.

• Agendar consulta de puerpério até 42 dias após o parto.


-Contraceptivos

A escolha do método deve ser sempre personalizada. Para orientar o uso de métodos anticoncepcionais no
pós-parto, deve-se considerar o tempo pós-parto, o padrão da amamentação, o retorno ou não da
menstruação e os possíveis efeitos dos anticoncepcionais hormonais sobre a lactação e o lactente.

Durante os primeiros seis meses pós-parto, a amamentação exclusiva, à livre demanda, com amenorreia, está
associada à diminuição da fertilidade. Porém, este efeito anticoncepcional deixa de ser eficiente quando
ocorre o retorno das menstruações e/ou quando o leite materno deixa de ser o único alimento recebido pelo
bebê, o que ocorre primeiro.

O efeito inibidor da fertilidade (que o aleitamento exclusivo com amenorreia tem) pode ser utilizado como
método comportamental de anticoncepção, chamado de LAM (método da amenorreia da lactação). Quando o
efeito inibidor da fertilidade produzido pelo LAM deixa de ser eficiente (complementação alimentar ou
retorno das menstruações) ou quando a mulher deseja utilizar um outro método associado ao LAM, é preciso
escolher um método que não interfira na amamentação. Nestes casos, deve-se primeiro considerar os
métodos não hormonais (DIU e métodos de barreira).

O DIU pode ser inserido imediatamente após o parto ou a partir de quatro semanas pós-parto. O DIU está
contraindicado para os casos que cursaram com infecção puerperal até três meses após a cura.

O uso do preservativo masculino ou feminino deve ser sempre incentivado.

O anticoncepcional hormonal oral só de progesterona (minipílula) pode ser utilizado pela mulher que está
amamentando. O seu uso deve ser iniciado após 6 semanas do parto.

O anticoncepcional injetável trimestral – acetato de medroxiprogesterona, 150mg/ml – pode ser utilizado pela
mulher que está amamentando. O seu uso deve ser iniciado após 6 semanas do parto.

O anticoncepcional hormonal oral combinado e o injetável mensal não devem ser utilizados em lactantes, pois
interferem na qualidade e na quantidade do leite materno e podem afetar adversamente a saúde do bebê.

Os métodos comportamentais – tabelinha, muco cervical, entre outros – só poderão ser usados

após a regularização do ciclo menstrual.


6.Defina a fisiopatologia e epidemiologia da diabetes gestacional, bem como as principais
complicações para a gestante, RN e a puérpera.

DEFINIÇÃO

EPIDEMIOLOGIA
O DMG é o problema metabólico mais comum durante a gestação e sua prevalência estimada em
nossa população é de 18%.
FATORES DE RISCO
● Idade
● sobrepeso/obesidade
● Antecedentes familiares de DM
● Antecedentes pessoais de alterações metabólicas
● Antecedentes obstétricos
FISIOPATOLOGIA
Do ponto de vista metabólico, podemos dividir a gravidez em duas fases sequenciais: anabólica (1º e
2º trimestres) e catabólica (3º trimestre). Na fase anabólica, em razão da sensibilidade aumentada à ação da
insulina, a gestante armazena boa parte dos nutrientes ingeridos e o crescimento fetal ocorre de forma
limitada. Na fase catabólica, haverá aumento da lipólise e da gliconeogênese para o suprimento contínuo das
necessidades fetais; portanto, o crescimento fetal será acelerado à custa de um aumento da transferência de
nutrientes da mãe para o feto.
● Fase catabólica:
○ ocorrerá uma maior liberação de glicose.
○ Maior resistência periférica à insulina (hormônio lactogênio placentário).
○ Se o pâncreas não funcionar da maneira correta, ele não vai aumentar a produção
de insulina e consequentemente vai ocorrer uma hiperglicemia na gestante. Assim,
haverá uma maior passagem de glicose para o feto.
COMPLICAÇÕES
MATERNAS
A curto prazo:
● Distúrbios hipertensivos
● Necessidade de realização da primeira cesárea
● Atraso do início da amamentação.
A longo prazo:
● Maior risco de DMG em gestações futuras
● Risco aumentado de evoluir com DM2 ao longo da vida.
FETAIS
A curto prazo:
● Macrossomia fetal
● Distocia de ombro e tocotraumatismo
● Necessidade de realização de cesariana
● Síndrome do desconforto respiratório
● Cardiomiopatia hipertrófica
● Hipoglicemia
● Hipocalcemia
● Hipomagnesemia
● Policitemia (hematócrito > 65%) e eventos trombóticos
● Hiperbilirrubinemia
A longo prazo:
● Obesidade
● DM2
● Doença cardiovascular

7.Cite as políticas públicas voltadas para apoio a gravidez, promoção do parto humanizado e as causas
de cesárea elevada.

O Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), criado pelo Ministério da Saúde em 1984,
O Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), criado pelo Ministério da Saúde em
1984, objetivou fornecer assistência integral às mulheres, no intuito de promover e recuperar a saúde.
Através de atendimentos clínicos e educativos, a equipe se propõe a contemplar tanto as questões
biomédicas quanto as psicossociais, em várias fases da vida destas mulheres (BRASIL, 1984).
Complementar ao programa acima citado foi criado o Programa de Humanização de Pré-natal e
Nascimento (PHPN), em 2000. Esta portaria n°569, de 1° de Junho de 2000, considera que “o acesso das
gestantes e recém-nascidos a atendimento digno e de qualidade no decorrer da gestação, parto, puerpério
e período neonatal são direitos inalienáveis da cidadania”. Enfatiza também, a necessidade de ampliar a
busca por uma redução na mortalidade materna e de neonatos, através de uma assistência qualificada e
integral.

Rede Cegonha:
● Pré-natal
● Parto e nascimento
● Puerpério e saúde da criança;
● Componentes transporte sanitário e regulação.
Rede Alyne:
Licença Maternidade: A lei prevê 120 dias de afastamento, no entanto esse tempo pode variar. Caso a
mãe ou o bebê, por exemplo, passaram por algum problema médico no hospital, a contagem de dias
começa a partir da alta médica.
Licença Paternidade: A licença-paternidade é um direito concedido ao pai de um filho que acabou de
nascer. No Brasil, o período de licença-paternidade é de 5 dias corridos, contados a partir do dia do
nascimento.
Lei do Direito ao Acompanhante: garante às parturientes o direito à presença de acompanhante durante
o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS.

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