RM56 Web

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 132

FICHA TÉCNICA

renováveis magazine 56
4.º trimestre de 2023

Diretor
Amadeu Borges
[email protected]

Conselho Editorial
Marketing: Júlio Almeida
T. +351 225 899 626
renováveis magazine
revista técnico-profissional de energias renováveis
[email protected]
Redação: Helena Paulino
e Sara Lopes
T. +351 220 933 964
[email protected] 2 editorial case study
a luz ao fim do túnel para a valorização 62 TecnoVeritas – Serviços de Engenharia e
Design
Catarina Moreira
energética da biomassa Sistemas Tecnológicos: a descarbonização
[email protected] ∙ www.delineatura.pt do transporte marítimo e o papel dos
4 espaço ADENE biocombustíveis
Webdesign mobilidade ativa pedonal
Ana Pereira
[email protected] 68 Amara NZero: como gerir os excedentes
6 espaço FELPT fotovoltaicos?
Assinaturas os Future Energy Leaders Portugal (FELPT) 72 Bresimar Automação: primeira estação portátil
T. +351 220 104 872 realizaram no dia 28/11 a apresentação e
[email protected]
de reabastecimento de veículos a hidrogénio
www.booki.pt debate do seu estudo “Biomassa Florestal: em Portugal
Potencial energético dos resíduos em 74 EPLAN Smart Mounting: a nova versão 2024
Conselho Editorial Portugal”
Alexandre Fernandes (ISEG)
Álvaro Rodrigues (FEUP/INEGI) entrevista
Ana Estanqueiro (LNEG) 8 espaço CBE 76 Tiago Antunes, ESDEC: “melhorar, para nós,
António Joyce (LNEG) o papel da RED III no uso da biomassa como significa um portefólio em constante evolução”
António Sá da Costa (APREN) recurso de energia renovável 78 Luís Mira, IBC Solar: “existe no país ‘vontade de
António Lobo Gonçalves (EDP RENOVÁVEIS)
João Abel Peças Lopes (FEUP/Inesc) explorar e rentabilizar o Sol’”
João Bernardo (DGEG) 10 renováveis na lusofonia
Joaquim Borges Gouveia (UA) ALER lança a 3.ª edição do “Resumo: reportagem
José Carlos Quadrado (ISEL) Renováveis em Moçambique 2023”
Nuno Moreira (UTAD)
80 Livoltek quer liderar mercado de soluções
Maria Teresa Ponce Leão (FEUP/LNEG) fotovoltaicas
Rui Castro (IST) vozes de mercado 84 Circutor comemora 50 anos no setor
12 a pegada de carbono dos edifícios do presente energético com gala institucional
Colaboração Redatorial e do futuro
Amadeu Borges, Ana Rita Gomes, Flávia Lima, Manuel 86 Fronius Production Power Summit 2023: unir
Collares Pereira, Teresa Ponce de Leão, Victor Moure, 16 a COP28 chegou ao fim, crónica dos avanços forças para um futuro ensolarado
Ana Calhôa, Mariana Cruz de Carvalho, Luís Gil, Luís e recuos 90 a eficiência energética como pilar de
Ramalho, Maria Côrte-Real, Nuno Matos, Luiz Rodrigues, 18 como eliminar os gases fluorados, melhorar a sustentabilidade
C.M. Rangel, Roberta Panízio, Gonçalo Lourinho, eficiência e aumentar a integração de RED
R.Traquete, Silvestre Baptista, Paz Sebastià-Luna, 94 Phoenix Contact planeia um extenso
Armando Cordeiro, Santo A. F. O. Freitas, Carlos Saraiva, para reduzir a pegada de carbono das redes programa de investimentos para crescimento a
Sara Lopes e Helena Paulino elétricas de MT médio e a longo prazo
Redação e Edição
CIE – Comunicação e Imprensa Especializada, Lda.®
20 notícias informação técnico-comercial
Empresa Jornalística Reg. n.º 223992 96 ENGIPROT - Serviços de Engenharia: ED
Grupo Publindústria 32 dossier sobre bioenergia Collector: automatizar a recolha de ficheiros
Praça da Corujeira, 38 . Apartado 3825 34 biocombustíveis e combustíveis verdes: o
4300-144 Porto em dispositivos eletrónicos inteligentes
Tel.: +351 225 899 626/8 . Fax: +351 225 899 629 potencial dos resíduos na economia circular 98 HellermannTyton: poupe tempo e espaço
[email protected] . www.cie-comunicacao.pt 36 a bioenergia como ferramenta de uma gestão com o sistema de entrada de cabos VarioPlate
florestal sustentável 100 inversor KOSTAL PLENTICORE agora
Conselho de Administração 38 reflexões sobre o binómio biomassa/energia
Júlio António Martins de Almeida (Gerente) aprovado para acumuladores de bateria Axitec
42 metanol verde: a mais recente estrela polar 102 inovação chega às centrais solares com apoio
Detentores de Capital Social das grandes navegações marítimas da OBO Bettermann
Júlio António Martins de Almeida (40%) 44 diferenciação na produção de combustíveis 104 Palissy Galvani: PMA: fiabilidade e segurança na
António da Silva Malheiro (30%) sustentáveis
Publindústria – Produção proteção de cabos
de Comunicação, Lda. (30%) 46 potencialidades de valorização do dreche para 106 processos mais consistentes com o novo
a redução da fatura energética de pequenas Centro de Maquinação Perforex MT da Rittal
Propriedade cervejeiras artesanais
Publindústria – Produção de Comunicação, Lda. 108 SGT, Energia E Climatização: bomba de calor
Empresa Jornalística Registo n.º 213 163
50 produção de bioenergia em pequena escala M-Thermal Arctic Séries da Midea
NIPC: 501777288 - Caso de uma comunidade rural da Ilha de 110 SolarEdge Technologies: energia solar: uma
Praça da Corujeira, 38 . Apartado 3825 Santiago, Cabo Verde
4300-144 Porto
opção segura para as empresas
54 STCP passa a incorporar biometano na sua 112 TotalEnergies Marketing Portugal: bioenergia: a
Tel.: +351 225 899 620 . Fax: +351 225 899 629
.
[email protected] www.publindustria.pt frota a gás natural importância da lubrificação na produção de pellets
114 Weidmüller – Sistemas de Interface: u-OS
Publicação Periódica investigação e tecnologia coneta ecossistemas
Registo n.º 125808 56 antecipar o futuro: células solares flexíveis e
Depósito Legal: 305733/10
ISSN: 1647 6255 de grande superfície utilizando perovskitas de 118 produtos e tecnologias
INPI: 452220 haleto
Periodicidade: trimestral
Tiragem: 5000 exemplares 126 estante
artigo técnico
Impressão e Acabamento 58 remote interface control for a pick-and-place
acd print robotic manipulator: a didactic approach 128 links
Rua Marquesa d´Alorna, 12 A | Bons Dias
2620-271 Ramada

Os artigos assinados são da exclusiva


responsabilidade dos seus autores.
www.renovaveismagazine.pt
Estatuto Editorial disponível em
www.renovaveismagazine.pt Aceda ao link através
deste QR Code

/renovaveismagazine 1
editorial

a luz ao fim do túnel para


Amadeu Borges
a valorização energética da
biomassa
Diretor

Foi com enorme satisfação que, no início de


novembro, tomamos conhecimento da pro-
mulgação, pelo Senhor Presidente da Repú-
blica, do diploma que procede à alteração
das regras que dizem respeito à instalação
e exploração de novas centrais de valoriza-
ção de biomassa.

Havia afirmado, em edições anteriores da


Renováveis Magazine, que o flagelo dos incên-
dios causa não apenas a destruição do patri-
mónio natural, mas afeta, também, património
pessoal e, tragicamente, vidas humanas. Acres-
centei que a solução crucial para mitigar este
problema seria a remoção do combustível
que alimenta os incêndios ano após ano: a
biomassa florestal.
A valorização energética da biomassa residual
é um destino sustentável, não só para reduzir o
risco de incêndio, mas, também, para preservar
e valorizar a floresta e a natureza. Além disso, e
não menos importante, esta abordagem contri-
buirá para a criação de emprego.
Além das vantagens mencionadas, a valoriza- e da Ação Climática pretende disponibilizar ao Decreto-Lei n.º 64/2017, de 12 de junho,
ção energética da biomassa pode desempenhar 60 MW de capacidade para concurso, destina- alterado pelo Decreto-Lei n.º 120/2019, de
um papel significativo na redução das importa- dos à injeção na rede elétrica de serviço público. 22 de agosto, e pelo Decreto-Lei n.º 73/2022,
ções de energia e na diminuição das emissões de Cada central terá a limitação de 10 MW. de 24 de outubro, que aprova o regime para
gases de efeito estufa. A valorização dos sobran- Na verdade, o Decreto-Lei n.º 105/2023 de novas centrais de biomassa florestal, que tei-
tes florestais pode incentivar uma gestão mais 17 de novembro procede à terceira alteração mam a não aparecer.
eficaz da floresta, resultando em menor risco Não obstante, que esta alteração seja efeti-
de incêndio, com benefícios tanto a nível local vamente a luz que se vê ao fundo do túnel para
quanto nacional. a definitiva valorização da biomassa residual.
Os efeitos positivos provenientes da valo- Ainda no que diz respeito à valorização da
rização da biomassa florestal podem esten- biomassa florestal, o Fundo Ambiental pre-
der-se ao setor do turismo, proporcionando A valorização energética da biomassa tende, através do Aviso n.º 19669/2023, atri-
uma imagem e uma experiência mais positiva residual é um destino sustentável, não buir dois milhões de euros a projetos de geração
quando comparados com os impactos decor- só para reduzir o risco de incêndio, de energia à escala local em pequenas centrais
rentes dos incêndios. mas, também, para preservar e de biomassa.
O lançamento deste novo concurso para a valorizar a floresta e a natureza. De acordo com este Aviso, pretende-se
atribuição de licenças visa permitir que as cen- Além disso, e não menos importante, “apoiar a criação de soluções para valorização
trais de biomassa injetem a eletricidade produ- esta abordagem contribuirá da biomassa em municípios com elevado risco de
zida na rede pública. O Ministério do Ambiente para a criação de emprego. incêndio rural, através da instalação de caldeiras

2
editorial

produtoras de energia térmica e elétrica para Não se percebendo muito bem a razão, respeito à produção de energia térmica para cli-
substituição dos consumos de combustíveis fósseis apenas os municípios de Boticas, Chaves, matização de edifícios públicos. Ou seja, na ver-
em edifícios públicos e/ou comunitários”. Preten- Montalegre, Ribeira de Pena, Valpaços, Vila dade, estamos a falar da instalação de caldeiras
de-se, ainda, “dinamizar a economia local atra- Pouca de Aguiar, Arganil, Coimbra, Góis, a biomassa para aquecimento ambiente. As can-
vés da criação de postos de trabalho qualificados Lousã, Miranda do Corvo, Pampilhosa da didaturas podem incluir, ainda, a instalação de
para operar os equipamentos instalados bem Serra, Penela, Aljezur, Lagos, Monchique, Por- uma linha de produção de pellets, estudos, pla-
como, onde conveniente, através da produção timão, Silves e Vila do Bispo, são elegíveis em nos, projetos, atividades preparatórias e asses-
de pellets ou outras formas de processamento termos de candidatura. sorias diretamente ligados ao projeto, recursos
da biomassa para uso pela população local". Apesar de louvável, esta iniciativa, lançada humanos, ações de formação, de informação,
A taxa de financiamento atinge 100%, abran- pelo Fundo Ambiental, peca por tardia, por de divulgação e de sensibilização da comuni-
gendo diversas áreas de intervenção, tais como não ser abrangente a nível nacional, bem como dade, e de publicidade.
a formação e qualificação de emprego na área por não ser facilmente percetível a dimensão Apesar de muito positivo, não parece que
da energia da biomassa; a instalação dos equi- expetável dos projetos geradores de energia estas duas iniciativas venham a traduzir-se por
pamentos necessários para a produção de que podem resultar de uma dotação orçamen- um grande impacto ao nível da redução da
energia local em pequena escala; ações de tal total de 2 milhões de euros. De facto, se for carga de biomassa combustível nas florestas,
divulgação e sensibilização à população para perspetivada uma candidatura por município, o bem como de outras biomassas com poten-
aproveitamento dos sobrantes resultantes da valor de cada candidatura não poderá ser supe- cial de valorização energética. Aliás, estas
sua atividade; soluções para a gestão e reco- rior a um pouco mais de cem mil euros, embora últimas, continuam a ficar sem resposta, con-
lha de sobrantes das explorações florestais, seja referido que o financiamento máximo por tribuindo, de alguma forma, para o elevado
que contribuam para a eficiência do armaze- beneficiário é de quinhentos mil euros. Ou seja, risco de incêndio ou, até mesmo, para o
namento e transporte da biomassa, por forma nestas condições serão financiadas, apenas, qua- risco de impacto ambiental, no que diz res-
a otimizar rotas e prazos de recolha, permi- tro candidaturas. peito à contaminação de solos, águas e ar.
tindo uma monitorização do armazenamento Será necessário não esquecer que a produ- Será necessário, inevitavelmente, continuar a
nos pontos de recolha. ção de energia em pequena escala diz apenas fazer e a fazer mais.
PUB.

3
espaço adene

mobilidade ativa pedonal


Provavelmente o leitor desconhece que Portugal tem
uma Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa Pedo- Apesar das mais variadas iniciativas
nal1 para o Horizonte 2030 (ENMAP 2030). É natural! É desenvolvidas em matéria de
um tema pouco mediático, mexe com o nosso compor- promoção da mobilidade ativa, a
tamento, e a predisposição dos cidadãos para mudar o Figura 1 revela uma evidente perda
paradigma do uso intensivo do veículo automóvel, nomea- de competitividade do modo pedonal
damente nas grandes áreas urbanas e suburbanas é nula ao longo dos últimos 20 anos. O
ou quase nula. Sentimo-nos confortados e são poucos aumento da quota de utilizadores
os que abdicam deste conforto! do transporte individual evidencia a
Muito resumidamente, vamos conhecer o que a ENMAP necessidade de uma transformação
nos diz, o que propõe, e uma sintética referência aos fato- no paradigma de mobilidade em
ADENE – Agência
res críticos de sucesso. Portugal.
para a Energia

Tel.: +351 214 722 800


Fax: +351 214 722 898
Como estamos a nível nacional
[email protected] Apesar das mais variadas iniciativas desenvolvidas em maté- Metas ENMAP 20303
www.adene.pt ria de promoção da mobilidade ativa, a Figura 1 revela uma
2021: deslocações pendulares pedonais (ano de
evidente perda de competitividade do modo pedonal ao referência INE): 16%.
longo dos últimos 20 anos. O aumento da quota de utiliza- Alterar
2026: aumentar a quota modal das deslocações pedonais
dores do transporte individual evidencia a necessidade de padrões de
para 25%.
uma transformação no paradigma de mobilidade em Por- mobilidade3
2030: aumentar a quota modal das deslocações pedonais
tugal. Estes dados colocam o modo pedonal numa posição
para 35%.
periférica no contexto global de mobilidade2.
2023-2024: definir uma metodologia para a realização do
levantamento das condições de acessibilidade universal
em todas as centralidades urbanas do país e verificação
Transformar
da percentagem de espaço público passível de utilização
o espaço
por todos.
pedonal
acessível a 2026: Incremento de 30% da percentagem de espaço
todos público passível de utilização por todos.
2030: Incremento de 50% da percentagem de espaço
público passível de utilização por todos.
Figura 1 Evolução da distribuição modal em Portugal entre 2001 e 2021
[Fonte: INE, Censos 2001, 2011 e 2021]. 2020 [ano de referência da Direção-Geral da Saúde
Promover (DGS)]: 46,4%; (percentagem de cidadãos que afirmou
estilos de passar mais de 7 horas por dia de tempo sentado, de
vida ativos e acordo com o relatório do Programa Nacional para a
Como mudar o atual paradigma da mobilidade saudáveis — Promoção da Atividade Física Portugal 2021).
Não é fácil! A mudança gradual e sustentada do atual estado diminuir o
sedentarismo 2026: diminuição em 10%.
da mobilidade em Portugal para a mobilidade pedonal é
um ato e uma responsabilidade de todos os cidadãos. 2030: diminuição em 15%.
Vamos agora conhecer as metas que a ENMAP propõe
e os respetivos fatores críticos de sucesso.
Fatores críticos de sucesso
Os fatores críticos de sucesso (Figura 2) são pontos-chave
fundamentais para garantir o êxito da ENMAP 2030 e
que podem alavancar ou condicionar a sua implemen-
tação e cumprir as respetivas metas. Impõe-se uma arti-
culação intersetorial das políticas públicas associadas à
1
Resolução do Conselho de Ministros n. º 67/2023, de 7 de julho.

2
O ENMAP refere que os dados apresentados advêm dos Censos, rea- 3
Para esta meta, assumiu-se como valor de referência o valor relativo
lizados de 10 em 10 anos pelo INE, onde se questiona sobre o princi- às deslocações pendulares pedonais determinado pelo INE, com base
pal modo de transporte, e apenas para quem trabalha ou estuda, e faz nos Censos 2021 (deslocações diárias entre o local de residência e
deslocações diárias entre o local de residência e os locais de trabalho os locais de trabalho ou estudo) por ser a melhor informação dispo-
ou estudo. Não são considerados os percursos efetuados a pé antes ou nível atualmente. Admite-se que no decorrer da implementação da
depois da principal etapa da deslocação, realizada em veículos motori- ENMAP possa ser definido, para esta meta, um indicador que melhor
zados. espelhe a evolução das deslocações em modo pedonal.

4
espaço adene

mobilidade pedonal bem como a sua articulação com os demais modos


de transporte. Os fatores críticos de sucesso (Figura 2) são pontos-
chave fundamentais para garantir o êxito da ENMAP
2030 e que podem alavancar ou condicionar a sua
implementação e cumprir as respetivas metas.

E da sua utilização em segurança


Para a segurança de andar a pé importa a existência de uma
infraestrutura contínua, direta e segura. O planeamento da rede
pedonal requer uma visão de conjunto, global e integrada do
sistema de transportes e das relações que se estabelecem entre
as deslocações a pé, a ocupação e a envolvente urbana.
A infraestrutura deve atender, nomeadamente, à conetividade
Da infraestrutura
e adequabilidade; acessibilidade universal; segurança rodoviária;
segurança pessoal; legibilidade; conforto; atratividade e
convivialidade.
Num momento em que ocorre o aumento do número de veículos
elétricos em circulação, cuja emissão de ruído é significativamente
mais baixa, importa acautelar as condições adequadas à população
com deficiência auditiva.
Figura 2 Fatores críticos de sucesso [Fonte: ENMAP].
No financiamento da mobilidade pedonal
Estimular a mobilidade ativa através da fiscalidade, de incentivos
e/ou recompensas dirigidos a cidadãos e empresas é um caminho
Vejamos muito resumidamente do que consta cada um dos fatores que tem sido experimentado em alguns países.
Promover a transferência de receitas provenientes dos impostos
acima indicados:
associados à aquisição e circulação de veículos automóveis para a
criação de apoios à promoção da mobilidade ativa é uma forma de
incentivar alterações comportamentais individuais e coletivas, tais
Da fiscalidade e
Na promoção de novos comportamentos e de compreensão dos como o aumento da atividade física, a redução do sedentarismo,
incentivos
benefícios da mobilidade ativa e saudável a promoção da saúde pública, a descarbonização da economia e
Só uma escola ativa poderá fornecer o conhecimento de que a redução da pegada ecológica.
é possível e desejável andar a pé. O trabalho que, iniciado nas Outros aspetos a considerar são as medidas, fiscais ou outras,
escolas, será levado ao seio familiar deverá produzir alterações dissuasoras da ocupação de lugares de estacionamento na via
consideráveis nos hábitos culturais instalados. pública. O maior entrave à melhoria da infraestrutura pedonal é a
Da educação pressão do estacionamento, pelo que importa definir uma política
O sistema escolar apresenta-se como essencial para a alteração
comportamental que, começando no seu próprio interior, daí fiscal que contribua para a redução da oferta de estacionamento
emanará para a comunidade em que se insere. Para isso, deverá na via pública, designadamente a 2.ª e 3.ª motorização.
o corpo docente possuir novas competências nesta matéria e
munir-se de projetos educativos capazes de estimularem novas
formas de mobilidade e em particular andar a pé.

E da urgência na alteração de comportamentos São várias as razões pelas quais a mobilidade pedonal
As alterações culturais são porventura as mais difíceis de deve ser incentivada. A promoção do ato de andar
concretizar, mas também as mais estruturantes e eficazes. a pé, enquanto forma de deslocação natural e
A promoção do modo pedonal tem nas autarquias locais o
universal, contribui para a prossecução de objetivos
principal agente impulsionador por se constituírem como o gestor
da infraestrutura pedonal. coletivos benéficos para a sociedade como um todo,
Da cultura As campanhas publicitárias para aquisição de automóvel, nomeadamente por: promover a cidadania, melhorar
conferindo-lhe um valor simbólico de juventude, autonomia, a qualidade de vida, contribuir para a melhoria do
beleza e estatuto social, em todos os meios comunicacionais, ambiente e descarbonização da economia, fazer bem à
apelam fortemente à sua constante utilização; só contrapondo
através de campanhas criativas e persistentes sobre o valor e saúde. Vamos andar a pé?
a importância de andar a pé se poderá alcançar um equilíbrio
nesta presença quotidiana.

E da relação da mobilidade com o uso do solo São várias as razões pelas quais a mobilidade pedonal deve ser incenti-
A UE privilegia a existência de planos de mobilidade urbana vada. A promoção do ato de andar a pé, enquanto forma de deslocação
sustentável como figuras de planeamento adequadas para a
promoção da mobilidade ativa e a sua integração e articulação
natural e universal, contribui para a prossecução de objetivos coletivos
com os demais modos de transporte. benéficos para a sociedade como um todo, nomeadamente por: promo-
A relação entre a mobilidade e o uso do solo é incontornável, ver a cidadania, melhorar a qualidade de vida, contribuir para a melho-
pelo que deverão estas figuras de planeamento, à escala ria do ambiente e descarbonização da economia, fazer bem à saúde.
Do planeamento
adequada, propiciar uma melhor integração destes fatores
Vamos andar a pé?
essenciais para a qualidade de vida dos cidadãos, tendo em
consideração 6 D essenciais: densidade, diversidade, design, Nota: o presente artigo não é nem um sumário nem um resumo
destino, distância e demografia. da Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa Pedonal 2030. Pela sua
O projeto de espaço público é um ponto-chave para que natureza e pela sua pertinência, aconselhamos vivamente o leitor a ler o
andar a pé se possa realizar de forma segura, confortável, diploma na íntegra, pois será surpreendido com a informação que nele
atrativa e universal.
consta.

5
espaço felpt

os Future Energy Leaders Portugal (FELPT)


realizaram no dia 28/11 a apresentação e debate
do seu estudo “Biomassa Florestal: Potencial
energético dos resíduos em Portugal”

O evento de apresentação do estudo decorreu na última


sessão de 2023 do “Energia em Debate”, reunindo cerca Para Carlos Coelho as dificuldades na
de 75 participantes, e contando com a presença de Car- maximização dos resíduos florestais “são várias,
los Coelho, Diretor Executivo da Greenvolt, Luís Gil, entre elas, a altura do ano para a recolha dos
Vice-Presidente do Centro da Biomassa para a Energia, resíduos, […] a disponibilidade e a logístico de
Tiago Oliveira, Presidente da Agência para a Gestão acesso aos resíduos de biomassa [bem como
Integrada de Fogos Rurais e do Presidente da Associa- a sua] composição variável em termos de
ção Portuguesa da Energia, João Torres. humidade e impurezas que afetam a eficiência
Após uma breve intervenção de apresentação do FELPT do processo da produção de energia.”
FELPT – Future Energy
Leaders Portugal por João Graça Gomes, membro da Board do Programa,
Tel.: +351 912 544 618 Vasco Zeferina, membro dos FELPT, apresentou o white
[email protected] paper “Biomassa Florestal: Potencial energético dos resíduos realidade, […] numa dada região, os potenciais de bio-
www.apenergia.pt em Portugal”. massa são quantidades estimadas, [que se] baseiam em
O estudo teve por objetivo analisar o potencial ener- assunções e dividem-se em potencias teóricos, técnicos, eco-
gético dos resíduos de biomassa florestal em Portu- nómicos. O potencial teórico refere-se à quantidade de bio-
gal para a produção de energia que adicionalmente irá massa que é teoricamente utilizável […]; o potencial técnico
potenciar a revitalização de atividade florestal, e a reco- é parte deste potencial teórico [considerando] fatores limi-
lha de material residual no país. Para Vasco Zeferina, tativos de ordem técnica no domínio do abastecimento, da
“será importante ocorrer uma mudança estratégica, de recolha e da conversão, [e] o potencial económico é a fra-
forma que se estabeleça uma abordagem push strategy, ção do potencial técnico que está dentro dos parâmetros
que se foque em garantir incentivos à recolha efetiva dos de rentabilidade económica.”
resíduos Florestais”.
Após a apresentação pública do white paper, realizou-se
uma mesa-redonda de discussão em redor do mesmo e
da área da biomassa em Portugal, que contou com a par- Luís Gil abordou o tema do da disponibilidade
ticipação de Carlos Coelho, Diretor Executivo da Green- do recurso, chamando a atenção para o facto
volt, Luís Gil, Vice-Presidente do Centro da Biomassa para de “[…] na realidade, […] numa dada região,
a Energia, Tiago Oliveira, Presidente da Agência para a Ges- os potenciais de biomassa são quantidades
tão Integrada de Fogos Rurais. estimadas, [que se] baseiam em assunções e
dividem-se em potencias teóricos, técnicos,
económicos. O potencial teórico refere-se à
quantidade de biomassa que é teoricamente
Para Vasco Zeferina, “será importante utilizável […]; o potencial técnico é parte
ocorrer uma mudança estratégica, de deste potencial teórico [considerando] fatores
forma que se estabeleça uma abordagem limitativos de ordem técnica no domínio do
push strategy, que se foque em garantir abastecimento, da recolha e da conversão, [e]
incentivos à recolha efetiva dos resíduos o potencial económico é a fração do potencial
Florestais”. técnico que está dentro dos parâmetros de
rentabilidade económica.”

Para Carlos Coelho as dificuldades na maximização


dos resíduos florestais “são várias, entre elas, a altura do Por sua vez Tiago Oliveira considerou que “Portugal
ano para a recolha dos resíduos, […] a disponibilidade e a deve olhar para a bioenergia na perspetiva dos resíduos da
logístico de acesso aos resíduos de biomassa [bem como a biomassa florestal como uma oportunidade para gerar valor
sua] composição variável em termos de humidade e impu- para os proprietários dos terrenos e para a indústria. Não na
rezas que afetam a eficiência do processo da produção de lógica da tarifa, mas sim, no abatimento do risco de incendio,
energia.” usando uma lógica de push”.
Luís Gil abordou o tema do da disponibilidade do O white paper pode ser consultado em https://apener-
recurso, chamando a atenção para o facto de “[…] na gia.pt/felptreport/

6
PUB.
espaço cbe

o papel da RED III no uso da biomassa como


recurso de energia renovável
transporte). Todavia, o setor da bioenergia encontra-se
numa situação muito complexa: por um lado, expandindo
o seu alcance e foco devido à velocidade da transição
energética e à necessidade de atingir a neutralidade car-
bónica; por outro lado, enfrentando desafios decorren-
tes do contexto geopolítico e económico, bem como
CBE – Centro
da Biomassa
das dificuldades resultantes de legislações atualizadas e
para a Energia novas diretivas.
Existe um reconhecimento crescente da importância
Tel.: +351 239 532 436
[email protected] de alinhar as políticas de bioenergia com o princípio
www.centrodabiomassa.pt da utilização em cascata da biomassa. Este prin-
cípio visa o uso eficiente da biomassa como recurso,
O Parlamento Europeu e o Conselho promulgaram a priorizando a sua utilização para fins não energé-
Diretiva (UE) 2023/2413, conhecida como Diretiva RED ticos sempre que possível. A intenção é aumentar a dis-
III, com o intuito de adequar a transição energética na ponibilidade de biomassa no sistema, promovendo um
União Europeia (UE). Esta Diretiva, publicada a 31 de acesso equitativo às matérias-primas para o desenvolvi-
outubro de 2023 no Jornal Oficial da União Europeia, mento de soluções inovadoras e uma bioeconomia cir-
estabelece metas robustas, introduz definições inovado- cular sustentável.
ras e simplifica procedimentos para catalisar a adoção Sendo assim, a RED III estabelece que os Estados-Mem-
de energias renováveis. bros aquando do desenvolvimento de regimes de apoio à
A Diretiva RED III pretende elevar a quota de energias bioenergia, deverão considerar:
renováveis no consumo final bruto de eletricidade da UE • o fornecimento de biomassa sustentável disponível
de 32% para 42,5% até 2030, encorajando os Esta- para utilizações energéticas e não energéticas;
dos-Membros a atingir uma meta de 45%. Uma inova- • a manutenção dos ecossistemas e sumidouros de car-
ção de relevo é a introdução do conceito de "tecnologia bono florestais nacionais;
inovadora de energias renováveis", representando, no • o princípio da economia circular;
mínimo, 5% da capacidade de energia renovável instalada • o princípio da utilização em cascata da biomassa;
na Europa até 2030. Adicionalmente, a diretiva formaliza • a hierarquia de resíduos estabelecida na Diretiva
as Zonas de Aceleração das Energias Renováveis 2008/98/CE do Parlamento Europeu e do Conselho.
(ZAER) e fomenta o desenvolvimento da produção de
energia nos edifícios, estabelecendo metas nacionais indi- Estes regimes de apoio devem ser concebidos “de modo
cativas para 2030. Com o intuito de agilizar procedimen- a evitar o incentivo de vias insustentáveis e a distor-
tos, a diretiva requer respostas rápidas em licenciamentos, ção da concorrência com os setores dos materiais, a
simplificando avaliações ambientais e promovendo a digita- fim de assegurar que a biomassa lenhosa é utilizada em fun-
lização dos processos até 2025. A RED III contempla ainda ção do respetivo valor acrescentado mais elevado em termos
contratos de aquisição de energia, combustíveis renová- económicos e ambientais, de acordo com a seguinte ordem
veis, armazenamento de energia e promove a cooperação de prioridades: (a) produtos derivados da madeira; (b) pro-
entre os Estados-Membros para impulsionar a produção longamento da sua vida útil; (c) reutilização; (d) reciclagem;
de energia renovável na UE. (e) bioenergia; e (d) eliminação”. Derrogações ao princípio
A Diretiva (UE) 2023/2413 enfoca a biomassa como da utilização em cascata podem ser introduzidas em cir-
parte integrante da transição energética na União cunstâncias justificadas.
Europeia, estabelecendo medidas específicas para a utili-
zação sustentável da biomassa e incentivando sua contri-
buição para a quota de energias renováveis.

Uma inovação de relevo é a introdução do


No que concerne à energia renovável conceito de "tecnologia inovadora de energias
proveniente da Biomassa: renováveis", representando, no mínimo, 5%
A bioenergia é a principal fonte de energia renovável na da capacidade de energia renovável instalada
UE1, com uma quota de quase 60%, estando presente na Europa até 2030. Adicionalmente, a
nos três principais setores energéticos (eletricidade, calor, diretiva formaliza as Zonas de Aceleração
das Energias Renováveis (ZAER) e fomenta
o desenvolvimento da produção de energia
1
Brief on biomass for energy in the European Union https://publica- nos edifícios, estabelecendo metas nacionais
tions.jrc.ec.europa.eu/repository/handle/JRC109354 indicativas para 2030.

8
PUB.
Existe um reconhecimento crescente da importância
de alinhar as políticas de bioenergia com o princípio da
utilização em cascata da biomassa. Este princípio visa o
uso eficiente da biomassa como recurso, priorizando a sua
utilização para fins não energéticos sempre que possível.

Destaca-se que a RED III estabelece que não deverão ser


concedidos apoios financeiros diretos à produção de
energia a partir de toros para serrar, madeira para
folhear, rolaria para fins industriais, cepos e raízes, bem
como é desencorajado o apoio a novos projetos de pro-
dução de energia exclusivamente elétrica a partir de
biomassa florestal, a menos que estejam em regiões espe-
cíficas de transição dos combustíveis fósseis, nas regiões ultra-
periféricas ou utilizem captura e armazenamento de carbono.
Os critérios de sustentabilidade para a recolha de bio-
massa florestal devem ser mais detalhados, alinhados com os prin-
cípios da gestão florestal sustentável, e a abordagem baseada em
riscos deve ser aprimorada, permitindo adaptações locais propor-
cionadas. Além disso, os Estados-Membros são forçados a garantir
a conformidade do uso de biomassa florestal para energia com as
obrigações estabelecidas no Regulamento (UE) 2018/841, incluindo
avaliações prospetivas e medidas complementares. Também, deve-
rão ser previstas disposições antifraude eficazes, especialmente em
relação ao uso de matérias-primas com risco de alteração indireta
do uso do solo, enfatizando a importância da rastreabilidade
total e certificada dessas matérias-primas para prevenir
fraudes, concorrência desleal e desflorestação, especial-
mente em países terceiros.
A RED III diminui o limite da potência térmica nominal a partir do
qual as instalações com produção de energia a partir de combustí-
veis biomássicos sólidos deverão cumprir os critérios de sustenta-
bilidade e de redução das emissões de GEE, passando de 20 para
7,5 MW. Para as que consomem combustíveis biomássicos gaso-
sos, mantêm-se o limiar de 2MW. De modo a garantir o cumpri-
mento de tais critérios, os Estados-Membros poderão estabelecer
regimes nacionais de verificação simplificada aplicadas a instalações
de produção de eletricidade, de aquecimento e arrefecimento com
uma potência térmica nominal total entre 7,5 e 20 MW.
Em suma, a RED III visa impulsionar a transição energética,
incluindo a utilização da biomassa como recurso renovável,
salvaguardando o princípio da utilização em cascata, permi-
tindo o seu uso eficiente, garantindo a proteção da biodiver-
sidade e assegurando que a bioenergia produzida cumpra os
critérios de sustentabilidade e contribua efetivamente para
a redução de emissões de GEE.
renováveis na lusofonia

ALER lança a 3.ª edição do "Resumo: Renováveis


em Moçambique 2023”

A 3.ª edição do “Resumo: Renováveis em Moçambique 2023”


foi lançada durante a Conferência Empresarial – Renováveis
em Moçambique, que decorreu no dia 24 de novembro.
Esta edição do Resumo encontra-se disponível para
ALER – Associação download gratuito no website da ALER (www.aler-renova-
Lusófona de Energias veis.org), sucedendo-se às edições anteriores de 2021 e
Renováveis
de 2022.
Tel.: +351 211 379 288 Faça o download gratuito do Resumo no website da
[email protected] ALER, e descubra todos os desenvolvimentos que o setor
www.aler-renovaveis.org das energias renováveis moçambicano sofreu durante o
último ano.
Nesta edição de 2023 são apresentados os últimos – EU Global Gateway Investment Forum, que decorreu
“Dados Gerais do Setor”, informação sobre “Financiamento nos dias anteriores, a 22 e 23 de novembro.
e Investimento” e, ainda, capítulos dedicados ao “Enqua- Com um elevado interesse e participação, a RenMoz
dramento legal e Institucional”, “Projetos Ligados à Rede”, 2023 foi um verdadeiro sucesso e afirmou-se como a maior
“Autoconsumo”, “Mini-Redes”, “Sistemas Solares Caseiros” Conferência do setor das energias renováveis em Moçam-
e “Cozinha Limpa”. bique, contando com mais de 1000 participantes regista-
Consolidando-se como uma publicação fundamental dos para participação online e presencial.
sobre o setor das energias renováveis no mercado moçam- A Conferência foi uma verdadeira oportunidade para
bicano, o “Resumo: Renováveis em Moçambique 2023” ofe- as empresas do setor, na qual foram realizadas 12 sessões
rece uma análise abrangente dos diversos segmentos de de pitching para 17 investidores presentes, contando ainda
mercado com recurso a gráficos e tabelas elucidativas, que com o apoio de 13 empresas patrocinadoras e uma área
possibilitam uma análise comparativa da evolução do setor de exposição com sete stands.
em todos os indicadores relevantes. Num só dia foram anunciados 11 clusters de mini-re-
O “Resumo: Renováveis em Moçambique 2023” foi desen- des para 71 localidades moçambicanas a serem exe-
volvido pela Associação Lusófona de Energias Renováveis​​ cutados antes do final de 2023. Para além disso, foi
(ALER) e a Associação Moçambicana de Energias Renová- anunciada uma nova janela do “Fundo de Acesso Susten-
veis (AMER),
​​ com o apoio do GET.invest Moçambique - tável às Energias Renováveis em Moçambique” (FASER)
financiado pela União Europeia e Alemanha, e parte do para o primeiro trimestre de 2024. Também para o pró-
programa europeu GET.invest. ximo ano, foi anunciado o lançamento de um novo con-
curso do GET FiT on-grid e off-grid e, adicionalmente,
do PROENERGIA+.
Energias Renováveis em destaque Durante a RenMoz 2023, além do anúncio de novos con-
em Moçambique cursos, foram apresentados documentos essenciais para
No dia 24 de novembro decorreu em Maputo a 3.ª edição o setor. Entre eles, destacam-se a Estratégia de Transi-
da Conferência Empresarial – Renováveis em Moçambique ção Energética do país, o Plano de Eletrificação nas Zonas
(RenMoz), seguindo-se às edições de 2021 e de 2022. A Fora-da-Rede e o Código de Energias Renováveis. O GET.
Conferência foi realizada no seguimento do Mozambique invest Mozambique também divulgou os Market Insights,
fornecendo os mais recentes dados e oportunidades de
investimento nos setores de Produtores Independentes de
Energia (PIE) e autoconsumo para serviços do Comércio
e Indústria (C&I). A mesma sessão incluiu a apresentação
e tão esperado lançamento da última edição do “Resumo:
Renováveis em Moçambique 2023”.
Terminada a Conferência, estão disponíveis na página
da ALER (www.aler-renovaveis.org) as apresentações de
cada sessão e o vídeo completo da RenMoz 2023, para
que possam ser consultados.
A Conferência foi organizada pela Associação Lusófona
de Energias Renováveis (ALER) juntamente com a Asso-
ciação Moçambicana de Energias Renováveis (AMER),
com o apoio do GET.invest Mozambique, financiado pela
União Europeia e a Alemanha e parte do programa euro-
peu GET.invest.

10
renováveis na lusofonia

Cabo Verde já tem uma Associação Nacional de Energias elas as Associadas da ALER, Águas de Ponta Preta e a Cabeólica, junta-
Renováveis: conheça a ACER mente com o Centro Competências Cabo Verde – CDC 3C, a ARES
Outubro foi o mês de arranque – Atlantic Renewable Energy Solutions, o CERMI – Centro de Energias
para a Associação Cabover- Renováveis e Manutenção Industrial, a ElectricWind, a LoboSolar e a
diana de Energias Renováveis Repower.
(ACER), fundada com o obje- Já no dia 14 de outubro, a ACER foi oficialmente apresentada ao
tivo de participar ativamente na público e aos órgãos de comunicação social, na IV edição da Feira Inter-
promoção das energias reno- nacional de Energias Renováveis e Eficiência Energética (FIEREE) na
váveis e no processo de transi- cidade da Praia.
ção energética de Cabo Verde, A cerimónia de apresentação da ACER foi presidida pela Diretora Exe-
a ACER pretende representar as empresas do setor perante as institui- cutiva da ALER, Isabel Cancela de Abreu e pelo Presidente da ACER.
ções públicas e internacionais. Em representação do Governo, o Diretor Nacional da Indústria e Ener-
Cabo Verde junta-se, a partir de agora, a Moçambique e a Angola que gia, Rito Évora, saudou a iniciativa que, afirmou, foi acarinhada pelo exe-
também já dispõem das suas associações nacionais, a AMER e a ASAER, cutivo desde o início.
respectivamente. “Ter um interlocutor único que possa congregar as preocupações do setor
À semelhança das Associações irmãs, a ACER foi impulsionada pela é muito positivo, já que numa fase mais complexa do processo de transi-
ALER para promover o desenvolvimento das energias renováveis em ção energética a coordenação interinstitucional com os operadores será uma
Cabo Verde, e garantir a representatividade e coordenação do setor. tarefa importante”, acrescentou.
Foi com este primeiro objetivo delineado que decorreu, no dia 12 de Aos órgãos de comunicação social presentes, o Presidente da ACER,
outubro, a primeira Assembleia Geral da ACER, na qual Jansénio Del- Jansénio Delgado, explicou que a ACER "é uma associação que resulta
gado, da empresa Electric Wind, foi eleito Presidente da Associação por de uma vontade expressa de um grupo fundador de empresas, mas que
unanimidade. Eleito o Presidente, foram aprovados os membros da Dire- estará naturalmente aberta a todas as empresas do setor que queiram ade-
ção e os restantes órgãos sociais. rir com este grande objetivo e missão da promoção das energias renováveis
A partir desse momento, a ACER passou a ser oficialmente integrada em Cabo Verde".
por oito empresas cabo-verdianas do setor das energias renováveis, são Para mais informações sobre a ACER contacte [email protected]
PUB.

11
vozes de mercado

a pegada de carbono dos edifícios do presente


e do futuro

As alterações climáticas são uma realidade. O controlo Um aspecto importante é que os edifícios são respon-
da subida da temperatura média até ao fim do século sáveis pela emissão de GEE (Gases de Efeito de Estufa)
(não mais de 1,5 ºC) é já um imperativo da União Euro- mesmo antes de serem utilizados, por via do CO2 resul-
peia que se traduzirá em normativas a adoptar por todos tante da energia consumida no processo produtivo e no
os países membros. que é libertado no próprio processo produtivo de alguns
dos materiais de que são construídos. Apenas no fabrico
de cimento - o material base para a produção de betão -
O sequestro de CO2 da atmosfera são produzidos 8% das emissões totais no Mundo.
Manuel Collares
Pereira
e o armazenamento de carbono
Resolver o problema das alterações climáticas é pratica-
Professor mente sinónimo de descarbonização da economia1, isto é Neutralidade carbónica
Investigador reduzir drasticamente/acabar com o consumo dos combus- O enquadramento na União Europeia para este tema
Coordenador
tíveis fósseis. Mas não é só. A questão é mais complicada. pode ser apreciado na ‘European Climate Law’, que con-
Consultor Científico da
Vanguard Properties
Mesmo que hoje acabássemos por completo com o con- sagra na legislação europeia “… the target of economy-
sumo de combustíveis fósseis, em todo o mundo, não resol- -wide climate neutrality by 2050 at the latest, the aim of
víamos o problema, já que cada molécula de CO2 emitida achieving and establishing a binding Union domestic reduc-
tem um tempo de vida média na atmosfera de mais de 100 tion commitment of net greenhouse gas emissions (emis-
anos. Isto é, fica lá a causar o efeito de estufa durante todo sions after deduction of removals) of at least 55 % below
esse tempo. Conclusão: tem de haver algum meio de reti- 1990 levels by 2030.”
rar o CO2 da atmosfera! Fala-se em sequestro de carbono O sector da construção parece destinado a ter um papel
e este aparece proposto sob muitas formas. Entre todas, a muito importante nesta matéria. Em termos comparativos,
que é mais realista e simples à escala global e verdadeira- e só do lado das emissões, basta pensar que se deixásse-
mente impactante, baseia-se na fotossíntese e na produção mos em terra todos os aviões que hoje estão a voar, esta-
de madeira e outros materiais naturais para utilizações de ríamos a reduzir as emissões totais de GEE, na ordem dos
longa duração (1 m3 de madeira armazena 1 tonelada de 3%, enquanto abordar o sector dos edifícios, é “afinar o
CO2). Por exemplo, no sector da construção. tiro” a um potencial superior a 40%.
Esta abordagem constitui uma proposição verdadeira- Para que se perceba bem, há 3 questões em jogo:
mente útil, não só pela sua escala, mas porque se insere • sequestro e armazenamento de carbono (pegada de
num sector económico de relevância predominante. E, CO2 negativa!)
ela própria, gera actividade económica, em forte con- • zero emissões no funcionamento dos edifícios (NZEBs
traste com outras soluções que só têm viabilidade com - Net ou Nearly Zero Energy Buildings)
base em grandes investimentos cujo retorno económico • edifícios “carbono neutros”, ou “carbono zero” num
é basicamente nulo. contexto da discussão da neutralidade carbónica.

Há uma certa ambiguidade ainda por esclarecer. Fala-se em


A construção convencional “GWP - Global Warming Potential de todo o ciclo de vida do
O sector dos edifícios[1], sozinho, é responsável por ~40% edifício”, incluindo construção. Ora isto, para carbono zero,
das emissões totais de CO2 no Mundo, das quais 11% na só pode significar estar-se a fazer referência a edifícios novos,
fase de construção dos edifícios e 29% durante a sua vida
e funcionamento. Na União Europeia apenas, os valores
são mais elevados: 40% da Energia Final é consumida no
sector dos edifícios e, sozinha, é responsável por 36% das
emissões totais.
Quanto aos edifícios convencionais e/ou
existentes, o que se pode fazer é apenas reduzir,
com suficiência e eficiência energéticas, as
1
O CO2 e o CH4 não são os únicos gases causadores do efeito de
estufa (GEE) mas dominam de forma esmagadora; uma análise mais fina
emissões associadas ao seu funcionamento e,
teria de incluir os demais GEE, mas isso não seria particularmente rele- depois, fornecer a energia necessária com fontes
vante para o sector da habitação. renováveis (sobretudo o fotovoltaico colocado no
próprio edifício), para atingir um comportamento
de NZEB. Passarão a ser edifícios zero emissões,
Artigo redigido segundo o Antigo Acordo Ortográfico mas não serão carbono neutros!

12
PUB.
incorporando grandes percentagens de materiais naturais. Quanto aos
edifícios convencionais e/ou existentes, o que se pode fazer é apenas
reduzir, com suficiência e eficiência energéticas, as emissões associa-
das ao seu funcionamento e, depois, fornecer a energia necessária com
fontes renováveis (sobretudo o fotovoltaico colocado no próprio edi-
fício), para atingir um comportamento de NZEB. Passarão a ser edifí-
cios zero emissões, mas não serão carbono neutros!

Novos edifícios e uma pegada de carbono negativa


Para procurar explicar as nuances desta questão, usaremos um exem-
plo concreto da abordagem do promotor Vanguard Properties:
uma residência construída integralmente em madeira e outra, absolu-
tamente idêntica, construída de forma convencional, betão e alvenaria.
Consideremos uma residência concreta, projectada para a Aldeia
da Muda na Comporta (gabinete Architects Office, LX - AOLx).
Estas residências têm um aspecto genérico como o da Figura 1. A
planta da moradia analisada pode ser vista na Figura 2, correspon-
dendo a um T5 com uma área de implantação de 384 m2.

Figura 1 Moradia tipo, Aldeia da Muda, na Comporta.

Figura 2 Planta tipo T5, Aldeia da Muda na Comporta.

A construção em madeira considerada baseia-se em componentes


fabricadas pela Kozowood (Esposende) e compreende 2 placas em
CLT de pinho (para soalho e cobertura) e um conjunto de paredes
externas e internas em Woodframe. A casa assenta num conjunto
de estacas helicoidais metálicas (49 unidades). Os níveis elevados
vozes de mercado
A PEGADA DE CARBONO DOS EDIFÍCIOS DO PRESENTE E DO FUTURO

de isolamento (fibra de madeira em painel e fibra de celulose injectada), Os valores obtidos para as pegadas respectivas podem ser apresentados
o conjunto de pérgulas e protecções solares, conferem à casa um com- por m2 de área de construção: -0,4 tonCO2/m2 para a casa de madeira
portamento térmico excepcional, categoria A+. Os vidros são duplos e e + 0,4 tonCO2/m2 para a mesma casa em construção convencional.
de baixa emissão (1,3 W/m2 e ºC), com factor solar entre 0,29 e 0,60.
São projectados 55 m2 de painéis solares fotovoltaicos, para produção
de electricidade (climatização e AQS com bombas de calor e recupera- Conclusão2
ção de calor + carregamento de veículo eléctrico) colocados na cober- Esta abordagem simplificada mostra que a pegada negativa de uma casa
tura, transformando a moradia num edifício NZEB. é idêntica em valor absoluto à pegada positiva da outra. Como dissemos,
A construção convencional aqui considerada para efeitos de comparação a pegada negativa da construção em madeira pode ser ainda mais nega-
baseia-se numa estrutura de betão armado, paredes externas de alvenaria tiva, mas também a pegada positiva da construção convencional pode
dupla e internas de alvenaria simples. Para simplificar, postula-se que o com- ainda ser reduzida (ver [3,8], por exemplo) com betão menos emissor,
portamento térmico seja o mesmo, classe A+ (recorrendo a um reforço de aço reciclado, outro tipo de paredes, entre outros. O que nunca poderá
isolamento térmico, mesma qualidade dos vidros e idêntico sombreamento). ser é “carbono neutra”, longe disso! Embora possa ser NZEB!
O cálculo das emissões de CO2 em ambos os casos é complexo [por Em 2021, o Governo francês estabeleceu que os novos edifícios públi-
exemplo 2,3,5,6,7]. cos deverão incorporar 50% de madeira na sua construção. Os resul-
Importa, por exemplo, decidir, se se quer fazer uma análise de ciclo de vida tados obtidos justificam aquele valor. Um edifício assim fica “carbono
(“craddle to grave”) ou simplesmente até à construção (“craddle to gate”, na neutro”! E com “zero emissões” se recorrer a um sistema fotovoltaico
obra). Importa também considerar a parte de electricidade nos processos de adequado. E isso é o mínimo que será exigido, em geral, para todos os
fabrico (o que varia de país para país)2. Nesta análise decidimos não incluir edifícios, no futuro (antes de 2050).
o ciclo de vida completo e fizemos correcções para a situação de produção É importante que o Governo comece a explicar como pretende, desde
de electricidade final em Portugal, quando possível. No caso da construção já, abordar esta matéria e inicie o desenvolvimento de uma metodologia
em obra procurámos incluir valores que nos situem os materiais em obra. que permita a análise da pegada carbónica dos edifícios, feita em mol-
Também não incluímos muitos aspectos de acabamentos, carpintaria de lim- des simples, não exaustivos, ao estilo da actual certificação energética.
pos, entre outros, admitindo que impactam por igual as duas construções Quanto à Vanguard Properties continuará a desenvolver a sua política
(mas com valores relativamente baixos) em relação ao valor do balanço final. de pegada de carbono negativa, nos seus novos edifícios, presen-
Nesta nota não é relevante incluir o detalhe dos cálculos feitos, mas tes e futuros: em geral, 100% de construção em madeira e o mais perto
alguns valores ficam reflectidos nos valores incluídos na Tabelas 1, 2. possível de 100% em madeira, na abordagem que fará à construção em
Antes de apresentarmos os resultados importa referir que [9] 1 m3 de altura (10 ou mais pisos). A Vanguard quer fazer este caminho inequí-
madeira sequestra 1 tonelada de CO2. No entanto a madeira tem que voco para a sustentabilidade, pelas razões já invocadas no início desta
ser extraída da floresta, transportada, serrada e seca, antes de chegar às nota técnica, mas também porque a construção em madeira, estabelece
instalações da Kozowood para fabrico das componentes utilizadas. Uma à partida segurança e conforto nos edifícios que correspondem ao pro-
análise da extensa documentação disponível e consultada, estabelece duto de alta qualidade que a Vanguard quer apresentar.
um valor entre 0,3 ton de CO2/m3 e 0,1 ton CO2/m3 de madeira incor-
porada. No caso da Kozowood, com produção de electricidade própria
(PV) em fábrica e recurso aos seus desperdícios de madeira para pro- Referências
cessos térmicos e climatização, poderemos situar-nos mais perto de 0,1 [1] Manuel Collares Pereira , Descarbonização da Economia, Energia e Futuro-
to que 0,3 tonCO2/m3. Contudo, para fins da comparação com carác- e-book, edição Vanguard Properties, 2023, versões em português e
ter genérico que se pretende fazer, assumiremos o valor mais elevado. inglês Português: www.vangproperties.com/media/5949/ebook_c_cv_
Construção em madeira: pt.pdf Inglês: www.vangproperties.com/media/5948/ebook_c_cv_en.pdf
[2] Sergio Fernandes Tavares, Luís Bragança, Índices de CO2 para mate-
Tabela 1 Casa Muda - construção em madeira. riais de construção em edificações brasileiras, SBE Series, 16, Vol2.
[3] Valter Antonio Martins Henriques, Impacte Ambiental de Estruturas de Edi-
Quantidade Quantidade Quantidade Ton CO2
fícios - A produção de CO2, Tese de Mestrado, IST, Academia Militar. 2011.
armazenada (Produção)
[4] Life Cycle Greenhouse Gas Emissions from Solar Photovoltaics, NREL,
Madeira 265 m3 -1 tonCO2/m3 +0,3 tonCO2/m3 -185
Novembro 2012.
Aço 1 ton ------------------- 2.7ton CO2/ton +2.7 [5] Estratégias corporativas de baixo carbono: sector do vidro, Confedera-
Vidro 1,2 ton ------------------ + 0,8 ton /1 ton +1 ção Nacional da Indústria, Brasília, CNI, 2016.
PV 55 m 2
------------------ 0,55 ton CO2/m 2
+30 [6] Iasmini Borba da Cunha, Quantificação das emissões na construção de
unidades residenciais unifamiliares com diferentes materiais, Tese de mes-
Balanço --------------------- -------------------- -------------------- - 151
trado, Pontificia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2016).
[7] Cassia Laire Kozloski, Emissão de CO2 de Materiais de Construção Civil
Tabela 2 Idem em construção convencional. no Brasil: estimativas da etapa processual das edificações, Universidade
Federal Santa Maria, Tese de mestrado (2020).
Quantidade Emissões Ton CO2 [8] Joana Sousa Coutinho, Betões eco eficientes com resíduos, 1.as Jorna-
Betão 110,22 m 3
250 kgCO2/m 3
+27,6 das de materiais de construção (2011).
Aço 18,7 ton 2,7 tonCO2/ton +50,5 [9] Elias Hurmekoski, How can wood construction reduce environmental
degradation?, 2017, ISBN 978-952-5980-33-2 (printed).
264 m2(int.) + 188
Alvenaria 0,29 tonCO2/ton +44,3
m2 (ext.)
Vidro 1,2 ton 0,8 tonCO2/ton +1
2
Por exemplo, em Portugal, hoje, com 60% de renováveis para produção de energia final
eléctrica e o resto através, sobretudo, de Gás Natural, em média temos ~100 gCO2 /kWh,
PV 55 m 2
0,55 tonCO2/m 2
+30 no Brasil~40 gCO2/kWh, e noutros países da EU podem atingir-se valores muito mais ele-
Balanço -------------------------- ---------------------- +153,4 vados, até da ordem dos 800 g/kWh, fruto do mix energético na produção de electrici-
dade com mais ou menos combustíveis fósseis.

14
PUB.
vozes de mercado

a COP28 chegou ao fim, crónica dos avanços


e recuos

A história da semana de acordo com o resumo feito pela disso, o Turquemenistão e o Cazaquistão aderiram à ini-
European Energy Research Alliance (EERA). ciativa relativa ao metano de 2021, mas a China, a Índia e
A COP28 chegou ao fim, houve avanços e recuos mas a Rússia ainda não aderiram.
também esforços colectivos de 200 nações para comba- A nível europeu, o lançamento do "clube do clima" na
ter as alterações climáticas estão em pleno andamento, COP28 foi um desenvolvimento bem-vindo. Este projeto,
com as atenções cada vez mais viradas para as negocia- defendido pelo Chanceler alemão Olaf Scholz, visa reu-
ções e para os textos finais que serão adoptados. nir países com políticas climáticas "ambiciosas". O clube
Olhando para os vários anúncios que resultaram da do clima, ao qual aderiram 33 membros, incluindo todos
semana de abertura, os delegados no primeiro dia da con- os países do G7, deverá funcionar como um fórum inter-
ferência concordaram formalmente com o fundo de perdas governamental de intercâmbio sobre a descarbonização
e danos, que tem como objetivo apoiar os países vulne- da indústria, com o objetivo de atingir emissões líquidas
Teresa Ponce de Leão
ráveis que suportam os impactos das alterações climáti- nulas por volta de 2050.
LNEG – Laboratório cas. Os Emirados Árabes Unidos, anfitriões da COP28, e Em 9 de dezembro, a COP28 assistiu também à assi-
Nacional de Energia e a Alemanha, o Reino Unido, os EUA, o Japão e a UE com- natura, pela primeira vez, de uma declaração conjunta
Geologia prometeram-se a contribuir para este fundo. sobre o clima e a biodiversidade. A China, que presidiu
Além disso, um dos avanços mais importantes foi regis- ao acordo de Kunming-Montreal sobre a natureza, assinou
tado no sábado, 2 de dezembro, com a assinatura de um um compromisso com os Emirados Árabes Unidos e 16
compromisso por mais de 120 países no sentido de tripli- outros países para mobilizar financiamento e alinhar o pla-
car a sua capacidade de produção de energia renovável neamento entre a natureza e o clima. A declaração apela
e duplicar a sua taxa de eficiência energética. Para a UE, a uma abordagem unificada das alterações climáticas, da
este resultado pode ser descrito como um sucesso, sendo perda de biodiversidade e da degradação dos solos, cru-
este compromisso um dos seus principais objetivos glo- cial para alcançar os objetivos do Acordo de Paris e do
bais para a COP28. No entanto, a China e a Índia estão Quadro de Kunming-Montreal.
notoriamente ausentes desta iniciativa global. No entanto, a conferência foi também objeto de uma
No dia 2 de dezembro, a conferência também estabe- série de controvérsias, sobretudo no que se refere aos
leceu uma declaração sobre energia nuclear, na qual 22 comentários feitos a 21 de novembro pelo presidente da
países se comprometeram a triplicar a capacidade de ener- COP28, segundo o qual "não existe ciência" que indique
gia nuclear de 2020 até 2050. Além disso, a questão das que é necessária uma eliminação progressiva dos combus-
emissões de metano foi predominante na agenda da con- tíveis fósseis para limitar o aquecimento global a 1,5 °C.
ferência, com base no Compromisso Global de Metano de Além disso, pelo menos 2456 pessoas ligadas às indústrias
2021, liderado pela UE e pelos EUA na COP26 em Glas- do petróleo e do gás tiveram acesso às negociações da
gow. A UE e os seus Estados-Membros anunciaram, na COP28, o que representa um número recorde de lobistas
conferência deste ano, 175 milhões de euros para apoiar dos combustíveis fósseis presentes. Isto serviu para aumen-
o Programa de Financiamento do Metano, com o objetivo tar ainda mais as preocupações sobre o impacto da indús-
principal de promover a redução do metano. A nível mun- tria dos combustíveis fósseis na conferência deste ano.
dial, 50 empresas de petróleo e gás comprometeram-se À medida que a COP28 começa a encerrar a segunda
a atingir emissões de metano quase nulas até 2030. Além semana de colaboração entre as partes, a questão do uso

Olhando para os vários anúncios que


resultaram da semana de abertura, os
delegados no primeiro dia da conferência
concordaram formalmente com o fundo
de perdas e danos, que tem como objetivo
apoiar os países vulneráveis que suportam
os impactos das alterações climáticas.
Os Emirados Árabes Unidos, anfitriões da
COP28, e a Alemanha, o Reino Unido, os
EUA, o Japão e a UE comprometeram-se a
contribuir para este fundo.

16
PUB.
PAINÉIS HMI

X2 Pro

da linguagem nos textos também veio à tona, particularmente em


relação à adoção da saída, eliminação ou redução progressiva (sem
interrupção) dos combustíveis fósseis. De acordo com um projeto
de texto que circula, foi considerada a inclusão de uma "eliminação
progressiva ordenada e justa dos combustíveis fósseis", mas essa pro-
posta deverá ser objeto de grande debate entre as partes nego-
ciadoras. Também está a ser considerada uma linguagem dirigida
à eliminação progressiva das emissões de combustíveis fósseis em
vez da eliminação progressiva dos combustíveis fósseis, o que, de
acordo com Andreas Sieber, Diretor Associado de Política Global
e Campanhas da 350.org, não constituiria um resultado positivo. A
nível mundial, mais de 1700 signatários de vários setores, incluindo
empresas, finanças, filantropia, política, universidades e sociedade
civil, apelaram ao Presidente da COP28 e a todas as Partes para que
"procedam a uma eliminação gradual e ordenada de todos os combus-
tíveis fósseis de uma forma justa e equitativa, em conformidade com
uma trajetória de 1,5 °C". Alta performance com
design compacto.
De acordo com um projeto de texto que circula,
foi considerada a inclusão de uma "eliminação
progressiva ordenada e justa dos combustíveis fósseis", PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
mas essa proposta deverá ser objeto de grande debate ▪ Processador de elevado desempenho
entre as partes negociadoras. Também está a ser
considerada uma linguagem dirigida à eliminação ▪ Memória expansível
progressiva das emissões de combustíveis fósseis ▪ Painéis de 4, 7, 10, 12, 15 e 21 polegadas
em vez da eliminação progressiva dos combustíveis
fósseis, o que, de acordo com Andreas Sieber, Diretor ▪ Até 2 GB de RAM
Associado de Política Global e Campanhas da 350.org, ▪ 2 entradas Ethernet
não constituiria um resultado positivo.
▪ 2 entradas USB

Uma delegação de 15 eurodeputados, liderada pelo democrata-


-cristão alemão Peter Liese, juntou-se à segunda semana de nego-
ciações. Liese defendeu que a China deve deixar de se apresentar
como um país em desenvolvimento e sublinhou que, enquanto
potência mundial, o país deve começar a contribuir para o finan-
ciamento global da luta contra as alterações climáticas. Conheça todos os detalhes do produto
Apesar de todas as polémicas os países reunidos na cimeira do
clima aprovaram a 13 de dezembro de 2023, "por consenso", uma
decisão que apela a uma "transição" no sentido de abandonar os
combustíveis fósseis. Foi este o anúncio do presidente da COP28,
no Dubai.
BR E S IM AR . P T
vozes de mercado

como eliminar os gases fluorados, melhorar a eficiência


e aumentar a integração de RED para reduzir
a pegada de carbono das redes elétricas de MT

Um pouco por todo o mundo, tanto os governos como É por esta exata razão que o SF6 e outros gases fluo-
as empresas estão a acelerar os seus esforços de des- rados estão na mira da legislação da UE relativa aos gases
carbonização para tentar atingir os objetivos climáti- fluorados, que inclui a eliminação gradual do SF6 em equi-
cos urgentes. pamentos elétricos. Esta medida faz parte de um plano
Embora todas as indústrias devam agir para limitar a sua mais vasto de redução dos gases fluorados que tem por
pegada de carbono, a indústria da eletricidade deve estar objetivo reduzir em dois terços as suas emissões na UE
na vanguarda das melhorias de sustentabilidade. A produ- em comparação com os níveis de 2014.
ção de eletricidade e calor é a maior fonte de emissões De facto, o SF6 já estava proibido na UE para a maioria
de gases com efeito de estufa, pelo que as mudanças posi- das aplicações, com algumas exceções – a maior das quais
tivas neste setor podem ter um grande impacto na redu- sendo precisamente a indústria da eletricidade. Na altura
ção da pegada de carbono global. da sua adoção, não existia qualquer tecnologia alternativa
Victor Moure
No entanto, reduzir a pegada de carbono da indústria é viável para o equipamento de média tensão; mas atual-
Country Manager Portugal
um desafio formidável. Apesar dos esforços de descarbo- mente, as regulamentações já podem abordar o SF6 por-
Schneider Electric nização, as emissões de CO2 relacionadas com a energia que existem novas opções ecológicas.
subiram para um nível recorde, com um aumento acen- Assim, para cumprir a nova legislação, as empresas de
tuado das emissões provenientes da geração de energia eletricidade têm de tomar medidas imediatas para elimi-
em 2022 – o que mostra que os esforços atuais não são nar progressivamente o SF6 do seu equipamento elétrico
suficientes para travar as alterações climáticas. O setor da de média tensão, um passo fundamental para atingir o net-
eletricidade só atingirá as metas de sustentabilidade se -zero e produzir eletricidade mais ecológica.
identificar e agir em todas as oportunidades de melhoria
– incluindo a maximização da integração de Recursos de
Energia Distribuídos (RED), a eliminação da utilização de Onde devem os operadores de rede focar-se para
SF6 e a melhoria da eficiência. reduzir a sua pegada de carbono?
Por exemplo, pensemos em como o aumento da uti- Vejamos três das mudanças de maior impacto que os ope-
lização de RED, como a energia eólica e a solar, pode- radores de rede podem fazer para reduzir o seu impacto
ria abrandar as alterações climáticas. Atualmente, mais de ambiental:
80% da energia mundial provém de combustíveis fósseis.
De acordo com a BNEF, mudar a produção de energia dos 1. O aumento da integração das renováveis leva
combustíveis fósseis para "energia limpa", como os RED, a uma rede mais ecológica
é a forma mais impactante de reduzir as emissões globais Para atingir os objetivos de descarbonização, as empre-
de CO2. Esta redução só será possível se as empresas de sas de eletricidade têm de aumentar drasticamente
eletricidade aumentarem a participação dos RED nas suas a sua utilização de RED. Não basta apenas adicio-
redes elétricas existentes e os integrarem melhor na rede. nar mais energias renováveis; os RED também devem
ser melhor integrados na rede elétrica existente. Este
é atualmente um grande desafio para os operadores
Porquê agora? de rede, que se debatem com a natureza variável das
Os gases fluorados (F-gases, em inglês) são uma família de energias renováveis.
gases artificiais utilizados numa diversidade de aplicações
industriais, como refrigerantes, aparelhos de ar condicio- 2. Eliminar o SF6 da aparelhagem de MT tem um
nado e equipamento elétrico. São poderosos gases com grande impacto na descarbonização das redes
efeito de estufa (GEE) que contribuem para as alterações elétricas
climáticas porque têm um elevado potencial de aqueci- A eliminação do SF6 do equipamento elétrico de média
mento global (PAG) e permanecem na atmosfera durante tensão deve ser uma prioridade devido ao seu PAG. Esta
milhares de anos. mudança é especialmente importante porque a procura
Por exemplo, há muito tempo que o gás com efeito por celas de média tensão continuará a crescer para satis-
de estufa SF6 é muito comum em equipamento elétrico, fazer as necessidades globais de infraestrutura e eletrifi-
como as celas de média tensão, ou para alimentar a rede cação. Ao substituir uma cela de média tensão tradicional
e as instalações elétricas industriais. No entanto, é o gás por uma com tecnologia sem SF6, os operadores de redes
com efeito de estufa mais potente, com um PAG 25 200 elétricas vão continuar a ter todos os mesmos benefícios,
vezes superior ao do CO2. mas sem o elevado custo ambiental.

18
PUB.
3. Melhorar eficiências da rede poderia eliminar 500
milhões de toneladas métricas de CO2 em todo o mundo
Há muito desperdício nos sistemas elétricos. A melhoria de eficiên-
cias da rede, como a redução das perdas técnicas, poderia poupar
cerca de 500 toneladas métricas de dióxido de carbono por ano
a nível mundial. Uma rede mais eficiente em termos energéticos
evita o desperdício de recursos, diminui a utilização de combustí-
veis fósseis e requer um menor consumo de energia, o que pode
reduzir a poluição atmosférica.

O setor da eletricidade só atingirá as metas de


sustentabilidade se identificar e agir em todas as
oportunidades de melhoria – incluindo a maximização da
integração de Recursos de Energia Distribuídos (RED), a

A Eletricidade 4.0, incluindo MT digital e sem SF6, é a


espinha dorsal das melhorias
Um mundo mais elétrico e digital, a que chamamos Eletricidade 4.0,
é fundamental para enfrentar as crises climática e energética, habi-
litando um futuro sustentável e resiliente. Nesse futuro, é essencial
que os operadores de rede reduzam a sua pegada de carbono, e
para isso podem utilizar a tecnologia digital e conectada:
• As ferramentas digitais melhoram a integração dos RED. Maxi-
mizar a utilização das renováveis depende de ferramentas digi-
tais que aumentem a flexibilidade da rede elétrica. Estas ajustam
o equilíbrio entre a oferta e a procura para que os operadores
da rede possam modificar a produção e o consumo de energia.
• As ferramentas digitais e a tecnologia de MT sem SF6 cum-
prem os novos regulamentos para apoiar uma rede mais ecoló-
gica. A indústria da eletricidade tem de eliminar gradualmente o
SF6 no equipamento elétrico de média tensão – recorrendo a
celas de média tensão sem SF6, como o RM AirSeT RMU da
Schneider Electric, que utiliza ar puro e tecnologia de vácuo para
isolamento e corte, em vez do SF6. Esta solução amiga do am-
biente tem o mesmo desempenho e dimensão compacta das
celas tradicionais com SF6 – mas é mais ecológica e segura.
• As ferramentas digitais ajudam os operadores de redes elétri-
cas a melhorar a eficiência e a reduzir as perdas. As ferramen-
tas inteligentes e conectadas reduzem as perdas, pois melhoram
a eficiência energética. Ao eliminarem o desperdício de energia
através de uma melhor gestão da rede, os operadores têm mais
controlo sobre esta. As ferramentas também reduzem os tem-
pos de interrupção e detetam potenciais problemas com base
no cálculo da carga e da produção atuais e previstas.

Em suma, num mundo cada vez mais digital e preocupado com


a sustentabilidade, a transformação da indústria da eletricidade é
imperativa. O desafio da descarbonização exige ações imediatas por
parte dos operadores de rede, e a transição para energias renová-
veis, a eliminação do SF6 e a melhoria da eficiência das redes são
passos cruciais. Este é o caminho para um futuro elétrico, eficiente
e ambientalmente consciente, onde cada ação conta na jornada em
direção ao net-zero.
notícias

Tecnoveritas recebe Selo ID da ANI apresenta a distância até ao alvo designado, crescimento. A central solar de Mosselbanken
TecnoVeritas – Serviços de Engenharia e Sistemas ajustando imediatamente o foco. ajuda a evitar 17 000 toneladas de CO2 por ano",
Tecnológicos, Lda. Veja os pequenos detalhes na imagem e des- diz Sébastien Clerc, CEO da Voltalia.
Tel.: +351 261 819 819 · Fax: +351 261 819 820 cubra anomalias mais depressa, com imagens
[email protected] · www.tecnoveritas.net de resolução de 640 x 480. Ajuste também o
nível de infravermelhos e luz visível com a tec-
nologia IR-Fusion™ patenteada para uma aná- Novidade na SEW-EURODRIVE:
lise ainda mais detalhada. Faça a gestão de MOVITRAC® Advanced
dados, capte várias medições (mecânicas, elé- SEW-EURODRIVE Portugal
tricas e térmicas) e organize-as por equipa- Tel.: +351 231 209 670
mento com o software Fluke Connect™. [email protected] · www.sew-eurodrive.pt
A Fluke utiliza apenas lentes de germânio 100%
cortadas a diamante com revestimentos espe-
ciais, fornecendo os melhores dispositivos óti-
cos para transmitir energia e produzir imagens
A Tecnoveritas viu recentemente ser reno- termográficas de alta qualidade.
vado o reconhecimento de idoneidade cientí-
f ic a e te cnológ ic a pa r a a t i v id ad es d e
Investigação & Desenvolvimento por parte da
ANI – Agência Nacional de Inovação. Esta dis- Voltalia adquire central solar de 60 MW
tinção certifica a competência de uma enti- Voltalia
dade para realizar atividades de I&D em Tel.: +351 220 191 000 Um fabricante, uma solução completa! A SEW-
domínios e áreas de atuação específicos. [email protected] · www.voltalia.com -EURODRIVE Por tugal apresenta o MOVI-
Nesta renovação, mereceu ainda o alarga- TRAC® Advanced que se destaca pelo controlo
mento das competências em duas áreas dis- dinâmico simples porque o MOVITR AC ®
tintas: Economia do Mar, no âmbito da energia Advanced oferece um controlo preciso e dinâ-
azul e das tecnologias avançadas aplicadas ao mico da velocidade e o binário do motor, garan-
mar, e Energia, no caso das novas fontes de tindo um ótimo desempenho e ef iciência
energia e da otimização do transporte e arma- energética em cada operação. A somar a isso
zenamento de energia. possui uma conetividade avançada por ter múl-
O reconhecimento de idoneidade é um impor- tiplas possibilidades de comunicação integradas
tante instrumento de apoio à inovação, pois e interface amigável. O MOVITRAC® Advanced
permite identificar e reconhecer as entidades integra-se perfeitamente em sistemas existen-
que têm as competências necessárias para rea- A Voltalia, um player internacional no setor das tes. E o MOVITRAC ® Advanced tem ainda
lizar atividades de Investigação e Desenvolvi- energias renováveis, anuncia a aquisição de uma entradas binárias e analógicas – PROFINET,
mento, tanto ao nível de pessoal qualificado e participação de 55% na central solar de Mossel- E ther Ne t /I P T M , E ther C AT ® /SB us PLU S ,
experiente na área, como por possuírem banken, de 60 megawatts, nos Países Baixos. Modbus TCP, EtherCAT® CiA402 e POWER-
infraestruturas e equipamentos adequados Situada em Zeeland, a província mais a sudoeste LINK CiA402. É versátil, desde o manusea-
para a realização destas atividades. dos Países Baixos, a central solar de Mosselban- mento de materiais aos sistemas de transporte
ken localiza-se no porto industrial de Terneuzen. e muito mais, o MOVITRAC® Advanced foi pro-
As receitas da central beneficiam de um con- jetado para responder às diversas necessidades
trato de aquisição de energia (CAE) de 15 anos. das indústrias modernas.
Câmara termográfica Ti401 PRO A Voltalia está presente desde 2019 nos Países
da Fluke Baixos como prestadora de serviços, com o
Bresimar Automação, S.A. desenvolvimento, construção, operação, manu-
Tel.: +351 234 303 320 tenção e gestão de centrais solares para clientes Cleanwatts e Otovo unidos para
[email protected] · www.bresimar.pt terceiros, diretamente e através da Greensolver, desenvolver Comunidades de Energia
a sua subsidiária especializada em serviços de Renovável
gestão de centrais de energia renovável. O mer- Cleanwatts
cado holandês oferece um potencial significativo Tel.: +351 239 791 400
para a Voltalia na produção de energia e na pres- [email protected]
tação de serviços em toda a cadeia de valor das www.cleanw atts.energy
energias renováveis. Atualmente, o grupo tem
escritórios em Amesterdão e Groningen, empre-
gando um total de cerca de 10 funcionários per-
manentes e ainda funcionários temporários ou
destacados quando prestam serviços a clientes
Esta é a solução de termografia que lhe vai que constroem centrais solares.
permitir obter imagens focadas em poucos "Esta é a primeira vez que vamos produzir ener-
segundos. A focagem automática LaserSharp™ gia nos Países Baixos, reforçando a nossa posi-
da Câmara Fluke Ti401 PRO incorpora um ção como prestador de serviços no mercado
medidor de distâncias por laser que calcula e neerlandês das energias renováveis, em rápido

20
notícias

A Cleanwatts e Otovo estabeleceram uma par- software da Cleanwatts e outras soluções, acele- Próxima geração de conversores
ceria para desenvolver Comunidades de Ener- rando a transição energética”. de fibra ótica para Ethernet
gia Renovável (CER) com clientes residenciais, “A Cleanwatts tem vindo a procurar estabelecer Phoenix Contact, S.A.
potenciando a redução de custos, a transição parcerias que nos ajudem a cumprir a nossa mis- Tel.: +351 219 112 760
energética e o combate à pobreza energética. são e a garantir que ninguém fica de fora da tran- [email protected]
A parceria foi pensada especificamente para res- sição energética. Tenho a certeza de que, com a www.phoenixcontact.pt
ponder às necessidades dos clientes domésti- Otovo, uma empresa de referência internacional,
cos que querem consumir energia de uma fonte vamos estabelecer uma parceria sólida B2B2C,
renovável, não havendo, ainda, uma Comuni- explorar novas oportunidades de negócio, referen-
dade de Energia na sua zona, assim como clien- ciando clientes mutuamente e crescer, em con-
tes que já têm uma Comunidade de Energia na junto, noutras geografias”, frisa o responsável,
sua zona de residência e pretendem agregar-se acrescentando que “sendo a Cleanwatts e a
como prosumers (produtores e consumidores). Otovo empresas complementares, em termos de
Através desta parceria, os clientes passam a con- modelo de negócio e expertise, trabalhando jun-
tar com o apoio da Otovo para instalarem o tos tornamo-nos mais fortes”.
seu sistema de painéis fotovoltaicos e vende- As Comunidades de Energia Renovável (CER)
rem o excedente de energia produzida à Comu- são uma resposta à transição energética e têm A Phoenix Contact está a lançar 3 séries de
nidade de Energia da Cleanwatts. Vasco Lobo, como principal objetivo a produção de energia conversores de fibra ótica adaptadas a ambien-
Chief Commercial Officer (CCO) da Cleanwatts, local, limpa e descarbonizada, através da insta- tes indus triais. Desenvolvidos par a uma
mostra-se muito satisfeito com a nova parceria lação de centrais de produção de energia foto- máxima performance, durabilidade e flexibili-
que ajudará a Cleanwatts “não apenas a conti- voltaica. Os membros da Comunidade - que dade, estes conversores cumprem requisitos
nuar a crescer exponencialmente, solidificando pode integrar membros como entidades locais, de ambientes industriais, desde casos para
também a sua presença no mercado nacional, empresas, juntas de freguesia, IPSS, municípios, soluções económicas até exigências de tem-
mas também a expandir as comunidades já exis- coletividades e cidadãos, incluindo famílias eco- peratura alta e EMC.
tentes com clientes Otovo (que se tornarão pro- nomicamente vulneráveis - usufruem de ener- Para casos com restrições orçamentais, a série
sumers em CERs da Cleanwatts) e a polinizar o gia mais barata. MC 1000 contém conversores f iáveis que
PUB.

21
notícias

oferecem funcionalidades de conetividade. lâmpada Little Sun Original na sua escola. garantindo maior durabilidade e gerando mais-
Caso exista a exigência de suportar tempera- Como par te integrante desta formação, as -valias tecnológicas, comerciais e ambientais.
turas extremas, a série MC 1000T oferece crianças também tiveram a opor tunidade de As estradas e as redes municipais de Portugal
uma solução resiliente para indústrias em assistir ao desenho animado Ubongo produ- podem ser fonte de matéria-prima e, simulta-
ambientes agressivos. A série MC 1000E zido localmente intitulado “Power it Clean” neamente, destino final dos produtos de pavi-
garante uma comunicação estável em ambien- numa televisão alimentada por energia solar mentação a serem desenvolvidos.
tes suscetíveis a ruídos eletromagnéticos e dentro da sala de aula. Estas sessões foram O CoolAsphalt, que possui, até, um guia com
atmosferas potencialmente explosivas. um sucesso retumbante e os alunos demons- boas práticas, é uma iniciativa conjunta da
traram uma par ticipação ativa. Os alunos Construções JJR & Filhos, S.A. (empresa pro-
foram incentivados a compar tilhar o conhe- dutora de materiais e construtora) e de 3
cimento que adquiriram com seus pais e entidades do sistema científico e tecnológico
Grupo Prysmian entrega 250 candeeiros foram motivados a defender as energias reno- - IPC-ISEC (Instituto Superior de Engenharia
solares a escolas primárias na Tanzânia váveis e a preservação ambiental. do Politécnico de Coimbra), IST (Instituto
Prysmian Group Superior Técnico da Universidade de Lisboa)
Tel.: + 351 219 678 500 e CTCV (Centro Tecnológico da Cerâmica e
[email protected] do Vidro). O Politécnico de Coimbra estabe-
www.prysmiangroup.pt Investigadores do IPC participam em lece as formulações para se chegar ao mate-
projeto sustentável para pavimento de rial final e preparar o licenciamento industrial,
estradas bem como obter propriedades de resistên-
IPC cia e durabilidade dos materiais em laborató-
Tel.: +351 239 791 250 · [email protected] · www.ipc.pt rio – este último com o Técnico de Lisboa. Já
o CTCV foi fundamental na avaliação do ciclo
de vida e na caraterização das emissões (gaso-
sas e lixiviados), e a empresa JJR na passagem
da realização do laboratório para a escala
real, ainda que em trechos de estradas expe-
rimentais.
O Grupo Prysmian, juntamente com a ONG
Little Sun, entregou 250 lâmpadas solares a
alunos do ensino primário na região de Arusha,
no norte da Tanzânia. Esta doação permitiu E o vencedor é... O Programa
iluminar 250 alunos, sem acesso à rede elé- O CoolAshpalt é o nome do projeto de inves- de Certificação de Instaladores
trica e que vivem com cerca de 12 horas diá- tigação e inovação, apoiado e gerido pelo Ins- da SolarEdge
rias de escuridão, podendo prolongar as suas tituto de Investigação Aplicada (i2A) por parte SolarEdge Technologies Ltd
horas de estudo, reforçar o seu desempenho do Politécnico de Coimbra (IPC), que chegou Tel. +351 210 270 008
académico e atingir o seu máximo potencial, agora ao fim e que se encontra com as condi- www.solaredge.com
abrindo uma janela de oportunidade para eles ções necessárias para avançar para licencia-
e para as suas famílias. mento industrial. O conceito deste projeto
A escola que receberá as 250 lâmpadas sola- baseia-se na reciclagem em grandes percenta-
res foi selecionada devido à sua localização, gens de material betuminoso (recuperado de
na região de Arusha, uma zona onde as crian- pavimentos) e de óleo alimentar usado (de fri-
ças vivem em comunidades sem acesso à tura) como rejuvenescedor. Tem como obje-
rede elétr ica e, por isso com tempo de tivo o uso mais sustentável de recursos não
estudo limitado devido às quase 12 horas renováveis, a redução da pegada ambiental, a
diárias de escuridão. As famílias que podem redução de custos de conservação das infraes-
pagar recorrem a tochas, velas ou lampari- truturas e ainda a melhoria da qualidade de
nas de querosene movidas a bateria mas vida dos cidadãos.
aqueles que não podem arcar com as des- Comparando com as matérias-primas conven- A SolarEdge mostra-se muito orgulhosa ao
pesas queimam sandálias de borracha para cionais para camadas betuminosas de pavimen- anunciar que ganhou o prestigioso Brandon
criar luz ou passam noites no escuro, ficando tos, estas soluções provocam um menor Hall Group Excellence Award pelo seu Pro-
expos tas a vapores nocivos e tóxicos, e impacte ambiental no ciclo de vida dos mate- grama de Cer tificação de Instaladores, que
desenvolvendo problemas como irritação riais nas categorias de impacte ambiental estu- inclui os cursos de formação de Fundamen-
nos olhos, tosse persistente e até doenças dadas, visto que se recorra à reutilização de tos e Especialistas realizados por mais de
respiratórias graves. materiais de pavimentos degradados, juntan- 60 000 instaladores SolarEdge cer tificados
A distribuição das lâmpadas solares reuniu do-se um rejuvenescedor (neste caso, óleo ali- em todo o mundo.
educadores e alunos do ensino secundário m e n t a r u s a d o) p a r a t r a n s f o r m a r a O prémio é o padrão ouro para programas de
para uma formação centrada nas energias matéria-prima e lhe fornecer propriedades Aprendizagem e Desenvolvimento internacio-
renováveis e nas alterações climáticas, atra- equivalentes às obtidas por matérias-primas nalmente. Este reconhecimento leva-nos a tra-
vés da utilização de um livro infantil ilustrado convencionais. Esta técnica dá origem a um balhar ainda mais para produzir recursos de
elaborado pela Little Sun. A história, apre- outro material de pavimentação para infraes- formação de classe mundial projetados para
sentada em Kiswahili, acompanha a jornada truturas de transporte (rodoviárias e ferroviá- tornar sua experiência de instalação o mais
de uma menina Maasai que recebe uma rias) mais económico e mais ecoef iciente, fluida possível.

22
PUB.
notícias

Cientistas da UC criam produto à base arbustos, mas no futuro a equipa pretende instalações de bombagem e baterias. Para isso
de resíduos florestais e fungos para a testar a utilização de outros produtos com a seria necessário ins talar anualmente um
construção biomassa, como por exemplo plástico reuti- mínimo de 2,2 GW de capacidade de arma-
Universidade de Coimbra lizado, cor tiça e borracha, que podem tornar zenamento de baterias. A tecnologia das bate-
Faculdade de Ciências e Tecnologia ainda mais eficazes as propriedades acústicas r ias desempenhar á um papel cr ucial na
Tel.: +351 239 700 600 · Fax: +351 239 700 688 e térmicas deste material. O projeto Value- concretização destes planos. A nível mundial,
[email protected] · www.uc.pt/fctuc 2Prevent é promovido pelo SerQ – Centro o armazenamento em baterias está a tornar-
de Inovação e Competências da Floresta, -se uma ferramenta fundamental para os uti-
tendo como parceiros a Universidade de lizadores de autoconsumo gerirem a sua
Coimbra (UC), o Instituto Superior de Agro- energia. As baterias permitem acumular ener-
nomia (ISA), o Centro Ciência Viva da Flo- gia solar durante o dia e utilizá-la em momen-
r es t a d e Pr oe nç a-a- N ov a (CC V F ) e a tos críticos. O aumento da competitividade
Proentia – Essential Oils. dos preços e a produção em massa destes
sistemas estão a aproximar o armazenamento
de energia da maioria dos cidadãos. “As bate-
rias fornecidas pela IBC SOLAR estão a desem-
IBC SOLAR resolve desafios das penhar um papel crucial, na resposta a desafios
Uma equipa de cientistas da Faculdade de energias renováveis em Espanha com como o corte nas centrais de geração fotovol-
Ciências e Tecnologia da Universidade de armazenamento de energia taica, e proporcionando aos cidadãos uma maior
Coimbra (FCTUC) desenvolveu um produto IBC SOLAR independência energética nas centrais de auto-
à base de resíduos florestais e fungos que pode Tel.: +34 961 366 528 · Fax: +34 961 366 529 consumo” afirma Alber to Moreta, Country
ser usado na área da construção, nomeada- www.ibc-solar.es Manager Iberia & Latam da IBC SOLAR.
mente em paredes interiores de edifícios. O
objetivo deste produto, desenvolvido no
âmbito do projeto Value2Prevent, é valorizar
a biomassa florestal, agregar valor às florestas Ingeteam Service imparável no
e, consequentemente, possibilitar o aumento mercado de O&M solar em Espanha
do rendimento dos produtos. Ingeteam
“Normalmente, os produtores florestais não têm Tel.: +34 948 288 000
grandes incentivos à limpeza dos terrenos, por- [email protected] · www.ingeteam.com
que essa biomassa não tem grande valor porque
tem que ser transportada para locais específicos
e o transporte e a recolha são muito caros. Por- Espanha consolidou a sua posição como um
tanto, tem de haver um retorno elevando para dos principais mercados de tecnologias de
que tal seja compensatório para os produtores”, energias renováveis, com uma conquista de
esclarece João Martins, investigador do Cen- mais de 20 GW de capacidade fotovoltaica e
tro de Ecologia Funcional (CFE) do Departa- 30 GW de capacidade eólica em 2022. Além
mento de Ciências da Vida (DCV) da FCTUC. disso, tem-se destacado na Europa pela sua
Nesse sentido “desenvolvemos um produto que grande utilização de energia solar no auto-
pode ser utilizado na construção, nomeadamente consumo, com uma instalação de 2,5 GW só
em paredes interiores, que tem um valor acres- em 2022, superando o total de instalações A Ingeteam Service assinou um novo con-
centado muito interessante. A ideia é usarmos os em países como França ou Itália. Mas, apesar trato com a Statkraft para a prestação de ser-
tais resíduos de biomassa florestal, inocularmos disto, Espanha enfrenta desafios em termos viços de operação e manutenção na instalação
com um fungo que tem a capacidade de degra- de acumulação de energia para grandes pro- Talayuela II, localizada na província de Cáce-
dar parcialmente a biomassa e criar uma espé- jetos. Enquanto países como a Alemanha, a res, na Estremadura. Esta nova instalação
cie de cimento, agregando todas as partículas e Itália e o Reino Unido lideram em termos de fotovoltaica, que aumenta em 55 MWp o por-
formando um bloco. Posteriormente, este produto instalações e com quadros jurídicos específi- tefólio operado pela Ingeteam Service, soma-
é seco, para inativar o fungo, e pode ser utilizado cos, a Espanha está atrasada, com apenas -se às já mantidas por este cliente: Talayuela
no interior de duas placas de madeira substi- 350 MW instalados. Solar, com 300 MW de potência instalada e
tuindo, assim, os materiais sintéticos usados atual- As restrições técnicas à produção de ener- também localizada em Cáceres, e o complexo
mente”. A l é m d e s e r u ma a l te r na t i v a gias renováveis derivado da falta de capaci- Cabrera Solar com 4 centrais que somam um
sustentável, este produto tem outras vanta- dade da rede tornou-se um obstáculo nos total de 200 MW de potência localizadas na
gens: “as propriedades térmicas e acústicas, o investimentos no setor em Espanha. Perante província de Sevilha.
facto de ser uma opção mais equilibrada, pois é isto, a acumulação de energia era a grande A assinatura deste novo contrato implicará
tão sustentável como a madeira, mas tão efi- solução. As baterias estacionárias (BESS) sur- também a contratação de profissionais espe-
ciente como o revestimento sintético, e ainda o gem como a solução mais viável e rápida para cíficos para tarefas de manutenção da insta-
baixo custo do produto. A biomassa é relativa- reduzir este problema. lação. No último ano, o aumento do quadro
mente barata e conseguimos produzir estes blo- O último plano do governo, o Plano Nacio- de técnicos de Operação & Manutenção
cos com facilidade”, conclui. nal Integrado de Energia e Clima (PNIEC), (O&M) no setor solar registou um aumento
Os testes têm vindo a ser feitos à base de visa instalar 22 GW de capacidade de arma- de 30%, valor que evidencia o crescimento
ár vores como eucalipto, pinheiro br avo, zenamento até 2030, mas apenas cerca de que a empresa tem vindo a registar nos últi-
medr onheir o, e ainda uma mis tur a de 7 GW estão atualmente disponíveis, incluindo mos anos.

24
notícias

Um novo marco que posiciona a Ingeteam e DIN EN 620611, também podem ser usados económicos e ainda outros que promovam a
Service como referência em serviços de O&M na arquitetura de um sistema segurança, com descarbonização de forma sustentável. A esco-
em Espanha, onde continua a crescer a pas- base apenas na sua fiabilidade. Para apoiar esta lha dos trabalhos terá em conta o potencial e
sos largos, atingindo já 6 GW de energia solar abordagem, o fabricante BERNSTEIN dispo- relevância do tema, a robustez técnica e cien-
instalada; mais de metade da energia fotovol- nibiliza um white paper, com os valores neces- tífica, mas também a qualidade do documento,
taica total que administra em todo o mundo, sários MTTF para os sensores indutivos padrão. a apresentação submetida e a apresentação
onde alcança os 13 GW. Para mais informações consulte a equipa oral a que serão submetidos os candidatos já
comercial da Alpha Engenharia ou visite o web- numa fase final. O prémio para a melhor tese
site em www.alphaengenharia.pt/PR76. de doutoramento tem o valor de 2000€. O
autor da segunda melhor tese recebe 1000€.
Bernstein: os sensores indutivos A tese de mestrado vencedora tem associado
standard podem ser aplicados em um prémio de 1500€ e a segunda melhor dis-
sistemas de segurança? Prémio APREN: prémio académico sertação dará acesso a um valor de 750€. As
Alpha Engenharia na área das renováveis regressa com inscrições já estão aber tas no website da
Tel.: +351 220 136 963 · Tlm.: +351 933 694 486 novidades APREN, local onde está também disponível o
[email protected] · www.alphaengenharia.pt APREN – Associação Portuguesa de Energias regulamento do Prémio.
/AlphaEngenhariaPortugal/ Renováveis
Tel.: +351 213 151 621 · Fax: +351 213 151 622
[email protected] · www.apren.pt
Estudantes portugueses premiados no
xplore 2023 Technology Award for a
sustainable world da Phoenix Contact
Phoenix Contact, S.A.
Tel.: +351 219 112 760
[email protected]
www.phoenixcontact.pt

Os produtos utilizados no campo da tecnolo-


gia de segurança têm de cumprir com as espe-
cificações definidas por diferentes diretivas e O Prémio APREN, iniciativa da APREN – Asso-
normas para mitigar potenciais perigos. Mas ciação Portuguesa de Energias Renováveis, está
terão que ser, sempre, estes equipamentos, de regresso para premiar as melhores teses
produtos especiais de segurança? de mestrado e doutoramento na área das
Os componentes aplicados em sistemas de Energias Renováveis. Fundado em 2015, o
segurança deverão funcionar de forma fiável. galardão regressa com um júri renovado e mais
Por exemplo, a falha de um sensor, que deve- abrangente, e com um evento de entrega de
ria monitorizar uma posição, pode acarretar prémios dedicado. A educação é par te fundamental para abrir
ferimentos graves ou, no pior dos casos, a Assim, o júri passa a ser presidido por Maria caminho para uma All Electric Society, a visão
morte. Portanto, em aplicações de segurança da Graça Carvalho. A Eurodeputada e Profes- da Phoenix Contact para uma sociedade mais
e tendo em conta o nível de segurança, os sora Catedrática do Instituto Superior Técnico sustentável, quer do ponto de vista das ener-
equipamentos ou a função de segurança têm estará acompanhada por mais 6 professores gias renováveis como do ponto de vista eco-
de ter medidas para a deteção e a prevenção universitários de vários ramos da Energia e das nómico. Na edição de 2023 do concurso
de erros, bem como taxas máximas de erro. Renováveis: Jorge Maia Alves (FCUL – Facul- internacional xplore Technology Award, a
Por isso que os equipamentos de segurança dade de Ciências da Universidade de Lisboa), Phoenix Contact desafiou alunos e professo-
são mais caros do que os equipamentos stan- Edgar Fernandes e Pedro Carvalho (IST – Ins- res a apresentarem ideias que visam melhorar
dard porque estas especif icações já estão tituto Superior Técnico); Patrícia Fortes e Sofia a vida quotidiana e que contribuam para um
implementadas. G. Simões (FCT – Faculdade de Ciências e Tec- mundo mais sustentável, através da tecnolo-
Na automação de máquinas e de processos, nologia da Universidade Nova de Lisboa), e gia e da inovação. Mais de 100 equipas oriun-
as normas EN ISO 13849 ou EN IEC 62061 Bernardo Silva (FEUP – Faculdade de Enge- das de 30 países aceitaram o desafio! Todas
aplicam-se muitas vezes em sistemas de segu- nharia da Universidade do Porto). O Júri ana- par tilham a mesma paixão por tecnologia e
rança. Além das medidas qualitativas e das lisará as teses e dará o seu veredicto numa inovação.
medidas de prevenção de falhas, em ambas as cerimónia própria no próximo dia 2 de feve- Para o desenvolvimento do projeto, as equi-
normas, existem grandezas quantitativas das reiro de 2024. pas selecionadas receberam um vale de três
funções de segurança. Para obter esta gran- À semelhança de edições anteriores, o tema mil euros em produtos da Phoenix Contact.
deza é necessário saber as taxas de falha, os das dissertações académicas, que podem estar Dos 130 projetos submetidos, apenas 25
chamados MTTF (Mean Time To Failure) ou escritas em português ou inglês, deverá estar foram selecionados para estarem presentes
MTTFd (Mean Time To Failure Dangerous), de relacionado com a eletrificação direta e indi- na final do concurso. Por tugal candidatou-se
cada subsistema. A segurança pode ser alcan- reta com base em recursos de origem reno- com um projeto ‘Energy Measurement, Analy-
çada de diferentes maneiras segundo as nor- vável, nomeadamente nas áreas da sua sis and Management’, da autoria dos estudan-
mas. Dependendo do nível de segurança produção, distribuição, gestão e regulação, tes André Branco, Diogo Carreira, João Vaz
exigido, os componentes de automação stan- mercado e consumo, abrangendo os aspetos e Paulo Henriques, da licenciatura em Enge-
dard, de acordo com os padrões EN ISO 13849 c i e n t í f i co s , t e c n o l ó g i co s , f i n a n ce i r o s , nharia Eletrotécnica e de Computadores, da

25
notícias

Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Esta iniciativa, uma novidade no setor, vem jun- fábrica. A camada de inteligência operacional
Instituto Politécnico de Leiria. tar-se a outras iniciativas como a etiqueta é desenvolvida sobre o Aveva PI System, e é
O projeto concorreu na categoria de Smart ECO-CABLE ou a emissão de Declarações o alicerce sobre o qual estão a ser desenvol-
Energy e teve como objetivo o desenvolvi- Ambientais de Produto -DAPs-. vidas soluções avançadas de análise de dados
mento de um sistema de medição, armazena- para dar resposta aos diferentes modelos de
mento e análise de dados de consumos negócio exigidos por este setor. O conjunto
energéticos em edifícios, utilizando equipa- de soluções da Schneider Electric para a
mentos de última geração e técnicas de apren- Schneider Electric impulsiona eficiência fábrica de Puer tollano permitiu o desenvol-
dizagem automática (machine learning) para o energética em fábrica de hidrogénio vimento do padrão da Iberdrola para as futu-
processamento dos dados. A equipa por tu- verde da Iberdrola ras fábricas de hidrogénio verde.
guesa foi uma das 25 selecionadas pelo júri Schneider Electric Portugal
para estarem na final do concurso, que se rea- Tel.: +351 217 507 100 · Fax: +351 217 507 101
lizou no dia 18 de outubro na sede da Phoe- [email protected]
nix Contact, Alemanha. Os estudantes tiveram www.se.com/pt Mudança na IBC SOLAR: Dirk Haft
a opor tunidade de apresentar ao júri os seus é o novo CEO
projetos. A equipa portuguesa conseguiu com- IBC SOLAR
pletar com sucesso todas as etapas do con- Tel.: +34 961 366 528 · Fax: +34 961 366 529
cur so, conquis t ando o 2.º lugar na sua www.ibc-solar.es
categoria. Para além do vale, os estudantes
receberam ainda dois mil euros como prémio
de classificação. A par do concurso xplore
Technology Award, a Phoenix Contact pro-
move também o programa educativo Edunet
que visa apoiar o ensino superior através de
uma rede internacional, onde as escolas A Schneider Electric anunciou a sua colabora-
podem integrar os conhecimentos dos fabri- ção com a Iberdrola para impulsionar o con-
cantes e utilizadores da tecnologia de auto- trolo de processos e de energia das suas
mação. Os estudos nos laboratórios EduNet, fábricas de hidrogénio verde, começando pela
concebidos em colaboração com a marca, faci- fábrica de Puertollano (Espanha). A IBC SOL AR anunciou uma impor tante
litam a entrada dos estudantes no mundo do A central de Puertollano é a maior central de mudança na liderança da empresa. No final de
trabalho. hidrogénio verde para utilização industrial da 2023, o fundador e CEO Udo Möhrstedt irá
Europa, bem como a primeira de uma rede para o Conselho Fiscal e Dirk Haft assumirá o
de centrais estratégicas para promover o cargo de Presidente do Conselho de Adminis-
hidrogénio em Espanha. O seu hidrogénio tração a partir do dia 1 de janeiro de 2024.
Rastreabilidade total das emissões verde contribui para a descarbonização do Haft é Co-CEO da IBC SOLAR desde outu-
de CO2 dos seus produtos na setor primário e das atividades industriais de bro de 2022 e esteve anteriormente no Con-
documentação e relatórios comerciais difícil eletrificação. Dispõe de um dos maio- selho de Supervisão.
Prysmian Group res sistemas de produção de hidrogénio verde Com esta mudança de rumo, a IBC SOLAR
Tel.: + 351 219 678 500 por eletrólise do mundo (20 MW), utilizando reafirma o seu crescimento futuro e o seu papel
[email protected] eletricidade 100% renovável. A eletricidade como uma das empresas de referência na
www.prysmiangroup.pt é obtida a par tir de uma central solar foto- indústria solar. Udo Möhrstedt é um dos gran-
voltaica dedicada de 100 MW e um sistema des pioneiros mundiais da indústria fotovol-
de baterias de iões de lítio com uma capaci- taica, tendo fundado a IBC SOLAR em 1982,
dade de armazenamento de 20 MWh, asse- numa época em que as vantagens da energia
gurando uma cadeia de valor de emissões solar eram praticamente desconhecidas e a sua
zero no processo de produção. utilização em larga escala era considerada
Numa infraestrutura tão estratégica, é espe- impossível. A sua visão para o futuro ao acre-
cialmente impor tante conseguir as máximas ditar na energia fotovoltaica como tecnologia
otimização e eficiência energética. Por isso a líder para a geração de energia sustentável não
Iberdrola confiou nas soluções da Schneider era conhecida naquela época. Com grande
Electric – entre elas, destaca-se o EcoStru- capacidade empreendedora, fundou e dirigiu
O Grupo Pr ysmian, comprometido com a xure Process Exper t for Aveva System Plat- uma empresa dedicada a disponibilizar energia
sus tent abilidade e a r a s tr eabilidade do form, de última geração, que permite gerir fotovoltaica ao maior número possível de pes-
impacto de seus produtos no meio ambiente, numa mesma plataforma o sistema de con- soas em todo o mundo. A empresa continua
implementou em todos os seus documentos trolo de processos e o sistema elétrico, com esse foco e mantém até hoje os seus valo-
comerciais (faturas, guias de remessa, confir- cobrindo todo o ciclo de vida. O EcoStruxure res que se tornaram parte do seu DNA. O
mações de encomendas), bem como no rela- Process Expert é ciberseguro desde a conce- Conselho de Supervisão conseguiu recrutar
tório mensal para seus clientes, o total de Tn ção, estando em conformidade com a norma Dirk Haft como novo Presidente do Conselho
de CO2 emitido pelos cabos incluídos nesses IEC 62443, e fornece soluções ao nível da de Administração. Anteriormente foi membro
documentos ou comprados durante esse redundância Hot Standby e Safety SIL3, ao do Conselho de Supervisão e, antes da sua
período, de forma a aumentar a consciencia- nível de hardware e software, e ainda nas múl- nomeação para a equipa executiva do IBC
lização do mercado a esse respeito. tiplas integr ações com as aplicações da SOLAR, adquiriu uma ampla experiência em

26
notícias

vários cargos executivos na indústria dos semi- fizeram parte desta jornada. Acreditam que Em Portugal desde 2015, a Voltalia tem con-
condutores e engenharia mecânica. este aniversário não é apenas uma lembrança tribuído para o crescimento da energia verde
Udo Möhrstedt afirma: "Estou orgulhoso de que, do passado da Recticur, mas um trampolim e a redução da pegada ecológica no país, em
com Dirk Haft possamos contar com uma per- para um futuro ainda mais brilhante. todos os projetos para terceiros que desen-
sonalidade muito competente e experiente para volve, como é o caso da construção para um
a administração da IBC SOLAR. E isso também terceiro da Central Solar do Cotovio, com 49
abre novas perspetivas. E eu tenho o prazer de MW e 104 mil painéis solares instalados, ou
continuar a apoiar a empresa a título consultivo Voltalia assinala 18 anos de atividade do seu primeiro projeto de energia solar flu-
como membro do Conselho Fiscal." Por outro promovendo o desenvolvimento local tuante em Portugal, que será bastante inova-
lado, Dirk Haft dita que: "A IBC SOLAR é uma Voltalia dor e mais um importante passo no caminho
das empresas solares internacionais de maior Tel.: +351 220 191 000 da sustentabilidade e transição energética. Tem
sucesso atualmente. Udo Möhrstedt liderou a [email protected] · www.voltalia.com ainda 5 projetos, inseridos no seu novo clus-
empresa com um espírito incrivelmente pioneiro ter português de pequenas centrais solares -
durante décadas, que quero continuar a transmi- o Complexo Garrido - cuja capacidade de
tir na empresa. O meu objetivo é gerir a empresa produção totaliza os 50,6 MW, sendo que no
nos próximos tempos de forma estável e ágil. país estes e outros projetos contribuem para
Gostaria de agradecer a Udo Möhrstedt e a toda um volume de negócios, no final de 2022, pró-
a equipa da IBC SOLAR pela confiança que depo- ximo dos 190 M€. No Complexo Garrido a
sitaram em mim." eletricidade é vendida através de contratos de
venda de longo prazo (PPA corporativos) com
empresas que darão uso a esta energia. Desta
forma, tornarão o seu consumo energético
Recticur: 31 Anos de inovação A Voltalia assinala 18 anos de atividade com ainda mais verde, evitando a emissão de mais
e compromisso! múltiplas atividades de energia solar, eólica, de 46 685 toneladas de CO2 , a cada ano.
Recticur S.L. hídrica, biomassa e armazenamento, estando
T +34 916 770 065 comprometida com as comunidades para
[email protected] melhorar o ambiente global. Nestes 18 anos,
www.recticur.es a Voltalia conta já com um total de mais de M&M Engenharia Industrial no TOP 5%
1700 colaboradores, estando presentes em melhores PME de Portugal, pelo 2º ano
20 países de 3 continentes, o que lhe per- consecutivo
mite uma atuação a nível mundial. Atual- M&M Engenharia Industrial, Lda.
mente a Voltalia tem uma capacidade de Tel.: +351 229 351 336
produção em funcionamento e em constru- [email protected] · www.eplan.pt
ção de mais de 2,7 GW e uma car teira de
projetos em desenvolvimento que represen-
tam uma capacidade total de 16,1 GW, dis-
pondo de 5 tecnologias que oferecem uma
No dia 22 de dezembro de 2023, a Recticur maior previsibilidade de recursos graças à
comemora com orgulho o seu 31.º aniversá- diversidade de fontes de energia. Desde a
rio, tendo sido fundada em 1992. Desde a sua sua criação tem vindo a desenvolver, cons-
origem humilde, a Recticur destaca-se pela truir e operar centrais de energias renová-
sua dedicação à qualidade e à satisfação do veis, para si e para terceiros, tanto em países
cliente, e por isso traçaram uma jornada mais desenvolvidos como nos países emer-
impressionante, evoluindo com as mudanças gentes. É, por tanto, através das suas ativi- Como resultado do sucesso da estratégia
na dinâmica do mercado e comprometeram- dades operacionais que a Voltalia contribui empresarial e rigor na sua atividade, a M&M
-se a liderar na vanguarda da inovação. diariamente para o combate às alterações Engenharia Industrial congratula-se de obter
Há mais de três décadas que a Recticur deixa climáticas e para o desenvolvimento socioe- pelo 2.º ano consecutivo o Certificado SCO-
uma marca constante ao oferecer soluções conómico local. RING TOP 5%, posicionando-se uma vez mais
energéticas à medida dos seus clientes, desta- Para João Amaral, Country Manager da Volta- no restrito grupo das melhores empresas
cando-se por ser uma empresa pioneira e que lia em Portugal, “Estes 18 anos foram de cres- nacionais em termos de desempenho e soli-
aposta nos melhores padrões de qualidade. O cimento e de af irmação de uma necessidade dez financeira. “O segredo está no trabalho de
sucesso da Recticur não é medido apenas nas premente, a de transformarmos o mundo tornan- uma grande equipa e nos clientes que em nós
suas relações comerciais, mas também nas for- do-o mais verde. Desta forma, queremos que a confiam”, garante Susana Fraga, responsável
tes relações que constroem com os seus clien- Voltalia seja o motor dessa transformação, con- de Marketing da empresa.
tes e colaboradores. tinuando com a sua expansão e mantendo-se fiel Ser uma empresa Top 5% em Por tugal é o
Ao celebrarem as suas conquistas passadas, a um dos seus valores fundamentais: a integri- reconhecimento pela capacidade de inovar,
também olham para o futuro com entusiasmo. dade. Somos um importante ativo no setor das crescer e contribuir significativamente para a
A visão que os impulsionou em 1992 continua energias renováveis, com a convicção de que a economia nacional. A SCORING certifica que
a ser a força motriz da Recticur na busca pela qualidade é um fator chave para os nossos clien- a M&M Engenharia cumpriu os requisitos de
excelência e adaptação a um mundo em cons- tes, fornecedores, acionistas, colaboradores, acesso à certificação e obteve, de acordo com
tante mudança. A Recticur agradece à sua outras partes interessadas e, consequentemente, o método ScorePME e no exercício fiscal de
talentosa equipa e a todos aqueles que o sucesso da empresa.” 2022, um Índice de Desempenho e Solidez

27
notícias

Financeira superior a 80%, evidenciando ainda Cleanwatts, porque nos permite potenciar o tra- europeia, com 3 turbinas e capacidade para pro-
consistência nas vertentes económica e finan- balho que temos vindo a desenvolver com empre- duzir 25,4 MW - o suficiente para gerar energia
ceira, o que só é acessível a menos de 5% das sas e indústria, no âmbito do programa Business para 25 mil famílias por ano. A equipa testou
empresas nacionais. Em conformidade, obteve Park A++, um subprograma do projeto Comuni- o uso de robots para operações de inspeção e
Notação SCORING "EXCELENTE" (NS 5), o dades A++, criado pela Cleanwatts para desen- monitorização. Em concreto, foi demonstrado
que lhe confere em termos de sustentabili- volver Comunidades de Energia Renovável, em com sucesso a utilização de veículos autóno-
dade económico-financeira, a distinção “TOP diferentes contextos: urbano, rural, residencial, mos para inspeções visuais e termográficas e
5% / 2023” acima referida. industrial, entre outros”. avaliações da estrutura com mapas multi-domí-
nio. RAVEN e NAUTILUS são 2 exemplos das
soluções de robótica autónomas disponíveis no
Atlantis Test Centre, que podem ser utilizadas
Cleanwatts e AIDA CCI assinam Portugueses testam robots autónomos para tarefas de inspeção aérea e subaquática
protocolo para Comunidades para inspeção de parques eólicos de diversos componentes cruciais, nomeada-
de Energia com indústria de Aveiro marítimos flutuantes mente, os cabos de amarração, as fundações, a
Cleanwatts INESC TEC estrutura flutuante e a turbina. O RAVEN, um
Tel.: +351 239 791 400 Tel.: +351 222 094 000 · Fax: +351 222 094 050 drone capaz de fazer, por exemplo, represen-
[email protected]· [email protected] · www.inesctec.pt tações visuais, térmicas e tridimensionais de
www.cleanw atts.energy toda a turbina, e o NAUTILUS, uma embarca-
ção autónoma que está equipada para a inspe-
ção e monitorização multi-domínio. Ambos os
robots estão preparados para atuar, com uma
elevada autonomia, no Oceano Atlântico, tor-
nando assim a manutenção das infraestruturas
mais segura e eficiente.

O primeiro parque eólico flutuante a ser insta- Nova conduta de ar para sistemas
A Cleanwat ts e AIDA CCI - Câmara do lado na costa europeia foi palco de uma demons- de climatização de armários
Comércio e Indústria do Distrito de Aveiro tração inédita: dois veículos autónomos foram Rittal Portugal, Lda.
assinaram um protocolo para desenvolver usados, ao mesmo tempo, para operações de Tel.: +351 256 780 210 · Fax: +351 256 780 219
Comunidades de Energia Renovável (CER) com inspeção e manutenção de um parque eólico [email protected] · www.rittal.pt
o tecido industrial do distrito de Aveiro, poten- offshore com fundações flutuantes. Esta impor-
ciando a redução de custos, a transição ener- tante conquista – foi a primeira demonstra-
gética e o combate à pobreza energética no ção do género a acontecer num parque eólico
distrito. Cientes de que a eficiência energética offshore do Atlântico com fundações flutuantes
e a integração de renováveis são “importantes - realizada no WindFloat Atlantic, localizado
estratégias para otimizar os recursos energéticos ao largo da costa de Viana do Castelo, poderá
disponíveis e aumentar a independência energé- mudar o futuro das operações de manutenção
tica das empresas e que, na sua combinação, na indústria das energias renováveis, ao permitir
impactam fortemente a descarbonização e dimi- intervenções mais seguras e rápidas. A tecnolo-
nuição de custos energéticos impulsionando a gia visa ainda reduzir os custos das operações.
transformação competitiva e sustentável das O projeto ATLANTIS, liderado pelo INESC Se ocorrerem pontos quentes num armário
empresas”, a AIDA CCI entende que a cele- TEC, com a participação da EDP NEW e apoio devido a ventilação ou arrefecimento insufi-
bração do protocolo com a Cleanwatts é “bas- de outros parceiros tecnológicos, concluiu com cientes, os componentes eletrónicos podem
tante pertinente pois permitirá desenvolver e sucesso os primeiros testes com robots autóno- sobreaquecer e, na pior das hipóteses, falhar.
potenciar o acesso a energia limpa e a redução mos numa plataforma eólica offshore flutuante. A Rittal criou uma solução com o módulo aces-
de custos energéticos para as empresas e indús- Foi criada uma plataforma de testes (Atlan- sório "air diverter", uma solução nova e sofisti-
trias do distrito”. tis Test Centre), em Viana do Castelo, para a cada para roteamento de ar direcionado que
Com a celebração do protocolo, a Cleanwatts demonstração de tecnologias e soluções robó- pode ser adaptada em pouco tempo e sem
e a AIDA CCI passam a ter uma parceria exclu- ticas autónomas – subaquáticas, de superfície usar ferramentas às unidades de climatização
siva no Distrito de Aveiro, na criação e desen- e aéreas – essenciais na inspeção e manuten- Blue e+ existentes.
volvimento de Comunidades de Energia ção de parques eólicos offshore. Recentemente Ar frio em todos os cantos do armário e espe-
Renovável. Segundo Elisabete Rita, com a cele- foi possível validar com êxito, e pela primeira cialmente onde há pontos quentes. Esta nem
bração deste protocolo “a AIDA pretende apoiar vez num parque eólico offshore localizado no sempre é a regra no funcionamento do sistema.
as empresas também na redução dos seus custos Atlântico com estruturas flutuantes, a inspeção O arrefecimento direcionado da eletrónica de
fixos. Este possibilitará aos associados usufruírem e manutenção de veículos robóticos autóno- potência é necessário para garantir um funcio-
de condições especiais para criação ou adesão, mos para inspeção visual. namento estável e a longo prazo. Com o defle-
como membros da Comunidade de Energia”. A demonstração aconteceu no parque eólico tor de ar para unidades de climatização Blue
Basílio Simões, vice-chairman e cofundador da Windfloat Atlantic, da Ocean Winds, que é o e+, a Rittal oferece um novo acessório que cum-
Cleanwatts, considera que “a assinatura deste único parque eólico offshore a operar em Portu- pre este requisito. O defletor de ar é fácil de
protocolo é uma grande satisfação para a gal e o primeiro flutuante a ser instalado na costa f ixar à unidade de climatização porque a

28
notícias

instalação é feita sem ferramentas. Também recorrendo às infraestruturas de abastecimento conseguiu eliminar o uso de gás no início do ano
pode ser alinhado de forma flexível à esquerda, de combustíveis atuais. Os projetos eSAF da e, desde então, tem operado todas as suas uni-
direita, superior ou inferior. Mesmo os disposi- Smartenergy em Portugal estão localizados em dades de produção na Áustria sem combustíveis
tivos que já foram instalados e estão em fun- Lisboa, Aveiro e Porto. Na sua fase final, os 3 fósseis. Ao investir na eliminação de gás gradual,
cionamento podem ser adaptados em pouco projetos atingirão uma produção combinada de a empresa conseguiu economizar mais de
tempo via Plug&Play. Há também espaço irres- mais de 300 kt anuais de eSAF. Este projeto 2,9 GWh em gás natural em comparação com
trito devido à baixa profundidade de instalação. envolve players muito relevantes da indústria, o ano anterior e isso apenas nas unidades de
O defletor de ar da Rittal resolve assim os pro- assim como órgãos institucionais. Conta ainda Sattledt, Thalheim, Pettenbach e Steinhaus. Isso
blemas de climatização no armário de forma com a cooperação de uma distribuidora de gás, corresponde ao consumo de gás de aproxima-
simples e prática. O elemento acessório de com o objetivo de fornecer os consumidores damente 73 residências unifamiliares ou 773
plástico para unidades de climatização Blue e+ finais do H2 Valley. O Galileu Green H2 Valley toneladas de CO2 equivalente. Além disso, os
está disponível em chapa de aço, aço inoxidá- faz parte da Holding the hidrogénio verde da sistemas fotovoltaicos instalados nos telhados já
vel e versões resistentes a produtos químicos Smartenergy, um veículo de investimento que atingem uma potência de 4 MWp e a eletrici-
de 1 kW a 5,8 kW. inclui 2 GW de projetos de hidrogénio verde e dade comprada tem certificação 100% verde.
que reflete uma oportunidade de investimento
ao alcance dos investidores.

Smartenergy distinguida pelos avanços Vulcano recebe novamente a distinção


do seu Projeto GALILEU GREEN H2 Superbrand Nacional
VALLEY na COP28 Fronius conquista o ouro no ranking da Vulcano
Smartenergy Portugal EcoVadis Tel.: +351 218 500 300 · Fax: +351 218 500 301
smartenergy.net Fronius España S.L.U. [email protected] · www.vulcano.pt
Tel.: +34 916 496 040 /VulcanoPortugal
[email protected] · www.fronius.es

No Dia da Transição Energética, na COP28, a


empresa de investimentos suíça Smartenergy A Vulcano foi novamente reconhecida como uma
foi reconhecida pelos Energy Transition Chan- A EcoVadis realiza rankings de sustentabilidade Superbrand Nacional, recebendo a distinção de
gemakers pelo seu trabalho inovador na pro- e é uma das agências mais conhecidas e reno- marca de excelência em 2023, na 19.ª edição da
dução de hidrogénio e de combustíveis de madas do mundo. No ranking deste ano, a Fro- Gala Anual da Superbrands, que decorreu no pas-
aviação sustentáveis (eSAF), no âmbito do nius ficou pela primeira vez com a medalha de sado dia 7 de novembro, no Museu do Oriente.
Galileu Green H2 Valley. Este projeto foi pre- ouro, o que a coloca no top 5% de empresas Em 2023, Vulcano consolidou, uma vez mais,
miado por uma série de fatores: colaboração mais sustentáveis. a sua excelência nesta gala onde foram distin-
multidisciplinar; elevada escalabilidade e por A agência internacional de classificação EcoVa- guidas outras marcas portuguesas, com base
ser um modelo atrativo para outros países e dis já avaliou 100 000 empresas em mais de 175 num estudo independente e certificado, envol-
indústrias ao acelerar a transição para uma países, de mais de 200 setores. Todos os anos, vendo a opinião de consumidores e o conse-
economia de baixas emissões de CO2 . são examinados quatro tópicos: meio ambiente, lho das Superbrands. A Superbrands é uma
O eletrolisador de 360 MW que irá produzir hidro- trabalho, direitos humanos e compras éticas e organização internacional independente dedi-
génio verde será instalado em Vila Franca de Xira sustentáveis. A empresa austríaca e familiar Fro- cada à identificação e promoção de marcas de
(Portugal). A 1.ª fase alcançará os 125 MW. Esta nius conseguiu melhorar o seu desempenho em excelência em 50 países. Nadi Batalha, Coor-
localização estratégica beneficia da proximi- relação ao ano passado e ganhou o ouro pela denadora de Marketing da Vulcano, refere que
dade dos offtakers de hidrogénio verde e da primeira vez. Isso coloca a Fronius entre o top “estamos muito orgulhosos por receber nova-
disponibilidade de matérias-primas chave, 5% das empresas mais sustentáveis do setor. mente esta distinção, que vem fortalecer o nosso
como a água e eletricidade verde. O projeto “Vivemos a sustentabilidade, é possível sentir isso posicionamento junto dos consumidores portu-
encontra-se na fase de engenharia, tendo sido todos os dias em nossas ações e engajamento. Cada gueses. A atribuição deste prémio reforça a nossa
já iniciado o processo de licenciamento contribuição, por menor que pareça, estabelece uma estratégia enquanto marca especialista no setor
ambiental. O consórcio na base deste projeto base crucial para as gerações futuras e para um em que operamos, disponibilizando as soluções
está totalmente dedicado e confiante para ini- futuro do qual iremos nos orgulhar. O prémio da mais inovadores e adaptadas às necessidades do
ciar as operações comerciais em 2026. EcoVadis é, por um lado, um grande passo na dire- mercado e às casas dos portugueses”.
O Galileu Green H2 Valley faz parte do porte- ção certa e, por outro, nos estimula positivamente. Segundo os dados disponibilizados pela Super-
fólio de projetos da Smartenergy dedicado à pro- Queremos continuar melhorando, então a jornada brands indicam que esta distinção tem um grande
dução de eSAF – o futuro da aviação limpa, que não acabou“, diz Katrin Helmberger, Diretora de impacto nas escolhas dos consumidores, como
contribui para a diminuição das emissões de CO2, Corporate Sustainability. 86,2% dos consumidores nacionais a recomen-
podendo ser utilizado nos aviões existentes, sem O melhor exemplo de uma estratégia de sus- darem uma marca Superbrands a um amigo e
nenhum tipo de adaptação dos motores e tentabilidade voltada para o futuro: a Fronius 88,7% a demonstrarem uma maior tendência

29
notícias

para adquiri uma marca Superbrands. A Vulcano sem haver necessidade de o mesmo estar ligado. torna possível combinar componentes comer-
reforça diariamente o seu compromisso com a Uma comodidade para o utilizador, pois pode ciais e personalizados para construir a solução
inovação, qualidade e satisfação dos consumido- economizar na compra de um dispositivo SPB- ideal para os clientes.
res, continuando a desafiar as suas competên- 001 e conectá-lo ao PC ou através do telemóvel
cias e capacidades para desenvolver soluções (também pode ser configurado com o progra-
mais inovadoras e eficientes do mercado. mador SBP-001). Importa destacar a possibili-
dade de configurar um reinício das curvas de HyVeritas, uma forte aposta no
carga. O NPB-450-xxNFC permite ativar uma hidrogénio
função que, ao detetar que a tensão caiu para TecnoVeritas – Serviços de Engenharia e Sistemas
Nova série NPB-450-xxNFC: um determinado valor, força o início do carre- Tecnológicos, Lda.
carregadores inteligentes com NFC gamento a partir do estágio 1. Isto pode ser uti- Tel.: +351 261 819 819 · Fax: +351 261 819 820
OLFER lizado para carregar baterias de lítio, que não [email protected] · www.tecnoveritas.net
Tel.: +351 234 198 052 · Fax: +351 234 198 053 devem ser mantidas em flutuação, ou para apli-
[email protected] · www.olfer.com cações do tipo UPS ou back-up, nas quais se tem
uma carga conectada à bateria.

Nova divisão Rutronik IT Electronics:


componentes e sistemas de A TecnoVeritas e a HyChem, duas empresas
computador portuguesas com expertise em tecnologias de
Rutronik Elektronische Bauelemente GmbH hidrogénio, juntaram-se para formar a HyVe-
Tel.: +351 252 312 336 · Fax: +351 252 312 338 ritas, uma joint-venture que tem como grande
[email protected] · www.rutronik24.com objetivo acelerar o desenvolvimento e a imple-
Há pouco mais de 3 anos, a Electrónica OLFER, mentação de soluções de hidrogénio em Por-
distribuidora oficial da MEAN WELL em Espanha tugal e no mundo.
e Portugal, adicionou ao seu extenso catálogo A HyVeritas combina o foco da Tecnoveritas
de produtos a série de carregadores inteligen- no desenvolvimento de projetos na área da
tes NPB, que substituiram os extintos PB que energia e transição energética e a experiência
estavam no mercado há mais de 20 anos. Esta da HyChem na utilização e desenvolvimento
nova série de carregadores universais e inteli- de tecnologias de hidrogénio verde. Tem como
gentes cumpre o conceito de desenvolvimento A Rutronik estabelece uma nova divisão e abre visão acelerar a tecnologia do hidrogénio para
sustentável e de respeito pelo meio ambiente, um novo segmento de negócios: a Rutronik IT oferecer soluções completas e inovadoras,
aspeto chave para ambas as marcas. Electronics atende às necessidades de integrado- contribuindo para um mundo descarbonizado.
A série NPB é altamente confiável, segura e fle- res e revendedores de sistemas de TI. Um portfó- Esta joint-venture cobre toda a cadeia de valor
xível e possui múltiplas características que tor- lio diversificado de produtos de componentes de do hidrogénio, desde a produção com eletro-
nam este dispositivo um dos mais completos PC e sistemas completos está disponível, desde lisadores ao armazenamento seguro, às solu-
da sua gama. Entre as suas especificações des- tudo o que é necessário para a construção de ções de transpor te e às tecnologias para
taca-se; a ampla faixa de potências (120-1700 PCs empresariais ou de jogos, até servidores ou utilização de hidrogénio.
W); as saídas 12/24/48 e 72 V; a alta eficiência data centers completos. Esta divisão tem como
(93%); o alto fator de potência (>0,98); o car- objetivo fornecer aos integradores e revendedo-
regamento de baterias de Gel, AGM, húmidas, res de sistemas de TI componentes e sistemas de
bem como de ferro-lítio e manganês; o carrega- computador. O mercado segmenta Data Center Recticur: 31 Anos de inovação
mento configurável em 2 ou 3 estágios e dete- e Server (por exemplo, processadores, memó- e Cleanwatts cria CER com a
ção automática da tensão da bateria de lítio; a ria, armários, fonte de alimentação), Negócios e Atlanticeagle Shipbuilding e apoia
tensão e corrente ajustáveis através
​​ de poten- Escritório (por exemplo, PCs, notebooks, tablets, mais de 700 famílias
ciómetro (modelos 120 e 240 W) e, para outros monitores, projetores) e Jogos e Consumo (por Cleanwatts
modelos, utilizando o SBP-001; um ajuste da cor- exemplo, CPUs, GPUs, memória, fornecimento Tel.: +351 239 791 400
rente máxima no modo de deteção automática de energia, refrigeração do sistema). [email protected]
de tensão; múltiplas proteções (SCP, OLP, OVP, A Rutronik IT Electronics oferece uma ampla www.cleanw atts.energy
OTP, inversão de polaridade da bateria); botão gama de produtos de fabricantes selecionados
on/off; alarme de bateria carregada e de carrega- como ASUS, Toshiba, Transcend e Sharp/NEC.
dor OK; e protocolo CANBus para monitorizar A Intel é o parceiro estratégico no qual é cons-
e programar a curva de saída.Estes carregado- truída uma rede de parceiros certificados. Além
res são certificados para uso industrial (áudio, do amplo portefólio, os especialistas da nova divi-
vídeo, tecnologia da informação e residencial) são estão disponíveis para consulta para con-
62368-1 e 60335-1/2-29 e são ideais para moto- cretizar a melhor solução e/ou sistema possível
cicletas e bicicletas elétricas, caravanas, IAVs, para a respetiva aplicação.
robots móveis, vigilância, ferramentas portáteis, A Rutronik IT Electronics e a divisão Rutro-
scooters elétricas, entre outros. nik Embedded, que se concentra em soluções
A nova série NPB-450-xxNPF permite confi- de informática industrial, médica e automóvel, A Cleanwatts vai criar uma Comunidade de Ener-
gurar o carregador através de uma App e NFC, estão intimamente interligadas. Esta cooperação gia Renovável (CER) com a Atlanticeagle

30
notícias

Shipbuilding (AES), antigos Estaleiros Navais do capacidade para enfrentar de forma eficaz os Os protocolos EPLAN Education celebrados
Mondego, na Figueira da Foz, que tem como desafios técnicos e de gestão. Além disso, a sua com as instituições de ensino permitem pre-
objetivos “a sustentabilidade, a redução do impacto participação em programas internacionais e a parar os futuros profissionais para a realidade
ambiental e de custos relacionados com a energia sua fluência em várias línguas, incluindo portu- do mercado de trabalho, pondo-os em con-
dos estaleiros e, também, o apoio social, de com- guês, inglês, espanhol, alemão e francês, fazem tacto com as aplicações da plataforma EPLAN,
bate à pobreza energética e às famílias da região”. dele uma mais-valia para a empresa. O novo consideradas por muitos, o padrão no desen-
Esta CER terá as suas centrais fotovoltaicas, KAM da IBC para Portugal acumula uma sólida volvimento de projetos de automação e pro-
de 1035 kW, distribuídas por vários edifícios experiência profissional de relevo no setor da dução de quadros elétricos. “Ao premiar os
dos antigos Estaleiros Navais do Mondego, energia, tendo trabalhado em empresas de melhores alunos com Formação Cer tif icada
atual Estaleiro Naval da AES, situado na mar- renome. Na sua carreira anterior focou-se em EPLAN, fortalecemos os seus conhecimentos e
gem sul do rio Mondego. O investimento será soluções de produção de energia renovável, des- fornecemos um certificado altamente valorizado
assegurado em termos de equipamentos e ins- carbonização e eletrificação para autoconsumo, na indústria”, ressalva David Santos, Diretor
talação pela Cleanwatts, sendo que a AES incluindo centrais fotovoltaicas e de biogás. Técnico EPLAN. Se trabalha numa instituição
cederá o espaço e as infraestruturas necessá- Com a incorporação do Luís Mira como Key de ensino e gostaria de saber mais sobre a
rias para a instalação. Account Manager para Portugal, a IBC SOLAR nossa ofer ta Educação visite www.eplan.pt/
“Vamos instalar uma central fotovoltaica de reforça a sua presença no mercado português solucoes/eplan-para-instituicoes-de-ensino/
1035 kW, que será integrada numa Comunidade e presta um apoio especializado e personali-
de Energia Renovável”, explica José Basílio zado aos seus clientes. Além disso, esta incor-
Simões, fundador e Presidente da Cleanwatts, poração completa uma equipa multidisciplinar
acrescentando que “para além de alimentar os na Península Ibérica, que trabalha com Alberto Schneider Electric lança novo Catálogo
estaleiros com energia verde, a custo reduzido, Moreta como Country Manager, Víctor Martín Geral 2023-2024, digital e interativo
vai produzir energia suficiente para possibilitar como Key Account Manager para o Leste de Schneider Electric Portugal
que a Comunidade apoie institucionalmente famí- Espanha, Miguel Ángel Antón como Key Tel.: +351 217 507 100 · Fax: +351 217 507 101
lias carenciadas da região, em situação de Account Manager para o Oeste de Espanha e [email protected] ·
pobreza energética”. Além da redução de cus- Irián García como Technical Manager. Todos www.se.com/pt
tos, através deste projeto, os estaleiros passa- possuem uma vasta experiência profissional e
rão a ter capacidade de produzir/autoconsumir um profundo conhecimento do setor fotovol-
o equivalente a 57% do seu consumo elétrico, taico. A IBC SOLAR continua a promover solu-
durante o dia, e tornar-se-ão climate positive, ções de energia sustentável e projetos de
gerando mais 80% de energia verde do que a energia solar em Portugal, e espera continuar
totalidade do seu consumo e evitando 367 a crescer e a ter sucesso na região com Luís
toneladas equivalente de CO2 . Mira como parte integrante da sua equipa.

IBC SOLAR reforça presença no EPLAN Education: aposta em educação A Schneider Electric lançou a 1.ª versão do seu
mercado português com Luís Mira de excelência é recompensada catálogo geral em formato digital e interativo.
IBC SOLAR M&M Engenharia Industrial, Lda. Este documento foi concebido para propor-
www.ibc-solar.com Tel.: +351 229 351 336 cionar aos profissionais da indústria um recurso
[email protected] · www.eplan.pt abrangente e de fácil acesso para explorarem
a vasta gama de soluções e produtos que a
empresa tem para oferecer. Está, também,
enriquecido com funcionalidades e conteúdos
inovadores que prometem melhorar a expe-
riência de utilizador.
O catálogo divide-se em várias secções para
facilitar a procura de produtos e soluções, como
proteção, conetividade e mobilidade (soluções
para quadros elétricos modulares, casas cone-
A IBC SOLAR, uma das empresas de referên- tadas, carregamento de veículos elétricos, moni-
cia no setor da energia solar fotovoltaica, A M&M Engenharia Industrial reforçou a parce- torização e gestão remotas, proteção e
reforça a sua posição no mercado português ria com a escola profissional Forave, com a assi- controlo, e outros), aparelhagem e sistemas de
com Luís Mira como novo Key Account Mana- natura do novo protocolo EPLAN Education que instalação (aparelhagem de encastrar, aparelha-
ger (KAM) para Portugal. Esta incorporação estabelece a oferta anual de Formação Essencial gem estanque e resiliente, soluções para viven-
estratégica reforça o compromisso da empresa EPLAN Electric P8 aos melhores alunos de cada das e edifícios conetados, entre outros),
com o seu crescimento sustentável na região. instituição de ensino que adquira ou mantenha distribuição MT (quadros de média tensão, relés
Luís Mira possui uma sólida formação académica a Subscrição do pacote educacional. de proteção, entre outros) ou soluções para
e uma vasta experiência no setor da energia e Na cerimónia de Mérito e Distinção da Forave Data Centers e redes (racks e acessórios, soft-
da engenharia do ambiente. Formado em Enge- foi, este ano, entregue o prémio EPLAN refe- wares e serviços digitais, e outros), entre outras.
nharia Mecânica no Instituto Superior Técnico e rente a formações certificadas a dois alunos A secção Novidades 2023 dá acesso direto a
tendo passado por um programa de Gestão e dos cur sos de Eletrónica , Automação e conteúdo relacionado com as soluções mais
Liderança, Luís Mira tem demonstrado a sua Comando e de Manutenção Industrial. recentes e avançadas da Schneider Electric.

31
dossier sobre bioenergia

biocombustíveis e combustíveis verdes: o


potencial dos resíduos na economia circular
Ana Calhôa, ABA - Associação de Bioenergia Avançada

a bioenergia como ferramenta


reflexões sobre o binómio de uma gestão florestal
biomassa/energia sustentável
Luís Gil, Membro Conselheiro e Especialista em
Mariana Cruz de Carvalho, APREN
Energia da Ordem dos Engenheiros

metanol verde: a mais recente


diferenciação na produção de
estrela polar das grandes
combustíveis sustentáveis
navegações marítimas
Nuno Matos, Diretor-Geral da Eco-Oil
Luís Ramalho, Renewables Project Coordinator Dourogás Renovável
Maria Côrte-Real, Junior Finance and Sustainability Analyst Dourogás
potencialidades de valorização Renovável

do dreche para a redução da


fatura energética de pequenas
cervejeiras artesanais
Luiz Rodrigues (Instituto Politécnico de Portalegre), C.M. Rangel
(Laboratório Nacional de Energia e Geologia), Roberta Panízio
(Valoriza – Centro de Valorização de Recursos Endógenos),
Gonçalo Lourinho (BioRef - Collaborative Laboratory for
Biorefineries, Portalegre), R.Traquete (Barona Brewing Company)

produção de bioenergia em
pequena escala - Caso de uma
comunidade rural da Ilha de
Santiago, Cabo Verde
Silvestre Baptista, Faculdade de Ciência e Tecnologias,
Universidade de Cabo Verde

STCP passa a incorporar


biometano na sua frota a gás
natural
STCP - Sociedade Transportes Colectivos do Porto

bioenergia
32
PUB.
dossier sobre bioenergia

biocombustíveis e combustíveis
verdes: o potencial dos resíduos na
economia circular
É cada vez mais urgente refletirmos sobre a adoção de fontes de energia sustentáveis no setor
da mobilidade, dado o impacto crescente das mudanças climáticas e da necessidade de reduzir as
emissões de gases com efeito de estufa. Os biocombustíveis emergem, assim, como uma alternativa
já comprovada e promissora, que apresenta resultados extremamente benéficos para o ambiente e
a economia.
Ana Calhôa
Secretária-Geral
ABA - Associação de Bioenergia Avançada

Portugal, a média de idade dos veículos abatidos em Portugal é de 24


anos, comparado com a média de 19 anos há uma década. Os dados
do último relatório semestral da ABA reforçam esta ideia, concluindo
que, em abril de 2023, a maioria dos veículos pesados ainda movidos
a gasóleo representavam 96% das vendas em Portugal, enquanto os
elétricos representavam apenas 3%. Isto constitui um enorme desafio
à transição energética do setor, sendo, a meu ver, necessário adotar
medidas acessíveis a toda a população e a todos os tipos de veículos.
Só assim será possível reduzir o consumo de combustíveis fósseis e atin-
gir a neutralidade carbónica.
Na ABA defendemos o papel fundamental dos biocombustíveis na
descarbonização dos transportes, uma vez que podem ser usados pelos
veículos que hoje circulam sem necessidade de fazer quaisquer mudan-
ças na frota - logo, acessíveis a todos os condutores e gestores de fro-
tas. A incorporação, nos combustíveis fósseis, de misturas mais ricas
Embora as emissões de gases com efeito estufa tenham diminuído em em biocombustíveis constitui uma alternativa na produção de energia
vários setores, a mobilidade continua a produzir emissões superiores às sustentável, tanto para os transportes ligeiros, como para os pesados,
de 1990, tendo aumentado cerca de 25% desde então. Dados do mais responsáveis por grande parte das emissões poluentes. O acesso gene-
recente relatório semestral da ABA, que visa compreender como tem evo- ralizado a fontes de energia limpas deve estar na agenda do país para
luído o setor da bioenergia avançada em Portugal e o que se perspetiva conseguirmos acelerar a transição energética necessária, respondendo
para o futuro da energia sustentável, revelam que o setor da mobilidade às necessidades de todos os consumidores, sejam eles grandes frotas
continua a ser um dos principais responsáveis pela poluição ambiental. ou clientes individuais.
A ABA defende, por isso, uma maior incorporação de biocombustíveis Nos últimos anos, os biocombustíveis têm sido responsáveis por mais
no setor da mobilidade. de 90% da redução de emissões de CO2 alcançada na mobilidade nacio-
O parque automóvel em Portugal é ainda muito envelhecido, veri- nal. Portugal deve, assim, encarar os combustíveis verdes como uma alter-
ficando-se uma queda no abate de viaturas antigas e na compra de nativa eficaz e aplicável não só no setor dos transportes, mas também no
carros novos, nos últimos anos. Segundo a Associação Automóvel de doméstico, no industrial ou na agricultura.

Transformar os resíduos em recursos


Embora as emissões de gases com efeito estufa tenham Os biocombustíveis avançados, também designados por biocombustíveis
diminuído em vários setores, a mobilidade continua de segunda geração, são produzidos a partir de fontes de biomassa não ali-
a produzir emissões superiores às de 1990, tendo mentares, resíduos agrícolas, resíduos florestais, algas e outros materiais não
aumentado cerca de 25% desde então. convencionais. O seu processo de produção de biocombustíveis avançados

34
dossier sobre bioenergia

começa na recolha de resíduos de orgânicos como óleos alimentares usa- Biometano em primeiro plano
dos, resíduos sólidos, biomassa ou glicerina, que são, posteriormente, trans- À semelhança de outros gases verdes em desenvolvimento, também o
portados para instalações de tratamento residual. As matérias-primas daí biometano está a ganhar espaço na discussão e a enriquecer o leque
resultantes - que incluem gorduras animais, resíduos alimentares, bagaço, de opções para levar energias sustentáveis a todo o país. Este gás
microalgas, oleínas, entre outras - são encaminhadas para as biorrefinarias, renovável, produzido a partir de resíduos e com menor impacto car-
onde são transformadas em biocombustíveis avançados. Por último são bónico, pode ser utilizado para o abastecimento de veículos e para
transportadas para postos de abastecimento, aeroportos e portos maríti- a rede de consumo, substituindo as fontes de energia convencionais.
mos através de camiões-cisterna, gasodutos ou oleodutos. Cada veículo Nesse sentido, a ABA está a desenvolver a sua visão para a Estraté-
que consuma biocombustíveis avançados em detrimento de combustíveis gia Nacional para o Biometano (ENB), de modo a impulsionar a pro-
fósseis está a contribuir para um ambiente mais saudável e para uma eco- dução, o uso e a incorporação deste gás na matriz energética do país.
nomia mais verde, com reduções de CO2 superiores a 87%. Através da criação de parcerias entre os setores público e privado e
da implementação de medidas de incentivo ao seu uso, será possí-
vel consolidar o biometano enquanto solução na missão de elevar a
autonomia energética do país.
Na ABA defendemos o papel fundamental dos A Europa já está a investir largamente no biometano, e em Portugal
biocombustíveis na descarbonização dos transportes, uma verificam-se importantes projetos em desenvolvimento para alcançar
vez que podem ser usados pelos veículos que hoje circulam patamares semelhantes. Atualmente são produzidos na Europa cerca de
sem necessidade de fazer quaisquer mudanças na frota - 14,4 bcm de biogás e 3,5 bcm (mil milhões de metros cúbicos) de bio-
logo, acessíveis a todos os condutores e gestores de frotas. metano, mas a perspetiva é que, até 2050, a União Europeia produza
entre 100 a 150 bcm de biometano.

A utilização de resíduos na produção de energia representa um avanço


significativo em direção a práticas mais sustentáveis e de reforço à econo-
mia circular. Ao aproveitar resíduos que, de outra forma, seriam descarta- O contexto atual, onde predominam conflitos armados e
dos em aterros sanitários ou incinerados, estamos a reduzir a quantidade a dependência energética, levou muitos Governos a apelar
de resíduos desperdiçados e a contribuir para uma gestão mais eficiente à duplicação da produção de combustíveis fósseis até
dos recursos. Esta alternativa vem ainda comprovar que opções eco- 2050, decisão que contraria as metas de descarbonização
-friendly podem ser acessíveis a todas as pessoas, e que a independência europeias, que preveem a redução em 55% das emissões
energética de Portugal em relação a outros países não é uma realidade de gases com efeito de estufa até 2030 e alcançar a
assim tão longínqua. neutralidade carbónica até 2050.
De acordo com os dados do relatório semestral da ABA, a produ-
ção de biocombustíveis em Portugal aumentou 9% de 2021 para 2022,
e, no primeiro trimestre de 2023, as matérias-primas mais utilizadas na Metas de descarbonização da União Europeia
sua produção foram as residuais, representando mais de 85%, onde os Apesar do reconhecimento dos impactos positivos dos biocombustíveis
Óleos Alimentares Usados (OAU) representam 61% e as matérias-pri- e outros combustíveis verdes, a produção de combustíveis fósseis con-
mas avançadas 25%. Os OAU são óleos vegetais que foram utilizados, tinua a crescer em muitos países. O contexto atual, onde predominam
por exemplo, na preparação de alimentos, assumindo-se por isso como conflitos armados e a dependência energética, levou muitos Governos a
resíduos. Ao promover a economia circular, o setor da bioenergia está apelar à duplicação da produção de combustíveis fósseis até 2050, deci-
a reintroduzi-los como matéria-prima para a geração de energia com são que contraria as metas de descarbonização europeias, que preveem
baixo teor de carbono, aproveitando o seu potencial energético. Já as a redução em 55% das emissões de gases com efeito de estufa até 2030
matérias-primas avançadas são compostas por resíduos oriundos, por e alcançar a neutralidade carbónica até 2050. A ABA defende que o mix
exemplo, de borras de café, margarinas e molhos fora de especifica- energético, isto é, a diversificação de fontes de energia para responder a
ção, entre outros, que têm crescido como fonte para a produção de diferentes desafios e necessidades, constitui a solução mais eficaz no cum-
biocombustíveis. primento destas metas, sendo, por isso, fulcral consciencializar a socie-
Os resíduos florestais e resíduos de hidrocarbonetos são também uti- dade para o seu potencial.
lizados para produção de combustíveis de baixo teor de carbono, que O acesso à informação e a educação são cruciais para a transição ener-
constituem uma alternativa sustentável para a mobilidade e para a indús- gética. Desta forma, para além do relatório semestral que desenvolvemos
tria. Enquanto os resíduos florestais provêm de atividades como a explo- todos os anos, em parceria com os nossos associados, na ABA procura-
ração da madeira, a limpeza destas áreas ou a manutenção de florestas, mos esclarecer junto da comunidade o que é a bioenergia, o seu impacto
os hidrocarbonetos são compostos químicos constituídos maioritaria- na transição energética para a economia circular e a forma como o setor
mente por átomos de carbono e hidrogénio, provenientes de matéria está a evoluir. A ABA tem ainda como objetivo ajudar todos os represen-
fóssil. Embora os hidrocarbonetos sejam a base dos combustíveis fósseis, tantes do setor no seu caminho rumo à descarbonização, para acelerar e
o facto de aproveitarmos os seus resíduos, prolonga o seu ciclo de vida atingir a neutralidade carbónica. Em conjunto com os nossos associados,
e valoriza o seu potencial energético. trabalhamos em prol da independência energética de Portugal em relação
à Europa, o que passa pela criação de condições que permitam transfor-
mar a indústria energética nacional e contribuir para uma economia verde.
Os biocombustíveis e os combustíveis de baixo teor carbónico consti-
Enquanto os resíduos florestais provêm de atividades como tuem uma alternativa acessível e eficaz na transição para fontes de energia
a exploração da madeira, a limpeza destas áreas ou a mais sustentáveis, e na consequente substituição dos combustíveis fós-
manutenção de florestas, os hidrocarbonetos são compostos seis. A transição energética é uma responsabilidade compartilhada entre
químicos constituídos maioritariamente por átomos de Governos, empresas e cidadãos, em direção a um futuro mais sustentá-
carbono e hidrogénio, provenientes de matéria fóssil. vel para as gerações presentes e futuras.

35
dossier sobre bioenergia

a bioenergia como ferramenta de


uma gestão florestal sustentável
A utilização de lenha como fonte de aquecimento, uma prática com milhares de anos, continua
presente atualmente, como se pode observar pela expressão considerável que a biomassa continua
a ter no consumo de energia primária em Portugal.
Mariana Cruz de Carvalho
APREN

com a análise do ano de 20212, cerca de 60% da biomassa foi utilizada


em centrais termoelétricas dedicadas, de cogeração ou outras, enquanto
cerca de 33% corresponde à fração utilizada diretamente para a produ-
ção de calor, maioritariamente no setor residencial.
Face à emergência climática que vivemos e considerando as metas
ambiciosas de descarbonização a que a Comissão Europeia (CE) se
propôs, os critérios de sustentabilidade e de redução dos gases de
efeito com estufa (GEE) têm vindo a ficar mais rigorosos. Estes crité-
rios foram introduzidos pela Diretiva 2009/28/CE (Renewable Energy
Directive - RED I) para biocombustíveis e biolíquidos, tendo sido pos-
teriormente definidos para combustíveis biomássicos pela Diretiva
(UE) 2018/2001 (RED II). Diretiva essa que veio reforçar o regime de
sustentabilidade da bioenergia e da redução das emissões dos GEE a
aplicar à biomassa florestal através da determinação de regras espe-
cíficas para operações de recolha e contabilização de emissões resul-
tantes da alteração do uso do solo.
É importante esclarecer que a biomassa, enquanto matéria orgânica, pode Todos os Estados-Membros teriam de pôr em vigor as disposições da
ser diretamente queimada para gerar calor e/ou eletricidade, mas pode RED II até ao fim de junho de 2021. No entanto, para Portugal, a trans-
também ser convertida em combustíveis para produção de biocombus- posição foi repartida e ocorreu apenas em 2022, através da publicação
tíveis sólidos, líquidos e gasosos, que podem ser utilizados em diversos do Decreto-Lei n.º 15/2022, de 14 de janeiro, que estabelece a organi-
setores, incluindo os transportes. Desta forma, a energia obtida através zação e funcionamento do Sistema Elétrico Nacional, e do Decreto-Lei
da biomassa é denominada de bioenergia, sendo considerada um recurso n.º 84/2022, de 9 de dezembro, que estabelece as metas relativas ao con-
energético renovável caso sejam cumpridos critérios específicos de sus- sumo de energia proveniente de fontes renováveis.
tentabilidade relativos à origem do recurso. Este segundo diploma trouxe consigo a definição dos critérios de sus-
No que respeita as metas europeias de descarbonização, o papel da bio- tentabilidade e de redução das emissões de GEE, que foi complementado
massa é reconhecido, dada a sua versatilidade. Para além do calor domés- pela Portaria n.º 110/2023, que estipula, entre outras, as regras a consi-
tico e industrial, e eletricidade, perspetiva-se que a biomassa possa ter um derar nos cálculos do impacto dos combustíveis biomássicos.
papel importante nos transportes, principalmente na aviação, através da A recém-publicada diretiva (UE) 2023/2413 (RED III), prevê que os cri-
produção de Combustível Sustentável para a Aviação (SAF). térios de sustentabilidade relativos à colheita de biomassa florestal devem
A sua produção requer uma combinação de hidrogénio renovável e ser especificados mais pormenorizadamente, em consonância com os
carbono biogénico. Atualmente, apenas a biomassa sustentável e os resí- princípios da gestão florestal sustentável, mas com a salvaguarda de que
duos orgânicos renováveis podem fornecer este carbono biogénico de os Estados-Membros possam fazer adaptações específicas consoante as
forma significativa. Embora os depósitos de biomassa sejam significativos, práticas adequadas a nível local.
a sua dispersão, variações sazonais e interanulais acarretam dificuldades Por outro lado, tinha já ficado estipulado no DL n.º 84/2022 que a bio-
no aproveitamento da biomassa. massa extraída em Portugal, em conformidade com a legislação em vigor,
Se olharmos para o consumo de energia primária, em 2022, as reno- cumpre com os critérios de sustentabilidade aplicáveis à biomassa flores-
váveis contribuíram com 31%, dos quais 46% foram provenientes de tal. No entanto, a RED II já impunha a definição de um regime voluntário
biomassa, i.e., 14,3% do consumo total de energia primária1. De acordo que certificasse o cumprimento destes critérios e regras por parte dos

1
DGEG, 2023, Estatísticas Rápidas das renováveis, setembro 2023. 2
DGEG, 2023, Energia e Números 2023.

36
PUB.
operadores económicos, tendo as opções de regime ficado

EU
definidas no Regulamento de Execução (UE) 2022/996.
Até à data, não foi adotado qualquer tipo de regime para
Portugal, trazendo bastante incerteza ao setor da biomassa.
A CE exige que o cumprimento dos critérios de sustenta- 41st European
bilidade seja visível em sede de auditoria, nomeadamente Photovoltaic Solar Energy

PVSEC
Conference and Exhibition
através da disponibilização de informações sobre a origem
geográfica e tipo de matéria-prima por fornecedor, o que
pode vir a ser um grande obstáculo para os promotores,
pois a grande maioria da floresta portuguesa é privada e
reduzida dimensão, sendo apenas 2% de domínio público3.

2024
Considerando a grande dispersão de pequenos fornecedo-
res detentores de pequenas propriedades, tipicamente com
baixo valor económico, é impraticável assegurar a sua cer-
tificação, devendo Portugal adequar o quadro regulatório a
esta realidade.
A mesma dificuldade se aplica a centros de recolha de bio-
massa. Estes projetos sociais incentivam a limpeza dos terre-
nos, obrigatória por lei, e a diminuição das queimadas, que são
uma das principais fontes de ignição de incêndios florestais.
Trata-se de centros de recolha planeados entre promoto-
res e os municípios, cuja adesão resulta também de iniciati- 23 27
vas de sensibilização junto da população, em paralelo com September
a restrição de queimadas no período de verão. Sendo estes
centros de recolha à base de entregas voluntárias de bio-
massa pelo cidadão comum, é ainda mais inexequível garantir ACV
a certificação por fornecedor. Este tipo de iniciativas é funda-
mental para promover a simbiose entre a bioenergia e uma
Austria Center Vienna
gestão florestal adequada, que reduza o risco de incêndio.
Para além do claro atraso na transposição dos critérios Call for Pap
ers
Vienna
Open!
de sustentabilidade da RED II, a falta de suporte regulatório
que permita a otimização da bioenergia enquanto energia
Austria
mission
renovável tem sido também evidente pela ausência de coo- Abstract Sub
peração entre Ministérios. Dado o potencial de sinergias, é deadline:
2023
fundamental que a missão da transição energética, particu- 02 February
larmente no setor da bioenergia, se alie à, também urgente,
missão de assegurar uma gestão florestal eficiente.
Não obstante, têm surgido algumas iniciativas que demons-
BE A PART OF EU PVSEC 2024 AND
tram a intenção de Portugal mudar o panorama atual da bioe-
SHOWCASE YOUR EXPERTISE!
nergia. Destaca-se a criação do Grupo de Trabalho para a
Constituição da Zona Livre Tecnológica (ZLT) de Abrantes, Join the 41st European Photovoltaic Solar Energy
estabelecido pelo Despacho n.º 9403/2023, do qual a APREN Conference and Exhibition - Europe‘s largest
faz parte, que, entre outros objetivos, pretende especificar gathering for PV research, technologies and
o âmbito técnico de atuação da ZLT, incluindo a valoriza- applications. Immerse yourself in a cutting-edge
ção da biomassa da região. É também importante referir a PV industry exhibition where leading experts will
publicação do Aviso n.º 19669/2023, no âmbito do Fundo showcase their latest products and innovations.
Ambiental, para atribuição de apoio financeiro a projetos de Why attend?
geração de energia à escala local em pequenas centrais de • Present your groundbreaking research and get
biomassa, em municípios com elevado risco de incêndio rural. the recognition you deserve.
Segundo o Eurostat, Portugal é o Estado-Membro com • Network with the global PV community,
maior fração de floresta privada (97%), sendo a média dos including scientists, industry representatives,
UE-27 60,5%4. Face a esta discrepância, e considerando que experts and policy makers.
a CE prevê na RED III adaptação às necessidades locais, é • Be part of a trendsetting event in Vienna that
fundamental que Portugal adeque o seu quadro regulatório is shaping the upstream PV sector.
à realidade nacional de forma a assegurar a viabilidade da
biomassa enquanto vetor energético. Call for Papers Open!
Submit your abstract by 2 February
2024 and play an important role in
shaping the event‘s programme.
https://www.pefc.pt/o-que-fazemos/porque-e-importante-cuidar-da- Don‘t miss the chance to be at the
3

-floresta/a-floresta-portuguesa
forefront of solar energy innovation!
4
FAO Global Forest Resources Assessment 2020, Eurostat. We look forward to welcoming you
in Vienna! EUPVSEC.ORG
dossier sobre bioenergia

reflexões sobre o binómio


biomassa/energia
Depois de uma pequena introdução sobre a bioenergia, são apresentadas algumas reflexões sobre
a situação e perspetivas da biomassa para a energia, nomeadamente da biomassa sólida de origem
vegetal residual, que têm sido divulgadas neste domínio.
Luís Gil
Membro Conselheiro e Especialista em Energia da Ordem dos Engenheiros

Introdução negócio e emprego. De salientar que a produ- Será de salientar que, segundo dados recen-
De uma maneira global e generalista pode dizer- ção de biomassa para fins energéticos não deve tes da DGEG (www.dgeg.gov.pt/pt/estatistica/
-se que a bioenergia é a energia proveniente entrar em concorrência com a produção de ali- energia/publicacoes/estatisticas-rapidas-das-re-
da biomassa, seja ela de origem vegetal ou ani- mentos e sim assentar essencialmente em resí- novaveis/), em termos da produção de energia
mal. Esta matéria orgânica pode ser utilizada duos, aproveitando-os. elétrica o contributo da biomassa (com e sem
para produzir eletricidade, calor e combustíveis, cogeração mais biogás) foi, em 2022, de 12,2%
nomeadamente líquidos e gasosos ou usada dire- do total das renováveis. Mas a biomassa é tam-
tamente como biomassa sólida. São vários os bém importante no domínio dos biocombustíveis,
tipos de matéria-prima disponíveis, geralmente apontando os últimos dados para a produção,
classificados em 4 categorias: em 2022, de mais de 353 mil toneladas de bio-
1. Culturas: produtos agrícolas ou florestais cul- diesel e de mais de 38 mil toneladas de bioga-
tivados para a produção de energia; solina no nosso país. De acordo também com
2. Resíduos agrícolas e florestais: gerados estes dados, em 2022, a contribuição das Fon-
durante a colheita e o processamento pri- tes de Energia Renovável (FER) no consumo de
mário de espécies agrícolas e florestais; energia primária foi de 31% e o principal con-
3. Subprodutos orgânicos: resíduos orgânicos da tributo para as FER, foi da biomassa com 46%.
agropecuária e do processamento secundário A potência instalada dos centros eletropro-
de espécies florestais ou da agroindústria; dutores a biomassa (com e sem cogeração mais
4. Resíduos orgânicos: lixo e esgoto doméstico, biogás) em Portugal era, em 2022, de 773 MW,
de serviços e industrial. com uma produção anual de energia elétrica
nesse mesmo ano de 3946 GWh e com uma
Os principais combustíveis produzidos a partir produção mensal que expressa a sua constância
da bioenergia são o bioetanol, biodiesel e bio- e estabilidade sazonal, fator muito importante.
gás, embora outros - como o biometano, obtido
a partir da limpeza e purificação do biogás e o
metanol que também pode ser produzido via Figura 1 Abastecimento de etanol produzido a partir de Reflexões sobre o tema
biomassa - sejam também de assinalar. O bioe- biomassa (Adrian Michael, CC BY-SA 3.0 <https:// Comecemos então por um aspeto importante: a
tanol é produzido a partir de resíduos agroin- creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0>, via Wikimedia carga fiscal sobre a biomassa sólida para fins ener-
dustriais (exemplo: bagaço da cana-de-açúcar, Commons). géticos e os respetivos equipamentos de queima.
resíduos de milho e de beterraba), o biodiesel A partir de 1 de janeiro de 2023 e até 30 de
é produzido a partir de óleos vegetais (exem- Se quisermos traçar uma radiografia do binó- junho de 2025, foi aprovada uma alteração à lei
plo: soja, girassol, nomeadamente residuais) e mio biomassa/energia em Portugal, podemos do IVA, que contempla uma redução no IVA da
o biogás é produzido pela decomposição bio- começar por dizer que esta, no que se refere à biomassa (peletes, briquetes), de 23% para 6%
lógica da matéria orgânica (exemplo: efluentes sua valorização essencialmente para fins ener- (ou seja, de taxa normal para taxa reduzida). É de
de suinicultura) na ausência de oxigénio. géticos, é um pilar muito importante do mix referir também que no Código do IVA é deter-
Como referido, a bioenergia permite a diver- energético nacional, quer pela sua produção minado que sejam tributados à taxa reduzida
sificação da matriz energética, contribuindo para endógena quer pela estabilidade que confere a (6%) os equipamentos de aquecimento (aque-
a mitigação dos gases de efeito de estufa, sendo esse sistema, contribuindo para a independên- cedores / salamandras / recuperadores de calor
de baixo custo comparativo a algumas solu- cia energética nacional e para a segurança do e caldeiras com potência calorífica nominal não
ções tecnológicas concorrentes, e geradora de abastecimento de energia. superior a 50 kW e 500 kW, respetivamente e

38
dossier sobre bioenergia

outros) que utilizem como combustível a bio- Também a referida RAR avançou no sentido de comprometer as mais-valias ambientais associa-
massa sólida e que sejam altamente eficientes do promover sistemas agroflorestais resilientes nos das. A partir de 2011, apenas os biocombustíveis
ponto de vista energético, estando classificados quais uma parte da BFR possa ser incorporada ou que cumprem os critérios de sustentabilidade
numa das 2 classes de eficiência energética mais mantida nos solos, como matéria orgânica funda- são considerados nos cálculos quantitativos das
elevadas (etiqueta energética A+ ou A++). Tra- mental para a fixação de carbono, formação de métricas internacionais.
ta-se de uma importante medida que deverá ser habitats, evitar a erosão hídrica, evitando o dese- Foi estabelecido pela UE que a instalação de
reavaliada no final do prazo previsto. Este é um quilíbrio dos ecossistemas. Esta ideia tinha por caldeiras a gás venha a ser proibida em edifícios
contributo importante para manter este tipo de base a noção de que com a política anterior toda novos antes do fim desta década. É também
utilização como uma das formas mais económi- a BFR deveria ser retirada e valorizada economi- pretendido que os países europeus promovam
cas de aquecer as casas portuguesas. camente, o que era uma impossibilidade prática. a eliminação gradual da utilização de sistemas de
aquecimento com recurso a combustíveis fósseis
em todos os edifícios nos anos seguintes. Assim
sendo terão que ser consideradas outras alter-
nativas, entre as quais as caldeiras a biomassa.
Como é sabido a UE tem, por diversos moti-
vos ligados à emergência climática e outros pro-
blemas geopolíticos (exemplo da guerra) tomado
medidas para acelerar a transição energética.
No entanto, há riscos relacionados com esta
mudança como, por exemplo, os relacionados
com a pobreza energética devido à ausência de
Figura 2 Caldeira de aquecimento a biomassa (Statfold capacidade económica para renovar os siste-
Barn Railway - biomass heating system by Chris Allen, CC BY- Figura 3 Biomassa florestal residual (Moinats, CC BY-SA mas de aquecimento. Por isso estas alterações
SA 2.0 <https://creativecommons.org/licenses/by-sa/2.0>, via 4.0 <https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0>, via têm de ser quantificadas ao nível da sua viabili-
Wikimedia Commons). Wikimedia Commons). dade, sustentabilidade energética e das conse-
quências económicas.
Já que começámos por abordar alguns aspe- No que se refere aos constrangimentos sabe- Criam-se, deste modo, oportunidades para as
tos legislativos, continuemos nesse domínio. A -se que nem toda a biomassa florestal residual alternativas de sistemas de aquecimento, entre
Resolução da Assembleia da República (RAR) poderá ser aproveitada para a produção de ener- as quais, o caso das caldeiras a biomassa sólida
n.º 42/2021 de 3 de fevereiro recomendou ao gia devido a limitações ambientais, físicas, logísticas, (lenha, estilha, briquetes, péletes). E porquê des-
Governo a reformulação do modelo de apoios humanas e mesmo materiais. A viabilidade econó- tacar esta e não outras? Pelas especiais caraterísti-
públicos a atribuir às centrais de biomassa em mica para o seu aproveitamento está diretamente cas do sistema envolvido, desde os equipamentos
função da utilização sustentável e ecológica da relacionada com as caraterísticas da própria bio- usados, ao tipo de biomassa utilizada, que em Por-
Biomassa Florestal Residual (BFR). Esta resolução massa, as condições orográficas do território e a tugal têm produtores e com grande incorpora-
baseou-se na auscultação de vários especialistas eventual pequena dimensão da propriedade. No ção nacional e também pelos custos equiparados.
cujo diagnóstico era o de que não havia BFR sufi- que toca à biomassa residual resultante da ati- Existem em Portugal várias fábricas de péle-
ciente para alimentar o crescimento de centrais vidade agrícola e da indústria agroalimentar há tes, com uma produção anual de várias centenas
a biomassa, referindo-se mesmo que a indústria limitações para a utilização energética devido à de milhares de toneladas deste biocombustível
consumia bastante acima daquilo que a floresta diversidade de matérias-primas, à sazonalidade, assente essencialmente na utilização de biomassa
portuguesa podia fornecer de forma sustentável. às quantidades disponíveis, à localização geográ- florestal residual, num país em que a floresta
Talvez por isso o Decreto-Lei (DL) 64/2017 fica, e à densidade, entre outros aspetos. tem grande importância. Muita dessa produ-
de 12 de junho, no seu artigo 2.º prevê que as No campo das potencialidades poderá e ção é para exportação mas poderá vir a garan-
centrais a biomassa possam usar material prove- deverá vir a ser considerada a instalação de sis- tir o abastecimento a nível nacional e o uso dos
niente das chamadas culturas energéticas. Estas temas híbridos com componente de biomassa péletes geograficamente mais próximo da pro-
são culturas florestais de rápido crescimento cuja que permitam a complementaridade entre for- dução, em consonância com as melhores regras
produção e gestão florestal aponta para rotações mas de energia. No setor do aquecimento e e necessidades ambientais.
inferiores a seis anos e dedicada à produção de arrefecimento deve ser incentivado o uso de Otimizando a utilização destes combustíveis
energia elétrica ou térmica. tecnologias de elevado potencial e eficiência, renováveis nacionais e mesmo equipamentos de
Porém a citada RAR recomenda que se zele como caldeiras a biomassa de última geração, base nacional, desenvolvendo a economia nacio-
para que a licença de exploração deste tipo de como complemento ao solar térmico. Outra nal, podemos ter uma nova oportunidade para
centrais seja apenas atribuída àquelas cujo apro- oportunidade será a gestão do material biomás- a biomassa sólida.
visionamento não recorra a estas culturas ener- sico sob as linhas aéreas de alta e média tensão
géticas. Isto logo no seu início, mas no seu Ponto e das faixas de gestão de combustível. Redese-
5 já refere que se deve assegurar que as centrais nhar as cadeias de abastecimento da biomassa
em funcionamento utilizem, maioritariamente, florestal para a redução dos custos logísticos e Os principais combustíveis produzidos
BFR excedentária. E, apesar de ter havido uma aumento da quantidade e diversidade de fontes a partir da bioenergia são o bioetanol,
alteração posterior ao DL 64/2017, esta reali- de biomassa florestal seria também importante. biodiesel e biogás, embora outros -
dade não parece ter sido considerada. Paralelamente, a utilização da biomassa flo- como o biometano, obtido a partir
Se não se querem culturas energéticas, porque restal deve obedecer a critérios de sustentabili- da limpeza e purificação do biogás
não considerar a utilização das espécies invaso- dade já estabelecidos a nível europeu e nacional, e o metanol que também pode ser
ras? E as árvores com pragas e doenças que ficam sendo importante que o aproveitamento da bio- produzido via biomassa - sejam
na floresta a contaminar a restante população? massa seja realizado de modo sustentável, sem também de assinalar.

39
dossier sobre bioenergia
REFLEXÕES SOBRE O BINÓMIO BIOMASSA/ENERGIA

Estes potenciais baseiam-se em assunções e divi- • diminuição dos impostos nacionais e muni-
dem-se em potencias teóricos, técnicos, econó- cipais sobre os edifícios, serviços e indús-
micos e de implementação sustentável. trias que utilizem combustíveis de origem
O potencial teórico refere-se à quantidade renovável, como a biomassa;
de biomassa que é teoricamente utilizável • promoção de uma campanha para substi-
numa dada região num determinado período. tuir nos edifícios/serviços do Estado, sem-
O potencial técnico é parte deste potencial pre que possível, os combustíveis fósseis
teórico que entra em linha de conta com cer- por combustíveis biomássicos (colocar o
tos fatores limitativos como os relacionados Estado a dar o exemplo);
com limitações técnicas no domínio do abas- • promoção de uma campanha sobre as van-
Figura 4 Péletes de biomassa florestal residual (Kapilbutani, tecimento, da recolha e da conversão. Por tagens da utilização dos combustíveis com
CC BY-SA 3.0 <https://creativecommons.org/licenses/by- sua vez, o potencial económico é a fração do origem em biomassa à semelhança de outras
sa/3.0>, via Wikimedia Commons). potencial técnico que está dentro dos parâme- campanhas relacionadas com a eficiência
tros de rentabilidade económica, que por sua energética;
vez depende de diferentes parâmetros. E ainda • promoção do estabelecimento de parques
E o que esperar para o setor nos temos o potencial de implementação sustentá- e redes logísticas para a recolha de bio-
próximos anos em Portugal e que vel que normalmente é parte do potencial eco- massa residuais de várias origens e a sua uti-
políticas são necessárias? nómico que pode ser utilizado respeitando as lização otimizada em equipamentos e para
São necessárias políticas que definam e alarguem condições, regulamentos e restrições sociais, fins adequados;
a forma de retirar, com conta, peso e medida a políticos e ambientais. Muitas vezes confun- • promoção de um sistema/campanha de reco-
matéria residual das florestas e apostar num sis- dem-se estes potenciais e quando se fala em lha e gestão da biomassa proveniente das
tema logístico para a sua recolha local e even- potencial não se refere exatamente qual o tipo faixas de gestão de combustível;
tual primeira preparação, ao mesmo tempo que, mencionado. O que, para além dos dados de • promoção de um sistema de distribuição
numa perspetiva de circularidade possam pro- partida serem difíceis de avaliar, pode gerar gratuita de destroçadores descentralizados
mover a reintrodução adequada nas zonas de ainda mais confusão. e portáteis, associado a sistemas de trans-
origem dessa biomassa de resíduos do seu apro- Para o negócio da biomassa para a energia porte com compactação, para facilitação
veitamento energético, melhorando a produção funcionar corretamente tem que haver disponi- do transporte da biomassa sólida residual;
da biomassa. É também necessário promover a bilidade fiável de biomassa sustentável em quan- • desenvolvimento de um sistema de identifi-
utilização dessa biomassa, próximo do local de tidades suficientes e com preços razoáveis. As cação e rastreio dos lotes da biomassa para
recolha, promovendo sistemas para a sua utili- cadeias de abastecimento têm que se adaptar fins diversos à sua origem;
zação regional. às alterações do mercado e a situações catas- • promoção do estudo e desenvolvimento a
A nova estratégia nacional para a biomassa tróficas. Em termos de custos é de salientar que nível nacional de caldeiras preparadas para
florestal que passa por abandonar os apoios usualmente não se considera rentável transpor- biomassas complexas, permitindo o melhor
públicos à produção dedicada de eletricidade e tar biomassa para a produção de energia em dis- aproveitamento das biomassas residuais;
apoiar apenas projetos que envolvam também tâncias superiores a 50-75 km e deve-se ter a • promoção de um programa de remoção da
energia térmica, que aproveitam este combustí- noção de que a inovação tem permitido desen- biomassa após incêndios, retirando mate-
vel com maior eficiência, situados em zonas com volver tecnologias que usam a biomassa para rial inflamável mas sem perigar o restauro
risco elevado de incêndio, tem que se manter. outros fins e que, por isso, trazem novos ato- da natureza e a erosão dos solos;
Deverá passar a ser promovida a instalação de res ao mercado. • estabelecimento de um pagamento de
pequenas centrais térmicas descentralizadas a Verifica-se assim, que há muitos fatores que se serviço à rede elétrica (como backup do
biomassa que colocam menos pressão em ter- relacionam com as estimativas da biomassa dispo- sistema) de algumas centrais a biomassa
mos de disponibilidade de biomassa e no sistema nível. É preciso ter isso em mente, pois alterações para a produção de eletricidade, existentes
energético. A dinamização do aproveitamento de qualquer um desses fatores, têm influência nas em zonas estratégicas, funcionando como
da biomassa residual florestal deve considerar os estimativas, valores esses que são a base para os reserva endógena;
principais intervenientes ao longo da cadeia de negócios da biomassa para a energia. • aposta na produção de biogás e biometano,
abastecimento, sendo ainda necessário a dina- nomeadamente a partir de resíduos orgâni-
mização e a flexibilização de modelos de gestão cos e sua introdução na rede de gás natu-
agrupada, e uma maior articulação entre todos Conclusões ral, através de incentivos ao investimento e
os intervenientes. Concluindo, muitas têm sido as medidas que majoração do mesmo em termos de despe-
Uma das questões sempre em cima da mesa têm vindo a ser tomadas ao longo do tempo sas admitidas a nível de impostos;
de quem trabalha na área da biomassa para a no que se refere ao desenvolvimento e tenta- • desenvolvimento de políticas públicas, regu-
energia e domínios conexos, é a que se refere tiva de consolidação do setor da bioenergia no lamentação e legislação relacionadas isen-
à quantidade de biomassa disponível. nosso país, umas com mais sucesso do que outras, tas de complexidade e desburocratizadas.
Existe uma grande discrepância entre o poten- outras inadequadas, mantendo-se algumas lacu-
cial e a disponibilidade efetiva, pois só é eco- nas, que parecem evidentes e necessárias para Nos últimos anos o setor da bioenergia tem-
nomicamente viável colher uma fração, que se quem já anda há alguns anos a “batalhar” neste -se tornado emergente a nível do mix ener-
estima ser de 43-65% do potencial total. E é domínio. Passemos assim a algumas referências gético e mesmo na sociedade em geral. Com
preciso saber de que potencial estamos a falar. sucintas sobre algumas das propostas de atua- estas propostas esse setor poderia ainda vir a
Embora a disponibilidade signifique a quantidade ção a desenvolver: ser reforçado, contribuindo para a transição
de biomassa disponível na realidade num deter- • manutenção da redução do IVA para com- energética, mitigação das alterações climáticas
minado mercado, numa dada região, os poten- bustíveis biomássicos sólidos e equipamen- e desenvolvimento económico e sustentável
ciais de biomassa são quantidades estimadas. tos que os utilizam para lá de 2025; do nosso país.

40
PUB.
dossier sobre bioenergia

metanol verde: a mais recente


estrela polar das grandes
navegações marítimas
O metanol verde tem sido referenciado como uma das peças fundamentais da transição energética,
que visa alterar o paradigma do transporte marítimo. Quando comparado com os combustíveis
fósseis convencionais, tem potencial para reduzir as emissões de CO2 em cerca de 60-95% e de
óxidos de azoto em 60-80%, eliminando quase 100% dos compostos sulfurosos ou partículas.
Devido às suas características inerentes apresenta vantagens várias, como requerer apenas pequenas
modificações às atuais infraestruturas de armazenamento e transporte, facilitando substancialmente
a sua introdução no mercado e em substituição dos combustíveis fósseis.
Luís Ramalho
Renewables Project Coordinator Dourogás Renovável
Maria Côrte-Real
Junior Finance and Sustainability Analyst Dourogás Renovável

um impacto de cerca de 3% das emissões mundiais de gases com efeito


de estufa (GEE). Esta percentagem é equivalente às emissões registadas
pelo Japão em 2021 (2,9 %) e superior às emissões de alguns países como
a Alemanha (1,8 %). Para além disso, atualmente, cerca de 11 mil milhões
de toneladas de bens são comercializados por navio e espera-se que este
valor triplique até 2050, o que pode representar triplicar, também, a quan-
tidade das emissões associadas ao seu transporte.
Esta previsão de expansão do setor suscita preocupações e torna, ainda
mais urgente, a necessidade de encontrar a curto/médio prazo soluções
renováveis que permitam a esta indústria remar contra a maré rápida
que pode ser a expansão das suas emissões. O setor marítimo é de difí-
cil descarbonização comparativamente aos restantes setores de trans-
portes, devido à sua elevada dependência no fuelóleo pesado utilizado
em motores diesel e a sua complexa eletrificação. Este desafio requer,
portanto, soluções inovadoras e versáteis, que permitam descarbonizar
de forma eficiente os vários tipos de navios existentes e corresponder
às suas elevadas necessidades de consumo. Em 2022, o setor teve um
O metanol verde é o combustível emergente para as navegações marí- consumo energético de cerca de 2 555 TWh, dos quais menos de 0,5%
timas, que visa alterar o paradigma energético atual desta indústria. As correspondem a combustíveis renováveis.
suas características inerentes, tendo em conta o elevado potencial de O metanol verde é considerado por muitos especialistas na área, como
redução de emissões, fácil operabilidade, segurança de manuseamento uma das mais eficientes alternativas para acelerar a descarbonização do
e compatibilidade com motores já existentes, contribuem para destacar setor marítimo. Em comparação com os combustíveis fósseis convencio-
este combustível face aos demais. nais, o metanol verde tem potencial para reduzir as emissões de CO2 em
De forma a cumprir a meta estabelecida no Acordo de Paris, de alcançar cerca de 60-95% e de óxidos de azoto em 60-80%. Relativamente aos
a neutralidade carbónica até 2050, é necessária uma estratégia de descarbo- compostos sulfurosos ou partículas, verifica-se uma eliminação de quase
nização que continue a motivar a procura e a competitividade das energias 100%. Adicionalmente, o metanol verde é um álcool naturalmente encon-
renováveis. Alguns setores são mais complexos do que outros na transição trado no estado líquido à temperatura e pressão atmosférica, o que signi-
energética e um exemplo emblemático disto é a indústria marítima. O trans- fica que é facilmente armazenado e transportado. Para além disso, embora
porte marítimo é considerado o principal catalisador do comércio mundial o amoníaco verde seja paralelamente considerado como uma das prin-
e de acordo com a Agência Internacional de Energia Renovável, cerca de cipais forças motoras da descarbonização marítima, este apresenta níveis
90% do comércio internacional resulta da indústria logística marítima, com de toxicidade extremamente elevados, que em caso de vazamentos ou

42
dossier sobre bioenergia

derramamentos poderão representar um enorme risco para a vida mari-


nha, ao contrário do metanol verde que possui níveis de toxicidade muito
inferiores. Por último, devido à semelhança do metanol verde com outros
combustíveis marítimos tradicionais, este requer apenas pequenas modi-
ficações às atuais infraestruturas de armazenamento e transporte, facili-
tando substancialmente a sua introdução no mercado e em substituição
dos combustíveis fósseis.
O metanol verde é produzido, maioritariamente, a partir de dois pro-
cessos distintos: produção de e-metanol, através da reação química de
hidrogénio verde, produzido a partir do eletrólise da água com dióxido
de carbono (CO2) ou de bio-metanol, que é originado a partir de fontes
de biomassa com recurso à gaseificação da mesma e respetiva hidrogena-
ção do gás de síntese formado. Neste processo produtivo, pode ser igual-
mente adicionado um eletrolisador para produção de hidrogénio verde,
de forma a aumentar significativamente a produção de metanol. O poten-
cial de produção do e-metanol reside no facto do CO2 utilizado no pro- combustão e também a instalação de sistemas de injeção de combustí-
cesso ser obtido através de tecnologias de captura de dióxido de carbono vel piloto. No entanto, a aplicação de metanol como combustível para
emitido para a atmosfera ou proveniente de processos industriais, preve- as frotas existentes está limitada a certos tipos de navios. Para comba-
nindo a emissão do mesmo e, ao mesmo tempo, utilizá-lo como uma maté- ter esta contrariedade, atualmente estão a ser desenvolvidos motores de
ria-prima para a formação de um combustível renovável. Adicionalmente, combustível duplo, que conseguem transitar entre o uso de combustíveis
o processo de síntese de metanol produz água e calor como subprodu- fósseis convencionais e combustíveis sintéticos como o metanol. Como a
tos, que podem ser reutilizados no ciclo do sistema. A água proveniente diferença destes motores reside apenas na sua parte superior, capaz de
da destilação pode ser alimentada diretamente para a eletrólise e o calor suportar o uso de combustíveis alternativos, os motores de navios con-
pode ser capturado e utilizado no processo. Existe ainda o oxigénio (O2), vencionais são facilmente adaptáveis, existindo já um caso de sucesso, o
que representa mais um subproduto que pode ser valorizado no caso da ROPAX, um ferry que opera entre a Alemanha e Suécia.
produção de bio-metanol, o O2 produzido na eletrólise pode ser reenca- No contexto geopolítico e económico, a atual escassez de produção
minhado para a gaseificação da biomassa ou, no caso do e-metanol, ser uti- de metanol verde (apenas 0,2 milhões de toneladas anuais) a nível mun-
lizado noutros processos industriais como o tratamento de águas residuais. dial tem um peso significativo no preço final, sobretudo considerando
Apesar da considerável necessidade de opções mais sustentáveis, o que o seu principal substituto, o metanol produzido via gás natural, mais
metanol verde ainda se encontra numa etapa embrionária do seu desen- conhecido por metanol cinzento, é uma opção vastamente comercializada
volvimento e comercialização. Neste momento, existem cerca de 80 e especialmente utilizada em ferries, navios de cruzeiros e embarcações
unidades de produção de metanol verde a nível mundial, mas estas são menores. No curto prazo, é estimado que os preços do metanol verde
maioritariamente projetos piloto que não satisfazem as necessidades de não sejam competitivos com os preços de alternativas fosseis já disponí-
consumo de metanol mundial, que chegaram aos 88 milhões de tonela- veis. Por outro lado, o investimento em navios que estejam adaptados ao
das apenas em 2022. No que se refere à sua utilização como combustível uso de combustíveis sintéticos apresenta um acréscimo de 20 milhões de
marítimo, apenas recentemente foi abastecido o primeiro navio movido a euros, comparativamente a embarcações convencionais. Adicionalmente,
metanol verde no mundo, pela Maersk, uma multinacional dinamarquesa é esperado que os custos operacionais de navios a operarem a combustí-
de transportes e logística. Neste momento, o metanol verde encontra-se veis renováveis sejam cerca de 40 a 60% mais dispendiosos que os valo-
na fase de potencializar a sua produção e utilização em larga escala, sendo res verificados para as alternativas fósseis.
que está previsto pela International Renewable Energy Agency uma produ- Perante as crescentes exigências regulatórias da Organização Marítima
ção anual de 250 milhões de toneladas de e-metanol e 135 milhões de Internacional (IMO) - e tendo em conta a revisão da estratégia de redu-
toneladas de bio-metanol em 2050. Este aumento de produção irá faci- ção de gases de efeitos de estufa nos navios, adotada em julho de 2023,
litar a expansão deste combustível no setor marítimo. para que a indústria marítima esteja alinhada com as metas traçadas no
A nível técnico, já foram realizados vários testes de instalação de meta- Acordo de Paris - foi estabelecida uma ambição de zero emissões até
nol que demonstram que é um combustível compatível com motores de 2050. Esta meta representa um incremento substancial em relação à meta
combustão interna. Vários motores diesel de navios já foram converti- anterior, que aspirava apenas 50% de redução das emissões de GEE até
dos através de diferentes metodologias, tais como a mudança de ignição 2050, tendo 2008 como ano base. Um acontecimento verdadeiramente
do motor por compressão para faísca, modificação do metanol quimica- marcante na luta contra as alterações climáticas. Em março de 2023, a
mente com a adição de componentes que aumentam a sua eficiência de União Europeia definiu uma meta de pelo menos 2% de utilização de
combustíveis renováveis no setor marítimo para embarcações acima das
5 000 toneladas até 2034. Ainda assim, é urgente definir metas mais res-
tritas para impulsionar de forma eficiente tanto a produção de metanol
O metanol verde é produzido, maioritariamente, a partir de verde como a sua aplicação nos transportes marítimos.
dois processos distintos: produção de e-metanol, através da Apesar dos custos e da escassez da oferta de produção associadas ao
reação química de hidrogénio verde, produzido a partir do metanol verde nos dias de hoje, prevê-se um crescimento exponencial
eletrólise da água com dióxido de carbono (CO2) ou de bio- da sua utilização nos próximos anos, impulsionada pela crescente pro-
metanol, que é originado a partir de fontes de biomassa com cura de diversas indústrias, especialmente relevantes na descarbonização
recurso à gaseificação da mesma e respetiva hidrogenação da indústria logística marítima. No entanto, o metanol renovável apre-
do gás de síntese formado. Neste processo produtivo, pode senta um custo superior em relação às suas opções convencionais, o que
ser igualmente adicionado um eletrolisador para produção requer uma adoção de medidas legislativas mais restritas dos governos no
de hidrogénio verde, para aumentar significativamente a que toca à mobilidade marítima, com vista a acelerar a transição energé-
produção de metanol. tica que é tão crucial para o nosso planeta.

43
dossier sobre bioenergia

diferenciação na produção de
combustíveis sustentáveis

No final de julho deste ano, foi publicada pelo Tribunal de Contas uma análise à evolução dos países
no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, onde
Portugal mostrou ter um desempenho acima da média europeia.
Nuno Matos
Diretor-Geral da Eco-Oil

Apesar de isto demonstrar que, enquanto país, estamos no bom cami-


nho rumo à sustentabilidade e consciência ambiental, é importante
reforçar que há ainda espaço para melhorias e muito pode – e deve
– ser feito.
Os combustíveis fósseis são, há muitas décadas, uma fonte predo-
minante de energia global, tendo permitido níveis de desenvolvimento
económico e social sem precedentes. No entanto, as crescentes preo-
cupações ambientais e a necessidade de reduzir as emissões de car-
bono estão a impulsionar uma mudança no paradigma da produção e
consumo de combustíveis. Hoje em dia a diferenciação na produção
de combustíveis alternativos pode concentrar-se em três pontos fun-
damentais: economia circular, redução de emissões de carbono e tran-
sição energética.
Com um custo relativamente baixo para o Orçamento do Estado, na
proposta entregue, este ano à Assembleia da República, foi apresentado,
pela primeira vez, um capítulo dedicado aos ODS – um sinal importante
de apoio à circularidade, à redução de emissões e ao apoio da indústria
de tratamento e valorização de resíduos, tratando de forma diferente o
que é realmente distinto. São vários os combustíveis que, estando em
concorrência direta com os combustíveis fósseis e sem incentivos ao con-
sumo, quer de natureza fiscal ou através da contabilização diferenciada
das suas emissões, procuram agora alertar para a importância de ser criar
uma diferenciação positiva para estes novos combustíveis.
É importante notar que o aumento do custo fiscal aplicado aos com-
bustíveis fósseis, com o objetivo de estimular a transição energética da crucial que todos os resíduos com potencial para serem reciclados devam
indústria, pode estar a comprometer a capacidade de colocação no ser tratados para serem reintroduzidos na economia como novos pro-
mercado de combustíveis mais sustentáveis. A produção de combustí- dutos. Esta valorização, material e económica, de resíduos provenientes
veis a partir de resíduos perigosos constitui uma importante inovação da atividade industrial na produção de combustíveis reciclados, que são
e uma alternativa aos combustíveis tradicionais, com a enorme vanta- novamente introduzidos no mercado, reafirma o princípio da economia
gem de substituírem os primeiros sem necessidade de investimento circular e cria valor para a economia nacional, gerando postos de traba-
adicional, permitindo às indústrias que optam por estes combustíveis lho e desenvolvendo uma fileira industrial de reciclagem que contribui
uma via verde para a melhoria da sustentabilidade dos seus processos para a maximização do seu valor.
e redução das suas emissões. É por isso importante que a atual política Tratar de forma diferente o que é verdadeiramente distinto é funda-
fiscal de não-diferenciação seja alterada e incorpore medidas que cor- mental para criar um ambiente favorável à inovação e à sustentabilidade.
porizem as vantagens ambientais que resultam da utilização de com- A indústria de tratamento de resíduos está a abraçar essas mudanças e a
bustíveis sustentáveis. contribuir ativamente para um futuro mais limpo e resiliente. É hora de
Em sintonia com o Pacto Ecológico Europeu, que procura promover olhar para a frente e adotar novas abordagens que beneficiem tanto o
a sustentabilidade em todos os setores da economia, é profundamente ambiente quanto a economia.

44
PUB.
dossier sobre bioenergia

potencialidades de valorização
do dreche para a redução da fatura
energética de pequenas
cervejeiras artesanais
Luiz Rodrigues1*, C.M. Rangel2*, Roberta Panízio*3, Gonçalo Lourinho*4, R.Traquete*5
1
Instituto Politécnico de Portalegre
2
Laboratório Nacional de Energia e Geologia
Valoriza – Centro de Valorização de Recursos Endógenos
3

4
BioRef - Collaborative Laboratory for Biorefineries, Portalegre
5
Barona Brewing Company Lda, Marvão
* [email protected]; [email protected]

Resumo
A cerveja é uma das bebidas mais consumidas em todo o mundo. A pro-
dução de cerveja, com um consumo significativo de energia, maioritaria-
mente de origem fóssil, é geradora de grandes quantidades de resíduos,
suscitando algumas preocupações devido ao seu impacto ambiental.
Muitos dos resíduos orgânicos, podem ser convertidos em produtos de
valor acrescentado. Em particular, o bagaço dos cereais resultante do
processo de produção da cerveja, o dreche, é proposto como matéria-
-prima para produção de bioetanol de 2ª geração ou como substrato na
digestão anaeróbia (DA) para produção de biogás. Os digestatos líquido
e sólido resultantes desse processo podem ser utilizados como bioferti-
lizantes. Em alternativa, o biogás e a porção líquida do digestatos podem
ser processados para
​​ se obter hidrogénio através da reformação e eletró-
lise, respetivamente, que poderá também ser usado na geração de calor
ou eletricidade para satisfação de necessidades energéticas das próprias
fábricas de cerveja.
Águas residuais do processo cervejeiro ou de outras produções vizi-
nhas da fábrica, tais como de lagares de azeite ou queijarias, podem ser
coprocessadas por DA e servir de alimentação à eletrólise para produ- Figura 1 Esquema do processo de fabricação de cerveja, onde se salientam os resíduos
ção de hidrogénio, contribuindo-se para o tratamento e promoção da orgânicos gerados (adaptado de ONUDI1).
circularidade do recurso água.

A geração de 137 - 173 t de resíduos por cada 1000 t de cerveja fabri-


Introdução cada 5 é referida, gerando 20 - 28 kg de dreche húmido por cada hecto-
A produção de cerveja está associada a geração de grandes volumes de litro (hL) de cerveja5-7.
biomassa residual. Diversos resíduos são gerados no processo cervejeiro, No período 2008 - 2021 a produção de cerveja em Portugal foi, em
entre eles, efluentes líquidos e sólidos, em especial, o bagaço de malte, média, de 7,3x106 hL de cerveja/ano8. Depois de um ligeiro declínio em
também conhecido como dreche (ver Figura 1). 2020, devido à pandemia, em 2021 a produção alcançou-se 6,7x106 hL,
O dreche é um produto perecível devido ao seu alto teor de humi- um ligeiro aumento face ao ano anterior8, correspondendo a ~ 36500 t
dade, representando ~80 a 85% do total de resíduos sólidos das cerve- /ano de dreche húmido. Em 2021 foram registados em Portugal cerca de
jeiras2-4, o que causa preocupações ambientais em virtude da sua elevada 100 produtores9. Esta proliferação de microcervejeiras e consequente
carga orgânica. Assim, a recente disseminação de cervejeiras artesanais geração de resíduos cervejeiros por todo o país, faz prever uma pressão
pelo país traz importantes desafios e oportunidades para o tratamento e ambiental adicional em localidades com capacidade limitada de absor-
aplicação destes resíduos no espírito da bioeconomia circular4. ção deste tipo de resíduos.

46
dossier sobre bioenergia

Obtenção biogás e biofertilizantes a partir de resíduos


A cerveja é uma das bebidas mais consumidas em todo o cervejeiros
mundo. A produção de cerveja, com um consumo significativo A produção de biogás através da digestão anaeróbica (DA) parece ser
de energia, maioritariamente de origem fóssil, é geradora a opção mais óbvia para a recuperação energética do dreche, não só
de grandes quantidades de resíduos, suscitando algumas devido à composição química favorável deste resíduo, mas também face
preocupações devido ao seu impacto ambiental. Muitos dos ao seu elevado teor de humidade “à saída de fábrica”, ~ 70 a 85 %10.
resíduos orgânicos, podem ser convertidos em produtos de valor Outras tecnologias de valorização energética de resíduos atualmente dis-
acrescentado. Em particular, o bagaço dos cereais resultante poníveis no mercado, especialmente as térmicas, são menos atrativas por
do processo de produção da cerveja, o dreche, é proposto como requerem quantidades relativamente grandes de energia para a secagem
matéria-prima para produção de bioetanol de 2ª geração ou prévia das biomassas.
como substrato na digestão anaeróbia (DA) para produção de No caso da DA, a água adicional para se alcançar a necessária anoxia
biogás. no biodigestor poderá vir diretamente do processo de fabricação da cer-
veja, que gera grandes volumes de águas residuais16. Com efeito, as águas
residuais resultantes da fabricação da cerveja, com seus elevados teores
de matéria orgânica e de sólidos suspensos17, bem como o lodo das esta-
ções de tratamento de águas residuais (ETAR) das cervejeiras podem ser
O principal destino do dreche tem sido a alimentação animal10 ou a usados para gerar biogás e metano11,12. Outros fluxos de resíduos com
deposição em aterros sanitários, com custos para as cervejeiras e para o elevados teores de matéria orgânica que requerem tratamento, antes da
ambiente, fora o desperdício de um recurso importante. O dreche, rico sua descarga no ambiente, tais como efluentes da suinicultura, de quei-
em fibras e proteínas, torna-se muito atrativo como suplemento alimen- jarias11, preferencialmente vizinhas das cervejeiras, poderão também aju-
tar nestes contextos5. O dreche seco pode conter, entre outros, cerca dar a suprir a necessidade de água, com vantagens para a circularidade
de 16 % de celuloses, 30 % de hemiceluloses, 21% de lignina total, para deste recurso cada vez mais escasso.
além de ~ 8 % de materiais extratáveis e 4 % de cinzas6. Este teor rela- Outra vantagem da DA do bagaço de malte cervejeiro é que, para
tivamente elevado de fibras linho-celulósicas e proteínas aponta para além do biogás obtido que pode ser queimado diretamente para gera-
aplicações como a produção de bioetanol de 2ª geração, carvão hidro- ção de calor necessário para a destilação do mosto e outras operações,
térmico, ácido láctico, hidroximetil furfural e produtos destinados à nutri- os digestatos líquido e sólido que resultam do processo podem ser usa-
ção humana, entre outras4. dos diretamente como biofertilizantes ou condicionadores de solo na
De facto, a valorização energética do dreche tem sido o objetivo mais agricultura ou jardinagem.
visado, incluindo a produção de biocombustíveis tais como o bioetanol,
biobutanol, biohidrogénio, biodiesel e biogás10. O biogás é o biocom-
bustível que tem merecido maior atenção7,12-14. Isto deve-se aos teores
relativamente elevados em materiais voláteis, baixos em carbono fixo e
valores de poder calorífico superior (PCS) que variam entre 11,1 a 21,0 O dreche é um produto perecível devido ao seu alto teor de
MJ/kg15, fazendo do dreche um recurso energético interessante para cobrir, humidade, representando ~80 a 85% do total de resíduos
pelo menos parcialmente, às necessidades de energia elétrica e térmica sólidos das cervejeiras2-4, o que causa preocupações ambientais
das cervejeiras10,14,16. em virtude da sua elevada carga orgânica. Assim, a recente
disseminação de cervejeiras artesanais pelo país traz
importantes desafios e oportunidades para o tratamento e
Geração de biogás por digestão anaeróbia aplicação destes resíduos no espírito da bioeconomia circular4.
O biogás é o produto da decomposição anaeróbia (DA) de matéria
orgânica, por ação de um consórcio de microorganismos, sendo maiori-
tariamente 14,17 constituído por metano (55 a 70 %), CH4, e dióxido de
carbono, CO2 (30 a 45 %)17. A composição do biogás pode variar em
função da composição e do pré-tratamento da própria biomassa usada Possibilidades de obtenção de hidrogénio a partir dos resíduos
como substrato, bem como dos parâmetros operacionais, tais como, o cervejeiros
valor de pH do meio e a relação entre as quantidades de carbono e azoto Em muitos cenários de transição energética, o hidrogénio, tem sido
presentes, entre outros. Pode também conter outros gases como N2, H2, identificado e proposto como um importante transportador de energia,
O2, H2S, NH3 e hidrocarbonetos, em quantidades mais ou menos signi- matéria-prima e combustível para uso em sistemas de geração de calor,
ficativas que afetam, em maior ou menor extensão, a condução do pro- eletricidade e de vapor, bem como em sistemas de transporte rodoviá-
cesso de DA ou a utilização do biogás10. rios, ferroviários e marítimos, em função do seu elevado poder calorífico
O biogás pode ser purificado para se alcançar o biometano, com maior e potencial ecológico, dado que a sua combustão produz apenas água.
poder calorífico, podendo substituir plenamente o gás natural na geração Foi referido que, numa fábrica de cerveja, poder-se-ia produzir H2 por
de energias térmica e elétrica. Além disso, o biometano pode ser pos- reformação de biogás originado do dreche. Ultimamente tem sido dada
teriormente transformado em H2 por meio de reformação de vapor de alguma atenção também à produção de bio-hidrogénio a partir de resí-
água, com vantagens ambientais adicionais. duos cervejeiros, particularmente das águas residuais, usando várias estir-
A purificação de biogás a biometano poderá não ser uma operação tão pes de bactérias hidrogenogénicas18.
acessível para microcervejeiras, dados os custos ainda elevados das tecno- Nas cervejeiras, o H2 poderá também ser obtido do dreche por via
logias comercialmente disponíveis. A queima direta do biogás para geração do eletrólise do digestato líquido resultante da sua DA ou da co-diges-
de calor poderá ser uma alternativa mais viável para as cervejeiras artesa- tão com outros resíduos de dentro ou fora da fábrica como águas resi-
nais. Estas são energeticamente intensivas, consumindo 240-280 kWh de duais de ETAR’s da fábrica ou vizinhas, lagares de azeite ou queijarias
calor e 75-138 kWh de energia elétrica por m3 de cerveja produzida16. nas redondezas.

47
dossier sobre bioenergia
POTENCIALIDADES DE VALORIZAÇÃO DO DRECHE PARA A REDUÇÃO DA FATURA ENERGÉTICA DE PEQUENAS CERVEJEIRAS ARTESANAIS

Tem sido estudada a eletrólise de águas residuais geradas no processo embarrilamento, caldeiras, compressores e tarefas de limpeza17. Os
cervejeiro para obtenção de hidrogénio19. Embora, a nível comercial, a estágios que mais energia consomem são os de aquecimento e ebu-
produção eletrolítica de H2, empregue água de elevada pureza, existem lição do mosto e a pasteurização, embora o calor possa ser recupe-
indicações de que a presença de substâncias como a celulose e a lignina, rado.
como no dreche e nas águas residuais cervejeiras, pode contribuir para a b) conversão do biogás em H2 através da reformação para posterior
redução do potencial elétrico de descarga do H2, e assim para a melhoria utilização em células de combustível. Esta alternativa embora seja
da eficiência energética do processo20,21. Mas existem ainda outras vanta- atraente do ponto de vista da eficiência energética, em função do uso
gens ambientais e económicas na eletrólise de águas residuais, particular- de células de combustível, poderá ser proibitiva, devido aos investi-
mente se for utilizada eletricidade verde. Entre elas contam-se, a oxidação mentos altos em equipamentos de purificação dos gases resultantes
simultânea de componentes tóxicos ou recalcitrantes, a eletrocoagula- da reformação17.
ção de partículas finas, bem como a possibilidade de armazenamento do c) misturas de metano com hidrogénio (“hythane”), um combustível de
excesso de energia renovável sob a forma H2 verde. elevado poder calorífico que permitiria obter o calor para as caldei-
Há também a possibilidade de injetar o H2 produzido por eletrólise ras, sem necessidade de grandes investimentos adicionais ou medi-
no biodigestor para estimular a conversão biológica do CO2 em CH4, das de segurança mais rigorosas do que as que estão em vigor para
aumentando o teor deste componente no biogás obtido, e assim tam- os gases combustíveis tradicionais (gás natural ou gás de petróleo
bém o seu poder calorífico. líquido), uma vez que o teor de H2 no hythane é normalmente baixo.
Os eletrolisadores de óxidos sólidos (SOE) poderão ser muito atra-
tivos neste contexto do uso de águas residuais. O seu potencial e Considerando o contexto das cervejeiras artesanais em Portugal, e
viabilidade estão a ser examinados dada a sua elevada eficiência e rever- tomando como referência uma unidade fabril que produz, em média,
sibilidade, que permitem a sua operação como eletrolisador ou célula 500 L de cerveja por dia e uma taxa mínima de geração de dreche de 20
de combustível22,23. kg/ hL6, estima-se que essa fábrica gerará cerca de 100 kg do resíduo por
dia. Levando em conta as taxas de geração de biometano de 76,2 Nm3/t
de dreche, estimada pela ONUDI1 (ver figura 2), pode-se esperar que
a cervejeira de referência produza 7,62 Nm3 de biometano por dia, ~
13,9 Nm3/dia de biogás com 55 % de metano ou 69,2 kWh, o que per-
faz 49-58 % das necessidades de calor referidas acima16.

Agradecimentos
Os autores agradecem todo o apoio, entusiasmo e disponibilidade mani-
festados e dispensados pela empresa Cervejas BARONA, Marvão, no pro-
Figura 2 Taxas de geração de energia elétrica (kWh), calor (kcal) e biometano (Nm3) a jeto que estão a desenvolver em conjunto.
partir de 1 tonelada de diferentes resíduos cervejeiros1.

Considerando o contexto das cervejeiras artesanais em


Portugal, e tomando como referência uma unidade fabril que
Há também a possibilidade de injetar o H2 produzido por produz, em média, 500 L de cerveja por dia e uma taxa mínima
eletrólise no biodigestor para estimular a conversão biológica do de geração de dreche de 20 kg/ hL6 , estima-se que essa fábrica
CO2 em CH4, aumentando o teor deste componente no biogás gerará cerca de 100 kg do resíduo por dia. Levando em conta
obtido, e assim também o seu poder calorífico. as taxas de geração de biometano de 76,2 Nm3/t de dreche,
Os eletrolisadores de óxidos sólidos (SOE) poderão ser muito estimada pela ONUDI1 (ver figura 2), pode-se esperar que a
atrativos neste contexto do uso de águas residuais. O seu cervejeira de referência produza 7,62 Nm3 de biometano por
potencial e viabilidade estão a ser examinados dada a sua dia, ~ 13,9 Nm3/dia de biogás com 55 % de metano ou 69,2
elevada eficiência e reversibilidade, que permitem a sua kWh, o que perfaz 49-58 % das necessidades de calor referidas
operação como eletrolisador ou célula de combustível22,23 . acima16 .

Potencialidades de valorização energética do dreche numa


cervejeira artesanal. Comentários Finais Referências
Tendo em conta a dimensão das cervejeiras artesanais em Portugal, aponta [1] ONUDI et. al., Biogás no setor cervejeiro: nota técnica, Brasília: MCTI,
esta breve análise para as potencialidades de valorização energética do 2022. E-book.
dreche propondo-se a integração da digestão anaeróbia para a produção [2] J.K. Emmanuel, P.D. Nganyira, G.N. Shao, Evaluating the potential appli-
de biogás e biofertilizantes, com a eletrólise das águas efluentes deste cations of brewers’ spent grain in biogas generation, food and biotech-
processo com as da própria fabricação da cerveja, para a produção de nology industry: A review, Heliyon 8 (2022), e11140
hidrogénio e tratamento das águas. Esta proposta parece bastante atra- [3] S. Mitri, S.-J. Salame, A. Khelfa, E. Leonard, R. G. Maroun, N. Louka, M.
tiva e acessível para fábricas de cerveja artesanal, face à disponibilidade e Koubaa, Valorization of Brewers’ Spent Grains: Pretreatments and Fer-
maturidade das tecnologias envolvidas, surgindo várias alternativas para mentation, a Review, Fermentation 8 (2022), 50
o uso dos gases produzidos17: [4] A. Zeko-Pivač , M. Tišma, P. Žnidaršič-Plazl, B. Kulisic, G. Sakellaris, J.
a) Queima do biogás ou do CH4 como combustível em caldeiras para Hao, M. Planinić, The potential of brewer’s spent grain in the circular
satisfação das necessidades de calor da fabricação e higienização, sobre- bioeconomy: state of the art and future perspectives, Front. Bioeng. Bio-
tudo na brassagem, fermentação, armazenamento, engarrafamento e technol. 10:870744. doi: 10.3389/fbioe.2022.870744

48
PUB.
[5] K.M. Lynch, E.J. Steffen, E.K. Arendt, Brewers’ spent grain: are view
with an emphasis on food and health, J. Inst.Brew. 122 (2016),
553
[6] M.M. Massardi, R.M.M Massini, D.J. Silva, Caracterização química
do bagaço de malte e avaliação do seu potencial para a obten-
ção de produtos de valor agregado, J. Eng. Exact Sci. , 6 (2020),
doi: 10.18540/jcecvl6iss1pp0083-0091.
SMFT-1000
[7] N. P. P. Pabbathi, A. Velidandi, S. Pogul, P. K. Gandam, R. R. Baadhe,
M. Sharma, R. Sirohi, V. K. Thakur, V. K. Gupta, Brewer’s spent grains-
based biorefineries: A critical review, Fuel 317 (2022),123435
[8] Statista, Volume of beer produced annually in Portugal from 2008 Analisador
to 2021, consultado a 26/11/2023 em https://www.statista.com/
statistics/446698/volume-beer-production-portugal/
[9] Cervejeiros de Portugal, Dados Económicos, consultados a
Multifunções
10/10/2023 em https://www.cervejeirosdeportugal.pt/dados_
economicos/
[10] S. Głowacki, A. Salamon, M. Sojak, W. Tulej, A.j Brys, T. Hutsol, M.
Salamon, S. Kukharets M. Janaszek-Mankowska, The use of brew-
er’s spent grain after beer production for energy purposes, Mate-
rials, 15 (2022), 3703
[11] P. Puligundla, C. Mok, Recent advances in biotechnological valoriza-
tion of brewers’ spent grain, Food Sci Biotechnol 30 (2021), 341
[12] G.D. Zupancic, M. Panjicko, B. Zelic, Biogas production from brew-
er’s yeast using an anaerobic sequencing batch reactor, Food Tech-
nol. Biotechnol. 55 (2017), 187
[13] I.A. Endler, Avaliação da produção de biogás a partir de resíduo
sólido orgânico da indústria cervejeira, Universidade do Vale de
Taquari, Brasil, 2021.
[14] H. J. C. de A. L. Amorim, Recuperação de energia a partir do tra-
tamento de resíduos de uma indústria cervejeira artesanal, Uni-
versidade Federal de Alagoas, Brasil, 2022
[15] L.G. Cordeiro, Caracterização e viabilidade económica do bagaço
de malte oriundo de cervejarias para fins energéticos, Universi-
dade Federal da Paraíba, Brasil, 2011 Solução para inspeções
[16] D. Rawalgaonkar, Y. Zhang, S. Walker, P. Kirchman, Q. Zhang, S.
J. Ergas, Recovery of energy and carbon dioxide from craft brew-
periódicas de sistemas
ery wastes for onsite use, Fermentation 9 (2023), 831
[17] M.K. Arantes, H. J. Alves, R. Sequinel, E. A. da Silva, Treatment of
solares fotovoltaicos
brewery wastewater and its use for biological production of meth-
ane and hydrogen, Int. J. Hydrogen Energy 42 (2017), 26243
[18] J. F. Soares, F. D. Mayer, M. A. Mazutti, Hydrogen production from
brewer’s spent grain hydrolysate by dark fermentation, Int. J. Hydrog.
Energy, DOI:10.1016/j.ijhydene.2023.06.076
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
[19] L. P. Orosa, E. Chinarro, D. Guinea, M. C. García-Alegre, Hydrogen
production by wastewater alkaline electro-oxidation, Energies, 15 ▪ Testes rápidos e exatos
(2022), 5888 ▪ Testes de curva I-V no terreno
[20] Hui Luo, Jesús Barrio, Nixon Sunny, Alain Li, Ludmilla Steier, Nilay
Shah, Ifan E. L. Stephens, and Maria-Magdalena Titirici, Progress ▪ Manutenção de sistemas até 1000 V DC
and perspectives in photo- and electrochemical oxidation of bio- ▪ Conformidade com as normas IEC62446-1
mass for sustainable chemicals and hydrogen production, Adv.
Energy Mater., 11 (2011), 2101180 ▪ Ligação com o Fluke TruTest™
[21] Cyrielle Dolle, Neha Neha, Christophe Coutanceau. Electrochemi-
cal hydrogen production from biomass, Curr. Opin. Electrochem. 31
(2022), pp.100841.10.1016/j.coelec.2021.100841. hal-03771511
[22] Baldinelli, G. Cinti, L. Barelli, G Bidini, Hydrogen production from
low quality water: challenges and perspectives, J. Phys.: Conf. Ser.,
2385 (2022) 012048
[23] M. Maddaloni, M. Marchionni, A. Abbá, M. Mascia, V. Tola, M. P. Conheça todos os detalhes do produto
Carpanese, G. Bertanza,N. Artioli, Exploring the Viability of Uti-
lizing TreatedWastewater as a Sustainable Water Resource for
Green Hydrogen Generation Using Solid Oxide Electrolysis Cells
(SOECs), Water, 15 (2023), 2569

BR E S IMAR . P T
dossier sobre bioenergia

produção de bioenergia em
pequena escala - Caso de uma
comunidade rural da Ilha
de Santiago, Cabo Verde
Silvestre Baptista
Faculdade de Ciência e Tecnologias
Universidade de Cabo Verde
[email protected]

Introdução A Achada Lagoa é uma pequena comunidade rural do Município de Tar-


Nos tempos que correm, a bioenergia representa um importante seg- rafal, Ilha de Santiago, situada a uma latitude de 15º23’ N e longitude de
mento das denominadas energias renováveis, fração cada vez mais repre- -23º70’ W e com uma população composta por cerca de 20 pessoas.
sentativas entre as matrizes energéticas de vários países do mundo. A É uma zona rural muito encravada e de difícil acesso, com muita água e
bioenergia surge assim como uma das soluções alternativas à energia de possui grandes potencialidades a nível da agropecuária.
origem fóssil, particularmente em pequenos países insulares, como é o
caso de Cabo Verde que é fortemente dependente do exterior em ter-
mos de energia (80%).
Existem várias formas de biomassa utilizadas na obtenção de bioenergia,
das quais destacam-se a combustão direta (queima dos resíduos flores-
tais e agrícolas) e o biogás (digestão anaeróbia dos resíduos orgânicos).
O biogás, enquanto recurso de energia renovável, possui um potencial
para descarbonizar os sistemas elétricos [1]. Nos últimos anos, aumen-
tou-se o interesse pelas tecnologias do biogás em pequena escala em
toda a África, a Ásia e a América Latina.
Considera-se o biogás uma das formas mais baratas de energias reno-
váveis, nas áreas rurais dos países em desenvolvimento. Contudo, o custo
de investimento inicial dessa tecnologia é quase inacessível para as pessoas
que vivem nessas referidas áreas [2]. Os principais obstáculos à imple-
mentação da tecnologia do biogás em África são as implicações de cus-
tos, a falta de comunicação, a falta de propriedade e a imagem negativa
da tecnologia causada pelas falhas ocorridas no passado [3].
A aplicação da tecnologia da em pequena escala, para o tratamento
dos restos alimentares e dos estrumes animais, pode oferecer benefícios
económicos e ambientais significativos, tais como:
• Redução das emissões dos gases com efeito de estufa (CO2, CH4
entre outros), advenientes da queima do combustível “lenha” para
cocção dos alimentos; Figura 1 Mapa de localização da Achada Lagoa, Ilha de Santiago.
• Melhoria da qualidade do ar dentro das habitações;
• Diminuição do volume dos resíduos animais expostos ao ar livre e,
Potencial de energia do biogás na área em estudo a partir do
consequentemente, manutenção dos espaços rurais limpos;
estrume animal
• Redução dos custos relativos à aquisição de garrafa de gás de cozi-
Para gerar o biogás, a partir da DA do estrume animal, torna-se necessá-
nha (butano).
rio averiguar a existência ou não do potencial pecuário suficiente para a
O objetivo deste estudo visa avaliar o potencial teórico do processo de produção de biogás. Como forma de quantificar o potencial de estrume
tratamento da digestão anaeróbia (DA) em microescala, através do apro- animal existente na comunidade da Achada Lagoa, aplicou-se um inqué-
veitamento dos resíduos alimentares (sobras da comida) e dos estrumes rito por questionário aos moradores da referida comunidade, cujo resul-
animais gerados em Achada Lagoa, com vista à produção da eletricidade. tado mostrou-se a existência de número total de 71 animais, dentre os

50
dossier sobre bioenergia

quais se destacam bovinos, suínos, ovinos, caprinos, galináceos e asini- Geralmente, o estrume bovino apresenta um menor potencial de
nos. Na Tabela 1 são apresentados valores do potencial de produção produção de biogás do que o de suínos e galináceos. O motivo pren-
de estrume por diversos tipos de animais analisados neste trabalho, e de-se com o facto de grande quantidade da matéria orgânica disponí-
vão servir de suporte para cálculo da estimativa de produção de biogás. vel nos dejetos é degradada e convertida em CH4 nos estômagos dos
animais ruminantes.

Tabela 1 Conteúdo da matéria seca total do estrume fresco do animal e a proporção do


CH4 na produção total do biogás (adaptado de [4]). Tabela 3 Estimativa da produção da energia elétrica a partir dos estrumes animais na área
em estudo – Achada Lagoa (elaborado pelo autor).
Média do Matéria seca do m3PTN biogás/ CH4
Tipo de ani-
estrume fresco estrume fresco kg de matéria (%volume) no
mais Produção estimativa
[kg/dia/cabeça] [%massa] seca total Biogás
Vaca 4,5 16,7 0,24 60,0 - 65,0 Número Eletricidade [kWhe/dia]

Porco 2,0 4,4 0,37 60,0 - 65,0 total de


Estrume Biogás
animais 1m3 Biogás
[kg/dia] [m3PTN/dia]
Ovelha/Car- (60%volume CH4) η = 25% η = 30% η = 35%
neiro 1,0 30,7 0,37 60,0 - 65,0
@ 1,428 kWh
Cabra 1,0 30,7 0,37 60,0 - 65,0
71 178,6 19,0 27,1 6,8 8,1 9,5
Galinha 0,08 30,7 0,40 60,0 - 65,0

Cavalo, Mula 10,0 7,0 0,24 60,0 - 65,0

Burro 10,0 15,0 0,24 60,0 - 65,0

Para o cálculo teórico da eletricidade produzida a partir da combustão Geralmente, o estrume bovino apresenta um
do biogás, sob condições normais de pressão e temperatura, estabele- menor potencial de produção de biogás do que o
ceu-se um cenário baseado no seguinte pressuposto, de acordo com (i) de suínos e galináceos. O motivo prende-se com o
a concentração percentual do volume de CH4 presente no biogás (60%) facto de grande quantidade da matéria orgânica
e (ii) o poder calorífico inferior (PCI) do CH4 e, por conseguinte, o seu disponível nos dejetos é degradada e convertida em
equivalente energético em kWhe (1,4 kWhe). Neste cenário, utilizou-se CH4 nos estômagos dos animais ruminantes.
uma gama de rendimento de conversão elétrica (ηe), no motor-gerador,
que varia entre 25% e 35%.
Conclusão (I)
Resultados (I) O potencial de esterco animal em Achada Lagoa é estimado em 178,6 kg/dia
De acordo com a IRENA [5], 1 m3 de CH4 contém cerca de 5 MJ de e com capacidade de produzir cerca de 19,0 m3/dia do biogás. Atendendo
energia, em condições de pressão de 101.325 Pa e temperatura de 0°C. que 1 m3PTN biogás (60%volume CH4) equivale cerca de 1,428 kWh de ele-
Sabendo que 1 kWhe equivalente 3,6 MJ, tem-se para 5 MJ um valor ener- tricidade, então, 0,14 m3PTN de biogás/dia produzirá cerca de 193,8 Whe/dia.
gético de cerca de 1,4 kWhe (5 MJ/3,6 MJ). Os resultados obtidos são Considerando, ainda, a eficiência da conversão (η) do biogás em ener-
apresentados nas Tabelas 2 e 3, respetivamente. gia elétrica, através dos motores-geradores de (i) η=25%, (ii) η=30% e
(iii) η=35%, a produção estimada da eletricidade final será de 48,5; 58,1
e 67,8 Whe/dia, respetivamente.
Tabela 2 Resumo do potencial estimado do estrume animal na área em estudo – Achada
Lagoa (elaborado pelo autor).
Potencial de produção de biogás e energia elétrica a partir
dos resíduos alimentares
Média de Potencial
Rendimento
Produção
Segundo o PENGeR , em 2015, no concelho do Tarrafal, cuja popu-
médio de Produção lação é estimada em 18 314 habitantes, produziu-se 3455 toneladas
estrume total de Matéria total de
Tipo de Quantidade biogás de de
Animais
fresco
de animais
estrume seca total
estrume
biogás
eletricidade (ton) de resíduos sólidos (RS), o que correspondente a uma capita-
[kg/dia/ fresco [kg/ [kg/dia] [m3PTN/
(m PTN/kg
3
[kWhe/dia] ção de 0,52 kg/dia/habitante. Ou seja, uma produção diária de RS igual
cabeça] dia] dia]
SV) a 9466 kg/dia no referido concelho. De entre os 3455 ton de RS, 17,7%
Vaca 4,5 14 63,0 10,5 0,24 2,5 3,6
correspondem biorresíduos. Atendendo que a Achada Lagoa tem atual-
mente cerca de 20 habitantes em 8 moradias, presume-se que haja uma
Porco 2,0 8 16,0 0,64 0,37 0,2 0,3 produção diária de 10,33 kg de resíduos, de entre os quais se deduziu
que 0,02% são biorresíduos, correspondente a 0,0019 kg/dia, conforme
Ovelha/
Carneiro
1,0 6 6,0 1,842 0,37 0,7 1,0 apresentada na Tabela 4.
Para efeitos de cálculos da estimativa da produção de energia elétrica
Cabra 1,0 1 1,0 0,307 0,37 0,1 0,2 a partir da combustão do biogás produzido por DA dos resíduos alimen-
Galinha 0,08 33 2,6 0,8 0,40 0,3 0,5
tares, fez-se um trabalho de campo em 8 moradias através do qual apli-
cou-se um inquérito por questionário com o propósito de obter uma
Burro 10,00 9 90,0 63,0 0,24 15,1 21,6 perceção dos moradores quanto ao destino final dos restos de comida
Total
após as refeições. 100% dos moradores inquiridos responderam que dão
71 178,6 77,1 2,0 19,0 27,1
aos seus animais as sobras de comida o que terá um forte impacto na

51
dossier sobre bioenergia
PRODUÇÃO DE BIOENERGIA EM PEQUENA ESCALA - CASO DE UMA COMUNIDADE RURAL DA ILHA DE SANTIAGO, CABO VERDE

produção do biogás a partir dos resíduos alimentares e, consequente- Considerações Finais


mente, no cálculo da estimativa de produção de energia elétrica. Os substratos mais vulgarmente usados para a DA na África Subsariana
são estrumes de vaca e de porco [6]. Para este estudo, considerou-se a
utilização de estrumes de todos os animais existentes na pequena aldeia
Tabela 4 Produção da energia elétrica a partir dos resíduos alimentares na área em estudo da Achada Lagoa. Para que os dados fossem mais realistas, poder-se-ia
– Achada Lagoa (elaborado pelo autor). considerar apenas os estrumes de porcos, vacas e ovelhas, os animais de
“referência” na aludida aldeia. A fim de melhorar/otimizar a produção de
Concelho de Achada Lagoa biogás e aumentar a sua eficiência, recomenda-se o processo de codi-
Unidade
Tarrafal 8 moradias gestão anaeróbia de dois ou mais substratos.
Número de habitante / 18 314 20 Com os resultados obtidos neste trabalho, pretende-se contribuir para
aumentar o conhecimento técnico e científico no domínio da produção
ton/ano 3 455 3,77
Produção total de RSU de bioenergia nas comunidades rurais da Ilha de Santiago, por processo
ton/dia 9,466 0,010 de DA, utilizando, em particular, estrumes animais. Torna-se imprescin-
% 17,70 0,02 dível chamar atenção às autoridades público-privadas no sentido de se
Biorresíduos ton/ano 611,54 0,001 criar um quadro legal e regulatório no que diz respeito aos incentivos
para a promoção e disseminação do biogás no mundo rural. Além disso,
ton/dia 1,675 0,000002
fatores tais como: (i) ausência de políticas públicas, (ii) burocracias sani-
tárias, (iii) capacitação técnica (recursos humanos não capacitados) e
(iv) acesso à tecnologia, constituem, ainda, entraves para que a produ-
ção do biogás seja expandida nas zonas rurais da Ilha de Santiago ou nas
outras do arquipélago.
Os substratos mais vulgarmente usados para a DA na África
Subsariana são estrumes de vaca e de porco [6]. Para este
estudo, considerou-se a utilização de estrumes de todos os
animais existentes na pequena aldeia da Achada Lagoa. Para
que os dados fossem mais realistas, poder-se-ia considerar Com os resultados obtidos neste trabalho, pretende-se contribuir
apenas os estrumes de porcos, vacas e ovelhas, os animais de para aumentar o conhecimento técnico e científico no domínio
“referência” na aludida aldeia. A fim de melhorar/otimizar a da produção de bioenergia nas comunidades rurais da Ilha
produção de biogás e aumentar a sua eficiência, recomenda-se de Santiago, por processo de DA, utilizando, em particular,
o processo de codigestão anaeróbia de dois ou mais substratos. estrumes animais.Torna-se imprescindível chamar atenção às
autoridades público-privadas no sentido de se criar um quadro
Tabela 5 Estimativa da produção da energia elétrica a partir dos resíduos alimentares na legal e regulatório no que diz respeito aos incentivos para a
área em estudo – Achada Lagoa (elaborado pelo autor). promoção e disseminação do biogás no mundo rural. Além
disso, fatores tais como: (i) ausência de políticas públicas, (ii)
Produção estimativa burocracias sanitárias, (iii) capacitação técnica (recursos humanos
não capacitados) e (iv) acesso à tecnologia, constituem, ainda,
Número 87% de SV Eletricidade [Whe/dia] entraves para que a produção do biogás seja expandida nas
de Moradia Resíduos em resíduos Biogás zonas rurais da Ilha de Santiago ou nas outras do arquipélago.
1m3PTN Biogás
abrangida [kg/dia] alimentares [m3 /dia]
PTN (60% CH4) ≅ η = 25% η= 30% η = 35%
[kg SV/dia] 1,428 kWh

8 0,0019 0,00165 0,00066 0,00094 0,24 0,28 0,33 Referências


[1] Budzianowski, W. M., & Postawa, K. (2017). Renewable energy from
biogas with reduced carbon dioxide footprint: Implications of applying
different plant configurations and operating pressures. Renewable and
Sustainable Energy Reviews, 68, 852–868. https://doi.org/10.1016/j.
Resultados (II)
rser.2016.05.076.
Considerando-se que os resíduos alimentares possuem, em média, 87,0%
[2] Roubík, H., Mazancová, J., Le Dinh, P., Dinh Van, D., & Banout, J. (2018).
dos sólidos voláteis (SV) na sua composição, conforme se observa na
Biogas quality across small-scale biogas plants: A case of central vietnam.
Tabela 6, a quantidade dos SV será igual a 0,00165 kg SV/dia. Sabendo
Energies, 11(7), 1–12. https://doi.org/10.3390/en11071794.
que uma ton de SV produz, em média, um volume de 400 m3PTN CH4/
[3] Roopnarain, A., & Adeleke, R. (2017). Current status, hurdles and
dia ou 0,4 m3PTNCH4/kg SV. Assim sendo, 0,00165 kg SV/dia de biorresí-
future prospects of biogas digestion technology in Africa. Renewable and
duos estimados, poderá gerar cerca de 0,00066 m3PTNCH4/dia, conforme
Sustainable Energy Reviews, 67, 1162–1179. https://doi.org/10.1016/j.
apresentado na Tabela 5.
rser.2016.09.087.
[4] Mitiku Teferra, D., & Wubu, W. (2019). Biogas for Clean Energy. Anae-
robic Digestion, 3, 1–20. https://doi.org/10.5772/intechopen.79534.
Conclusão (II) [5] IRENA, Heezen, P. A. M., Gunnarsdóttir, S., Gooijer, L., Mahesh, S., &
Atendendo que 1 m3 biogás (60%volume de CH4) equivale cerca de Ghiandelli, M. (2016). Measuring small-scale biogas capacity and pro-
1,428 kWhe de eletricidade em CNTP, então, 0,00066 m3PTN de biogás/ duction. Chemical Engineering Transactions (Vol. 31). Retrieved from
dia produzirá cerca de 0,94 Whe/dia. Considerando, ainda, a eficiência www.irena.org.
de conversão (η) do biogás em energia elétrica, através dos motores- [6] Bansal, V., Tumwesige, V., & Smith, J. U. (2016). Water for small-scale
-geradores de (i) η=25%; (ii) η=30% e (iii) η=35%, a produção estimada biogas digesters in sub-Saharan Africa. GCB Bioenergy, 9(2), 339–357.
da eletricidade final será de 0,24; 0,28 e 0,33 Whe/dia, respetivamente. doi:10.1111/gcbb.12339.

52
PUB.
dossier sobre bioenergia

STCP passa a incorporar


biometano na sua frota
a gás natural
Frota passa a contabilizar mais 36 viaturas livres de emissões.
STCP – Sociedade Transportes Colectivos do Porto

O biometano é uma forma de gás natural renovável produzido a par-


tir de resíduos orgânicos. A produção de biometano resulta na dimi-
nuição das emissões de gases de efeito estufa em comparação com os
combustíveis tradicionais, alinhando-se com as metas ambientais glo-
bais e nacionais.
A frota da STCP é atualmente composta por 434 veículos, sendo 77%
movidos a gás natural (destes 11,5% a biometano), 5% diz respeito a via-
turas 100% elétricas, e 18% utilizam diesel.

“Este é mais um passo decisivo na caminhada que


temos vindo a fazer para alcançarmos a meta da
neutralidade carbónica na cidade até 2030, em linha
com o compromisso que assumimos ao lançar, em 2022,
o Pacto do Porto para o Clima. A nossa expetativa é que
consigamos aumentar esta incorporação de biometano nos
próximos anos” sublinha Filipe Araújo, Vice-Presidente da
Câmara Municipal do Porto.

Desde novembro que a STCP - Sociedade de Transportes Colectivos


do Porto incorporou 11,5% de biometano no abastecimento dos 333 Este importante processo de descarbonização da atual frota da STCP
autocarros movidos a gás natural que fazem parte da frota. Sendo o iniciou-se com a Dourogás, empresa responsável pelo fornecimento e
biometano um gás 100% renovável, a STCP passa a contabilizar mais abastecimento de Gás Natural e de Biometano, um gás 100% reno-
36 viaturas de zero emissões, que se juntam aos 20 autocarros 100% vável produzido a partir da biomassa de resíduos urbanos, industriais
elétricos em circulação, perfazendo 12% do total da frota livre de qual- e agropecuários. Nuno Moreira, CEO da Dourogás, destaca que “par-
quer emissão. cerias como a que estamos a desenvolver com a STCP deixam-nos ainda
Para a presidente do Conselho de Administração da operadora, Cristina mais confiantes no caminho de descarbonização que é urgente fazer, par-
Pimentel, “esta incorporação do biometano permitirá aumentar o número de ticularmente no transporte pesado de passageiros e mercadorias, onde a
viaturas 100% livres de emissões, reforçando, desta forma, o compromisso mobilidade a gás é, no presente, uma alternativa competitiva e sustentá-
assumido rumo à descarbonização da operação, bem como na vontade de vel aos combustíveis fósseis. Em particular com o biometano, que repre-
contribuir ativamente para a qualidade de vida das populações dos conce- senta uma oportunidade de descarbonização imediata e exemplo efetivo
lhos nos quais operamos.” da economia circular, já que resulta da valorização de resíduos em com-
bustível sem emissões”.
Igualmente abastecida pela Dourogás, a Porto Ambiente, empresa
municipal de ambiente, passará a utilizar, nas suas viaturas de recolha,
Para a presidente do Conselho de Administração da esta fonte de energia. “Este é mais um passo decisivo na caminhada
operadora, Cristina Pimentel, “esta incorporação do que temos vindo a fazer para alcançarmos a meta da neutralidade car-
biometano permitirá aumentar o número de viaturas 100% bónica na cidade até 2030, em linha com o compromisso que assumimos
livres de emissões, reforçando, desta forma, o compromisso ao lançar, em 2022, o Pacto do Porto para o Clima. A nossa expetativa
assumido rumo à descarbonização da operação, bem como é que consigamos aumentar esta incorporação de biometano nos próxi-
na vontade de contribuir ativamente para a qualidade de mos anos” sublinha Filipe Araújo, Vice-Presidente da Câmara Munici-
vida das populações dos concelhos nos quais operamos.” pal do Porto.

54
PUB.
investigação e tecnologia

antecipar o futuro: células solares


flexíveis e de grande superfície
utilizando perovskitas de haleto
As tecnologias baseadas no silício cristalino dominam o mercado fotovoltaico atual. No entanto, o
seu desenvolvimento está a aproximar-se lentamente do limite de eficiência esperado.
Paz Sebastià-Luna
Investigadora em mecanoquímica e extrusão reativa
AIMPLAS, Instituto Tecnológico do Plástico

necessidades energéticas.3 Para garantir um futuro mais limpo e sustentá-


vel para o nosso planeta e todos os seus habitantes, é imperativo explo-
rar fontes de energia alternativas, menos nocivas e menos poluentes.
Entre as várias alternativas, a energia solar surge como uma das princi-
pais candidatas. A energia solar pertence à categoria das energias reno-
váveis e registou progressos significativos nas últimas décadas. Em termos
gerais, a energia solar aproveita a força da luz solar e converte-a em ele-
tricidade facilmente utilizável.
Estas células empregam normalmente materiais semicondutores conce-
bidos para absorver os fotões que chegam com energias iguais ou supe-
riores à sua energia de banda proibida específica. A energia absorvida
excita um eletrão, fazendo-o transitar para a banda de condução e dei-
xando um buraco na banda de valência. Para simplificar, esse eletrão e
esse buraco podem ser considerados como cargas livres que se movem
através das diferentes camadas dos materiais.
Para evitar a sua recombinação, são colocadas estrategicamente, em
ambos os lados do material absorvente, camadas seletivas para eletrões
(tipo n) e buracos (tipo p). Esta disposição garante que os portadores de
carga só podem fluir através de uma destas camadas. Finalmente, os con-
tactos elétricos são utilizados para extrair os portadores de carga, permi-
Para ultrapassar esta barreira de eficiência e fazer mais progressos, são tindo-lhes realizar trabalho e gerar uma corrente elétrica quando ligados
necessárias novas gerações de dispositivos e materiais. Entre as tecnolo- a um circuito externo. Este processo extraordinário é a base da produ-
gias fotovoltaicas emergentes, as células solares de perovskita ganharam ção de energia solar.4,5
atenção na última década como uma alternativa potencial para células Atualmente, o mercado fotovoltaico é predominantemente dominado
solares de elevada eficiência. A combinação destes materiais com novas pelas tecnologias baseadas no silício cristalino (c-Si), que representam
arquiteturas baseadas em substratos flexíveis poderá também constituir aproximadamente 95% da produção fotovoltaica mundial. Apesar da sua
um grande avanço para a próxima geração de dispositivos fotovoltaicos. prevalência, o progresso e a melhoria das células solares à base de silício
Este é um dos principais objetivos do projeto PEROVSOL, cujo coorde- têm-se processado a um ritmo relativamente lento nas últimas décadas.6,7
nador principal é o AIMPLAS. Para ultrapassar esta barreira de eficiência e continuar a trajetória ascen-
dente, foram introduzidas tecnologias alternativas no mercado fotovoltaico.
Estas incluem células solares baseadas em telureto de cádmio, arsenieto
Artigo de gálio, seleneto de cobre, índio e gálio (CIGS) e sulfureto de cobre,
As alterações climáticas já não são uma preocupação distante, mas sim zinco e estanho (CZTS), algumas das quais atingiram eficiências superio-
são uma realidade imediata e tangível que afeta a vida de milhões de res a 30%, como mostra a conhecida tabela de eficiência do NREL.7 No
pessoas todos os anos. Os seus efeitos são cada vez mais evidentes em entanto, é importante notar que o desenvolvimento e a comercialização
todo o mundo.1,2 Uma das principais causas desta crise é a emissão não destas células solares alternativas enfrentam desafios significativos, como
regulamentada de gases com efeito de estufa para a atmosfera, resul- a toxicidade, a escassez e os elevados custos de produção.6,8
tante de atividades como a queima de combustíveis fósseis e de bio- Estas limitações sublinham a necessidade de encontrar soluções susten-
massa, incluindo madeira e resíduos de culturas, para satisfazer as nossas táveis e amigas do ambiente na procura de células solares mais eficientes.

56
investigação e tecnologia

As células solares de perovskita ganharam muita atenção na última década


como uma alternativa possível e promissora para células solares de ele-
vada eficiência, atingindo valores notáveis de cerca de 26,1%.7 Estas efi-
ciências são próximas das atingidas pelas células solares à base de silício,
o que constitui um avanço significativo neste domínio. Um dos materiais
de perovskita mais simples e mais estudados é o iodeto de chumbo de
metilamónio (MAPbI3). A sua representação estrutural é mostrada na
Figura 1.9 Este composto ganhou proeminência principalmente devido à
sua capacidade de ter longos comprimentos de difusão de portadores
de carga e elevados coeficientes de absorção.

Referências
[1] NASA - Global Climate Change. The effects of climate change. https://
climate.nasa.gov/effects/ (acedido em 01-08-2022).
[2] Comissão Europeia. Consequências das alterações climáticas. https://
ec.europa.eu/clima/climate-change/consequences-climate-change_pt
(acedido em 01-08-2022).
[3] Ritchie, H.; Roser, M.; Rosado, P. CO2 and greenhouse gas emissions.
https://ourworldindata.org/greenhouse-gas-emissions (acedido em
Figura 1 Estrutura esquemática da perovskita ABX3 de tipo geral. Adaptado da bibliografia.10 01-08-2022).
[4] American Chemical Society. How a Solar Cell Works. https://www.
No entanto, é importante reconhecer que a presença de chumbo (Pb) acs.org/content/acs/en/education/resources/highschool/chemmatters/
na sua composição é motivo de grande preocupação. Este problema past-issues/archive-2013-2014/how-a-solar-cell-works.html (acedido
de toxicidade limita a utilização prática das células solares de perovs- em 24-08-2022).
kita à base de chumbo nos módulos fotovoltaicos comerciais. Conse- [5] TU Delft OpenCourseWare. Solar Energy: The Working Principle of
quentemente, estão a ser investigados novos materiais fotovoltaicos a Solar Cell.
baseados em elementos como o estanho (Sn), o bismuto (Bi), o anti- [6] Asim, N.; Sopian, K.; Ahmadi, S.; Saeedfar, K.; Alghoul, M. A.; Saada-
mónio (Sb) e o germânio (Ge) como possíveis substitutos das perovs- tian, O.; Zaidi, S. H. A Review on the Role of Materials Science in
kitas de chumbo.11,12 Solar Cells. Renewable and Sustainable Energy Reviews 2012, 16 (8),
Com o financiamento do IVACE (Instituto Valenciano para a Compe- 5834–5847. https://doi.org/10.1016/J.RSER.2012.06.004.
titividade Empresarial), o AIMPLAS está envolvido no projeto PEROV- [7] National Renewable Energy Laboratory (NREL). Best Research-Cell
SOL, que visa desenvolver células solares de perovskita de grande área. Efficiency Chart.
O projeto envolve a exploração de várias estequiometrias de perovskita [8] Lei, H.; Chen, J.; Tan, Z.; Fang, G. Review of Recent Progress in Anti-
para identificar as que apresentam os melhores coeficientes de absor- mony Chalcogenide-Based Solar Cells: Materials and Devices. Solar
ção, processabilidade e desempenho esperado, especialmente no que RRL 2019, 3 (6), 1–27. https://doi.org/10.1002/solr.201900026.
diz respeito à seleção das camadas de transporte. O principal objetivo [9] Park, N.-G.; Grätzel, M.; Miyasaka, T. Organic-Inorganic Halide Perovs-
desta configuração de células é a escalabilidade, passando de dispositi- kite Photovoltaics; Springer, 2016. https://doi.org/10.1007/978-3-319-
vos à escala laboratorial para dispositivos com maior área, o que melhora 35114-8.
a sua adequação a aplicações industriais. A utilização de métodos de [10] Sebastia-Luna, P. Low Toxicity Metal Halide Semiconductors for
processamento de soluções, como a matriz de ranhura ou a impressão Optoelectronics and Thermoelectrics, University of Valencia,
serigráfica, assegurará uma deposição precisa do material e facilitará o 2023.
processo de ampliação. [11] Wang, R.; Wang, J.; Tan, S.; Duan, Y.; Wang, Z.-K.; Yang, Y. Opportu-
Com base nos conhecimentos adquiridos no anterior projeto SOLAR- nities and Challenges of Lead-Free Perovskite Optoelectronic Devi-
FLEX, os substratos utilizados nestes dispositivos recentemente desen- ces. Trends Chem 2019, 1 (4), 368–379. https://doi.org/10.1016/J.
volvidos serão provenientes de fontes sustentáveis, principalmente TRECHM.2019.04.004.
poliméricas. Este substrato confere flexibilidade à célula solar, reduzindo [12] Kour, R.; Arya, S.; Verma, S.; Gupta, J.; Bandhoria, P.; Bharti, V.; Datt,
simultaneamente a sua pegada ambiental. A utilização de substratos fle- R.; Gupta, V. Potential Substitutes for Replacement of Lead in Perovs-
xíveis à base de polímeros tem uma vantagem significativa, uma vez que kite Solar Cells: A Review. Global Challenges 2019, 3 (11), 1900050.
abre uma vasta gama de possibilidades para a integração de células solares https://doi.org/10.1002/gch2.201900050.
em várias aplicações em que as estruturas rígidas seriam pouco adequa- [13] Ritchie, H.; Roser, M.; Rosado, P. Energy - Our World in Data. https://
das. Estas aplicações abrangem dispositivos inteligentes, têxteis, materiais ourworldindata.org/energy-mix (acedido em 01-08-2022).
de construção e muito mais. [14] Eurostat. Energy statistics - an overview. https://ec.europa.eu/euros-
Além disso, o projeto PEROVSOL abordará os problemas de esta- tat/statistics-explained/index.php?title=Energy_statistics_-_an_over-
bilidade das células solares atuais. O seu objetivo é conseguir isso atra- view (acedido em 01-08-2022).
vés da formulação de um adesivo à base de resina epóxi que garanta o [15] Organização Mundial de Saúde. Lead poisoning. https://www.who.
encapsulamento adequado de toda a pilha de camadas, o que prolonga- int/news-room/fact-sheets/detail/lead-poisoning-and-health (acedido
ria a vida útil da célula solar. em 09-06-2022).

57
artigo técnico

remote interface control


for a pick-and-place robotic
manipulator: a didactic
approach
Armando Cordeiro* and Santo A. F. O. Freitas
DEEEA, LCEC, Instituto Superior de Engenharia de Lisboa,
Instituto Politécnico de Lisboa
Lisbon, Portugal
*[email protected]; Tel: (+351) 218 317 000

Abstract - This paper presents a remote interface control for a pick-and- equipment with varying motions and programmed for the execution of diversi-
-place robotic manipulator based on the integration of RS-232-C commu- fied tasks.” [1], [2]. The choice of the robotic manipulator depends on the
nication standard between a PLC and a microcontroller. This solution is application (type of motion, workspace, desired speed, etc.) For the pur-
obtained by the connection of two Arduino UNO boards and a ILC 131 pose application and because the conveyor belt is small, and the workspace
ETH PLC from Phoenix Contact through an RS-232-C to TTL signal con- is reduced it was selected a small robotic manipulator with six degrees of
vert interface. The description of all the selected hardware and software is freedom (see Figure1):
presented through different sections. A PLC webserver solution was deve- • Servomotor “M1” Base
loped to teach manually the robotic manipulator the desired positions in • Servomotor “M2” Shoulder
order to adjust to the pick-and-place application. • Servomotor “M3” Elbow
Keywords – PLC; RS232 interface; RS-232-C/TTL conversion; robotic mani- • Servomotor “M4” Vertical Wrist
pulator; Arduino UNO. • Servomotor “M5” Rotatory Wrist
• Servomotor “M6” Gripper

I. Introduction
Industrialized systems are currently designed with different possibilities
of interconnection to diverse equipment/systems to face most deman-
ding applications. Due to this, it is necessary to use several types of inter-
connected equipment, among which two of them are used in this work:
a robotic manipulator and a conveyor belt for pick-and-place opera-
tion. These types of devices are widely used in industrial settings and
the system is normally designed to move objects continuously in harsh
environments due to ability to lift heavy payloads, good accuracy, good
repeatability, and versatility in terms of the different end that can be used.
Due to the importance of these systems in the industry, this work was
developed for didactic purposes, teaching undergraduate students at the
Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL) some concepts about
industrial automation.

II. Robotic Manipulator


Robotics is a multidisciplinary sector of science and engineering dedicated
to the design, construction and application of mechanical robots, requiring
knowledge of mathematics, physics, mechanics, electronics, computing, and
other areas. The definition of an Industrial Robot is provided by the Robo-
tics Industries Association (RIA): “An industrial robot is a reprogrammable,
multifunctional manipulator designed to move specific materials, parts, tools, or Figure 1 Robotic Manipulator [2] (braccio-robot).

58
artigo técnico

It is a fully operational robotic manipulator, controlled by an Arduino


board. It is supplied in kit format so that it can be assembled according to The definition of an Industrial Robot is provided by the
the needs of each application. The characteristics of this robotic manipula- Robotics Industries Association (RIA): “An industrial robot is a
tor is described next: reprogrammable, multifunctional manipulator designed to move
• Maximum operating distance: 80 cm specific materials, parts, tools, or equipment with varying motions
• Maximum height: 52 cm and programmed for the execution of diversified tasks.”
• Width of the base: 14 cm
• Width of the terminal element: 90 mm
• Maximum load capability: 450 g
• Servomotor: 2x SR 311, 4x SR 431

As for the SR 311 and SR 431 servomotors, they use a closed loop posi-
tion control to monitoring the displacement toward the desired refe-
rence position using feedback encoders. In the adopted model, it only has
180 degrees of movement but each joint is quite accurate with accepta-
ble repeatability. Figure 2 shows an example of controlling the robot by
PMW commands. The bottom Arduino board is the microcontroller with
communication interfaces and the top board is the PWM circuit driver.

Figure 3 Block Diagram of general wiring.

The industrial controller ILC131ETH has a direct RS-232-C communica-


tion interface. For this purpose, the PS/2 type plug must be connected
on one side of the cable and a DB9 female plug on the other side. As
can be seen, terminals 1, 2 and 4 of the PS/2 plug and on the DB9 side,
terminals 2, 3 and 5 respectively (see Figure 4) [3].
Figure 2 PWM Signal for controlling each Servomotor.

III. Integrated Solution


This proposed system consists of a conveyor belt driven by a DC motor,
and a small robotic manipulator with six degrees of freedom. The control of
the robotic manipulator is performed using two Arduino UNO type micro-
controllers, connected to an industrial controller ILC131ETH from Phoe-
nix Contact. The industrial controller is responsible to control several other
automated devices and record all the desired reference positions for each
robotic servomotor, which can be modified using a HMI interface based on
the webserver of the industrial controller. Figure 3 shows a simplified block
diagram that contain the general connections of all the equipment used in
this work. One of the great challenges developing this work was to ensure
that the conveyor belt system and robotic manipulator could be control-
led by two different modes: Manual and Automatic. The automatic mode
would be unchangeable (according to programmed instructions) and mana-
ged by the PLC, while the manual mode would disable the automatic func-
tion and allow a user to manage the system by using the HMI interface.

Figure 4 RS-232-C PS/2 to DB9connection between the PLC and the Arduino UNO (+
shield drives).
Industrialized systems are currently designed with different
possibilities of interconnection to diverse equipment/systems to
face most demanding applications. Due to this, it is necessary Once the electrical connection for communication has been correctly esta-
to use several types of interconnected equipment, among which blished, the next step is to perform the configuration in the PLC pro-
two of them are used in this work: a robotic manipulator and a gramming software called PC WORX. PC WORX has direct blocks for
conveyor belt for pick-and-place operation. initializing, sending, and receiving RS-232-C data as shown in Figure 5.

59
artigo técnico
REMOTE INTERFACE CONTROL FOR A PICK-AND-PLACE ROBOTIC MANIPULATOR: A DIDACTIC APPROACH

Figure 7 Arduino IDE messages during the operation of the Robotic Manipulator.
Figure 5 Initializing, sending, and receiving RS-232-C data in the PC WORX software.

IV. HMI Interface


The first step to stablish the connection in the Arduino with the The human-machine interface (HMI) allows to record up to 8 different
PLC is make sure that the communication pins TxD and RxD from positions (each one containing the 6 joints) of the robotic manipulator
MAX232 converter are correctly wired in Pins 0,1 (Rx,Tx) in the base and control the conveyor belt. The HMI interface program was develo-
board Arduino UNO [5], [6]. Then, it is just need open the Arduino ped in the WebVisit software from Phoenix Contact [7] and consists of
software programming and set in void setup the same baud rate, port, five display windows, a presentation, selecting controller mode, teach
databits and stop bits defined in ILC131ETH, as shown in Figure 6. mode, points mode, and automatic mode. This program is then down-
Figure 7 shows the communication results with the desired servomo- load to the Webserver of the ILC131ETH. If the option selected is the
tor positions. “Robot Teach” page, which is represented in Figure 8 will appear, where
the user will have the ability to individually manipulate the robot’s joints.
If the “Home” button is pressed, this page will close automatically and
return to the main menu page where the user can still choose between
the other two remaining pages.

Figure 6 Arduino Software for controlling the Robotic Manipulator.

This proposed system consists of a conveyor belt driven


by a DC motor, and a small robotic manipulator with six
degrees of freedom. The control of the robotic manipulator
is performed using two Arduino UNO type microcontrollers, Figure 8 HMI interface to manipulate individually the robot’s joints.
connected to an industrial controller ILC131ETH from
Phoenix Contact. The industrial controller is responsible to
control several other automated devices and record all the V. Experimental Setup
desired reference positions for each robotic servomotor, The experimental results of this work consist in the presentation of the
which can be modified using a HMI interface based on the information that is sent by the PLC to the Arduino, of the command sig-
webserver of the industrial controller. nals sent to the robot to a pre-defined point by the user. In the case of

60
artigo técnico

command signals, this information was collected using a digital oscilloscope


that exists in the automation and robotics laboratory at ISEL. As for the The experimental results of this work consist in the
data sent by the PLC, the Arduino COM port was used to extract and pre- presentation of the information that is sent by the PLC to the
sent this information. Figure 9 shows the PMW signals applied to the robo- Arduino, of the command signals sent to the robot to a pre-
tic manipulator to move to the fourth saved position which corresponds defined point by the user. In the case of command signals,
to pick up an object in the conveyor belt. Fig. 10 shows the corresponding this information was collected using a digital oscilloscope that
movement in the experimental setup. exists in the automation and robotics laboratory at ISEL. As
for the data sent by the PLC, the Arduino COM port was used
to extract and present this information.

VI. Conclusions
In the proposed solution it was verified the possibility to control a didac-
tic robotic manipulator using a ILC131ETH PLC from Phoenix Contact.
The industrial controller ILC131ETH has a direct RS-232-C communica-
tion interface which was used to send recorded points (six joint positions)
to two Arduino boards that drive the Braccio-Robot using PWM signals.
The robotic manipulator has six joints each one with a closed loop posi-
tion controller assuring an acceptable repeatability, and versatility in terms
of the different applications. In this way, it was demonstrated the possibility
to control a didactic robotic manipulator. The main limitation of the propo-
Figure 9 PMW signals applied to the robotic manipulator to move to the fourth saved sed solution is the maximum load capability and low speed of the propo-
position which corresponds to pick up an object in the conveyor belt. sed manipulator, which takes always more than 1 second to perform most
joint movements. The available direct RS-232-C communication interface
of the PLC provides a low cost solution avoiding to buy additional com-
munication interfaces.

The industrial controller ILC131ETH has a direct RS-232-C


communication interface which was used to send recorded
points (six joint positions) to two Arduino boards that
drive the Braccio-Robot using PWM signals. The robotic
manipulator has six joints each one with a closed loop
position controller assuring an acceptable repeatability,
and versatility in terms of the different applications.

VII. Acknowledgments
The authors would like to acknowledge Phoenix Contact Portugal for pro-
viding the Programmable Controllers and respective software through the
EDUNET partnership.

VIII. References
[1] B. Siciliano, L. Sciavicco, L.Villani, G. Oriolo, Robotics - Modelling,
Planning and Control, Springer-Verlag London 2009, 978-1-84628-
641-4, Published: 20 November 2008, DOI: 10.1007/978-1-84628-
642-1.
Figure 10 Corresponding movementt in the experimental setup which corresponds to pick [2] Graça Almeida, Sistemas Robóticos, Instituto Superior de Engenharia
up an object in the conveyor belt. de Lisboa, 2008.
[3] PC WORX software, www.phoenixcontact.com/pt-pt/produtos/pro-
gramming-pc-worx-pro-lic-2985385.
[4] J. Palma, Introdução às Redes de Campo de Automação, ISEL ,Lisboa,
The human-machine interface (HMI) allows to record up 2004.
to 8 different positions (each one containing the 6 joints) [5] Redstone, www.rs-online.com/designspark/build-and-program-a-brac-
of the robotic manipulator and control the conveyor belt. cio-robot, 27 Feb. 2017. [Online]. [Accessed 2021].
The HMI interface program was developed in the WebVisit [6] L.H.M.d. Castro, O Uso do Arduino e do Processing no Ensino de Física,
software from Phoenix Contact [7] and consists of five Rio de Janeiro, 2016.
display windows, a presentation, selecting controller mode, [7] Webvisit software, www.phoenixcontact.com/pt-pt/produtos/visua-
teach mode, points mode, and automatic mode. lization-webvisit-6-pro-2700949.

61
case-study

a descarbonização do
transporte marítimo e o papel
dos biocombustíveis
Jorge Antunes
CEO Tecnoveritas

A dificuldade da descarbonização do transporte marítimo Diesel propulsores, variando as suas potências desde os meros 1000 kW
A indústria do transporte marítimo é considerada uma indústria cha- até aos 100 000 kW. Os motores Diesel, de hoje apresentam rendi-
mada de “Hard To Abate” e existe desde que existe humanidade ten- mentos térmicos, que para os motores Diesel a dois tempos, ultrapas-
do-se, no entanto, tornado global com os descobrimentos, e assim sam os 50%.
contínua a ser até aos dias de hoje. Até ao início do século passado o Conforme, é fácil imaginar, não existe qualquer substituto do motor
transporte marítimo era não poluente. Com o aumento do consumo Diesel muito em particular para as potências necessárias para atingir as
das diversas sociedades, em particular a ocidental, veio a necessidade velocidades requeridas pela sociedade em geral.
de aumentar a velocidade dos navios por forma a garantir um fluxo de Regra geral, quanto maior o navio, menor é a razão potência/tonela-
carga consentâneo com o consumo das sociedades, a qual foi conse- das de capacidade de transporte de carga.
guida com o auxílio da tecnologia originada pela revolução industrial. O transporte marítimo é o principal meio de transporte
Naquela altura, foram introduzidas as caldeiras e as respectivas máqui- mas também o menos poluente considerando a massa trans-
nas a vapor a carvão, e posteriormente com o recurso ao fuel óleo, e portada, no entanto...
finalmente os motores Diesel. No entanto se o shipping fosse considerado uma nação e agregásse-
mos todos os navios do mundo, seria a sexta maior poluente de CO2
a nível mundial.

Figura 1 Velocidade, potência e carbono.

Figura 2 Comparação dos principais emissores de CO2.


De forma aos navios atingirem velocidades ajustadas às suas viagens e
assim, ser garantido um fluxo de carga conforme requerido pela socie-
dade, aqueles são equipados quase que invariavelmente com motores A UE possui a maior frota marítima do mundo. No início de 2014, a
frota controlada pela UE, que compreende navios cuja propriedade ou
controle final reside num país da UE, incluía 450 milhões de tonela-
Artigo redigido segundo o Antigo Acordo Ortográfico das brutas e 23 000 navios. Simplificando, a UE controla hoje cerca de

62
case-study

40% da tonelagem mundial e pode se orgulhar da frota mais jovem e é de cerca de 42 000 kJ/kg, sendo o MGO mais caro que o primeiro cerca
inovadora do mundo. de 40% (podendo variar com o preço do petróleo).
O advento de outros combustíveis para a marinha de comércio ainda
está por acontecer. O GNL, teve alguma penetração no mundo do shi-
Organização Marítima Internacional (IMO-International pping, mas o seu preço, bem assim como o CAPEX daquelas instalações,
Maritime Organization) tem dificultado a penetração do GNL, à parte da pegada carbónica do
Em julho de 2023, os Estados-Membros da OMI adoptaram a Estratégia GNL ser impressionante quando comparada com a do HFO ou MGO,
da OMI de 2023 para a Redução das Emissões de GEE (Gases de Efeito dado àqueles serem sucedâneos da destilação do crude.
de Estufa) dos Navios, com metas reforçadas.
A Estratégia revista de GEE da OMI, adoptada no Comité de Protec-
ção do Meio Marinho (MEPC 80), inclui a ambição comum reforçada para Tabela 1 Comparação das propriedades de alguns candidatos combustíveis marítimos.
alcançar emissões líquidas nulas de GEE provenientes do transporte marí-
timo internacional até 2050, um compromisso para garantir a adopção
da alternativa zero e combustíveis com emissões quase nulas de GEE até Combustíveis Factores Emissão Cf Poder Calorifico
2030, bem como pontos de controlo indicativos para o transporte marí- candidatos ton CO2/ton Inferior MJ/kg
timo internacional atingir emissões líquidas nulas de GEE em 2030 (em LNG 2,7500 48,75
pelo menos 20%, esforçando-se por 30%) e 2040 (em pelo menos 70%,
esforçando-se para 80%). HFO (RME-RMK) 3,11 51 41,20
Em particular, a Estratégia de GEE da OMI de 2023 prevê uma MGO 3,2060 42,20
redução da intensidade de carbono do transporte marítimo interna-
cional (para reduzir as emissões de CO2 por trabalho de transporte), Biocombustível FAME
0,0000/0.5538* 37,20
em média no transporte marítimo internacional, em pelo menos 40% (B100)
até 2030. O novo nível de ambição está relacionado com a adopção
Metanol (CH3OH) 1,3865 20,10
de tecnologias, combustíveis e/ou fontes de energia com emissões
nulas ou quase nulas de GEE, que deverão representar pelo menos Amoniaco (NH3) 0,0000 18,60
5%, visando atingir 10%, da energia utilizada pelo transporte marítimo
Hidrogénio 0,0000 120,00
internacional até 2030.
Prevê-se que uma revisão da Estratégia de GEE da OMI de 2023
seja finalizada quando o Comité do Meio Marinho (MEPC) se reunir no
Outono de 2028, com vista à adopção da Estratégia de 2028 da OMI *ton CO2/ton = Existe alguma indefinição consoante o sector. Se o com-
sobre a redução das emissões de GEE dos navios. bustível em causa tiver sido obtido por reciclagem de óleo de cozinha
usado, admite-se que o CO2 já foi compensado.

Um fator muito importante, quando se comparam combustíveis pren-


de-se com o seu poder calorífico ou densidade de energia (kJ/kg) o qual
afecta fortemente o projecto do navio (e de qualquer veículo em geral)
em termos da provisão de volume e massa a bordo para o combustível
que necessita para a sua operação (endurance). No entanto, um outro
aspecto muito importante a considerar são os coeficientes de emissão
de carbono dos combustíveis.

Tabela 2 Propriedades típicas de uma amostra de Bio Fuel (B100), 100% FAME.

FAME Especificação EN
Parâmetro Método de ensaio Unidades
(213/2023) 14214:2014

ASTM D7777:13
Massa volúmica a 15ºC kg/m3 882 860 -900
(2018)e1
ISO 20884:2019/Am
Figura 3 Infografia da evolução das medidas estratégicas para a redução das emissões de Enxofre WDXRF mg/kg 6,7 10,0 máx
d1:2021
carbono por parte do shipping.
Água (Karl-Fischer) ISSO 12937:2000 %(m/m) 0,032 0,050 máx.

Ponto de inflamação ASTM D7094:17a ºC 164,5 101 mín.


A Organização Marítima Internacional (IMO) estabeleceu 2030 como a
Índice de acidez total ASTM D974:14e2 mgkoh/g 0,38 0,5 máx
data-alvo para reduzir as emissões de carbono dos navios em 40%, uma
das várias ambições futuras de descarbonização. Para cumprir esta meta, Teor de cinzas ISO 6245:2001 %(m/m) 0,002 0,020 máx

a IMO elaborou um conjunto de alterações aos regulamentos da con- Viscosidade cinemática


Interno mm2/s 3,458 2,000 - 6,000
vecção MARPOL Anexo VI existentes, destinadas a reduzir as emissões Dentroa 40ºda Cdesignação Biocombustível cabe muita "coisa”…
de gases com efeito de estufa dos navios. Os biocombustíveis
Poder calorífico inferior
também são conhecidos
ASTM D240:19 MJ/kg
como37,17
agrocombustíveis
-
e
O combustível marítimo por excelência e mais utilizado, é o HFO são combustíveis de origem biológica não-fóssil. Dentro destes, inclui-se
Poder calorífico superior ASTM D240:19 MJ/kg 39,78 -
(Heavy Fuel Oil) tem em média um poder calorifico inferior em torno dos o óleo alimentar reciclado, o qual origina o denominado FAME.
Estabilidade oxidativa EN 14112:2020 h 10,8±1,2 -
40 000 kJ/kg, e o MGO (Marine Gas Oil) e cujo o poder calorifico inferior

63
case-study
A DESCARBONIZAÇÃO DO TRANSPORTE MARÍTIMO E O PAPEL DOS BIOCOMBUSTÍVEIS

Como é obtido o FAME utilizar um resíduo, e logo pode considerar-se que as emissões de CO2,
FAME (Éster Metílico de Ácido Gordos) é o termo químico genérico para originadas pela sua combustão, já foram tidas em conta no seu processo
biofuel derivado de fontes renováveis. É usado para substituir ou ser adi- de fabrico original, ou seja na obtenção do óleo alimentar, sendo que a
cionado a vários Grades de combustível Diesel minerais destilados (Gasó- sua reutilização em processamento para a obtenção de B100 tem uma
leo rodoviário, Mario Diesel ou outros). pegada carbónica muito inferior àquela do gasóleo ou do "Heavy Fuel Oil”.
O diesel das bombas de abastecimento pode conter até 7% de FAME, Note-se, que não quer dizer, que a combustão de B100, ou de qualquer
no entanto, níveis mais elevados de FAME, mesmo até 100% de FAME mistura de gasóleo com B100, não emita CO2, mas o CO2 resultante da
(B100), não são incomuns. sua combustão já foi compensado pelo processo original de fabrico do
óleo alimentar a partir de sementes, ou outras matérias de origem bio-
lógica (vegetal ou animal).

A transesterificação envolve a divisão dos três


grupos alcóxi da estrutura glicérica do triglicerídeo
(óleo/gordura). A reacção com o álcool produz 3 Então, quando muitos a nível global referem
ésteres de baixo peso molecular (FAME) e liberta que a amónia ou metanol são o santo graal
glicerol como subproduto. O hidróxido de potássio da descarbonização e, até podem estar certos,
actua como catalisador na reacção. No mercado mas se isso acontecer será só daqui por alguns
nacional encontram-se ofertas de Biodiesel, o bons anos, pois ainda não existe nem oferta
que é distinto do Biocombustível, pois, o Biodiesel de motores nem tecnologia devidamente
incorpora percentagens de Biocombustível testada, nem regulamentação nem oferta,
em gasóleo.Todo o gasóleo rodoviário pode ou seja, certamente que não para agora,
incorporar biocombustível, desde 5% (m/m) não para a frota existente, que precisa ser
designado por B5 até 15% (m/m) designado descarbonizada já! Recomendo assim que
por B15 tipicamente (ECODiesel da Prio). tenhamos os pés bem assentes no chão!

O FAME É criado durante a transesterificação de óleos vegetais e ou gor- Para lá do mais, o B100 (100% biocombustível - FAME) obtido com base
duras animais para produzir biofuel. Estes óleos e gorduras de alto peso nos óleos alimentares usados (CookO -Cooking Oil) devidamente pro-
molecular reagem com álcool de cadeia curta na presença de um catali- cessados não concorre com a alimentação humana.
sador, geralmente hidróxido de potássio, para produzir ésteres de baixo De acordo com a Directiva n.º 2003/30/CE do Parlamento Europeu e
peso molecular (FAME). do Conselho da União Europeia e, consequentemente, do Decreto-Lei
Este diagrama ilustra todo o processo: n.º 62/2006, de 21 de Março são considerados dez tipos de biocombus-
tíveis, e a Portaria n.º 110-A/2023 de 24 de Abril que regulamenta as
regras para o cálculo do impacto dos biocombustíveis, dos biolíquidos e
dos combustíveis fósseis de referência na formação de GEE (Gases de
Efeito de Estufa) assim como as regras para o cálculo do impacto dos
combustíveis biomássicos e dos combustíveis fósseis e ainda a fórmula
para o cálculo do impacto dos biocombustíveis.
São vários aqueles que perguntam: “qual o melhor combustível para
o navio, afinal?". Eu diria, com bastante confiança, que o(s) melhor(es)
combustível(eis) para os navios é ou são aqueles que estão disponí-
veis na área geográfica em que os navios operam e que sejam do tipo
"drop In", ou seja que sem grandes investimentos permitam meno-
res emissões de CO 2! Então, quando muitos a nível global referem
que a amónia ou metanol são o santo graal da descarbonização e, até
podem estar certos, mas se isso acontecer será só daqui por alguns
bons anos, pois ainda não existe nem oferta de motores nem tecno-
logia devidamente testada, nem regulamentação nem oferta, ou seja,
A transesterificação envolve a divisão dos três grupos alcóxi da estru- certamente que não para agora, não para a frota existente, que pre-
tura glicérica do triglicerídeo (óleo/gordura). A reacção com o álcool cisa ser descarbonizada já! Recomendo assim que tenhamos os pés
produz 3 ésteres de baixo peso molecular (FAME) e liberta glicerol bem assentes no chão!
como subproduto. O hidróxido de potássio actua como catalisador
na reacção.
No mercado nacional encontram-se ofertas de Biodiesel, o que é dis- Principais tipos de biocombustíveis
tinto do Biocombustível, pois, o Biodiesel incorpora percentagens de
Biocombustível em gasóleo. Todo o gasóleo rodoviário pode incorpo- Biocombustível (B100)
rar biocombustível, desde 5% (m/m) designado por B5 até 15% (m/m) Combustível renovável e biodegradável que se obtém a partir de óleos
designado por B15 tipicamente (ECODiesel da Prio). vegetais (como girassol, soja, amendoim ) ou animais, isto é, obtém-se
A novidade, é que o Biocombustível ao ser obtido a partir de óleo a partir da reacção química de lípidos, óleos ou gorduras de origem ani-
alimentar reciclado, incorpora-se no conceito de economia circular por mal ou vegetal.

64
case-study

O óleo obtido a partir dos elementos vegetais é misturado com meta- A comunicação de dados em conformidade com
nol e depois catalisado para obter a mistura. o Indicador de Intensidade de Carbono (CII) e a
O biodiesel (mistura ou blend de B100 com gasóleo) substitui o óleo regulamentação da IMO foi implementada e “a
diesel de origem mineral usado nos navios, camiões, tractores e outros todo vapor”, os armadores e operadores de navios
veículos. precisam urgentemente optimizar suas operações
O biodiesel não é tóxico, é mais lubrificante, é seguro e contribui para e obter melhorias nas classificações CII (Carbon
a redução de dióxido de carbono na atmosfera, como base no acima Intensity Index – (gCO2/(Ton x Milha naútica)).
explicado.

Biogás
Nome comum dado a uma mistura de hidrocarbonetos gasosos obtida
através da decomposição biológica de matéria orgânica, na ausência de
oxigénio. Esta mistura é constituída por gás metano, dióxido de carbono,
reduzidas quantidades de gás sulfídrico e humidade.
Obtém-se esta fonte de energia renovável em aterros sanitários, e
digestores.

Bioetanol
Trata-se do etanol produzido a partir de biomassa, como milho, celulose
ou cana-de-açúcar por processos de digestão.

Biometanol
Metanol produzido a partir de biomassa. É um biocombustível com dife-
rentes utilidades como solvente, preparação de colesterol, hormonas e
vitaminas, extracção de produções animais e vegetais, entre outras.

Bioéter dimetílico O FAME É criado durante a transesterificação de


Éter dimetílico que se produz a partir de biomassa. óleos vegetais e ou gorduras animais para produzir
biofuel. Estes óleos e gorduras de alto peso molecular
reagem com álcool de cadeia curta na presença de um
Bio-ETBE (bio éter etil-ter-butílico) catalisador, geralmente hidróxido de potássio, para
ETBE produzido a partir do bioetanol. A percentagem em volume de bio- produzir ésteres de baixo peso molecular (FAME).
-ETBE considerada como biocombustível ronda os 47%.

Bio-MTBE (bio éter metil-ter-butílico) A solução BioHFO


Bio-MTBE produz-se a partir de biometanol. A percentagem em volume A comunicação de dados em conformidade com o Indicador de Intensi-
de bio-MTBE considerada como biocombustível ronda os 36%. dade de Carbono (CII) e a regulamentação da IMO foi implementada e
“a todo vapor”, os armadores e operadores de navios precisam urgente-
mente optimizar suas operações e obter melhorias nas classificações CII
Biocombustíveis sintéticos (Carbon Intensity Index – (gCO2/(Ton x Milha naútica)).
Produzidos a partir de biomassa são hidrocarbonetos sintéticos ou mis- As opções incluem a optimização da eficiência energética dos navios
turas de hidrocarbonetos sintetizados. utilizando melhores práticas operacionais, tecnologias de eficiência ener-
gética e a utilização de combustíveis alternativos e de baixo carbono. A
adopção total de combustíveis hipocarbónicos ainda levará alguns anos,
Biohidrogénio mas existe uma opção válida para o período de transição. A solução da
Hidrogénio que se obtém a partir de biomassa, que é gaseificada, sendo TecnoVeritas para descarbonização é baseada em 30 anos de experiên-
separado o hidrogénio dos restantes gases resultantes do processo de cia em engenharia naval e dedicação à I&D.
gaseificação. A frota global consiste e 118 928 navios mercantes com uma arqueação
bruta total (acima de 1.000 GT) de 1479 783 GT. Desta frota, 4,64% ou
5.517 navios são porta-contentores, enquanto 12,02% ou 14.309 navios
HVO são navios tanques, petroleiros e químicos.
O HVO100 é um combustível diesel parafínico. Ele pode ser utilizado A frota existente é demasiado nova para ser desmantelada e a socie-
como um substituto directo para o diesel, com pouca ou nenhuma modi- dade mundial não está preparada para abdicar da sua capacidade, pelo
ficação necessária nos motores. que é urgente encontrar uma solução.
O HVO é um combustível biológico valioso para a transição energé- Como “máxima” “o melhor combustível para uma embarcação é aquele
tica, mas as suas vantagens ecológicas estão longe de ser aceites, ao con- que está prontamente disponível dentro da área geográfica de operação da
trário do B100 FAME. embarcação" e o BioHFO está disponível.

65
case-study
A DESCARBONIZAÇÃO DO TRANSPORTE MARÍTIMO E O PAPEL DOS BIOCOMBUSTÍVEIS

de trabalho de transporte, equivalente a uma tonelada nominal de carga


transportada ao longo de uma milha náutica. A classificação CII atribui
uma letra correspondente a um determinado nível de Eficiência Energé-
tica de A a E a cada navio.
Os navios das categorias D e E necessitam de demonstrar uma melho-
ria contínua da eficiência energética, avançando progressivamente para a
categoria C. Essa melhoria no CII só pode ser alcançada através da redução
das emissões de carbono e, como tal, os armadores só podem melhorar
a eficiência energética dos seus navios através de medidas de eficiência, e
ou utilizam combustíveis com baixas emissões de carbono. Geralmente,
adicionar medidas ou acções de poupança de energia é dispendioso e
não conseguem per si alcançar a eficiência suficiente para obter a cate-
goria CII desejada (mínimo "C"), pelo que a utilização de combustível
com baixas emissões de carbono ou hipocarbónico é a opção a seguir.
Os navios que permanecerem três anos consecutivos na categoria D,
ou um ano na categoria E estarão sujeitos a uma revisão obrigatória do
Plano de Gestão de Eficiência Energética do Navio (SEEMP) e um plano
de acções correctivas de consumo de energia deverá ser implementado
Figura 4 Idade da frota mundial existente em anos. (Fonte estatística 2023). para atingir o Desempenho Operacional Anual Exigido, ou serão pena-
lizados pelo mercado, pelos portos e pelo RCLE CO2 ou por mecanis-
mos similares da PAC e do comércio.

O Índice de Intensidade de Carbono - CII estabelece uma


trajectória decrescente no tempo em termos de emissões
de CO2. O CII (gCO2/t NM) é a quantidade de emissões Actualmente o navio de bandeira portuguesa M/S
de carbono geradas por uma unidade de trabalho de “CORVO" obteve autorização especial da Autoridade
transporte, equivalente a uma tonelada nominal de carga Marítima Portuguesa para prosseguir com novos testes.
transportada ao longo de uma milha náutica. A classificação
CII atribui uma letra correspondente a um determinado
nível de Eficiência Energética de A a E a cada navio.
Método de cálculo de CO2
Na última reunião de Julho do Comité de Protecção ao Meio Ambiente
Marinho (Marine Environment Protection Comeety - MEPC 80), as Direc-
Conforme se evidencia na Figura 1, a maioria dos navios tem menos de trizes de GEE (Gases de Efeito de Estufa) e do Ciclo de Vida do Com-
15 anos e a maioria dos navios ainda está e encontra-se activa. bustível Marítimo (Directrizes LCA – Life Cycle Assessement ) foram
É necessário um esforço extraordinário de I&D e tecnológico para oficialmente adoptadas e um programa de trabalho para melhorar ainda
implementar os novos combustíveis hipocarbónicos, nomeadamente o mais as directrizes foi acordado.
hidrogénio, o amoníaco e outros. Os objectivos de descarbonização da
OMI (Organização Marítima Internacional) e UE podem estar em perigo
de serem alcançados. Biocombustíveis e misturas de biocombustíveis
As tecnologias actualmente propostas disponíveis para a propulsão marí- O resultado do MEPC80 abriu a possibilidade de utilização de Biocom-
tima não são muito mais eficientes do que as de há dez anos, enquanto bustíveis para mitigar as emissões de CO2 e alcançar a desejada classi-
outras carecem de infra-estruturas, logística, regulamentação e não são ficação CII. O MEPC80 também estabeleceu as directrizes para reduzir
fiáveis como
​​ deveriam ser para uso marítimo (células de combustível e o impacto da tributação do CO2 no âmbito do ETS (Esquema Europeu
outras). Uma coisa é certa: os motores diesel continuarão a ser os cava- de Comércio de CO2). Para isso, o Factor de Conversão de Emissão de
los de trabalho da indústria naval. CO2 do biocombustível (Cf) precisa ser obtido junto do fornecedor do
Com base nos factos acima expostos, a TecnoVeritas, LabTecno (labo- óleo biocombustível, sustentada por comprovação documental, com
ratório credenciado de combustíveis e petróleo), tem realizado extensas um Certificado. Assim, os biocombustíveis devem ser acompanhados de
pesquisas na área de Biocombustíveis em conjunto com a Prio (a terceira um certificado informando que mostre o real factor de conversão (Cf).
maior refinaria de biodiesel da Europa), para que fosse desenvolvida uma
solução óptima que possa ser amplamente aplicável à frota existente, seja
utilizando HFO ou MGO, e capaz de descarbonizar qualquer embarca- Biocombustíveis e misturas de biocombustíveis
ção, até 42% em referência ao nível real de emissões de CO2. O MEPC aprovou a orientação provisória sobre o uso de biocombustí-
A pesquisa concluiu que o processamento de biocombustível (B100) veis sob os regulamentos 26, 27 e 28 do Anexo VI da MARPOL (DCS
com HFO ou MGO (ambos hidrocarbonetos de originem mineral, pode e CII), que entrará em vigor a 1 de Outubro de 2023. A orientação per-
melhorar drasticamente o desempenho dos navios em termos de CII e mite a atribuição de um factor de conversão de emissão de CO2 (Cf)
diminuir os custos das emissões de CO2 no âmbito do regime europeu considerando os elementos abaixo:
de comércio de emissões. • Os biocombustíveis devem ser certificados por um esquema de certifi-
O Índice de Intensidade de Carbono - CII estabelece uma trajectória cação internacional (consulte os Esquemas de Certificação de Sustenta-
decrescente no tempo em termos de emissões de CO2. O CII (gCO2/t bilidade Aprovados da ICAO e os Critérios de Sustentabilidade COR-
NM) é a quantidade de emissões de carbono geradas por uma unidade SIA (Capítulo 2) para Combustíveis Elegíveis para CORSIA);

66
case-study

• Critérios de Sustentabilidade RSIA (Capítulo 2) para Combustíveis Elegí- últimos 12 meses e dependendo da quota de emissões da UE, um navio
veis CORSIA); com um consumo de combustível de 20 t/dia de HFO e navegando 250
• As reduções de GEE fósseis na fase de vigília devem ser de pelo menos dias / ano terá um custo operacional adicional de até 632 000€ referentes
65% em comparação com as emissões de MGO fósseis na fase de vigília às emissões de CO2 de 2024, 1.106 M€ referentes às emissões de CO2
de 94 gCO2e/MJ; de 2025 e 1.580 M€ referentes às emissões de CO2 de 2026.
• Cf é igual ao valor das emissões de GEE do combustível, de acordo com Esses custos de CO2 podem ser reduzidos pela metade usando Bio-
o certificado, multiplicado pelo seu poder calorífico inferior (LCV) e não HFO-s.
pode ser inferior a 0;
• Para as misturas, o Cf deverá basear-se na média ponderada do Cf para
o respetivo número de combustíveis por energia.
Os biocombustíveis já foram experimentados pela
indústria naval no passado e enfrentaram muitos
A solução BioHFO-s problemas, portanto, há uma certa resistência da
Os biocombustíveis já foram experimentados pela indústria naval no pas- indústria naval em usar o Biodiesel, principalmente por
sado e enfrentaram muitos problemas, portanto, há uma certa resistên- causa da precipitação de ceras, entupimento de filtros,
cia da indústria naval em usar o Biodiesel, principalmente por causa da anéis "o" e deterioração de arruelas ou anilhas de cobre.
precipitação de ceras, entupimento de filtros, anéis "o" e deterioração de No LabTecno, extensas pesquisas (resultando em uma
arruelas ou anilhas de cobre. patente internacional) foram realizadas durante os
No LabTecno, extensas pesquisas (resultando em uma patente inter- últimos três anos para obter o hoje chamado "BioHFO"
nacional) foram realizadas durante os últimos três anos para obter o hoje combustível resultante do processamento do HFO com
chamado "BioHFO" combustível resultante do processamento do HFO B100 (Biocombustível puro), e os resultados não poderiam
com B100 (Biocombustível puro), e os resultados não poderiam ser ser melhores. Estes estudos foram realizados em conjunto
melhores. Estes estudos foram realizados em conjunto com a Prio, que com a Prio, que é produtora de Biocombustíveis com base
é produtora de Biocombustíveis com base em óleos alimentares usados em óleos alimentares usados (Kooking Oils-KooKo).
(Kooking Oils-KooKo).
Para evitar os problemas acima referidos, o sistema de processamento
BioHFO-s, utiliza sonoquímica de alta intensidade, para que as moléculas
minerais de HFO reajam quimicamente com as moléculas biológicas do Conclusão
biocombustível puro, o FAME, originando um novo combustível BioHFO
de alto desempenho. BioHFO
O combustível BioHFO resultante do processamento de um HFO • Descarbonizará um navio até 42% do nível actual de emissões de CO2,
Grade RMG380 com B100 é semelhante a um Grade RME10, promo- melhorando drasticamente o CII;
vendo, portanto uma melhor atomização com menor Consumo Específico • Poupará dinheiro aos armadores no Comércio Europeu de Emissões de
de Fuel Oil na ordem de 5% menor, praticamente sem fumo, redução de CO2;
SOx na ordem de 50%, NOx na ordem de 20% e PM na ordem de 50%. • O B100 encontra-se cada vez mais disponível na maioria dos centros de
BioHFO-s é uma solução alternativa à medida que o B100 se vai tor- abastecimento ao redor do mundo;
nando mais disponível na maioria dos centros de abastecimento em • Pode ser usado directamente em seus motores, sem modificações no
todo o mundo. motor;
• Os motores emitirão muito menos SOx, NOx e PM e funcionarão de
forma mais limpa, sem resíduos de carbono;
A economia da solução BioHFO-s • Aprovação de tipo disponível mediante solicitação;
O principal consumidor da maioria dos navios é o motor principal, a • Fácil e rápido de instalar;
maioria dos motores principais são alimentados com HFO (ou VLSHFO • Todas as obras de engenharia também são fornecidas pela TecnoVeri-
180cSt@50ºC ou 380cSt@50ºC), estes motores dado os seus consumos tas.
praticamente não são elegíveis para funcionar com BioDiesel comum
(B10, B20 ou B30) pois os preços são proibitivos. O BioHFO permite a
utilização de uma solução, que processado de forma optimizada pode Para saber mais sobre BioHFO-s, entre em contacto com labtecno@tec-
descarbonizar o motor principal (e os motores auxiliares dos geradores) noveritas.net
até 42% em referência ao nível actual de emissões de CO2. Este nível de
descarbonização é suficiente para satisfazer a classificação CII da maio- TecnoVeritas BOEM-IT também oferece aos armadores e operado-
ria dos navios. res uma ferramenta de simulação para optimização de viagens de CO2 e
Actualmente o navio de bandeira portuguesa M/S “CORVO" obteve uma ferramenta de software de registro de CO2 das viagens. Ambas as
autorização especial da Autoridade Marítima Portuguesa para prosse- ferramentas são interessantes para identificar os custos do Licenças de
guir com novos testes. emissão de CO2 antes e depois da viagem, para que as surpresas sejam
O sistema BioHFO utiliza puro B100 e VLSHFO (RMG380), mas não limitadas ao mínimo.
se limita a nenhum tipo de combustível residual, pois funciona também
com MGO. O sistema é homologado e controlado electronicamente,
de modo que a incorporação dos dois combustíveis pode ser optimi-
zada economicamente para atingir a classificação CII desejada e reduzir
TecnoVeritas – Serviços de Engenharia e Sistemas Tecnológicos, Lda.
o custo das emissões de CO2, que ultrapassou a barreira dos 100€/tCO2. Tel.: +351 261 819 819 ∙ Fax: +351 261 819 820
Os preços do mercado de carbono são altamente voláteis e flutuaram [email protected] ∙ www.tecnoveritas.net
este ano entre 60 euros e 105 euros por tonelada de CO2 ao longo dos

67
case-study

como gerir os excedentes


fotovoltaicos?
Na hora de conceber uma instalação fotovoltaica, centramo-nos na eficiência dos módulos, na
orientação, na melhor inclinação, e nos kWh/kWp que podemos gerar... Mas sabemos realmente
como podemos aproveitar a quantidade de kWh que geramos?
por Amara NZero

Isto é, gerámos 95% da energia que a nossa moradia precisava, mas


apenas aproveitámos 29%, o resto - os famosos excedentes energéticos
- vertemos para a rede de distribuição.

Como compensamos os nossos excedentes fotovoltaicos?


Atualmente, graças ao Real Decreto 244/2019, facilita-se a compensação
de excedentes, mecanismo pelo qual a comercializadora elétrica com-
pensa a energia que injetamos na rede elétrica com a energia que con-
sumimos, mas não se trata de uma relação 1:1.
Além disso, isto tem alguns inconvenientes. O primeiro é que a compen-
sação é feita tendo em conta o período de faturação, pelo que não é pos-
sível aproveitar os excedentes gerados num período diferente. Além disso,
esta compensação tem como limite a energia consumida, pelo que nunca
vão descontar mais do que consumimos. Por último, esta compensação
Na maioria das instalações fotovoltaicas residenciais, deparamo-nos com apenas é aplicada sobre a parte variável, pelo que vamos ter de continuar
um problema: a curva de produção fotovoltaica é totalmente contrá- a pagar a parte fixa (potência contratada, aluguer do contador, impostos...).
ria à nossa curva de consumo. Quando produzimos mais geralmente, é Atualmente algumas comercializadoras contam com as denominadas
quando não estamos em casa. baterias virtuais, que não são mais do que a forma de apelar a um porta-
No exemplo da Figura 1 observamos como o consumo se concentra -moedas virtual. Nestes casos, a empresa vai colocando neste porta-moe-
nas primeiras e últimas horas do dia. das o saldo acordado por cada kWh que injetamos na rede. Com este
saldo, poderemos pagar o total da nossa fatura e, algumas comercializa-
doras até oferecem a opção de o usar para pagar faturas de outros pon-
tos de fornecimento que tenhamos, como os de uma segunda residência.
Mas que alternativas temos para aproveitar esta produção sem neces-
sidade de verter na rede? Vamos ver diferentes opções.

Como podemos aproveitar os nossos excedentes sem verter


na rede?

Baterias de Lítio
A primeira opção que certamente virá à cabeça é instalar uma bateria
de lítio para poder carregar naqueles momentos em que tenhamos exce-
dentes e descarregar naqueles momentos onde a produção fotovoltaica
não seja suficiente para cobrir todos os nossos consumos.
Figura 1 Curva consumo-produção. Graças ao software de monitorização da Fronius, se já contarmos com
uma instalação fotovoltaica instalada e monitorizada, podemos saber exa-
tamente como a nossa instalação se vai comportar se instalarmos uma
Em concreto, no passado dia 19 de novembro, esta instalação exigiu um bateria, concretamente uma bateria do fabricante BYD.
total de 29,13 kWh, dos quais 21 kWh foram proporcionados pela rede Na instalação anterior, que foi iniciada no passado mês de setembro,
e apenas 8 kWh foram proporcionados pela nossa instalação fotovol- contamos com uma percentagem de autoconsumo de 29%. Isto é, nestes
taica. Se analisarmos em termos de energia produzida, podemos ver que meses, 29% do nosso consumo foi proporcionado pela instalação foto-
gerámos um total de 27,72 kWh. voltaica, enquanto os 71% restantes foram fornecidos pela rede elétrica.

68
case-study

Figura 2 Simulação bateria 5,12 kWh. Figura 3 Simulação bateria 13,8 kWh.

Além disso, como pudemos ver, temos uma grande quantidade de exce- Além disso, da mesma forma que com a acumulação, graças a Solar-
dentes que poderíamos armazenar. Vamos fazer diferentes simulações. WEB, podemos simular qual seria a poupança que teríamos graças ao
Primeiro, vamos experimentar instalar uma bateria de 5,12 kWh, em Ohmpilot, além de nos recomendar a potência da resistência a instalar.
concreto, o modelo BYD HVS 5.1. Como podemos ver no seguinte grá- Por exemplo, na Figura 5, podemos ver que, graças à instalação de um
fico, Figura 2 graças a esta bateria, aumentamos a percentagem de auto- Ohmpilot junto a uma resistência de 3 kW, o consumo de gás seria pra-
consumo até 37%, pelo que passamos a depender menos da rede elétrica. ticamente nulo a partir do mês de março, usando apenas gás para aque-
Se aumentarmos a capacidade da bateria até aos 13,8 kWh, instalando cer água durante o primeiro trimestre do ano.
o modelo BYD HVM 13.9, o grau de autossuficiência aumenta até 43%.
Além disso, no seguinte gráfico, podemos ver como, durante o mês de
novembro, 100% do nosso consumo teria sido gerado na nossa instala-
ção. Isto é, o consumo de energia da rede teria sido de 0 kWh.

Acumulação em forma de energia térmica


Segundo alguns estudos, mais de 50% do consumo total de uma moradia
é o aquecimento e a geração de AQS (água quente sanitária).
Para este caso, é muito interessante poder acumular todo o excedente
produzido pela nossa instalação fotovoltaica em energia térmica, aque-
cendo água para poder tomar banho ou aquecendo a nossa casa usando
solos radiantes elétricos ou painéis infravermelhos.
Na Fronius, numa clara aposta em dispor de uma solução integral, lança-
ram há alguns anos o OhmPilot, equipamento em que podemos ligar resis-
tências até 9 kW para aproveitar todo o nosso excedente aquecendo água.

Figura 5 Simulação Ohmpilot.

Controlo de cargas
Em algumas ocasiões, em vez de querer aproveitar este excedente em
Figura 4 Esquema Ohmpilot. forma de energia térmica, queremos ativar cargas não resistivas, como

69
case-study
COMO GERIR OS EXCEDENTES FOTOVOLTAICOS?

a depuradora de uma piscina ou, o que cada vez é mais habitual, uma
máquina de aerotermia. Outra opção, que cada vez é mais habitual, é contar com
Tanto a gama SnapInverter como a gama GEN24 conta com qua- uma máquina de aerotermia que utilizemos para produzir
tro saídas digitais que podemos aproveitar para a gestão destas cargas. água quente sanitária e para climatizar a moradia de forma
Por exemplo, com uma destas quatro saídas digitais, poderemos ali- eficiente. A BWP, uma associação alemã de fabricantes de
mentar um relé em cujas bobinas liguemos a alimentação da depuradora. bombas de calor, criou em 2017 a etiqueta “SG Ready”
Desta forma, poderemos ativar a depuradora quando tivermos uma deter- que indica que contam com um funcionamento específico
minada produção fotovoltaica, tenhamos excedentes, configurar tempos para consumir de forma inteligente energia procedente de
mínimos e máximos de funcionamento, entre outros. instalações fotovoltaicas, mas como se gere?
Outra opção, que cada vez é mais habitual, é contar com uma máquina
de aerotermia que utilizemos para produzir água quente sanitária e para
climatizar a moradia de forma eficiente. A BWP, uma associação alemã
de fabricantes de bombas de calor, criou em 2017 a etiqueta “SG Ready”
que indica que contam com um funcionamento específico para consu-
mir de forma inteligente energia procedente de instalações fotovoltai-
cas, mas como se gere?
As aerotermias SG Ready contam com quatro modos de funciona-
mento:
• Modo 1: a aerotermia não funciona. Este modo está limitado a 2
horas ao dia;
• Modo 2: modo de funcionamento padrão, a aerotermia age com
base nas suas instruções programadas;
• Modo 3: neste modo, a aerotermia modifica as suas tolerâncias para
ser mais propensa a ativar-se;
• Modo 4: neste modo, força-se a ativação da aerotermia.

As saídas digitais dos inversores da Fronius podem ligar-se à aeroter- Figura 6 Monitorização Wattpilot.
mia para modificar os seus modos de trabalho, de forma que possamos
aproveitar ao máximo o excedente fotovoltaico.
Além disso, desde o passado mês de julho, o portal Fronius Solar-
Veículo elétrico WEB conta com integração a tarifa PVPC de Espanha. Desta forma, o
E se, além de carregar o veículo na sua própria casa, o fizesse com ener- sistema sabe o custo do kWh em todo o momento, permitindo, assim,
gia produzida no seu próprio telhado? Isto é possível. Graças a um uso não só uma otimização entre a produção fotovoltaica e o consumo da
eficiente dos excedentes fotovoltaicos, podemos carregar a bateria do instalação, mas esta otimização também se faz em termos económicos.
nosso veículo usando a energia sobrante que as cargas habituais da mora- Por exemplo, se precisarmos de carregar o nosso veículo em horas em
dia não aproveitam. que não há produção fotovoltaica, o Wattpilot é capaz de carregar nas
A Fronius, na sua aposta na integração total, conta com um carrega- horas em que o custo seja menor, aumentando assim a rentabilidade da
dor de veículo elétrico com funções muito interessantes, o Wattpilot. nossa instalação.
O Wattpilot é um dos carregadores de veículo elétrico mais versáteis
que há, já que conta mesmo com um modelo destinado a poder levá-lo
a qualquer lugar, como uma segunda residência, o Wattpilot Go.
Além disso, se contarmos com uma instalação fotovoltaica, podere-
mos configurar o sistema para derivar todos esses excedentes ao nosso
veículo, aumentando assim a nossa já famosa quota de autoconsumo.
Na seguinte Figura podemos ver um exemplo de uma instalação onde
há um Wattpilot instalado. Observamos como, a partir das 10:00, o carro
começa a carregar uma potência fixa de 2,5 kW. Quando a produção
fotovoltaica aumenta, o carregador é capaz de aumentar a sua potência
de forma dinâmica, aproveitando ao máximo a nossa instalação.

Atualmente algumas comercializadoras contam com


as denominadas baterias virtuais, que não são mais
do que a forma de apelar a um porta-moedas virtual. Figura 7 Integração PVPC.
Nestes casos, a empresa vai colocando neste porta-
moedas o saldo acordado por cada kWh que injetamos
na rede. Com este saldo, poderemos pagar o total
da nossa fatura e, algumas comercializadoras até
Amara NZero
oferecem a opção de o usar para pagar faturas de Tel: +34 91 723 16 00
outros pontos de fornecimento que tenhamos, como os https://amaranzero.es/
de uma segunda residência.

70
PUB.
case-study

primeira estação portátil de


reabastecimento de veículos
a hidrogénio em Portugal
Num mundo onde a sustentabilidade e a inovação caminham lado a lado, um projeto notável ganhou
vida em solo português. A PRF Gas Solutions, uma empresa de Leiria com um histórico de três
décadas na indústria dos gases combustíveis, mergulhou de cabeça no campo da tecnologia verde
ao lançar o projeto DRHYVE - A Primeira Estação Portátil de Reabastecimento de Hidrogénio em
Portugal. Neste artigo, iremos explorar este empolgante projeto, com destaque para a colaboração
crucial com a Bresimar Automação.

extremamente amigos do ambiente, contribuindo


para a redução das emissões de gases de efeito
estufa. Além disso, a eficiência energética é alta,
pois a energia é convertida diretamente em ele-
tricidade, minimizando perdas de conversão.
A autonomia também é uma caraterística
positiva dos veículos a hidrogénio, sendo com-
parável à dos veículos a gasolina ou gasóleo.
Além disso, o reabastecimento é rápido, levando
Veículos movidos a hidrogénio: a nova apenas alguns minutos, ao contrário do tempo
era da mobilidade sustentável - 0% CO2 de carga prolongada necessária para muitos veí- A estação portátil DRHYVE, encomendada
Os veículos movidos a hidrogénio, também culos elétricos a bateria. pela Câmara Municipal de Cascais, tem o propó-
conhecidos como veículos de célula de combus- Apesar dos desafios que ainda enfrentam, sito de abastecer veículos movidos a fuel-cells e
tível, são uma inovação notável no setor auto- os veículos movidos a hidrogénio representam atualmente fornece hidrogénio a veículos pesa-
móvel que busca uma alternativa mais limpa e um passo significativo em direção a uma mobi- dos e ligeiros a 350 bar. Localizado em Cascais,
sustentável aos veículos tradicionais movidos lidade mais sustentável e podem desempenhar o sistema começou por abastecer 2 autocarros
a combustíveis fósseis. Estes veículos utilizam um papel vital na transição para um futuro de fabricados pela também Portuguesa Caetano
células de combustível para converter hidro- energia limpa e redução das emissões poluen- Bus e um automóvel ligeiro, sendo que atual-
génio gasoso e oxigénio do ar em eletricidade, tes no setor de transporte. mente abastece já 4 autocarros. A Câmara de
que alimenta um motor elétrico, gerando ener- Cascais lançou, entretanto, um concurso público,
gia suficiente para propulsionar o veículo. ganho pela PRF Gas Solutions, para forneci-
Projeto DRHYVE: o impulso para mento de um posto fixo de Hidrogénio, com
a mobilidade sustentável produção local. Este posto será público e abas-
Nos últimos 32 anos, a PRF Gas Solutions tem dei- tecerá a 350 bar e a 700 bar.
xado a sua marca no panorama dos gases combus-
tíveis. Com uma visão focada no futuro, a empresa
lidera a exploração do potencial do gás natural,
do biogás e, mais recentemente, do hidrogénio.
O projeto DRHYVE parte da visão da PRF
Gas Solutions em liderar a mobilidade sustentá-
vel com tecnologia de hidrogénio. Com 32 anos
de existência e 20 anos de experiência em postos
Uma das vantagens mais notáveis dos veículos de abastecimento de gases combustíveis, a PRF
a hidrogénio é a sua reduzida pegada ecológica. A aplicou o conhecimento adquirido na criação des-
única emissão resultante do processo de conver- tes postos de hidrogénio, investindo num futuro
são é vapor de água, o que torna estes veículos de mobilidade mais limpa e eficiente.

72
case-study

“Estamos muito satisfeitos por ter sido em Por- tensão, estas barreiras foram desenvolvidas para A sua integração com redes de comunica-
tugal que lançámos a primeira de muitas esta- limitar a transferência de energia elétrica entre ção industrial e a capacidade de realização de
ções DRHYVE (PHRS - portable hydrogen refueling circuitos, reduzindo ao mínimo o risco de igni- diagnósticos remotos contribuem para otimi-
station) que a PRF Gas Solutions irá construir. O ção em zonas com vapores inflamáveis ou subs- zar a segurança e reduzir o tempo de inativi-
hidrogénio terá um papel muito importante na tâncias suscetíveis de combustão. dade, resultando em operações mais seguras
mobilidade e em pouco tempo teremos frotas Todos os dispositivos de interface da série IM e eficientes.
importantes de veículos a fuel-cells a hidrogénio, possuem circuitos de entrada e saída, intrinse-
e estamos certos que o papel importante que a camente seguros e estão aprovados segundo a
PRF Gas Solutions tem nas estações de abasteci- nova diretiva 94/9/CE, referente a equipamentos
mento de veículos a gás natural, terá igualmente e sistemas de proteção destinados a serem utili-
nas estações de abastecimento de hidrogénio.” zados em atmosferas potencialmente explosivas.
Paulo Ferreira, Administrador da PRF. Esta série disponibiliza uma variedade de con-
figurações e funcionalidades, incluindo diferen-
tes números de canais e opções de montagem,
Colaboração estratégica com permitindo uma adaptação precisa às necessi-
a Bresimar Automação dades particulares de cada aplicação.
A PRF Gas Solutions elegeu a Bresimar Automa-
ção como parceira para este projeto inovador 2. Controladores de segurança | Gama XS26
em Portugal. Esta parceria vem já de longa data, Banner
pelo que a escolha não foi ao acaso. A Bresimar A Banner também desempenhou um papel vital,
Automação oferece uma combinação invejável: graças aos seus equipamentos de segurança. Estes
"preço competitivo, cumprimento de prazos de dispositivos monitorizam os aspetos vitais da
entrega, produtos fiáveis e um suporte pós-venda estação - botoneiras de emergência, detetores
exemplar" afirma Hugo Antunes, Gestor de Pro- de gás, detetores de chama e transmissores de “A Bresimar ajuda-nos bastante porque é uma
jetos de Hidrogénio na PRF Gas Solutions. Esta pressão. Esta monitorização visa a proteção da empresa que traz qualidade para a PRF Gas
sólida parceria e confiança mútua foram cruciais estação em situações de acidente, deteção de Solutions. E trazendo qualidade para a PRF Gas
para o sucesso do projeto DRHYVE. incidentes ou sempre que um operador iden- Solutions também traz qualidade para os nossos
tifica algum problema e aciona uma botoneira clientes.” David Lopes, Responsável de Auto-
de emergência. A rápida deteção de incidentes mação da PRF.
Quais os equipamentos utilizados neste ou problemas é fundamental, e a Banner pro-
projeto videnciou essa salvaguarda.
O futuro
1. Barreiras de proteção intrínseca | Gama IM Para Bruno Faustino, Diretor da Unidade de
Turck Negócio Hidrogénio, a PRF está a avançar com
As barreiras de isolamento galvânico da Turck projetos ambiciosos no setor do hidrogénio,
desempenharam um papel crucial na separação com o segundo posto DRHYVE já fabricado e
de sinais na zona EX, onde os componentes de estando já em fase de produção um posto para
hidrogénio operam, e na zona segura, onde os 350 bar e outro posto para 700 bar.
quadros elétricos se encontram. A segurança
é primordial e estas barreiras garantem que os
sinais permaneçam separados, garantindo um
funcionamento seguro e eficaz.

Os controladores de segurança da gama


XS26 da Banner Engineering destacam-se pela
sua versatilidade e facilidade de programa-
ção. Especialmente concebidos para situações
que exigem monitorização e gestão de segu-
rança, estes controladores múltiplos canais de
entrada, saída e porta Ethernet multiproto- Com a sua experiência de décadas e visão
colo, com uma grande variedade de opções pioneira, a PRF Gas Solutions lidera o cami-
de configuração. nho para um amanhã mais verde. Foi para nós
A sua estrutura modular possibilita a expan- um privilégio fazer parte deste projeto e con-
são do sistema conforme necessário, tornan- tribuir para a inovação e sustentabilidade em
do-os ideais para sistemas complexos e em Portugal.
constante evolução.
As barreiras de proteção intrínseca da gama Com a capacidade de monitorizar dispositi-
IM da Turck apresentam-se como uma solução vos de segurança, como botoneiras de emer-
Bresimar Automação, S.A.
extremamente fiável para ambientes industriais gência, detetores de gás, detetores de chama Tel.: +351 234 303 320
potencialmente perigosos. Ao combinar isola- e transmissores de pressão, os XS26 garantem [email protected] ∙ www.bresimar.pt
mento galvânico com proteção contra picos de uma resposta ágil em cenários de risco.

73
case-study

EPLAN Smart Mounting:


a nova versão 2024
A mais recente versão do EPLAN Smart Mounting apresenta novos painéis de controlo e os
gestores de produção podem agora ter uma visão geral de todas as encomendas: tudo num único
campo e sem terem de fazer as rondas no chão de fábrica. Isto assegura que todos os pedidos
podem ser vistos num relance e permite garantir que todos os recursos estão a ser utilizados da
melhor forma.

Os técnicos de produção também recebem apoio adicional: ao digitalizar um


componente, o software mostra exatamente onde este deve ser instalado.
O Smart Mounting facilita ainda mais o fabrico de armários de controlo
e a construção de painéis. Conduz os técnicos de montagem através dos
passos de montagem de calhas, condutas de cabos e componentes elé-
tricos, e mostra onde cada componente deve ser colocado. No entanto,
o pessoal de fabrico não é o único a receber o apoio ideal; os gestores
de produção também beneficiam da visão geral completa dos projetos e
também no interior dos mesmos. Anteriormente, esta visão estava limi-
tada a uma única encomenda, mas na nova versão 2024 é apresentado
todo o fluxo de encomendas na produção.
Diferentes painéis de controlo mostram todas as encomendas atual-
mente em curso - incluindo a fase em que cada uma se encontra no Os novos painéis de controlo da versão 2024 apresentam todas as infor-
processo de produção. Existe uma visão geral única onde o diretor de mações sobre o progresso de cada encomenda individual. Isto proporciona
produção pode ver todas as informações relevantes, incluindo os comen- total transparência sobre o estado da produção e o consumo de material
tários dos técnicos ao nível da encomenda. Se pretender, o gestor pode
selecionar uma ordem (em curso) e receber todas as informações sobre
o progresso dessa ordem individual, apoiando assim o planeamento de
recursos, melhorando a comunicação entre a equipa e poupando a rea-
lização de rondas demoradas no chão de fábrica.

Rastreio para um melhor cálculo de custos


Outra inovação: tanto o EPLAN Smart Mounting como o EPLAN Smart
Wiring avaliam agora simultaneamente as encomendas anteriores, ou
seja, as já registadas. O software mostra quantas encomendas foram pro-
cessadas durante um determinado período de tempo e determina KPIs,
como o tempo médio necessário por componente ou ligação. Estes valo-
res podem ser utilizados de forma ideal para calcular os custos de tempo
para novas encomendas e facilitam o teste de novos fluxos de trabalho Os gestores de produção têm uma boa visão geral de todas as enco-
para otimizar os processos de produção. Por exemplo, se o processo de mendas que estão atualmente a ser processadas - incluindo a fase de pro-
etiquetagem de componentes for alterado, o tempo por item pode ser cessamento, o feedback do chão de fábrica e os KPIs mais importantes.
verificado após alguns trabalhos. O acompanhamento detalhado ao nível
do trabalho fornece uma visão geral ótima.
Atribuir componentes? Basta digitalizá-los!
A simplicidade do sistema assegura adicionalmente que as empresas possam
lidar eficazmente com a falta de funcionários qualificados. Mesmo os técnicos
O software mostra quantas encomendas foram que não totalmente qualificados podem assumir tanto a instalação de com-
processadas durante um determinado período de tempo ponentes como - em combinação com o EPLAN Smart Wiring - a cabla-
e determina KPIs, como o tempo médio necessário por gem de um armário de controlo. Para tornar isto ainda mais fácil, a EPLAN
componente ou ligação. implementou mais uma ideia inovadora da vida real na nova Versão 2024.

74
case-study

Os componentes podem agora ser digitalizados para um melhor reco- Além disso, uma interface para o terminal de fios WT C da Rittal sig-
nhecimento. Tobias Kratz, Diretor Comercial do EPLAN Rapid Design, nifica que a informação para o agrupamento é sincronizada com a lista
explica: "Com a nova função de digitalização integrada, cada componente de cablagem - e os cabos são apresentados exatamente na sequência
pode agora ser claramente identificado e corretamente colocado no quadro de saída pela máquina de processamento de fios totalmente automática.
elétrico. Os componentes de aparência semelhante não serão confundidos Todos os dados de engenharia e fabrico podem ser sincronizados - com
uns com os outros, e o fluxo de trabalho também é acelerado. Portanto, não base no gémeo digital no EPLAN Pro Panel.
há dúvidas sobre onde cada dispositivo deve ser instalado."

Interface de utilizador personalizável individualmente


Consistência total até à cablagem Normalmente, todos preferem trabalhar com uma interface que lhes seja
Anteriormente, os técnicos tinham de identificar os componentes utili- familiar ou seguir um fluxo de trabalho habitual. Os sistemas inteligentes
zando os números dos dispositivos ou com a ajuda de uma macro 3D, o da EPLAN também suportam isto. Por exemplo, os números ERP podem
que requer um certo nível de especialização. "Agora, o técnico pega sim- ser apresentados e os critérios de pesquisa e/ou filtragem podem ser per-
plesmente no componente e num scanner portátil, lê o código EAN e o gémeo sonalizados individualmente, tal como a apresentação do modelo 3D.
digital mostra onde o componente deve ser instalado", diz Kratz. Tanto o gestor de produção como o utilizador individual podem deci-
Em combinação com o EPLAN Smart Wiring, o processo de cablagem dir o que funciona melhor. Deste modo, as aplicações podem ser adap-
também é suportado utilizando uma base uniforme em todo o sistema. tadas de forma ideal aos processos internos e as preferências pessoais
também podem ser tidas em conta. Isto significa que todos trabalham
de uma forma altamente eficiente com a sua própria interface de utili-
zador ideal, tudo adaptado ao panorama de produção da empresa.
Anteriormente, os técnicos tinham de identificar os componentes
utilizando os números dos dispositivos ou com a ajuda de uma
macro 3D, o que requer um certo nível de especialização.
M&M Engenharia Industrial, Lda.
"Agora, o técnico pega simplesmente no componente e num Tel.: +351 229 351 336
scanner portátil, lê o código EAN e o gémeo digital mostra onde [email protected] ∙ www.eplan.pt
o componente deve ser instalado", diz Kratz.
PUB.

75
entrevista

“melhorar, para nós, significa um


portefólio em constante evolução”
Começou por nos explicar que Renováveis Magazine (rm): Como pode- primeira vez, visitas prévias em que nos é soli-
os core values da sua marca mos definir e caraterizar todo o caminho da citado um parecer técnico das coberturas. Em
ESDEC desde a sua fundação até aos dias atuais. relação à formação, que para nós é a chave para
e empresa são a inovação, o Tiago Antunes (TA): Podemos definir como um mercado fotovoltaico de sucesso e susten-
suporte técnico e a formação um percurso desafiante, de crescimento contínuo, tável, apostamos cada vez com maior intensi-
mas sem nunca perdermos os valores que esti- dade de forma a dar independência e know-how
imprescindível que garantem veram na base da nossa fundação. Efetivamente, aos instaladores que todos os dias instalam em
aos instaladores no início de nunca estamos satisfeitos e queremos sempre coberturas residenciais, comerciais e industriais.
qualquer projeto. E enumerou melhorar. Melhorar, para nós, significa um porte-
fólio em constante evolução, que apresenta solu- rm: Fale-nos um pouco dos produtos e solu-
que a qualidade, o suporte, e o ções de montagem inovadoras ao mercado, sem ções que a ESDEC disponibiliza ao mercado e
serviço pós-venda são fulcrais nunca esquecermos outros dois valores de base as evoluções que têm decorrido ao longo de
para um mercado saudável e essenciais: o suporte e a formação dos instalado- todos estes anos.
res que utilizam os nossos produtos. TA: O nosso portefólio de produtos destina-se
com boa imagem e por isso a coberturas, que é a nossa especialidade, que se
não prescindem desses valores. rm: No próximo ano a ESDEC celebra 20 anos dividem em coberturas planas e inclinadas. Para as
Falamos de Tiago Antunes, de existência, os objetivos que vos levaram a coberturas inclinadas temos a família de soluções
começar esta empresa estão cumpridos ou ClickFit EVO, e para coberturas planas temos a
Country Manager Iberia da ainda há muito a realizar no futuro? família de produtos FlatFix. Neste âmbito, e con-
ESDEC que esteve à conversa TA: A Esdec foi fundada por dois instaladores. siderando a evolução do mercado fotovoltaico,
com a Renováveis Magazine e Desde a sua fundação até hoje os core values uma das principais evoluções tem sido a dimensão
permanecem intactos, nomeadamente: inovação,
nos contou um pouco de todo suporte técnico e formação. No fundo, estes
o percurso e dos baluartes core values têm como objetivo acrescentar valor.
que norteiam a ESDEC. Neste sentido, o objetivo geral tem consistido "A Esdec foi fundada por dois
em melhorar estes três pilares. No que diz res- instaladores. Desde a sua fundação
peito à inovação, trabalhamos continuamente até hoje os core values permanecem
por Helena Paulino para apresentarmos produtos práticos, rápidos intactos, nomeadamente: inovação,
e seguros, que eliminem o tempo de pré-pre- suporte técnico e formação. No fundo,
paração de obra. Relativamente ao suporte téc- estes core values têm como objetivo
nico, tentamos acompanhar os nossos clientes acrescentar valor. Neste sentido,
em obra, dando formação a novos clientes que o objetivo geral tem consistido em
utilizem os nossos sistemas de montagem pela melhorar estes três pilares."

76
entrevista

dos módulos fotovoltaicos e as alterações na fixa- TA: A nível de eventos de divulgação e brand suporte, e serviço pós-venda são fulcrais para um
ção que estas variações envolvem. Para além da awareness, temos vários canais que são essen- mercado saudável e com boa imagem.
dimensão dos módulos existem também outros ciais: eventos em Portugal (Enerh20 e outros),
fatores que nos obrigam a melhorar a nossa gama roadshows com o nosso Solar Bus e em parceira rm: Ainda há muito a fazer para aproveitarmos
de produtos existente, tal como o estudo de novas com os nossos Channel Partners e webinars. Sen- mais e melhor as fontes de energia renováveis,
soluções, como por exemplo: exigências regula- timos que a ESDEC é uma marca reconhecida ou os portugueses já estão no bom caminho?
mentais (que são distintas em diversos países) e pela maioria das empresas do setor. É com grande TA: Estamos num bom caminho, mas efeti-
caraterísticas técnicas das coberturas. entusiamo que percebemos que existe uma cres- vamente ainda há muito a fazer. Os objetivos
cente procura pelos nossos produtos, e os even- são ambiciosos, e por isso, todos os agentes
tos são ferramentas que nos possibilitam não só no mercado têm de estar otimizados, os ins-
apresentar os nossos sistemas de montagem de trumentos financeiros existem, mas têm de
uma forma dinâmica e interativa, estes facilitam ser mais eficientes, as entidades que regulam o
“Instaladores formados levam a a captação do interesse por parte de quem nos mercado têm de ser mais ágeis. De uma forma
equipas independentes” visita (e quem nós visitamos), mas também o geral, temos alguns aspetos a melhorar, mas
reforço das relações com os clientes habituais. estamos otimistas.

rm: Apoiar os clientes nos seus projetos foto- rm: A ESDEC recebeu em agosto de 2023 a
voltaicos tem sido sempre um dos vossos certificação ISO 14001. Proteger o ambiente
baluartes. Como conseguem acompanhar o e impulsionar a utilização das energias reno-
cliente em todas as fases do projeto? váveis, sobretudo o sol, tem sido desde sem-
TA: Podemos considerar que existem 3 fases pre o vosso foco?
essenciais nas quais focamos o nosso trabalho, TA: Sem dúvida! No entanto, a certificação ISO
no que respeita ao apoio a clientes: (i) calcu- 14001 comprova ao mercado o nosso com-
lação do projeto; (ii) visita prévia; (iii) arran- promisso com o ambiente. A título de exem-
que de obra. Estas três fases são dinâmicas e plo, sempre esteve no nosso DNA o sourcing
existem subfases dentro das mesmas. Tendo responsável, visto que nós adquirimos as maté-
em consideração que a Esdec em Portugal é rias-primas utilizadas para produzir os nossos
constituída por três pessoas, a organização é produtos, e temos fornecedores responsáveis
fundamental. Neste sentido estabelecemos pra- pela produção dos nossos produtos, e também,
zos aceitáveis para a resposta a uma solicita- a utilização de veículos elétricos pela equipa
ção do cálculo de um projeto. Tentamos gerir comercial, entre outros.
as nossas agendas, no que respeita a visitas e rm: Os distribuidores e instaladores, parcei-
arranques de obra, com alguma antecedência. ros da ESDEC têm um papel muito importante
Se analisarmos de uma forma macro, o apoio na divulgação dos vossos produtos. Sem estes
e a formação estão diretamente relacionados. parceiros tornava-se mais complicado traba-
Instaladores formados levam a equipas inde- lhar o mercado?
pendentes, o que significa que ao realizarmos “qualidade, o suporte, e serviço pós- TA: Totalmente! O nosso modelo de negócio
um arranque de obra com um cliente, estamos venda são fulcrais para um mercado privilegia uma relação de proximidade e cons-
a dar know-how que muito possivelmente dis- saudável e com boa imagem” tante cooperação com os nossos distribuidores.
pensa uma repetição no futuro. Todos os anos, temos ações de marketing em
parceria com os nossos Channel Partners (dis-
rm: Conhece o mercado português e algum tribuidores) com o objetivo de divulgar a nossa
do mercado internacional. Em que aspetos se marca, mas também de forma a fomentar a rela-
diferencia o mercado português dos restantes? ção comercial entre os nossos distribuidores e
TA: O mercado português (tal como o mer- os seus clientes. Para além das campanhas de
cado espanhol e italiano), é um mercado ainda marketing, os nossos distribuidores têm uma car-
muito orientado pelo preço, às vezes à custa de teira de clientes que abrange praticamente todo
soluções de qualidade. Sendo a nossa base nos o mercado português, e ao terem a ESDEC no
Países Baixos, e visto que estamos presentes seu portefólio permite chegarmos a mais clien-
nos países nórdicos, estes mercados são orien- tes e são também uma força comercial adicional.
tados pela qualidade, embora contribua para este
facto o poder de compra substancialmente maior rm: Olhando para o futuro como vê a evolu-
do que o nosso. Outra diferença relevante que ção da ESDEC em Portugal?
observamos é a dimensão dos módulos utiliza- TA: Estamos a trabalhar no sentido de chegar
dos, no mercado português dificilmente encon- a mais clientes e de reforçar o valor acrescen-
tramos projetos fotovoltaicos com módulos de tado para os clientes atuais. Está nos nossos
rm: A ESDEC tem participado em feiras um 450 W, por exemplo. Existe uma clara predo- planos reforçar a equipa em Portugal de forma
pouco por todo o país. Sentem que o mercado minância dos módulos de maior dimensão. No a conseguirmos aumentar a proximidade em
já conhece os vossos sistemas de montagem entanto, gostaria de salientar que notamos uma todas as zonas do país, melhorarmos o tempo
e quer saber mais? Estar em eventos deste crescente preocupação dos agentes no mer- de resposta às solicitações de cálculo de pro-
género também vos permite estreitar relações cado português em utilizar produtos e soluções jetos e qualidade e quantidade de formações
com os vossos clientes, correto? de qualidade, reconhecendo que a qualidade, o gerais e dedicadas.

77
entrevista

“existe no país ‘vontade de explorar e


rentabilizar o Sol’”
Luís Mira é o novo Key Renováveis Magazine (rm): Fundada em fiabilidade e uma clara orientação para as neces-
Account Manager da IBC Solar 1982 na Alemanha, o foco da IBC Solar sem- sidades dos nossos parceiros.
pre foi a energia solar fotovoltaica. Como se
em Portugal e partilhou com a desenvolveu a empresa até chegar ao que é
Renováveis Magazine alguns dos atualmente?
Luís Mira (LM): A IBC Solar AG surgiu como A IBC Solar AG surgiu como pioneira
projetos que a empresa tem pioneira no setor das energias renováveis há 42 no setor das energias renováveis há
para Portugal e qual o objetivo anos. Desde então, tornou-se num dos principais 42 anos. Desde então, tornou-se num
desta aposta no nosso país. distribuidores mundiais de soluções fotovoltai- dos principais distribuidores mundiais
cas integradas e de armazenamento de energia. de soluções fotovoltaicas integradas e
Destacou ainda o compromisso A empresa sediada em Bad Staffelstein foi fun- de armazenamento de energia.
com os clientes e com a dada em 1982 como IBC - International Battery
qualidade que fazem parte do and Solar Power Consulting – colocando a pri-
meira pedra para o desenvolvimento da energia rm: Em 2023, a IBC Solar decidiu reforçar a
ADN da IBC Solar e que a solar na Alemanha. Tendo sido um dos primei- sua presença na Europa através da abertura
destacam da concorrência. ros fornecedores a nível europeu de baterias e de uma delegação em Portugal. Porque con-
de sistemas fotovoltaicos, a IBC Solar tem par- sideram que Portugal é um mercado estraté-
por Helena Paulino ticipado, ativamente, na definição de muitas das gico para a aposta nas energias renováveis?
mudanças desta indústria e tem vindo a ampliar LM: Os objetivos de descarbonização da União
continuamente o seu próprio portefólio, ali- Europeia e, em particular, de Portugal para 2030
nhada com a evolução do mercado. são muito ambiciosos e o país ainda está longe
Foi em 2006 que a IBC decidiu entrar na de os alcançar. No início de 2022, Portugal tinha
Península Ibérica, tornando-se numa das empre- instalado cerca de 3 GWp (acumulado) de fonte
sas de energias renováveis pioneiras nesta região. solar fotovoltaica. Contabilizando a capacidade
Desde então e até à data, liderada pelo nosso necessária para a produção de hidrogénio (cená-
Country Manager, Alberto Moreta, a IBC Solar rio WAM), os objetivos do PNEC de capacidade
chegou a gerir, assessorar e fornecer múltiplos solar fotovoltaica instalada são de 8,4 GWp até
projetos em Espanha e Portugal, desde grandes 2025 e 20,4 GWp até 2030.
projetos de comercial-industrial até pequenas Ora, para cumprir estes objetivos, o setor terá
instalações de autoconsumo residencial. Na IBC de continuar a crescer a passo acelerado. O con-
Solar caraterizamo-nos por um forte compro- texto é favorável, num dos países da Europa com
misso com os nossos clientes, uma clara orien- mais horas de sol e com um contexto legisla-
tação para a qualidade, excelência tecnológica, tivo que promove a instalação de painéis solares.

78
entrevista

rm: Luís Mira é o novo Key Account Manager rm: Os módulos de qualidade e com bom
(KAM) para Portugal da IBC Solar. Quem é o “Portugal ser um dos países da desempenho também são dos produtos que
Luís Mira e como vai ser a sua estratégia para Europa com condições mais mais caraterizam a IBC Solar. Quais as últimas
reforçar a presença da IBC Solar em Portugal? favoráveis à produção de energia novidades ao nível dos módulos?
LM: Sou alumnus do Instituto Superior Téc- elétrica a partir de fonte solar” LM: De facto, na IBC existe uma grande preo-
nico, onde me formei em Engenharia Mecânica cupação em entregar módulos de alta qualidade
e fundei as bases para o meu futuro profissio- que cumpram com todos os parâmetros téc-
nal. Desde então, o meu percurso tem sido na países da Europa com condições mais favorá- nicos dos nossos clientes. Nesse sentido, tes-
área das energias renováveis, nomeadamente veis à produção de energia elétrica a partir de tamos todos os modelos que comercializamos
em soluções de produção de energia e de des- fonte solar, faz com que aliado à transição ener- no nosso laboratório de testes, o SUN LAB.
carbonização, incluindo centrais de biogás e gética exista, à data de hoje, também um racio- Quanto a novidades incorporaremos no nosso
solar fotovoltaicas. nal económico, válido quer do ponto de vista portefólio de 2024 módulos de novas tecnolo-
A minha missão passa por dar uma resposta do autoconsumo, quer da produção centrali- gias, mais eficientes e com melhores garantias de
mais próxima e personalizada aos clientes da zada em centrais de utility. performance, nomeadamente: TOPCon (Tun-
IBC Solar em Portugal, assente em relações Consequência destas duas condições existe nel Oxide Passivated Contact), HJT (HeteroJun-
de confiança e com perspetiva de longo prazo. no país “vontade de explorar e rentabilizar o Sol”, Tion), HPVC (Hybrid Passivated Back Contact) e
Em termos de proposta de valor, a IBC dis- expressa através de incentivos públicos e um IBC ou ABC (Interdigitation ou All Back Contact).
ponibiliza aos seus clientes uma ampla gama de forte investimento privado.
equipamentos e serviços, com o objetivo último
de colmatar as necessidades dos seus clientes rm: A IBC Solar tem soluções inteligentes de
e dar apoio às suas decisões. Com isto, reve- armazenamento de energia solar, e estas são Quanto a novidades incorporaremos
mo-nos como parceiros dos nossos clientes e cada vez mais importantes para armazenar a no nosso portefólio de 2024 módulos
não apenas como meros fornecedores. Efetiva- energia. Que desenvolvimentos têm tido este de novas tecnologias, mais eficientes
mente, este posicionamento é valorizado e tem tipo de produtos na IBC Solar? e com melhores garantias de
sido a base para o sucesso da IBC. A estratégia LM: De facto, o tema do armazenamento da performance, nomeadamente: TOPCon
a seguir em Portugal não é diferente. energia tem ganho força no passado mais recente (Tunnel Oxide Passivated Contact),
e tem-se vindo a concretizar através de proje- HJT (HeteroJunTion), HPVC (Hybrid
tos concretos, no terreno. Passivated Back Contact) e IBC ou ABC
Na IBC Solar defendemos que o primeiro (Interdigitation ou All Back Contact).
Sou alumnus do Instituto Superior passo para equacionar uma solução de arma-
Técnico, onde me formei em Engenharia zenamento é a análise ad hoc de cada projeto
Mecânica e fundei as bases para o e do seu retorno, com base nos consumos. Os rm: O autoconsumo e as Comunidades de
meu futuro profissional. Desde então, incentivos públicos ajudam bastante na altura Energia Renovável (CER) estão a ganhar mui-
o meu percurso tem sido na área das de avaliar um projeto, mas não são condição tos adeptos em Portugal. Também sentem
energias renováveis, nomeadamente em necessária. Muitas vezes, as soluções de arma- isso na IBC Solar?
soluções de produção de energia e de zenamento aumentam o payback dos projetos, LM: O autoconsumo não há como negar. O ano
descarbonização, incluindo centrais de mas isso não significa que não tenham interesse. de 2022 foi o ano em que se instalaram mais
biogás e solar fotovoltaicas. Um projeto pode apresentar um payback supe- UPACs SFV em Portugal, no seguimento dos
rior, mas permitir um maior retorno do inves- preços recorde da eletricidade de 2021/2022.
timento, quando olhamos para o horizonte de A partir dessa crise os consumidores perce-
vida das baterias, que normalmente se traduz beram a vantagem de serem energeticamente
rm: Os parceiros, como distribuidores e ins- em 10 – 15 anos. mais independentes, sendo as UPACs o princi-
taladores, também são uma peça fundamental Na IBC Solar estamos a comercializar, sobre- pal meio para o conseguirem.
na implementação de uma marca num país. Já tudo, baterias de lítio, que são as mais ade- Quanto ao Autoconsumo Coletivo e às
conseguimos encontrar produtos IBC Solar quadas para projetos SFV e também algumas Comunidades de Energia Renovável, que não
em todo o país? baterias NMC (Nickel, Manganésio, Cobalto). À são a mesma coisa, existe mais “ruído” no país
LM: Estamos a expandir gradualmente a pre- data de hoje, estas são as tecnologias mais tes- do que soluções verdadeiramente implemen-
sença da nossa marca em todo o país. Graças aos tadas, o que se reflete nas condições de garan- tadas. À data de hoje, a rede de distribuição
nossos esforços contínuos e à confiança depo- tia. Em paralelo estamos a trabalhar em novas ainda não permite aceder à informação neces-
sitada na nossa proposta de valor, estamos a tecnologias, que pretendemos incorporar no sária para fazer a gestão dos excedentes de
avançar de forma consistente na várias regiões. nosso portefólio futuro. energia pelos vários consumidores de determi-
Estamos empenhados em difundir o acesso às nado autoconsumo partilhado, seja ele AC ou
nossas soluções e serviços, cumprindo os eleva- CER. Falta digitalização na rede, para que isso
dos padrões de qualidade a que nos propomos. seja possível. Não obstante, o caminho faz-se
caminhando e o futuro terá de passar por um
rm: Portugal tem entre 2200 e 3000 horas investimento tecnológico, que permita a boa
de sol por ano. Isto é um fator relevante para gestão da produção descentralizada.
uma maior aposta nas energias renováveis? A IBC SOLAR tem experiência em mode-
LM: Sem dúvida. Portugal quer abandonar a los com propósito semelhante, na Alemanha.
produção elétrica através de fontes fósseis, Contamos aproveitar esse know-how para dar o
recorrendo em alternativa a fontes renováveis. nosso contributo, no que diz respeito a mode-
Por outro lado, o facto de Portugal ser um dos los de partilha de energia.

79
reportagem

Livoltek Portugal Day


Livoltek quer liderar mercado de
soluções fotovoltaicas
Há um novo player no mercado O Livoltek Portugal Day assinalou o lançamento melhores soluções energéticas, as mais adequadas
fotovoltaico em Portugal. E oficial da marca, num evento que reuniu a 17 de aos seus negócios, também com alguma diferença
Novembro cerca de três dezenas de clientes no em relação à concorrência, pois nós estamos em
tem uma medida ousada para Clube de Fado, bem no coração do bairro de Portugal, com equipa local, ao contrário de outras
a sua ambição: uma quota de Alfama, em Lisboa. Juntou-se tradição e moder- empresas neste mercado dos equipamentos fotovol-
nidade tecnológica. Um paradoxo. Pois se o fado taicos. Queremos ter essa presença próxima e com
mercado entre 8 e 15%, uma exibe quase sempre um tom de genuíno lamento, matriz portuguesa”, salientou o Country Manager
fábrica de carregadores para já a tecnologia fotovoltaica da Livoltek promete da Livoltek, na sua apresentação aos convidados.
veículos elétricos e projetos uma pauta de tecnologia avançada alavancada
pela urgência civilizacional da transição energética.
de expansão internacional O encontro com os clientes portugueses é
a partir de Portugal. também o aviso simbólico da instalação de uma
estrutura comercial fixa no nosso país, a juntar
às que a Livoltek mantém em várias latitudes.
Texto e Fotos por Carlos Saraiva Presente no evento esteve a força executiva
internacional da Livoltek: Belinda Zhou, CEO,
Kendall Shu, Sales & Support, e Amy Liu, Head
of Europe. A equipa portuguesa chefiada por
António Costa Brás, já com uma sólida expe- Figura 1 CEO - Belinda Zhou.
riência em empresas internacionais, inclui Nuno
Guimarães, Suporte Técnico, e Carolina Antunes,
Marketing Manager. “Não sendo um ponto logístico para grandes
“O Grupo Hexing, e em particular a Livoltek, quantidades, Portugal e Espanha são apoios impor-
está em Portugal para investir. A nossa CEO e a tantes, pois é nosso propósito possuir armazena-
sua família residem no nosso país, o que também mento de stock em Portugal, isto para além da
fortalece este compromisso. Claro que queremos atividade de consultoria, projeto, venda e pós-venda”,
vender, mas a nossa ambição não se fica por um acrescentou António Costa Brás.
interesse comercial imediato. Queremos liderar no “Pretendemos estar entre os melhores. A Livol-
que fazemos melhor, proporcionando aos clientes as tek é sinónimo de inovação e energia verde, o nosso

80
reportagem

grande centro logístico na Holanda e apoio externo trifásicos, compactos, estão agregados a uma
GRUPO HEXING se necessário”, explicou António Costa Brás. app digital de uso intuitivo.
A Livoltek é uma subsidiária do Grupo O plano de abordagem da Livoltek ao mer- Os sistemas/equipamentos comercializados
Hexing, fundado em 1992 e sedeado cado português passa por uma obrigatória pre- pela Livoltek partilham funcionalidades IoT,
em Hangzhou, China. Com um porte- sença nas redes sociais e meios de comunicação, estão ancorados em Cloud, sem custo para o
fólio que abrange equipamentos inte- contacto com as empresas de engenharia e enti- cliente, e a gestão remota foi desenvolvida para
ligentes de medição, carregamento e dades públicas fornecedoras de serviços, rede ser intuitiva, correspondendo a uma tendência
armazenamento de energia verde, medi- de distribuidores e instaladores. dominante nos mercados industriais, técnicos
ção e tratamento de águas, inversores Com um capital social de 3,5 milhões de e cliente final, nos quais, mais do que a exi-
e baterias, entre outras e soluções para euros, um valor elevado para a média portu- gência de controlo de processos e informação
o mercado fotovoltaico, tem negócios guesa, a Livoltek justifica o alto valor com a à distância, há uma exigência de facilidade de
em mais de 90 países. intenção de investimentos futuros, incluindo a acesso. Com o My Livoltek, o utilizador pode
O Grupo Hexing possui fábricas exter- instalação em Portugal de uma fábrica de car- ver tudo o que se passa na sua instalação, tem-
nas no Brasil, Roménia, África do Sul, regadores de veículos elétricos. A futura fábrica, porizar, dosear ou distribuir o fluxo de energia
Quénia, Bangladesh, Indonésia e Filipi- ainda sem localização definida, deverá estar a para diversas funções de carregamento, entre
nas, uma dezena de delegações regio- operar em 2025. outros parâmetros.
nais na América do Sul, Ásia, África e A empresa vai também criar a Academia
Europa, incluindo agora Portugal, e seis Livoltek, com cursos sobretudo dedicados a
escritórios de representação de marca. instaladores de forma a certificar estes parcei-
Emprega mais de três mil colaboradores. ros na tecnologia da empresa.
A fechar o Livoltek Portugal Day, dia oficial
da apresentação da marca em Portugal, fez-se
o grave silêncio na sala do Clube de Fado para
foco é no cliente e na sua satisfação com qualidade, dar voz aos fadistas, numa atuação que juntou
proporcionando-lhe boas experiências, para que o um improvável saxofone à guitarra portuguesa
resultado de cada operação que faça connosco e à viola de fado. Silvana Peres (voz), Carlos
nos possa preparar para a operação seguinte, sem Meneses (contrabaixo), Carlos Leitão (viola) e
estarmos preocupados em resolver problemas da Figura 3 Marketing Manager - Carolina Antunes. Ângelo Freire (guitarra portuguesa), mostraram
operação anterior. Este é o nosso propósito, temos talento, arte e genuíno lamento. Mas o fado é
condições para nos constituirmos como um ponto mesmo assim.
de venda em que oferecemos soluções completas Tecnologia solar de ponta
e estamos a criar condições, em Portugal, para ter A Livoltek tem já uma sólida reputação no desen-
uma resposta que possa ajudar os clientes. Não vie- volvimento e produção de tecnologia solar de
mos inventar a roda, pois os produtos que vendemos ponta, comercializando uma gama variada de
existem já no mercado, embora a nível tecnológico inversores de rede e off-grid, híbridos e não-hí-
estejamos ao nível das melhores marcas, mas o que bridos, baterias de alta e baixa voltagem e car-
nos deve diferenciar é a proximidade aos clientes regadores de veículos elétricos.
e, nesse sentido, sendo esforçados no contacto, pre- A tecnologia dos inversores foi desenvolvida
sentes no terreno e disponíveis para resolver dúvi- para obter o máximo possível da energia solar
das e problemas, temos condições para triunfar. Não e com isso reduzir a fatura da eletricidade. Com
temos ambição nenhuma em sermos os mais bara- potências monofásicas de 2,5 kW a 10 kW -
tos do mercado. Pretendemos ser uma marca que embora em casos específicos seja possível for- Figura 4
pode oferecer um produto com uma relação preço- necer potências mais baixas -, e trifásicas de
-qualidade interessante e sólida e que possa trazer 25 kW, estes já em comercialização, a gama vai
sustentabilidade aos negócios dos nossos clientes”, proximamente ser completada com equipamen-
salientou o gestor. tos com potências superiores. ANTÓNIO COSTA BRÁS,
“A nossa ambição é muito elevada. No espaço de A Livoltek comercializa também inversores consultor, professor e gestor, formou-se
dois anos queremos chegar a uma quota de mercado híbridos, mono e trifásicos, com potências até em Engenharia Eletrotécnica – Energia
entre os 8 e os 12%. Estamos preparados para este 30 kW, e os off-grid com potências entre 6,4 e Sistemas de Potência. Com uma pós-
desafio, agora somos quatro pessoas, mas temos um e 8 kW. graduação em Gestão no Instituto
As baterias de lítio de baixa voltagem são Superior de Economia e Gestão de
estrelas na marca. Com ciclo de vida longo e Lisboa, durante mais de duas décadas
potência de 5 kWh por unidade, o sistema para deu aulas de Luminotecnia no IADE
uso interior ou exterior pode ser expandido até – Faculdade de Design, Tecnologia e
5 unidades, oferecendo uma capacidade total Comunicação. Foi Diretor Comercial
de 25 kWh. Fáceis de instalar, com uma linha na Philips e tem uma vasta experiência
estética clean, dispensam complicados ajusta- em empresas internacionais, tendo
mentos da rede elétrica. exercido cargos executivos no grupo
Os carregadores de veículos elétricos desta- alemão REISS Lighting e na multinacional
cam-se também no portefólio da Livoltek, sobre- austríaca Zumtobel Group.
tudo num momento de rápido crescimento do
Figura 2 Country Manager - António Costa Brás. mercado automóvel elétrico. Monofásicos ou

81
reportagem
LIVOLTEK PORTUGAL DAY LIVOLTEK QUER LIDERAR MERCADO DE SOLUÇÕES FOTOVOLTAICAS

ANTÓNIO COSTA BRÁS: “AMBICIONAMOS UMA rm: A Livoltek já tem operação na Europa. De que forma Por-
QUOTA DE MERCADO ENTRE 8 E 15%” tugal vai ser uma plataforma de expansão para fora. Essa estraté-
Agora ao leme da Livoltek em Portugal, Costa Brás assume uma gia está relacionada com a instalação da fábrica de carregadores
estratégia corajosa para um mercado altamente concorrencial e de veículos elétricos e a eventual exportação de equipamento?
por isso muito disputado. ACB: Vai ter relação com a instalação da fábrica mas também com
aquilo que é o plano que temos para implementar nos próximos
renováveis magazine (rm): Diz que é um homem ambicioso. 2 anos. Queremos ser um ponto de suporte para outros países
Qual é a medida dessa ambição para este projeto da Livoltek? em várias áreas. Por exemplo na parte logística, que pode vir aco-
António Costa Brás (ACB): Na minha vida sempre tive a plada à capacidade industrial, pois quando instalarmos a fábrica exis-
sorte de estabelecer objetivos que, em muitos casos, dependiam tirá uma plataforma industrial que serve a fábrica que, por sua vez,
do decorrer dos acontecimentos. Posso dizer que eram ajustáveis, cria um cluster logístico que, por sua vez, ganha dimensão suficiente
mas foram sempre crescendo. Uma coisa é estabelecer um obje- para poder abastecer outros países. Penso que isso pode dar a Por-
tivo, imagine, de 2 milhões, e ficar a meio caminho, outra coisa tugal uma centralidade importante no seio do Grupo Hexing. Além
é estabelecer como objetivo 1 milhão, fazer 800 mil e achar que disso, a fábrica vai começar por produzir carregadores de veículos
aquilo ultrapassou todas as expetativas. E porquê? Às vezes, os elétricos mas rapidamente pode expandir para outros equipamentos.
objetivos são mais materiais, outras vezes resultam mais daquilo
que é a nossa sensação de que estamos a fazer bem o trabalho. rm: A nova fábrica vai produzir quantos carregadores?
E quando isso acontece, os resultados surgem, por vezes até de ACB: Estimamos que a fábrica no Brasil, em Manaus, com 30 mil
forma inesperada. metros quadrado, possa produzir 300 mil peças/ano. Não sendo
possível extrapolar, pensamos que a fábrica em Portugal não tenha
rm: É essa a sua expetativa agora? menos de 15 a 20 mil metros quadrados e diria que poderá pro-
ACB: Posso afirmar que é. A forma como estamos a encami- duzir três quartos do valor estimado para o Brasil.
nhar o processo, mesmo com toda a cobertura que temos da
nossa presidência e da nossa CEO, acaba por nos dar um con- rm: Qual o investimento previsto?
forto e uma expetativa de que tudo vai correr no sentido dos ACB: Ainda não sabemos, está dependente do fator imobiliário.
nossos propósitos. Temos material, equipamento tecnologica-
mente avançado, temos gente com capacidades. Do ponto de rm: Como é que tem evoluído o mercado fotovoltaico? Acha
vista industrial e comercial estamos absolutamente convencidos que tem andado ao sabor das decisões políticas e legislativas?
de que temos o produto certo. ACB: Podemos dizer que tem a ver com tudo o que disse, com
incentivos que o Estado possa dar. No entanto, este e outros seto-
rm: Ambiciona uma quota de mercado entre 8 e 15% de um res sofreram uma grande perturbação em 2022 devido a vários
mercado global que valerá 300 milhões de euros? acontecimentos, incluindo a guerra na Ucrânia, a escassez do gás
ACB: Claro que esse valor não inclui os grandes parques fotovol- e os aumentos nos preços da energia, gerando uma “febre” que
taicos. Mas sim, o nosso propósito é que em 2 ou 3 anos atingire- colocava estas tecnologias e este setor como um ponto nevrál-
mos uma quota entre 8 e 15%, que nos colocaria numa posição gico da transição energética. Isso gerou um crescimento que posso
confortável face ao que é a concorrência neste mercado, que é chamar de “balofo”. Como havia escassez, cada encomenda estava
muito intensa e feroz, o que é bom. sobredimensionada e isso deu origem a novos sobredimensiona-
mentos. Aconteceu os fabricantes de painéis, por exemplo, esta-
rm: Como avalia o atual momento de mercado? rem cheios de stock, com os preços a diminuírem mais de 40%.
ACB: Começa a amadurecer, começa a haver critério de sele- Não nos afetou tanto porque o preço dos inversores e dos carre-
ção, a separação entre o trigo e o joio, como costumamos dizer gadores elétricos não sofreu grande perturbação. Neste momento
em Portugal. Qualquer marca que apareça neste momento e não existem crescimentos neste mercado na ordem dos 25 a 30%, o
mostre qualidade tem poucas possibilidades de vingar, pois ao que é extraordinário, mas desastroso quando comparado com o
longo destes anos já foi feita uma seleção natural. Algumas marcas ano passado, quando toda a agente cresceu mais de 90%. Então,
que surgiram muito baratas ganharam reputação e há outras que eu diria que este é o ano de ajuste em que passamos a ter uma
ganharam reputação e agora estão um pouco mais baratas. O mer- evolução de mercado mais segundo a realidade. Estou otimista,
cado está a adequar-se às novas condições e aos novos tempos. pois o mercado continua dinâmico e a crescer.

rm: Diria que o mercado fotovoltaico já está numa fase em que


não escolhe necessariamente o melhor preço?
ACB: Há um aspeto muito importante. Por muito pequena que
seja a instalação e por pouco valor que ela tenha do ponto de
vista financeiro, é muito danoso para o instalador quando o pro-
blema é gerado nessa instalação. Imagine que instala a marca A,
B ou C, aquilo valeu 1500 euros, ele entregou a obra ao cliente.
Se há um problema gerado pelo equipamento, é muito severo
o impacto que isso tem na reputação daquele profissional. Para
limitar esse dano, os instaladores fazem, eles próprios, uma sele-
ção dos equipamentos com que trabalham.

Figura 5

82
PUB.
reportagem

Circutor comemora 50 anos


no setor energético com gala
institucional
Os CEOs falaram sobre a A Circutor celebrou a 14 de novembro o seu futuro das oportunidades que temos pela frente”.
transição energética do setor 50.º aniversário com uma gala institucional que A CEO garantiu que “o que nos permitiu che-
contou com a presença de autoridades, pes- gar onde estamos é o empenho e o entusiasmo
e consideram a adaptação à soas de todas as empresas do Grupo - Circu- de muitas pessoas, que trabalharam arduamente
mudança e a inovação como tor, Circontrol, Dezac, Intercap, Zurc, Disibeint e que sentiram a empresa como sua”. Comellas
e Aplitech -, colaboradores nacionais e interna- também expressou que “aprendi muito com um
peças-chave para o sucesso. cionais, e diversas entidades e associações do grande empresário, o meu pai”.
setor energético. O evento, o último de um ano O futuro está muito presente na visão da
por Circutor repleto de celebrações que o grupo empresarial nova gestão da Circutor, que destaca que a
tem realizado para assinalar este meio século de empresa é um player fundamental na transição
história, contou com palestras, música ao vivo, energética: “temos um desafio encorajador. Esta-
brindes e prémios. mos num setor chave para o futuro. É um setor
em constante transformação e isso abre portas
a muitas oportunidades para continuar a inovar,
crescer e avançar com a visão de futuro que sem-
pre nos caraterizou”, afirmou Nuria Comellas.
O outro CEO, Joan Comellas, dirigiu-se pos-
teriormente ao público, destacando que “não

A primeira a dirigir-se aos presentes foi a


CEO da Circutor, Nuria Comellas, que des-
tacou que “comemoramos 50 anos de história
mas, acima de tudo, queremos celebrar o grande

84
reportagem

podemos falar do futuro sem lembrar de onde vie- A Circutor tem a sua origem na cidade, onde Barcelona Strings Events apresentou peças como
mos e quem somos”. O CEO quis destacar que 3 professores do Instituto Politécnico de Ter- With or Without You dos U2, Somebody to
“uma empresa diferencia-se pela capacidade de rassa - Ramon Comellas, Ramon Pons e Fran- Love dos Queen, ou Viva la Vida dos Coldplay,
adaptação às mudanças”, algo crucial num mer- cesc López - decidiram fundá-la em 1973. No para animar a gala.
cado como o da energia elétrica, que muda a entanto, o seu crescimento levou-a a mudar de Um dos momentos mais emocionantes chegou
um ritmo vertiginoso. Neste cenário, o mais sede, em 2003, para a sua localização atual, no com a entrega dos presentes. O 1.º foi atribuído
importante é, segundo Joan Comellas, “viver as município de Viladecavalls. a Josep Maria Guiu, primeiro colaborador da Cir-
mudanças como oportunidades”. Por sua vez, a autarca deste município, Cesca cutor, pelo seu trabalho e dedicação, e o 2.º a
Ambos os CEOs concordam em manter o Berenguer, dirigiu-se à família Comellas para Ramon Pons, fundador da Circutor, pelo percurso
seu firme compromisso com a inovação, a inter- agradecer o seu trabalho empresarial. E desta- desenvolvido desde a fundação da empresa. O 3.º
nacionalização e, acima de tudo, com o talento cou o papel do conselho: “estamos empenhados presente foi dado a Ramon Comellas, presidente
e as pessoas. em fazer crescer os nossos parques industriais e e fundador da Circutor, um quadro que lhe foi
Ramon Comellas, Presidente e fundador da enviar as suas reivindicações às autoridades regio- dada pelo próprio autor da obra, Robert Cabeza.
Circutor, fez um discurso muito emocionante nais e estaduais, para que possam continuar a Quase no final da gala veio a surpresa: a
no qual quis recordar a grande parceria que a desenvolver a sua atividade empresarial”. entrega do Prémio Coragem Popular, cujo ven-
empresa construiu ao longo dos anos com os cedor foi Ramon Comellas. Para entregar este
seus clientes e colaboradores: “é preciso saber prémio, a empresa exibiu um vídeo em que
o que os clientes querem. Se você sabe qual pro- alguns colegas da Circutor falam sobre ele. De
blema eles têm, sabe o que precisa fazer para todos os adjetivos destacam-se 3: próximo,
resolvê-lo. Muitos dos nossos produtos nasceram humano e muito trabalhador.
dessa interação.” Comellas queria enfatizar que No final do evento, todos os participantes
“o negócio é ganhar dinheiro, mas as empresas puderam desfrutar de um cocktail acompanhado
querem criar o futuro”. de música e da pintura de um quadro ao vivo.
Nas próximas semanas a Circutor realizará
mais eventos em diferentes pontos do território
- Madrid, Sevilha, Valência, San Sebastián e Lisboa
- para celebrar o seu 50.º aniversário juntamente
com vários dos seus clientes e colaboradores.

O Presidente da Generalitat da Catalunha,


Pere Aragonès, fechou as intervenções parla-
mentares. Assim, destacou a necessidade da
Catalunha ter um processo de "reindustrializa-
ção" baseada na sustentabilidade, e sublinhou que
"devemos ser capazes de produzir toda a energia
renovável que necessitamos para fazer a transição
A gala foi uma mostra da mudança que está dos combustíveis fósseis para as energias renová-
a ser vivida na empresa. Duas gerações, repre- veis", um processo em que a Circutor é um inter-
sentadas pelos CEOs e pelo fundador da Cir- veniente fundamental. Aragonès aproveitou a
cutor, coincidiram no mesmo espaço para onde oportunidade para felicitar a empresa por ser
convergiram a memória das conquistas passa- “um projeto industrial de referência para o seu setor,
das e um olhar claramente focado no futuro da para o Vallès Ocidental e para toda a Catalunha”. 50 anos de uma empresa pioneira
empresa e do setor. Fundada em 1973 por Ramon Comellas, Ramon
A Circutor também apresentou a Fundação Pons e Francesc López, 3 professores do Insti-
Ramon Comellas, um novo projeto para dar tuto Politécnico de Terrassa, a Circutor sempre
acesso da eletricidade limpa às pessoas que foi pioneira no mercado energético. A empresa
vivem em áreas não eletrificadas nos países lançou os primeiros transformadores diferenciais
em desenvolvimento. O projeto, que Ramon e relés eletromecânicos fabricados em Espanha
Comellas idealizou com grande entusiasmo e nesse mesmo ano, quando foi estabelecido o
orgulho, está alinhado com os Objetivos de Regulamento de Baixa Tensão, que exigia pro-
Desenvolvimento Sustentável das Nações Uni- teção diferencial nas instalações elétricas. Desde
das para 2030. então, não parou de fornecer soluções inova-
Durante o evento falaram autoridades como doras ao mercado.
o Presidente da Câmara de Terrassa, Jordi Bal- Atualmente, a empresa, com sede em Vilade-
lart, afirmando que a Circutor, que considera cavalls, conta com uma equipa de quase 1000
“um prólogo para o futuro”, é “uma peça chave Ao longo do evento, a empresa projetou pessoas e está presente em mais de 100 países
no futuro da gestão energética no nosso país”. Bal- diversos vídeos, incluindo uma linha do tempo em todos os continentes. Além disso, atua em
lart aproveitou também para agradecer à famí- de 5 minutos que resume os 50 anos de história setores de mercado como medição, controlo e
lia Comellas, fundadora da Circutor, pelo seu da empresa e onde destaca os principais mar- qualidade do fornecimento de energia elétrica,
trabalho: “obrigado por estes 50 anos de criação cos da sua trajetória. A música ao vivo foi outro autoconsumo, energias renováveis e carrega-
de oportunidades e de trabalho”. protagonista do evento. O quarteto de cordas mento de veículos elétricos.

85
reportagem

Fronius Production Power


Summit 2023: unir forças para um
futuro ensolarado
O dia 5 de outubro na Fronius As tendências dos últimos anos evidenciam que europeu junto com fornecedores, distribuidores e
foi totalmente voltado ao a energia solar tem assumido um papel global instaladores. Em consonância com a nossa estra-
cada vez maior na expansão do fornecimento tégia de internacionalização, também ampliamos
tema da geração de valor de energias renováveis. “Representando a base nosso foco a fim de criar uma base sólida para
sustentável. Durante o evento de sistemas fotovoltaicos, os inversores são elemen- um crescimento sustentável“, comentou Elisabeth
tos fundamentais das redes de energia do futuro e, Engelbrechtsmüller Strauß, CEO Fronius Inter-
Production Power Summit 2023, consequentemente, de uma infraestrutura essen- national, abrindo o evento.
a empresa familiar apresentou cial. Enquanto fabricante europeia, vemos que isso
sua visão para traçar o caminho implica numa grande responsabilidade, que assu-
mimos conscientemente com estratégias prospe-
no sentido de 24 horas de tivas e inovações tecnológicas. Por isso, é uma
sol junto com o setor de enorme satisfação para nós discutirmos as possi-
energia solar europeu. bilidades de fortalecimento do setor fotovoltaico

por Fronius

Figura 2 Elisabeth Engelbrechtsmüller-Strauß, CEO da Fro-


nius International GmbH, abriu o Production Power Summit e
enfatizou a importância de um setor fotovoltaico europeu
independente.

“A situação no mercado de energia solar euro-


peu está tensa para muitas empresas. Nós tam-
Figura 1 A ampliação da área de produção em Sattledt bém sentimos essa tensão, nos últimos anos
aumentou significativamente a capacidade de produção da também tivemos que lidar com desafios“, expli-
Fronius. cou Martin Hackl, Global Director Marketing

86
reportagem

and Sales, Unidade de Negócios Solar Energy, Intensificação da produção em curso de envio de mercadorias, onde as capacida-
Fronius International GmbH, e continuou: “Por No evento Production Power Summit 2023, além des também foram dobradas. Desse modo,
isso, é ainda mais importante definirmos ações de estratégias para o comando de cadeias de mais inversores chegam ao seu local de des-
direcionadas em conjunto que fortaleçam as nos- produção resistentes, a Fronius também apre- tino diariamente.
sas estruturas. Tendo isso em mente, ampliamos sentou medidas já adotadas para aumentar a
a nossa produção para aumentar intensamente a capacidade de produção – como a expansão
disponibilidade de inversores europeus. Mas esse da produção em Sattledt, perto de Wels. A
é apenas um primeiro passo, pois só conseguire- área de produção praticamente dobrou, de
mos abastecer o mercado europeu com produtos modo que a capacidade de produção aumen-
de empresas locais se ocorrer uma forte conscien- tou significativamente nos dois últimos anos.
tização de todo o setor.“ Uma triplicação da capacidade de armazena-
mento também intensifica a disponibilidade
dos produtos. Além disso, um inovador sis-
tema logístico abastece o dobro de linhas de
produção solar com pacotes de componen-
tes pré-embalados. No modernizado centro Figura 4 As linhas de produção da série de inversores Fro-
de testes, são realizados testes finais e um nius GEN24 Plus foram duplicadas.
teste de carga constante de forma automati-
zada. Os equipamentos testados com sucesso
são transportados para o setor de expedição.
Um novo depósito de estantes altas auxilia No modernizado centro de testes,
nesse processo. A introdução no depósito e são realizados testes finais e um
a retirada do depósito também ocorrem de teste de carga constante de forma
Figura 3 Cerca de 150 visitantes vieram conferir pessoal- forma totalmente automática. Quando os pedi- automatizada. Os equipamentos
mente o aumento da capacidade de produção da Fronius em dos são concluídos para expedição nacional testados com sucesso são transportados
Sattledt. e internacional, os produtos vão para o setor para o setor de expedição.
PUB.

87
reportagem
FRONIUS PRODUCTION POWER SUMMIT 2023: UNIR FORÇAS PARA UM FUTURO ENSOLARADO

Thomas Herndler, COO Fronius Internatio- Necessidade de cooperação e união


nal GmbH, descreveu as medidas que a Fro- Segundo Hackl, para complementar esses pas-
nius já tomou no setor de operações nesse sos estratégicos, é necessário um forte espírito
sentido e destacou: “Uma estratégia em con- de cooperação no setor. “Além de aumentar-
junto voltada para um abastecimento sustentável mos as quantidades por meio da expansão das
de mercados locais e internacionais por empre- capacidades de produção, também investimos
sas europeias tem um enorme potencial. Além sobretudo na qualidade por meio de parcerias
da expansão da nossa própria unidade de pro- e serviços de assistência. É isso que caracte-
dução em Sattledt, também estamos trazendo riza a Fronius Solar Energy há mais de 30 anos
para junto de nós empresas parceiras de produ- e nos diferencia de outros fornecedores. A base
ção, que produzem inversores para a Fronius em disso é uma forte rede formada principalmente
outras localidades na Europa Central – natural- por fornecedores europeus e parceiros globais
Figura 5 O centro de distribuição de última geração aumenta mente seguindo os mesmos critérios e padrões de distribuição e instalação. Uma comunicação
ainda mais a capacidade de produção. de qualidade mantidos na fábrica em Sattledt. transparente e confiança mútua torna essa rela-
Essa cooperação também contribui para aumen- ção especialmente sustentável, o que é essen-
tar a escalabilidade e flexibilidade da nossa pro- cial para aumentar a segurança e resiliência da
Fortes raízes na Europa dução. Assim nós ficamos muito bem preparados nossa cadeia de fornecimento e a disponibilidade
No decorrer do evento, a empresa convi- para conseguir produzir mais de 70 000 inverso- dos produtos até o cliente final.“
dou duas empresas parceiras, representadas res por mês no próximo ano.“
por Thomas Schmalzer, CEO TCG Unitech
GmbH e Bernhard Fischer, CEO ebm-papst
Motoren und Ventilatoren GmbH, para discu-
tir no palco as possibilidades para aumentar a Uma estratégia em conjunto voltada
resiliência de cadeias de produção europeias para um abastecimento sustentável de
na indústria fotovoltaica. Nessa ocasião, tam- mercados locais e internacionais por
bém foi recebida no palco a senhora Walburga empresas europeias tem um enorme
Hemetsberger, CEO SolarPower Europe, que potencial.
ressaltou: “Chegamos a um ponto decisivo na
transição energética. As energias renováveis pre-
cisam ser expandidas mais rapidamente para Visão para além do continente
que a competitividade e segurança energética Orgulhosa das suas raízes na região dos Alpes
da Europa sejam mantidas. A energia fotovol- e com suas 37 filiais mundo afora, a empresa
taica terá um papel decisivo nesse sentido. Ao familiar Fronius já se tornou um player global
mesmo tempo, é preciso fortalecer a produção há muito tempo. A Unidade de Negócios Solar Figura 6 No modernizado centro de testes, são realizados
de energia fotovoltaica europeia ao longo de Energy é ativa no mercado fotovoltaico em 26 testes finais e um teste de carga constante de forma automa-
toda a cadeia de produção na Europa. Cadeia dessas filiais. “A internacionalização permitiu o tizada.
essa que também inclui fabricantes de compo- nosso forte crescimento no passado e também
nentes fundamentais de sistemas fotovoltaicos, vai nos fortalecer como fabricante europeia no
como inversores. A Europa precisa ficar mais futuro“, esclarece a Fronius CEO, Elisabeth Podem contar com a Fronius
atraente novamente. Nós apoiamos os esforços Engelbrechtsmüller Strauß, que ainda comenta: No geral, o evento Production Power Summit
no sentido de aumentar a resiliência das cadeias “Observamos e conhecemos muito bem os nos- 2023 mostrou que a Fronius está bem pre-
de fornecimento europeias. Assim nós fortale- sos mercados, e fortalecemos a nossa posição parada para enfrentar a crescente pressão
cemos as empresas locais e incentivamos o seu onde vemos possibilidades de crescimento. Esta- da concorrência. O aumento equilibrado da
forte espírito de inovação. Esse é o nosso dever mos presentes nos EUA desde 2002, com uma quantidade junto com um investimento em
enquanto instituição porta-voz do setor de ener- filial em Portage, Indiana. No momento, esta- aspectos de qualidade coloca a empresa numa
gia solar na Europa – perante as empresas e mos desenvolvendo por lá um departamento posição que lhe permite abastecer merca-
perante toda a sociedade.“ de pesquisa e desenvolvimento para nos apro- dos globais com excelência. Com uma ampla
ximarmos das demandas do mercado. Produ- gama de aplicativos e sua comprovada linha
tos e recursos estão sendo otimizados conforme de atendimento, a empresa oferece diversos
as exigências locais, de modo que o departa- pontos de comunicação aos seus clientes. A
Chegamos a um ponto decisivo na mento de desenvolvimento local está se tor- alta capacidade de reparo dos produtos tam-
transição energética. As energias nando uma base para a produção de soluções bém aumenta sua sustentabilidade e durabi-
renováveis precisam ser expandidas personalizadas. O próximo passo é a constru- lidade. “Com nosso bem elaborado portfólio,
mais rapidamente para que a ção de linhas de produção próprias para inver- fornecemos a mercados prossumidores interes-
competitividade e segurança sores em Portage. Com a criação de uma rede santes soluções, Plug and Use‘, com as quais
energética da Europa sejam mantidas. local de empresas fornecedoras, estamos cons- é possível gerenciar perfeitamente as áreas
A energia fotovoltaica terá um truindo uma cadeia de produção sustentável de corrente, calor, frio e mobilidade. Por isso,
papel decisivo nesse sentido. Ao para abastecer perfeitamente o mercado ame- a alta procura pelos nossos produtos continua
mesmo tempo, é preciso fortalecer ricano e pacífico-asiático. Com a implementa- intacta”, comenta Hackl olhando para frente
a produção de energia fotovoltaica ção dessa estratégia, Local for Local‘, estamos com otimismo: “Estamos mais do que pron-
europeia ao longo de toda a cadeia de aumentando a resiliência global e o crescimento tos e bem preparados para lidar com essa alta
produção na Europa. saudável da nossa empresa.“ demanda.“

88
PUB.
reportagem

seminário organizado pela Secretaria-Geral do Ministério


do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social

a eficiência energética como


pilar de sustentabilidade

As medidas de eficiência O edifício da Secretaria-Geral do Ministério inoperacionais, e o que será o futuro próximo
energética na Secretaria Geral do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social com novos sistemas de climatização, geração
(SGMTSSS), em Lisboa, prepara-se para libertar de energia fotovoltaica para autoconsumo, ilu-
do Ministério do Trabalho foram anualmente para a atmosfera menos 119 tone- minação, controlo e gestão de energia, permi-
explicadas no decorrer de um ladas de CO2 e reduzir para cerca de metade a tindo melhorar a qualidade de vida das cerca
Seminário em Lisboa. A obra atual fatura de custos de energia. Esta é a per- de 500 pessoas que trabalham no edifício e, ao
financiada pelo Fundo Ambiental formance energética que se espera depois do mesmo tempo, reduzir de forma drástica os
conjunto de melhorias que serão aplicadas nas gastos anuais.
com verbas do PRR, está orçada instalações da Secretaria-Geral, no âmbito da A Secretária-Geral do MTSS, Maria João Lou-
em cerca de 3,6 milhões de candidatura ao Aviso 01/C13-02/2021, promo- renço, que participou no seminário, salientou a
euros e vai tornar o mais antigo vido pelo Fundo Ambiental para Apoio à Reno- relevância da intervenção no edifício, assegu-
arranha-céus lisboeta num vação Energética dos Edifícios da Administração rando melhores condições de trabalho às quase
Pública Central. 500 pessoas que ali trabalham.
edifício eficiente, com geração A intervenção no imponente edifício da Praça “A Secretaria-Geral sente-se responsável pelo
fotovoltaica e solar térmica de Londres, que é ainda um dos mais altos da edifício da Praça de Londres, é responsável pelo
próprias, novos sistemas de Capital, foi explicada no decorrer do Seminá- consumo de energia e água dos quatro gabinetes
rio de Sensibilização para a Eficiência Energética e mais cinco entidades que estão aqui instalados.
iluminação e AVAC, entre outras
como um Pilar de Sustentabilidade, que decor- É um edifício com muito tráfego e tínhamos que
melhorias. A fatura energética reu no dia 24 de novembro no auditório da Ins- tomar medidas, até porque sentimos na pele as
anual pode descer para metade. peção-Geral do MTSSS, em Lisboa. insuficiências. O edifício tem 57 anos e aqui tra-
O encontro foi ocasião para descrever o balham quase 500 pessoas. Durante três ou qua-
antes e o depois, o que era um espaço com tro anos estivemos sem ar condicionado e agora
Texto e Fotos por Carlos Saraiva equipamentos em final de vida útil, ou até vai ser possível instalar um novo sistema. Ainda

90
reportagem

fizemos uma candidatura ao Fundo de Recupe- bombas hidráulicas de tratamento de águas, ven-
ração da DGTF, para instalar o novo AVAC, mas tiladores de WC, caldeiras, o Chiller, 400 compu-
as burocracias de autorização de despesa fize- tadores fixos, impressoras, entre outros. Só em
ram-nos adiar sucessivamente esta intervenção. equipamentos elétricos, a potência instalada O PRIMEIRO “ARRANHA-CÉUS”
Agora abriu-se uma janela de oportunidade”, refe- equivale a 836 kW, o que já compara o edifício O edifício onde hoje funciona o Minis-
riu Maria João Lourenço. com uma pequena unidade industrial”, referiu o tério do Trabalho, Solidariedade e Segu-
“Este aviso abriu em 2021, concretizámos a orador, justificando a importância da estratégia rança Social, foi inicialmente projetado
candidatura em abril de 2022 e só foi aceite em e abordagem desenhadas para obter o conhe- para ser o mais moderno hotel da capi-
Março de 2023. Como se sabe, as empreitadas cimento aprofundado do edifício, bem como a tal, mas dificuldades financeiras compro-
têm custos ascendentes e há alguns riscos de que complexidade das operações de manutenção. meteram o projeto e o edifício acabou
as previsões tenham ficado abaixo do que será a “Conhecendo o edifício, conseguiu-se fazer adquirido pelo Estado, que acrescen-
obra. Por isso, em cada caminho vai ter que haver todo o levantamento dos equipamentos, das tou 5 pisos aos iniciais 17 e ali instalou
uma rigorosa monitorização. Além disso, os prazos áreas de cada compartimento, dos vidros, chão, o então Ministério das Corporações
do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) são tecto e paredes, pegar nas faturas energéticas, e Previdência Social. Inaugurado a 23
curtos. Temos por isso que trabalhar depressa e quantificar e começar a criar um modelo mate- de setembro de 1966 é um projeto
bem”, acrescentou a responsável pela Secreta- mático do que é o edifício e dos seus sistemas, do arquiteto Sérgio Botelho Andrade
ria-Geral do MTSSS. para depois estudar e incluir perfis de utilização, Gomes. Com 70 metros de altura, era
Mário Santos, da Divisão de Gestão Patri- horários de utilização, necessidades de ilumina- na altura o primeiro “arranha-céus” de
monial da SGMTSSS, ofereceu uma panorâ- ção e outras necessidades de energia”, esclare- Portugal e ainda hoje é um dos edifí-
mica dos equipamentos atualmente utilizados ceu Eduardo Cardoso. cios mais altos do país.
e das operações de manutenção do edifício “A energia mais barata é a que não se consome,
que viveu várias fases correspondentes a tem- não se desperdiça e se usa de forma eficaz. Não
pos tecnológicos diferentes, desde os depósitos há milagres e é necessário que haja uma transi-
alimentados a nafta, às atuais caldeiras a gasó- ção da sustentabilidade para a responsabilidade Segurança Social intervieram, ainda, Eduardo
leo que, entretanto, foram adaptadas a gás e na forma como usamos a energia e todos os recur- Neves, que explicou a intervenção da empresa
que no âmbito das medidas de eficiência ener- sos que temos disponíveis. Por mais análises que de consultoria contratada para ajudar a pre-
gética serão substituídas por bombas de calor. se façam, permanece importante a responsabili- parar o caderno de encargos das obras e for-
O mesmo acontecerá com os sistemas de cli- dade do uso”, acrescentou Eduardo Cardoso. necimento de equipamentos dependentes de
matização e de iluminação. O trabalho de auditoria energética foi gerando concurso público, e Natália Mendes, do Insti-
A preparação da candidatura ao Aviso 01/ dados para a posterior certificação energética tuto de Gestão Financeira da Segurança Social
C13-02/2021 implicou um necessário e exigente e culminou nas melhorias propostas. O resul- IP, que relatou experiências bem-sucedidas em
processo de certificação energética já adap- tado expetável corresponde a uma redução edifícios do Instituto, em Lisboa e no Porto,
tada à legislação atual. Foi necessário recorrer anual de 316,616 kW no consumo elétrico e permitindo reduções significativas nos custos
a consultoria externa, de modo a estruturar um 194,794 kW no consumo de gás. O custo da energéticos.
plano de ação, analisar a performance e custos fatura deverá descer cerca de 65 mil euros, ou O Diretor da Renováveis Magazine, Amadeu
dos vários sistemas instalados, e depois sugerir seja, para metade do atual. A pegada carbónica Borges, lançou o desafio +Eficiente, uma inicia-
medidas corretivas e de melhoria. tem uma redução prevista de 45,8% no con- tiva dirigida aos colaboradores da Secretaria
sumo de energia primária e a diminuição de Geral do MTSSS.
quase 119 toneladas na emissão de CO2. As “Esta operação na Secretaria-Geral centra-se
A energia que não se consome medidas de eficiência energética deverão estar muito nos trabalhadores e nos visitantes que são
“Dos critérios de avaliação faziam parte a redu- executadas até 2025. todos responsáveis pela sustentabilidade do pró-
ção do consumo de energia primária, as emis- prio edifício. A eficiência energética diz respeito
sões de gases de efeito estufa, a racionalidade a todos e não podemos esquecer que o con-
económica das intervenções, ou seja, o custo da Desafio +Eficiente sumo irresponsável de energia gera emissões noci-
energia que vamos poupar em função do investi- No seminário organizado pela Secretaria Geral vas para a atmosfera. O desafio +Eficiência visa
mento e o número de tipologias de intervenções do Ministério do Trabalho, Solidariedade e envolver todos os ocupantes do edifício, através de
a implementar”, explicou Eduardo Cardoso, da
ecEnergia, empresa que colaborou na audito-
ria energética ao edifício.
“Houve necessidade de se criar uma estratégia
para a auditoria energética, já com alguns inputs
daquilo que seriam as expetativas por parte da
Secretaria-Geral, uma vez que havia trabalho feito
em termos de identificação dos problemas que
na prática causavam desconforto nas pessoas.
Depois teve que se estruturar um plano de ação.
O desafio foi enorme, pois o edifício é grande e
complexo. São vinte e dois andares, caves, 287
espaços com mais de 3600 metros quadrados de
área, 3 quilómetros quadrados de paredes exterio-
res, 56 aparelhos de AC, mais de 130 unidades de
aquecimento, quase 4500 lâmpadas, elevadores,

91
reportagem
A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA COMO PILAR DE SUSTENTABILIDADE

opiniões e sugestões de como podemos fazer mais a grande procura registada nos apoios públicos também residenciais, é a que tem maior peso,
e melhor. O objetivo é que apresentem iniciativas à eficiência energética. com 35% no primeiro pacote financeiro glo-
que julguem serem úteis para a melhoria da sus- “Quando vimos a estes eventos temos um bal de 610 milhões de euros, e 12% na dota-
tentabilidade do edifício”, referiu Amadeu Borges. ângulo mais próximo sobre o nosso trabalho, ção de reforço que o FA recebeu em outubro
“Até ao final do ano serão apresentados e regis- percebemos a importância que têm estas inter- (460 milhões).
tados os participantes, individuais ou em equipas venções para fazer as pessoas mais felizes no A Secretaria-Geral do Ministério do Traba-
constituídas por piso ou por serviço, e até 30 de seu trabalho e nas suas vidas. Todos somos lho, Solidariedade e Segurança Social assegura
setembro de 2024 podem apresentar as suas corresponsáveis por usar bem este dinheiro. O o apoio técnico e administrativo aos gabinetes
ideias, que serão depois avaliadas em termos de Fundo Ambiental, enquanto beneficiário inter- dos membros do Governo integrados no Minis-
serem o maior contributo envolvendo a compo- mediário tem, neste momento 1,7 mil milhões tério e aos órgãos e serviços neles integrados.
nente social, energética, hídrica ou de resíduos. de euros repartidos por 10 componentes, temos Cabe-lhe a gestão dos recursos internos, apoio
Para as melhores ideias serão atribuídos diplomas 23 avisos em operação, com grande sucesso técnico-jurídico e contencioso, documentação
+E, uma marca da Secretaria-Geral, e as iniciati- em todas as candidaturas submetidas”, refe- e informação, comunicação e relações públicas
vas serão divulgadas nas redes social da Secreta- riu a Chefe de Equipa para a Gestão de Pro- e, ainda, serviços partilhados nos domínios dos
ria-Geral”, explicou Amadeu Borges. jetos do PRR. recursos humanos, formação profissional em
O encerramento do Seminário coube a Cris- A componente de eficiência energética que matérias transversais, negociação e aquisição
tina Pires, do Fundo Ambiental, que destacou cobre edifícios da administração pública mas de bens e serviços.

MARIA JOÃO LOURENÇO: “MELHOR CONFORTO rm: Então essas preocupações “casaram” com estas
TÉRMICO PODE GERAR AUMENTO DA medidas para melhorar a eficiência energética?
PRODUTIVIDADE” MJL: Claro que sim. Além disso, não havia hipótese financeira
A Secretária-Geral do MTSSS admite que as obras para assegurar para uma intervenção deste tipo que não fosse enquadrada no
melhor eficiência energética não seriam possíveis sem o apoio apoio do Fundo Ambiental e nas verbas do PRR.
das verbas do PRR e vê nas melhorias potencial para aumentar
a produtividade nos serviços do Ministério. rm: Sentiu que os aspetos burocráticos foram uma con-
dicionante?
renováveis magazine (rm): Que impactos é que esta MJL: Não dessa forma. Acontece que a partir de agora vamos
intervenção terá nos utilizadores do edifício? ter autorizações e vistos do Tribunal de Contas, dada a dimensão
Maria João Lourenço (MJL): As pessoas vão ter, finalmente, da candidatura, e tudo isto leva tempo face aos prazos curtos do
condições de conforto que sem este apoio não seriam possíveis. PRR. Portanto, quando arrancámos para a candidatura tivemos,
Condições de trabalho melhores que podem contribuir para o por exemplo, que contratar serviços externos de consultoria que
aumento de produtividade e também para ajudar o ambiente. pagámos via orçamento da Secretaria-Geral. Não tínhamos saber
Vamos utilizar fontes energéticas limpas, como tal menos per- técnico para avançar sem essa ajuda. Agora corremos o risco de,
turbadoras do ambiente. ao passar à fase de concurso, as obras aparecerem a preços mais
elevados do que o previsto.
rm: Vão produzir menos quase 120 toneladas de CO2
para a atmosfera reduzir para metade a fatura de ener- rm: Tem a responsabilidade de concluir esta emprei-
gia. Este modelo, sendo tão eficaz neste aspeto, deve tada. Preocupa-a esta questão da execução?
ser replicado na Administração Pública de forma mais MJL: Sim, preocupa-me na medida em que assinei um termo de
intensa? responsabilidade que me obriga a um cumprimento rigoroso e o
MJL: Terá que ser. Alguns serviços desconcentrados do ministé- projeto é complexo e tem prazos curtos. Estou otimista, mas a
rio que tinham espaço físico para painéis fotovoltaicos, nomea- responsabilidade é grande.
damente no IEFP e no ISS, já o fizeram e, neste momento, estão
a registar produção disponível para além do que consomem. E
poderão partilhar esse excedente com determinadas associações
que têm trabalho social.

rm: Houve algum inquérito às pessoas que trabalham


no edifício acerca desta intervenção?
MJL: Temos, com alguma rotina, inquéritos de satisfação aos nos-
sos trabalhadores acerca das condições de conforto, iluminação,
apoio na saúde, segurança no trabalho, entre outros. E as pes-
soas referem muito a falta de conforto térmico, quer no verão,
quer no inverno.

92
reportagem

de 2022, sendo que até 11 de abril do mesmo ano foram sub-


metidas 214 candidaturas.

rm: A dotação para este aviso ascendia a 200 milhões


de euros. Estão previstos novos avisos neste contexto
de melhoria energética nos edifícios?
CP/FA: Não, dado que a dotação alocada ao Aviso foi pratica-
mente esgotada com as candidaturas aprovadas para financiamento.
No total foram aprovadas 175 candidaturas, perfazendo, aproxi-
madamente, 192 milhões de euros aprovados para financiamento.

rm: E no caso das energias renováveis?


CP/FA: Está previsto o lançamento de novos Avisos relaciona-
dos com as Comunidades de Energia Renováveis (CER) e Auto-
consumo Coletivo (ACC), cujo objetivo é o financiamento de
medidas que fomentem a produção de energia elétrica a partir
de fontes renováveis em regime de ACC e CER.

rm: Há ainda, na sua opinião, alguma falta de sensibi-


lidade ou conhecimento para a questão da eficiência
CRISTINA PIRES: “É IMPORTANTE CONTINUAR O energética nos edifícios?
TRABALHO DE SENSIBILIZAÇÃO PARA A EFICIÊNCIA CP/FA: Apesar de Portugal ser um país com um parque edifi-
ENERGÉTICA” cado relativamente pobre em matéria de eficiência energética,
A rápida procura de incentivos para a eficiência energética, tem-se verificado nos últimos anos uma maior consciencialização
via Fundo Ambiental, é um sinal de boa direção das políticas da sociedade civil para esta problemática. Podemos admitir que o
públicas para o ambiente. Cristina Pires, Chefe de Equipa para sucesso do projeto-piloto do Programa de Apoio a Edifícios mais
a Gestão de Projetos do PRR salienta o impacto positivo dos Sustentáveis em setembro de 2020 e consequente aprovação e
financiamentos na melhoria do parque edificado da administra- execução da Componente 13 – Eficiência Energética em Edifí-
ção pública central e admite que há ainda trabalho a fazer na cios, no âmbito do PRR, que tem verificado uma elevada adesão
divulgação e formação junto da sociedade civil. em todos os seus investimentos, contribuíram para o aumento
da sensibilidade e conhecimento desta temática. Esta conscien-
renováveis magazine (rm): No âmbito do Aviso 01/ cialização continua a aumentar, nomeadamente através dos res-
C13-i02/2021, promovido pelo Fundo Ambiental, que tantes Avisos PRR que têm vindo a ser publicados no âmbito da
enquadra o apoio à renovação energética dos edifícios eficiência energética dos edifícios, designadamente o Programa
da administração pública central, que impactos admite Vale Eficiência e o Programa de condomínios residenciais que,
que este programa possa causar face ao parque edifi- apesar de serem direcionados para o setor residencial, trazem
cado que temos? esta temática para os media e opinião pública.
Cristina Pires/Fundo Ambiental: Os objetivos do Aviso Apesar da cada vez mais generalizada a divulgação do tema, do
passam por atingir, em média, pelo menos 30% de redução do ponto de vista do cidadão comum ainda é reduzido o conheci-
consumo de energia primária nos edifícios intervencionados e con- mento das medidas que, efetivamente, contribuem de forma mais
tribuir para a redução em 20% do consumo de água de abasteci- significativa para a eficiência energética dos edifícios e de qual o
mento nesses edifícios. Pretende-se ainda atingir uma área total racional hierárquico que deve ser seguido para a implementação
renovada de 1 065 000 m2. das várias tipologias de medidas existentes a um determinado edi-
No âmbito deste Aviso foram aprovadas 175 candidaturas fício. É por isso importante continuar o trabalho de divulgação e
de 83 entidades da administração pública central, sendo que as de formação nestas temáticas.
metas contratadas entre os Beneficiários Finais indicam o cum-
primento dos objetivos propostos. Deste modo, daremos um
passo importante na renovação do parque edificado da admi-
nistração pública central portuguesa, bem como na melhoria do
conforto térmico e a produção de energia de fontes renováveis
em regime de autoconsumo.

rm: Na sua intervenção, no seminário do MTSSS, men-


cionou a rápida procura de incentivos por parte dos par-
ticulares. Qual tem sido a dinâmica das candidaturas
em termos de administração pública?
CP/FA: No caso particular da administração pública central, à
semelhança dos particulares, verificou-se uma rápida procura de
incentivos. A abertura das candidaturas deu-se a 18 de fevereiro

93
reportagem

Phoenix Contact planeia


um extenso programa de
investimentos para crescimento
a médio e a longo prazo
Durante a conferência de Atualmente, prevê-se que a Phoenix Contact semestre do ano. "Tivemos o prazer e o privi-
imprensa dada na feira feche o ano fiscal de 2023 com uma queda na légio de celebrar o nosso 100.º aniversário com
receita de cerca de dois por cento em compa- os nossos colaboradores e clientes em todo o
de automação SPS, em ração com o ano anterior e uma receita total mundo. Conseguimos muito ao longo destes 100
Nuremberga, na Alemanha, de 3,5 mil milhões de euros. "Se considerar- anos e mantivemo-nos fiéis aos valores e à cul-
mos o nosso desenvolvimento a partir de 2019, tura da nossa empresa familiar, apesar do nosso
Ulrich Leidecker, Chief atingimos um crescimento médio de 9,1% por crescimento e desenvolvimento". Os Diretores
Operating Office da Phoenix ano até hoje. Isto mostra que o atual desenvolvi- Gerais e acionistas apostaram em inúmeros
Contact, falou sobre o mento económico não é um problema estrutural. eventos, dias em família e festas para colabo-
Os produtos e as soluções da Phoenix Contact radores como uma oportunidade para expres-
desenvolvimento económico são utilizados em particular para a eletrificação sar o seu agradecimento à equipa pela sua
da empresa, que após 2 anos e a automação, áreas em que os investimentos excecional dedicação e comprometimento, só
de crescimento acima da média continuarão a ser feitos no futuro". O declínio assim foi possível que a empresa se tornasse
da procura, impulsionado por disponibilidades o que é hoje. "Também destacamos e fortale-
tem sido caraterizado por excessivamente elevadas em vários pontos ao cemos as nossas parcerias com nossos clientes,
um declínio significativo nas longo de toda a cadeia de valor, está a afetar compartilhando com eles momentos especiais
encomendas recebidas desde todas as regiões do mundo. Isto é particular- em eventos. Afinal, é em conjunto com os nos-
mente notório na Ásia, enquanto alguns países sos clientes e parceiros de negócio que estamos
o 2.º trimestre de 2023. europeus continuam a registar crescimento. O a impulsionar soluções para a revolução ener-
número de colaboradores está a aumentar ape- gética que formam a base para um mundo sus-
por Phoenix Contact nas muito ligeiramente, permanecendo pouco tentável". Em 2023, também nos focámos no
abaixo dos 22 000. desenvolvimento de projetos globais de sus-
Leidecker enfatizou o quanto 2023 é espe- tentabilidade, que foram implementados, em
cial para a Phoenix Contact, apesar do iní- conjunto com parceiros, pelas subsidiárias de
cio de uma recessão económica no segundo todo o mundo.

94
reportagem

"Se considerarmos o nosso


desenvolvimento a partir de 2019,
atingimos um crescimento médio de
9,1% por ano até hoje. Isto mostra que
o atual desenvolvimento económico
não é um problema estrutural. Os
produtos e as soluções da Phoenix
Contact são utilizados em particular
para a eletrificação e a automação,
áreas em que os investimentos
continuarão a ser feitos no futuro".

Investimentos
A fim de crescer a médio e a longo prazo, a
Phoenix Contact planeou um programa de inves-
timento de mais de mil milhões de euros nos
próximos cinco anos. As primeiras medidas para
a extensão do edifício logístico, localizado em
Blomberg, já foram tomadas. O edifício, total-
mente automatizado, oferecerá 220 000 metros investimento é um exemplo da visão de uma
cúbicos de volume de armazenamento adicio- All Electric Society, onde a eletricidade neutra "Com esta expansão, a Phoenix
nal. No futuro, será também possível abastecer em carbono é a principal fonte de energia. O Contact está a responder ao desafio
clientes fora da Alemanha diretamente a partir edifício foi concebido de modo a não só cobrir de tornar as cadeias de fornecimento
daqui. Com cerca de 100 milhões de euros, este as suas próprias necessidades energéticas com globais mais resilientes e minimizar
representa o maior investimento individual da energia elétrica autogerada, como também a ter as dependências de regiões
história da empresa. Na Índia, estão a ser cons- um balanço energético positivo durante o funcio- individuais do mundo", explicou
truídos 3 novos edifícios com espaços de produ- namento. A quantidade de energia gerada será Leidecker.
ção, logística e escritórios, com uma área total maior do que as nossas próprias necessidades.
de 70 000 metros quadrados. Os investimentos O investimento da Phoenix Contact neste cen-
aqui ascendem a cerca de 40 milhões de euros. tro de produção e tecnologia ascende a cerca de Sustentabilidade: parte da estratégia
"Com esta expansão, a Phoenix Contact está a 35 milhões de euros. Com 18 485 metros qua- corporativa
responder ao desafio de tornar as cadeias de for- drados de área útil para 400 estações de traba- Em outubro deste ano, a Phoenix Contact
necimento globais mais resilientes e minimizar as lho, o edifício exemplifica a rede dos setores de publicou seu primeiro relatório de sustenta-
dependências de regiões individuais do mundo", energia, mobilidade, infraestrutura e construção. bilidade. O relatório, referente a 2022, está
explicou Leidecker. O resultado é um plano tangível para soluções estruturado de acordo com os standards GRI
A China tem o mercado da mobilidade elé- escaláveis que podem ser usadas para interligar e se baseia nos três pilares: Ambiental, Social e
trica com desenvolvimento mais rápido, com as sectores no contexto de uma All Electric Society. Administrativo. Os interessados em ler o rela-
suas próprias abordagens tecnológicas. A Phoenix No edifício, a energia térmica é integrada tório podem descarregá-lo no website.
Contact está a expandir a sua capacidade de pro- numa rede de aquecimento a nível local – utili- Para poder mostrar com a maior preci-
dução de componentes para mobilidade elétrica zando bombas de calor e um sistema de arma- são possível o impacto que os seus produ-
com uma nova instalação em Lishui, na China. A zenamento de gelo de 1500 metros cúbicos. A tos têm no ambiente, a Phoenix Contact cria
primeira pedra foi lançada no final de junho de procura por aquecimento, refrigeração e gera- uma Pegada Ambiental do Produto (PEF) para
2023. Neste novo local de produção, a Phoe- ção de calor residual dos processos é integrada cada produto individual. Para isso, são tidos
nix Contact E-Mobility irá desenvolver e fabricar de tal forma que a troca de entalpia é possível. em conta 18 indicadores ambientais, com a
vários cabos de carregamento para veículos elé- A primeira etapa envolve o uso de sistemas de empresa a apostar no valor carbónico dos
tricos, que serão fornecidos a fabricantes chine- armazenamento de baterias, um sistema fotovol- seus produtos. Outros indicadores, como o
ses de automóveis e estações de carregamento. taico com potência de 1100 kWp, um sistema uso do solo ou o consumo de água, também
A empresa depende de aprovisionamento local fotovoltaico de campo aberto com potência são calculados quando os dados estão dispo-
para local, onde os mercados de compra, pro- de 1500 kWp e uma rede elétrica DC parcial. níveis. Toda a cadeia de valor é examinada,
dução e vendas estão localizados próximos uns Ligada a isto está uma infraestrutura de carre- desde a conceção do produto e a escolha das
dos outros. O novo edifício tem uma área total gamento bidirecional para a mobilidade elétrica matérias-primas, passando pelo processo de
de cerca de 26 000 metros quadrados, dos quais baseada na premissa de veículo-rede. A insta- fabrico e distribuição do artigo, até à utiliza-
20 000 são espaço de produção. lação de uma rede elétrica DC para uso indus- ção e fase de fim de vida dos produtos. Ao
trial é uma decisão estratégica deliberada, uma examinar e calcular o PEF, é possível tirar
vez que desempenhará um papel crucial na pro- conclusões dos indicadores ambientais dos
Edifício 60 – sustentabilidade e moção da revolução energética: fontes de ener- processos internos. Com base neste conhe-
eficiência em aplicações industriais gia renováveis, sistemas de armazenamento de cimento, a Phoenix Contact está constante-
Com o Edifício 60 na sede da empresa, a Phoe- baterias e sistemas de mobilidade elétrica estão mente a melhorar os seus processos, a fim
nix Contact está a estabelecer novos padrões integrados facilmente por serem em comum sis- de reduzir o seu impacto ambiental e conser-
em termos de sustentabilidade e eficiência. Este temas de corrente contínua. var recursos.

95
informação técnico-comercial

ED Collector: automatizar
a recolha de ficheiros em
dispositivos eletrónicos
inteligentes
Na era da transição energética e da importância vital para os profissionais do setor
busca por soluções sustentáveis, a elétrico, dado que essas representações gráfi-
ENGIPROT desenvolveu a aplicação IED cas detalhadas de eventos elétricos fornecem
Collector, uma inovação tecnológica insights valiosos sobre o comportamento do sis-
pensada para simplificar e tornar mais tema. Guardar e analisar oscilografias não ape-
eficiente a recolha de oscilografias em nas melhora a compreensão dos eventos, mas
Dispositivos Eletrónicos Inteligentes também desempenha um papel fundamental
(IEDs). na identificação e resolução eficiente de pro-
blemas operacionais. Ao incorporar esta funcio-
nalidade, o IED Collector eleva-se para além da
Esta aplicação utiliza a função File Transfer, mera recolha de dados, emergindo como uma
do protocolo IEC 61850, para simplificar uma ferramenta abrangente e indispensável para a Figura 3 Separador de configuração do IED para recolha de
tarefa que, doutra forma, exige esforço manual e gestão proativa e inteligente de sistemas elétri- dados.
tempo considerável, além de potenciar a perda cos complexos.
de informação gravada nos relés de proteção. A versão gratuita do IED Collector per-
O IED Collector surge como resposta à cres- mite aos utilizadores configurar facilmente per- Vantagens estratégicas
cente complexidade dos sistemas elétricos, fis de recolha, escolher diretorias de destino, Eficiência operacional: ao eliminar o pro-
onde a quantidade de dispositivos e a necessi- adicionar, remover e editar IED, recolher infor- cesso manual de recolha periódica de fichei-
dade de recolha periódica de oscilografias são mações detalhadas sobre diretorias e tipos ros, o IED Collector reduz significativamente
desafios constantes e um requisito do opera- de ficheiros disponíveis nos IED e explorar os o tempo gasto pelas equipas de Operação e
dor de rede, eliminando a necessidade de reco- ficheiros de forma eficaz através do navega- Manutenção (O&M), permitindo-lhes concen-
lher manualmente registos do relé de proteção, dor integrado. trar-se em tarefas mais críticas.
esta aplicação torna-se particularmente valiosa A versão licenciada, além de incluir todas Acesso rápido e seguro: A capacidade de
em sistemas com muitos dispositivos ou em as funcionalidades da versão gratuita, propor- armazenar todos os ficheiros em diretorias locais
locais remotos. Esta ferramenta é projetada para ciona funcionalidades adicionais, tais como: a ou remotas, não só garante um arquivo seguro,
executar essa tarefa automaticamente, armaze- recolha de ficheiros dos IEDs, a verificação de mas também agiliza a análise de incidentes, pro-
nando os ficheiros em qualquer diretoria local propriedades dos ficheiros e a sua abertura no porcionando aos profissionais uma visão abran-
ou remota acessível através da Ethernet. A capa- software de visualização instalado, a partir da gente e imediata.
cidade de armazenar e analisar oscilografias é de aplicação. Conformidade regulatória: atendendo
aos requisitos dos Operadores de Rede para os
Relés de Proteção de Interligação, o IED Col-
lector contribui para a conformidade regulatória
ao armazenar numa diretoria local dados rele-
vantes para a operação e análise de incidentes.

Funcionalidades chave para a eficiência


Independência de fabricantes: o IED Collec-
tor foi concebido para ser compatível com uma
variedade de fabricantes e modelos de IED, pro-
porcionando flexibilidade e interoperabilidade.
Figura 1 Processo de recolha de ficheiros. Figura 2 Visualização da árvore de ficheiros COMTRADE res- Configuração simples e célere: o IED
petivos a cada IED. Collector destaca-se pela notável facilidade de

96
PUB.
Figura 4 Exemplo de oscilografia recolhida através da ferramenta IED Colleto.

configuração, permitindo que os utilizadores configurem perfis de


recolha, estabeleçam filtros simples e definam diretorias de destino
dos ficheiros em poucos minutos. Além disso, a implementação é
simples, sem a necessidade de qualquer configuração nos disposi-
tivos eletrónicos inteligentes (IED) além da ativação do protocolo
IEC 61850. Esta abordagem Plug&Play reforça o compromisso do
IED Collector com a praticidade e a acessibilidade, tornando-o uma
escolha ideal para profissionais que valorizam a simplicidade sem
sacrificar a eficiência.
Recolha manual ou automática: permite a configuração de
perfis para a recolha automática de ficheiros de vários IED's, pro-
porcionando uma abordagem personalizada à gestão de dados.
Filtragem: oferece opções de filtragem por diretoria e exten-
são de ficheiros.
Licença única e perpétua: com uma licença única e perpétua,
o IED Collector proporciona uma solução económica e duradoura
para as necessidades crescentes do setor elétrico.

O IED Collector foi submetido a testes rigorosos e demonstrou


compatibilidade bem-sucedida com uma variedade de fabricantes
e modelos, incluindo ABB, EFACEC, GE, HITACHI, INGETEAM,
SCHNEIDER, SEL, SIEMENS e ZIV.
O IED Collector, desenvolvido pela ENGIPROT, não é apenas
uma solução, mas uma inovação na gestão de ficheiros em dispo-
sitivos eletrónicos inteligentes. Com funcionalidades robustas, uma
interface intuitiva e compatibilidade abrangente, esta aplicação des-
taca-se como uma ferramenta essencial para profissionais do setor
elétrico que buscam eficiência, conformidade e uma abordagem
inovadora para a gestão de dados críticos.
A ENGIPROT é uma empresa de prestação de serviços de Enge-
nharia, especializada nas áreas de Equipamentos e Infraestruturas
de Transporte e Distribuição de Energia, com ênfase para os Sis-
temas de Comando e Proteção em redes de energia elétrica de
Muito Alta, Alta e Média Tensão colaborando como por exem-
plo com diversas empresas no setor industrial, centrais de geração
distribuída de energia elétrica (eólica, fotovoltaica e hídricas), con-
tribuindo para uma maior rentabilidade económica, fiabilidade téc-
nica e segurança elétrica de projetos de ampliação da Rede Elétrica
Portuguesa, e para o incremento da eficiência energética de insta-
lações existentes.

ENGIPROT - Serviços de Engenharia, Lda.


Tel.: +351 211 920 004
[email protected] ∙ www.engiprot.pt
informação técnico-comercial

poupe tempo e espaço com


o sistema de entrada de cabos
VarioPlate
Se precisar de encaminhar diferentes diâmetros de cabo com ou sem conectores num espaço apertado,
o sistema de entrada de cabos é a solução ideal. E a alternativa perfeita para os bucins de cabos.

4. Junta moldada: na parte de trás da armação


- isto elimina a necessidade de uma veda-
ção separada.

O sistema de fácil instalação é adequado para cabos Placa de entrada de cabos: modular,
de 3-33 mm e é compatível com recortes retangu- para até 42 cabos
lares de passagem de cabos utilizados na indústria. As entradas de cabos da série VarioPlate são
Com os dois tamanhos diferentes de inser- a solução ideal quando se trata de gerir múlti- Quatro molduras diferentes, as mais
tos, pode montar o seu sistema de entrada de plos cabos num espaço confinado de uma forma diversas opções de montagem
cabos de modo flexível, à medida da sua apli- segura e organizada. O VarioPlate é um sistema divisível e flexível
cação específica. Os painéis de cabos VarioPlate são adequa- para cabos de 3-33 mm. Como alternativa aos
dos para os recessos comuns em todas as instala- bucins para cabos, o VarioPlate permite o agru-
ções standard e são utilizados em quase todas as pamento ordenado e seguro de até 42 cabos -
indústrias devido à sua versatilidade. Por exemplo, com apenas uma moldura.
na construção de quadros, em grandes armários
elétricos, em turbinas eólicas ou em escavado-
ras. As soluções VarioPlate satisfazem as classes
de proteção UL 94 VO, IP65 e IP66.
Os produtos VarioPlate são uma verdadeira
solução premium no domínio da entrada de
cabos. Em comparação com muitos produtos
semelhantes, eles convencem sobretudo nos
Personalize a sua placa de entrada de pontos seguintes:
cabos com o nosso configurador
Gostaríamos de o apoiar no seu trabalho da 1. Modularidade: as passagens de cabos gran-
melhor forma possível. É por isso que desenvol- des e pequenas podem ser utilizadas numa
vemos esta ferramenta profissional para si: basta mesma moldura;
selecionar quantos e quais os insertos que pre- 2. Compensação de tolerâncias: lábios de Todos os benefícios num relance:
cisa para a passagem dos seus cabos. O nosso contorno compensadores nas aberturas • Conservação da garantia de cabos pré-
configurador irá então mostrar-lhe as soluções de inserção garantem um ajuste perfeito, -montados,
certas para a sua aplicação específica. mesmo que o cabo tenha tolerâncias; • Sistema divisível, modular,
Perfeito para instruções de trabalho e outras 3. Alívio de tensão: as aberturas de inserção pro- • Montagem flexível da moldura,
etapas do projeto. Não podia ser mais fácil. tegem os cabos contra tensões mecânicas; • Passagem de até 42 cabos por moldura,

98
• Adequado para todos os recortes e aber- As molduras de entrada de cabos VarioPlate com a classe de proteção IP 65, bem como IP 66
turas de passagem de cabos padrão, adequam-se à minha aplicação? e têm um alívio de tensão integrado.
• Para cabos de 3-33 mm, Os recortes interiores da moldura adaptam-se
• Fabricado na Alemanha, ao tamanho padrão de recortes de entrada na
• Alívio de tensão integrado, construção de quadros e máquinas. Isto torna
• 20 mm de altura de construção. o VarioPlate compatível com todas as aplica-
ções comuns.
Um dos 4 tamanhos diferentes de VarioPlate
irá, portanto, muito provavelmente adaptar-se
à sua construção.

Uma ligação por cabo tem de ser substituível


e passível de manutenção?
Ao colocar uma tampa cega ou um inserto cego
na moldura VarioPlate, tem a opção de passar
cabos adicionais no futuro e tornar as ligações
Perguntas mais frequentes (FAQs) intercambiáveis e reparáveis.
Como encaminhar múltiplas ligações em espaços
apertados?
O Sistema de entrada de cabos VarioPlate é a
HellermannTyton
solução ideal para poupar tempo e espaço se O sistema de entrada de cabos proporciona alívio Tel.: +351 221 202 335
tiver de encaminhar vários diâmetros de cabos de tensão e proteção IP66? [email protected] ∙ www.hellermanntyton.pt
com ou sem conector num local apertado. Todas as ligações dos sistemas VarioPlate cumprem
PUB.
informação técnico-comercial

inversor KOSTAL PLENTICORE


agora aprovado para
acumuladores de bateria Axitec
história de sucesso de um portento de potência
IKO CI: a

O inversor híbrido PLENTICORE é a escolha ideal para todos aqueles que valorizam tanto um
inversor de alta qualidade Made in Germany como um dispositivo muito flexível na ligação de
acumuladores de bateria. A Axitec está agora entre os acumuladores de bateria compatíveis,
ampliando assim as opções de seleção para empresas, instaladores e clientes finais.

Na KOSTAL Solar Electric, o acoplamento de Em qualquer caso, com o PLENTICORE plus inteligente de sombras e elevada eficiência. Estando
setores é sempre levado em consideração como Axitec os acumuladores também podem ser car- equipado com todas as interfaces comuns, ele pode
chave para a transição energética. Para oferecer regados ou descarregados até 5 kW. As grandes ser integrado de maneira ideal e seu design de coluna
aos clientes uma ampla gama de equipamentos necessidades energéticas da manhã e da tarde flexível torna o seu dimensionamento variável.”
compatíveis estão constantemente a ampliar a são respondidas com uma maior produção de
rede de parceiros. Os proprietários de um PLEN- energia solar ao meio-dia através do acumula-
TICORE plus ou PLENTICORE BI podem escolher dor, que equilibra os picos de potência e pode
entre uma seleção impressionante de acumula- obter efeitos estabilizadores da rede por injeção. As soluções de armazenamento
dores de bateria, que a Axitec agora junta com Encontrará detalhes mais técnicos sobre os modular Li SV1 e Li SV2 da Axitec
as séries de modelos Li SV1 e Li SV2. acumuladores Axitec juntamente com o PLEN- (ambas em IP55) oferecem a opção
TICORE plus em: www.kostal-solar-electric. de modernizar o acumulador de
com/de-de/produkte/hybrid-wechselrichter/ baterias com uma maior capacidade
plenticore-plus/-/media/document-library-fol- de armazenamento a qualquer
der---kse/2023/04/21/08/31/db_plenticore-plus_ momento, permitindo que cada
tec-sheet_axitec-axistorage-li-sv_202304_de.pdf módulo forneça 3,37 kWh.

Inversores híbridos e inversores de Nota: os inversores KOSTAL da série PLENTI-


carregador KOSTAL CORE podem ser operados diretamente com acu-
O inversor híbrido PENTICORE plus oferece muladores de bateria Axitec e com o KOSTAL
um alto grau de flexibilidade no que diz res- Smart Energy Meter e o KOSTAL Energy Meter.
peito ao projeto de instalação. Como disposi-
tivo independente, permite entre 3 e 10 kW, e Dica KOSTAL Pro: com o KOSTAL AutoUp-
Inversores PLENTICORE e no funcionamento interligado de dois ou mais date, todas as atualizações de software (também
acumuladores Axitec harmonizam-se dispositivos com potências ainda superiores. retroativas para modelos de inversores anteriores)
entre si A bateria é então carregada tanto no lado da são executadas de forma totalmente automati-
As soluções de armazenamento modular Li SV1 Corrente Contínua (CC) quanto na Corrente zada para facilitar a monitorização de unidades de
e Li SV2 da Axitec (ambas em IP55) oferecem Alternada (CA). Isso permite aproveitar a maior armazenamento de bateria compatíveis. Basta ati-
a opção de modernizar o acumulador de bate- proporção possível de energia solar, sobretudo vá-lo e estará sempre atualizado, de forma total-
rias com uma maior capacidade de armazena- nos dias com menor irradiação. mente automática. Encontra uma visão geral de
mento a qualquer momento, permitindo que O carregador inversor PLENTICORE BI tam- todas as baterias aprovadas adequadas para nos-
cada módulo forneça 3,37 kWh. bém é um verdadeiro pacote de energia para sos inversores em www.kostal-solar-electric.com/
Dependendo do número de módulos de uma utilização diária nas classes de potência de plenticore_released_batteries.
bateria, o Li SV1 oferece entre 10,1 e 23,6 kWh 5,5 e 10 kW. É o parceiro perfeito para ampliar
e o Li SV2 entre 6,7 e 13,5 kWh. A corrente uma instalação fotovoltaica existente.
de carga e descarga do PLENTICORE BI é de “O equipamento dos inversores KOSTAL oferece
KOSTAL Solar Electric Ibérica, S.L.
até 26 A para o Li SV1 e 18,5 A para o Li SV2. todas as possibilidades”, afirma Thomas Garber, Tel.: +34 961 824 934 ∙ Fax: +34 961 824 831
Com isto podem ser alcançadas capacida- Gestor Sénior de Produto da KOSTAL Solar www.kostal-solar-electric.com
des máximas de carga e descarga até 8,7 kW. Electric. “O PLENTICORE plus permite uma gestão

100
PUB.
informação técnico-comercial

inovação chega às centrais solares


com apoio da OBO Bettermann
A EMSP-Évora Molen Salt Plataform é uma plataforma de infraestruturas experimentais que surge
como consequência de um avanço tecnológico na capacidade de armazenamento térmico, que
utiliza sais fundidos como fluido de transferência de calor e meio de armazenamento de calor,
permitindo um aumento da temperatura de operação e do rendimento de conversão termoelétrica,
comparativamente às centrais tradicionais com óleo térmico.

“O projeto tinha necessidades muito específicas para os sistemas de cami-


nho de cabos, em particular no campo solar. Para tal foi necessária uma
definição criteriosa de soluções e materiais a utilizar, devidamente compati-
bilizadas com o layout da instalação. A OBO respondeu a todas as exigên-
cias, recorrendo ao seu vasto portefólio, diferenciando-se pela oferta de uma
gama de produtos que se adaptavam na perfeição ao pretendido, produzi-
dos em conformidade com as normas europeias mais atuais”, refere Luís
Cardoso, Senior Project Director na Siemens Energy.
O campo solar do projeto é constituído por 36 coletores cilindro-para-
bólicos de grande dimensão, com um comprimento total de 684 metros
e uma potência nominal de 3,5 MW térmicos e funciona como campus
avaliar a viabilidade tecnológica e económica da plataforma.

A substituição do fluido para sais fundidos é o aspeto inovador e sustentá-


vel no projeto que oferece um custo de aquisição substancialmente mais
baixo do que os óleos convencionais, e também é menos tóxico para o
meio ambiente pela redução das emissões de CO2.
A obra destaca-se pela execução de uma infraestrutura única em Por-
tugal que funcionou como projeto-piloto e que ficou a cargo da Siemens
Energy, que adquiriu à OBO Bettermann sistemas de caminho de cabos
tendo em conta as suas caraterísticas técnicas, cumprimento de normas
de qualidade e capacidade de customização das suas soluções.

A necessidade de encontrar soluções personalizadas pela particulari-


dade do projeto, nomeadamente a resistência do sistema de caminho de
cabos e clips de fixação à carga prevista e a sua proteção contra ambien-
tes mais agressivos em termos de corrosão, levou a OBO a realizar nos
materiais uma galvanização a quente de acordo com o processo de gal-
vanização contínua, tornando-os conformes com a norma DIN EN 10346
e especialmente adequados ao ambiente de instalação. Também as juntas
de metal escolhidas pela OBO apresentam uma proteção contra a cor-
rosão catódica até uma espessura de 2,00 mm para responder às neces-
sidades da obra de uma forma mais eficiente.
Os sistemas de caminho de cabos utilizados pela OBO neste projeto
foram fabricados em aço de alta qualidade e testados internamente no
seu Centro de Testes BET - de acordo com as verificações normativas

102
informação técnico-comercial

CEM – de forma a determinar a sua capacidade máxima de carga e “A DLR, em parceria com a Universidade de Évora e outros parceiros da
capacidade de suporte de carga, resistência à corrosão e classificação Indústria, decidiram escolher Portugal para testar uma tecnologia inovadora
térmica, assegurando assim um funcionamento seguro. na área da energia solar. A solução Instalada pela Siemens Energy, da OBO
Os principais produtos instalados no desenvolvimento da plataforma Bettermann foi de tal forma personalizada ao projeto, que não só satisfez
EMSP – Évora Molten Salt Plataform foram: como excedeu a expectativa do cliente, passando a ser utilizada como refe-
• Caminhos de cabos em chapa galvanizada a quente, com tampa; rência transversal em futuras obras que necessitem de uma instalação similar.
• Caminhos de cabos do tipo escada perfurado, igualmente galvani- Passámos a ser parceiros de excelência”, refere Miguel Garcia, Key Account
zada a quente, com tampa; Manager da OBO, sobre o projeto da Herdade da Mitra, em Évora.
• União multifuncional FS; Anteriormente, as centrais solares comerciais utilizavam óleos térmicos
• Sistema de ligação e fixação com Bucins V-TEC metálicos, e todos como meio de transferência de calor, com os seus coletores cilindro-pa-
os acessórios necessários para fixação dos caminhos de cabos às rabólicos a operar a temperaturas que rondam os 400 ºC, obtendo-
respetivas suportagens; -se uma eficiência de 38%. A implementação de uma nova tecnologia
• Tubos galvanizados para proteção das canalizações. constituída por materiais inovadores possibilita que os cilindros ope-
rem a temperaturas que ultrapassam os 500 ºC, originando uma maior
eficiência, de aproximadamente 42%, na produção de energia, aumen-
tando a capacidade de armazenamento de calor e originando uma redu-
ção significativa do custo final da eletricidade.
Em suma a parceria entre a Siemens Energy e a OBO Bettermann per-
mitiu ultrapassar os desafios e desenvolver uma customização e norma
para projetos futuros desta natureza.

OBO Bettermann – Material para Instalações Eléctricas, Lda.


Tel.: +351 219 253 220 ∙ Fax: +351 219 151 429
[email protected] ∙ www.obo.pt
PUB.

103
informação técnico-comercial

PMA: fiabilidade e segurança na


proteção de cabos
Tubos que duram décadas, para projetos que duram décadas.

O compromisso com a excelência e Os 5 fatores críticos para tubos nas


fiabilidade PMA energias renováveis
Fabricados na Suíça e de acordo com uma for-
mulação especial de poliamida, os tubos da PMA
Cor: devido à estrutura química das polia-
são testados sob o mais completo e exigente
midas e à formulação especial da PMA
conjunto de ensaios, certificando e garantindo a
para a resistência, a longo prazo, contra
resistência, proteção e robustez dos tubos para
o calor e ambientes externos, a cor preta
os mais variados cenários.
é menos sensível aos raios UV. Para ins-
Indo além dos testes estandardizados, para
talações exteriores com elevados requi-
comprovar a longevidade e o comportamento
sitos de resistência aos raios UV, a PMA
adequado da sua gama, a PMA montou há mais
recomenda produtos de cor preta.
de 15 anos no telhado das suas instalações um
conjunto de tubos em diferentes posições, mas
sempre em flexão.
A PMA nasceu há 43 anos como pioneira na Os tubos encontram-se expostos às varia-
proteção de cabos para a indústria ferroviária. das condições meteorológicas de Uster. No Carga/stress mecânico: sobretudo
Desde então cimentou a sua posição como líder verão as temperaturas atingem os 30 ºC/35 ºC influenciado pelo design da aplicação,
e alargou a sua vasta experiência e conheci- e é comum os tubos aquecerem até aos 50 ºC, pode ter enorme impacto no tempo
mentos para outras áreas. Mesmo que os cabos alternativamente nas outras estações do ano há de vida dos tubos, sobretudo quando
estejam instalados em zonas expostas a fortes chuvas regulares, granizo e temperaturas que impõem movimentos extremos e fre-
stresses mecânicos, físicos, químicos, ou ambien- chegam aos -10 ºC. quentes, curvaturas apertadas, compres-
tais a proteção da PMA garante o bom funcio- Adicionalmente, a PMA instalou no telhado sões, torsões ou embates repetidos.
namento e a fiabilidade da instalação. das suas instalações uma central fotovoltaica Existem diferentes tipos de tubo para
para autoconsumo em 2011 utilizando os tubos minimizar estes fatores, mas são sempre
XSOL. Ao longo dos anos em que foram feitas redutores do tempo de vida.
A longa realidade das energias ambas as experiências não foram detetadas quais-
renováveis quer deformações, falhas ou rachas nos tubos.
Os projetos de energia renovável são desen- Além de terem sido efetuados para garantir a
volvidos tendo em conta longos horizontes de qualidade e fiabilidade dos seus produtos, todos Exposição: quanto maior for a exposi-
tempo e com a expetativa dum retorno está- os testes e experiências efetuadas pela PMA ser- ção às condições climatéricas e à radia-
vel resultante de uma operação contínua sem viram também para acumular conhecimentos rela- ção ultravioleta maior será o desgaste
imprevistos. A dificultar este objetivo está o tivamente aos fatores críticos para a deterioração no material. Nesse sentido a PMA testa
ambiente, por vezes severo e agressivo, a que e longevidade dos tubos expostos aos elementos. os seus tubos de acordo com o stan-
os equipamentos se encontram expostos, não dard ASTM G155, um teste que procura
só pela constante exposição à desgastante radia- examinar a capacidade do plástico resis-
ção UV, mas também às mais duras condições tir à deterioração das suas proprieda-
atmosféricas e aos imprevisíveis roedores. des mecânicas resultantes da exposição
Soluções que desvalorizam o desgaste e a ao calor, radiação UV e água. Adicio-
deterioração rápida que estes ambientes podem nalmente, no setor ferroviário, os tubos
provocar nos cabos refletem uma falta de visão especialmente modificados de PA12 da
dos custos reais de operação, já que irão causar PMA são aplicados nos tejadilhos das
paragens mais frequentes para a substituição e carruagens, acoplamentos, entre outros,
manutenção de material danificado, que acarreta mantendo-se mais de 20 anos sem qual-
um custo duplo, o da energia não aproveitada quer deterioração mecânica significativa.
resultante da paragem e o custo de mão-de-o-
bra e dos equipamentos de substituição.

104
informação técnico-comercial

A conveniência e praticidade dos tubos


Material: por fim, e intuitivamente, Os tubos de poliamida modificada rasgados
quanto melhor for a qualidade do mate- da PMA têm uma superfície lisa e Facilitam a manutenção, o retrofit e a insta-
rial presente na composição do tubo, dura, não são fáceis para os roedores lação dos cabos sem abdicar das suas carate-
melhores serão as suas propriedades e a roerem, nem retêm vestígios facilmente. rísticas protetoras, os tubos CEL Rasgados
esperança média de vida. Para garantir a PA6 são cortados longitudinalmente e per-
fiabilidade e longevidade dos seus tubos e mitem reparar secções específicas de uma
acessórios, a PMA, de modo geral, foca a instalação sem necessitar de desconetar os
sua manufatura numa formulação especial cabos numa das extremidades ou de fazer
de poliamida, tanto em PA6 como PA12. juntas, que criam pontos de fragilidades na
Tubos que duram décadas, para infraestrutura.
projetos que duram décadas
Para as condições mais adversas, com excelente 1 No Sudeste asiático (como por exemplo, na Índia) e
Roedores: os roedores são rigorosa- resistência UV, proteção contra roedores, não Austrália para instalações de Telecom é requerido polia-
mente territoriais, trabalhando incan- inflamável e com altas resistências mecânicas e mida com um grau de dureza Shore D > 68 contra as
savelmente para eliminar vestígios de químicas o tubo XSOL multicamada PA12+PA6 dentadas de roedores.
concorrentes ou “intrusos” nos seus ter- oferece a mais fiável e resistente proteção para 2 De acordo com os testes efetuados e resultados obti-
ritórios. Materiais moles1 e/ou porosos os cabos instalados. Em aplicações adequadas, dos, apenas para fins informativos gerais; não são uma
tal como o isolamento normal dos cabos estáticas e expostas aos elementos o XSOL garantia expressa ou implícita de desempenho ou espe-
ou até tubos de PVC tendem a ser alvos tem uma longevidade estimada máxima rança de vida.
comuns dos roedores, tanto para eli- de 25 a 35 anos2.
minar todos os vestígios dos concor- Alternativamente, os tubos CF, PACOF
rentes, como para ser utilizado como e CEL monocamada PA6 perante as mesmas
Palissy Galvani, Electricidade, S.A.
material de construção dos seus ninhos. condições têm uma longevidade estimada Tel.: +351 213 223 400 ∙ Fax: +351 213 223 410
de 20 a 25 anos2. [email protected] ∙ www.palissygalvani.pt
PUB.

105
informação técnico-comercial

processos mais consistentes


com o novo Centro de
Maquinação Perforex MT da
Rittal
O novo centro de processamento Perforex MT: mecânica otimizada e integração digital. Um novo
software de interface RiPanel: interface da engenharia para controladores de máquina com gestão
de trabalho eficiente. Novos modelos de financiamento e consultoria para etapas individuais de
otimização no fabrico de quadros elétricos.

As exigências estão a crescer no mundo da construção e engenharia de


quadros elétricos. Prazos de entrega curtos, pressão sobre os custos,
requisitos de alta qualidade e processos de produção contínuos. A digi-
talização ponta a ponta e a automação das cadeias de valor são as chaves
para o sucesso. A Rittal apresenta o centro de processamento Perforex
MT – Milling Terminal e o novo sistema de controlo de produção RiPa-
nel Processing Center.
“A Rittal e a Eplan estabeleceram para si mesmas a meta de ajudar os
fabricantes de quadros elétricos e aparelhos de comutação em cada etapa
do seu processo de valor agregado”, disse Michael Schell, Chefe do setor
de Gestão de Produtos da Rittal. Disse ainda: “com o novo Perforex MT
e o Centro de Processamento RiPanel, estamos a levar os nossos clientes a
mais um passo importante para a construção de armários 4.0.”

Um impulso vital para aumentar a eficiência é integrar


as máquinas aos processos digitalizados. O novo RiPanel sob medida para uma interação perfeita com as soluções de software da
Processing Center otimiza a interface, desde a engenharia Eplan e Rittal.
até os controladores da máquina. Os dados do projeto Um exemplo é a incorporação de sucção integrada de limalhas e
do Eplan Pro Panel e informações como a quantidade e a aparas, que reduz o esforço necessário para a limpeza. Além disso,
data prevista são transferidos diretamente e convertidos novas peças podem agora ser adaptadas com muito mais rapidez. O
em trabalhos da máquina. A ferramenta de gestão de novo recurso de medição automática verifica o comprimento da ferra-
pedidos integrada ajuda a melhorar a interação entre várias menta atual e transfere automaticamente os parâmetros para os con-
máquinas. trolos da máquina. Ele também deteta qualquer quebra de ferramenta,
o que resulta em menos interrupções e um nível geral de produtividade
mais alto. A placa de pressão, patenteada, reduz as vibrações, levando
O próximo nível para mais eficiência e precisão a uma vida útil mais longa da ferramenta, velocidades de corte mais
Na continuação do desenvolvimento da Perforex, a Rittal incorporou altas e melhores arestas de corte. Novas barreiras de luz e cortinas de
a experiência prática adquirida por meio de partilhas com os clientes, luz garantem a segurança.
o que levou a inúmeras melhorias técnicas que ajudarão os clientes no O uso da nova geração de máquinas Perforex MT melhora a eficiência
seu trabalho diário. Também existe um conceito operacional que é feito na produção até 85% em comparação com o processo manual.

106
informação técnico-comercial

prevista são transferidos diretamente e convertidos em trabalhos da


máquina. A ferramenta de gestão de pedidos integrada ajuda a melho-
rar a interação entre várias máquinas. “Para os clientes, isso significa que
eles reduzem os prazos de entrega, as taxas de erro e os custos, ao mesmo
tempo que tornam os seus processos de oficina adequados para o futuro”,
resumiu o Michael Schell.

Um caminho claro para o investimento


A atual situação económica também está a afetar os fabricantes de qua-
dros elétricos e de automação. “Eles podem aproveitar o desafio vendo
isso como uma oportunidade de obter vantagens competitivas com as eta-
pas de automação certas”, afirma Rolf-Günther von Kiesling, chefe da uni-
dade de negócios da Rittal Automation Systems: “Nós não apoiamos os
nossos clientes dando-lhes somente o apoio e aconselhamento na utilização
da máquina certa, mas também em tomar a decisão certas na hora de fazer
um investimento para o desenvolvimento da sua produção, disponibilizando
todo um conjunto de informação crucial na decisão.”

Da engenharia a um pedido de máquina com o toque


de um botão
Um impulso vital para aumentar a eficiência é integrar as máquinas aos
Rittal Portugal, Lda.
processos digitalizados. O novo RiPanel Processing Center otimiza a inter- Tel.: +351 256 780 210 ∙ Fax: +351 256 780 219
face, desde a engenharia até os controladores da máquina. Os dados do [email protected] ∙ www.rittal.pt
projeto do Eplan Pro Panel e informações como a quantidade e a data
PUB.

107
informação técnico-comercial

bomba de calor M-Thermal


Arctic Séries da Midea

O Grupo Midea Building Technologies (MBT), nos últimos anos tem investido no desenvolvimento
das bombas de calor M-Thermal com o objetivo de responder aos diferentes requisitos de projeto.

Tecnológicas, em Genebra, surge como a solu- A bomba de calor Midea disponibiliza


ção integral para climatização e água quente aquecimento, arrefecimento e
sanitária (AQS) em diversas aplicações. A mais fornecimento de água quente sanitária,
recente inovação da Midea, a bomba de calor constituindo assim uma solução
M-Thermal Arctic Séries, destaca-se por pos- completa e multifuncional. Disponível
suir a mais avançada classe de eficiência energé- em diversos módulos e terminais, a
tica (A+++ a 35 °C) e apresentar baixos níveis M-Thermal Arctic Séries permite a
de ruído ímpares, atingindo aproximadamente conexão a 4 tipos distintos de terminais:
35 decibéis. Além disso, opera de forma eficaz ventiloconvectores, radiadores, pavimentos
mesmo com temperaturas extremamente bai- radiantes e depósitos de água.
xas, atingindo os -25 °C.
A bomba de calor Midea disponibiliza aque-
cimento, arrefecimento e fornecimento de água
quente sanitária, constituindo assim uma solução A eficiência ambiental é um dos pilares desta
completa e multifuncional. Disponível em diver- inovação, pois a bomba de calor M-Thermal
sos módulos e terminais, a M-Thermal Arctic Arctic Séries utiliza o fluido de refrigeração R32,
Séries permite a conexão a 4 tipos distintos de reconhecido pela sua sustentabilidade ecológica.
terminais: ventiloconvectores, radiadores, pavi- Incorpora um sistema avançado de gestão de
mentos radiantes e depósitos de água. energia, proporcionando conforto com baixas
Com o crescimento do setor de aquecimento, o emissões de carbono ao longo de todo o ano.
Grupo MBT investiu significativamente no mer- Ao optar por esta tecnologia, os utilizadores
cado europeu, através da construção de uma não só desfrutam de um ambiente climatizado
unidade de produção para o fabrico de bom- eficiente, como também contribuem ativamente
bas de calor ar-água em Feltre, Itália, com um para a redução global das emissões de carbono.
investimento de 60 milhões de euros, estando A Midea reforça assim o seu compromisso
estimada que a sua capacidade atinja, por ano, com a inovação e sustentabilidade, oferecendo
cerca de 300 000 unidades. Para além da fábrica, uma solução que vai ao encontro das necessi-
vão construir um centro de investigação com o dades contemporâneas de climatização, pro-
objetivo de fornecer produtos que estejam den- porcionando eficiência energética, conforto e
tro das necessidades do mercado AVAC Euro- uma pegada ambiental reduzida. A bomba de
peu, com preços competitivos. calor M-Thermal Arctic Séries é, sem dúvida,
Tendo em conta que os principais materiais a solução inteligente que combina excelência
para a produção das bombas de calor serão pro- e responsabilidade ambiental na climatização
venientes da Europa, é expetável que o prazo de espaços.
de entrega dos mesmos sofra reduções signifi-
cativas, fazendo com que a produção e distri-
buição sejam mais eficientes.
SGT, Energia E Climatização, S.A.
A bomba de calor Midea M-Thermal, dis- Tel.: +351 210 516 470 ∙ Fax: +351 214 265 461
tinguida com o prestigiado troféu de prata [email protected] ∙ www.sgtmidea.com
na Exposição Internacional de Inovações

108
PUB.
informação técnico-comercial

energia solar: uma opção segura


para as empresas
Para além de ser uma alternativa sustentável e económica, os atuais sistemas solares de última
geração são uma solução viável e fiável.

globais. Por conseguinte, a opção por sistemas A segurança começa no painel


fotovoltaicos de alta qualidade com característi- Os inversores de string convencionais, que não
cas de segurança avançadas é mais crucial do que permitem a redução da tensão CC durante a
nunca. As partes interessadas devem garantir a desconexão do sistema de energia, exigem a ins-
máxima proteção dos funcionários e dos edifí- talação de proteções adicionais para cumprir as
cios para evitar despesas dispendiosas relacionadas normas de segurança, o que tem um impacto
com danos causados, por exemplo, por incêndios. nos custos e na mão-de-obra.
Outro incentivo vem das companhias de seguros, No entanto, alguns produtos de última gera-
que estão dispostas a alargar a cobertura a edi- ção incorporam atualmente funcionalidades de
fícios com instalações fotovoltaicas que tenham segurança avançadas. Entre eles, a SolarEdge
implementado medidas de segurança adequadas. desenvolveu uma solução inovadora baseada
na eletrónica de potência ao nível dos pai-
néis individuais. Cada painel do sistema solar
Os incentivos governamentais, a crise energética, Comecemos pelo básico está equipado com optimizadores de potência,
o consequente aumento das faturas de eletrici- É importante partir de uma premissa: os sistemas componentes eletrónicos independentes que
dade e a crescente sensibilização para o facto de fotovoltaicos são seguros, fiáveis e não repre- maximizam a produção do sistema e efetuam
a energia solar ser uma alternativa viável à energia sentam qualquer perigo pessoal ou material. No a monitorização e o controlo ao nível do pai-
da rede estão a levar cada vez mais empresas a entanto, é necessário conhecer o seu funciona- nel individual, implementando a segurança glo-
optar pela energia solar. A taxa de adoção de solu- mento para minimizar os riscos. bal do sistema.
ções energéticas inteligentes está a crescer forte- Os principais componentes dos sistemas Como parte da solução, a funcionalidade
mente nos locais onde o consumo de eletricidade solares são os painéis fotovoltaicos e os SafeDC™ da SolarEdge reduz a tensão do pai-
é muito elevado, como empresas transformado- inversores. Os primeiros geram eletricidade nel para 1 V quando o inversor ou o sistema
ras, centros comerciais, hospitais e aeroportos. convertendo a luz solar em Corrente Contínua elétrico do edifício está desligado. Isto permite
O fator económico é um dos principais fato- (CC), enquanto os segundos convertem a que os bombeiros intervenham em segurança,
res que determinam a escolha deste tipo de energia CC em Corrente Alternada (CA), que mesmo na presença de um sistema fotovol-
investimento, cujo retorno, num período de três é utilizada para alimentar casas e empresas. taico. A funcionalidade SafeDC™ também evita
a sete anos, se traduz numa redução da fatura Embora o risco de incêndio provocado pelo o custo adicional da instalação de proteções de
da eletricidade, uma vez que a energia gerada próprio sistema fotovoltaico seja muito raro, é segurança e reduz o tempo de instalação e a
pelo sistema solar reduz significativamente a necessário ter em conta que se trata de mini- margem de erro. Além disso, a monitorização
dependência da rede. Outro fator fundamental -centrais elétricas localizadas nas coberturas. de cada módulo através de optimizadores de
na opção pela energia solar prende-se com uma Durante o dia, os painéis solares e os cabos potência permite a intervenção remota e a pre-
maior autonomia energética e o menor impacto elétricos estão sujeitos a altas tensões contínuas, venção de possíveis falhas.
ambiental. De facto, para uma empresa, a ado- que permanecem presentes mesmo quando o
ção de um plano de sustentabilidade ambiental sistema elétrico do edifício é desligado. Por con-
empresarial eficaz é hoje tão importante como seguinte, na eventualidade improvável de um
um equilíbrio virtuoso, ao ponto de muitas incêndio ou de uma emergência, os bombeiros
empresas da Fortune 500 promoverem objeti- devem esperar pelo pôr-do-sol para intervir em
vos ambiciosos de carbono zero e integrarem segurança. Como regra geral, os bombeiros inter-
plenamente a energia solar nas suas estratégias rompem a alimentação elétrica antes de extinguir
de sustentabilidade empresarial. o incêndio para evitar o risco de eletrocussão; no
Neste contexto, a instalação de um sistema entanto, este procedimento de precaução pode
solar representa um investimento estratégico a apresentar riscos para um sistema fotovoltaico
longo prazo para as empresas, que tem de ser cui- típico. Estes riscos podem ser minimizados com
dadosamente gerido e monitorizado para maxi- uma conceção avançada do sistema solar e uma
mizar o retorno do investimento e as poupanças seleção cuidadosa dos produtos.

110
informação técnico-comercial

A segurança do sistema é crucial na esco- A nível mundial, muitos governos estão a Informações sobre a empresa
lha de um sistema fotovoltaico. Por exemplo, adotar políticas ambientais destinadas a atingir A SolarEdge é um líder mundial no desenvol-
para o Hospital Universitário Severo Ochoa objetivos de emissões líquidas nulas até 2050, vimento de tecnologias Smart Energy para a
em Madrid, a questão da segurança era crucial, favorecendo os investimentos em energias reno- eficiência energética. A empresa revolucio-
razão pela qual o Grupo Empresarial Electro- váveis. Além disso, à medida que o interesse nou o mercado com uma solução de inversor
médico GEE escolheu um sistema SolarEdge dos consumidores pela energia solar aumenta, que mudou a forma como a energia é captada
de 1,73 MWp. Graças às duas funções avança- também aumentam os benefícios económicos e e gerida nos sistemas fotovoltaicos. O inver-
das integradas, SafeDC e deteção de falhas de ambientais para as empresas. A SolarEdge tem sor SolarEdge optimizado para CC maximiza
arco, a central inteligente SolarEdge garante a estado sempre empenhada em impulsionar o a produção de energia e reduz o custo da
máxima segurança. desenvolvimento de soluções solares mais segu- energia produzida pelo sistema fotovoltaico.
ras para satisfazer as necessidades das empresas, A SolarEdge, que continua a fazer avançar o
os regulamentos governamentais, os requisitos campo da energia inteligente, aborda uma vasta
Regulamentos governamentais, de segurança e os objetivos de sustentabilidade gama de segmentos do mercado energético
requisitos de segurança e proteção a longo prazo. através das suas soluções fotovoltaicas, siste-
de ativos Os desenvolvimentos regulamentares e as mas de armazenamento, produtos de carrega-
À medida que a indústria fotovoltaica se expande, normas do mercado de seguros definem assim mento de veículos elétricos e dispositivos de
as normas e regulamentos de segurança estão o caminho para a integração das energias reno- gestão de sistemas de aquecimento e domó-
a tornar-se cada vez mais rigorosos. Embora váveis como investimentos relevantes nas ati- tica. A SolarEdge está atualmente a desenvolver
os requisitos de segurança fotovoltaica sejam vidades de produção. Estes investimentos e as soluções completas para os mercados residen-
definidos por cada país, a regulamentação pro- respetivas atividades de produção são ativos cial e industrial.
gressiva está a levar a indústria solar a melho- fundamentais para qualquer investidor e devem
rar a segurança do sistema. A nível europeu, a também ser protegidos do ponto de vista tec-
inclusão de requisitos de deteção e interrupção nológico com soluções que garantam os ren-
SolarEdge Technologies, Ltd.
de arco voltaico está a ser avaliada como uma dimentos económicos esperados e ofereçam Tel. +351 210 270 008
garantia adicional para a prevenção de falhas e um desempenho de ponta para a segurança a www.solaredge.com
riscos de incêndio. longo prazo do capital e dos ativos imobiliários.
PUB.

111
informação técnico-comercial

bioenergia: a importância
da lubrificação na produção
de pellets
O mercado energético está em constante evolução e, com isto, a aposta em fontes de energia
renováveis é cada vez maior. Por serem produzidos a partir de matérias-primas orgânicas e com
emissões de gases poluentes mais baixas aquando da sua queima, os biocombustíveis são cada vez
mais utilizados como alternativa aos combustíveis fósseis.

maximizar a potência. O desgaste dos rolamentos


na produção de pellets é muito maior do que em
outros processos industriais uma vez que são sub-
metidos a condições extremas de operação: altas
velocidades, elevada pressão e elevada temperatura
(>100 ºC). É aqui que atua o lubrificante: os rola-
mentos foram projetados para reduzir o atrito, mas
necessitam de uma massa lubrificante para diminuir
o atrito gerado entre eles mesmos.
A TotalEnergies apresenta a solução para a oti-
mização da produção de pellets, com aumento do
tempo de vida útil dos rolamentos: Ceran XM.
A utilização na lubrificação centralizada da
Ceran XM massa de Complexo Sulfonato de
Cálcio com excelentes propriedades de resistên-
cia à água, muito bom comportamento face a car-
gas extremas, resistência térmica e anti corrosão.
A sua consistência NLGI 1,5 permite uma exce-
lente bombeabilidade e um bom comportamento
a altas velocidades.
Esta massa forma uma fina camada protetora entre as partes móveis do
rolamento, prevenindo o contacto metal-metal e evitando a sua degra-
Os pellets são um dos principais biocombustíveis dos últimos anos. Tra- dação. Para além disso, permite a transmissão de potência aos rolos da
ta-se de pequenos aglomerados de biomassa provenientes de fabricantes pelletizadora de modo a evitar perdas energéticas.
de produtos em madeira e limpeza florestal. Estes aglomerados podem Ao utilizar o lubrificante certo, na quantidade certa, é possível obter
incluir resíduos como lascas de madeira, folhas e serradura. São um com- economias significativas ao longo de todo o processo e melhorar o TCO
bustível limpo, renovável, com um baixo nível de poluição e de elevado (Total Cost of Operation).
poder calorífico. O fabrico de pellets atende ao conceito de economia Otimize o seu processo: utilize TotalEnergies!
circular, uma vez que a sua principal matéria-prima é um resíduo prove-
niente de outras atividades.
Estima-se que entre 2006 e 2010 o mercado mundial de pellets teve Referências
um aumento de 110% [1] e, para responder às necessidades do consumi- [1] E. A. M. Gonçalves, “Consumo Europeu de Pellets e suas variáveis expli-
dor, é mandatário ter uma produção eficiente. cativas,” 2016.
A lubrificação dos rolamentos das pelletizadoras é a chave para o seu
bom funcionamento. Um dos momentos críticos no fabrico de pellets
é a transmissão da energia gerada pelo motor aos rolos que empurram
TotalEnergies Marketing Portugal, Unipessoal Lda
a polpa de madeira pelos orifícios da matriz que dá origem aos pellets. Tel.: +351 211 957 847
Os rolamentos são responsáveis por reduzir o atrito entre o eixo e os [email protected] ∙ www.totalenergies.pt
rolos de modo a minimizar a perda de energia e, consequentemente,

112
PUB.
informação técnico-comercial

u-OS coneta ecossistemas

Para vincular perfeitamente a tecnologia de automação aos sistemas de TI, são necessárias
plataformas abertas em ambos os lados. Isto já é standard em TI, e agora o mundo da automação
está a seguir o exemplo: o sistema operacional u-OS da Weidmüller baseia-se em standard abertos,
como Linux ou OPC UA, é projetado para computação de ponta e permite a integração de
aplicativos – facilitando para se conetar ao mundo da TI. O Product Manager da Weidmüller, Martin
Flöer, e o Product Manager, Uwe Henneboel, explicam os objetivos estratégicos que a Weidmüller
está a alcançar com isto.

seu próprio sistema operativo aberto, a Weidmül- de utilizadores deseja utilizar um software de
ler oferece agora aos utilizadores todas as opções código aberto e o link para a sua aplicação de
de que necessitam para utilizarem funcionalidades controlo baseada na norma IEC 61131-3. Isso
de TI também em TO. Demos os primeiros passos ocorre porque permite que os dados dos sen-
nessa direção com o nosso sistema operacional de sores sejam coletados e processados além da
automação u-OS, que apresentamos na feira SPS automação.
na Alemanha, em novembro de 2023. E expan- "O desejo de um PLC ou de um nível de borda
diremos este produto passo a passo." adicional para se comunicar com o mundo da TI
O u-OS faz parte da plataforma de automa- também está a tornar-se cada vez mais comum”,
ção u-mation e combina automação com as explica Henneboel. "Para isso, é necessária uma
possibilidades da IoT industrial em apenas um plataforma correspondente e também infraestru-
Figura 1 Da esquerda para a direita: Uwe Henneboel e dispositivo – e também é otimizado para solu- turas para que se possa obter o melhor dos dois
Martin Flöer mostram como o u-control e o u-OS funcionam ções de edge computing. O sistema operacio- mundos. E para isso precisa do nosso u-OS."
como uma unidade. nal permite um pré-processamento eficiente O u-OS é um sistema operacional aberto –
de dados e um controlo preciso diretamente o hardware associado é expansível de forma
na máquina. É expansível e oferece uma inter- modular. O u-OS não tem limites quando se
face baseada na web para que os utilizadores trata de linguagens de programação, desde
"Simplesmente já não há uma justificação eco- possam configurar facilmente as funcionalidades IEC 61131 até Python e C/C++. Os progra-
nómica para que cada empresa de automação de que necessitam. mas podem, por isso, ser executados facil-
continue a reinventar a roda para fazer a liga- "Introduzimos a nossa plataforma de automação mente quando combinados e também podem
ção entre o nível de TO e o mundo de TI", explica u-mation em 2014 e temos expandido continua- ser expandidos com software e aplicativos de
Martin Flöer, Program Manager da Weidmüller. mente desde então. E, entretanto, estamos a rece- código aberto adicionais. Henneboel dita que:
Durante décadas, a tecnologia operacional (TO) ber cada vez mais feedback dos nossos clientes,
nas empresas foi isolada da tecnologia da infor- dizendo que pretendem monitorizar permanente-
mação (TI) utilizada e dependia das próprias tec- mente máquinas e equipamentos ou re-parame-
nologias, interfaces e protocolos. O hardware e trizá-los a partir de sistemas ERP – ou por outras
o software utilizados para controlar, regular e palavras, ligá-los ao mundo da TI”, afirma Uwe
monitorizar máquinas e equipamentos foram Henneboel, Strategic Product Manager da divi-
em grande parte, separados da TI baseada em são de Automação. "Essa conexão entre TO e
Ethernet e usaram os seus próprios caminhos TI, e o uso de soluções de TI nesta ligação, cria
na comunicação e sistemas de barramento. "No um valor agregado real. Por exemplo, pode pou-
entanto, para vincular perfeitamente a tecnologia par tempo adicional de configuração ou detetar
de automação aos sistemas de TI", explica Martin anomalias nas máquinas. Cada vez mais utiliza-
Flöer, "os sistemas de controlo disponíveis atual- dores estão a reconhecer isto mesmo.”
mente no mercado oferecem poder de compu- O motor deste desenvolvimento é a digita-
tação suficiente para garantir a comunicação no lização cada vez mais acelerada dos processos
nível de TI, além da automação. Mas a mudança industriais. Neste contexto, segundo explica
para um sistema de controlo diferente deverá ser Uwe Henneboel, “não há como evitar uma pla- Figura 2 u-OS conecta software personalizado com IoT
muito mais flexível do que era no passado. Com o taforma aberta no futuro". Um número crescente industrial e tecnologia de automação.

114
PUB.
Um número crescente de utilizadores deseja utilizar
um software de código aberto e o link para a sua
aplicação de controlo baseada na norma IEC 61131-3.
Isso ocorre porque permite que os dados dos sensores
sejam coletados e processados além da automação.

“Atribuímos uma grande importância à segurança cibernética. No futuro,


também ofereceremos um módulo de extensão na área de segurança
funcional de acordo com a Diretiva de Máquinas. Tudo também será
complementado pelo AutoML, o nosso software automatizado de apren-
dizagem de máquina."

Embora o mercado de sistemas de automação abertos


ainda seja muito novo, a Weidmüller não é o único
fornecedor no mercado de automação a seguir este
princípio de abertura. Mas afinal o que nos diferencia da
concorrência?
“O u-OS é verdadeiramente aberto", explica Martin Flöer. "Na sua
essência, é uma compilação de tecnologias de código aberto e stan-
dards. Ao selecionar os blocos tecnológicos, o nosso objetivo é preservar
a independência dos utilizadores. Por isso evitamos extensões proprie-
tárias das tecnologias que utilizamos. Queremos oferecer ao cliente um
sistema que finalmente torne possível a estratégia de 2.ª fonte na área
de automação. É, por isso que, por exemplo, usamos o Codesys nativo
como o nosso sistema de tempo de execução e não um derivado espe-
cífico do OEM." O Codesys é o software de automação IEC 61131-3
independente do fabricante líder para o planeamento de projetos
de sistemas de controlo. “O software oferece flexibilidade ao utiliza-
dor e, de forma diferente das variantes OEM, é completamente inde-
pendente do hardware, permitindo ao utilizador construir uma segunda
fonte”, explica o Program Manager Flöer.
E Uwe Henneboel acrescenta ainda: “É óbvio que não negligencia-
remos o nosso próprio software de automação da Weidmüller. Futura-
mente, o utilizador poderá utilizar isso no controlador como alternativa
ou em paralelo ao Codesys. As caraterísticas especiais deste software
de automação incluem a instalação baseada na web no controlador e
a criação simples de aplicações, sem um amplo conhecimento de pro-
gramação e software de PC."
Nos controladores Weidmüller da série u-control-M podem ser
instalados diferentes sistemas de tempo de execução nos vários
núcleos do computador. Isto torna a série de controladores signi-
ficativamente mais poderosa do que as soluções PLC puras, pois
pode fornecer informações locais em toda a rede e pode ser expan-
dida ao conetar módulos de função. "Isto torna o u-control M3000 e
M4000, que também apresentámos em novembro, em sistemas pre-
parados realizar todas as tarefas de automação e IIoT no futuro – e a
base ideal para o nosso software de automação u-OS", afirma o Pro-
duct Manager Henneboel. "As plataformas são um controlador e um
sistema de ponta num só." Isto economiza espaço e permite um pré-
-processamento eficiente de dados e um controlo preciso direta-
mente na máquina. O u-control M3000 com dois núcleos de CPU
já responde a todos os requisitos standard, enquanto o u-control
M4000 oferece 2 núcleos de CPU adicionais, 4 interfaces Ethernet
e mais RAM, NV-RAM e memória flash para computação de ponta
complexa em automação.
informação técnico-comercial
u-OS coneta ecossistemas

os sistemas estejam protegidos contra ataques


externos. Isso garante segurança durante todo o
ciclo de vida dos produtos."

Com soluções como o u-OS, a


Weidmüller permite que os seus clientes
implementem casos de utilização de
IoT industrial com sucesso e com valor
Figura 3 O sistema operacional u-OS pode ser personali- acrescentado para o cliente final. Figura 4 A interface do utilizador do u-OS permite uma
zado para responder às necessidades individuais do engenharia e programação mais fáceis.
utilizador.

No que diz respeito aos controladores,


Os sistemas podem ser ampliados de forma até o momento o u-OS tem sido E para onde a Weidmüller irá
adequada com interfaces; por exemplo com executado na série de controladores estrategicamente com o sistema
barramentos de campo, wi-fi e LTE. Os utili- u-control M da Weidmüller – há planos operacional de automação u-OS? Em
zadores podem, por isso criar soluções perso- para outras plataformas de hardware? última análise, os fornecedores puros de
nalizadas com um elevado grau de segurança “Sim, o nosso plano também prevê isto. Os utili- hardware já não existem hoje – qual será
futura. "Porque o seu elevado desempenho, com- zadores também devem poder usar o u-OS em o USP da Weidmüller no futuro?
binado com a tecnologia de processador mul- sistemas de terceiros ou construir o seu próprio “Faremos um sem abandonar o outro”, explica
ti-core, significa que podem ser integrados de firmware baseado no u-OS", explica o Program Uwe Henneboel. “O hardware terá, sempre, um
forma flexível no Linux”, explica Uwe Henne- Manager Flöer. "No entanto, a Weidmüller planeia papel importante na Weidmüller. Além disso, no
boel. “O Linux é o standard aberto ideal para implementar isto numa data posterior – depen- futuro também seremos capazes de apoiar os
u-OS porque combina propriedades importantes dendo acima de tudo do feedback dos clientes." clientes e os seus utilizadores na conversão da sua
para ser utilizado no ambiente de automação e Outras empresas de automação que também tecnologia operacional com aplicações e soluções
no contexto de IoT”, continua o Product Mana- possuem sistemas operacionais de automação práticas." Projetar uma solução agora, muitas
ger. A capacidade de tempo real do Linux está, abertos também estão a lançar redes de par- vezes, custa mais do que os próprios compo-
portanto, totalmente integrada no núcleo para ceiros para as suas plataformas abertas. Qual é nentes, e é por isso que muitas empresas evitam
permitir aplicações de controlo com tempo de a resposta da Weidmüller a isto? fazer a mudança. "Mas com o u-OS, os utiliza-
ciclo de 1 ms com sistemas de CPU moder- "Os nossos parceiros são muito importantes dores podem converter ou configurar um projeto
nos. “Combinado com o protocolo de tempo real para nós, e é por isso que lançámos a rede de par- de automação passo-a-passo, sem necessitar de
baseado em Ethernet OPC UA TSN, queremos ceiros IIoT da Weidmüller em 2021. Temos agora alterar toda a sua infraestrutura de TO. É por isso
realizar um TO aberto, independente e com capa- mais de 50 parceiros de soluções. Continuaremos que vemos o u-OS como um fator de sucesso nos
cidade de tempo real no futuro. Com o u-OS, o a expandir estas parcerias no futuro", explica Mar- negócios de projetos. E também já temos fortes
utilizador beneficia de um sistema operativo de tin Flöer. "Muitas empresas de software procu- diferenciais noutras soluções que argumentam a
elevado nível técnico”, afirma Uwe Henneboel, ram sistemas e controladores de I/O fiáveis para favor da Weidmüller: Industrial AutoML, que per-
“um sistema em constante desenvolvimento e o ambiente industrial. Com o lançamento do u-OS, mite a aplicação de aprendizagem automática
que, por exemplo, colmata imediatamente quais- já conseguimos garantir vários parceiros APP como de forma simples e eficiente, ou o nosso portefó-
quer lacunas de segurança identificadas". Codesys, Crosser, Flecs Technologies, Mirasoft e lio modular IO u-remote, onde somos líderes tec-
Siemens Industrial Edge." nológicos”, afirma Uwe Henneboel, enumerando
Uwe Henneboel descreve os utilizadores e mais exemplos. “Estamos a posicionar-nos, clara-
Afinal, a segurança e a proteção estão as aplicações alvo que a Weidmüller visa com mente, como um fornecedor de soluções na área
a tornar-se questões cada vez mais o sistema operativo de automação na primeira da automação e IoT industrial."
importantes: os ataques às empresas fase da seguinte forma: “Por um lado, estamos, Com soluções como o u-OS, a Weidmül-
industriais estão a aumentar – com naturalmente, a dirigir-nos aos nossos clientes ler permite que os seus clientes implementem
consequências abrangentes. Desta existentes em todo o mundo. Temos uma exce- casos de utilização de IoT industrial com sucesso
forma o perigo do acesso descontrolado lente relação dos utilizadores com todo o nosso e com valor acrescentado para o cliente final. A
não é pré-programado? portefólio de automação. No entanto, também abertura, a flexibilidade e a preparação para o
“O u-OS e o u-control são desenvolvidos a pen- temos como alvo pequenas, médias e grandes futuro desempenham um papel tão importante
sar nos mais recentes standards de segurança”, empresas que procuram formas de alargar a sua como a independência de outros sistemas, se
diz Henneboel. “São implementados Secure estratégia de segunda fonte aos seus sistemas quisermos prosseguir com sucesso, com a tra-
Boot e um cesso seguro via protocolo HTTPS de automação e que procuram uma maior fle- jetória simples "dos dados ao valor”.
ou via conexão VPN, entre outros. Além disso, xibilidade para o futuro. Ou que, antes de tudo,
desde o início desenvolvemos consistentemente desejam conetar perfeitamente o nível de TO e
o u-mation de acordo com o conceito de ‘segu- o mundo de TI com o nosso u-OS num projeto de
Weidmüller – Sistemas de Interface, S.A.
rança desde a conceção". Com este método, já automação independente e, ao mesmo tempo, Tel.: +351 214 459 191 ∙ Fax: +351 214 455 871
durante o desenvolvimento de hardware e soft- experimentar e beneficiar diretamente dos valo- [email protected] ∙ www.weidmuller.pt
ware, são tomados cuidados para garantir que res agregados da IoT."

116
PUB.
produtos e tecnologias

Mais de 1 milhão e 500 mil conjuntos de peças no EPLAN Bernstein: nova geração de interruptores de segurança com
Data Portal bloqueio
M&M Engenharia Industrial, Lda. Alpha Engenharia
Tel.: +351 229 351 336 Tel.: +351 220 136 963 · Tlm.: +351 933 694 486
[email protected] · www.eplan.pt [email protected] · www.alphaengenharia.pt
/AlphaEngenhariaPortugal/
O EPLAN Data Portal já
tem mais de 1 milhão e Existem máquinas, que
500 mil conjuntos de peças mesmo depois de desliga-
de prestigiados fabricantes das, continuam com deter-
de componentes. minadas áreas ativas em
Para além da variedade, que o operador da
outra vantagem do Data máquina está impedido de
Portal é a qualidade dos aceder a estas áreas até
dados. O padrão de dados, que o movimento peri-
baseado no eCl@ss Advanced, complementa os padrões de classificação goso fique completamente
comprovados para dados de dispositivos e eleva-os a um nível superior parado. Por exemplo, na descida lenta das lâminas de uma serra ou na
e uniforme. Os utilizadores beneficiam de conjuntos de dados normali- paragem de uma grande massa de um volante de uma máquina.
zados e podem fazer transferências diretamente do Data Portal para os Para garantir que todas as proteções permanecem fechadas enquanto exis-
seus projetos. tir uma condição perigosa, o fabricante Bernstein desenvolveu o novo inter-
Com o EPLAN Data Portal, tem acesso direto online a catálogos de pro- ruptor de segurança SLC (Safety Lock) que é, em muitos aspetos, um avanço
dutos de alta qualidade a partir de um conjunto de fabricantes de com- otimizado na funcionalidade do clássico interruptor de segurança: em que
ponentes de renome em constante crescimento. Todas as soluções os componentes sujeitos a esforços mecânicos, como a cabeça rotativa,
ancoradas na Plataforma EPLAN acedem a este serviço web. A simples são de metal. Tornando o interruptor de segurança extremamente robusto
transferência dos componentes e dados oferecidos para a sua documen- e durável. E que por outro lado, tem um corpo de plástico leve e funcio-
tação EPLAN reduz os esforços necessários para o projeto e aumenta a nal. Em que além da função de desbloqueio manual no lado frontal do
qualidade da documentação da sua máquina e instalação. Saiba tudo em interruptor de segurança, que permite uma abertura rápida da proteção
www.eplan.pt/solucoes/eplan-data-portal/utilizador/. de segurança por fora da área perigosa, o interruptor de segurança SLC
possui a função de “saída de emergência” que permite a abertura imediata
da proteção de segurança dentro da área perigosa.
O novo SLC da BERNSTEIN é ideal, onde quer que os interruptores de
Bornes Push-X - Eletrificação simplificada para todos os tipos segurança com bloqueio sejam utilizados na proteção de uma máquina –
de condutores por exemplo em máquinas de embalamento, de carpintaria, de fresagem,
Phoenix Contact, S.A. de processamento de alimentos ou em máquinas de injeção, para citar ape-
Tel.: +351 219 112 760 nas alguns exemplos. Para mais informações consulte a equipa comercial
[email protected] · www.phoenixcontact.pt da Alpha Engenharia ou visite o website em www.alphaengenharia.pt/PR7

A família de bornes com


tecnologia de ligação
Push-X completa-se com LinkIQ™-IE - Verificador de Cabos + Rede da Fluke Networks
o lançamento da família Bresimar Automação, S.A.
XT. Assim, além dos bor- Tel.: +351 234 303 320
nes XTV com ligação de [email protected] · www.bresimar.pt
condutor lateral, os primei-
ros bornes com conexão O LinkIQ™-IE da Fluke
frontal Push-X estão agora Networks é uma atualiza-
disponíveis na Phoenix Contact. O portefólio XT consiste em bornes de ali- ção significativa da sua
mentação e multicondutores, bem como versões de função tais como facas versão anterior, otimizada
de seccionamento, porta-fusíveis plug-in e porta-componentes. para as redes de comuni-
Sendo uma das tecnologias de ligação mais rápidas do mercado, a nova cação industriais. Ao
tecnologia Push-X da Phoenix Contact aumenta a eficiência da eletrifica- longo dos anos, a Fluke
ção do quadro de controlo e comando. Todos os tipos de condutores Networks tem-se desta-
podem agora ser ligados ainda mais rapidamente, manual ou automati- cado pela sua inovação
camente. A eletrificação é realizada sem ferramentas e sem esforço sig- contínua, e o LinkIQ™-IE é o testemunho dessa trajetória. Com o adap-
nificativo devido a uma mola de contacto pré-tensionada. Ao bater tador remoto MS-IE, pares divididos e cabos erradamente terminados
levemente na superfície de libertação dentro da câmara de fixação, a mola em conexões RJ45, M12X, M12D e M8D são facilmente identificáveis. O
de contato é libertada e o condutor é fixo de forma segura e perma- LinkIQ™ suporta EtherNet/IP, PROFINET, EtherCAT e outras variantes
nente. Tal como acontece com a tecnologia Push-in, os condutores liga- de Ethernet Industrial.
dos são libertados pressionando o botão laranja. Ao mesmo tempo, a Esta nova versão IE destaca-se então pelas seguintes capacidades: adap-
mola de contato é pré-tensionada para o próximo processo de ligação. tador universal e cabos de teste para conetores RJ45, M12-X, M12-D e
Todos os bornes Push-X são totalmente compatíveis com o sistema M8-D; medições precisas (identifica falhas em cabos até 305 metros e
padronizado de bornes CLIPLINE complete. diagnostica aberturas, curto-circuitos ou ausências de terminações. Com

118
produtos e tecnologias

o adaptador MS-IE, deteta pares divididos e cabos erradamente instala- BOEM, a ferramenta de gestão para a ISO 50001
dos); elevado desempenho (verifica o desempenho de cabos até 10GBA- TecnoVeritas – Serviços de Engenharia e Sistemas Tecnológicos, Lda.
SE-T, com mapa gráfico e comprimento de cabo, simplificando a Tel.: +351 261 819 819 · Fax: +351 261 819 820
identificação de falhas); diagnósticos avançados (diagnóstico de rede, mos- [email protected] · www.tecnoveritas.net
trando dados como nome do switch, porta e VLAN); funcionalidades PoE
(deteta e testa a classe PoE 1-8 e a potência disponível no switch; rela- O BOEM é uma plata-
tórios eficientes (gere e imprime resultados diretamente do LinkWare™ forma cloud-based, criada
PC); design versátil otimizado para Ethernet industrial, suportando diver- pela TecnoVeritas em
sos tipos de cabos e conetores industriais. 2014, e que tem passado
O LinkIQ™-IE da Fluke Networks é mais do que um simples verificador por uma evolução contí-
de cabos e rede. É um aliado para todos os profissionais que desejam nua, introduzindo vários
elevar os seus serviços a um nível superior. Com a sua gama vasta de fun- negócios no mundo da
cionalidades e precisão inigualável, este dispositivo promete transformar Indústria 4.0. Para além
a forma como os profissionais abordam os desafios diários no mundo das das suas muitas funções
redes industriais. de Business Assurance nos mais variados setores, é também uma ferra-
menta de gestão da ISO 50001, a norma europeia para a gestão de ener-
gia que fornece uma estrutura robusta para otimizar a eficiência
energética em organizações dos setores público e privado.
Wallbox ENECTOR da KOSTAL também com 7,4 kW O sistema BOEM não só fornece aos gestores KPIs relevantes e custo-
na versão monofásica mizados, como dá o feedback de informação necessário para realizarem
KOSTAL Solar Electric Ibérica, S.L. a gestão com base nos consumos de energia atuais e esperados no futuro
Tel.: +34 961 824 934 ∙ Fax: +34 961 824 831 e informação relevante quanto a problemas técnicos em sistemas e equi-
www.kostal-solar-electric.com pamentos, prevenindo falhas graves (controlo de condição) e antevendo
a necessidade de substituição de equipamentos por outros mais eficien-
Com o ENECTOR CA tes e adequados às necessidades da organização.
7,4 kW, a KOSTAL res- Consegue-se, assim, reduzir os gastos (e custos) da energia através da
ponde à procura especí- melhoria do desempenho das instalações e de uma gestão do consumo
fica de cada país por de energia otimizada. Outros objetivos são inevitavelmente atingidos por
caixas de embutir mono- estarem associados ao consumo de energia, como a redução das emis-
fásicas de elevado desem- sões de CO2 e a melhoria da manutenção e gestão de ativos (centrais,
penho. Depois do seu linhas de produção, entre outros).
lançamento bem-suce-
dido no mercado em
2021, o ENECTOR estabeleceu-se como a peça central de toda a insta-
lação fotovoltaica orientada para o futuro. O carregamento com o modo Fonte de alimentação bifásica e trifásicas SPDE
3 é compatível com muitos veículos e é uma escolha segura para qual- Carlo Gavazzi Unipessoal, Lda.
quer proprietário de veículo elétrico que também valorize a qualidade Tel.: +351 213 617 060 · Fax: +351 213 621 373
“Made in Germany”. [email protected] · www.gavazziautomation.com/nsc/PT/PT/
O design compacto e elegante do ENECTOR já ganhou diversos prémios /company/carlogavazzipt/
de design. Além do visual atraente, o ENECTOR também oferece van-
tagens que o tornam extremamente prático e adequado para o uso diá- A Carlo Gavazzi Automa-
rio. Isto inclui o display LED que mostra todas as informações tion ampliou a sua linha
importantes do estado. O cabo de carregamento de 7,5 metros de com- de fontes de alimentação
primento com um conetor de carregamento tipo 2 oferece flexibilidade da série SPDE, uma linha
suficiente para fixação e já está incluído no conteúdo da entrega. A ins- de fontes de alimentação
talação também é muito conveniente graças à cablagem pronta para cone- industriais ultracompactas,
tar. Além disso, a Wallbox oferece amplas medidas de segurança para agora com modelos bifá-
evitar um superaquecimento ou apagões. sicos e trifásicos. Uma
Com o PIKO MP plus e o KOSTAL Smart Energy Meter, o ENECTOR solução ultracompacta e
torna-se numa solução de carregamento inteligente com diferentes modos robusta especialmente pensada para aplicações com limitação de espaço.
de carregamento. Após a ativação, os modos de carregamento solar “Solar A série SPDE de 2 e 3 fases está disponível em 3 larguras diferentes,
Pure Mode” e “Solar Plus Mode” estão disponíveis através da aplicação começando em 120 W (2 fases) com apenas 41 mm de largura, e indo
KOSTAL Solar ou do servidor web KOSTAL Smart Energy Meter. No até 480 W (3 fases) com 80 mm de largura. O seu design muito com-
“Solar Pure Mode”, o carregamento é realizado exclusivamente com ener- pacto permite economias até 50% no espaço do quadro elétrico, tornan-
gia solar de produção própria. Neste caso, apenas poderá ser carregado do-as ideais para aplicações com restrições de espaço. As funções
o valor que estiver disponível naquele momento. No "Modo Solar Plus", integradas do diagnóstico e de proteção como o curto-circuito na saída,
a potência de carregamento é ajustada para minimizar a quantidade de sobrecorrente, sobretensão, temperatura elevada, fornecem a proteção
energia retirada da rede. Ao ativar a função AutoUpdate, o KOSTAL máxima mesmo sob circunstâncias anormais. A série de SPDE é a solu-
Smart Energy Meter permanece sempre atualizado de forma totalmente ção indicada para aplicações onde a eficiência elevada e/ou temperatu-
automática. A garantia KOSTAL Smart estende o período de garantia ras de funcionamento amplas são necessárias.
para 5 anos gratuitamente, bastando registar a wallbox ENECTOR na loja Com PFC integrado, estas fontes de alimentação garantem uma elevada
online: https://shop.kostal-solar-electric.com/es/ eficiência operacional até 94%, e uma ampla gama de temperatura de

119
produtos e tecnologias

funcionamento de -40 ºC a +70 ºC. As principais caraterísticas da gama conexão no interior da caixa facilitam a instalação. Eles permitem que
SPDE são a eficiência (até 95,6% de eficiência), compactas (redução até os acessórios do sistema, como secções perfuradas, barras e trilhos,
50% de espaço), tensão de isolamento de 4 kVCA, e aprovações – CE, sejam aparafusados ao interior da caixa de forma rápida e direta. Os
UKCA, UL610010. Com estes novos equipamentos a Carlo Gavazzi interruptores operados por portas e as escoras das portas também
reforça a sua posição de referência como fornecedor de equipamentos podem ser diretamente instalados através dos pontos de conexão. Além
e soluções inovadoras. disso, os trilhos DIN na caixa podem ser aparafusados diretamente nos
pontos de instalação existentes. A placa de montagem pode ser facil-
mente aparafusada a partir da frente usando os parafusos pré-monta-
dos e até mesmo ser conectada à terra mais tarde através da fechadura
Nova plataforma interativa Discovery Energy, existente. Além disso, a montagem na parede é facilmente implemen-
as oportunidades da eletricidade tada através das pastilhas roscadas externas, mantendo a certificação
Prysmian Group UL e a classe de proteção.
Tel.: + 351 219 678 500 As novas caixas AX Ex em poliéster estão disponíveis em 8 versões que
[email protected] · www.prysmiangroup.pt variam de 200 a 800 mm de largura, 300 a 1000 mm de altura e 150 a
300 mm de profundidade. A gama de produtos da Rittal também inclui
A modernização das caixas Ex em aço inoxidável.
redes de distribuição de
eletricidade para aproxi-
mar as energias renová-
veis da nossa realidade Início da produção do parque eólico de Canudos, no Brasil
quotidiana é essencial. É Voltalia
importante apostar na Tel.: +351 220 191 000
inovação tecnológica, na [email protected] · www.voltalia.com
cadeia de abastecimento
sustentável e na proximidade com as partes interessadas para apoiar A Voltalia anunciou que
a produção eólica e solar, o reforço da rede e a mobilidade elétrica. o seu parque eólico
Para divulgar a forma como a empresa está a participar neste novo Canudos 1- 2, de 99 MW,
modelo energético, permitindo que a energia limpa alimente vidas, localizado no Estado da
comunidades e tudo o que nos rodeia, foi criada a plataforma intera- Bahia, Brasil, já está a fun-
tiva Discover Energy que pode conhecer em https://discoverenergy. cionar. "Após o comissio-
prysmiangroup.com/pt/. namento completo da
nossa planta solar SSM
3-6 (260 MW), temos o
orgulho de anunciar que
Novas caixas AX Ex em poliéster outro projeto brasileiro, o nosso parque eólico Canudos 1-2 (99 MW), come-
Rittal Portugal, Lda. çou a injetar energia na rede. Gostaria de agradecer profundamente às
Tel.: +351 256 780 210 · Fax: +351 256 780 219 equipas da Voltalia que desenvolveram, construíram e financiaram este pro-
[email protected] · www.rittal.pt jeto", declara Sébastien Clerc, CEO da Voltalia.
O projeto Canudos 1-2, inicialmente anunciado como um parque
As novas caixas de poliés- eólico de 90 MW, e ampliado para 99,4 MW, começou a produzir os
ter AX Ex da Rittal ofere- seus primeiros MW/h. O parque eólico é apoiado por um contrato
cem essa segurança de venda de energia por 20 anos com a CEMIG, uma das principais
incluem aprovações ATEX, concessionárias brasileiras. O projeto é composto por 28 turbinas
IECEx e UL HazLoc.. E com eólicas, uma subestação coletora, uma subestação de seccionamento
o seu alto nível de robus- e uma linha de transmissão de 500 kV. Todo o projeto foi desenvol-
tez, capacidade para estar vido pela Voltalia e é propriedade da mesma. Vários fatores-chave
ao ar livre e ampla gama de contribuíram para o sucesso deste projeto, incluindo um regime eólico
opções de expansão, tanto robusto, a propriedade das ligações à rede e a escalabilidade. Além
os instaladores como os construtores ganham uma enorme quantidade de disso, em alinhamento com o compromisso da Voltalia com as comu-
valor agregado. Estas normas especificam exigências muito mais elevadas para nidades locais, o projeto estabeleceu instalações de ligação locais
os produtos, a fim de limitar os maiores riscos nas suas áreas de aplicação. essenciais, permitiu a contratação de equipas e empreiteiros locais e
As novas caixas AX Ex da Rittal feitas em poliéster reforçado com vidro, que produz energia a preços competitivos. Desde 2021, a Voltalia tem
substituem as anteriores caixas KS, respondem a esses requisitos. São apro- colaborado com especialistas para implementar um ambicioso pro-
vadas para utilização em atmosferas potencialmente explosivas causadas por grama para a conservação da arara-azul-de-lear, uma espécie endé-
gases (zonas 1 e 2) ou poeiras (zonas 21 e 22). O resultado é uma tecnolo- mica, e para a restauração da sua principal fonte de alimento local, a
gia que cumpre todas as condições prévias para a máxima segurança e robus- palmeira licuri.
tez, incluindo aplicações no exterior. A estanqueidade é garantida por um Apesar do abrandamento do comissionamento de Canudos 1-2 a pedido
design seguro com vedação dupla nas arestas superior e inferior da porta, do operador da rede, a Voltalia tem-se empenhado em iniciar as opera-
fornecida por uma faixa de proteção contra chuva integrada feita de mate- ções o mais rapidamente possível. O início da fase de operação de Canu-
rial robusto resistente à temperatura e às emissões UV. dos 1-2 demonstra a capacidade da rede para absorver a produção da
Ao mesmo tempo, as novas caixas Ex simplificam a instalação interior usina eólica, logo após a usina solar SSM 3-6, que também demonstrou
e oferecem muito mais opções de montagem. Numerosos pontos de a mesma capacidade.

120
PUB.
produtos e tecnologias

Interface IoT para unidades de climatização Estas capacidades complementam a nossa oferta robusta de produtos para
Rittal Portugal, Lda. produzir, armazenar e gerir de forma otimizada a energia doméstica.
Tel.: +351 256 780 210 · Fax: +351 256 780 219
[email protected] · www.rittal.pt

Para atingir uma produção EPLAN no Automation Day da SEW-EURODRIVE Portugal


digitalmente integrada, as M&M Engenharia Industrial, Lda.
máquinas, sistemas e os Tel.: +351 229 351 336
seus componentes devem [email protected] · www.eplan.pt
estar ligados da forma
mais eficiente possível, o A M&M Engenharia
que nem sempre acon- Industrial esteve presente
tece. A Rittal dispõe agora no Automation Day da
uma solução deste tipo SEW-EURODRIVE Por-
para unidades de climatização: o adaptador IoT para a sua gama de uni- tugal, na Mealhada.
dades de climatização Blue e que permite que os dispositivos sejam facil- Durante a manhã, após a
mente conetados a sistemas inteligentes de monitorização IoT. SEW ter dado a conhe-
A série Blue e de unidades de climatização pode ser facilmente cone- cer todas as novidades
tada a uma interface Rittal IoT com o adaptador IoT e, assim, inte- MOVI-C® - Mais do que
grada ao ambiente da Indústria 4.0 sem afetar a automação. A uma nova geração (Software de Engenharia MOVISUITE® ; Acionamen-
configuração e o comissionamento são realizados de forma rápida e tos eletrónicos MOVIDRIVE® / MOVITRAC® ; Tecnologia de controlo
conveniente através do servidor web integrado na interface IoT. Desta MOVI-C® CONTROLLER; Tecnologia de acionamentos), David Santos
forma, os dados da solução de refrigeração podem ser gravados e tomou a palavra com a apresentação "Processos automatizados de desen-
podem ainda ser realizadas auditorias de eficiência. Outra grande van- volvimento de projetos com EPLAN e SEW". O Diretor Técnico EPLAN
tagem é que o dispositivo pode ser monitorizado para verificar se as fez uma demonstração onde deu a conhecer como é que a parceria
falhas ou os valores limite são excedidos, e os operadores são notifi- que mantêm com a SEW no fornecimento de equipamentos se traduz
cados automaticamente. Isto garante uma disponibilidade confiável e na criação de esquemas automatizados com consequentes aumentos
evita paragens dispendiosas da máquina. de produtividade e ganhos de tempo. Por sua vez, a tarde foi marcada
O adaptador IoT pode ser utilizado para todas as unidades de clima- por uma visita guiada pelas instalações da SEW e a infopoints técnicos
tização Rittal da série Blue e, o que significa que as unidades de cli- para interação. Aqui foram desenvolvidos com os participantes 4 ses-
matização desta linha para instalação lateral e no teto, tanto padrão sões práticas de utilização da Plataforma EPLAN onde se completaram
quanto em aço inoxidável, são atualizadas para a Indústria 4.0. Além projetos de quadros elétricos com variadores da SEW, se realizou a
disto, as unidades de refrigeração Rittal com classificação NEMA 3R/4 eletrificação e se geraram as vistas do quadro, assim como os relató-
ou NEMA 4X podem ser idealmente integradas em aplicações IoT. rios finais. A M&M Engenharia Industrial é representante oficial da EPLAN
Estas opções também são usadas no exterior, por exemplo, em infraes- que fornece soluções de software e serviços para as áreas da engenha-
truturas de energia solar ou eólica. Uma vez que estas são frequen- ria elétrica, de automação e mecatrónica. Desenvolvem uma das prin-
temente instaladas em áreas remotas, a monitorização remota da cipais soluções de software de design a nível mundial para fabricantes
aparelhagem de controlo e do comutador representa uma grande van- de máquinas e painéis.
tagem.

Beckhoff - C6015 PC industrial ultracompacto


Nova interface de backup SolarEdge Home – Monofásico Bresimar Automação, S.A.
SolarEdge Technologies Ltd Tel.: +351 234 303 320
Tel. +351 210 270 008 [email protected] · www.bresimar.pt
www.solaredge.com
Com o ultracompacto PC
O nosso novo interface de industrial C6015, a
backup SolarEdge Home Beckhoff vem ampliar a
– monofásico permite sua gama de produtos
que os clientes alimentem básicos através de um PC
as suas casas, mesmo industrial mais compacto.
quando ocorre um corte Além de uma excelente
na rede. E o cliente pode relação preço-perfor-
beneficiar de instalações mance, o PC industrial
mais rápidas graças à solu- oferece todas as caraterísticas standard da indústria, como gama de tem-
ção de medição de consumo integrada da SolarEdge - reduzindo falhas peratura elevada, compatibilidade com EtherCAT e alta resistência a vibra-
de cablagens e mão-de-obra. ções e choques.
Juntamente com a anteriormente introduzida Bateria 400 V SolarEdge Home Equipado com um CPU Intel Atom® com até 4 núcleos, oferece garan-
e o Inversor Hub SolarEdge Home - monofásico, os proprietários são bene- tias de alto desempenho. Tanto a motherboard como a caixa com uma
ficiados com uma maior segurança energética e redução das suas contas de combinação de zinco e alumínio, foram desenvolvidas para garantir a
energia, com a flexibilidade de escalonar o seu sistema ao seu próprio ritmo. alta qualidade da Beckhoff, como compatibilidade industrial e

122
PUB.
produtos e tecnologias

fiabilidade. O suporte universal multicore permite que o C6015 possa em Tecnologia e Sustentabilidade para criar produtos e soluções que
ser utilizado, simultaneamente, em aplicações de automação, visuali- melhoram as jornadas dos seus clientes para a neutralidade carbónica.
zação e comunicação de alta performance. O seu desempenho e capa-
cidade são suportados pelo SSD 3D MLC de 40 GB, com o sistema
operativo Windows 10 IoT. Com um espaço de montagem de ape-
nas 82 x 82 x 40 mm, o PC Industrial C6015 representa o modelo de Di-soric: colunas de sinalização – de fácil instalação /
entrada mais compacto da Beckhoff e uma redução de preço de 25% económicas / eficientes
ou mais (dependendo da configuração) coloca-o bem abaixo dos PCs Alpha Engenharia
x86, anteriormente mais baratos. Devido ao seu tamanho muito com- Tel.: +351 220 136 963 · Tlm.: +351 933 694 486
pacto, às opções de montagem versáteis e flexíveis e ao impressio- [email protected] · www.alphaengenharia.pt
nante poder de computação dos processadores Intel Atom ® , /AlphaEngenhariaPortugal/
encaixa-se praticamente em qualquer quadro de controlo e conceito
de máquina. Além do uso para uma ampla gama de tarefas de auto-
mação, o C6015 é adequado como um gateway IoT ou como um dis- As colunas de sinalização,
positivo de borda (edge device). A base para isso é a integração total de 3 a 5 segmentos, do
e compatibilidade do TwinCAT e EtherCAT. fabricante Di-soric, com
A série C601x oferece poder de computação Intel Atom® para uma visibilidade de 360°, são
ampla gama de tarefas de automação e visualização. Devido ao seu impres- adequadas para aplica-
sionante poder de computação relativamente ao tamanho, os PCs são ções industriais. Tendo
principalmente adequados para uso em aplicações da Indústria 4.0, por em conta a tarefa que
exemplo, como um gateway IoT. temos em mãos, com as
colunas de sinalização da
série SBT-F e da série SBT-RGB, podemos configurar uma ampla varie-
dade de cores e opções de sinalização. Opcionalmente podemos incluir,
Schneider Electric finaliza aquisição da EcoAct também, uma sirene que é facilmente audível a longas distâncias.
Schneider Electric Portugal A instalação das colunas de sinalização da série SBT-F é bastante fácil,
Tel.: +351 217 507 100 · Fax: +351 217 507 101 uma vez que existem entradas digitas para a codificação das cores padrão
[email protected] · www.se.com/pt por segmento. As colunas de sinalização multi-segmento da série SBT-
-RGB são muito flexíveis, uma vez que, com o controlo por IO-Link para
A Schneider Electric anun- além de podermos definir um número quase infinito de cores, podemos
cia que, após ter entrado configurar por segmento o brilho e a intermitência da luz. O design com-
em negociações exclusi- pacto e a elevada proteção das colunas de sinalização, do fabricante Di-so-
vas com o Atos Group a ric, permitem a sua aplicação, também, em condições de ambientais
3 de julho de 2023, finali- adversas.
zou a aquisição da EcoAct Para mais informações consulte a equipa comercial da Alpha Engenharia
SAS (EcoAct), líder inter- ou visite o website em http://www.alphaengenharia.pt/PR64.
nacional em consultoria
climática e soluções net
zero com sede em Paris,
França. A conclusão da transação segue-se à consulta dos órgãos repre- Projetos pioneiros na área do hidrogénio
sentativos dos colaboradores relevantes e à aprovação por parte das TecnoVeritas – Serviços de Engenharia e Sistemas Tecnológicos, Lda.
autoridades reguladoras c ompetentes. Tel.: +351 261 819 819 · Fax: +351 261 819 820
A aquisição representa a união de 2 das melhores organizações do [email protected] · www.tecnoveritas.net
setor para acelerar as soluções empresariais que proporcionam ver-
dadeiro valor, tanto para o clima como para os clientes. O portefólio A Tecnoveritas, por inter-
da EcoAct de produtos e serviços net zero e baseados na natureza, médio da joint-venture com
incluindo consultoria, ferramentas de dados climáticos e desenvolvi- a Hychem – HyVeritas –
mento de projetos de compensação de carbono, vai expandir e acelerar assinou recentemente um
o negócio global de sustentabilidade da Schneider Electric, fornece- protocolo com a Mitsubishi
dor de serviços de consultoria nas áreas de gestão de energia, eficiên- para o desenvolvimento do
cia energética, energia renovável e aquisição de produtos ambientais, Hydrogen Pioneer, um
sustentabilidade e consultoria net zero, risco climático, comunicações, projecto pioneiro na área
relatórios e divulgação de sustentabilidade. do hidrogénio.
A união das duas empresas expande as capacidades da Schneider Elec- O objetivo é converter um motor marítimo Mitsubishi para operação
tric para fornecer soluções de ponta a ponta que conduzam as organi- Dual Fuel MGO (Marine Gas Oil) e Hidrogénio – o motor será alimen-
zações pela transformação de neutralidade carbónica e mais além. Os tado a MGO e hidrogénio, sendo o último o principal combustível, atin-
serviços de consultoria da empresa apoiam o desenvolvimento da estra- gindo uma taxa de substituição de até 95%. O projeto será realizado em
tégia de sustentabilidade dos clientes, bem como a definição de metas de Portugal, nas instalações da HyChem, em Santa Iria de Azoia.
descarbonização nos Alcances 1, 2 e 3, melhorados pelo seu portefólio Jorge Antunes, CEO da Tecnoveritas, afirma que “esta é uma forte aposta
de ferramentas digitais e de gestão de dados capacitado por IA. A Sch- em soluções mais limpas e eficientes para o futuro, promovendo o hidrogé-
neider Electric e o Atos Group estabeleceram os alicerces de uma par- nio como vetor energético de excelência, e para o qual o país tem uma estra-
ceria estratégica para a descarbonização ao combinar a sua experiência tégia bem definida. O objetivo da TecnoVeritas é levar a tecnologia e o

124
produtos e tecnologias

conhecimento que detém de Portugal para o resto do mundo marítimo, no As vantagens da Network SolarEdge Home são uma maior estabilidade,
âmbito da descarbonização marítima, o que é imperativo.” maior alcance de rede e imunidade a interferências; a qualidade da rede
(intensidade do sinal) agora é exibida no SetApp; e os novos dispositi-
vos podem ser emparelhados comunicando com outros dispositivos inte-
ligentes sem a necessidade de comunicação direta com o inversor (ou
LD30..PBR..IO - Sensor laser fotoelétrico IO-Link com seja, Inline Meter, controlador de cargas, entre outros).
funções BGS, FGS e DD Durante uma interrupção, os novos dispositivos Smart Energy podem ser
Carlo Gavazzi Unipessoal Lda utilizados para manter cargas essenciais e desligar cargas não essenciais
Tel.: +351 213 617 060 · FAX: +351 213 621 373 para estender o tempo de backup. Já se encontra disponível o controla-
[email protected] · www.gavazziautomation.com/nsc/PT/PT/ dor de água quente SolarEdge Home desvia automaticamente o exce-
dente de energia solar para água quente, através do termoacumulador:
A Carlo Gavazzi Automa- SMRT-HOT-WTR-30-S2 com até 3 kW de cargas e o SMRT-HOT-W-
tion lançou no mercado TR-50-S2 com até 5 kW de cargas; o controlador de água quente Sola-
os novos sensores rEdge Home: desvia automaticamente o excedente de energia solar para
fotoelétricos laser LD30.. a água quente, através do termoacumulador; e o SolarEdge Home Load
PBR..IO. Estes novos sen- Controller: gestão de cargas dentro de casa durante cenários on-grid e
sores incluem a capaci- backup: EM-DCS-R08-00.
dade de supressão
selecionável do fundo
(BGS) ou do primeiro
plano (FGS) e uma distância de deteção de 100, 300 ou 600 mm. Estes Soluções digitais e elétricas podem reduzir as emissões
sensores utilizam um feixe de laser vermelho visível focalizado de Ø 1 mm de carbono em até 70% nos edifícios de escritórios
e estão classificados como Laser Classe 1, sendo capazes de detetar obje- Schneider Electric Portugal
tos pequenos a longas distâncias ou próximos de um fundo. Com comu- Tel.: +351 217 507 100 · Fax: +351 217 507 101
nicação IO-Link integrada podem, de forma fiável, detetar objetos [email protected] · www.se.com/pt
brilhantes e muito refletivos ou não refletivos, fazer controlo de quali-
dade e classificação de peças. Segundo um novo estudo
As fotocélulas LD30 estão disponíveis em plástico (ABS) e Aço Inox da Schneider Electric ree-
(AISI3 16L), com aprovações IP69K e ECOLAB, com cabos de 2 metros quipar os edifícios através
ou conetor M8 de 4 pinos. As funcionalidades IO-Link disponíveis são de uma abordagem digital-
semelhantes aquelas que já integram outros sensores da mesma família. -first é o melhor caminho
Estes novos sensores preparados para a Indústria 4.0, permitem à Carlo para a descarbonização.
Gavazzi reforçar a sua posição de liderança como fornecedor de equipa- Os resultados do estudo
mentos e soluções inovadores para a automação industrial. mostram que a implemen-
tação das soluções digitais
de gestão de edifícios e de
energia da Schneider Elec-
Otimize o consumo de energia com os nossos dispositivos tric em edifícios de escritórios existentes pode reduzir as suas emis-
Smart Energy sões operacionais de carbono até 42%, com um período de retorno
SolarEdge Technologies Ltd inferior a 3 anos. Se as tecnologias de aquecimento alimentadas por
Tel. +351 210 270 008 combustíveis fósseis forem substituídas por alternativas elétricas, e se
www.solaredge.com for instalada uma microgrid com fontes de energia renováveis locais, os
edifícios totalmente elétricos e digitais vão registar uma redução adi-
A SolarEdge renovou os cional de 28% nas suas emissões de carbono operacionais, resultando
seus Dispositivos Smart numa redução total de até 70%.
Energy SolarEdge Home, A investigação, levada a cabo com a WSP, empresa de design global, baseia-
que permitem uma utili- -se na modelagem do desempenho energético e das emissões de carbono
zação de energia solar de um grande edifício de escritórios construído no início dos anos 2000
doméstica otimizada para em várias zonas climáticas dos EUA. Esta abordagem digital às renovações
alimentar eletrodomésti- de edifícios é, no entanto, aplicável a todos os tipos de edifícios e climas, o
cos, para que os proprie- que faz dela a estratégia de descarbonização de edifícios mais eficaz, pro-
tários possam maximizar duzindo resultados rápidos com menos “carbono inicial”. A renovação atra-
o seu consumo de energia solar, aumentar o tempo de backup e reduzir vés da implementação de tecnologias digitais não só é menos perturbadora
as contas de energia. Esses novos dispositivos integram-se perfeitamente para as operações diárias, como também é mais eficaz do ponto de vista
no ecossistema SolarEdge Home, por meio da nova rede doméstica Net- do ciclo de vida do carbono. Não descarbonizar rapidamente os edifícios
work SolarEdge Home sem fios, substituindo a tecnologia sem fios ZigBee pode também resultar em ativos estagnados que perdem valor e são pouco
(os dispositivos inteligentes existentes que suportam comunicação ZigBee atrativos, tanto para investidores como para inquilinos.
não podem ser misturados na mesma instalação com os novos disposi- Além disso, uma pesquisa recente do Institute for Global Sustainability
tivos de gestão de energia inteligente suportados pela Network SolarEdge da Universidade de Boston e do Sustainability Research Institute da Sch-
Home. Podem, no entanto, ser misturados com contadores e baterias neider Electric estima que existe um potencial considerável de criação
que suportam a rede doméstica) para melhorar a estabilidade da comu- de novos empregos através da transição para edifícios com baixo teor
nicação, bem como facilitar a configuração e o controlo. de carbono.

125
estante

Noções de Internacionalização – Tendências

Autor: Eduardo Sá Silva • ISBN: 9789899177079 • Editora: Gestbook


Número de Páginas: 112 • Edição: 2023 • Idioma: Português

PVP
14,20 € Nesta obra apresenta-se uma panorâmica sobre a internacionalização, incluindo as diversas modalidades de entrada
e os motivos pelos quais as empresas entram neste processo continuado de envolvimento em operações com
-10% outros países fora da sua base de origem. Tudo isto num contexto de crescente complexidade e diversidade como
Preço Booki a globalização que, por sua vez, provoca e promove essa internacionalização das empresas.
12,78 € Encarando a internacionalização de uma forma ampla, dado que os benefícios podem ser das empresas, mas tam-
bém dos países de origem ou de destino, são realçados aspetos como o aumento do nível de empresas, das expor-
tações, da transferência de tecnologia e de I&D (Investigação e Desenvolvimento), bem como as competências
para definir as estratégias mais adequadas, e as condições para que o impacto e os resultados sejam positivos.
Neste sentido, na parte final da obra são reproduzidas e comentadas afirmações de empresários, explicitando
casos de maior ou menor sucesso no processo de internacionalização.

Ventilação de Edifícios de Habitação

Autores: Vasco Peixoto de Freitas, Manuel Pinto • ISBN: 9789899101661 • Editora: Engebook
Número de Páginas: 256 • Edição: 2023 • Idioma: Português

PVP
32,90 € A ventilação dos edifícios é essencial para assegurar a qualidade do ar interior e a saúde dos ocupantes. A insu-
ficiência dos caudais potencia o risco de condensações e o desenvolvimento de bolores, bem como uma maior
-10% concentração de poluentes no interior dos edifícios. Este livro, que tem um caráter teórico e prático, procura con-
Preço Booki tribuir para a conceção e dimensionamento de sistemas de ventilação de edifícios de habitação, o que constitui
29,61 € um exercício complexo e exige aos intervenientes um conhecimento multidisciplinar sem o qual não é possível
implementar as melhores soluções. Esta obra é útil para engenheiros e arquitetos e também pode ser um vetor
de sensibilização dos profissionais que trabalham nesta área.

Biocombustíveis – 2 volumes

Coordenadores: Electo Eduardo Silva Lora, Osvaldo José Venturini • ISBN: 9788571932289 • Editora: Interciência
Número de Páginas: 1200 • Edição: 2012 • Idioma: Português (do Brasil)

PVP
110,24 € O livro Biocombustíveis, elaborado por um coletivo internacional de 36 autores, engloba 4 temas principais, que
são formados por 16 capítulos, num total de quase 1100 páginas. Os temas são fundamentos, processos de
-10% conversão, aplicações e assuntos correlatos (Tratamento de resíduos, cogeração, gestão de projetos de bio-
Preço Booki combustíveis, impactos ambientais e tendências futuras).
99,22 €
O Capítulo 1 é dedicado à introdução dos fundamentos, evolução da produção, problemas socioambientais
da produção dos biocombustíveis, como a relação biocombustíveis/meio ambiente/segurança alimentar. Os
Capítulos 2 a 8 são dedicados aos principais processos de conversão pelas rotas bioquímicas e termoquími-
cas (combustão, fermentação e gaseificação), incluindo os processos de produção de biodiesel, biogás, etanol
convencional, etanol lignocelulósico e combustíveis líquidos obtidos através da rota BTL (Biomass-to-Liquid). A
utilização dos biocombustíveis em motores alternativos, turbinas a gás e células a combustível é o objeto prin-
cipal dos Capítulos 9, 10 e 11, que são dedicados às aplicações. Finalmente, os últimos Capítulos, 12 ao 16, que
abordam temas correlatos, mas não menos importantes, como o tratamento dos resíduos da produção de bio-
combustíveis (vinhaça e glicerina), a cogeração a partir dos coprodutos, o planeamento e gestão de projetos
de biocombustíveis, as ferramentas para a avaliação da sustentabilidade e dos impactos ambientais e as tecno-
logias e tendências futuras.

126
estante

Impressão 3D – Tecnologias, materiais e aplicações

Coordenador: Francisco Silva • ISBN: 9789899101593 • Editora: Engebook


Número de Páginas: 558 • Edição: 2023 • Idioma: Português

PVP
55,50 € Esta obra pretende ser uma referência atualizada no âmbito da Manufatura/Fabrico Aditivo/Impressão 3D em Portugal,
com uma perspetiva alargada relativamente a tecnologias, materiais e aplicações, desenvolvida de forma integrada e
-10% com objetivos predominantemente pedagógicos.
Preço Booki O objetivo fundamental é que, acompanhando os desenvolvimentos tecnológicos e de mercado, esta obra possa
49,95 € cobrir as necessidades presentes em termos didáticos e científicos, podendo evoluir em edições futuras, de forma a
manter-se atualizada e pertinente.

Resíduos Sólidos – Gestão responsável e sustentável

Autor: Dirceu D'Alkmin Telles • ISBN: 9786555061109 • Editora: Blucher


Número de Páginas: 174 • Edição: 2022 • Idioma: Português (do Brasil)

PVP
20,48 € Neste livro são abordados temas sobre a poluição ambiental, sustentabilidade e desenvolvimento sustentável,
aspetos, impactos e gestão ambientais.
-10% O autor apresenta os pontos principais e comentários sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS),
Preço Booki com suas definições e proibições, e sobre o Marco Regulatório do Saneamento Básico. Apresenta também
18,43 € outros regulamentos setoriais, descreve os 3 Rs da sustentabilidade, coleta seletiva e tipos de reciclagem. Con-
clui com orientações para certificações, gestão responsável e sustentável, e a gestão de resíduos sólidos tendo
em vista o movimento Environmental, Social and Governance (ESG, traduzido como ambiente, social e gover-
nança) e para elaboração e contratação de planos de resíduos sólidos. A obra conta com ilustrações, minutas
de acordos, termos de compromisso e sugestões de vídeos ilustrativos em QR Codes. É uma ferramenta com-
pleta e eficiente e destina-se principalmente a estudantes, gestores públicos e privados, projetistas, professo-
res e demais interessados no tema.

Bioetanol de Cana-de-Açúcar

Autor: Luís Augusto Barbosa Cortez • ISBN: 9788521205319 • Editora: Blucher


Número de Páginas: 992 • Edição: 2010 • Idioma: Português (do Brasil)

PVP
131,98 € O livro Bioetanol da Cana-de-Açúcar: para produtividade e sustentabilidade é uma coletânea de textos escritos
a partir dos workshops do Projeto de Políticas Públicas PPP Etanol da Fapesp e também de autores convidados
-10% pela relevância das suas pesquisas sobre o etanol. Esta publicação concluiu a 1.ª fase do projeto que começou
Preço Booki em 2005 e desenvolveu-se em diversos workshops um pouco por todo o país.
118,78 € Esta obra ajudará os jovens investigadores neste importante momento mundial em que a cana-de-açúcar é
foco de interesse como base para obtenção de combustíveis líquidos, bioprodutos (plásticos, entre outros) e
bioeletricidade.
A publicação do livro nas versões em português e inglês traduz uma realização compartilhada com a comunidade
científica ligada à matéria-prima cana-de-açúcar, geradora de absolutas inovações humanas e tecnológicas tzv.
links

Biocombustíveis em Portugal
Informação no website da DGEG – Direção Geral de Energia e Geologia sobre a aposta de
Portugal nos biocombustíveis, onde também falam sobre os produtores de biocombustível e
nas metas de incorporação de biocombustíveis.

www.dgeg.gov.pt/pt/areas-setoriais/energia/eficiencia-energetica/biocombustiveis/biocombustiveis-em-portugal/

ABA - Associação Bioenergia Avançada


Website da ABA – Associação de Bioenergia Avançada, constituída em 2019, e que é uma associação
sem fins lucrativos e que promove a bioenergia na transição energética para a economia circular.
Juntamente com os seus associados, a ABA combate a dependência energética de Portugal em
relação à Europa.

www.aba-bioenergia.pt/

Fontes de energia renovável: biomassa


assegura 45% da produção
Artigo sobre as florestas como fonte de biomassa, e a necessidade de aproveitar esta fonte de
energia. Apresentam ainda os números da evolução da biomassa na produção anual de energia
renovável, de 2011 a 2019.

https://florestas.pt/valorizar/energia-renovavel-biomassa-assegura-56-da-producao/

Bioenergy Europe
A Bioenergy Europe é a voz da bioenergia europeia. O seu objetivo passa por desenvolver um
mercado de bioenergia sustentável, com base em condições comerciais justas. Fundada em 1990,
a Bioenergy Europe é uma organização internacional sem fins lucrativos, sediada em Bruxelas, que
reúne 40 associações e 157 empresas, bem como universidades e institutos de investigação de toda
a Europa. Neste website encontramos informação sobre bioenergia, as áreas que estão a trabalhar
e os grupos de trabalho, além de fornecerem importantes resultados estatísticos.

https://bioenergyeurope.org/

128

Você também pode gostar