DIREITO ADM – AULA 04

AGENTES PÚBLICOS
 Pessoas físicas que exercem, efetivamente, as atividades do Estado (atuação material).
 Teoria do órgão
o A vontade estatal é manifestada por meio dos agentes públicos, cuja atuação é
imputada ao Estado.
 (Hely Lopes Meirelles)
o Agente público é toda pessoa física incumbida, definitiva ou transitoriamente,
do exercício de alguma função estatal atribuída a órgão ou a entidade da Adm.
Pública.
 “Agente público” = sentido amplo.
 Podem ser divididos em (Hely L. Meirelles):
o Agentes políticos
o Agentes administrativos
o Agentes honoríficos
o Agentes delegados
o Agentes credenciados

Agentes políticos
 Primeiros escalões do Poder Público.
 Incumbindo-lhes:
o Elaboração de normas legais;
o Elaboração de diretrizes de atuação governamental.
o Funções de direção, orientação e supervisão geral da Adm. Pública.
 Chefes do Executivo.
 Auxiliares imediatos dos chefes do Executivo (ministros, secretários estatuais e
municipais).
 Membros do PLEG.
(Doutrina)
 Também como agentes políticos:
o Membros da magistratura.
o Membros do MP.
o Membros dos Tribunais de Contas (STF – já os classificou como agentes adm.).
o Representantes diplomáticos.
 Atuam com plena liberdade funcional.
o Prerrogativas e responsabilidades estabelecidas pela CF ou em lei especial.
o Logo, não se sujeitam a eventual responsabilização civil por seus eventuais
erros de atuação, a menos que tenham agido com:
 Culpa grosseira;
 Má-fé;
 Abuso de poder.
 Em geral, não são hierarquizados:
o Sujeitam-se às regras constitucionais.
 o Exceto, os ministros e secretários estaduais e municipais, que mantém relação
hierárquica com o Executivo.

Agentes administrativos
 Vinculam-se aos órgãos e entidades por relações profissionais e remuneradas.
 Sujeitos à hierarquia funcional e ao regime jurídico determinado.
 Desempenham atividades administrativas.
Servidores públicos
 Regime estatutário (natureza legal/não contratual);
 Titulares de cargos públicos (efetivos ou em comissão);
 Sempre sujeitos a regime jurídico de direito público.
Empregados públicos
 Regime contratual trabalhista - CLT;
 Ocupam empregos públicos;
 Sujeitos predominantemente ao regime jurídico de direito privado, mas também
alcançados pelo regime jurídico de direito público em alguns aspectos.
Temporários
 São contratados por tempo determinado;
 Para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;
 Nem cargo, nem emprego. Exercem uma função pública!
 Vínculo contratual, mas que não é de natureza trabalhista ou celetista. É contrato
especial de direito público, regulado por lei.

Agentes honoríficos
 São cidadãos convocados, designados ou nomeados para prestar, transitoriamente,
determinados serviços relevantes ao Estado.
o Exercem, temporariamente, função pública.
 Em razão de:
o Condição cívica;
o Honorabilidade;
o Notória capacidade profissional.
 Sem qualquer vínculo empregatício ou estatutário.
 Normalmente, sem remuneração.
 Para fins penais, são equiparados aos funcionários públicos* quanto aos crimes
relacionados com o exercício da função.
*Mesmo sentido de “agente público”.

Agentes delegados
 São particulares que recebem a incumbência da execução de determinada atividade,
obra ou serviço público.
 Realizando-o em nome próprio, por sua conta e risco, mas seguindo as normas do
Estado e sob sua permanente fiscalização.
 Sua $$$ não provém dos cofres públicos, mas dos respectivos usuários dos serviços.
 Descentralização por colaboração.
  Sempre que lesarem, no exercício de suas atividades, interesses alheios ficarão
sujeitos à responsabilidade civil objetiva e ao MS.
 Para fins penais, também serão equiparados aos funcionários públicos.

Agentes credenciados
 Recebem a incumbência da Administração para representa-la .
 Em determinado ato ou prática de atividade específica, mediante remuneração.

(DOUTRINA)
Agentes de fato
 Aqueles que se investem da função pública de forma emergencial ou irregular.
o Agentes de fato x agentes de direito.
Necessários
 Exercem a função em razão de situações excepcionais;
 Prestação de auxílio durante calamidades públicas.
Putativos
 São os que têm aparência de agente público, sem o ser de direito.
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 Em regra, segundo a teoria da aparência, os atos praticados pelos agentes de fato são
válidos, devendo ser convalidados.
 Embora a investidura seja irregular, eles trabalharam em suas funções, logo, não há
que se falar em devolução da remuneração.

CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES

 Os agentes públicos ocupam cargos ou empregos e exercem função.

Cargo Público
 Corresponde ao lugar ou posição jurídica a ser ocupado pelo agente na estrutura da
Administração.

 Cargo público >> regime jurídico estatutário.

 Pode ser de provimento efetivo ou em comissão.

Emprego público
 Também se refere a um lugar a ser ocupado pelo agente público na estrutura da Adm.
 O empregado público possui vínculo contratual regido pela CLT.
  Caso rigorosamente analisado, o regime jurídicos dos empregados públicos é híbrido,
pois regidos pela CLT, também estão sujeitos a regras específicas de direito público
(concurso público; necessidade de devida motivação para sua demissão, inclusive para
demissão sem justa causa).

Função pública
 Não necessariamente corresponde a um cargo ou emprego público.
 É conceito residual.
 Na CF, apenas duas situações:

 Contratação temporária
o Exerce atribuição pública como mero prestador de serviço.
o Não ocupando um local (cargo ou emprego) na estrutura da Adm. Pública.
 Funções de confiança
o Serão exercidas, exclusivamente, por servidores ocupantes de cargos efetivos.
o O servidor designado para exercer atividade de chefia, direção ou
assessoramento deixa de exercer as atribuições de seu cargo e passa a exercer
as atribuições relativas à função de confiança.

DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS

 São cargos privativos de brasileiro nato:

o Presidente e Vice da República;
o Presidente do Senado Federal;
o Presidente da Câmara dos Deputados;
o Ministro do STF;
o Ministro de Estado da Defesa;
o Oficial das forças armadas;
o Carreira diplomática.
 O acesso dos estrangeiros será regulado por lei (norma de eficácia limitada). Tal lei
será da competência de cada ente federado.
  Fica garantido o direito de amplo acesso aos cargos, empregos e funções públicas.
Contudo, permite, ao considerar os “requisitos estabelecidos em lei”, que sejam
traçadas certas restrições a esse acesso, de acordo com a natureza do cargo.
o Devem ser observados: isonomia, razoabilidade e impessoalidade.
o Qualquer exigência de natureza discriminatória a restringir o acesso ao serviço
público, como limites de idade, altura, sexo e exigências de experiência
profissional, deve ser estabelecida mediante lei, e não apenas no edital do
concurso.

 Observará critérios objetivos de reconhecido caráter científico.

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 A verificação das exigências contidas em lei deve ser realizada no ato da posse.
o Exceções:
 Verificação dos requisitos nos cargos de juiz e de membro do MP. No
tocante ao tempo mínimo de atividade jurídica (3 anos), que
pressupõe a conclusão do curso de Bacharel em Direito, verificado tal
requisito no ato da inscrição.
 A respeito do limite de idade máximo, também deve ser verificado no
ato da inscrição.

 Concretização do princípio da isonomia no acesso ao serviço público.

 A avaliação de títulos é subsidiária à avaliação intelectual em prova, não podendo se

torna o verdadeiro critério de seleção dos candidatos.

(STF)
 O candidato possui direito subjetivo à nomeação caso a Adm. nomeie antes dele outro
candidato em pior colocação que a sua.
(Lei 12.990/2014)
  Reserva aos negros 20% das vagas (total) oferecidas nos concursos (cargos e
empregos).
 Apenas para ingresso no Poder Executivo Federal.
 Validade de 10 anos.
 Aplicável, apenas, nos concursos com 3 ou mais vagas.
 Autodeclaratório.
 (STF) permite que a Adm. Pública adote critérios de heteroidentificação para
identificar se o candidato se enquadra nos parâmetros da cota.

(JURISPRUDÊNCIA – STF)
 Estabelece que o surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o
mesmo cargo, durante o prazo de validade do certame anterior, NÃO gera
automaticamente o direito à nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas
previstas no edital. Ressalvadas:
o Preterição arbitrária e imotivada (comportamento tácito ou expresso do Poder
Público, capaz de revelar inequívoca necessidade de nomeação do aprovado
durante o período de validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal
pelo candidato aprovado).
 Gera direito subjetivo à nomeação:

 O direito subjetivo à nomeação não é absoluto, sendo limitado por situações

excepcionais que afastam tal obrigatoriedade:

 A candidata gestante pode requerer nova data para realização de teste de aptidão
física.
 Exige-se o estabelecimento em lei dos percentuais mínimos de CC a serem ocupados
por servidores de carreira, além dos casos e condições em que obrigatoriamente isso
deva ocorrer.
 Funções de confiança. Exclusiva para servidores efetivos, do mesmo órgão de lotação
ou de outro.

 Em regra, a vedação ao nepotismo não recai sobre a nomeação para cargos políticos,
salvo se comprovado o critério exclusivamente de parentesco para a prática de tal ato
(por exemplo, nomeado não possui qualquer qualificação que justifique a sua escolha).

 Segundo entendimento do STF, devem ser observados cumulativamente 5 requisitos:

 (último item) Veda à Adm, a contratação por má gestão e falhas de planejamento.

Não de maneira absoluta, pois, caso ocorram situações fáticas, previamente descritas
em lei, realmente excepcionais e transitórias, e não ocasionadas por desleixo
administrativo ou por descaso, serão aceitas as contratações para os serviços
ordinários permanentes do Estado.
 Vedando-se a associação sindical e o direito à greve aos militares.
 A fixação dos vencimentos dos servidores públicos não pode ser objeto de convenção
coletiva.

 Aplica-se apenas aos servidores estatutários.

 Em sede de mandado de injunção, determinou o STF a aplicação temporária, ao setor
público, no que couber, da lei de greve do setor privado, até que o CN edite a lei
regulamentadora.

 Abrange, apenas, os servidores públicos civis.

 Exigência de lei específica:
o Edita-se lei ordinária destinada, especificamente, à revisão anual da
remuneração dos cargos públicos.
o Pode abranger mais de um cargo. Nunca mais de um assunto!
 A edição da respectiva lei é de competência de cada Poder.
  O reajuste anual visa a manutenção do poder de compra dos vencimentos e dos
subsídios em face da inflação do período.
o Não constitui aumento real, é aumento nominal.
o (doutrina) >> aumento impróprio.

 Teto geral >>> Ministros do STF.

 As EMPP e SEM e suas subsidiárias, somente serão alcançadas pelo teto constitucional
se receberem recursos de ente federado para pagamento de despesas com pessoal ou
de custeio em geral.
 Nenhuma vantagem poderá ser excluída da incidência do teto, seja qual for a sua
natureza.
o Excluídas do teto as parcelas indenizatórias!
Subtetos
Municípios >> subsídio dos prefeitos.
Estados e DF
 Executivo >> Governador.
 Legislativo >> Deputados estaduais (75% dos deputados federais).
 Judiciário >> Desembargadores do TJ (membros do MP e DP).
 Podem ser substituídos por limite único. Correspondendo ao subsídio mensal dos
Desembargadores do TJ, não ultrapassando 90,25% do subsídios dos MSTF.
o Não será aplicado aos deputados e aos vereadores.
(STF – ADI 3.854/DF)
  Decidiu excluir os membros da magistratura estadual, inclusive os Desembargadores
de TJ, da submissão aos subteto remuneratório de 90,25% do subsídio dos MSTF,
aplicando-lhes o teto geral.

 Implica no estabelecimento de mecanismos de alteração automática de remuneração,

toda vez que ocorra alteração de algum parâmetro (vedado).
 Significa a retirada da iniciativa de lei do Poder competente.

Casos constitucionais de equiparação e vinculação

 Ministros do TCU = Ministros do STJ (equiparação).
 Subsídios dos MSTF + Ministros dos TSs + demais magistrados (vinculação).
 São hipóteses legais de equiparação e vinculação, não sendo atingidos pela vedação
constitucional.

 Refere-se ao valor nominal, não compreendendo as perdas no poder de compra.

 O valor base de referência para a redução é o valor bruto.
 O que está assegurado é o valor final dos vencimentos e não sua fórmula de cálculo,
podendo a última ser alterada, desde que se mantenha o valor nominal dos
vencimentos.
 Aplica-se, também, aos CC, inclusive àquelas ocupados por pessoas sem vínculo com a
Adm. Pública.
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ADMINISTRAÇÃO FAZENDÁRIA E SERVIDORES FISCAIS

 Observa que nenhum setor da Adm. poderá impedir ou dificultar o desempenho das
atividades finalísticas dos servidores fiscais.
 Norma de eficácia limitada.
  A CF permite a vinculação de receita de impostos às atividades da administração
tributária.

 Alcança, apenas, os regimes próprios dos servidores estatutários e dos militares. Não
alcançando o RGPS.

MANDATO ELETIVO
REGIME JURÍDICO

 Regime estatutário >> implica dizer que os servidores ingressam em situação jurídica
pré-definida, estabelecida em Lei. Não podendo ser mudada mediante contrato (por
mais que ambas as partes concordem, pois se trata de normas de ordem pública).

ESTABILIDADE

 Outra hipótese de perda do cargo (estável):

o Quando o excesso de gastos com pessoal impedir o cumprimento dos limites
prudenciais da Lei de Responsabilidade Fiscal. Adotando-se, sucessivamente,
as seguintes medidas:

 Não estável? Perde o cargo e é afastado do serviço público.

REGIME PREVIDENCIÁRIO DOS SERVIDORES ESTATUTÁRIOS

 O RGPS é aplicado subsidiariamente ao RPPS.

 Possui caráter contributivo e solidário:
 o Conta-se o tempo efetivo de contribuição, e não apenas o seu tempo de
serviço.
 Percentual de contribuição (todos) = 11%.
o Nos casos de aposentados e pensionistas, tal valor incidirá, apenas, sobre a
parcela dos proventos/pensões que superem o teto do RGPS.
o Se portador de doença incapacitante, incidirá apenas sobre o dobro do teto
do RGPS.

Formas de aposentadoria
 Invalidez permanente
o Regra, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.
o Exceção, decorrer de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença
grave, contagiosa ou incurável (proventos integrais).
 Compulsória
o Aos 70/75 anos de idade.
o Com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.
o “PEC da bengala” – depende de Lei complementar (já editada), mas já é válida
para:

 Voluntária

 Outros critérios:
o Tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício no serviço público.
o 5 anos no cargo efetivo no qual se dará a aposentadoria.
 Pensão
o Corresponderá ao teto do RGPS, acrescido de 70% da diferença entre esse
limite e o valor dos proventos ou remuneração do servidor falecido.

Aposentadorias com regime especial

  Professor
o Comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de
magistério na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio.
o Tempo de contribuição reduzido em 5 anos (aposentadoria por tempo de
contribuição).
o Homem
 55 idade / 30 contribuição.
o Mulher
 50 idade / 25 contribuição.
 Aposentadorias especiais (lei complementar)
o Servidores pcd;
o Atividades de risco;
o Atividades exercidas em condições especiais que prejudiquem a saúde e a
integridade física.

REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

FIM