Exercicios Praticos Apuramento de Custos Por Processos

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INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E AUDITORIA DE

MOÇAMBIQUE

Contabilidade de Gestão I
CAPITULO IV
MÉTODO DE APURAMENTO DOS CUSTOS POR PROCESSOS
(MÉTODO INDIRECTO)

É um método de apuramento de custos baseado na acumulação mensal dos custos


industriais por produtos.
Os custos unitários de cada produto são obtidos dividindo os custos totais mensais
pelas quantidades produzidas nesse mês.
É um método adoptado fundamentalmente nos casos em que se fabrica para o
armazém, em regime de produção uniforme, um único produto ou um pequeno
número de produtos.

Características
1- O Custo Industrial é determinado por produtos;
2- Contrariamente ao método directo, o produto não é identificável por ordem de
produção pelo que, apenas se conhecem os custos e a produção do mês;
3- Em virtude de o produto ser homogéneo, é possível a determinação do custo
unitário;
4- O período a que respeita o Custo Industrial, é necessariamente o mês;
5- Exige a inventariação e valorização da produção em vias de fabrico no fim de
cada mês, de modo a que se conheça o seu custo;

Esquematização
Matérias

Matéria → Fase → Fase → Produto


Prima I Semi- II acabado
-acabados
↑ ↑
Custos de Custos de
transformação Transformação

De acordo com o esquema acima, para o apuramento do custo Industrial do


produto acabado, é necessário:

1- Identificar as fases de produção e os centros de custo correspondentes;


2- Determinar as quantidades de matérias directas consumidas no mês e o
respectivo valor, bem como os custos de transformação;

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3- Determinar as quantidades de semi-acabados consumidos na produção do mês
após a 1ª fase;
4- Medir as quantidades dos semi-acabados ou produtos acabados obtidos no
mês, em cada fase;
5- Dividir o custo total mensal global de cada fase pelas quantidades produzidas
para se encontrar o custo unitário.

Aspectos distintivos dos métodos directo e indirecto

MÉTODO DIRECTO MÉTODO INDIRECTO


. Produção múltipla. Diversi- . Produção uniforme ou pequeno
ficada, descontínua. número de produtos. Ex.: refina-
REGIMES DE
FABRICO
Ex.: construção civil, repara- ção de petróleo, cerveja, massas,
ção naval, etc. etc.
. Produção por encomenda ou . Produção fundamentalmente
para stock. para stock.
. Por ordem de produção (lo- . Por produtos.
tes, obras, etc.)
FORMA DE
CÁLCULO DO
. O custo unitário nem sempre . Dado que o produto é homogé-
CUSTO INDUSTRIAL é determinável, dado que a neo, é possível determinar o cus-
ordem de produção pode to unitário.
abranger artigos diversifica-
dos.
PERÍODO A QUE . Corresponde ao tempo de . É necessariamente o mês.
RESPEITA O CUS- produção da ordem.
TO INDUSTRIAL
DO PRODUTO
. É identificável ao longo de . O produto não é identificável
todo o processo de produção por ordens de produção.
IDENTIFICAÇÃO
DO PRODUTO
da ordem.
. Identificam-se os custos
. Basta conhecer a produção do
relacionados com a ordem.
mês e os respectivos custos
directos.
DETERMINAÇÃO . Pelo saldo da ficha de custos .Terá de se efectuar a
DO CUSTO DA inventariação da PVF no fim do
PRODUÇÃO EM
VIAS DE FABRICO
mês e proceder-se à sua
NO FIM valorização
DO MÊS

Exemplo:
Dos registos da empresa KYZ, foram retirados os seguintes dados:

- Consumos de matérias primas: 5.000 MT

- Custos de transformação Fase I Fase II


MOD 1.000 2.000
GGF 3.000 2.000
- Produção: 4.000 unidades.

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NB: não há incorporação de matérias-primas na fase II. Não há produtos em vias de
fabrico no início e final do período.

Pede-se:
a) O custo de produção de cada uma das fases
b) O custo total unitário do produto acabado.

Resolução:
a) Custo Industrial MT

1ª fase – Mat. Primas 5.000


MOD 1.000
GGF 3.000
Custo Industrial-1ª fase 9.000

2ª fase – transferência da 1ª fase 9.000


MOD 2.000
GGF 2.000
Custo total 13.000

b) Custo total unitário


CI unitário =13.000
4.000
= 3,25

O custo unitário pode ser obtido de duas formas: pelo quociente entre o custo total e a
quantidade produzida ou pela soma dos custos unitários de cada fase (I e II) ou.

1ª fase:(9.000/4.000) = 2,25
2ªfase: ( 4.000/4.000)= 1,00
Total 3,25

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Movimentação das Contas no Método Indirecto

A articulação das principais contas pouco difere do método directo.

Matérias directas Centro Fabril "A" Centro Fabril "B" Arm. Prod.Acabados

Centros auxiliares

Mão-de-obra directa

Centros Comuns

Gastos G.Fabrico

Interpretação do esquema
- As matérias são introduzidas no Centro Fabril A;
- O Centro Fabril B não recebe matérias;
- Há mão-de-obra directa para ambos os Centros ( A e B) assim como
para os Centros Auxiliares e de Gastos Comuns;
- Os Centros Auxiliares prestam serviços a todos os outros Centros (Exº
electricidade);
- Os Centros de gastos comuns são também atribuíveis a todos os outros
Centros;
- Há prestações recíprocas entre os Centros de Gastos Comuns e Centros
Auxiliares;
- Do Centro fabril A sai um semi-acabado para o Centro B.

Valorização do Produtos em Vias de Fabrico

O pressuposto básico é que o custo do produto no método indirecto é obtido pela


soma dos custos obtidos ao longo dos diversos centros.
Na prática, porém, não é assim porque:
1- Nem sempre todo o produto iniciado é terminado, ou seja, nem todo o produto
terminado foi iniciado nesse período. Resumindo, pode haver produtos em
vias de fabrico no início e no fim do período considerado;
2- Nem todo o produto que termina numa fase continua o processo até ao fim ou
passa para o processo seguinte ou fases seguintes. Pode ser vendido ou
armazenado na forma em que se encontra;

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Assim sendo, é preciso encontrar o custo unitário no final de cada fase. Há que
atribuir valor aos PVF.

Para avaliação da produção em curso recorre-se ao método das unidades equivalentes.

Método das Unidades Equivalentes


Este método é adoptado para valorizar a produção em vias de fabrico. Consiste em
reduzir as quantidades (número de unidades) em curso de fabrico, com graus de
acabamento variáveis, a unidades de produto acabado. A unidade de produto acabado
constitui a unidade equivalente.

Unidades em curso X Grau de acabamento

Exemplo:
Uma empresa que fabrica um único produto, registou em certo mês os seguintes
dados:
- Produção acabada 1.010 toneladas
- PVF no início do mês: 100 toneladas com um grau de acabamento médio de 50%.

- PVF no fim do mês: 50 toneladas com um grau de acabamento médio de 80%.


- Os PVF iniciais são valorizados em 542.100 MT.
- Custo de produção do mês: 11.000.000 MT.

NB: os PVFf são valorizados pelo critério FIFO.

Pede-se:
Determinação do custo de produção acabada.

Resolução:
-Produção acabada = +1.010 tons.

-PVFi = 100 tons


100 tons. x 50%(grau de acabamento) = - 50 tons. produto acabado

-PVFf = 50 tons.
50 tons. x 80%(grau de acabamento) = + 40 tons. produto acabado
Produção do mês 1.000 tons. Produto acabado

-Custo de produção do mês = 11.000.000/1.000


-CI unitário= 11.000 MT

Valorização dos PVF finais


40tons x 11.000 cts= 440.000 MT

Custo da produção acabada

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Custos do mês 11.000.000
Variação da PVF
PVFi 542.100
PVFf (440.000) 102.100
Custo global da produção acabada 11.102.100
Quantidade produzida 1.010 tons
Custo por tonelada 10.992,18MT

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Contabilidade de Gestão I
CAPITULO IV

Exercicio 1.6
Em Fevereiro de 2007, a empresa Electrolar, Lda , registou os seguintes custos
relativos a produção de candeeiros “Lampiões”.

U/M
Consumo de matérias – primas 5.000.000
MOD 6.298.000
GGF 2.499.000

Existência final (unidades)


Produtos acabados 7.000
Produtos em curso 3.000

Os produtos em curso apresentavam os seguintes coeficientes de acabamento:

Pede-se:
O apuramento do custo industrial dos dois tipos de produtos.

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CAPITULO IV
Exercício 2.6
A empresa Beta dedica-se à fabricação dos produtos X e Y .
Está organizada em três Centros de fabricação, designadamente A,B e C.
Os dois produtos passam primeiro pelo Centro de Produção A donde saem
posteriormente para os Centros B e C, respectivamente.

Os Custos directos de matérias primas e de mão de Obra acumulados no mês de


Março de 2006 nos três Centros de produção foram:
- Centro de produção A 2.000.000 MT (matérias e MOD)
- Centro de Produção B 1.000.000 MT ( apenas MOD)
- Centro de Produção C 1.000.000 MT ( apenas MOD)

Os custos indirectos são imputados aos produtos depois de agrupados num centro
comum de gastos, através do método de base única, sendo a base de imputação
escolhida, os custos directos imputados aos Centros fabris em cada mês.

Os custos Indirectos de fabricação acumulados no Centro comum foram de 500.000


MT.

Os registos da produção do mês forneceram os seguintes dados:


Centro A Centro B Centro C
Produtos em vias de fabrico em
01/03/06 5.000 3.000 4.000
Grau de acabamento dos PVFi
50% 25% 30%
Valor da produção em 01/03/07 (MT)
625.000 881.250 1.480.000
Unidades terminadas em Março/07
10.000 6.000 3.000
Produstos em vias de fabrico em
31/03/07 4.000 4.000 4.000
Grau de acabamento dos PVFf
50% 30% 25%
Novas unidades introduzidas
9.000

Pede-se:
1- Mapa das unidades equivalentes e custo unitário por departamento;

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CAPITULO IV
Exercicio 3.6

A empresa Moçambique Jovem, SARL compra matérias-primas, transforma-as e comercializa


3 produtos destinados ao consumo para senhoras:
- Desodorizante “Irresistível”, vendido a 5.000,00MT cada frasco de 250 mililitros.
- Perfume “Amor a 1ª vista” vendido a 17.500,00MT cada frasco de 50 centilitros.
- Creme antienvelhecimento “Longevidade”, vendido a 20.000,00MT cada frasco de ½
litro.

Estes bens têm o seguinte processo de fabrico:


- Misturam-se as matérias-primas “A” e “B”.
- Adiciona-se após a mistura das matérias-primas “A” e “B”, a matéria-prima “M” de
onde resulta o desodorizante “irresistível”.
- A partir do produto anterior formam-se os outros produtos. Adicionando ao
“irresistível a vitamina “E”, obtém-se o perfume “Amor à 1ª vista”; caso se adicione
a Vitamina “K”, obtém-se o creme antienvelhecimento “Longevidade”. Estas
vitaminas conferem coloração aos produtos.

A contabilidade analítica desta empresa, registou em Junho de 2005 os seguintes elementos:

01/06/05 30/06/05
Descrição Quant. Valor Quant. Valor
(litros) (Cts) (litros) (Cts)
Matéria-prima
A 5.000 40.000 3.000 ?
B 1.800 30.000 800 ?
M 100 20.000 20 ?
Vitamina E 200 16.000 20 ?
Vitamina K 300 21.000 95 ?
PVF (1ª fase) 720 15.200 - -

Quant. Valor Quant. Valor


(frascos) (Cts) (frascos) (Cts)
Produtos Acabados
Irresistível 10.000 50.000 15.000 ?
Amor à 1ª vista 2.060 26.742 1.000 ?
Longevidade 2.152 48.558.4 2.000 ?

Compras do mês:
Matéria-prima Quant.(Lts) Valor
A 10.000 80.000
B 1.200 15.000
Vitamina E 300 27.000
Vitamina K 200 12.000
TOTAL 134.000

Outros encargos por fases de fabrico:

MOD GGF
MISTURA 18.000 13.800
COLORAÇÃO:

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Amor à 1ª vista 9.540 6.450
Longevidade 9.150 696
ENCHIMENTO
Irresistível 15.000
Amor à 1ª vista 11.880
Longevidade 15.696
TOTAL 79.266 20.946

Outras informações:
A fase de enchimento provoca um aumento nos GGF de 100,00MT por frasco de 250 ml e de
200,00MT por cada frasco de ½ litro.

Na operação de mistura não se registam quebras e a produção desta fase tem a seguinte
distribuição:
- 50% para o desodorizante “Irresistível”;
- 20% para o perfume “ Amor à 1ª vista”;
- 30% para o creme “ Longevidade”.

Na operação de coloração, a junção das vitaminas dá lugar às seguintes quebras:


- 10% para o perfume “ Amor à 1ª vista”;
- 20% para o creme “ Longevidade”.

Os gastos de Distribuição são atribuídos em função do número de unidades vendidas, na base


de 5.00,00MT por frasco.

Os Gastos Administrativos no total de 33.550 contos são repartidos em função do CIPV.

Pede-se:
a) Custo Industrial da Produção acabada
b) Demonstração do CIPV;
c) Demonstração dos Resultados por funções.

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