Caso Alice

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Caso Alice (AUTORIA DAS VOZES DA CABEÇA DA MONITORA DE VOCÊS)

Alice é uma mulher de 34 anos, mãe de um pré adolescente de doze anos, e está
atualmente grávida de cinco meses. A sua primeira gravidez veio poucos meses antes da
conclusão da sua faculdade, o que a fez trancar o curso, e demorar mais dois anos para se
formar em Contabilidade. Concluiu a faculdade com muita dificuldade, já que quando
engravidou se mudou para casa do pai da criança que prometeu cuidar dela, mas logo a
traiu e abandonou, quando seu filho nasceu já não estavam juntos e ela estava na casa da
mãe. Sua relação com a mãe não é boa, mas foi onde achou teto e comida.
Relatou que para ela é importante ter uma boa relação com o filho, conversar com ele, e
com o passar do tempo começaram a dizer que seu filho Lucas é um bom garoto, ele tira
notas boas, faz atletismo, ajuda nas tarefas de casa, não se mete em briga, tem alguns
amigos com que joga videogame e vai ao cinema. Mesmo após tudo isso, sempre pensou
em conhecer alguém para construir uma relação e se casar, sendo coisas muito importante
para ela, e sonhava em ter mais um filho dentro de um casamento e torcia para ser uma
menina.
No entanto, não deu certo suas relações amorosas, no início não gostavam do fato dela já
ter um filho pequeno, depois os outros que vieram não queriam um relacionamento sério,
não visavam casamento. Conseguiu voltar para o estudo e fazer a pós que sempre quis, um
grande sonho foi viajar, e depois de anos finalmente se programou para fazer cursos e
participar de congressos em São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza. Só que, estava se
relacionando com um ficante, o qual nunca quis nada sério, nunca pensou que conseguiria
algo duradouro com ele. Mas, engravidou dele… E teve que cancelar seus planos de viajar.
Demonstrou muita tristeza, choro que durou muito tempo, por conta dos seus sonhos de
viajar, ela tem uma casa que comprou com o seu dinheiro trabalhando como Contadora,
vive estável. Quando contou para o ficante, ele ficou com raiva dela, disse que não queria
filhos, mas que agora “ia ter que criar”. Alice relatou que acordou um dia e o ficante
apareceu com malas e tudo para morar na sua casa para ajudar na gravidez, começou uma
obra na sua casa para o quarto do bebê.
“Eu tenho que resolver tudo da obra, tá uma barulheira, uma poeira, ele sai pra trabalhar de
manhã volta de tarde e eu tenho que arrumar a casa sozinha, lavar a roupa e cozinhar para
três pessoas agora, quatro se contar que tem alguém na minha barriga.”
Relatou que só chora, todo dia ela chora, se sente inchada, mal…
“Eu não consigo me relacionar com o bebê, eu to com raiva dele, e eu não quero ter raiva
dele… Como uma mãe pode ter raiva do próprio filho? Ele não tem culpa? Mas não era a
hora, eu ia viajar, na outra vez eu perdi tanto tempo do meu estudo e agora que ia focar no
meu estudo eu engravidei. A minha obstetra disse que eu to enrijecida aqui embaixo, e eu
to mesmo, eu to chorando o tempo todo”
O ficante/Pai do bebê diz que ela chora por tudo, tudo chora, que ela tem que ser mais
forte, a mãe dela também diz que ela tem que ser mais forte para ser boa mãe, que tem que
fazer o enxoval que nessa época quando era o seu filho Lucas já tinha todo o enxoval, a
família diz que o bebê pode vir antes do previsto.
“Eu não consigo ir comprar o enxoval, eu não sei, é tanta coisa para resolver… Eu fico mal,
tento passar a mão na barriga, me conectar e não consigo. Eu choro, lembro do que perdi e
choro, tenho que tomar decisão sobre tudo. E ainda colocaram na minha cabeça que ia ser
a menina que eu queria, eu tentei ficar no não sei, mas meus parentes falavam toda hora e
aí quando souberam que ia se menino parece que os decepcionei”
Relatou que não concorda com o ficante/pai do seu filho em nada da criação, ele fala que
não liga se a criança vai para igreja ou não (ela é católica, e diz que isso é importante para
ela), mas que o filho dele tem que ser homem de verdade, fazer coisas de homem e não
pode ficar chorando igual ela o tempo inteiro. Ela diz que na criação do filho Lucas sempre
trabalhou conversas e expressar sentimentos, recentemente até assistiram Divertidamente
2, onde ela chorou e eles conversaram sobre o filme e a adolescência. E acha importante
que o filho chore, e não se importa se o filho quiser ser lgbt, que as pessoas às vezes são.
Mas o ficante/pai do seu filho diz que não pode de jeito nenhum.
“Ele também não parece ter conexão com o bebê, ele fala: Quando ele nascer eu vejo se
gosto dele ou não. E parece muito solitário, essa gravidez está sendo muito difícil e eu só
choro”.
Conta que na antiga gravidez pelo menos teve apoio de amigas da faculdade, e um pouco
mais de compreensão da mãe. Ela briga muito com o pai do bebê… E toda vez que ela
chora ou expressa que não consegue se conectar com o filho. Quer parar de chorar, de ficar
triste, quer ser forte e uma boa mãe.

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