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Roteiro do livro “ Memórias de um adolescente brasileiro na Alemanha nazista”

Esta é a história de Rodolfo Otto Loibl, nascido no Brasil descendente de alemães.


Nos anos de 1936 e 1937, as propagandas sobre o governo de Hitler já tinham se
espalhado. A maneira como Hitler estava tirando a Alemanha da miséria era
bastante noticiada. Por isso, dentro da família Otto, aconteceram muitas
discussões sobre voltar ou não à Alemanha.

-O progresso na Alemanha é imenso! Podemos ter um padrão de vida muito


melhor... é só ter coragem – insistia minha mãe.

A teimosia da mãe era tão grande, que eles embarcaram, no começo de 1938, em
um navio, rumo à Alemanha. Não demorou para que percebessem que a realidade
era bem diferente daquela que a mãe imagina.

Por causa da dificuldade de acharem uma casa, Rodolfo e seus pais tiveram que
continuar na casa das tias Dora e Maria.

Com o passar do tempo a situação só piorava, ainda mais para os judeus que
eram culpados injustamente por diversas coisas que assustavam muito o
menino, que com medo das perseguições que os judeus sofriam perguntou para a
mãe:

-Mãe, nós somos judeus?

- Não somos, filho, mas, se fôssemos, o seríamos com orgulho.

Alguns meses depois a chamada Sudetenkrise ocorreu, deixando o povo alemão


preocupado com a perspectiva de uma guerra.

Ao completar 9 anos, Rodolfo entrava em uma infância que não era nada normal,
as agressões na escola tinham melhorado pouco, mas em relação à isso a
situação do país só piorava com os problemas criados pelo Fuher e o visto de
saída sendo cancelado as emoções iam a mil.

Não demorou muito tempo para que o país entrasse em guerra, Hitler se
vangloriava de sua vitória sobre a invasão da Polônia e com isso a necessidade de
sair do país só aumentou, fazendo os pais do menino continuarem fazendo planos
e planos para sair do país, mas todos sem êxito.

No Natal de 1939 a situação não estava tão ruim, então a família festejou o Natal
de certa forma tranquilos, até que uma amiga de Marta chegou desesperada:

-Rebeca! – exclamou tia Maria ao vê-la – O que aconteceu? Você parece estar
aterrorizada!

- Meu pai… ele recebeu uma intimação. Tem de estar à disposição… vão levá-lo
para um campo de concentração!- Com isso toda a família ficou perturbada,
tentando acalmar a pobre moça e achar uma solução para isso, mas obviamente
não conseguiram. Depois das ocupações da Dinamarca e da Noruega, as tropas
alemãs saíram por todas as ruas com fanfarras e gritos de júbilos comemorando
sua vitória. As tropas alemãs continuaram atacando e por todos os lados: Bélgica,
Holanda e França. Era uma vitória atrás da outra. Mas com tudo isso a saudade do
Brasil só aumentava e doía muito. Com a derrota da França e a não invasão da
Inglaterra, os pais do meninos se iludiam que a guerra iria acabar, mas isso era
apenas uma ilusão mesmo. Depois de mudar de escola as agressões que Rodolfo
sofria diminuíram, mas as dificuldades com a guerra, o emprego odiado do pai e a
hostilidade dos alemães não.

Inebriado com as vitórias, Hitler sem aviso prévio iniciou uma ocupação
bélica da União Soviética e com isso iniciou-se a campanha militar mais feroz da
história em termos de mobilização de tropas. Soldados do chamado eixo se
colocaram em movimento. Nas primeiras semanas a mídia só divulgava os
avanços alemães ao invés de toda a verdade, mas com o passar do tempo as
coisas foram ficando mais difíceis para os alemães que já estavam cansados da
guerra.

Em um dia aleatório estavam todos dormindo, quando bateram de forma rude na


porta. Naquela época era comum baterem nas portas de pessoas “suspeitas”
para serem interrogadas.

Com uma lanterna na mão o pai de Rodolf atendeu a porta, era Gestapo para
revistar a casa, pois haviam recebido uma denúncia, onde pessoas suspeitas
frequentavam a casa. Não confiavam neles pelo fato de que Rodolf era brasileiro.
Reviraram toda a casa enquanto a Tia Maria só chorava.

A família se mudou para Varsóvia e eram bem tratados lá. Tiveram alguns dramas
na Polônia, pois o nazismo estava por toda parte, além de que muitos poloneses
faziam parte da resistência.

Um amigo deles chamado Ladislau, costumava visitá-los com frequência, até que
um dia ele levou o seu amigo Joaquim Marosky, também era brasileiro, do Paraná.
Ambos estavam bebendo vinho até que Joaquim interrompeu.

- Conta pra eles de uma vez! – exigiu, voltado para Ladislau.

Ladislau se aproximou e disse:

- Nós somos da resistência, precisamos da ajuda de vocês, não queremos que


façam parte da resistência, mas vocês precisam deixar a Polônia.

Ninguém havia entendido nada quando Joaquim anuncia:


- Eu me casei, a Maria é maravilhosa... mas ela é judia!

Joaquim contou a todos que havia presenciado um massacre e começou a


implorar por ajuda, não queria que sua esposa fosse mais uma das vítimas de
Hitler e dos nazistas. Joaquim e sua esposa ficaram escondidos na casa de Franz,
pois corriam muitos riscos.

Elisabeth,irmã de Rodolf nasceu quando voltaram a morar na Alemanha, um


tempo depois sua outra irmã Christa Maria nasceu, porém ela tinha síndrome de
down e acabou falecendo.

A SITUAÇÃO NA ALEMANHA PERMANECIA CAÓTICA E A FALTA DE ALIMENTOS


PRINCIPALMENTE ASSOLAVA O PAIS. ALÉM DISSO OS MESES SEGUINTES FORAM
MARCADOS POR TENSÃO E MEDO, DEVIDO AO AVANÇO DO EXERCITO
SOVIÉTICO

DURANTE UMA MADRUGADA UMA MENSAGEM COLOCOU TODA A FAMÍLIA EM


ALERTA, ALGUNS SOLDADOS ALEMAES PASSAVAM CORRENDO PELA CIDADE
ONDE ELES MORAVAM DIZENDO:

- SOMOS OS ÚLTIMOS! DEPOIS DE NÓS VÊM OS AMERICANOS.

NAQUELE MOMENTO TODOS ESTAVAM APAVORADOS

NO DIA SEGUINTE, CHEGOU A PRIMEIRA LEVA DE SOLDADOS AMERICANOS.


PARA OS CIDADÃOS ALEMÃES, FOI DADA A ORDEM DE ACENAR COM LENÇOS
BRANCOS.

OS PAIS DE RODOLFO DECIDIRAM CONFECCIONAR UMA BANDEIRA BRASILEIRA


, E FOI JUSTAMENTE ESSA BANDEIRA QUE LHES PROTEGERAM DAS
ARBITRARIEDADES DOS VENCEDORES.

RODOLDO E SUA FAMÍLIA TINHAM APENAS UM OBJETIVO: RETORNAR AO BRASIL.


PARA ISSO ESPERAVAM A LIBERAÇÃO DOS RUSSOS.

A FAMÍLIA DA MÃE DE OTTO NO BRASIL ENVIAVAM PACOTES DE SUPREMENTOS,


O QUE OS AJUDOU A SE MANTEREM.

NO FINAL DE 1947 A FAMÍLIA RECEBEU A NOTÍCIA QUE ESTAVAM LIBERADOS


PARA VOLTAR AO BRASIL. ELES ENTÃO EMBARCARAM EM UM NAVIO E VIERAM
PARA O BRASIL

APÓS LONGA VIAGEM, EU UMA CERTA MANHÃ OTTO ACORDOU COM A INCRÍVEL
NOTÍCIA QUE A COSTA BRASILEIRA ESTAVA A VISTA. UM ALÍVIO PARA QUEM
SOFREU TANTO COM A GUERRA. NAQUELE MOMENTO O JÁ RAPAZ CAIU DE
JOELHOS E AGRADECEU A DEUS.

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