Contatos Venus - Saturno - Marcia Mattos

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OS CONTATOS

VÊNUS/SATURNO

UM ENSAIO SOBRE AFETO E AUTO-ESTIMA

MARCIA MATTOS
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 e : um ensaio sobre afeto e auto-estima.
por Márcia Mattos

Quando um planeta aspecta outro planeta, seus significados se misturam. Todos os


princípios da  são mesclados aos de . O que se pode resumir como essência da natureza
dessa combinação é que existe uma insegurança ou dúvida a respeito das questões afetivas.

Nesta configuração, a qualidade da vida afetiva está presa a auto-estima. Nos livros
tradicionais de Astrologia, este encontro é interpretado como uma facilitador para a infelicidade no
amor, ausência de uniões, relações karmáticas, celibato, solidão afetiva, etc. A Astrologia Clássica
não está de todo errada contudo, coloca de forma muito simplista e generalizada comportamentos
muito sofisticados.

Podemos encontrar nas pessoas bem sucedidas afetiva, financeira e materialmente este
aspecto. O que está em jogo aqui não é exatamente o comportamento ou o resultado final ( a
manifestação), mas a motivação. Mesmo as pessoas que aparentam uma vida afetiva satisfatória
e até mesmo variada, não se sentem como se assim fosse. Sentem-se afetivamente lesadas,
sentem uma escassez afetiva e um nível de resolução afetiva pobre (principalmente na , ,  e
).

Mesmo nos aspectos harmônicos como o  e o  que abrandam muito essa configuração,
encontramos uma certa limitação na expansividade e naturalidade de . As funções planetárias
aqui mescladas não se adequam para expressarem idealmente os atributos venusianos. Aqui, o
grande beneficiado é  e não .  tem características áridas, secas e duras enquanto  se
caracteriza pelo prazer, amor, delicadeza e sensualidade.

Um das funções básicas de  é a busca do conforto, do bem estar e da felicidade. Tem


como principal vocação a amenização da vida, a descontração.  retira as contrariedades da vida
e, com , essa vocação fica mais pesada.

Em mapas de mulheres principalmente, ou em mapas com   angular ou dominante, o


orbe considerado é de 9 a 11 graus. Esta configuração afeta muito mais o feminino do que o
masculino (neste caso a configuração seria entre ). Nos mapas masculinos  vai contar
muito mais das relações dos homens com as mulheres do que consigo próprios. Com as mulheres,
este aspecto afeta diretamente a maneira como ela se sente como mulher. Para a pessoa  a
busca do bem estar é sentida quase como uma transgressão pelo medo do prazer.

Há uma sensação básica de limitação, escassez e restrição na questão do afeto, um


sentimento de que não se é suficientemente querido. O afeto do outro é colocado à prova o tempo
todo e qualquer atitude um pouco menos amorosa ou não totalmente amorosa é interpretada como
um ato de rejeição como, por exemplo, um atraso, uma desmarcação de um compromisso ou uma
ausência. Deixa-se de fazer, dizer, pedir, demonstrar, manifestar algo, com receio da rejeição.
Cria-se uma expectativa e qualquer deslize do outro é entendido internamente como estar sendo
repelida, não aceita.

Como todo sentimento é subjetivo, a rejeição neste caso nem sempre corresponde a um fato
real. O sujeito nunca busca um ajuste de contas, uma explicação que, com certeza, esclareceria
seus sentimentos. Ao contrário, ele sempre assume que é um ato de rejeição se surpreendendo
inclusive quando não ocorre a rejeição antecipada. Este sentimento equivocado passa a ser uma

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certeza para ele e o sujeito lê erradamente, faz com que a seus olhos pareça rejeição o que não é.
Ele sofre de uma espécie de super-rejeição porque é sempre e o tempo todo referente a todos.
Trata-se de um sentimento de referência. Se fosse real teria que ser algo móvel, às vezes
aconteceria, às vezes não. Quando é pleno e universal, ele é falso. A constatação o ajudaria a ver
que não ocorre a rejeição na maioria das vezes.

A pessoa cria situações inadequadas, tendo em vista o resultado que ela espera obter e, em
seguida, lê o ocorrido como rejeição.

O indivíduo  é alguém não passível de rejeição ou não a merece porque se empenha


exageradamente para isso sendo muito ciente e consciencioso do outro. Ela se aprimora
excessivamente para não ser rejeitada. Ao longo da vida vai criando uma série de condições, uma
série de exercícios de aprimoramento da personalidade, para não ser chata, não ser abusiva ou
desinteressante. Não abusa, invade ou explora, tem noção dos limites. É discreta em relação aos
seus sentimentos e aos dos outros. Não possui, portanto, o perfil próprio da pessoa que seria
permanentemente rejeitada. Porém, se sente desproporcionalmente desinteressante. Há uma
grande distância entre a imagem que ela faz dela mesma e o que ela realmente é.

Muitas mulheres , bonitas, atraentes, charmosas, são vitoriosas, mas sentem-se
desprovidas do que conquistaram, do que têm. São basicamente cegas ou que se cegam em
relação aos seus próprios encantos, duvidando deles, questionando-os e avaliando-os mal.
Pessoas que se avaliam por baixo e, no entanto possuem muito mais encanto e poder de atração e
agrado do que se julgam merecedoras ou possuidoras. Esta subavaliação se dá principalmente na
quadratura.

É como não houvesse um contato entre a pessoa e seus atributos afetivos. Há uma distância,
um bloqueio para os encantos de . É como se a pessoa tivesse perdido a mediação, o contato, a
clareza dos atributos venusianos. Alguma coisa obstruiu esse contato. Ela não consegue se
imaginar com esses atributos, não consegue acessar estes encantos. Ela acredita que qualquer
outra mulher possui os atributos que lhe faltam, por pior que essa outra seja. A mulher  tem um
mau contato com a imagem feminina. Por isso é tão extremamente sensível à rejeição, à falta de
atenção dos outros.

O contato consigo mesma é de forma indireta, através dos outros, da opinião dos outros e
através dos fatos, dos resultados. Acontece que ela mede os resultados de maneira viciada
utilizando-os como forma de constatar a sua falta de encanto, de graça, de charme. Ela só registra
ou lê os fatos de maneira distorcida.

A maior parte das vezes quando as pessoas  contam suas histórias, privilegiam seus
desacertos e incapacitações. Quando apontamos seus sucessos, ficam surpresas e
desconcertadas. Por exemplo, diante da queixa de falta de afeto, você pergunta: há quanto tempo
você não tem ninguém? Ela responde: Há muito tempo! O meu último casamento terminou faz 3
anos (ela já teve 4) e de lá para cá eu não tive mais ninguém. Só que aquele cara que eu estava
saindo há 2 anos... E aquele outro que eu conheci nas férias... E o meu chefe com quem eu tive
um caso... E o meu ex-noivo que voltou a me procurar...

A pessoa não soma, não considera, não aquilata, ela invalida. É uma espécie de história mal
contada para ela mesma. É como se ela não se apropriasse, não tomasse posse da sua história
afetiva, de seus bens afetivos. Ela é emocionalmente pobre e a sua história “confere”. Apressa-se
em se desfazer de todas as coisas que lhe seriam agradáveis ou que dariam algum valor a sua
personalidade ou que a tornaria de alguma forma mais especial.

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Ela registra o que consegue realizar de valor porém, acrescenta substancialmente o que não
tem valor. Gera com isso uma imagem distorcida da sua personalidade. Quem está a sua frente vê
nitidamente que não corresponde à realidade. O recomendável seria que estas pessoas re-
contassem suas histórias com pormenores, preparassem um currículo afetivo. O resultado é
sempre mais rico do que elas supõem.

Não se apropriam de seus tesouros, de tudo que é valioso nelas. Há uma tendência em se
empobrecerem, se despojarem de bens, de afetos, de encantos. Há uma profunda culpa
enraizada. A pessoa não fica com raiva do outro, ela culpa a si mesma e pensa que tem que se
esmerar mais e ter mais qualidades porque é ela que é desprovida de interesses. O outro cresce e
ela diminui (contrário do que ocorre com os contatos / onde o outro é quem está sempre
errado).

O resultado disso é uma paisagem árida, vazia, triste e incoerente e implausível com a vida
que se leva, com as qualificações da pessoa. Uma necessidade de se autodenegrirem perante
seus próprios olhos. Há algo de culpa, algo que elas dizem a si mesmas que não podem ter,
guardar, possuir ou usufruir, que não têm valor. Têm um sentimento profundo de falta de mérito,
algo a expiar.

É um trauma muito original. A gravidade dos contatos  é que quanto mais se vive, mais
se é. Aspectos de  não se pode reforçar porque eles se alimentam da durabilidade. A partir de
certo tempo já não se consegue mais desmontar o aspecto, o que pode induzir o indivíduo ao
celibato.

Primeiramente houve um trauma original, uma ferida básica inicial, um sentimento de falta de
um amor primeiro e primordial de mãe que adiante vai ser projetado de forma exagerada nos
futuros parceiros. Há um sentimento de débito em relação à figura materna, um sentimento de que
não se foi suficientemente atraente, agradável, bonitinha, graciosa, dotada para se fazer
merecedora do afeto pleno dessa mãe. “A culpa é minha e não dela” – complexo onde a pessoa
não se acha merecedora de afeto por se sentir desprovida dos encantos necessários para se gerar
ou se produzir afeto. Ela desconfia da sua capacidade de despertar afeto principalmente porque
não se sente portadora de valores e atributos agradáveis intrínsecos. Por isso ela busca provas e
compensações desses atributos.

Liz Greene define como “fracasso ou infortúnio no casamento e no amor, com um


subseqüente resíduo de desilusão, amargura e medo, com uma grande sensibilidade à rejeição
que tinge todos os sucessivos encontros românticos de uma certa desconfiança e certa frieza e
indiferença”.

A primeira experiência amorosa, geralmente fracassada e dolorosa, traumatiza ou prejudica


as experiências que virão depois. Na realidade, essa prévia experiência é a reprodução ou
reedição de uma primeiríssima ou original experiência amorosa na infância ou no lar. Muitas
podem ter sido a causa ou circunstâncias, o cenário, mas na maioria das vezes, houve pouco
contato afetivo ou escassez amorosa ou interesse da mãe pelo filho ou, principalmente pela filha.

Faltou amor – amor no sentido leonino da palavra, onde você ama o outro e o faz sentir-se
portador de algo especial. Faltou para esta criança um foco de atenção dirigida; faltou chamar a
atenção seus atributos particulares e especiais. Isto não quer dizer que tenha sido alguma coisa
trágica (nesse caso o planeta envolvido seria ), a criança teve pai e mãe que estavam lá, deram
remédios, etc. Então, porque essa criança cresce com o sentimento de desamor e falta de
atributos, com a falta de algo que a torne digna de um olhar afetuoso?

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Em 90% dos casos esta falta de expressão amorosa veio da mãe. Não significa que a mãe
não gostava dela e sim o como esse amor foi passado para ela. Vamos examinar as várias formas
de transmissão deste amor:

a) Mães que tiveram seus filhos principalmente porque era “a coisa certa a fazer” a adequada, a
convencional, mas que na realidade não era exatamente o que elas pretendiam ou queriam da vida
(sentimento de obrigação ou adequação/satisfação social). Não uma expressão particular genuína,
não uma vocação e sim um dever. A mãe faz tudo corretamente, mecanicamente, rotineiramente
mas a criança não é especial para ela.

b) Mães que não estavam suficientemente envolvidas em um contato profundo e positivo com a
própria natureza feminina, principalmente se essas mães era “super mulheres”; mães que estavam
em contato muito maior e muito mais a vontade com a sua natureza masculina e ficam
constrangidas e pouco a vontade com a natureza feminina. Não era esta parte da personalidade
delas a mais valorizada. Mulheres que desejam filhos homens e tiveram três, quatro filhas.

c) Mãe que não conseguiu expressar afeto com carinho, com afago, somente através de coisas
materiais e de objetos.

d) Mãe que amou seu filho porque era seu filho e não por ele, pela pessoa dele. A criança percebe
que está “representando” o papel de filho e fica com a sensação de que ela não tem os tesouros
que a tornam interessante.

e) Mãe que rivalizou inconscientemente com o filho, hostilizando-o principalmente no caso da ,


transferindo para ele suas inseguranças, seu sentimento de inaptidão (pais muito críticos projetam
nos filhos suas imperfeições). Ao projetar na criança o que rejeita em si mesma, a mãe exerce um
papel excessivamente crítico em relação ao filho.

f) E, finalmente, a diferença de afeto entre os pais para com o filho acarretando em um dos pais,
crise de ciúmes e inveja para com ele. Isso é típico na . Por exemplo, o pai a adorava e a mãe
“mais ou menos”. Como se houvesse uma discrepância de afeto muito grande entre os pais,
gerando hostilidade e rancor por parte do genitor que “não gosta tanto assim” em relação à criança
e, desarmonia na relação dos pais.

Essas são as questões fundamentais que baseiam o sentimento de afeto na vida da pessoa
. Muitas pessoas costumam ter uma preocupação muito grande em relação aos filhos porque já
sabem o que isso representou na vida delas. São pessoas que até adiam a maternidade por
conhecer os efeitos produzidos neles; têm assim, medo de repetir a própria história, repetir o
padrão.

A criança não se sentiu ‘encantada” por um dos pais. A criança tem uma questão narcísica
até os 3, 4 anos de idade, que é muito forte. Tem uma necessidade muito grande de ser
preenchida nesse processo narcísico, de ter alguém que se “encante” com ela. Mais tarde isso é
superado, porém, nessa fase, isso é muito importante para ela e se isso não aconteceu, a culpa
aparece. Ela tem a sensação de que certamente lhe faltou alguma coisa. Principalmente se ela
percebeu que algum irmão teve esse olhar, esse encantamento.

“Eu não mereço coisa alguma de valor” ou “eu não mereço esse afeto, essa atenção” ou seja,
o raciocínio dela é: “se eu não tenho os requisitos básicos para despertar esses sentimentos no
outro, logo, a culpa é minha”. Ou então, “se eu tenho alguma coisa boa, se eu adquiro alguma
coisa boa, eu trato de me desfazer dela porque eu não tenho condições de sustentá-la, eu enganei
mais um e logo descobrirão tudo sobre mim então, é melhor eu me desfazer primeiro”.

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A culpa vem do complexo: “eu não vou me permitir ter coisas boas porque eu não tenho
condições e atributos para possuí-las”. Essa crença – no caso das mulheres – chega a atingir a
aparência física. São mulheres que mesmo muito bonitas, sentem-se portadoras de alguma
anomalia. A auto-imagem física não corresponde ao que se vê.  refere-se a esse visual que é a
projeção estética do seu próprio ser.

Na mulher, para quem esta questão tem um peso muito maior, a compensação para o que se
acredita ser uma deficiência, pode vir através da dedicação ao trabalho. Quanto mais bem
sucedida for a mulher, provavelmente mais defasada estará neste particular. A sensação que ela
tem é de falta de um valor intrínseco. Assim, ela vai compensar essa deficiência com uma super
atividade.

Uma experiência inicial, muitas vezes prolongada, de rejeição, embutiu na pessoa um


sentimento, uma expectativa profunda e latente de rejeição, ou do medo da rejeição e da sensação
de falta de atributos, de não ter recursos próprios para produzir outro efeito que não seja o da
rejeição. A pessoa tem a sensação de ser desprovida de encantos.

A adolescência é um período onde começamos a nos expor e a nos testar no mundo, período
dos jogos de sedução e dos inícios das conquistas – o ser aceito / não ser aceito. Justamente
nesta fase ocorre um grande desajuste e conseqüentemente um medo. Este jogo amoroso para o
adolescente com esta configuração é muito penoso porque nessa fase da vida, a pessoa não está
suficientemente formada, não está segura.

O fracasso ocorrido na primeira relação afetiva, vivido por volta dos 15 anos aos 18 anos,
muito fatalmente, resultará em um futuro fracasso, em um futuro desencontro, em um futuro erro.
Essa primeira e dolorosa experiência será usada para justificar até mesmo a ausência de
experiências posteriores. Essa experiência fica sendo uma referência para possíveis fracassos que
se seguirão, uma desculpa para não se envolver em outros relacionamentos. A pessoa passa a se
isolar do mundo, se fechar em casa, não querer sair, não aceitar convites para integrar grupos ou
não fazer amigos.

O adolescente se retrai simplesmente, evitando todos os contatos afetivos, íntimos e sociais


que possam produzir dor, produzir falta de reciprocidade afetiva e amargura de não ser aceito,
amado e admirado. Ele se recolhe, foge, evita. Essa é uma grande defesa de : o evitamento.

A pessoa evita aquele assunto, evita passar por aquilo. A garota não vai à festa, o garoto não
vai ao clube, não fazem amigos, se fecham, se isolam e, quanto mais os pais forçam, mais eles se
inibem. Ficam com medo, com pavor de se verem no palco das ligações amorosas. Se houver
então a mínima insinuação de competição, eles “pulam fora” literalmente.

Esse comportamento defensivo/evitativo vai se cristalizando, fortalecendo as defesas, se


prolongando no tempo, ampliando seus efeitos na vida do indivíduo e tornando cada vez mais
difícil o rompimento desse padrão e, em muitos casos, a própria consciência desse padrão.

Tudo o que acontece em relação aos aspectos de  não ocorre de uma só vez, o processo
de construção é sempre longo, durável e doloroso. Para que todos os muros sejam destruídos é
necessário um engenheiro. Isso porque ele se cristaliza no decorrer do tempo e, quanto mais
tempo você leva para resolver, mais tempo é necessário. Como qualquer aspecto de ,
caracteriza-se pela permanência.

Todo aspecto de  tem a característica de se prolongar ou calcificar no tempo. Ele se instala


e se estabelece no tempo. Reafirma-se com o tempo e leva muito tempo para ser mudado ou

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desmanchado. Todo aspecto de  não se desfaz sozinho e nem magicamente, naturalmente,
requer sim um esforço e consciência.

Este comportamento defensivo/evitativo, vai se cristalizando, fortalecendo defesas, se


prolongando no tempo, ampliando seus efeitos na vida da pessoa e tornando cada vez mais difícil
o rompimento deste padrão e, em muitas vezes, a consciência deste padrão. Muitas vezes a
pessoa perde a clareza de como este processo se dá. Ela cria barreiras, defesas e evita o contato
com este fator até o ponto de não saber mais que age desta maneira.

 é o mestre em criar barreiras e defesas, em cristalizar situações; é o mestre das defesas


evitativas e, mais que isso, é o mestre em mante-las. Mesmo com esforço consciente por parte da
pessoa para romper com isto, ela ainda terá que enfrentar o esforço contrário de : o inconsciente
mantendo a situação como está.

A pessoa pode jurar que está fazendo tudo certo; , certamente também está. Quanto mais
ela tenta romper e quebrar com a armadura, mais sofisticada vai ser a defesa de . A força do
recuo é proporcionalmente tão intensa quanto a do avanço. Portanto, este aspecto leva tempo para
ser mudado. Todo aspecto de  tem um forte gancho no inconsciente, isto é, cria barreiras
inconscientes para dissolve-los e gera resistência igualmente inconsciente para mantê-los e
preserva-los. A pessoa se alimenta de medos inconscientes profundamente arraigados – medo de
repetir um fracasso.

Sempre que fazemos um esforço consciente para desbloquear , temos que contar com as
defesas do inconsciente que ele produzirá. Haja racionalização! As desculpas para as coisas não
acontecerem são convincentes, para si e para os outros.

“Como acontece com todas as configurações saturninas, devemos levar em conta as


atividades do inconsciente com sua inclinação para manter atitudes e sentimentos compensadores
ou até opostos ao que a personalidade e seus esforços conscientes estão pretendendo, de puro
medo e busca de uma pseudo-segurança. A despeito de quão intensamente a pessoa com 
queira expressar-se sexual e emocionalmente, quase sempre há um medo inconsciente,
igualmente intenso, que faz com que a defesa seja necessária a todo custo.”

O medo da rejeição ou expectativa de rejeição que estamos tratando aqui só serão


transformados ou sufocados através de um esforço consciente de busca de auto-estima. Sua
construção é um fator crucial para a solução dos aspectos . Em nenhuma outra configuração
planetária a satisfação e felicidade afetiva são tão dependentes ou resultantes de uma sadia e
correta formação de auto-estima. É fundamental aprender a gostar de si mesmo, a se valorizar, a
se dar coisas boas, a confiar na sua capacidade de se prover coisas boas para trabalhar essa
configuração.

Nesse sentido, temos alguns tópicos que podem ser seguidos pelas pessoas que buscam a
saída desta configuração pela busca da auto-estima:

1- Afastar-se da fonte do problema, afastar-se das situações fonte de baixa estima.


Pessoas com esse aspecto melhoram muito quando se afastam de suas famílias a despeito de
todo o sentimento de culpa que isso possa gerar. Quanto mais tempo se permanece nos laços
da família, maior será no futuro o sentimento de incapacidade.

2- Afastar-se das histórias da família e das pessoas que tenham histórias parecidas com as da
família. É necessário mudar de assunto.

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3- Evitar conscientemente parceiros excessivamente críticos, exigentes em excesso, pouco
expressivos em afeto.

4- Evitar parceiros e patrões reguladores, tolhedores, vigilantes, cerceadores, pouco estimulantes,


metódicos, autoprogramados em demasia. Eles reforçam todas as suas defesas.

5- Evitar conscientemente cercar-se de amigos e de companhias excessivamente medrosas,


pessimistas ou auto-limitadoras. Estas personalidades reforçam o sentimento de controle,
medo e limitação nas pessoas .

6- Evitar todas as relações que mobilizem a sua insegurança e que a


ponham em estado de rejeição: relações não recíprocas, relações
onde se recebe pouco, relações que não a valorizam, relações que a inferiorizam.

7- Evitar pessoas queixosas, pessimistas e que se apoiam na idéia do não ter e na da


impossibilidade.
A pessoa  reafirma seus receios e os justifica quando em contato com pessoas muito
conservadoras que se satisfazem com o que é conhecido. Este relacionamento torna-se o
motivo principal do não fazer diferente, não mudar de atitude. A relação representa para a
pessoa  o muro que cerca a sua vida.

8- Responsabilizar-se pelo estado atual de sua vida, pelas coisas ruins que lhe acontece para
assim, conseguir atribuir-se os méritos e sucessos.
Não existe nada pior para a auto-estima do que acreditar que as coisas é que acontecem para
você, que nada dá certo. Isto é negativo porque parece que o universo conspira contra você.

A pessoa  cresce com a convicção de que a vida não lhe foi hospitaleira e que seu destino
é cruel ou equivocado. O sofrimento no amor e a ausência ou escassez de amor fazem com
que a pessoa se sinta perseguida ou bloqueada na satisfação afetiva pela vida. Não percebe
que a insatisfação afetiva é a resposta natural do seu padrão inconsciente. Não é a mão cruel
do destino em ação onde você é apenas um joguete, mas um resultado deste padrão. É
doloroso afirmar que não se está criando condições favoráveis a si mesma por não se amar,
porém é muito mais positivo para a construção da auto-estima.

A aceitação de responsabilizar-se pela sua vida, pelo seu destino é fundamental na


conscientização da necessidade de alterar este padrão inconsciente. Quando se responsabiliza
pelo como as coisas estão, a pessoa se responsabiliza pelo como as coisas poderão ficar.
Essa atitude transforma os efeitos do aspecto .

9 – Individualizar-se, personalizar-se.
Quando a pessoa segue as orientações sociais, conservadoras, o faz por obediência social e,
principalmente, porque está buscando segurança. Ela está trocando a experiência pessoal dela
pela do outro: “se todo mundo diz, eu não vou arriscar a minha segurança pessoal para fazer o
contrário, eu aceito a experiência deles” Seguir uma trilha é um fator de segurança.

10 - Desconfie de todos os postulados afetivos e femininos.


Atenção a todos os dizeres conservadores quanto à postura feminina, à condição da mulher e
às questões de natureza afetiva. Muitas pessoas com esta configuração se apoiam de forma
distorcida e defensiva nos parâmetros sociais e conservadores para justificarem uma série de
desculpas e racionalizações que utilizam para não seguirem o seu verdadeiro caminho. Por
exemplo, “os homens preferem mulheres mais novas” (se você já é um pouco madura...),
“melhor só do que mal acompanhada”, “a mulher não deve dar o primeiro passo na conquista”,

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“não fica bem a mulher ser vista com homens mais novos”, “ a mulher deve primeiro olhar para
o bem estar dos filhos e do marido ou da família em vez do seu próprio”.

Essa série de preconceitos ou armadilhas sociais servem de verdadeiro escudo protetor e


instrumento de racionalização e manipulação de dúvidas e culpa que a pessoa  acata com
a maior obediência no que diz respeito à vida afetiva e feminina, na busca da aceitação dos
parâmetros e aceitação social.

Em função da sua vulnerabilidade aos ditames sociais decorrentes desta configuração


desarmônica, a pessoa tende a ser conservadora nesta área permitindo excessivamente que o
social com seus parâmetros e preconceitos ditem o rumo da sua vida.  normatiza a área
afetiva e sexual.

É importante que essas pessoas não se aconselhem com indivíduos afetiva e sexualmente
conservadores. Ouvir e aceitar o discurso social dominante é prejudicial a sua experiência
afetiva. Isso reforça o caráter inibidor e limitador dos seus traços afetivos.

11 - Coragem e honestidade como virtudes essenciais para


ultrapassar as barreiras criadas por este aspecto.
Ser honesta consigo mesma (justamente o que é mais difícil para quem tem esses aspectos).
Fugir das desculpas inúteis, da racionalização múltipla para dar uma aparência de bom senso e
racionalidade ao fato. Dizer que não vai porque tem medo, dizer que não vai viajar porque não
consegue se proporcionar prazer ao invés de dizer que não irá porque o chefe pediu para você
ficar. Assuma que você tem sempre dinheiro para consertar o carro ou consertar os dentes,
mas não para se pagar um bom jantar. Diga que precisa trabalhar muito para pagar o curso de
inglês do seu filho em Londres e suma com as desculpas, os adiamentos, as justificativas que
parecem tão diabolicamente plausíveis e convenientes. Essa é a grande arte do mestre s
usar disfarces, defender-se, prolongar, adiar, evitar, impedir.

Ser corajosa porque há sempre um grande passo a ser tomado após um longo exame de
honestidade. É preciso enfrentar o abandono de velhos, antigos e cristalizados sinais de falsa
segurança e isso, implica em risco. Enfrentar os verdadeiros perigos e não romper com o senso
comum. É preciso enfrentar a culpa de estar fazendo tudo isso por estar desejando
profundamente ser feliz. Até que uma nova estrutura seja criada, esta será a única segurança
para enfrentar o medo da solidão e do isolamento por algum tempo.

12 – Resistir a tendência a se queixar.


As lamúrias, queixas, reclamações são formas distorcidas de aliviar frustrações. Elas roubam
energia da verdadeira atitude que eliminaria a ação da queixa.

Seja portadora de boas mensagens, passe adiante os elogios que você recebeu de outras
pessoas ou os elogios que se referem à outra pessoa e nunca ressentimentos ou desavenças.

Quando você se queixa, está usando uma energia que poderia ser empregada na solução do
problema. A queixa quando suprimida faz com que a energia acumulada se volte para a
solução.

13 – Cultuar o otimismo, o terreno das possibilidades.


Evitar todo o discurso ativo ou passivo, ouvindo ou falando que expresse a idéia de queixa, de
negatividade, de impossibilidade e de impedimento. Mudar o discurso, o texto, a fala, a
imagem, o imaginário, a fonte inspiradora dos comportamentos. Encare uma lista de “possos”,
de “tenho tempo”, de possibilidades ao invés de “não posso”, “não tenho tempo”, “não vai dar
para ir”.
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14- Estabeleça metas possíveis em curto prazo, já, imediatamente.

15 - Cultue os bons exemplos, as pessoas vitoriosas e satisfeitas.

16 - Faça cursos de programação lingüística, controle da mente,


meditação, concentração, neurolinguística ou qualquer outra
técnica que auxilie na reconstrução mental de imagens e
pensamentos.
Faça isso constante e disciplinarmente porque você passou muito tempo incorporando uma
imagem empobrecida e deficiente através de anos e anos de auto-recriminação.

17 – Desbloqueie o corpo físico.


Pratique as terapias corporais como a bioenergética, a correção postural, a biodança, a
dança, a massagem, o shiatsu, etc. Estas terapias ajudam a relaxar a musculatura, a
afrouxar os ligamentos, a desfazer bloqueios energéticos criando uma auto-imagem física
mais agradável, mais harmoniosa, mais segura.

A maior parte das pessoas com esta configuração possui bloqueios afetivos, sensuais ou
sexuais manifestados no corpo físico. Têm problemas com o toque, com o tato, com o
contato, com a proximidade física. Possuem rigidez nos quadris e na pélvis principalmente.
A terapia corporal alivia e libera esses bloqueios promovendo um maior contato com o
próprio corpo.

A dança acrescenta um pouco de graça aos movimentos gerando prazer com o próprio
corpo. A dança é um movimento natural expresso de forma harmoniosa.

A pessoa  provavelmente foi pouco acariciada e tocada nos seus anos de infância e
com isso, o desconhecimento das sensações: tem vergonha de tocar o outro e sente
constrangimento ao ser tocada. Aprender a tocar, a entrar em contato com seu próprio
corpo e com o do outro é fundamental para se estabelecer a confiança na prática afetiva.

A sensualidade e a sexualidade estão inibidas, afastadas, fora de contato, alienadas,


impedidas e bloqueadas. As massagens e terapias resgatam estes contatos.

18 – Procurar as pessoas e não esperar sempre ser procurada.


Procurar sempre com o coração aberto, com um genuíno interesse por elas, perguntando
como elas estão, o que têm feito. Seja gentil, propondo e convidando para fazerem juntas
algo agradável e que a outra pessoa goste.

Muitas pessoas com esta configuração sentem-se isoladas ou rejeitadas e, na realidade, se


auto-isolam fazendo esporadicamente tímidos movimentos de aproximação. Não
demonstram afeto, são distantes e pouco sociáveis. Mas quando encontram com os
demais, se queixam de rejeição e de isolamento não percebem que criam os obstáculos.

19 - Ser gentil, agradável, não subserviente nem submissa.


Esse é o extremo oposto: pessoas com receio de rejeição aceitam qualquer condição –
mesmo que humilhante – para fazerem parte de um grupo, para serem queridas. Ficam
sempre com a parte pesada, desagradável, onerosa, custosa e de responsabilidade para
serem aceitas no grupo. É como se elas tivessem que pagar um tributo pesado pelo afeto
recebido (dar carona para todo mundo, comprar os ingressos, emprestar o dever de casa,
pagar a conta do restaurante, ficar com o quarto mais desconfortável, etc).

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20 – Reconhecer as relações equilibradas.
Para superar e transformar a avareza afetiva desta configuração, a pessoa precisa
aprender a reconhecer de início os sinais de uma relação equilibrada ou recíproca,
estabelecer o respeito entre as partes em qualquer relação, agradecer e retribuir com
gentileza tudo de bom que se receba do outro, estimular o lado genuinamente positivo e
agradável do outro, estabelecer uma relação baseada nas qualidades positivas de ambos,
desenvolver atitudes generosas, não contabilizar afeto e multiplicar o sentimento de
abundância de dentro para fora.

Faz parte do cortejo o presentear com pequenas lembranças. Procurar com regularidade as
pessoas de quem se gosta. Demonstrar um interesse verdadeiro, confiável e durável por
elas. Devolver ligações e convites recebidos. Perceber que a outra pessoa também pode
ser sensível a rejeição e desatenção. Transmitir boas mensagens e não ressentimentos,
intrigas ou desavenças.

21 – Demonstre seus sentimentos.


A maior parte das pessoas  tem dificuldade em demonstrar afeto. Sentem-se inibidas,
embaraçadas, envergonhadas, desajeitadas e desta forma, acabam inibindo, esfriando,
embaraçando a demonstração de afetos dos outros, reforçando o sentimento de rejeição.
Por mais que seja difícil, demonstre afeição. Se não puder ser fisicamente, que seja
oralmente, por escrito, com presentes, em atitudes, mas deixe claro para os outros o seu
afeto. Isso estimula o outro lhe demonstrar afeto também.

Em muitas das vezes, são os outros que se sentem rejeitados pela pessoa . Esta
configuração faz com que a pessoa aparente frieza, distância justamente diante da pessoa
que ela quer agradar e cortejar. Isso ocorre por pura insegurança e falta de jeito. É preciso
ser sincero, demonstrar sentimentos, falar do que se sente, por para fora.

Essas pessoas engolem os sentimentos de afeto e os de desafeto. Têm uma espécie de


etiqueta de comportamento afetivo e só manifestam e demonstram o que é adequado.
Ficam de fora a hostilidade, o afeto profundo, o sentimento de agressão. São seletivas em
relação ao que demonstram com medo de serem julgadas, criticadas, reprovadas e, desta
forma, seus afetos e desafetos ficam arraigados. Acreditam que ninguém vai dar bola
para o que elas sentem, ficando somente com o ridículo da exposição.

Aprender a colocar os próprios sentimentos de maneira clara, transparente e sincera é o


grande desafio deste aspecto e, constitui um êxito em termos de afirmação de auto-
estima, ou seja, seus sentimentos passam a ser dignos de serem manifestados,
considerados e levados em consideração.

22 – Evitar as situações e circunstâncias formais.


Use o humor porque tudo o que é sério, pesado, circunspecto, chama . Em termos de
afeto, de sedução, de demonstração afetiva, de declaração de afeto, de cortejamento,
buscar as situações informais, descontraídas, leves, distraidamente. Não fazer disso um
grande cerimonial inibidor.

Tudo o que é formal ou formalizado atrai . Por exemplo, tendo que fazer uma ligação
telefônica afetivamente importante, faça de forma descontraída, entre um trabalho e outro,
entre uma ligação e outra, sem o toque da grande circunstância.

A ação deve ser descontraída sem que se preste muita atenção. Quando há formalização,
 aparece e bloqueia. As coisas não deveriam ser predeterminadas para não se cultivar
expectativas exageradas em relação aos fatos.
11
Use e abuse do humor. O deboche, o humor e a ironia desarticulam o sério, circunspecto e
taciturno .

23 – Não super valorize os obstáculos.


Contar sempre com os obstáculos naturais em qualquer passo, qualquer atitude ou
tentativa sem desencorajar-se diante deles. Levar em consideração as circunstâncias, a
natureza do propósito, o tempo decorrido sem considera-los indestrutíveis. São apenas
obstáculos e não impedimentos, fazem parte da natureza própria de cada ato.

A pessoa  super valoriza, cria e antecipa os obstáculos como forma de não tentar ou de
não prosseguir na tentativa. O grande desafio é des-fantasmagorizar os obstáculos
deixando-os no seu tamanho natural. Não há nada de errado em alguma coisa dar errado.
Banalizar o erro, o desencontro, o não, é fundamental. No entanto, para essas pessoas,
quando isso ocorre na vida afetiva é devastador. Tem efeito de dias ou até meses. A
pessoa está sintonizada nas dificuldades no plano amoroso e quando elas ocorrem, elas
não relativizam e sim universalizam.

Se, por exemplo, você marcou um encontro e na última hora choveu e a pessoa canelou
para outro dia, é uma frustração natural causada por um obstáculo natural e nada além
disto. Marca-se um outro encontro, em outras circunstâncias. Familiarizar-se com os
obstáculos naturais diminui o grau de frustração e ansiedade causadas por eles. Uma
pessoa recém convalescida de uma doença é aconselhada pelo médico a voltar a caminhar
aos poucos. Esta pessoa saberá calcular e se familiarizar de antemão com todas as
dificuldades naturais que irá encontrar: a caminhada será lenta, ela terá que parar para
descansar, sentirá tonteiras e palpitações e, no 15º dia estará perfeita.
E, assim será sempre que nos dispusermos a viver livre e intensamente qualquer afeto ou
gratificação.

24 – Transformar o sentimento da inveja em admiração.

Muito comum às configurações , a inveja é a admiração mal transada. A pessoa se


acha incapaz de fazer ou de realizar algo que anseia e admira muito e, acredita que o
outro tem ou conseguiu. Inveja é baixa estima.

25 - Faça tudo devagar.


Vagarosamente, dando passos curtos e sucessivos. Como qualquer configuração com ,
os progressos se darão a partir de pequenos passos, aos poucos, à medida que a pessoa
se sente segura, de forma gradativa, pois atos bruscos só aumentarão o medo, a sensação
de incompetência e, caso fracasse, a ameaça da desestruturação.

26 – Programe seu prazer.


A pessoa que possui em seu mapa esta configuração deve responsabilizar-se pelo prazer e
diversão porque com , tudo dá trabalho. A pessoa deverá agendar as horas de diversão
para que o prazer se torne um hábito em sua vida, para que a diversão faça parte da
estrutura de sua vida.

A pessoa não tem a espontaneidade, a criatividade ou a disponibilidade natural para a


diversão então, precisa aprender a regulamentar o prazer na sua vida. Uma das
características de  é que ele não se relaciona com o objeto de uma situação de forma
direta. Esta falta de acesso faz com que a pessoa pondere sobre aquilo perdendo a ligação

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intuitiva e estabelecendo uma relação de dúvidas, incertezas, inseguranças e
racionalizações.

A pessoa começa a errar quando começa a querer ser previsível demais, acertar demais,
controlar demais. Mas a pessoa desconhece isso, desconhece que usa a razão em todas
as vezes que se encontra diante de uma situação desconhecida e, a intuição é justamente
o oposto a isso: ela sabe, ela conhece o assunto, é cristalino para ela. A razão a obriga a
usar o julgamento e, se o julgamento estiver errado? Ela fica eternamente na dúvida.

Na relação  o prazer é exceção, o gostoso, o agradável é esporádico, é raro. É comum


subtraírem horas de lazer para o trabalho; adiarem os assuntos agradáveis em função de
tarefas sociais desagradáveis.

Há uma grande ansiedade em relação ao prazer e assim, quando se está perto de uma
situação de satisfação, a ansiedade faz com que a pessoa corte imediatamente aquela
possibilidade. O discurso é: “eu sabia que era muito bom para dar certo”. A frustração está
o tempo todo à espreita.

Muitas vezes, quando se está vivendo situações de prazer, a pessoa costuma apresentar
as seguintes atitudes: intolerância, crítica, rigidez e muitas dificuldades.

27 - Aprender a colocar os próprios sentimentos de maneira clara,


transparente e sincera.
É o grande desafio deste aspecto e, constitui um êxito em termos de afirmação de auto-
estima, ou seja, seus sentimentos passam a ser dignos de serem manifestados,
considerados e levados em consideração. A pessoa deveria lidar com os sentimentos de
uma forma espontânea e não como algo desagradável.
Elas têm uma espécie de ética em relação aos próprios sentimentos, existe uma censura
que elimina os sentimentos desconhecidos e diferentes, deixando apenas os sentimentos
certinhos. Costumam Ter ainda, uma postura bastante crítica em relação aos gostos e
preferências.
Acreditam que seus sentimentos não são dignos de manifestação ou consideração. Têm
medo de dizerem o que sentem e não despertarem nos outros nenhuma atenção. Evitam
assim a sensação de rejeição ou a situação de se sentirem ridículas expressando-se e
acabam não se expondo.

28 – Estimule as coisas boas e positivas no outro.


Tudo o que há de bom, positivo, agradável, genuíno e sincero no outro para estabelecer
com ele uma relação baseada em qualidades.

 : o amor rejeição.

Até aqui falamos da rejeição e da insegurança como núcleo central da questão afetiva de
. Agora falaremos das várias manifestações de comportamento afetivo a partir dos significados
desta configuração.

1- A rejeição do outro.
Essas pessoas pensam que estão sempre envolvidas com pessoas que enfraquecem sua
auto-imagem, que lhes desenvolvem o sentimento de baixa estima. Na relação de rejeição o
parceiro assume o lugar de alguém indiferente, inacessível aos seus sentimentos.

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Essa relação costuma re-atualizar aquela primeira experiência original de desafeto. O
parceiro é desatento, maltrata, dá migalhas e permanece indiferente às investidas ou apelos dela.
A frieza, o desprezo são os sentimentos dominantes. A pessoa fica o tempo todo tentando
despertar o sentimento do parceiro, encontrar o momento em que o olhar do parceiro se fixe
finalmente nela. A pessoa está atrás deste olhar desatento e distraído para com ela.

E quanto mais faz por se tornar merecedora, menos recebe. A pessoa acha que afeto tem a
ver com merecimento, como uma nota no colégio. Pensa que afeto e perfeição andam juntos. E
qual a surpresa dela quando percebe que quanto mais perfeita é, menos afeto tem e menos
satisfeito se mostra o parceiro. Afinal, afeto e esforço não andam juntos. É a síndrome do “se eu
fizer direito e perfeito, você vai me querer”.

São pessoas que além de estarem re-encantando o quadro familiar anterior de desafeto,
estão na realidade recebendo o quinhão que elas acham que merecem devido à sua falta de
atributos: “para a porcaria que eu imagino que eu seja, até que esse aí me dá algo! Também, o
que mais eu acho que mereço? Com essa mercadoria que eu sou, onde eu vou arrumar
pagamento?”.

Essas pessoas sofrem com a crença da falta de perspectiva e de uma opção melhor. Têm
como lema: “antes mal acompanhada do que só” e, além de tudo, estão na realidade projetando
em seus parceiros, as dificuldades de afeto e frieza emocional, impedindo os sentimentos que elas
próprias possuem.

2– A rejeição ao outro.
É muito comum a pessoa  possuir um padrão de relacionamento onde o cônjuge é um
fardo e, emocionalmente, mentalmente ou fisicamente inferior. Suportam o fardo de maridos ou
amantes que elas desprezam ou que de alguma maneira representam a fonte de infelicidade que
as aprisiona. Mantém o relacionamento-fardo através de uma série de justificativas. O martírio
auto-imposto é uma manifestação típica de .

Frustração e limitação são sentimentos comuns em experiências afetivas do tipo . Aqui
encontramos a sensação de frustração e limitação onde a pessoa tem de escolher um
companheiro que não ama e até despreza como um impedimento, uma limitação para uma vida
amorosa mais plena e satisfatória, que ela poderia tentar conseguir sem ele.

3- O amor segurança.
A pessoa aqui tem medo de correr o risco de viver uma verdadeira relação de afeto tendo
para isso que abrir mão da relação que mesmo sem amor, sem intensidade, lhe assegura
segurança. Donas de casa, esposas que vendem a alma ou o coração e seus sonhos em troca de
uma casa, um automóvel, uma pensão alimentícia ou por pessoas que jamais as deixarão.

O processo de escolha do cônjuge se dá não pelo amor que se sente por ele ou pela solidez
e confiança que a relação estabelece, mas sim porque não oferece perigo, não tem desafios e
assim não poderá magoá-la, faltar-lhe ou atingir seus sentimentos mais vulneráveis.

Diz Liz Greene sobre isso: “Os deuses irados não reservam nenhuma punição para essas
mulheres que escaparam de pagar o tributo de . A frustração interminável e a solidão de uma
vida sem significado são um pagamento mais que suficiente”.

A primeira coisa que decresce nessas relações é o desejo sexual. São relações que
permutam estabilidade por desejo ou sexualidade e, terminam cheios de compromissos, deveres,
estagnadas e sem sexo. Esse “porto seguro” quando é encontrado precocemente na idade do
indivíduo com esta configuração tem que ser olhado com desconfiança. Casamentos prematuros
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com esta configuração geralmente querem dizer isso. Ocorre uma espécie de atrofia da vida
afetiva ou até congelamento dos sentimentos e isto é até mais grave do que uma vida afetiva cheia
de desencontros e desventuras.

4– O celibato.
A outra modalidade desta configuração é o celibato, ou seja, uma vida afetiva nula onde
rigorosamente nada acontece. Onde não há desencontros e nem encontros. A pessoa esfria por
completo seus sentimentos, obstrui seus desejos e nada se passa. Temos aqui a figura da
“solteirona” por excelência ou alguém que passa anos, décadas sem uma relação.

5- O amor racional.
Pessoas que escolhem suas vidas afetivas, se mantém nelas ou saem delas por um
processo exclusivamente racional não deixando seus verdadeiros sentimentos ou desejos
aflorarem. Podem por exemplo, terminar o relacionamento com uma pessoa mais jovem porque
daqui a vinte anos... São pessoas que se casam com quem lhes convêm. Estão acostumadas a
disciplinarem seus afetos e suas escolhas. Podem desistir de uma relação intensa para que ela
não interfira profissionalmente na vida delas ou que exija um rompimento de um casamento já
estratificado. Pessoas que dizem a si mesmas de quem elas devem ou não gostar, pessoas que
introjetam exaustivamente que devem gostar de quem é certo gostar, de acordo com a idade, com
a altura, com o sexo, com a medida, etc.

6- O amor exigente.
A despeito de tantas oportunidades, são pessoas que permanecem sozinhas porque
ninguém lhes parece suficientemente bom o bastante. Cada vez que um parceiro se apresenta, ele
passa por uma bateria de testes. Suas credenciais são tão rigorosamente examinadas que quase
sempre não passam no exame. Fecham-se diante de qualquer demonstração de interesse do outro
com atitudes críticas e exigentes em relação ao pretendente.

O objetivo deste comportamento é o afastamento e o motivo é manter-se isolado, protegido,


incólume, defendido, sem Ter que se confrontar com suas próprias dificuldades e barreiras. O
excesso de exigência esconde o medo de sua própria imperfeição.

A pessoa projeta no parceiro seus defeitos e imperfeições. Assim, ela se livra de suas falhas
e, quanto mais critica e exige de seus pretendentes ou parceiros, mais se distancia de seus
defeitos, mais os projeta. A busca pelo parceiro altamente qualificado, que supra todas as suas
exigências é o meio que ela julga de se tornar alguém também qualificado. Alguém muito
qualificado que a atendesse, a quisesse, a honrasse seria um sinal de ela seria alguém legal.
Desta forma ela venceria seu sentimento de inadequação pessoal: através de um relacionamento
com alguém especial, qualificado e socialmente aceito.

Temos aqui as pessoas que se sentem atraídas por figuras que representam expoentes
máximos em alguma categoria ou mais de uma: inteligência, beleza, sucesso, cultura, nome,
alguma aptidão especial. São pessoas que se envolvem com outras pessoas mais pelo que elas
representam do que por aquilo que elas realmente são porque sofrem em muitas vezes, de
insegurança social, medo da rejeição social e por isso o forte anseio por uma ascensão e
aprovação social obtida através do afeto. Alguém que esteja socialmente no topo, alguém
legitimado socialmente. Têm aspiração e complexo social, são esnobes e preconceituosas
socialmente. No fundo, têm um complexo de inferioridade social e amor ao status. Elas erotizam o
status.

7- Sinastria.
Na sinastria a pessoa expressa o contato  de forma que o outro não se sente amado e,
não aceita o afeto do outro, não retribui, é fria, não retribui carinho.
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 como significador de prazer.

Uma de suas funções e a de proporcionar prazer, satisfação, capacidade de ser feliz, de auto
beneficiar-se e de produzir um estado agradável para si; auto-remuneração, auto-recompensa. O
contato de  com  faz com que a pessoa tenha uma grande dificuldade de ir ao encontro da
felicidade, de produzir felicidade e bem estar para si. Não existe uma predisposição natural para a
aquisição da felicidade.

A pessoa acaba por adotar alguma das seguintes posturas:

a- Adiamento do prazer e contentamento.

b- Permuta desses prazeres por tarefas árduas, obrigatórias e


desagradáveis.

c- Medo do prazer; ansiedade que antecede situações de bem estar. A pessoa parece temer a
frustração e a negação que sempre sucedem às situações prazerosas. O indivíduo sofre por
acreditar que “querer não é poder” logo, “não quer”. Evitando a dor, o ressentimento e o mal estar
produzido pela negação de um desejo. Há um bloqueio envolvendo toda a questão do desejo e
quando encontram situações em que o desejo está em evidência, não sabem responder a elas
adequadamente (devido às defesas, à vulnerabilidade que o desejo remete). O contato com o
desejo é muito distanciado, oprimido. É difícil trazer esse desejo para si e usufruir da situação
agradável.

d – Com essas configurações ocorrem vagas depressões, estados de mau humor, atitudes de
queixa. É preciso distinguir a depressão da angústia. Depressão é supressão de vida, ausência de
vida. Ocorre quando houve supressão de algo que iria encaminhar o indivíduo para a vida. A
angústia é um sentimento de vida por mais doloroso que seja. É sinal de que a pessoa perdeu
alguma coisa ou alguma coisa para a vida. Quando a pessoa está angustiada, houve um abandono
de uma situação de morte em troca da vida.  refere-se aos desejos e, em princípio, suas
escolhas estão associadas ao desejo.  vai atrás deste desejo.   faz com que a pessoa leve
muito tempo na vida para expressar seus desejos e quando finalmente o faz, aparenta uma euforia
infantil em função da atrofia da função.

e – Postura seletiva e extremamente exigente. A pessoa não gosta de coisa alguma. É crítica,
intolerante, demonstrando que não pode ou não sabe usufruir as coisas. Em situações de lazer,
reclama de tudo. Em situações de trabalho, suportam as maiores dificuldades e aborrecimentos.
Associam prazer com transgressão; assim, têm atitudes previamente defensivas para não se
entregarem ao prazer. Sempre afirmam não Ter tempo ou recursos para fazer o que realmente
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gostam de fazer. Para lidar com isso, a pessoa precisa ampliar as fontes de prazer, gostar de uma
maior variedade de atividades e, além disso, adequar a própria vida aos prazeres (gostar das
coisas que efetivamente pode fazer e que estão ao seu alcance, eliminando o inacessível). Desejar
o impossível é uma forma velada de não se dar prazer: “já que não posso Ter o que quero, não
quero nada”. Cultivar o prazer inacessível é uma garantia de insatisfação e descontentamento.

f- Uma outra possível atitude do indivíduo consiste em não atenuar ou tornar mais confortáveis
e amenas as tarefas diárias. Uma das funções de  é a de tornar a vida mais prazerosa, amenizar
o ato de viver e no entanto, pessoas   vão trabalhar doentes, por exemplo, carregam peso,
prolongam situações de desconforto, não evitam as situações desgastantes, não sabem combinar
conforto, pequenos prazeres com suas atividades profissionais.  tem a ver com o tempo e o
contato com  faz com que o indivíduo tenha um timing inadequado em relação às coisas boas.

 como significador de estética.

Especialmente as mulheres – mais que os homens – com esta configuração, são muito
preocupadas com a questão da estética. Para elas, a beleza estética tem um valor supremo. São
esteticamente muito exigentes e, qualquer imperfeição estética visível nelas, revela a imperfeição
da qual se sentem portadoras.

São esteticamente inseguras. É muito importante que se sintam e que sejam consideradas
belas, admiradas por isso, pois no fundo não se sentem assim. Podem ser verdadeiramente lindas,
mas a sensação de defeito estético persiste porque a questão está associada à imagem que tem
de si próprias (auto-imagem interna). Esperam que através da beleza externa sejam capazes de
superar a insegurança pessoal que sentem em outras áreas. Podem ser extremamente frágeis e
vulneráveis a críticas quanto à aparência. Associam a beleza física com aceitação social.
Imaginam-se feias (síndrome do Patinho Feio).

Há uma outra atitude oposta à anterior: mulheres que evitam parecer bonitas, escondem-se
atrás de roupas que não as favorece porque assim passam desapercebidas. Têm medo, vergonha
ou inibição em relação aos próprios atributos estéticos e à sensorialidade de seus corpos. Para
ocultar os atributos de , essas mulheres negam a própria beleza, não se cuidam, não se tratam,
têm uma má postura, muito peso, cabelos bonitos porém sempre amarrados, disfarçam suas
qualidades por vergonha de explorá-las como aspectos de suas personalidades. Esse padrão é
muito comum em mulheres que vieram de lares repressores.

De qualquer maneira, a atitude das pessoas  em relação à estética e à maneira como se


apresentam costuma ser sóbria, discreta, distinta. Artigos de boa qualidade e toques de extremo
bom gosto e sofisticação muitas vezes são encontrados. Valorizam classe e elegância, abominam
manifestações de vulgaridade ou de excesso de sensualidade na apresentação pessoal.

 como significador do feminino.

 é o significador da atração, sedução, sensualidade e magnetismo no mapa diferente de ,


significador de conquista e agressividade.

Nas pessoas  há uma inibição no trato destas questões. Muitas mulheres com essas
configurações sentem-se inseguras, apreensivas, embaraçadas, desajeitadas e até mesmo
incapazes de atrair e seduzir. Algo bloqueia o canal por onde passa o fluxo de magnetismo. 
normalmente opera como uma aura, uma esfera ou halo magnético em torno da personalidade.
Pessoas muito venusianas são extremamente magnéticas ( /): elas atraem, seduzem o
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outro. Pessoas  têm este magnetismo bloqueado e o poder de atração é reduzido gerando
insegurança. Não se sentem atraentes, não acreditam que o interesse que eventualmente
despertam no outro é genuíno. Surpreendem-se inclusive, diante de demonstrações de pessoas
atraídas por elas.

Como a sensualidade está obstruída, a postura externa e os gestos não são sensuais.
Escondem a sensualidade feminina. Por insegurança podem projetar aspectos mais masculinos da
personalidade. Podem, por exemplo, no momento da sedução, projetar inteligência, firmeza,
competência no trabalho, força, etc, ao invés dos atributos venusianos femininos. Como não
confiam em , agem conforme .

O homem com  será muito inseguro na conquista amorosa: ou esconde o lado viril,
masculino e utiliza os recursos femininos da personalidade (doçura, meiguice, companheirismo)
ou, atua no sentido de obter sucesso profissional para poder se apresentar como vitorioso na
conquista amorosa. Muitas vezes, homens com  são excessivamente conquistadores e
sedutores como compensação par a deficiência na capacidade de auto-afirmação.

A mulher com  normalmente apresenta um certo desprezo pelas questões femininas.


Podem encarar o feminino como uma questão menor, projetando o masculino. Com as questões
femininas mal trabalhadas e o feminino suprimido, se utiliza do lado masculino.

Aspectos entre  podem compor uma personalidade histérica (no sentido freudiano do
termo). A mulher não tem confiança no aspecto feminino da personalidade dela: não tem acesso
aos recursos do feminino. São mulheres que se espelham em outras mulheres, imitam o feminino,
ficam só no jogo da sedução e não o realizam.

 como significador as sedução.

 é sedução, não é conquista. O homem  geralmente não seduz, fica defendido e as


mulheres é que têm que seduzi-lo. De qualquer forma a sedução é lenta, disfarçada, sóbria, tensa,
com o mínimo de exposição possível. Não sabem como conduzir a situação de sedução pois o
contato que têm nesta área é mediado por  portanto, com dúvidas e incertezas. Não há
espontaneidade. O pretendente é afastado por excesso de defesas e inibições. Exigem garantias,
certezas, durabilidade antes mesmo da história Ter começado. Não sabem valorizar a sedução
pela sedução, a corte pela corte. Tudo é sério e deve ser encaminhado para um desfecho sério.

: a questão material.

Temos aqui vinculados de forma definitiva, o binômio esforço/ganho. O indivíduo não


consegue imaginar o ganho, os benefícios, a remuneração, sem o esforço. Como têm o sentimento
básico da escassez, da falta de abundância, contam pouco com a prosperidade, a não ser através
de uma quantidade considerável de esforço. É assim que as coisas se dão na vida material da
pessoa. Há um esforço sobre-humano para aquisições, para atingir a prosperidade, o bem estar e
todas as boas coisas que o dinheiro pode comprar. Dessa forma é que se relacionam com os
valores materiais e é assim que a vida delas costuma ser. A pessoa está sempre fazendo esforços
do tipo “levanta-peso” para conseguir as suas realizações materiais.

Este padrão costuma ter vários desdobramentos:

a - A pessoa escolhe, seleciona o caminho mais difícil para conseguir o que deseja, pois não
acredita que possa ser beneficiado sem muito esforço. Ela paga caro por tudo o que adquire.
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b- O indivíduo tem um profundo medo da escassez material e então guarda, poupa, se esforça
para manter as reservas e adquirir bens duráveis e seguros (imóveis, poupança, automóvel).
Essas pessoas costumam ter grandes desejos de progresso material, de adquirir coisas boas
e de valor.  está associado a escalar e temos então a idéia do esforço, o galgar, subir em direção
à meta. A pessoa está sempre se esforçando para subir um degrau a mais num processo de
compensação para a insegurança e inferioridade pessoais. Geralmente são materialmente
vitoriosos.

Algumas atitudes positivas que podem ser tomadas com relação a questão material:

a – Desenvolver um sentimento interno de abundância; o sentimento de escassez prejudica toda a


caminhada do indivíduo.

b - Desvincular a idéia de recompensa com a de esforço. A mente só trabalha com as


informações que possui. Assim, pode-se encontrar na vida prática os meios de obter recompensas
através de esforços justos e proporcionais.

c - Fazer compras a crédito. A saída dos recursos é parcelada e preestabelecida portanto,


sintonizada com o simbolismo dos aspectos: o dinheiro demora para chegar, vem devagar e desta
forma, evitando comprar a vista, a saída e entrada de recursos ocorrem sincronizadamente.

: em mapas masculinos.

De uma forma geral, enfrentam os mesmos problemas que as mulheres: dificuldade com o
prazer, adiamento das situações de prazer, dificuldade de receber e expressar afeto, dificuldade
com as emoções.

Nas questões materiais, dificuldade com o sentido de abundância, de fartura.  e lua


referem-se ao feminino no plano interno e externo. Os homens  têm uma atitude desconfiada
em relação à mulher. Vê a mulher sob a ótica defensiva, com restrições, protegendo-se dela. Isso
porque não confia na sua porção feminina interna. Está sempre em guarda, submetendo a mulher
a todo tipo de teste, controlando a aproximação dela. O homem com  considera a mulher muito
poderosa. Esta configuração gera a sensação de que a mulher é um fator de vulnerabilidade do
homem, que acredita precisar estar sempre se defendendo.

O homem com aspecto  acredita que a atração, sedução, beleza, charme, harmonia e
afeto da mulher em relação a ele são fatores capazes de desestabiliza-lo, algo perigoso e
assustador. Ele atribui poderes, competência e eficácia às mulheres que elas não têm
necessariamente. O homem pode pensar: se eu sair da vida dela, ela vai ficar muito bem sem mim.
Ele projeta esta força e solidez nas mulheres e acaba por se defender do que considera poderoso
e controlador nelas. Ele pensa que se não estiver o tempo todo no controle da situação afetiva, a
mulher irá usurpar esse poder dele. Devido a isso, o homem mantém a mulher a uma distância
confortável, sob controle.

O feminino é desvalorizado em função da própria insegurança. Faz críticas, chama a atenção


dela, sabota a mulher profissionalmente, desestabiliza emocionalmente a parceira, etc. O feminino
é inferiorizado. O homem, imaginando-se poderoso, ataca para se defender, tenta tornar a mulher
insegura pois acredita que se ela desabrochar totalmente em todo seu potencial, irá controlá-lo.

O homem com contatos  costuma atrair mulheres inseguras, mulheres com os mesmos
aspectos  ou com a  ,  ou  em  ou  no  ou na casa 7 – alguém receptivo ao
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rebaixamento (nunca uma mulher com 12 planetas em leão, por exemplo), alguém que se submeta
à opressão da segurança. Atrai mulheres ambiciosas que buscam a realização com status ou
mobilidade no mundo social. Isto lhe atrai e lhe traz insegurança porque sente-se ameaçado e
inseguro.

 em mapas masculinos atua na esfera emocional. O homem que tem  em boas


condições e aspecto  pode ser extremamente afetivo, mas pouco sujeito à insegurança ou
medo. A  não nos fala tanto do afeto, mas das emoções. Com aspectos entre a  e  a pessoa
não deixa a peteca cair, é trancada emocionalmente, não demonstra nada, é inatingível, é frio e
forte emocionalmente.

O homem  pode extrair deste aspecto a imagem da mãe. Com certeza a mãe é uma
pessoa poderosa, eficiente, que se arruma sozinha, produtiva, econômica nas manifestações
afetivas. Alguém que nunca pede ajuda às pessoas, auto-suficiente e prática. Essa imagem
materna será o modelo do feminino.

O amor que a mulher desperta no homem  vem da posição dela, do status, do nome. Ele
não está interessado no dinheiro dela, mas nas condições que a cercam como o nome, por
exemplo, desperta-o afetivamente.

: a vivência do rompimento.

Dão continuidade na relação por valorizarem a segurança, mesmo quando o afeto acaba. A
afetividade está associada ao sentimento de proteção e a segurança que as relações estáveis dão;
quando separadas, elas se sentem sem âncora, sem as referências que os limites lhes oferecem.

A culpa é sempre muito presente nas separações das pessoas com esses aspectos. A
experiência da separação é considerada como um fracasso.

: o que ganha  aspectando  ?

 é considerado um planeta benéfico. Onde quer que o planeta esteja no mapa, bem como
os aspectos que recebe, são fatores de facilidade. Ela ameniza, suaviza e beneficia as áreas com
as quais entra em contato e/ou os planetas que toca.

 é considerado o “grande maléfico”. É um planeta mais pesado. O planeta mais rápido


sempre passa algo para o mais lento então:
a) tudo o que a pessoa faz direito, é premiada. Tem sorte com a realização das coisas;
b) a pessoa tem prazer na espera, na preparação. A pessoa, muitas vezes, aprecia mais os
preparativos do que o fato em si.  contribui para as coisas que vem com o tempo ().
c) Resultados () dão prazer () à pessoa. Gosta de ver as coisas concluídas, mesmo que
tenha se extenuado com o trabalho.
d) Valorização das coisas do passado. O que tem mais de 100 anos, o que é sólido, o que tem
tradição, a pessoa vê beleza nisso. Costumam ser muito pacientes e dispensar muita atenção
para com os idosos, por exemplo, porque esta configuração desperta um prazer estético e
sensual no ato de perceber o tempo e seus ciclos perfeitos.
e) Bom gosto. As pessoas descobrem o charme que as coisas mais refinadas têm. Há um
enorme prazer em descobrir uma obra de arte pouco divulgada. Costumam ficar muito mais
charmosas e interessantes à medida que amadurecem. Não têm medo que o tempo passe,
pois valorizam tudo o que ele traz.
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f) Sentimento de culpa. Essas pessoas quando ascendem socialmente (quando de origem
humilde), desfrutam com culpa das condições materiais privilegiadas em comparação àquelas
das quais provém. Mesmo tendo conseguido com o próprio esforço e mérito, sentem-se assim;
parece uma traição às origens.

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