Dominando A Grande Tábua

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1

Volume II da série
Dominando a Magia Enochiana
Dominando a Grande Tábua
Scott Michael Stenwick

Primeira edição Copyright 2013


SmashWords Edition 2014
Por Pendraig Publishing
Todos os direitos reservados

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sistema de recuperação ou transmitida em qualquer forma ou meio,
eletrônico, mecânico, fotocópia, gravação ou outro, sem a permissão prévia
por escrito do detentor dos direitos autorais, exceto breve citação em uma
revisão.

Design da capa e imagens internas, layout de composição 8c por: jo-


AnnByers-Mierzwicki

Pendraig Publishing Los Angeles, CA 91040


www.PendraigPublishing.com ISBN: 978-1-936922-67-3

2
Para Michele Rockne, Thomas Brenden, Keith Strickland, Whitney
Holiday e Maurine Stenwick, todos os quais se juntaram a mim nos trabalhos
da Grande Tábua que levaram à escrita deste livro. Que todos vocês realizem
a Grande Obra e alcancem o Summum Bonum, a Verdadeira Sabedoria e a
Felicidade Perfeita!
Agradeço mais uma vez a Joseph H. Peterson por sua maravilhosa obra
de arte Enochiana, usada aqui com sua permissão.

*~*~*~*~*

3
Sumário
Sumário ......................................................................................................................................... 4
Capítulo 1 ...................................................................................................................................... 7
Capítulo 2 .................................................................................................................................... 10
Capítulo 3 .................................................................................................................................... 27
O Anel Enochiano: ....................................................................................................................... 27
O Lamen: ..................................................................................................................................... 28
O Robe: ........................................................................................................................................ 28
A Mesa Santa:.............................................................................................................................. 28
O Sigillum Dei Aemeth: ............................................................................................................... 29
Os Insígnias da Criação: ............................................................................................................... 31
A Shewstone:............................................................................................................................... 34
A Toalha de Mesa: ....................................................................................................................... 34
O Tapete: ..................................................................................................................................... 34
O Livro: ........................................................................................................................................ 34
Os Estandartes: ........................................................................................................................... 35
Circunvoluções e Talismãs: ......................................................................................................... 38
A Grande Tábua:.......................................................................................................................... 39
Capítulo 4 .................................................................................................................................... 42
Capítulo 5 .................................................................................................................................... 46
A Oração de Enoch ...................................................................................................................... 46
Formas Cerimoniais ..................................................................................................................... 48
Capítulo 6 .................................................................................................................................... 51
A Obediência Fundamental ......................................................................................................... 52
A Obediência Fundamental Revisada.......................................................................................... 54
Capítulo 7 .................................................................................................................................... 57
As Folhas de Liber Loagaeth ........................................................................................................ 63
Capítulo 8 .................................................................................................................................... 65
As Chaves de Abertura ................................................................................................................ 65
A PRIMEIRA CHAVE ANGELICAL .................................................................................................. 67
A SEGUNDA CHAVE ANGELICAL .................................................................................................. 68
As Chaves da Torre de Vigia ........................................................................................................ 69
A TERCEIRA CHAVE ANGELICAL ................................................................................................... 71
A QUARTA CHAVE ANGELICAL .................................................................................................... 73
A QUINTA CHAVE ANGELICAL ..................................................................................................... 74

4
A SEXTA CHAVE ANGELICAL ........................................................................................................ 75
A SÉTIMA CHAVE ANGELICAL ...................................................................................................... 76
A OITAVA CHAVE ANGELICAL ...................................................................................................... 77
A NONA CHAVE ANGELICAL ........................................................................................................ 78
A DÉCIMA CHAVE ANGELICAL ..................................................................................................... 79
A DÉCIMA PRIMEIRA CHAVE ANGELICAL .................................................................................... 80
A DÉCIMA SEGUNDA CHAVE ANGELICAL .................................................................................... 81
A DÉCIMA TERCEIRA CHAVE ANGELICAL ..................................................................................... 82
A DÉCIMA QUARTA CHAVE ANGELICAL ...................................................................................... 84
A DÉCIMA QUINTA CHAVE ANGELICAL ....................................................................................... 85
A DÉCIMA SEXTA CHAVE ANGELICAL .......................................................................................... 86
A DÉCIMA SÉTIMA CHAVE ANGELICAL ........................................................................................ 87
A DÉCIMA OITAVA CHAVE ANGELICAL ........................................................................................ 88
Capítulo 9 .................................................................................................................................... 89
Dias e Horas Planetárias: ............................................................................................................. 89
Fases da lua: ................................................................................................................................ 91
Incenso: ....................................................................................................................................... 91
O Grande Ritual do Pentagrama ................................................................................................. 92
A Abertura das Torres de Vigia Revisada .................................................................................... 97
Invocações da Grande Tábua .................................................................................................... 105
Capítulo 10 ................................................................................................................................ 106
MANIFESTAÇÕES FÍSICAS .......................................................................................................... 110
Capítulo 11 ................................................................................................................................ 111
Capítulo 12 ................................................................................................................................ 139
Os Reis ....................................................................................................................................... 139
Os Sêniores ................................................................................................................................ 140
Capítulo 13 ................................................................................................................................ 142
Os Anjos das Substâncias Naturais............................................................................................ 142
Os Anjos do Transporte ............................................................................................................. 143
Os Anjos das Artes Mecânicas................................................................................................... 145
Os Anjos da Descoberta de Segredos........................................................................................ 146
Capítulo 14 ................................................................................................................................ 147
Os Anjos da Medicina ................................................................................................................ 147
Os Anjos do Ouro e Pedras Preciosas........................................................................................ 148
Os Anjos da Transformação ...................................................................................................... 150
Os Anjos das Criaturas Vivas e os Elementos ............................................................................ 151

5
Capítulo 15 ................................................................................................................................ 153
Os Cacodaemons da Medicina .................................................................................................. 154
Os Cacodaemons do Ouro e Pedras Preciosas .......................................................................... 155
Os Cacodaemons da Transformação ......................................................................................... 156
Os Cacodaemons das Criaturas Vivas e os Elementos .............................................................. 158
Capítulo 16 ................................................................................................................................ 160
Capítulo 17 ................................................................................................................................ 165
Capítulo 18 ................................................................................................................................ 168
Apêndice A ................................................................................................................................ 170
O Ritual Menor do Pentagrama ................................................................................................ 170
O Ritual Menor do Hexagrama.................................................................................................. 173
O Rubi Estrela e o Safira Estrela ................................................................................................ 176
Ritual do Pentagrama AOEVEAE (‘Estrelas’).............................................................................. 177
Ritual do Hexagrama MADRIAX (‘Ó Céus’) ................................................................................ 181
NAZ OLPIRT (‘Pilares de Luz’) .................................................................................................... 187
Exercício de Trabalho Energético .............................................................................................. 187
Apêndice B ................................................................................................................................ 190
Comselh Ananael....................................................................................................................... 190
Grande Ritual de Evocação da Tábua ........................................................................................ 190
Bibliografia ................................................................................................................................ 197
Notas Finais ............................................................................................................................... 199
Sobre o Autor ............................................................................................................................ 201

6
Capítulo 1
Introdução

O primeiro livro desta série, Dominando a Heptarchia Mystica,


explorou uma parte do material Enochiano, do século XVI, recebido pelo Dr.
John Dee e Edward Kelley, que os magistas modernos ignoraram em grande
parte, a Heptarchia Mystica. Este livro, por outro lado, explora uma parte do
mesmo material que inspirou vários grupos mágicos modernos, incluindo as
várias ordens da Golden Dawn, A.'. A.'. De Aleister Crowley e a Aurum
Solis. Ao passo que apresentar um sistema funcional para conjurar anjos da
Heptarchia exigia alguma elaboração nos textos originais, fazer o mesmo
com os anjos da Grande Tábua apresenta o problema oposto. Cada grupo
moderno que trabalhou com esse aspecto do sistema Enochiano criou sua
própria versão ou dialeto, incluindo elementos e conceitos não encontrados
no material de origem e, em alguns casos, contradizendo diretamente o texto
original. Como no volume anterior, o objetivo deste livro é apresentar um
sistema que inclui todas as peças funcionais do sistema original adequado
para estilos de trabalho modernos e salomônicos.
De modo geral, você obterá o máximo deste livro se já tiver lido
Dominando a Heptarchia Mystica. Nesse livro, abordo uma breve história do
sistema Enochiano, forneço explicações mais detalhadas das várias peças de
mobília do templo e abordo o uso dos rituais de abertura de pentagrama e
hexagrama para criar os vários campos mágicos que descobri para facilitar a
eficácia da magia prática. Por conveniência, incluí os scripts para os rituais
tradicionais de pentagramas e hexagramas junto com meu próprio
AOEVEAE. Os Rituais Enochianos MADRIAX e NAZ OLPIRT se
encontram no Apêndice A. No entanto, não reproduzi as exposições desses
rituais aqui, pois podem ser encontrados no volume anterior. Da mesma
forma, embora eu tenha incluído as imagens de Joseph Peterson do
equipamento do templo explicadas em Dominando a Heptarchia Mystica,
não incluí as imagens maiores destinadas a fotocópias que você encontrará
em meu primeiro livro. Além disso, o volume anterior inclui muitos dos
meus conselhos para os magistas iniciantes, pois presumi que qualquer
pessoa nova na magia e interessada em explorar o sistema Enochiano
começaria no início da série.

7
A magia da Tradição Esotérica Ocidental pode ser aproximadamente
dividida em duas classes básicas, geralmente referidas como teurgia e
taumaturgia. O termo teurgia alude às práticas Mysticas da arte, nas quais o
mago invoca a forma de uma divindade particular a fim de expandir sua
consciência e, eventualmente, experimentar a união com a fonte de todo ser.
A taumaturgia, por outro lado, alude à aplicação prática do poder espiritual
com o objetivo de influenciar o mundo material por meio da direção das
forças naturais. A tensão às vezes surge entre os defensores dessas duas
abordagens. Frequentemente, afirma-se erroneamente que essas perspectivas
entram em conflito umas com as outras, uma crença que está enraizada na
ilusão dualística de matéria e espírito como opostos. Embora a magia como
tal só seja praticada por uma pequena minoria no mundo ocidental, este
condicionamento dualístico é profundo e se manifesta na religião, política e
até mesmo no fundamento científico. A fim de permitir que a consciência
realizada floresça, esta visão de mundo deve ser transcendida,
independentemente da abordagem inicial de alguém para o caminho mágico.
Para facilitar esta realização não dual, uma prática mágica abrangente
deve incluir elementos de ambas as classes. Um foco exclusivo na
taumaturgia pode levar a uma perspectiva como a encontrada em sistemas
práticos sincréticos como Hoodoo, onde técnicas eficazes dependem
amplamente de métodos e materiais que pouco têm a ver com o
desenvolvimento espiritual do praticante. Por outro lado, um foco puro na
teurgia é igualmente problemático porque, na melhor das hipóteses, pode
levar o mago a uma perspectiva que descarta as preocupações materiais
como irrelevantes e, na pior das hipóteses, pode fomentar sérios delírios de
realização exaltada que não estão fundamentados em nada além da
imaginação do praticante - e de fato, por muito tempo a última condição foi
considerada um dos perigos de se trabalhar com a magia Enochiana. Embora
informações confiáveis sobre este assunto possam ser difíceis de rastrear,
muitos rumores têm circulado a respeito dos praticantes informados sobre
seus próprios destinos únicos e cosmicamente significativos enquanto se
comunicam com os anjos Enochianos. Alguns desses indivíduos passaram a
publicar essas “revelações”, apenas para descobrir que estas eram levadas
muito menos a sério por outras pessoas. Uma vez que não acredito que o
sistema Enochiano seja inerentemente mais perigoso do que outras formas
de magia ritual, suspeito que esta tendência tem muito a ver com como o
sistema é geralmente abordado. Em minha experiência, a maioria dos magos
Enochianos nunca usa o sistema para nada prático ou material, mas direciona
seus esforços para alcançar algum tipo de diálogo significativo com os anjos.

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É por essa razão que escolhi concentrar minha série Enochiana nas
aplicações práticas do sistema. Não tenho nenhum problema com a
abordagem teúrgica do sistema Enochiano, ou operações empreendidas com
o objetivo de estabelecer uma comunicação Enochiana. No entanto, muitos
livros Enochianos publicados abordam o sistema como se tudo o que você
devesse fazer com ele fosse vidência e / ou meditar. Esta metodologia é
extremamente limitante, especialmente quando aplicada a um sistema tão
profundo e poderoso como a magia Enochiana. Embora o objetivo final da
magia seja sempre a iluminação espiritual, não há conflito real entre a
matéria e o espírito que exista em qualquer lugar fora de nossa própria
programação cultural subjetiva. Melhores circunstâncias de vida tornam uma
prática mágica contínua mais fácil de cultivar, e é uma prática mágica
contínua que leva a uma realização espiritual elevada.
Na verdade, a teurgia e a taumaturgia se alimentam uma da outra. Uma
realização maior deve permitir que você crie mudanças de probabilidade
mais fortes com seus rituais e, se não permitir, você pode revisar sua opinião
sobre o quão grande é realmente sua realização. As pessoas nascem com
diferentes níveis de talento mágico, é claro, então isso não significa
necessariamente que um feiticeiro mais poderoso sempre será um ser mais
realizado. No entanto, no contexto do seu próprio trabalho, o princípio deve
ser válido. À medida que você progride espiritualmente, os resultados
materiais que você pode criar com seus rituais devem se tornar mais
confiáveis e impressionantes. Da mesma forma, sucessos mágicos
mensuráveis devem fortalecer sua determinação e sua identificação com o
divino, além de facilitar condições de vida favoráveis para suas práticas
teúrgicas.
Com isso em mente, convido você a explorar a Grande Tábua e seus
anjos. Eles trazem para o sistema Enochiano, que começou com a Heptarchia
Mystica, um novo conjunto de poderes e propriedades para você usar em sua
busca pela Grande Obra, o Summum Bonum, a Verdadeira Sabedoria e a
Felicidade Perfeita.
Scott Michael Stenwick
Minneapolis, MN

*~*~*~*~*

9
Capítulo 2
A Grande Tábua

A forma inicial da Grande Tábua foi recebida por John Dee e Edward
Kelley em 25 de junho de 1584. Foi precedida pelas Folhas do Liber
Loagaeth e as Chaves angelicais, que por sua vez seguiram o material
Heptarchal. Seguiu-se a ordem das Chaves e atribuições dos Trinta Aethyrs,
embora as partes da Terra que os Aethyrs representam sejam tiradas de uma
rede de sigilos traçados sobre a própria Grande Tábua. Além disso, a Chave
angelical que os abre foi recebida junto com as outras Chaves. Como tal, os
Aethyrs parecem mais intimamente relacionados à Grande Tábua do que os
Reis e Príncipes da Heptarchia Mystica, que seguem seu próprio esquema
separado.

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Fig. 1: A Tábua Croata (1587 Tabula Recensa, Português)
Como a maioria dos livros e tabelas recebidos por Dee e Kelley, a
Grande Tábua consiste em uma grande grade de letras. Ela tem quatro
quadrantes, cada um formado por 12 x 13 quadrados, e a “cruz negra”, duas
fileiras perpendiculares que unem os quatro quadrantes em uma única grade
grande de 25 x 27. Dee relacionou os quadrantes às quatro direções cardeais
e referiu-se a eles como os Quatro Castelos ou Torres de Vigia. O último
termo é mais comum entre os magos modernos, pois era a terminologia
preferida no sistema Enochiano da Golden Dawn que a maioria dos grupos
modernos utiliza.
Existem várias versões da Grande Tábua, e decidir com qual trabalhar
é a primeira pergunta que qualquer mago que deseja explorar esta área do
sistema Enochiano, deve responder. O próprio Dee recebeu duas versões, a
original e uma revisão posterior “reformada por Rafael” em 1587. Esta
versão posterior é referida pelos magistas Enochianos como Tabula Recensa,

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ou “Tábua Reformada”, e é a versão com a qual trabalho principalmente.
Alguns magistas que preferem a versão inicial, apontam que a revisão de
1587 foi obtida por Kelley observando Raphael por conta própria e, portanto,
deve ser considerada com mais ceticismo do que a versão anterior obtida na
presença de Dee. No entanto, de acordo com os diários espirituais, Dee
imediatamente aceitou a tábua revisada e, além disso, muitas das suspeitas
em relação a Kelley sugeridas pelos primeiros biógrafos de Dee foram
questionadas por estudos mais recentes.
Uma terceira versão da Grande Tábua foi desenvolvida no final do
século XIX como parte do currículo da Ordem Hermética da Golden Dawn
original. Esta tabela é amplamente utilizada, mas infelizmente apresenta
problemas significativos. A primeira e mais óbvia delas é que a Tábua da
Golden Dawn geralmente é renderizada com várias letras por quadrado em
muitos lugares. Em vez de aceitar a Tabula Recensa ou mesmo usar a versão
final das letras de Dee, o sistema da Golden Dawn não se arrisca e inclui
todas as letras nomeadas pelos anjos para cada quadrado, embora seja claro
nos diários que algumas delas eram simplesmente erros que surgiram durante
o processo de vidência. Considerando outras obras do período, como os Três
Livros de Filosofia Oculta de Agripa, é claro que nenhuma outra fonte
apresenta uma grade de letras como a Grande Tábua em qualquer
configuração diferente daquela de uma única letra desenhada por quadrado.
Uma quarta versão da Grande Tábua foi proposta pelo autor e ocultista
moderno Donald Tyson em Tetragrammaton, publicado em 2003, e reiterado
em Enochian Magic for Beginners, publicado em 2008, ambos por
Llewellyn. Tyson chega a descrever sua revisão como a “Grande Tábua de
Tyson”, embora seja relativamente fácil derivar dos documentos originais e
exiba pouca inventividade de sua parte. A revisão de Tyson consiste
essencialmente na Tabula Recensa com os quadrantes superior direito e
inferior esquerdo trocados em relação ao diagrama de Dee (citado de Tyson).
Isso, por sua vez, permite que a tábua esteja em conformidade com um
segundo diagrama encontrado no documento 3191 da coleção Sloane do
Museu Britânico dos diários de Dee que mostra os estandartes com os doze
nomes de Deus organizados por direção (citado de James). Inicialmente,
pensei que Tyson poderia estar no caminho certo e trabalhei com seu arranjo
por cerca de um ano. No entanto, acabei concluindo que não funcionou tão
bem quanto a Recensa.
Como mencionei em meu livro anterior, sou um forte defensor de rituais
mágicos de teste de probabilidade - isto é, realizar várias versões do mesmo

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ritual contra probabilidades conhecidas para ver qual delas produz, em
média, a maior mudança de probabilidade. Quando eu estava tentando
descobrir qual versão da Tábua usar, este é o método que escolhi empregar.
Peguei uma probabilidade conhecida, lancei contra ela e registrei os
resultados em uma amostra de rituais razoavelmente grande. Os resultados
foram que a Tabula Recensa produziu as maiores mudanças de
probabilidade, seguida em ordem pela revisão da Golden Dawn, o arranjo
inicial de Dee e, finalmente, a “Tábua de Tyson”. Na verdade, fiquei bastante
surpreso ao ver a versão de Tyson se sair tão mal, já que, além dos dois
quadrantes transpostos, as letras nela são as mesmas da Tabula Recensa, e
até hoje não tenho certeza de por que não teve um desempenho melhor. Eu
também fiquei surpreso que a versão Golden Dawn funcionou tão bem, já
que é muito diferente de ambas as versões de Dee. Isso me sugere que alguma
experimentação prática real entrou em sua construção, em vez do projeto ser
meramente o resultado de especulação metafísica sincrética.

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Fig. 2: Tabula Recensa com letras em Enochiano. Observe a ausência de
estruturas, como pirâmides truncadas, que são específicas do sistema
Enochiano da Golden Dawn.
Quando transpostas do português para as letras angelicais, as letras
latinas maiúsculas e minúsculas não são representadas de forma alguma. A
versão em português da Grande Tábua é mais um documento de referência
do que um sigilo mágico, e quando Dee a elaborou, ele escolheu usar letras
maiúsculas para escrever a primeira letra de cada um dos nomes das 91 partes
da Terra. Esses nomes representam as várias regiões do mundo físico
conforme entendidas pelos espíritos do sistema Enochiano. Esses nomes
podem ser extraídos da Grande Tábua por meio de uma grade complexa de
sigilos, cada um dos quais começa com uma das letras maiúsculas que
aparecem na transliteração em português. Esses nomes não estão
relacionados aos espíritos dos quadrantes e subquadrantes cobertos neste
livro, mas são extremamente importantes quando se trabalha com a magia
dos Aires ou Aethyrs que será tratada no terceiro livro desta série,
Dominando os Trinta Aethyrs.
A estrutura da Grande Tábua é baseada nos quatro elementos e, por
extensão, nos quatro mundos cabalísticos. Os quatro elementos datam dos
antigos gregos, e as doutrinas associadas a eles foram mais elaboradas ao
longo dos séculos. Sabe-se que os estudantes de física moderna ridicularizam
os gregos antigos por acreditarem em apenas quatro elementos, quando na
verdade mais de cem já foram descobertos, mas essa atitude é baseada
principalmente na confusão semântica. Os quatro elementos dos antigos não
são mapeados na lista de elementos que inclui substâncias como hidrogênio,
nitrogênio e oxigênio, mas sim os quatro estados nos quais a matéria é
geralmente encontrada - sólido, líquido, gás e plasma.
Aos quatro elementos originais, o sistema mágico da Golden Dawn
adicionou dois outros, chamados de Espírito Ativo e Passivo. Estes mapeiam
bem os dois estados fundamentais da matéria no universo, matéria e energia,
e se os representarmos dessa forma, ficará claro como os outros quatro são
gerados. A matéria completamente desprovida de energia - isto é, a zero grau
Kelvin - assume uma forma que os físicos descrevem como condensado de
Bose-Einstein, e pesquisas recentes mostram que essa condição representa
um estado discreto separado daquele de um sólido. Um sólido é a próxima
etapa na ordem de densidade, na qual energia suficiente foi aplicada a um
condensado de Bose-Einstein para cruzar a barreira de transição energética
e alterar seu estado. A próxima dessas transições é de um sólido para um

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líquido, depois de um líquido para um gás e, finalmente, de um gás para um
plasma. A energia aplicada pode ser representada como Espírito Ativo e a
matéria que a recebe pode ser representada como Espírito Passivo. Às vezes,
simplesmente me refiro a esses “elementos” em termos científicos como
Energia e Matéria, embora, para consistência com a tradição mágica, eu
retenha as designações de Espírito Ativo e Passivo.
Um ponto muito importante a ter em mente com este esquema é que o
elemento esotérico correspondente a uma substância é baseado em seu
estado, com o material do qual é composto tratado como amplamente
irrelevante neste contexto. A lava é formada por pedra, mas enquanto está na
forma líquida seu elemento esotérico é a água. Da mesma forma, a substância
a que nos referimos coloquialmente como água pode ser encontrada na
natureza como um sólido, um líquido e um gás. A forma sólida corresponde
ao elemento esotérico da Terra, a forma líquida ao da Água e a forma gasosa
ao do Ar, embora todos tenham a mesma estrutura molecular. Essas
distinções podem ser importantes no planejamento de rituais mágicos. Por
exemplo, um ritual para governar o comportamento de nuvens ou neblina
deve funcionar com Ar ao invés de Água para efeito máximo, e um feitiço
para conjurar chuva pode se concentrar na transição do Ar para a Água ao
invés de simplesmente tentar fazer a Água se manifestar.
Na Cabala Hermética, acredita-se que o universo seja dividido em
quatro “mundos” ou níveis de realidade distintos que correspondem aos
quatro elementos. O mais alto deles é o mundo arquetípico, chamado
Atziluth em hebraico. Este é o mundo das formas ideais de Platão, em que
os objetos existem apenas como abstrações generalizadas. O próximo é o
Mundo Criativo, chamado Briah. Este é o mundo em que o processo de
criação de um objeto particular começa. O próximo é o mundo formativo,
chamado Yetzirah. Este é o mundo em que se desenrola o processo de
formação do objeto inicialmente conceituado em Briah. Por fim, o quarto é
o mundo material, denominado Assiah, no qual o objeto assume
características físicas.
Esse processo de manifestação é, na verdade, bastante semelhante à
instanciação de objetos encontrados em meu próprio campo profissional de
programação de computador orientada a objetos. O nível de Atziluth
representa o código correspondente a uma classe ou objeto específico; o
nível de Briah, chamado de método que cria uma nova instância do objeto;
o nível de Yetzirah, a alocação de memória e assim por diante que torna o
novo objeto utilizável pelo programa; e, finalmente, o nível de Assiah

15
corresponde ao chamado de método ou referências de propriedade na nova
instância emitida pelo programa. Às vezes me pergunto se os criadores da
metodologia de programação de computador orientada a objetos sabiam
alguma coisa sobre a Cabala Hermética ou se o padrão simplesmente se
conformava com a lógica básica e parecia óbvio na época.
De uma perspectiva microcósmica, cada um desses mundos também
representa um aspecto particular do corpo físico e sutil do mago. Atziluth é
o reino da Yechidah, ou Ser, e da Chiah, ou Força Vital. Briah é o reino de
Neschamah, ou Intuição, Yetzirah, o de Ruach, ou Intelecto, e Assiah é o
reino de Nephesch, ou Alma Animal. Esta associação com Assiah, o mundo
físico e as descobertas da neurociência moderna sugerem que o Nephesch é
menos uma “alma” no sentido usual da palavra, mas sim um termo simbólico
para aqueles aspectos do mundo físico que dão origem a percepções,
humores e sensações. Por exemplo, isso sugere que, para curar um distúrbio
do pensamento enraizado em um desequilíbrio químico no cérebro, o mago
deve ter como alvo o Nephesch em vez do Ruach, embora os sintomas do
distúrbio possam permear o que parece ser o intelecto.
Os quatro elementos são geralmente atribuídos aos quatro mundos
seguindo um padrão baseado no Tetragrammaton, YHVH. Yod está
relacionado ao Fogo, Heh à Água, Vav ao Ar e o Heh final à Terra. Portanto,
o arranjo tradicional é assim:
Atziluth - Fogo
Briah - Água
Yetzirah - Ar
Assiah – Terra
Anos atrás, meu grupo de trabalho mágico empreendeu uma série de
operações elementares nas quais invocamos os elementos em ordem. A Terra
correu suavemente, assim como o Ar. No entanto, a transição para a Água
foi muito difícil. A maioria das pessoas no grupo desenvolveu vários
problemas em suas vidas naquele ponto, e tivemos que suspender a série até
que esses problemas pudessem ser resolvidos. Aparentemente, esse
problema não é incomum. Frater W.I.T. publicou um relato de uma
experiência semelhante em seu Iniciação Enochiana e histórias como a dele
são comuns em grupos mágicos que são estruturados de modo a conduzir os
iniciados através dos elementos nesta ordem. Finalmente terminamos nossa
série de invocações, mas nos perguntamos se haveria uma maneira de
trabalhar os elementos com menos dificuldade.

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Existem aqueles magistas por aí que afirmam que dificuldades e
problemas são sinais de que o processo mágico está funcionando, mas eu não
sou um deles. Quando vejo problemas surgindo no contexto de meu trabalho
mágico, presumo que devo estar fazendo algo errado e, na verdade,
geralmente sou capaz de corrigir qualquer que seja o problema contemplando
e pensando cuidadosamente em meus métodos. Quando decidimos fazer uma
segunda série nas mesmas linhas, fizemos algumas pesquisas e fizemos uma
mudança essencial em nossa metodologia. Nós encontramos um grupo
alquímico europeu chamado de Filósofos da Natureza, cujo modelo dos
mundos cabalísticos foi em ordem de densidade ao invés de seguir o padrão
de YHVH, assim:
Atziluth - Fogo
Briah - Ar
Yetzirah - Água
Assiah – Terra
Decidimos que faríamos uma segunda série elemental exatamente como
a primeira, exceto que seguiria esta ordem de densidade começando com a
Terra. Alguém poderia pensar que esta simples mudança faria pouca
diferença, mas na verdade o caráter de nossa segunda série elementar foi
fundamentalmente mudado, mesmo para aqueles participantes que não
fizeram parte da primeira série. Alguns problemas surgiram na vida dos
participantes, já que a série durou quase um ano, mas havia pouca correlação
com as transições entre os elementos e o mais importante, eles disseram que
os problemas foram, em todos os casos, resolvidos rapidamente em vez de
persistir e causar mais dificuldades. Isso foi verdade até em um caso em que
o problema em questão foi resultado direto de um problema antigo que se
arrastou por muitos anos. Com base nas profundas diferenças entre essas
duas séries de trabalhos, concluímos que os Filósofos da Natureza estavam
certos - a melhor e mais eficaz maneira de trabalhar com os elementos e, por
extensão, os mundos cabalísticos está em ordem de densidade.
Uma discussão completa da Cabala Hermética e da Árvore da Vida está
além do escopo deste livro, mas trago os quatro mundos em relação aos
elementos porque eles são extremamente importantes para a compreensão de
como a Grande Tábua funciona. Na visão da “Casa Redonda”, Kelley viu
representações dos elementos atribuídos a cada uma das quatro direções
cardeais, e a ordem desses elementos segue a densidade em vez de qualquer
um dos outros arranjos direcionais que aparecem em textos renascentistas,
como os Três Livros de Filosofia Oculta de Agripa. Geralmente me refiro a

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esta ordem direcional como o arranjo alquímico, uma vez que aloca as
direções no sentido horário a partir do leste em ordem de densidade,
começando com Fogo e concluindo com Terra.
Leste - Fogo
Sul - Ar
Oeste - Água
Norte – Terra
Essa ordem é particularmente relevante para as atribuições elementares
dos Reis e a estrutura das conjurações, que sempre começam no leste e
terminam no norte. Com efeito, as conjurações da Grande Tábua começam
com os Anjos de Atziluth e então “descem” através dos quatro mundos até
que os anjos tenham sido conjurados em todos os níveis de realidade dentro
de uma esfera particular de influência. Isso por si só pode explicar o poder
de renome do sistema Enochiano - uma conjuração completa de uma das
classes de anjos abrange todo o caminho de manifestação do mais divino ao
mais material. Para realizar esses tipos de conjurações, os Anjos da Grande
Tábua são geralmente convocados em grupos. Os quatro Reis são
convocados juntos, assim como os vinte e quatro Sêniores e os dezesseis
Anjos de cada uma das oito classes encontradas nos subquadrantes. Isso vale
até para os trinta e dois Cacodaemons correspondentes a cada uma das quatro
classes disponíveis. Este é um método incomum no sistema da Golden
Dawn, em que trabalhar com anjos individuais é praticado de forma muito
mais ampla. No entanto, deve ser apontado que esses agrupamentos podem
ser adaptados ao esquema da Golden Dawn, como foi feito com bons
resultados por Frater W.l.T. em seu segundo livro, Advanced Enochian
Magick.
Essa estrutura também fornece um alto nível de precisão, o que pode
ser necessário para certas operações. Se a mudança que você deseja só
precisa ocorrer em um dos quatro mundos, os anjos do quadrante
correspondente podem ser evocados ou invocados por conta própria. Isso
concentrará a força da operação em um nível particular de realidade. Além
disso, os próprios anjos dos subquadrantes têm suas próprias atribuições
elementares. Foi explicado a Dee que os quatro Anjos de cada subquadrante
são atribuídos a um elemento particular. Lendo a lista de nomes, o primeiro
é atribuído ao Ar, o segundo à Água, o terceiro à Terra e o quarto ao Fogo.
Portanto, isso significa que você pode construir um ritual da Grande Tábua
que convoca um único anjo que representa um elemento de um mundo dentro
de uma esfera de influência específica. Deve-se notar, entretanto, que isso

18
raramente é necessário com os anjos Enochianos. Uma das vantagens que
esses anjos têm sobre alguns dos outros tipos de espíritos com os quais
trabalhei é que tendem a ser mais espertos para encontrar caminhos de
manifestação e, portanto, melhores em fazer as coisas acontecerem.
No sistema Enochiano da Golden Dawn, essas atribuições elementares
são diferentes e muito mais complexas. Em sua pesquisa, você pode
encontrar uma versão da Grande Tábua que mostra cada quadrado da grade
desenhado como uma pirâmide truncada com cores elementais variadas nos
quatro lados. Embora eu tenha conversado com vários magistas Enochianos
da Golden Dawn que acham essas estruturas úteis, deve ser apontado que
elas não têm nada a ver com o sistema Enochiano original de Dee. Acredita-
se que eles tenham derivado do “Xadrez Enochiano”, um jogo intrincado
projetado e jogado por Samuel Liddell MacGregor Mathers e Wynn Wescott
da Ordem Hermética da Golden Dawn original. É extremamente difícil de
tocar e supostamente codifica os segredos ocultos do “Concurso das Forças”,
o texto da Golden Dawn que descreve atribuições como as das pirâmides
truncadas. Como as próprias pirâmides, este jogo não tem nada a ver com
nada encontrado nos diários de Dee e você não precisa saber nada sobre isso
para se tornar um mago Enochiano eficaz.
Além de atribuir elementos aos quadrantes, o que é relativamente claro
na visão da “casa redonda”, o sistema da Golden Dawn também atribui
subelementos aos subquadrantes. Assim, por exemplo, o subquadrante
superior direito (Fogo) do quadrante superior esquerdo (Ar) representaria a
parte ígnea do ar. Este esquema de subelemento é derivado do Tratado sobre
a Magia dos Anjos, um texto do final do século XVII que tentou sincretizar
a Grande Tábua com os signos da geomancia e inclui outros conceitos
questionáveis, como mapear os vários demônios goéticos nas Insígnias da
Criação de Dee. No entanto, como você pode ver por um simples
levantamento dos poderes atribuídos às várias classes de espíritos, este
esquema de subelementos não se mantém, pois os próprios poderes não se
enquadram em linhas elementares estritas. Mesmo que o fizessem, os
poderes atribuídos aos dois grupos de anjos encontrados em cada
subquadrante também não são consistentes. Depois de muita
experimentação, finalmente decidi que a melhor solução era eliminar
totalmente as associações de subelementos, de modo que cada quadrante
simplesmente representasse um único elemento de acordo com o arranjo
alquímico de ordem de densidade dos quatro mundos cabalísticos.

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Tomada como um todo, a Grande Tábua codifica os nomes das
seguintes classes de espíritos:
Os Quatro Reis
Regência dos Quatro Elementos e Mundos Cabalísticos
Os Vinte e Quatro Sêniores
Conhecimento e Julgamento em Assuntos Humanos
Os Anjos Kerúbicos
Artes Mecânicas
Transporte
Substâncias Naturais
Descoberta de Segredos
Os Anjos Menores
Medicina
Ouro e Pedras Preciosas
Transformação
Criaturas Vivas
Os Cacodaemons
Medicina
Ouro e Pedras Preciosas
Transformação
Criaturas Vivas
Cada quadrante da Grande Tábua é governado por um Rei e seis
Sêniores. Eles podem ser considerados análogos ao Rei e Príncipe de cada
dia no sistema Heptarchal, pelo menos até certo ponto. No sistema
Heptarchal, o Rei geralmente é conjurado para obter algum tipo de
conhecimento ou realização, e o Príncipe geralmente é conjurado para
realizar alguma ação prática. Ao trabalhar com a Grande Tábua, essa ordem
é invertida. Os Sêniores são conjurados para obter “conhecimento e
julgamento nos assuntos humanos” e, embora os diários de Dee não atribuam
poderes específicos aos Reis, eu os achei bastante eficazes para operações
elementares práticas. Os nomes dos Reis são extraídos traçando uma espiral

20
no centro de cada quadrante. O exemplo mostrado aqui é da Tábua do Leste
com as letras do nome do Rei BATAIVAH sombreadas em cinza escuro. A
espiral começa na letra B à esquerda e prossegue no sentido horário para
soletrar o nome.

Fig. 3: O nome do Rei BATAIVAH sombreado na Tábua do Leste


Os nomes dos Sêniores são extraídos da cruz que une os quatro
subquadrantes. Os nomes são todos lidos do centro, sobrepostos nos dois
quadrados no centro do quadrante (neste caso, o A e H que formam as duas
últimas letras de BATAIVAH). Os nomes dos seis Sêniores do Leste são,
portanto, HABIORO (ler da direita para a esquerda), AAOZAIF (ler de baixo
para cima), HTMORDA (ler de baixo para cima), AHAOZPI (ler da
esquerda para a direita), HIPOTGA (ler de cima para baixo) e AVTOTAR
(ler de cima para baixo).

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Fig. 4: O nome dos seis Sêniores sombreados na Tábua do Leste
Cada subquadrante é dividido por dois nomes de controle que aparecem
na forma de uma cruz. As quatro letras que aparecem acima dos braços
horizontais desta cruz representam uma classe de quatro anjos aos quais o
sistema da Golden Dawn se refere como os anjos Kerúbicos. As dezesseis
letras que aparecem abaixo dos braços horizontais formam os nomes de uma
classe de quatro anjos que o sistema da Golden Dawn se refere como os
Anjos Menores. Combinados com letras da Cruz Negra, eles também
formam os nomes de uma classe de oito demônios que Dee chamou de
Cacodaemons. Em geral, os poderes dos Cacodaemons correspondem aos
dos Anjos Menores, mas em termos negativos ou destrutivos. Por exemplo,
os Cacodaemons correspondentes aos Anjos Menores da Medicina são
conjurados para causar doenças.

22
Fig. 5; A Cruz Sephirótica, mostrando quadrados acima e abaixo do braço
horizontal.
Além das atribuições elementares dos quatro quadrantes, os espíritos
dos subquadrantes também têm atribuições subelementares. No sistema Dee,
eles são configurados de maneira bem diferente do sistema da Golden Dawn.
Lendo os nomes abaixo dos braços horizontais da cruz de cima para baixo
para cada subquadrante, a primeira linha é atribuída ao Ar, a segunda linha
à Água, a terceira linha à Terra e a quarta linha ao Fogo. Essas atribuições
vêm diretamente dos diários de Dee. Portanto, os Anjos Menores e
Cacodaemons individuais possuem atribuições acima e além daquelas do
quadrante em que seus nomes aparecem.
Aplicando esse esquema à figura acima, os Anjos Menores do
subquadrante mostrado seriam atribuídos dessa forma. As letras da cruz
sombreada não estão incluídas nesses nomes.
Ar - CZNS (terceira linha a partir do topo)
Água - TOTT (quarta linha a partir do topo)
Terra - SIAS (quinta linha a partir do topo)
Fogo— FMND (linha inferior)
Essas atribuições têm muitas aplicações práticas - por exemplo, se você
quiser lançar um feitiço de cura para doenças mentais, convém invocar
apenas os Anjos da Medicina correspondentes ao Ar (atividade mental),
Água (atividade emocional) ou talvez ambos, dependendo da natureza da
doença. As muitas combinações dos mundos cabalísticos com esses
subelementos são numerosas e bastante eficazes quando empregadas em
todo o seu potencial. Deve-se notar que não está claro nos diários de Dee que
a mesma relação subelementar seja válida para os anjos Kerúbicos, mas é
lógico pensar que sim. Esses anjos também são conjurados em grupos de
quatro em uma ordem particular, portanto, se o arranjo contiver as

23
atribuições elementares para os anjos Kerúbicos deste sub-quadrante, seria
como mostrado aqui.
Ar - RZLA
Água - ZLAR
Terra - LARZ
Fogo - ARZL
Os quatro nomes Kerúbicos são permutações das quatro letras na linha
superior. Tal como acontece com os nomes dos Anjos Menores, a letra da
cruz sombreada é excluída.
Embora os termos “Kerúbico” e “Menor” impliquem algum tipo de
arranjo hierárquico, não está claro nos diários de Dee que uma distinção é
feita dentro da hierarquia espiritual Enochiana entre essas duas classes de
anjos. Ambos têm nomes de quatro letras, o que implica que exibem
aproximadamente o mesmo grau de inteligência e coerência. Os
Cacodaemons, por outro lado, têm nomes de três letras, o que significa que
são seres menos complexos e com menos inteligência inata. Descobri que
esse é o caso ao trabalhar com eles; enquanto os anjos mais coerentes são
melhores em discernir a intenção de um encargo em particular e mais hábeis
em contornar obstáculos para a manifestação de um feitiço, os Cacodaemons
são bastante estúpidos. Para o tipo certo de operações, eles podem exercer
muito poder, mas também têm uma mentalidade extremamente literal e têm
apenas uma capacidade limitada de navegar pelas circunstâncias variáveis.
Por esta razão, geralmente recomendo que você se familiarize com as várias
classes de anjos e como eles funcionam antes de passar para a conjuração
dos Cacodaemons.
Poucos autores trabalham com os Cacodaemons. Isso ocorre em parte
porque Dee não deixou conjurações para eles, em parte porque os magistas
da Golden Dawn e Aleister Crowley os ignoraram, e em parte porque eles
representam o aspecto mais negativo e destrutivo de um sistema que já tem
a reputação de ser poderoso e perigoso. Minha suspeita é que Mathers e
Wescott da Golden Dawn, assim como o próprio John Dee, provavelmente
evitaram os Cacodaemons por tentarem se distanciar de qualquer coisa
parecida com “magia negra”. Crowley era mais aventureiro em sua prática
mágica, mas como ele recebeu seu treinamento diretamente de Mathers, ele
provavelmente aprendeu pouco sobre esta classe particular de espíritos. Eles
merecem apenas uma breve menção no Liber Chanokh de Crowley e o
método completo para construir seus nomes nem mesmo está incluído no
texto. Eu pessoalmente descobri que, embora os Cacodaemons sejam

24
adequados apenas para determinados tipos de operações, trabalhar com eles
não é mais perigoso do que trabalhar com qualquer outro dos espíritos
Enochianos.
Ao longo dos anos, várias superstições circularam na comunidade
mágica em relação ao trabalho com a Grande Tábua e a magia Enochiana em
geral. Muitos desses são contos que eu chamo de histórias do “Meltdown
Enochiano”. Supostamente, trabalhar com magia Enochiana é
particularmente perigoso para a psique de alguém, de modo que uma
porcentagem maior de pessoas que trabalham com magia Enochiana
encontram problemas de saúde mental do que indivíduos que trabalham com
outros sistemas de magia. Eu já postei sobre esse assunto várias vezes em
vários posts de blog pedindo a qualquer pessoa que soubesse de um caso
verificável em que isso ocorreu que se apresentasse e a resposta foi
desanimadora, para dizer o mínimo. Deve-se ter em mente que, de acordo
com estatísticas compiladas por pesquisadores da psicologia, quase uma
pessoa em cada quatro encontrará problemas de saúde mental e que cerca de
uma pessoa em vinte (-4,7%) será diagnosticada com esquizofrenia ou
transtorno bipolar, consideradas as duas doenças mentais mais graves, em
algum momento de suas vidas. Com esses números, esperava que meus
leitores produzissem um punhado de histórias que eu pudesse comparar com
a incidência geral de doenças mentais na população. No entanto, apenas um
caso foi trazido à minha atenção e a pessoa que relatou reconheceu que o
indivíduo em questão estava mentalmente doente antes de se envolver com
a magia. Isso sugere que essas histórias são pouco mais do que mitos
urbanos, e que a maioria das pessoas que trabalham com o sistema nunca
encontram nada parecido.
Uma ideia mais bizarra nessa mesma linha, mas em uma escala global,
é a hipótese do “Apocalipse Enochiano” apresentada por Donald Tyson no
já mencionado Tetragrammaton e Magia Enochiana para Iniciantes. Até
certo ponto, essa ideia se originou com a Aurum Solis, cujo sistema
Enochiano equipara os quatro Reis da Grande Tábua aos Quatro Cavaleiros
do Apocalipse. No entanto, Tyson desenvolve a ideia muito mais longe, indo
tão longe a ponto de afirmar no Tetragrammaton que se algum mago
Enochiano alguma vez trabalhasse através de todas as Chaves angelicais e
conjurações, ele colocaria em movimento o verdadeiro fim físico do mundo
e que Aleister Crowley trabalhar através dos 30 Aethyrs, como ele descreve
em A Visão e a Voz, pode ter causado as duas grandes guerras mundiais do
século vinte. Presumivelmente, Tyson recebeu muita correspondência de
magos que apontaram que eles, de fato, passaram por todas as Chaves e

25
conjurações e que o mundo ainda existia, porque em Magia Enochiana para
Iniciantes ele revisou sua hipótese como relacionada a algum misterioso
“Trabalho do Apocalipse” que incluiria as Chaves angelicais e conjurações
junto com certos outros componentes que ele não descreve. Essas omissões
são altamente convenientes para Tyson, uma vez que torna suas afirmações
impossíveis de falsificar por quaisquer meios práticos.
A conclusão é que você não destruirá o mundo trabalhando a magia
Enochiana. O fato de que as especulações publicadas de Tyson tornam essa
renúncia necessária é completamente ridículo. O lançamento de duas bombas
atômicas em 1943 não destruiu o mundo, e você certamente não será capaz
de fazer isso lançando o feitiço errado ou conjurando a classe errada de
espíritos. Todo o conceito de um Apocalipse físico é questionável para
começar, pois depende de uma leitura literal do Livro do Apocalipse como
profecia precisa ao invés de história ou literatura. O texto do Apocalipse
pode ser lido de várias maneiras, e embora as alusões apocalípticas possam
ser encontradas nas Chaves Angelicais, em nenhum momento os anjos
explicam a Dee e Kelley que a magia Enochiana acabaria com o mundo. Os
anjos falam de uma nova era de ouro que está por vir, que muitos Thelemitas
acreditam ser uma referência ao Aeon de Hórus que chegou em 1904 com a
recepção do Livro da Lei, mas isso está muito longe de qualquer tipo de
cataclismo global. Com base na qualidade de trabalhos como sua edição dos
Três Livros de Filosofia Oculta de Agripa, Tyson deve ser um pesquisador
bom o suficiente para perceber isso. Tudo o que posso presumir é que suas
afirmações são uma tentativa de lucrar com a reputação “assustadora” que o
sistema Enochiano tem entre alguns praticantes de magia. Seus trabalhos
mais recentes foram sobre o Necronomicon e demonologia de HP Lovecraft,
e certamente parecem sensacionalistas para mim.
Esses espíritos têm muitos poderes e atribuições não encontrados entre
os Reis e Príncipes Heptarchais, e como há pouca sobreposição entre os dois
grupos, a familiaridade com a Grande Tábua aumentará substancialmente o
seu arsenal mágico. Na verdade, entre a Grande Tábua e a Heptarchia
Mystica você encontrará os espíritos necessários para realizar praticamente
qualquer tipo de operação mágica que desejar. Além disso, as atribuições
elementares da Grande Tábua permitem um alto grau de precisão em termos
de colocar essas operações em movimento.

*~*~*~*~*

26
Capítulo 3
O Arranjo do Templo

Existe uma corrente de pensamento entre alguns magistas Enochianos


modernos de que as descrições detalhadas de vestimentas e mobília do
templo encontradas nos Cinco Livros de Exercícios Místicos de John Dee se
aplicam apenas aos rituais encontrados na Heptarchia Mystica. Não
concordo com essa posição por vários motivos. Em primeiro lugar, Dee e
Kelly continuaram a usar a Mesa Santa e equipamentos relacionados ao
longo de suas operações, não apenas durante as que produziram a Heptarchia
Mystica. Em segundo lugar, os sistemas têm muitas características em
comum, notadamente o alfabeto Angelical, que antecede a grande maioria
das operações e é encontrado tanto no Lamen quanto na Mesa Santa.
Finalmente, e provavelmente o mais importante, usar os móveis do templo
detalhados em Dominando a Heptarchia Mystica para as operações da
Grande Tábua os torna muito mais eficazes em termos de mudança de
probabilidade pura. As várias peças de vestuário e mobília do templo são
descritas com mais detalhes em meu primeiro livro, mas para completar, este
capítulo começará com uma rápida visão geral de como um templo
Enochiano deve ser montado e construído.

O Anel Enochiano:
Para o funcionamento adequado da magia Enochiana, o mago deve usar
um anel feito de ouro puro inscrito com o arranjo específico de formas e
letras mostradas aqui.

Fig. 6: Face do Anel Enochiano


Os Anjos disseram a Dee e Kelly que sem ele, eles “nada fariam”.
Portanto, algum tipo de anel com este desenho deve ser usado durante todas

27
as operações Enochianas, mesmo que seja feito de um material mais barato
que o ouro. Obtive bons resultados com latão.

O Lamen:
Como o anel, o Lamen também deve ser usado durante a realização de
rituais Enochianos. É composto de uma grade de caracteres Angelicais
organizados conforme mostrado.

Fig. 7: Lamen Enochiano


O Lamen deveria ser desenhado em pergaminho, que naquela época se
referia a papel feito de couro de animal. O Lamen que uso atualmente é uma
placa de latão com os caracteres Angelicais gravados em um lado, e é usado
ao redor do pescoço em um cordão ou corrente que cubra o chakra anahata
ou o centro do coração.

O Robe:
De acordo com os diários dos espíritos, o manto usado ao trabalhar com
o sistema Enochiano deve ser branco, sem adornos e, se possível, feito de
linho. Eu uso um manto simples de linho branco em forma de tau, que está
exatamente de acordo com o texto, mas era caro de fazer e é bastante áspero.
Também usei mantos feitos de outras fibras naturais como o algodão, que
são fáceis de adquirir e mais baratos, com bons resultados.

A Mesa Santa:
A Mesa Santa é a peça central de um templo Enochiano. Os Anjos
especificaram que deveria ter aproximadamente três pés quadrados com

28
pernas da mesma altura e feito de “madeira doce”. Um escritor, Geoffrey
James, sugeriu o cedro1, que às vezes era referido como “doce” durante o
período em questão. No tampo da Mesa está pintado um conjunto de figuras
lineares e caracteres Enochianos em amarelo.

Fig. 8: Mesa Santa


Uma maneira barata de construir uma Mesa Santa é pegar uma mesa de
cartas de 3 pés2. Elas ainda são frequentemente construídas com as
dimensões exatas recomendadas a Dee e Kelley, um metro quadrado com
quatro pernas de um metro. Encontrar uma com uma superfície de madeira
é o ideal, mas se for muito difícil ou caro, você pode ir em frente e desenhar
as figuras apropriadas no topo com tinta acrílica ou mesmo marcador
permanente. Isso pode não funcionar tão eficazmente quanto uma mesa
correspondente às especificações originais, mas deve ser suficiente.

O Sigillum Dei Aemeth:


O Sigillum Dei Aemeth (“Selo do Deus Verdadeiro”) é um pantáculo,
ou disco, que é colocado no centro da Mesa Santa. Deve ter 23 centímetros
de diâmetro e ser feito de cera pura, embora a parafina seja um substituto
moderno aceitável. A parte superior tem o desenho abaixo, que pode ser mais
fácil de fundir de alguma forma do que gravar manualmente na cera devido
à sua complexidade.

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Fig. 9: Frente do Sigillum Dei Aemeth. O asterisco abaixo do quadrado Y /
14 próximo à parte inferior do diagrama indica que alguns especialistas
acreditam que o número no quadrado deve ser 15 em vez de 14.
A traseira, por outro lado, tem o desenho mostrado na próxima figura,
que é muito mais simples e nada difícil de ser gravado à mão.

Fig. 10: Traseira do Sigullum Dei Aemeth.


Além do Sigilo principal que ocupa o centro da Mesa Santa, cópias
menores dele, com dez centímetros de diâmetro, devem ser colocadas sob
cada uma das quatro pernas da Mesa. Como minha Mesa não tem pernas
permanentes, omito esta parte da configuração do templo, mas suspeito que,
se suas habilidades de construção forem superiores às minhas, você
descobrirá que tê-las aumenta a eficácia da configuração geral.

30
Os Insígnias da Criação:
As Insígnias da Criação são sete talismãs colocados na Mesa Santa ao
redor do Sigillum Dei Aemeth. Elas deveriam ser originalmente feitas de
estanho purificado, mas depois Dee e Kelly foram instruídos a pintá-los na
própria mesa usando azul para as linhas e vermelho para os caracteres e
letras. As sete insígnias devem ser organizadas ou desenhadas
uniformemente ao redor do Sigillum, conforme mostrado aqui.

Fig. 11: Mesa Santa com as posições do Sigillum Dei Aemeth e as


Insígnias
As insígnias são desenhadas ou gravadas como mostrado na próxima
página e são atribuídas aos sete planetas antigos.

Fig. 12: Insígnia de Vênus

31
Fig. 13: Insígnia do Sol

Fig. 14: Insígnia de Marte

Fig. 15: Insígnia de Júpiter

32
Fig. 16: Insígnia de Mercúrio

Fig. 17: Insígnia de Saturno

Fig. 18: Insígnia de Luna

33
A Shewstone:
Dee e Kelley usaram uma Shewstone, ou cristal de vidência muito
parecido com a “bola de cristal” dos contos de fadas, para se comunicar com
os anjos Enochianos. A pedra deve ser colocada no centro da Mesa Santa,
em cima do Sigillum Dei Aemeth e acima de um pano para que possa ser
vista.

A Toalha de Mesa:
O Sigillum, as Insígnias e a Mesa Santa devem ser cobertos com um
pano de seda vermelha ou “seda vermelha e verde mutável”,
presumivelmente algum tipo de tecido duplo. Dee recomenda em lugares
diferentes nos diários e, pelo que posso dizer, qualquer um deles funcionará.
A seda, que Dee foi orientado a usar, é melhor, mas fibras naturais de
qualquer tipo, como o algodão, também funcionam.

O Tapete:
O chão sob a Mesa Santa também deve ser coberto com um tapete
vermelho também feito de seda. É possível encontrar tapetes de estilo
oriental feitos de seda vermelha e, embora sejam caros, são praticamente a
melhor solução para o problema. Você também pode usar algo como um
lençol de tecido vermelho ou um cobertor vermelho, mas certifique-se de
que você possa caminhar confortavelmente ao redor da Mesa Santa sem
mexer muito no tapete ou tropeçar nele.

O Livro:
Dee foi instruído a fazer um livro contendo todas as orações, invocações
e conjurações que ele e Kelley receberam para que ele pudesse ler os vários
textos no ritual. Nisso, pelo menos, sua tarefa já está cumprida, pelo menos
para aquelas que envolvem os espíritos da Grande Tábua - você está
segurando este livro em suas mãos agora. O modelo de ritual no próximo
capítulo contém todas as referências de página necessárias para alternar entre
os textos apropriados para qualquer tipo de operação suportada no sistema.

34
Os Estandartes:
A principal adição ao templo Enochiano para o funcionamento da
Grande Tábua é que doze estandartes de tecido devem ser pendurados ao
redor do perímetro do espaço de trabalho, formando um círculo mágico. O
tecido dos estandartes deve ser de seda, colorido de acordo com as quatro
direções, conforme visto no que é geralmente chamado de visão do “talismã
dourado” porque um talismã dourado representando os vários elementos dos
castelos ou torres de vigia vistos na visão, faz parte da coleção de Dee no
Museu Britânico.
Leste— Vermelho (“Cor Vermelha Fresca”)
Sul - Branco (“Branco Puro”)
Oeste - Verde (“Verde Escuro Como Lâminas de Alho”)
Norte - Preto (“Preto Como de Suco de Mirtilo”)
Cada um desses estandartes carrega um dos doze nomes de Deus
formados pela leitura na fileira central de cada quadrante da Grande Tábua,
desenhada na escrita angelical. Devem ser escritos da esquerda para a direita,
da mesma forma que os nomes aparecem na própria Tábua. Muitos anos
atrás, alguns autores argumentaram que o Enochiano deveria ser escrito da
direita para a esquerda como é o hebraico, mas não há suporte para essa ideia
nos diários de Dee, exceto pela vaga declaração de que o Enochiano foi
falado no Jardim do Éden e depois da expulsão de Adão e Eva, eles então
começaram a falar hebraico. Na verdade, a estrutura da língua angelical tem
mais em comum com o português e o alemão, línguas europeias que Dee
falava, do que com o hebraico ou qualquer outra língua semítica.
A cor do texto nos Estandartes não é especificada, mas descobri que o
método da “cor intermitente” da Golden Dawn é particularmente eficaz em
sua construção. Consiste em cortar as letras do nome de um tecido que é da
cor complementar do fundo e, em seguida, costurá-las no fundo. Como o
vermelho e o verde são complementos, assim como o preto e o branco, esse
método ainda requer apenas quatro cores de tecido de seda e, se você for
cuidadoso, poderá modelar as letras para o Estandarte vermelho, ou sobras
de tecido do Estandarte verde e assim por diante. Com o brilho da seda a
colocação de cores complementares uma ao lado da outra produz um forte
efeito “flashing”, no qual as letras dos Estandartes parecem vibrar
simplesmente em virtude de sua tonalidade e colocação.
O diagrama dos Estandartes de Dee os mostra pendurados como
bandeiras, mas descobri que eles funcionam melhor pendurados

35
verticalmente em cavilhas que estão suspensas em postes, como mostrado
aqui. Isso exibe as letras melhor e dá uma impressão física real de estar
rodeado por um círculo mágico quando você está na Mesa Santa no centro
do seu espaço de trabalho.

Fig. 19: Estandarte para ORO exibido verticalmente


De acordo com a tradição do grimório salomônico, o diâmetro mais
comum de um círculo mágico é de 2,7 metros. Com uma Mesa Santa de três
pés quadrados, no entanto, isso acaba sendo um pouco apertado,
especialmente se você estiver trabalhando com um grupo. Como um
Thelemita, eu prefiro um círculo de onze pés, de acordo com Aleister
Crowley, onze é o número da magia. Isso permite mais espaço para
circunvolução ao recitar as Chaves Angelicais e as conjurações da Grande
Tábua, particularmente ao passar pelos cantos da Mesa Santa. Se o seu
espaço de trabalho não permitir a configuração de um círculo completo, os
estandartes também podem ser pendurados nas quatro paredes do seu templo,
com três para cada uma das quatro direções. Os estandartes vermelhos devem
ser pendurados na parede leste, os estandartes brancos na parede sul e assim
por diante.
Embora as cores nos Estandartes sejam relativamente fáceis de
encontrar nos diários de Dee, qual direção vai para qual Estandarte depende
da versão da Grande Tábua que você decidir usar. Pelos diários, parece que
o quadrante superior esquerdo representa o leste, o superior direito o sul, o
inferior direito o oeste e o inferior esquerdo o norte. As conjurações de Dee
na coleção do Museu Britânico foram escritas antes da recepção da Tabula
Recensa e associam as instruções a esses quadrantes específicos com base na

36
disposição da Grande Tábua original. Em 2010, Golden Hoard Press
publicou The Practical Angel Magic of Dr. John Dee’s Enochian Tables que
parece mostrar um arranjo diferente, em que o quadrante inferior esquerdo
parece corresponder ao sul e o quadrante superior esquerdo parece
corresponder ao norte.
O principal problema que tenho com o livro Golden Hoard é que,
embora afirme que representa o livro perdido de John Dee sobre conjurações
angelicais escrito em latim, ler o texto dessas conjurações e compará-las com
as encontradas na coleção Sloane do Museu Britânico me rendeu uma
afirmação um pouco duvidosa. Meu raciocínio é simples - as conjurações de
Sloane mostram que Dee era um homem incrivelmente piedoso, sempre
inserindo advertências e afirmações de que ele era um mero ser humano que
se dignou a abordar o divino em um tom tão respeitoso e até certo ponto tão
subserviente quanto ele poderia administrar. Quando comecei a trabalhar
com o sistema Enochiano a partir de uma perspectiva salomônica, retrabalhei
as conjurações da Grande Tábua no que você encontrará neste livro,
removendo a maioria dessas afirmações repetitivas e redundantes. Fiquei
surpreso ao descobrir que as conjurações no livro Golden Hoard eram
notavelmente semelhantes às minhas, com todas as mesmas declarações
retiradas.
O que isso significa é que em algum momento, provavelmente no
século XVII, alguém passou pelas conjurações de Dee, fez a maioria das
mesmas edições que eu fiz e as reuniu em um livro de invocações de trabalho.
Essa pessoa quase certamente não era John Dee, cuja piedade pessoal
provavelmente o teria levado a considerar a maneira pela qual minhas
conjurações e aquelas encontradas no livro Golden Hoard emitem instruções
diretas aos anjos parece ser presunçosa. Depois de Dee, o próximo indivíduo
que sabemos que trabalhou com o material Enochiano foi Elias Ashmole,
que, em minha opinião, estaria muito mais disposto a retrabalhar as
conjurações ao longo dessas linhas do que Dee jamais estaria.
O outro problema em confiar no arranjo Golden Hoard é que, de fato,
quando você organiza a Grande Tábua ao longo dessas linhas, você
essencialmente obtém o arranjo Tyson, com MOR, DIAL e HCTGA no sul
e MPH, ARSL e GAIOL no norte. Como mencionei no capítulo anterior, nos
testes de probabilidade descobri que esse arranjo funcionava
surpreendentemente mal. Portanto, mesmo que os textos do tesouro dourado
realmente tenham sido escritos por Dee, pareceria que sua compreensão do
sistema era falha quando ele os juntou. A maioria dos estudiosos é de opinião

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que Dee nunca fez qualquer uso prático das conjurações da Grande Tábua;
ele se separou de Kelley em 1588 e depois desse ponto nenhum diário
indicando tais operações taumatúrgicas sobreviveu - se é que alguma vez
existiram.

Circunvoluções e Talismãs:
Outra diferença entre as operações da Heptarchia e da Grande Tábua é
que com os Reis e Príncipes da Heptarchia Mystica, o trabalho de conjuração
real é todo feito na posição oeste da Mesa Santa voltada para o leste. Ao
trabalhar com a Grande Tábua, os anjos são geralmente convocados em
quatro grupos, um de cada direção. As conjurações de Dee parecem incluir
a suposição de que, ao invés de invocar anjos individuais, o mago deve
conjurar todos os Anjos de uma classe particular, a fim de realizar um
objetivo mágico dentro de sua esfera de influência. Assim, por exemplo, cada
quadrante da Grande Tábua tem quatro Anjos da Medicina alocados para ele,
e para lançar um feitiço de cura você conjura todos os dezesseis deles e então
entrega seu encargo.
A posição mais eficaz para conjurar um desses grupos é ficar do outro
lado da Mesa Santa e de frente para a direção à qual o grupo é atribuído.
Então, para conjurar os Anjos da Medicina do leste, você fica a oeste da Mesa
Santa e se vira para o leste; para conjurar os do sul, você fica ao norte da
Mesa Santa e fica de frente para o sul, e assim por diante. Isso estabelece
uma linha de atenção mágica que cruza o centro do Sigillum Dei Aemeth e
então alcança os anjos sendo convocados. Movendo-se no sentido horário
conforme você conjura cada grupo, um vórtice mágico é criado no centro do
Sigillum que serve como um ponto de manifestação para os anjos.
Esse método de trabalho requer alguma preparação no que diz respeito
aos talismãs da Grande Tábua. Dee foi informado de que todos os Anjos do
sistema Enochiano têm talismãs correspondentes, e as instruções dadas a
respeito dos talismãs Heptarchais nunca foram rescindidas ou revisadas para
os anjos da Grande Tábua. Como tal, você deve estar sobre o talismã
apropriado ao recitar uma conjuração particular, e uma vez que em uma
operação padrão da Grande Tábua você precisa invocar anjos de todas as
quatro direções, você precisará ter quatro talismãs para cada operação e eles
precisarão ser colocado no chão de seu templo de forma que você possa pisar
em cada um deles conforme você dá a volta em sua Mesa Santa. Esta é outra
razão para um círculo de 3,5 metros - se você planeja usar formas de rituais
de abertura e fechamento, você vai querer espaço para se mover no espaço

38
do seu templo para executá-las sem pisar em nenhum de seus talismãs até o
momento adequado.

A Grande Tábua:
A maioria dos magistas Enochianos também equipou seu templo com
representações da própria Grande Tábua. De acordo com a tradição da
Golden Dawn, uma tabuleta deve ser construída para cada um dos quadrantes
e outra contendo os quatro nomes que aparecem na cruz preta. Esta quinta
tábua é chamada de Tábua da União e, de acordo com o sistema da Golden
Dawn, representa o elemento de Akasha ou Espírito, enquanto os quatro
quadrantes representam os elementos clássicos do Ar, Fogo, Terra e Água.
Embora mesmo no arranjo de Dee essas atribuições não sejam totalmente
imprecisas, está claro em seus diários que é a atribuição direcional que é
primária, e não o elemento.
Como visto nos Rituais Menores do Pentagrama e Hexagrama, o
sistema da Golden Dawn usa dois arranjos elementares. O primeiro é
chamado de ordem dos “ventos” e corresponde às atribuições elementares
dos arcanjos no Ritual Menor do Pentagrama.
Rafael - Ar - Leste
Michael - Fogo - Sul
Gabriel - Água - Oeste
Auriel / Uriel - Terra – Norte
O outro arranjo é baseado nos signos cardeais do zodíaco tropical e é
usado no Ritual Menor do Hexagrama.
Fogo - Leste - Áries
Terra - Sul - Capricórnio
Ar - Oeste - Libra
Água - Norte – Câncer
Dos rituais em que essas direções elementares são usadas, deve ficar
claro que o primeiro representa os elementos microcósmicos, enquanto o
último representa os elementos macrocósmicos. Isso é muito agradável e
bom, e eu uso essas mesmas atribuições em meu próprio trabalho mágico.
No entanto, eu me separo da maioria dos magistas Enochianos da Golden
Dawn quando eles designam os quadrantes da Grande Tábua por elemento,
em vez de direção. Nos diários e conjurações de Dee, a direção associada a
cada Rei nunca muda.

39
Por exemplo, o anjo BATAIVAH é o Rei do Leste em todos os arranjos
da Grande Tábua. No sistema da Golden Dawn, sua atribuição é Ar porque
Leste = Ar no modelo de ventos. No entanto, ao mudar do modelo de ventos
para o modelo zodiacal para um trabalho macrocósmico, a tábua de
BATAIVAH (canto superior esquerdo) é tirada do leste e colocada no oeste,
porque Oeste = Ar no modelo zodiacal. Mas isso está claramente errado de
acordo com o sistema original; BATAIVAH deve permanecer o Rei do
Leste, independentemente do modelo elemental empregado, porque sua
atribuição primária é o Leste ao invés do Ar. Então, de fato, se um mago
Enochiano da Golden Dawn estivesse realmente mantendo isso em mente,
ele ou ela perceberia que a maneira adequada de representar a mudança de
microcosmo para macrocosmo seria mudar a atribuição de BATAIVAH de
Ar para Fogo e manter a Tábua do Leste no mesmo lugar.
Vou enfatizar mais uma vez, como em meu primeiro livro, que você
não precisa de um templo Enochiano completo para obter bons resultados
mágicos dessas operações. Já ouvi falar de praticantes que aparentemente
acham que não devem começar a fazer nenhum trabalho mágico até que seus
templos estejam completos e incorporem todos os materiais especificados,
uma tarefa que leva muito tempo e envolve despesas significativas. A falta
de um templo cheio de equipamentos é um motivo muito ruim para adiar a
prática mágica de alguém e pode até ser entendido como uma tática de
protelação para evitar o trabalho invés de qualquer tipo de preocupação
técnica. Depois de vinte anos praticando o sistema Enochiano, meu templo
ainda não está completo para os padrões puristas - o anel que uso é de latão
em vez de ouro, minhas Insígnias da Criação são feitas de tagboard, e minha
Mesa Santa não tem os quatro Sigilos menores em que as pernas devem
descansar porque é um tampo de madeira que geralmente coloco em cima de
um altar de duplo cubo. Ainda assim, não tenho problemas para obter
resultados mágicos sólidos.
Devo também salientar que a maioria das pessoas treinadas na tradição
da Golden Dawn geralmente não usa a Mesa Santa, Anéis Enochianos,
Lamens Enochianos ou qualquer coisa semelhante. Eles geralmente têm um
conjunto de tabuletas representando os quatro quadrantes da Grande Tábua
e outra representando o arranjo da Tábua da União dos nomes da Cruz Negra,
mas de outra forma usam altares de duplo cubo padrão e assim por diante
para suas operações - e a grande maioria deles afirmam obter resultados
sólidos com seus métodos. Pelo que eu sei, Aleister Crowley não usou
nenhum dos equipamentos especificados do Templo Enochiano e ainda
conseguiu produzir o melhor conjunto de comunicações Enochianas desde a

40
época de Dee e Kelley, A Visão e a Voz. Meu conselho para qualquer pessoa
interessada no sistema Enochiano é sempre o mesmo - consiga o
equipamento que você pode obter facilmente, faça substituições quando
necessário e comece o trabalho o mais rápido possível.

*~*~*~*~*

41
Capítulo 4
Modelo de Ritual da Grande Tábua

Como em Dominando a Heptarchia Mystica, este capítulo divide a


estrutura ritual essencial para as operações da Grande Tábua em seus
componentes básicos. O modelo apresentado aqui é rotulado da mesma
maneira e inclui alguns dos mesmos elementos, com etapas derivadas de
práticas mágicas modernas marcadas como opcionais para que possam ser
ignoradas pelos praticantes tradicionais de grimórios salomônicos. As
práticas modernas mostradas aqui foram adaptadas de minha própria prática
e descobri que são altamente eficazes quando realizadas da maneira indicada.

II Modelo de Ritual da Grande Tábua


1. PREPARAÇÃO
Monte o templo Enochiano da melhor maneira possível, conforme
descrito no Capítulo Três. Use o anel, a túnica e o lamen Enochiano. Fique
a oeste da Mesa Santa, voltado para o leste.
2. ABERTURA DO TEMPLO - CERIMONIAL
(OPCIONAL)
A. Realize o Ritual de Banimento do Pentagrama AOEVEAE
(Apêndice A). Alternativamente, você pode abrir o templo com o
Ritual Menor de Banimento do Pentagrama da Golden Dawn ou o
Rubi Estrela de Aleister Crowley.
B. Se você pretende que seu ritual tenha um efeito macrocósmico que
se estende além do reino psicológico, execute o Ritual de
Hexagrama de Invocação de MADRIAX (Apêndice A).
Alternativamente, se você abriu com o RMBP, você deve realizar o
Ritual Menor de Invocação do Hexagrama (Apêndice A), ou se
você abriu com o Rubi Estrela, você deve realizar o Safira Estrela.
A combinação de um ritual de banimento do pentagrama e um ritual
de invocação do hexagrama forma um campo operante, como
brevemente explicado acima.

42
3. ABRINDO O TEMPLO - DEVOCIONAL
Faça a Oração de Enoch. Esta oração pode ser realizada sozinha para
abrir o templo, ou pode seguir a abertura cerimonial realizada como passo 2.
4. A INVOCAÇÃO PRELIMINAR
A. Realize o exercício de trabalho energético NAZ OLPIRT (opcional)
(Apêndice A)
B. Faça a Obediência Fundamental original ou revisada.
5. AS CHAVES DE ABERTURA
A. Para uma evocação, entoe a Primeira Chave em Enochiano seguida
pela tradução.
B. Para uma invocação, entoe a Segunda Chave em Enochiano seguida
pela tradução.
C. Para um ritual incluindo elementos evocatórios e invocatórios,
execute a Primeira Chave seguida da Segunda Chave. Se você
estiver trabalhando com outro indivíduo como Dee e Kelley
fizeram, com uma pessoa atuando como mago e a outra como
vidente, o mago deve ler a Primeira Chave seguido pelo vidente
lendo a Segunda Chave.
6. SINTONIZANDO O ESPAÇO
A. Seu ritual pode ser programado para que seja realizado no dia
apropriado, hora planetária ou fase da Lua, conforme explicado no
Capítulo 9. Esta etapa é extraída da prática tradicional do grimório,
mas, no entanto, não é necessária de acordo com o texto original,
como nenhum método de tempo para as operações da Grande Tábua
são descritos nos diários de Dee (opcional).
B. Realize o Ritual Maior do Pentagrama correspondente ao elemento
apropriado para sua operação ou com todos os quatro pentagramas
elementares desenhados nas direções alquímicas (Leste = Fogo, Sul
= Ar, Oeste = Água, Norte = Terra). Para um ritual que abrange
todos os quatro elementos, você pode usar a Abertura Revisada pela
Torre de Vigia (Opcional).

43
7. AS CHAVES DAS TORRES DE VIGIA
Para rituais de conjuração de Reis e Sêniores, nenhuma chave
adicional deve ser recitada além da Primeira e / ou Segunda. Para o
restante dos espíritos da Grande Tábua, use a tabela a seguir.
Espíritos Chaves Enochianas
Anjos das Substâncias Naturais Terceira, Quarta, Quinta,
Anjos da Medicina Sexta
Cacodaemons da Medicina
Anjos do Transporte Sétima, Oitava, Nona,
Anjos do Ouro e Pedras Preciosas Décima
Cacodaemons do Ouro e Pedras Preciosas
Anjos das Artes Mecânicas Décima primeira, décima
Anjos da Transformação segunda, décima terceira,
Cacodaemons da Transformação décima quarta
Anjos da Descoberta de Segredos Décima quinta, décima sexta,
Anjos das Criaturas Vivas décima sétima, décima oitava
Cacodaemons de Criaturas Vivas
Tabela 1: Espíritos das Chaves Angelicais
As Chaves listadas devem ser recitadas nas quatro direções
respectivamente, seguindo a ordem mostrada acima, começando no
oeste da Mesa Santa voltada para o leste e então movendo no sentido
horário para cada direção por vez.
8. AS CONJURAÇÕES
A. Mova-se ao redor da Mesa Santa no sentido horário, colocando os
talismãs apropriados no chão nas quatro direções começando com
o talismã para os espíritos do leste ao oeste do altar. Cada talismã
deve ser colocado em frente à Mesa Santa na direção apropriada
para os espíritos correspondentes, já que o mago deve se posicionar
sobre eles e conjurar através da Mesa.
B. Mova-se ao redor da Mesa Santa no sentido horário mais uma vez,
ficando em cada um dos talismãs por vez e recitando a conjuração
correspondente para os espíritos de cada direção.
Assim que você chegar de volta ao oeste do altar voltado para o
leste, você não precisa mais ficar sobre o talismã, pois isso só é
necessário enquanto recita as conjurações.

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9. O ENCARGO DO ESPÍRITO
Entregue ao espírito ou espíritos, o encargo que você compôs
pessoalmente de acordo com as instruções fornecidas no Capítulo 16.
10. FECHANDO O TEMPLO
A. Execute a Licença para Partir.
B. Para rituais abertos usando o método cerimonial, conclua o
MADRIAX e AOEVEAE. Alternativamente, se o ritual foi aberto
com os Rituais Menores do Pentagrama e Hexagrama da Golden
Dawn, execute o Ritual de Banimento Menor do Pentagrama para
um ritual que tem apenas um alvo externo ou a Cruz Cabalística por
si mesma para um ritual que se destina a afetar o mago
exclusivamente ou tanto o mago quanto um alvo externo. Para o
Rubi Estrela / Safira Estrela as mesmas regras se aplicam - feche
com o Rubi Estrela ou a forma do ritual da Cruz Cabalística,
dependendo do alvo do ritual.
C. Declare o templo fechado. O ritual agora está completo.

*~*~*~*~*

45
Capítulo 5
Abrindo o Templo

Conforme mostrado no modelo de ritual, o templo pode ser aberto para


o funcionamento da Grande Tábua usando orações devocionais, formas
cerimoniais ou ambos. Pessoalmente, prefiro usar ambos e descobri que
meus rituais Enochianos são mais potentes ao incorporar os métodos
modernos descritos no modelo de ritual, mas acrescentarei que as orações
são bastante eficazes por si mesmas para aqueles praticantes que preferem
trabalhar com o material original em seus próprios termos.

A Oração de Enoch
Esta oração foi dada a Dee e Kelley pelo anjo Ave em 7 de julho de
1584 em Cracóvia2. É a oração devocional inicial essencial usada para abrir
o templo Enochiano.
Senhor Deus, a Fonte da verdadeira sabedoria, tu que abres os
segredos de ti mesmo ao homem, tu conheces a minha imperfeição e a
minha escuridão interior: Como posso (portanto) falar àqueles que não
falam segundo a voz do homem; ou dignamente invocar teu nome,
considerando que minha imaginação é variável e frutífera, e
desconhecida para mim? Será que as Areias parecem convidar as
Montanhas: ou podem os pequenos Rios entreter as ondas
maravilhosas e desconhecidas?
Pode o receptáculo do medo, da fragilidade, ou de determinada
proporção, erguer-se, erguer as mãos ou recolher o Sol em seu seio?
Senhor não pode ser: Senhor minha imperfeição é grande: Senhor eu
sou menor que areia: Senhor, teus bons Anjos e Criaturas me superam
em muito: nossa proporção não é igual; nosso sentido não concorda:
Apesar de tudo, estou consolado; Para que todos nós tenhamos um
Deus, todos um, começando de ti, para que te respeitemos como
Criador: Portanto, invocarei o teu nome, e em ti, me tornarei poderoso.
Tu me iluminarás e eu me tornarei um vidente; eu verei tuas Criaturas
e te magnificarei entre elas.

46
Aqueles que vêm a ti têm a mesma porta e, através da mesma
porta, descem, como tu enviaste. Eis que ofereço minha casa, meu
trabalho, meu coração e minha alma.
Se for do agrado dos teus anjos habitarem comigo e eu com eles;
para alegrarem-se comigo, para que eu possa alegrar-me com eles;
para ministrar a mim, para que eu possa engrandecer o teu nome.
Então, eis que as Tábuas (que eu providenciei e de acordo com a tua
vontade, as preparei) eu ofereço a ti e aos teus santos Anjos, desejando-
as, em e por meio dos teus santos nomes: Que assim como tu és a luz
deles e os confortas, assim eles serão em ti a minha luz e conforto.
Senhor, eles não prescrevem leis para ti, por isso não é adequado
que eu prescreva leis para eles: O que te agrada oferecer, eles
recebem; portanto, o que lhes agrada oferecerem, eu também
receberei.
Eis que eu digo (ó Senhor) se eu os invocar em teu nome, seja-me
feito com misericórdia como ao servo do Altíssimo. Que eles também
se manifestem a mim: Como, por quais palavras e em que horas os
chamarei.
Ó Senhor, há alguém que meça os céus, que seja mortal? Como,
portanto, os céus podem entrar na imaginação do homem? Tuas
criaturas são a Glória do teu semblante: Nisto tu glorificas todas as
coisas, que a Glória excede e (ó Senhor) está muito acima da minha
compreensão.
É grande sabedoria dizer e falar de acordo com o entendimento,
com os Reis: Mas ordenar a Reis por um mandamento sujeito não é
sabedoria, a menos que venha de ti. Eis, Senhor, como hei de subir aos
céus? O ar não me carrega, mas resiste à minha loucura, eu caio, pois
sou da terra. Portanto, ó tu, muita Luz e Verdadeiro Conforto, que
podes e irás comandar os céus: Eis que ofereço estas Tábuas a ti,
ordena-as como te agrada: E, ó ministros, e verdadeiras luzes de
compreensão, governando esta estrutura terrestre e os elementos em
que vivemos.
Faze por mim como pelo servo do Senhor, e a quem aprouve ao
Senhor falar de ti. Eis, Senhor, tu me designaste 50 vezes; Três vezes
50 vezes levantarei minhas mãos para ti. Seja feito para mim o que
quiser, a ti e a teus santos ministros. Não exijo nada além de ti e por
teu intermédio e para tua honra e glória: Espero, porém, ficar satisfeito

47
e não morrer (como prometeste) até que junte as nuvens e julgue todas
as coisas: quando em um momento serei transformado e habitarei
contigo para sempre.
Amém.

Formas Cerimoniais
Para aqueles que não estão familiarizados com o primeiro livro desta
série, algumas notas a respeito do meu uso do pentagrama da Golden Dawn
e dos rituais do hexagrama são necessárias. O Ritual Menor do Pentagrama
e o Ritual Menor do Hexagrama são apresentados aqui de acordo com meu
método operante, no qual o RMBP é seguido pelo RMIH para abrir o que
chamo de campo operante. Isso é diferente de como esses rituais são
geralmente ensinados na tradição da Golden Dawn, onde os alunos são
instruídos a seguir o RMBP com o RMBH, banindo nos níveis microcósmico
e macrocósmico. Eu descobri, no entanto, que resultados mágicos muito
mais potentes podem ser alcançados banindo no nível microcósmico seguido
pela invocação no nível macrocósmico, que mistura os dois reinos juntos em
um campo unificado.
Isso permite que as combinações das formas de banir e invocar dos
Rituais Menores sejam agrupadas de acordo com o seguinte esquema geral.
Refiro-me a essas combinações como Campos de Quatro Tipos Básicos.

Campo de Banimento (RMBP / RMBH):


Este campo, de fato, constitui o “desligamento total” - ele limpa as
formas mentais e espirituais dos mundos interior e exterior. Pode ser
usado para limpar completamente um templo, banir espíritos
permanentemente ou neutralizar um efeito mágico que tem como alvo
o mago. O que ele também faz, porém, é desligar qualquer feitiço em
andamento que você esteja executando, a menos que eles estejam
ligados a alguma âncora diferente de sua consciência pessoal. Se, por
exemplo, você está lançando um feitiço que deseja trabalhar na próxima
semana, não termine o ritual com esta combinação, a menos que esteja
convencido de que cometeu um erro e queira impedir que o feitiço entre
em vigor.

48
Campo de Invocação (RMIP / RMIH):
Esta combinação energiza todos os efeitos mágicos contínuos e
pode ser usada para iniciar um ritual que você deseja operar nos mundos
interno e externo. Um bom exemplo disso é um feitiço para conseguir
um emprego melhor. Você deseja que o feitiço afete sua psique de tal
maneira que pareça mais confiante e capaz, mas também deseja que
mude as probabilidades no mundo material para que a oportunidade
certa apareça em seu caminho.

Campo de Centralização (RMIP / RMBH):


Essa combinação estabelece um campo no qual o mundo interior
está envolvido, enquanto as influências do mundo exterior são
neutralizadas. Este campo é ideal para trabalhos mágicos
exclusivamente psicológicos de todos os tipos.

Campo Operante (RMBP / RMIH):


Este campo limpa o mundo interior e depois o funde com o mundo
exterior, criando um espaço no qual o pensamento se torna mais
facilmente realidade material. Toda a energia de um feitiço lançado
dentro deste campo é direcionado ao macrocosmo, e as mudanças de
probabilidade resultantes mostram que a magia feita dessa forma
influencia o mundo exterior significativamente melhor.
Destes quatro, o campo operante é o campo primário que você deve usar
ao trabalhar com a magia Enochiana prática e, como resultado, este é o
campo que é configurado quando você segue as instruções do modelo. Você
deve sempre banir antes de invocar e, portanto, os campos de centralização
e invocação devem ser precedidos por um RMBP inicial. Isso torna seu uso
um pouco mais complicado, uma vez que as sequências resultantes são
RMBP / RMIP / RMIH e RMBP / RMIP / RMBH.
Meus rituais de abertura Enochianos originais, o AOEVEAE e o
MADRIAX, também estão estruturados dessa maneira, com base em minhas
descobertas a respeito dos rituais padrão do pentagrama e hexagrama. O Rubi
Estrela e o Safira Estrela de Aleister Crowley também podem ser
substituídos pelos rituais Menores do Pentagrama e do Hexagrama,
respectivamente, tendo em mente que a forma de invocação do Safira Estrela
deve seguir a forma de banimento do Rubi Estrela pelas mesmas razões
descritas acima. As formas rituais para o Ritual Menor do Pentagrama, o

49
Ritual Menor do Hexagrama, o AOEVEAE e o MADRIAX, podem ser
encontrados no Apêndice A.
Em abril de 2011, logo após o Dominando a Heptarchia Mystica ser
enviado ao meu editor, Donald Michael Kraig, autor de Modern Magick 3,
escreveu em seu blog abordando minha descrição do método do campo
operante4. O livro de Kraig é a fonte da qual a maioria dos magistas iniciantes
aprendem a combinação RMBP / RMBH, embora esta também seja a
maneira que as várias ordens da Golden Dawn têm ensinado esses rituais
desde antes de seu livro ser publicado e ele não é o inventor do método. Kraig
discordou da minha avaliação de como essas combinações de rituais
funcionam e recomendou, em vez disso, que seguindo o RMBP / RMBH, o
mago deveria invocar usando a Abertura da Torre de Vigia, um ritual escrito
por Israel Regardie baseado nas aberturas do templo da Golden Dawn
originalmente publicado em seu livro, A Golden Dawn.
Incluí uma versão revisada da Abertura pela Torre de Vigia
desenvolvida por meu grupo de trabalho mágico para operações Enochianas
no Capítulo 8, pois é particularmente adequada para operações elementares,
como as pertencentes à Grande Tábua. Eu ainda recomendo abrir o templo
usando a combinação RMBP / RMIH, mesmo se você planeja usá-la, mas
você também deve se sentir à vontade para experimentar as várias formas
cerimoniais e encontrar o método que funciona melhor para você. Nem todos
os magistas respondem às formas rituais da mesma maneira, e pode ser que,
como Kraig comenta em sua postagem no blog, “seu mapa não é o meu
mapa”. No final, a medida final de uma técnica mágica é quão bem ela
funciona para você de maneiras práticas e mensuráveis, não quão bem ela se
conforma aos métodos estabelecidos que se tornaram consagrados ao longo
do tempo como dogmas.

*~*~*~*~*

50
Capítulo 6
Invocações Preliminares

Ao usar o exercício de trabalho energético NAZ OLPIRT (Apêndice A)


como parte de seu procedimento de abertura, ele deve preceder a Obediência
Fundamental. Isso ocorre porque, como visto no ritual do pentagrama
AOEVEAE, os nomes da Cruz Negra ou Tábua da União devem preceder os
doze nomes de Deus que residem no topo da hierarquia espiritual da Grande
Tábua. Enquanto o processo de conjurar um espírito envolve a descida da
presença espiritual ou luz divina, o objetivo da fase de invocação preliminar
é alinhar a consciência do mago com a da Divindade transcendente. Este
alinhamento facilita a comunicação e a autoridade sobre os espíritos
conjurados.
O ritual NAZ OLPIRT ativa os elementos microcósmicos dentro do
corpo sutil do mago, servindo a mesma função que as meditações dos
chakras nas escolas Taoísta e Yoga. Esse processo energiza o sistema
nervoso central e, portanto, se correlaciona diretamente com a energia física
envolvida no aumento da taxa de disparo dos neurônios por todo o corpo. Se
a magia é vista como uma forma de comunicação, ou seja, o envio de um
determinado sinal que convoca o espírito a aparecer, então este tipo de
trabalho de energia é como aumentar a potência do seu transmissor. Você
pode transmitir as mesmas informações sem ele, mas com ele o sinal que
você enviar será muito mais forte.
Como a fase preliminar de invocação do trabalho do ritual cerimonial
inclui aspectos teúrgicos mesmo quando o ritual propriamente dito tem
objetivos taumatúrgicos, este se torna de vital importância para o
desenvolvimento espiritual do mago. Na verdade, minha recomendação
usual é que o ritual de abertura até este ponto seja adotado como uma prática
diária. A maioria das ordens mágicas ensina variações desse método; por
exemplo, na maioria das ordens da Golden Dawn com as quais estou
familiarizado, a prática diária “padrão” é geralmente o Ritual Menor de
Banimento do Pentagrama seguido pelo Exercício do Pilar do Meio, no qual
os nomes de deus das esferas no pilar do meio da Árvore da Vida, são
vibradas nos pontos apropriados do corpo junto com as visualizações.
Alguns desses grupos adicionam o Ritual Menor de Banimento do
Hexagrama entre o Ritual Menor do Pentagrama e o Exercício do Pilar do

51
Meio. Como mencionei no capítulo sobre a Abertura do Templo, meus
métodos são semelhantes, exceto que geralmente substituo a forma de
banimento do ritual do hexagrama pela forma de invocação para trabalhos
operantes.
A vantagem de adotar as fases de abertura e de invocação preliminar do
trabalho ritual como prática diária é dupla. Em primeiro lugar, fazer isso
aumentará sua habilidade com a própria invocação preliminar e não é
exagero afirmar que a suposição da Divindade é a prática mais fundamental
e central da magia ritual. Quanto melhor você se tornar nisso, melhor seus
rituais funcionarão. Em segundo lugar, permite-lhe abordar rituais mais
complexos de uma forma modular, uma vez que qualquer ritual que realizar
será iniciado com o mesmo conjunto de ações que pratica todos os dias. Isso
significa que, para memorizar um novo ritual, você tem muito menos a
aprender. Embora algumas porções de rituais cerimoniais como as Chaves
Angelicais e as Conjurações da Grande Tábua sejam projetadas para serem
lidas, é muito mais eficaz ter as aberturas, fechamentos e estrutura ritual
básica memorizada para que você não tenha que gerenciar um script junto
com seu livro de conjurações ao realizar uma operação.

A Obediência Fundamental
Para as operações da Grande Tábua, uma nova invocação preliminar
substitui a Oração a Deus que é usada nos trabalhos Heptarchais. Dee
chamou essa nova invocação de “Obediência Fundamental”. Ela invoca os
doze nomes de Deus que governam os quatro quadrantes da Grande Tábua.
De acordo com a Tabula Recensa, estão dispostos assim:
Leste — ORO IBAH AOZPI
Sul — MPH ARSL GAIOL
Oeste — OIP TEAA PDOCE
Norte — MOR DIAL HCTGA
Na Obediência Fundamental, o alinhamento com a Divindade é
realizado por meio desses doze nomes particulares de poder que representam
a divindade em porções do universo representadas por suas posições na
Grande Tábua. Os rituais AOEVEAE e MADRIAX podem ser combinados
com a Obediência Fundamental como um regime de prática diária altamente
eficaz, pois a Obediência Fundamental invoca os doze nomes de Deus para
transformar o praticante em um Mago Enochiano poderoso e eficaz.
Presumivelmente, este é um objetivo compartilhado por todos os magos que
planejam assumir o trabalho Enochiano.

52
Como discuti no Capítulo 2, os quatro quadrantes da Mesa Santa podem
estar relacionados aos quatro mundos cabalísticos. Esses mundos, por sua
vez, podem ser relacionados a pontos no corpo humano. Ao recitar a
Obediência Fundamental, uma prática útil é vibrar cada nome lenta e
completamente enquanto dirige sua atenção para o ponto correspondente.
Uma vibração completa deve preencher completamente sua esfera de
consciência, pelo menos momentaneamente. Esta vibração pode ser
acompanhada pela visualização de uma esfera brilhante de luz
apropriadamente colorida centrada no ponto. Conforme os três nomes são
vibrados, você imagina esta esfera se tornando mais brilhante, maior e mais
coerente. A tabela a seguir mostra essas associações.
Nomes Mundo Ponto Cor
ORO IBAH AOZPI Atziluth Centro da Testa Vermelho
MPH ARSL GAIOL Briah Garganta Branco
OIP TEAA PDOCE Yetzirah Centro do coração Verde
MOR DIAL HCTGA Assiah Pés Preto
Tabela 3: Associações da Obediência Fundamental
Suas mãos podem ser usadas para direcionar e concentrar essa luz
tocando os três primeiros pontos para os três primeiros conjuntos de nomes
respectivamente e, em seguida, ficando com os braços ao lado do corpo para
o conjunto final, pois você não pode alcançar seus pés e manter sua coluna
reta ao mesmo tempo (como é aconselhável para este tipo de trabalho
energético).
A Obediência Fundamental de John Dee é a seguinte, com os doze
nomes de Deus mudados para coincidir com a ordem da Tabula Recensa:
Ó YHVH TzABAOTh, nós invocamos e imploramos mais
fervorosamente seu Divino Poder, Sabedoria e Bondade, e mais
humilde e fielmente pedimos que tu nos favoreças e ajudes em todas as
nossas obras, palavras e cogitações concernentes, promovendo ou
obtendo seu louvor, honra e Glória.
E por estes seus doze nomes místicos. ORO, IBAH, AOZPI, MPH,
ARSL, GAIOL, OIP, TEAA, PDOCE, MOR, DIAL, HGTGA, mais
ardentemente rogamos e imploramos tua Divina e Onipotente
Majestade: que todos os teus fiéis Espíritos Angelicais cujos nomes
místicos são expressos neste livro e cujos ofícios são brevemente
observados em qualquer parte do mundo em que estejam e, em
qualquer época de nossas vidas, eles são convocados por nós por meio
de seus poderes peculiares ou autoridade de seus Santos Nomes

53
(também contidos neste livro), que mais rapidamente eles venham a nós
visíveis, afáveis, e nos apareçam pacificamente e permaneçam conosco
visivelmente de acordo com nossos desejos, e que eles desapareçam de
nós a nosso pedido e de nossa vista.
E através de ti e daquela reverência e obediência que eles devem
a ti nesses doze nomes místicos acima mencionados, que eles deem
satisfação amigavelmente também a nós, a cada momento de nossas
vidas, e em cada ação ou pedido a todos, alguns ou um deles, e façam
isso rapidamente, bem, completamente e perfeitamente para executar,
aperfeiçoar e completar tudo isso de acordo com suas virtudes e
poderes gerais e individuais e através das injunções dadas por ti (Ó
Deus) e teus ofícios, encargos e sacerdócio.
Amém.

A Obediência Fundamental Revisada


A seguinte Obediência Fundamental revisada é o que meu grupo de
trabalho mágico e eu usamos em nossas próprias operações rituais,
modificada para torná-la mais genérica em termos de teologia. Eu também
adicionei uma referência ao nome Enochiano MAD (MAHD), que é dado
como o nome mais elevado de Deus pelo Anjo Madimi em uma das primeiras
porções da Relação Verdadeira e Fiel. O nome MAD deve ser vibrado como
é recomendado para os outros doze, exceto que deve ser feito com as mãos
ao lado do corpo, a esfera de luz deve envolver todo o seu corpo, e a própria
luz deve ser visualizada como um brilho composto por todas as cores de uma
vez. Isso faz com que pareça na maior parte como luz branca, mas menos
uma cor particular e mais um brilho indiferenciado.
Ó Todo-Poderoso e Onipotente MAD, Senhor e Criador do
universo, eu, [Seu Nome Mágico], devotado adorador do Altíssimo,
invoco e clamo teu poder divino, sabedoria e bondade com toda a
sinceridade.
Eu humilde e fielmente busco teu favor e ajuda para mim em todas
as minhas ações, palavras e pensamentos, e na promoção, obtenção e
associação ao seu louvor, honra e glória. Através destes seus doze
nomes místicos: ORO, IBAH, AOZPI, MPH, ARSL, GAIOL, OIP,
TEAA, PDOCE, MOR, DIAL, HCTGA, eu conjuro e rezo com muito
zelo à vossa majestade divina e onipotente, que todos os vossos
espíritos angelicais* possam ser chamados de todas e quaisquer partes

54
do universo por meio da maestria especial e do poder de controle de
teus santos nomes.
Deixe-os vir o mais rápido a mim. Que eles apareçam de maneira
visível, amigável e pacífica a mim.
Que eles permaneçam visíveis de acordo com minha vontade.
Deixe que desapareçam de mim e de minha vista quando eu assim
solicitar.
Deixe-os dar reverência e obediência diante de vós e seus doze
nomes místicos.
Eu peço que eles me satisfaçam alegremente em todas as coisas,
cumprindo cada uma das minhas petições, se não por um meio, então
por outro, de maneira boa, virtuosa e perfeita, com uma perfeição
excelente e completa, de acordo com suas virtudes e poderes, gerais e
únicos, e por vosso sacerdócio e ofício unidos, ó Deus,
Amém.
Assim seja.
*Substitua Angelical por Cacodaemônico ao invocar
Cacodaemons.
Esta invocação atua como um contraponto à Oração de Enoch, que a
precede na sequência ritual da Grande Tábua. As partes autodepreciativas da
Oração de Enoch servem para purificar a intenção do praticante e prepará-lo
para receber a majestade de Deus. A Obediência Fundamental, por outro
lado, invoca essa majestade por meio dos nomes divinos particulares de
poder que correspondem à Grande Tábua. O sucesso nesta parte da operação
é infelizmente difícil de quantificar, mas mesmo assim é de vital importância
para qualquer operação mágica. Toda a tradição de grimório é baseada na
suposição da autoridade divina pelo mago para convocar, encarregar e
dispensar os espíritos. Aleister Crowley escreve em Liber O vel Manus et
Sagittae que:
O sucesso em “banir” é conhecido por uma “sensação de
limpeza” na atmosfera; sucesso em “invocar” por um “sentimento de
santidade”. É uma pena que esses termos sejam tão vagos5.
Acrescentarei a isso que, quando se trata desse sentimento de santidade,
poucos espíritos podem se igualar ao sentido gerado pelos anjos Enochianos
mais fortes, embora deva ser notado que os arcanjos cabalísticos mais

55
poderosos se aproximam. Depois de evocar com sucesso uma entidade
Enochiana, daquele ponto em diante, você sempre reconhecerá a mudança
na atmosfera que acompanha sua chegada.

*~*~*~*~*

56
Capítulo 7
Pronúncia Enochiana

As Chaves Angelicais, ou Chamados, constituem o que é


provavelmente a parte mais famosa do sistema Enochiano. É a partir das
Chaves e de suas traduções para o português que todos os “dicionários
Enochianos” são criados. Na verdade, as Chaves constituem a única parte do
sistema em que as línguas latina e Enochiana aparecem lado a lado.
Pronúncia Enochiana: A pronúncia da língua Enochiana é um assunto
de debate entre os magistas Enochianos. Em Dominando a Heptarchia
Mystica, discuti alguns dos meus problemas com os vários esquemas de
pronúncia que foram sugeridos ao longo dos anos. No sistema da Golden
Dawn, as vogais hebraicas eram originalmente inseridas entre consoantes
que eram consideradas muito difíceis de pronunciar e, de fato, ouvi o boato
de que Wynn Wescott certa vez defendeu a posição de que cada letra
angelical individual deveria ser pronunciada como uma sílaba completa.
Tenha isso em mente ao ler as Chaves; deve ficar claro como esse método
seria incrivelmente pesado na prática. A maioria dos magistas Enochianos
modernos agora chegou ao consenso de que as notas de pronúncia de Dee,
vagas em alguns pontos como são, oferecem a melhor janela para como a
língua deve ser pronunciada. Ainda assim, as divergências permanecem
sobre como ler essas notas de pronúncia. Aaron Leitch publicou
recentemente um livro bastante abrangente sobre a linguagem angelical (The
Enochian Language, Volume II) no qual ele recomenda um método proposto
pela primeira vez por Leo Vinci em seu dicionário Gmicalzoma Enochian,
agora esgotado, no qual letras únicas podem ser lidas como o nome completo
da letra latina que o caractere Angelical representa. Como mencionei em meu
livro anterior, isso me parece profundamente incorreto. Uma discordância
semelhante gira em torno do uso de sons fortes e suaves para as várias
consoantes angelicais que têm vários sons em português. Leitch prefere ler
as notas de Dee com sons suaves em muitos lugares, enquanto a maioria das
minhas pronúncias são difíceis. Meu palpite é que, se nós dois lêssemos
Enochiano lado a lado, o dele soaria mais como português e o meu, mais
como alemão. Na verdade, a estrutura das palavras angelicais mostra
influências de ambas as línguas.

57
Meu raciocínio é que, se possível, as notas de Dee devem ser lidas com
uma única vogal ou som consonantal por letra. Existem algumas letras
angelicais que aparentemente podem ter vários sons, mas Dee observa isso
nos poucos lugares em que ocorre. Não faz sentido para mim que Dee
escreveria um G significando que soasse como um J quando ele poderia ter
apenas escrito J. Ele certamente faz isso com a letra I, que aparentemente
pode ter uma vogal I e uma consoante J soando em Enochiano (IAD é
pronunciado como está escrito, enquanto o J é explicitamente observado para
IAIDA, que nas notas de pronúncia é escrito começando com J em vez de I).
Da mesma forma, Enochiano tem uma letra para S, mas nenhuma para K,
então faz mais sentido para mim que a letra C seja pronunciada como K.
Também me parece estranho que, se Dee realmente estivesse tentando
comunicar a pronúncia da língua para as gerações futuras, ele iria, no
entanto, variar a pronúncia das consoantes como aparecem em suas notas de
pronúncia, sem quaisquer anotações para esse efeito. Isso implica para mim
que as notas devem consistir em um esquema fonético mais padronizado do
que o recomendado por Leitch.
Deve-se acrescentar que, de acordo com o esquema de pronúncia que
uso, os sons das vogais angelicais não se combinam, ao passo que os sons
consonantais sim. Se era ou não assim que Dee pretendia que suas anotações
fossem lidas, é impossível determinar a partir dos diários que sobreviveram,
mas descobri que na prática funciona bem. Por exemplo, a palavra QAA que
faz parte do meu lema mágico Ananael Qaa é pronunciada QUAH-ah em vez
de QUAH, mas o nome OMEBB é pronunciado OH-meb em vez de OH-
meh-beb ou alguma tradução semelhante em que os dois Bs são mantidos
como sons separados. Esta tabela mostra as vinte e uma letras angelicais
junto com seus nomes, equivalentes em português e sons.

58
Tabela 4: Pronúncias Enochianas
O uso da sílaba “Zod” no lugar da letra Z é mais significativo quando
se trabalha com os anjos da Grande Tábua do que com os Reis e Príncipes
Heptarchais. No sistema da Golden Dawn, Z é sempre pronunciado como a
sílaba “Zod”, mas na verdade o que foi comunicado a Dee foi que isso é feito

59
apenas algumas vezes e que muda o significado das palavras. Na verdade, o
uso de “Zod” em vez do som da consoante Z marca a palavra como mais
fortemente associada a Deus. Como tal, “Zod” só deve ser usado em nomes
da Grande Tábua que são chamados de nomes de Deus. Assim, por exemplo,
para os anjos dos subquadrantes, o som Z seria usado, mas para os nomes na
Cruz Sephirótica “Zod” seria falado. Da mesma forma, os doze nomes de
Deus para cada quadrante e os nomes dos Reis incorporam “Zod”, enquanto
os nomes dos Sêniores não.
Embora o sistema de pronúncia da Golden Dawn de inserir a vogal da
letra hebraica correspondente entre consoantes seja estranho, também é
verdade que às vezes a inserção da vogal é necessária. Geralmente insiro
sons de vogais de acordo com o método da Golden Dawn simplesmente
porque soa melhor do que inserir sons de schwa6 entre cada conjunto
consonantal difícil. Isso é feito de acordo com o som da vogal encontrada no
nome da consoante hebraica correspondente, conforme mostrado aqui.

60
Tabela 5: Pronúncia Enochiana-hebraica

61
Esse sistema de inserção de vogais é altamente sincrético e não tem base
real no material original de Dee, então eu o uso com moderação. Por
exemplo, eu pronuncio a palavra VORSG quase que escrita para que soe
muito como “VORSK” com a última letra um G forte em vez de um K. No
entanto, de acordo com a pronúncia tradicional da Golden Dawn, seria
“VaOReSaJi”, inserir o a de Vav, o e de Resh, o a de Samekh e o i de Gimel,
além de usar um G suave que acredito que Dee teria escrito como um J em
suas notas de pronúncia se fosse assim que ele pretendesse que palavra fosse
vocalizada. Na verdade, depois de praticar o som “SG” desconhecido por um
tempo, você descobrirá que não precisa de nenhuma das vogais adicionais
para pronunciá-lo corretamente.
Em alguns casos, porém, a inserção de vogais é a melhor opção. O
primeiro dos três nomes de Deus correspondentes ao sul na Tabula Recensa,
MPH ARSL GAIOL, consiste em três consoantes e nenhum som de vogal.
Na tradição moderna da Golden Dawn, MPH é geralmente pronunciado
como “EM-peh”, o que não está em conformidade nem mesmo com as regras
padrão da Golden Dawn. Pode ter sido daí que veio a ideia de que os nomes
das letras latinas poderiam ser usados como parte das palavras angelicais.
Esta pronúncia não é encontrada no Liber Chanokh de Aleister Crowley, mas
aparece em The Golden Dawn de Israel Regardie, então provavelmente foi
adotada pela linhagem posterior da Stella Matutina em algum ponto entre
1900 e 1934 e não fazia parte do sistema Golden Dawn original. Embora
algum tipo de som de vogal deva ser inserido em MPH e outras palavras
semelhantes, eu prefiro me conformar com a pronúncia mais padrão da
Golden Dawn de inserir o som de vogal apropriado após a consoante. MPH
é, portanto, pronunciado “MEH-peh” inserindo os sons de vogais curtas de
Mem e Peh. Uma vez que eu só uso essa regra quando necessário para
permitir a pronúncia da palavra, eu não adicionaria um e curto extra de Heh
após o H e pronunciaria o nome “MEH-peh-heh” como o método de
pronúncia da Golden Dawn completo ditaria.
Um contraponto interessante a MPH é o primeiro dos três nomes de
Deus correspondendo ao norte na Tabula Recensa, MOR DIAL HCTGA. Na
tradição da Golden Dawn moderna, a primeira palavra deste nome é
geralmente pronunciada como “E-mor”, o que é muito mais inexplicável do
que aplicar a mesma regra ao MPH. Mesmo os defensores da declaração de
nomes de letras em português, como Aaron Leitch e antes dele Leo Vinci,
pronunciam palavras angelicais como escritas se consistirem em
combinações razoáveis de vogais e consoantes. Nessa luz, deve ser óbvio
que esse nome pode ser simplesmente pronunciado como “MOR” sem

62
quaisquer inserções consonantais adicionais. Como “EM-peh”, “E-mor” não
são encontrados no Liber Chanokh de Crowley, mas aparece pela primeira
vez em The Golden Dawn de Regardie. Como Regardie é conhecido por ter
se referido aos líderes do Templo de Hermes no qual ele foi iniciado como
“inepti”, alguém se perguntaria como sua compreensão da linguagem
ANGELICAL pode ter sido confusa. Talvez o som principal nessas duas
palavras não tenha nenhum significado esotérico, mas sim, resultou de um
mal-entendido das regras de pronúncia da Golden Dawn declaradas e, devido
ao livro de Regardie, foi posteriormente adotado como correto.

As Folhas de Liber Loagaeth


Embora eu tenha criticado alguns aspectos do método de pronúncia de
Aaron Leitch neste livro e em Dominando a Heptarchia Mystica, seu The
Enochian Language: Volume I inclui um esquema extremamente bem
elaborado para usar as folhas de Liber Loagaeth em conjunto com as Chaves
Enochianas. Liber Loagaeth é uma coleção de 49 “folhas” ou declarações
semelhantes, mas não idênticas, à linguagem angelical das Chaves que foram
recebidas por Dee e Kelley após o material Heptarchal, mas antes do arranjo
da Torre de Vigia e das Chaves Angelicais. As folhas seguem um layout
simples de base 49 como as Chaves e podem ser relacionadas a elas por
número, tendo em mente que a Folha 1 corresponde à primeira chave
silenciosa verdadeira, a Folha 2 corresponde à Chave 1 e assim por diante.
Quando usada dessa maneira, a Folha deve preceder diretamente a Chave
correspondente. Como eu não experimentei pessoalmente esse método em
nenhum grau significativo, em vez de incluir as folhas em meu modelo de
ritual e reproduzi-las aqui, recomendo que você pegue uma cópia de
Enochian Language: Volume I de Leitch e experimente você mesmo. A
única advertência que acrescentarei é que Leitch afirma no livro que, em vez
das Chaves corresponderem aos quadrantes e subquadrantes da Grande
Tábua, elas correspondem apenas às folhas de Liber Loagaeth. Eu discordo
dessa afirmação em particular e uso as Chaves como parte de minhas
operações da Grande Tábua, mas imagino que incorporar as Folhas a essas
operações também poderia abrir muitas novas possibilidades.
Uma ideia que definitivamente não é verdadeira em relação às folhas é
que, de alguma maneira misteriosa, elas codificam o Necronomicon
encontrado nos contos de H.P. Lovecraft. Em um ponto, Lovecraft escreveu
uma breve história deste livro misterioso e totalmente fictício, e nele
mencionou que ele havia sido traduzido em um ponto por ninguém menos
que o Dr. John Dee. A partir desse pequeno petisco, George Hay passou a

63
publicar uma versão do Necronomicon por meio do Skoob Esoterica em
1993, alegando que foi de fato extraído do texto do Liber Loagaeth de Dee.
Mesmo que o próprio Lovecraft tenha escrito que seu temido grimório era
meramente um artifício literário que ele inventou, a ideia de que o livro
realmente existe, ou existiu e está de alguma forma conectado a John Dee, é
uma ideia que simplesmente se recusa a desaparecer. As Folhas, na verdade,
não têm tradução aparente para o português, pelo menos em nenhum lugar
dos diários espirituais.

*~*~*~*~*

64
Capítulo 8
As Chaves Enochianas

Existem quarenta e nove Chaves reais - dezoito atribuídas à Grande


Tábua, trinta atribuídas aos Aethyrs (que diferem umas das outras apenas
pelo nome do Aire), e a verdadeira “Primeira Chave” que precede as outras
quarenta e oito. Eu dividi as Chaves em três grupos: as Chaves de Abertura,
usadas para abrir e fechar o Templo, as Chaves da Torre de Vigia, que
correspondem às várias regiões da Grande Tábua, e as Chaves de Aethyr,
que correspondem aos trinta Aethyrs. Em Dominando a Heptarchia Mystica,
discuti o uso das duas primeiras Chaves no contexto das operações
heptarchais, que não é um método usado por muitos outros magistas
Enochianos. Para operações da Grande Tábua, entretanto, é claro que essas
duas Chaves devem ser empregadas. De acordo com o consenso geral entre
a maioria dos magos Enochianos modernos, as duas primeiras Chaves
Angelicais correspondem à Cruz Negra ou Tábua da União, e as dezesseis
subsequentes correspondem aos dezesseis subquadrantes da Grande Tábua.

As Chaves de Abertura
Silêncio - A Verdadeira “Primeira Chave”:
Como mencionei pela primeira vez em Dominando a Heptarchia
Mystica, a verdadeira “Primeira Chave” é “não soada”, isto é, é silenciosa.
De modo geral, eu implemento esta Chave realizando uma breve
meditação que serve para aquietar meus pensamentos errantes e separar
meus pensamentos rituais daqueles da minha vida normal antes de iniciar
qualquer ritual mágico, bem como inserir uma breve pausa antes de ler as,
então chamadas, primeiras e / ou segundas chaves. Se você decidir
experimentar as Folhas de Liber Loagaeth, tenha em mente que a
numeração das 49 Folhas é compensada por um da numeração tradicional
das 48 Chaves faladas. A Primeira Folha, portanto, corresponde à uma
breve pausa, a Segunda Folha à Primeira Chave Angelical, a Terceira
Folha à Segunda Chave Angelical e assim por diante.
A Primeira Chave:

65
Embora esta “Primeira Chave” seja na verdade a segunda, não a
rotulei como tal, a fim de manter a consistência com outros escritos
sobre Magia Enochiana. A Primeira Chave é usada para ativar o Templo
Enochiano ao realizar rituais que envolvem a evocação - isto é, a
chamada dos anjos Enochianos para a Mesa Santa. Como uma Chave
de Abertura, ela precede o uso de todas as Chaves da Torre de Vigia
para as operações da Grande Tábua.
Ao trabalhar com Cacodaemons, o texto desta chave é
ligeiramente alterado. O asterisco após a palavra VAOAN, que significa
“verdade”, indica que a palavra deveria ser VOOAN, pronunciada
“VO-o-an” conforme está escrita. Essa chave sempre deve ser usada ao
trabalhar com os Cacodaemons, já que invocá-los diretamente não é
aconselhável. Eles devem sempre ser evocados na Mesa Santa e
comandados de lá como os demônios de outras tradições goéticas são
convocados em triângulos. As naturezas entrópica e destrutiva das
várias classes de Cacodaemons não os tornam particularmente
adequados para habitar sua esfera de consciência.
A Segunda Chave:
A Segunda Chave é usada para abrir o templo Enochiano para
rituais que envolvem invocação - isto é, a chamada dos anjos
Enochianos para dentro de si mesmo. A invocação e a evocação não
são necessariamente contraditórias; eu realizei rituais nos quais
invoquei a forma de um anjo específico para chamar um segundo anjo
à Mesa Santa que estava sob a autoridade do primeiro. No caso de tal
ritual, ambas as Chaves são lidas começando com a Primeira. Caso
contrário, para um ritual envolvendo apenas invocação, a Segunda
Chave substitui a Primeira.

66
A PRIMEIRA CHAVE ANGELICAL
OL SONF VORSG, GOHO IAD BALT LANSH CALZ VON- PHO,
SOBRA Z-OL ROR I TA NAZPSAD GRAA TA MAL- PRG. DS HOL-Q
QAA NOTHOA ZIMZ OD COMMAH TA NOBLOH ZIEN: SOBA THIL
GNONP PRGE ALDI DS VRBS OBOLEH GRSAM: CASARM
OHORELA CABA PIR DS ZONRENSG CAB ERM JADNAH: PILAH
FARZM ZURZA ADNA GONO IADPIL DS HOM TOH SOBA IPAM LU
IPAMIS DS LOHOLO VEP ZOMD POAMAL OD BOG PA AAI TA PIAP
PIAMOL OD VAOAN*. ZACARE CA OD ZAMRAN ODO CICLE QAA
ZORGE, LAP ZIRDO NOCO MAD HOATH JAIDA.
* Use VOOAN aqui ao trabalhar com Cacodaemons.
Fonética:
OL SONF VORSG go-HO i-AD BALT LANSH KALZ VON- pho, SO-bra
zod-OL ROR I TA NAZ-psad GRA-a TA MAL- perg. DES HOL-quo QUA-
a not-HO-a ZIMZ, OD KO-mah TA NO-bloh zi-EN: SO-ba THIL gi-NONP
per-GE AL-di DES VURBS O-bu-leh gir-SAM: ka-SARM o-ho-RE-la ka-
BA PIR DES zon-RENSG KAB ERM jAHD-na: PE-lah FARZM OD ZUR-
za ad-NA GO-no i-AHD-pil DES HOM TOH SO-ba i-PAM LU i-PAHM-
is, DES LO-huh-lo VEP ZOMD po-A-mal OD BOG-pa ah-uh-I TA pi-AP
pi-A-mol OD VA-o-an* za-ka-REH KA OD ZAM-ran: O-do kik-LEH
QUA-a zor-GEH, LAP ZIR-do NO-ko MAD ho-ATH ja-I-da.
* A pronúncia de VOOAN é VO-o-an.
Português:
Eu reino sobre vós, diz o Deus da Justiça, poderosamente exaltado
acima dos firmamentos da ira; em cujas mãos o Sol é uma espada e a Lua
como um fogo penetrante: que mede as vossas túnicas, no seio de minhas
próprias vestes e vos amarrei juntos com as palmas de minhas mãos; vossos
assentos sendo decorados com o fogo da união, embelezando vossas
vestimentas com admiração; para quem fiz a Lei para governar os santos e
entreguei uma vara com a arca do conhecimento. Além disso, vós então,
erguestes vossas vozes e jurastes obediência e fé a Ele, que vive e triunfa,
que não tem início, nem fim, que brilha como uma chama no meio de vosso
palácio, e reina entre vós como a balança da retidão e verdade. Portanto,
movei-vos e mostrai-vos! Abri os mistérios de vossa criação! Sede amistosos
comigo, pois eu sou servo do vosso mesmo Deus, o verdadeiro adorador do
Altíssimo.

67
A SEGUNDA CHAVE ANGELICAL
ADGT VPAAH ZONGOM FAAIP SALD VIIV L SOBAM IAL- PRG
IZAZAZ PIADPH CASARMA ABRAMG TA TALHO PARACLEDA Q-
TA LORS-L-Q TURBS OOGE BALTOH GIUI CHIS LUSD ORRI OD
MICALP CHIS BIA OZON- GON. LAP NOAN TROF CORS TAGE O-Q
MANIN JAIDON. TORZU GOHEL ZACAR CA CNOQUOD, ZAM- RAN
MICALZO OD OZAZM VRELP LAP ZIR IOIAD.
Fonética:
AD-git VEH-puh-a ZONG-om fa-uh-IP SALD VI-iv LA so-BAM i-AL-
perg i-zuh-ZAZ pi-AD-peh, kas-AR-ma ab-RAMG TA TAL-ho pa-ruh-
KLEH-da QUO-ta LORS-el-quo TURBS O-uh-ge BAL-toh gi-u-I CHIS
OR-ri OD mi-KALP CHIS bi-A O-zun-gon. LAP no-AN TROF KORS ta-
GE O-quo ma-NIN JA-i-don tor-ZU GO-hel za-KAR KA KNO-quod, ZAM-
ran mi-KAL-zo OD o-ZA-zam VRELP LAP ZIR i-O-i-ad.
Português:
Podem as asas do vento entender vossas vozes de admiração, Ó, vós
todos, os segundos dos primeiros? Que as chamas ardentes conceberam nas
profundidades de minhas mandíbulas; que preparei como taças para um
casamento, ou como flores em sua beleza para a câmara da retidão. Mais
fortes são os vossos pés, que a pedra estéril, e mais poderosa são vossas
vozes que os ventos múltiplos, pois se haveis tornado uma edificação como
não existe outra, exceto em minha mente de Todo-Poderoso. Aparecei disse
o Primeiro: Movei-vos, portanto, até os vossos servos! Mostrai vossos
poderes e fazei de mim um Grande Vidente, pois eu sou daquele que vive
para sempre.

68
As Chaves da Torre de Vigia
A maioria dos magos que trabalham com o sistema Enochiano concorda
que as dezesseis Chaves, que vão da terceira à décima oitava, estão
relacionadas aos dezesseis subquadrantes da Grande Tábua. É também assim
que uso essas Chaves, mas não uso a popular Ordem das Chaves da Golden
Dawn para relacioná-las aos subquadrantes. Em Liber Chanokh, Aleister
Crowley descreve esta ordem assim, com os números dados representando
Chaves particulares.
1. Rege geralmente como um todo a Tábua da União. Use-a primeiro em
todas as invocações de Anjos daquela Tábua, mas nunca com outras 4
Tábuas.
2. Usada como uma invocação dos Anjos E H N B representando a
governança do Espírito na Tábua da União: também procede, em
segundo lugar, todas as invocações dos Anjos da Tábua Chave. Não é
usada em chamadas das 4 outras tábuas.
3, 4, 5, 6: Usadas em invocações de Anjos da Tábua da União, também
dos anjos das 4 tábuas terrestres, então -
3. Usada para invocar Anjos das letras da linha E X A R P
Para aqueles da Tábua ORO como um todo e para o ângulo menor desta
tábua, a qual é o do próprio elemento, viz. I D O I G O. Então, para as outras
-
As 12 Chaves restantes referem-se aos ângulos menores restantes das
Tábuas, a ordem dos elementos sendo Ar, Água, Terra, Fogo7.
Usando este arranjo, você abriria seu ritual com a Primeira ou Segunda
Chave, dependendo dos anjos específicos que você estará conjurando. Em
segundo lugar, você seguiria com a Chave 3, 4, 5 ou 6, dependendo de qual
dos quatro quadrantes esses anjos residem. Terceiro, você empregaria a
Chave 7, 8 ou 9 para um subquadrante do Ar, 10, 11 ou 12 para um
subquadrante da Água, 13, 14 ou 15 para um subquadrante da Terra, ou 16,
17 ou 18 para um subquadrante do Fogo. Para um subquadrante com a
mesma atribuição elementar do quadrante (Ar do Ar, Água da Água, Terra
da Terra, Fogo do Fogo) este terceiro passo não é necessário, pois a
atribuição elemental não muda. Embora muitos magos que trabalham com
essa ordem afirmem obter bons resultados, na minha opinião existem vários
problemas significativos com esse arranjo amplamente usado, mas estranho.

69
Em primeiro lugar, está claro para mim, a partir de seu conteúdo, que
as primeiras quatro Chaves nesta seção, Chaves três a seis, são um grupo, e
que as últimas quatro, Chaves quinze a dezoito, também são um grupo. O
arranjo da Golden Dawn agrupa os quatro primeiros, mas depois subdivide
os doze restantes em grupos de três. Na minha maneira de pensar, não é
consistente ou lógico colocar as Chaves que começam com “Ó, tu
governador da primeira chama” e “Ó, tu governador da segunda chama” em
grupos diferentes. Em segundo lugar, com o arranjo da Golden Dawn, as
instruções mencionadas nas Chaves ficam confusas se você realmente as
estiver usando com uma Mesa Santa física. Em vez de uma progressão
ordenada leste-sul-norte-oeste, para abrir seções da Grande Tábua você deve
mover-se ao redor da Mesa Santa várias vezes para se pôr de frente às
direções adequadas à medida que são lidas. Finalmente, a solução mais
simples é dividir as Chaves em quatro grupos de quatro Chaves e atribuí-las
usando uma progressão simples leste-sul-oeste-norte correspondente às
diferentes classes de espíritos, na maioria das vezes funciona bem.
Descobri que, ao trabalhar com um arranjo de templo Enochiano
completo, é melhor ficar na direção oposta à qual você está endereçando a
Chave - isto é, você fica no oeste voltado para o leste quando está lendo um
chamado dirigido ao leste , de modo que você está olhando para o outro lado
da Mesa. Isso mantém o foco do ritual, que é realmente o centro da Mesa
Santa ou qualquer objeto colocado lá, como um cristal. As Chaves da Torre
de Vigia são normalmente lidas em grupos de quatro em um padrão
semelhante ao arranjo das invocações de Dee, começando com o leste e
prosseguindo no sentido horário ao redor do templo. Esse arranjo se reflete
em meu arranjo dessas Chaves - para a maioria dos rituais, elas devem ser
lidas em ordem numérica, começando com a Chave que se dirige ao leste
para a classe de espíritos com a qual você está trabalhando. Cada uma dessas
classes tem suas próprias atribuições e poderes, como você verá no capítulo
que trata das conjurações da Grande Tábua. Além disso, deve-se notar que
os Reis e os Sêniores não parecem precisar de nenhuma leitura adicional das
Chaves além da Primeira e / ou Segunda e podem ser conjurados de uma
maneira direta, uma vez que o modo de trabalho tenha sido definido.

70
A TERCEIRA CHAVE ANGELICAL
A terceira chave inicia o primeiro grupo, composto das chaves três a
seis. Essas Chaves são atribuídas aos Anjos das Substâncias Naturais, aos
Anjos da Medicina e aos Cacodaemons da Medicina, com a Terceira Chave
relacionada ao leste e ao Fogo. Nessas quatro chaves, as direções são
chamadas de quatro ângulos. Essa referência faz alusão à localização desses
espíritos no subquadrante superior esquerdo de cada quadrante da Grande
Tábua, da mesma maneira que, ao contornar a Grande Tábua, você começa
com o quadrante superior esquerdo, cada ângulo começa com o subquadrante
superior esquerdo.
MICMA, GOHO PIAD, ZIR COMSELH AZIEN BIAB OS LONDOH.
NORZ CHIS OTHIL GIGIPAH, VNDL CHIS TA PUIM: Q MOSPLEH
TELOCH QUIIN TOLTORG CHIS, I CHIS GE, M OZIEN, DST BRGDA
OD TORZUL. ILI EOL BALZARG OD AALA THILN OS NETAAB,
DLUGA VOM- SARG LONSA CAPMIALI VORS CLA, HOMIL
COCASB, FAFEN, IZIZOP OD MIINOAG DE GNETAAB, VAUN NA
NAEEL: PANPIR MALPIRGI, CAOSG PILD NOAN VNALAH BALT
OD VOOAN. DO OAIP MAD GOHOLOR, GOHUS, AMIRAN. MICMA,
IEHUSOZ CACACOM OD DOOAIN NOAR MICAOLZ AAIOM
CASARMG GOHIA ZACAR, VNIGLAG OD IMUAMAR PUGO PLAPLI
ANANAEL QAAN.
Fonética:
mik-MA, go-HO pi-AD, ZIR KOM-se-lah az-i-EN bi-AB OS LON-doh.
NORZ KHIS O thil gi-GI-pa, VAND-la KHIS TA PU-im: QUO MOS-pleh
TE-loch quo-i-IN TOL-torg CHIS, I CHIS GEH, ME o-ZI-en, DAST
BERG-dah OD TOR-zul. I-li i-OL BAL-zarg OD a-a-LA THILN OS NE-
ta-ab, DLU-ga VOM-sarg LON-sah kap-mi-A-li VORS KLA, ho-MIL KO-
ka-sab, FA-fen, I-zi-zop OD mi-I-no-ag DE gne-TA-ab, va-UN na-NA-e-el:
PAN-pir mal-PIR-gi, ka-OSG PILD NO-an VNA-la BALT OD vo-O-an.
DO O-i-ap MAD go-HO-lor, go-HUS, A-mi-ran. mik-MA, i-e-HU-soz ka-
KA-kom OD do-o-a-IN no-AR mi-KA-olz a-a-I-om ka-SARMG go-HI-a
ZOD-a-kar, VA-ni-glag OD IM-ua-mar PU-go PLA-pli a-NA-na-el QUA-
an.
Português:
Vede! Disse o vosso Deus, eu sou um círculo em cujas mãos descansam
12 reinos; Seis são os assentos dos espíritos da vida; os outros são como
foices afiadas ou como o chifre da morte, nos quais as Criatura da Terra

71
são e não são, exceto pelas minhas próprias mãos; que também dormem e
subirão! No princípio os fiz Administradores e os coloquei sobre 12 assentos
de Governo, dando a cada um de vós o poder sucessivamente sobre os 456,
verdadeiras épocas do tempo, de forma que desde os mais altos receptáculos
e cantos de seus governos pudessem trabalhar meu Poder, derramando o
fogo da vida, e crescer na Terra continuamente. Assim, tornam-se os limites
da justiça e da verdade. Em nome do vosso Deus, levantai-vos; eu vos digo:
Vede! Vossas misericórdias florescem e vosso nome que permanece
poderoso entre nós. Nele dizemos: Movei-vos! Descendei e recorrei a nós,
como participantes da sabedoria secreta de vossa criação.

72
A QUARTA CHAVE ANGELICAL
A quarta chave é atribuída aos Anjos das Substâncias Naturais, aos
Anjos da Medicina e aos Cacodaemons da Medicina do Sul e do Ar.
OTHIL LASDI BABAGE OD DORPHA GOHOL, GCHISGE AUAUAGO
CORMP PD, DSONF VI VDIV, CASARMI OALI MAPM SOBAM AG
CORMPO, CRPL, CASARMG CROODZI CHIS OD VGEG DST
CAPIMALI CHIS CAPI- MAON: OD LONSHIN CHIS TA LO CLA:
TORGU, NOR QUASAHI, OD F CAOSGA: BAGLE ZIRENAIAD, DSI,
OD APILA. DOOAIP QAAL ZACAR OD ZAMRAN OBELISONG
RESTEL AAF NOR MOLAP.
Fonética:
o-THIL LAS-di BA-ba-ge OD DOR-pha go-HOL, gi-KHIS-ge a-UA-ua-go
KORMP PED, da-SONF VI VDIV, ka-SAR-mi O-a-li MA-pem so-BAM
AG korm-PO, ka-rep-LA, ka-SARMG kro-OD-zi KHIS OD VA-geg DAST
ka-pi-MA-li KHIS ka-pi-ma-ON: OD LON-shin KHIS TA LO KLA: tor-
GU, NOR qua-SA-hi, OD FA ka-OS-ga: BAG-le zi-re-NA-i-ad, da-SI, OD
a-PI-la. Do-o-a-IP QUA-al za-KAR OD ZAM-ran o-BE-li-song rest-EL a-
AF NOR MO-lap.
Português:
Coloquei os meus pés no Sul e olhei ao meu redor, dizendo: Não são os
Trovões do crescimento de número 33, que reinam no Segundo Ângulo? Sob
eles coloquei 9639 que nunca foram numerados, a não ser um, no qual o
segundo princípio das coisas está e cresce forte, que, sucessivamente,
também são os números do Tempo: e seus Poderes são como os dos
primeiros 456. Levantai-vos! Ó Filhos do Prazer! e visitai a Terra: pois eu
sou o Senhor vosso Deus que vive e é eterno! E em nome do Criador, movei-
vos e revelai-vos como agradáveis entregadores para que possais louva-lo
entre os filhos dos homens.

73
A QUINTA CHAVE ANGELICAL
A quinta chave é atribuída aos Anjos das Substâncias Naturais, aos
Anjos da Medicina e aos Cacodaemons da Medicina do Oeste e da Água.
SAPAH ZIMII DUIB, OD NOAS TAQUANIS ADROCH DORPHAL
CAOSG OD FAONTS PERIPSOL TABLIOR, CASARM AMIPZI NA
ZARTH AF OD DLUGAR ZIZOP ZUDA CAOSGI TOLTORGI, OD
ZCHIS ESIASCH L TAVIU OD IAOD THILD DS PERAL HUBAR
PEOAL SOBA CORM- FA CHIS TA LA VLS OD QCOCASB. CA NIIS
OD DARBS QAAS, FETH ARZI OD BLIORA IAIAL EDNAS CICLES:
BAGLE? GEIAD I L.
Fonética:
sa-PAH ZI-mi-i du-IB, OD no-AS ta-qu-A-nis AD-roch DOR- phal ka-OSG
OD fa-ONTS PE-rip-sol ta-bli-OR, ka-SARM a-MIP-zi NA ZARTH AF OD
DLU-gar ZI-zop zod-LI-da ka-OS-gi tol-TOR-gi, OD zod-KHIS e-SI-asch
LA ta-vi-U OD i-A-od THILD DAS pe-RAL HU-bar pe-O-al SO-ba
KORM-fa KHIS TA LA VALS OD quo-KO-kasb. KA ni-IS OD DARBS
quo-A-as, feth-AR-zi OD bli-O-ra i-A-i-al ED-nas KIK-les: BA-gle? ge-i-
AD I LA.
Português:
Os Poderosos Sons entram no terceiro ângulo e estão se tornando como
olivas no Monte das Oliveiras, olhando com alegria a Terra e habitando no
brilho do Céu como contínuos consoladores. A eles firmei os 19 pilares da
alegria e dei vasilhas para regar a Terra com suas criaturas; e eles estão
adornados com 69.636 lâmpadas perpétuas cujos números são como o
princípio, os fins e os conteúdos do tempo. Portanto, vinde e obedecei a
vossa Criação: visitai-nos em paz e conforto: Tornai-nos receptores de
vossos mistérios. Por quê? Nosso Senhor e Mestre é o Todo Uno.

74
A SEXTA CHAVE ANGELICAL
A sexta chave é atribuída aos Anjos das Substâncias Naturais, aos Anjos
da Medicina e aos Cacodaemons da Medicina do Norte e da Terra.
GAH S DIU CHIS EM, MICALZO PILZIN, SOBAM EL HARG MIR
BABALON OD OBLOC SAMVELG DLUGAR MALPRG ARCAOSGI
OD ACAM CANAL SOBOLZAR FBLIARD CAOSGI OD CHIS
ANETAB OD MIAM TAVIV OD D DARSAR SOLPETH BIEN BRITA
OD ZACAM GMICALZO SOB HAATH TRIAN LUIAHE ODECRIN
MAD QAAON.
Fonética:
GAH SA DI-u KHIS EM, mi-KAL-zo PIL-zin, SO-bam EL HARG MIR ba-
BA-lon OD O-blok SAM-velg DLU-gar MAL-perg ar-ka-OS-gi OD a-KAM
ka-NAL so-BOL-zar fa-bli-ARD ka-OS-gi OD KHIS a-NE-tab OD mi-AM
ta-VIV OD DA DAR-sar SOL-peth bi-EN BRI-ta OD ZA-kam gi-mi-KAL-
zo sob-HA-ath TRI-an lu-i-A-he o-de-KRIN MAD quo-a-a-ON.
Português:
Os espíritos do quarto ângulo são nove, poderosos no firmamento das
águas. Que o Primeiro formou como um tormento para os maus e uma
guirlanda para os justos, dando-lhes flechas flamejantes para liderar a
Terra, e 7699 trabalhadores incansáveis, cujo trajeto visita com conforto a
Terra e estão no governo e continuidade com o Segundo e o Terceiro. Para
que ouçam a minha voz! Tenho falado de vós todos e vos movo em poder e
presença, para que vossas obras sejam uma canção de honra, e louvor de
vosso Deus em vossa criação.

75
A SÉTIMA CHAVE ANGELICAL
A Sétima Chave se refere ao Leste e é a primeira Chave do segundo
grupo, atribuída aos Anjos do Transporte, aos Anjos do Ouro e Pedras
Preciosas e aos Cacodaemons do Ouro e Pedras Preciosas. A Sétima Chave
é atribuída aos espíritos deste grupo pertencentes ao leste e ao Fogo.
RAAS I SALMAN PARADIZ OECRIMI AAO IALPIRGAH, QUIIN
ENAY BUTMON OD INOAS NI PARADIAL CASAR- MG VGEAR
CHIRLAN OD ZONAC LUCIFTIAN CORS TA VAUL ZIRN TOLHAMI
SOBA LONDOH OD MUAM CHIS TAD ODES VMADEA OD
PIBLIAR OTHIL RIT OD MIAM. CNOQUOL RIT, ZACAR, ZAMRAN,
OECRIMI QADAH: OD OMICAOLZ AAIOM BAGLE PAPBOR
IDLUGAM LONSHI OD VMPLIF VGEGI BIGLIAND.
Fonética:
RA-as I-sal-man pa-ra-DI-zod o-E-kri-mi a-a-O i-al-PIR-gah, qui-IN e-NAY
BUT-mon OD i-NO-as NI pa-RA-di-al ka-SARMG va-GE-ar KHIR-lan OD
ZO-nac lu-KIF-ti-an KORS TA va-UL ZIRN tol-HA-mi SO-ba lon-DOH
OD mu-AM KHIS TAD o-DES va-MA-de-a OD PI-bli-ar o-THIL RIT OD
MI-am. KNO-quol RIT, za-KAR, ZAM-ran, o-e-KRI-mi QUA-dah: OD o-
MI-ka-ol-zod a-a-I-om BA-gle PAP-bor i-DLU-gam LON-shi OD vam-
PLIF va-Ge-gi big-LI-and.
Português:
O leste é uma casa de Virgens que cantam louvores entre as Chamas
da primeira glória em que o Senhor abriu a sua boca e se tornaram as 28
habitações viventes onde a força do homem se regozija; e elas estão vestidas
com ornamentos brilhantes que operam maravilhas em todas as criaturas;
dos reinos e continuidade são como o terceiro e quarto, fortes torres e locais
de conforto, assentos da misericórdia e da continuidade. Ó, Servos da
Misericórdia, movei-vos e aparecei, cantai louvores ao Criador e sede
poderosos entre nós, pois a esta recordação é dado o poder, e a vossa força
crescida e poderosa em vosso Consolador.

76
A OITAVA CHAVE ANGELICAL
A Oitava Chave é atribuída aos Anjos do Transporte, aos Anjos do Ouro
e Pedras Preciosas e aos Cacodaemons do Ouro e Pedras Preciosas do Sul e
do Ar. Embora a chave não mencione diretamente o Sul, ela se refere ao
meio-dia quando o Sol está no sul, pelo menos no hemisfério norte.
BAZMELO ITA PIRIPSON OLN NAZAVABH OX CASARMG URAN
CHIS UGEG DSA BRAMG BALTOHA GOHO IAD SOLAMIAN TRIAN
TALOLCIS ABAIUOVIN OD AZIAGIER RIOR. IRGIL CHIS DA
DSPAAOX BUFD CAOSGO DSCHIS ODIPURAN TELOAH CACRG O
ISALMAN LONCHO OD VOUINA CARBAF. NIISO, BAGLE
AUAUAGO GOHON: NIISO, BAGLE MOMAO SIAION OD MABZA
IADOIAS- MOMAR POILP NIIS ZAMRAN CIAOFI CAOSGO OD
BLIORS OD CORSI TA ABRAM IG.
Fonética:
BAZ-me-lo I-ta pi-RIP-son OLN na-za-VABH OX ka-SARMG u-RAN
KHIS va-GEG dsa-BRAMG bal-TO-ha go-HO-i-ad so-LA-mi-an tri-AN ta-
LOL-kis a-ba-I-u-o-vin OD a-zi-A-gi-er ri-OR. IR-gil KHIS DA das-PA-a-
OX BUFD ka-OS-go das-KHIS o-di-PU-ran TE-lo-ah ka-KURG O i-SAL-
man LON-cho OD vo-u-I-na KAR-baf. ni-I-so, BA-gle a-u-A-u-a-go go-
HON: ni-I-so, BA-gle MO-ma-o si-A-i-on OD MAB-za i-a-do-i-AS-mo-mar
po-ILP ni-IS ZAM-ran ki-A-o-fi ka-OS-go OD bli-ORS OD KOR-si TA a-
BRA-mig.
Português:
O meio-dia, o primeiro, é como o terceiro céu, feito de 26 Pilares de
Jacinto em que os Anciãos se fazem fortes; que preparei em minha própria
retidão, disse o Senhor: que vossa longa duração seja como um escudo
contra o Dragão curvado, e como a colheita de um viúvo. Quantos são os
que permanecem na glória da Terra, quem são e que não verão a morte, até
que esta casa caia e o Dragão afunde! Ide! Porque os trovões têm dito; ide,
porque as coroas do templo e a túnica Dele, que É, e Era, e Será coroado,
estão divididas. Vinde! Aparecei para o terror da Terra e para nosso consolo
e daqueles que estão preparados.

77
A NONA CHAVE ANGELICAL
A Nona Chave é atribuída aos Anjos do Transporte, aos Anjos do Ouro
e Pedras Preciosas e aos Cacodaemons do Ouro e Pedras Preciosas do Oeste
e da Água.
MICAOLI BRANSG PRGEL NAPTA IALPOR (DS BRIN EFAFAFE P
VONPHO OLANI OD OBZA: SOBA VPAAH CH IS TATAN OD
TRANAN BALYE), ALAR LUSDA SOBOLN, OD CHIS HOLQ
CNOQUODI CIAL. VNAL ALDON MOM CAOSGO TA LASOLLOR
GNAY LIMLAL: AMMA CHIIS SOBCA MADRID ZCHIS, OOANOAN
CHIS AUINY DRILPI CAOSGIN, OD BUTMONI PARM ZUMVI
CNILA: DAZIZ ETHAMZ ACHILDAO: OD MIRC OZOL CHIS PIDIAI
COLLAL. ULCININ, A SOBAM UCIM. BAGLE? IADBALTOH
CHIRLAN PAR. NIISO OD IP EFAFAFE BAGLE ACOCASB ICORSKA
VNIG BLIOR.
Fonética:
mi-ka-O-li BRANSG PER-gel NAP-ta YAL-por (DAS BRIN e-FA-fa-fe PE
VON-pho o-LA-ni OD OB-za: SOB-ka va-PA-ah KHIS ta-TAN OD TRA-
nan bal-YE), a-LAR LUS-da so-BOLN, OD KHIS HOL-quo kno-QUO-di
ki-AL. Va-NAL AL-don MOM ka-OS-go TA LAS OL-lor GNAY LIM-lal:
am-MA khi-IS SOB-ka ma-DRID zod-KHIS, o-o-A-no-an KHIS a-u-l-ny
DRIL-pi ka-OS-gi, OD but-MO-ni PARM ZUM-vi KNI-la: da-ZIZ e-
THAMZ a-KHIL-da-o: OD MIRK o-ZOL KHIS pi-di-A-i kol-LAL. val-KI-
nin, A SO-bam U-kim. BA-gle? i-ad-BAL-toh KHIR-lan PAR. Ni-I-so OD
IP e-FA-fa-fe BA-gle a-KO-casb i-KORS-ka va-NIG bli-OR.
Português:
Um poderoso exército de fogo, com espadas chamejantes de dois gumes
(que contém oito frascos de Ira, duas e vezes e meia: cujas asas são de
absinto e tutano de sal), colocou os pés no Oeste, e são medidos com os seus
9996 ministros. Estes recolhem o musgo da Terra, como o homem rio faz
com seu tesouro. Amaldiçoados são aqueles que iniquidades são! Nos vossos
olhos estão moinhos de pedra maiores que a Terra, e de vossas bocas correm
mares de sangue. Vossas cabeças estão cobertas com diamantes, e sobre
vossas mãos estão luvas de mármore. Feliz é aquele a quem não
desaprovam. Por quê? O Deus da Retidão regozija-se neles! Saí e não
vossos frascos! Pois o tempo é aquele que requer o conforto.

78
A DÉCIMA CHAVE ANGELICAL
A Décima Chave é atribuída aos Anjos do Transporte, aos Anjos do
Ouro e Pedras Preciosas e aos Cacodaemons de Ouro e Pedras Preciosas do
Norte e da Terra.
CORAXO CHIS CORMP OD BLANS LUCAL AZIAZOR PAEB SOBA
LILONON CHIS VIRQ OP EOPHAN OD RACUR MAASI BAGLE
CAOSGI DS IALPON DOSIG OD BASGIM: OD OXEX DAZIZ SIATRIS
OD SALBROX CYNXIR FABOAN UNALCHIS CONST DS DAOX
COCASG OL OANIO YOR VOHIM OL GIZYAX OD EORS COCASB
PLOSI MOLUI DS PAG El P LARAG OM DROLN MATORB COCASB
EMNA L PATRALX YOLCI MATB NOMIG MONONS OLORA GNAY
ANGELARD OHIO OHIO OHIO OHIO OHIO OHIO NOIB OHIO
CAOSGON BAGLE MADRID I ZIROP CHISO DRILPA. NIISO CRIP IP
NIDALI.
Fonética:
ko-RAX-o KHIS CORMP OD BLANS LU-kal a-ZI-a-zor pa-EB SO-ba li-
LO-non KHIS VIR-quo OP e-O-phan OD RA-klir ma-A-si BA-gle ka-OS-
gi DAS YAL-pon DO-sig OD BAS-gim: OD OX-ex da-ZIZ si-A-tris OD
SAL-brox KINX-ir fa-BO-an u-NAL-khis KONST DAS DA-ox ko-KASG
OL o-A- ni-o YOR VOH-im OL GIZ-yax OD E-ors ko-KASG PLO-si mo-
lu-l DAS pa-GE-ip LA-rag OM DROLN ma-TORB ko- KASB EM-na LA
PA-tralx YOL-ki MA-tab NO-mig MO-nons o-LO-ra GNAY an-GE-lard o-
HI-o o-HI-o o-HI-o o-HI-o o-HI-o o-HI-o no-IB o-HI-o ka-OS-gon BA-gle
ma-DRID I zi-ROP KHI-so DRIL-pa. ni-i-SO KRIP IP ni-DA-li.
Português:
Os Trovões do Juízo da Ira estão numerados e descansam no Norte,
semelhantes a um carvalho cujos ramos são 22 ninhos de lamentações e
lágrimas, caídas sobre a Terra, que queimam noite e dia, e vomitam cabeças
de escorpiões e enxofre ardente misturado com veneno. Estes são os Trovões
que, 5678 vezes na 24ª parte de um momento rugem com centenas de
poderosos terremotos e milhares de vezes tantas ondas que não descansam,
e não conhecem qualquer tempo de calmaria. Aqui uma rocha produz 1000,
da mesma forma que o coração do homem produz seus pensamentos.
Maldita, maldita, maldita, maldita, maldita, maldita! Sim, maldita seja a
Terra, pois a iniquidade é, foi e será grande. Ide! Mas não vossos ruídos!

79
A DÉCIMA PRIMEIRA CHAVE
ANGELICAL
A Décima Primeira Chave se refere ao Leste e começa o terceiro grupo
de Chaves, atribuídas aos Anjos das Artes Mecânicas, aos Anjos da
Transformação e aos Cacodaemons da Transformação. A décima primeira
chave é atribuída aos espíritos deste grupo pertencentes ao Leste e ao Fogo.
OXIAYAL HOLDO OD ZIROM O CORAXO DS ZILDAR RAASY OD
VABZIR CAMLIAX OD BAHAL NIISO SALMAN TELOCH
CASARMAN HOLQ OD TI TA ZCHIS SOBA CORMF I GA. NIISA
BAGLE ABRAMG NONCP. ZACAR CA OD ZAMRAN: ODO CICLE
QAA: ZORGE: LAP ZIRDO NOCO MAD: HOATH IAIDA.
Fonética:
ox-i-AY-al HOL-do OD ZI-rom O ko-RAX-o DAS ZIL-dar ra-A-sy OD
VAB-zir kam-LI-ax OD ba-HAL ni-I-so SAL-man te-LOCH ka-SAR-man
HOL-quo OD TI TA zod-KHIS SO-ba KORMF I GA. ni-I-sa BA-gle ab-
RAMG NON-kap. Za-KA-re KA OD ZAM-ran: O-do KIK-le qua-A: ZOR-
ge: LAP ZIR-do NO-ko MAD: ho-ATH i-A-i-da.
Português:
O Poderoso Trono gritou e houve cinco Trovões que voaram para o
leste; e a Águia falou e chorou em voz alta: Sai! E eles se reuniram e se
tornaram a casa da morte, de quem é medido, e isto é como eles serão, cujo
número é 31. Sai, pois eu preparei para vós. Movei-vos, portanto e mostrai-
vos! Abri os mistérios de vossa criação. Sede amistosos comigo, porque eu
sou servo de vosso mesmo Deus, o verdadeiro adorador do Altíssimo.

80
A DÉCIMA SEGUNDA CHAVE
ANGELICAL
A décima segunda chave é atribuída aos Anjos das Artes Mecânicas,
aos Anjos da Transformação e aos Cacodaemons da Transformação do Sul
e do Ar.
NONCI DSONF BABAGE OD CHIS OB HUBAIO TIBIBP ALLAR
ATRAAH OD EF DRIX FAFEN MIAN AR ENAY OVOF SOBA
DOOAIN AAI IVONPH. ZACAR, GOHUS, OD ZAMRAN: ODO CICLE
QAA: ZORGE: LAP ZIRDO NOCO MAD: HOATH IAIDA.
Fonética:
NON-ki DSONF BA-ba-ge OD KHIS OB hu-BA-i-o TI-bi-bep AL-lar at-
RA-ah OD EF DRIX FA-fen ma-IN AR E-nay o-VOF SO-ba do-O-a-in a-
A-i i-VONPH. Za-KAR, go-HUS, OD ZAM-ran: O-do KIK-le qua-A: ZOR-
ge: LAP ZIR-do NO-ko MAD: ho-ATH i-A-i-da.
Português:
Ó vós que reinais no Sul, e que sois 28, as Lanternas da Dor: afivelai
vossos cintos e visitai-nos! Trazei vossa legião de 3663, que o Senhor possa
ser exaltado, cujo nome entre vós é Ira. Movei-vos, digo eu, e mostrai-vos;
abri os mistérios de vossa criação; sede amistosos comigo, porque eu sou
servo do vosso mesmo Deus, o verdadeiro adorador do Altíssimo.

81
A DÉCIMA TERCEIRA CHAVE
ANGELICAL
Contida na Décima Terceira Chave está a decisão mais difícil que já
tomei em relação às Chaves Angelicais. A Décima Terceira Chave é a única
das dezesseis Chaves das Torres de Vigia que dá uma direção inconsistente
- como é o caso da Décima Segunda Chave, a direção dada na Décima
Terceira Chave também é Sul, em vez de Oeste. Embora um crítico possa
apontar que isso mostra que meu arranjo de chave tem inconsistências, assim
como a ordem da chave da Golden Dawn, eu diria que o sistema apresentado
aqui tem uma única inconsistência, enquanto o sistema da Golden Dawn
contém muitas delas.
Fiz várias tentativas para resolver esse problema ao longo dos anos. A
primeira “solução” foi ignorar o problema e ler a Décima Terceira Chave,
conforme escrita, para o Oeste, mas isso parecia incorreto no trabalho ritual.
Na verdade, existem apenas duas possibilidades em termos de erros de cópia
ou transcrição: que as Chaves foram numeradas incorretamente ou que a
palavra para Sul foi usada erroneamente em vez de Oeste.
Experimentei trocar as chaves treze e oito, já que a oitava chave não
indica explicitamente uma direção, mas “meio-dia” é realmente a associação
errada para o oeste. Eu finalmente decidi substituir BABAGEN, Sul, por
SOBOLN, Oeste. No entanto, se você discordar dessa decisão, também
observei claramente onde a substituição foi feita no texto da Chave, tanto em
português quanto Angelical.
A décima terceira chave é atribuída aos Anjos das Artes Mecânicas, aos
Anjos da Transformação e aos Cacodaemons da Transformação do Oeste e
da Água.
NAPEAI SOBOLN* DSBRIN VX OOAONA LRING VONPH DOALIM
EOLIS OLLOG ORSBA DSCHIS AFFA: MICMA ISRO MAD OD
LONSHITOX DS IVMD AAI GROSB. ZACAR OD ZAMRAN: ODO
CICLE QAA: ZORGE: LAP ZIRDO NOCO MAD: HOATH IAIDA.
* Esta palavra é BABAGEN no texto original da Chave.
Fonética:
na-PE-a-i SO-boln* das-BRIN VAX o-o-A-o-na la-RING VONPH do-A-
lim e-O-lis OL-log ORS-ba das-KHIS AF-fa: mik-MA IS-ro MAD OD lon-
shi-TOX DAS IV-med a-A-i GROSB. Za-KAR KA OD ZAM-ran: O-do
KIK-le qua-A: ZOR-ge: LAP ZIR-do NO-ko MAD: ho-ATH i-A-i-da.

82
* A pronúncia de BABAGEN é ba-BA-gen.
Português:
Ó vós espadas do Sul, que tendes 41 olhos para incitar a ira do pecado,
tornando-os homens bêbados os quais estão vazios: vede a promessa de
Deus e vosso poder que é chamado entre vós todos como um ferrão amargo.
Movei-vos e mostrai-vos! Abri os mistérios de vossa criação! Sede amistosos
comigo, porque eu sou servo do vosso mesmo Deus, o verdadeiro adorador
do Altíssimo.

83
A DÉCIMA QUARTA CHAVE
ANGELICAL
A Décima Quarta Chave é atribuída aos Anjos das Artes Mecânicas,
aos Anjos da Transformação e aos Cacodaemons da Transformação do Norte
e da Terra.
NOROMI BAG IE PASBS OIAD DS TRINT MIRC OL THIL DODS
TOLHAM CAOSGO HOMIN DS BRIN OROCH QUAR: MICMA BIAL
OIAD AISRO TOX DSIVM AAI BAL- TIM. ZACAR OD ZAMRAN:
ODO CICLE QAA: ZORGE: LAP ZIRDO NOCO MAD: HOATH IAIDA.
Fonética:
no-RO-mi ba-GI-e PAS-bes o-I-ad DAS TRINT MIRK OL THIL DODS
TOL HA-mi ka-OS-go HO-min DAS BRIN O-roch QUAR: mik-MA bi-AL
o-I-ad a-IS-ro TOX DSI-vam a-A-i BAL-tim. Za-KAR OD ZAM-ran: O-do
KIK-le qua-A: ZOR-ge: LAP ZIR-do NO-ko MAD: ho-ATH i-A-i-da.
Português:
Ó Filhos da Fúria, ó Filhas do Íntegro, que se sentam sobre os 24
assentos e vexam todas as criaturas da Terra que tenham idade; que tem sob
vós 1636: Vede a voz de Deus e a promessa Dele que é chamada entre vós
Fúria (ou Justiça Extrema). Movei-vos e mostrai-vos! Abri os mistérios de
vossa criação! Sede amistosos comigo, porque eu sou servo do vosso mesmo
Deus, o verdadeiro adorador do Altíssimo.

84
A DÉCIMA QUINTA CHAVE
ANGELICAL
A décima quinta chave é a primeira do grupo final de Chaves das Torres
de Vigia, atribuídas aos Anjos da Descoberta de Segredos, aos Anjos das
Criaturas Vivas e aos Cacodaemons das Criaturas Vivas. A décima quinta
chave é atribuída aos espíritos deste grupo pertencentes ao Leste e ao Fogo.
ILS TABAAN LIALPRT CASARMAN VPAAHI CHIS DARG DSOADO
CAOSGI ORSCOR DS OMAX MONASCI BAEOUIB OD EMETGIS
IAIADIX: ZACAR OD ZAMRAN, ODO CICLE QAA: ZORGE, LAP
ZIRDO NOCO MAD, HOATH IAIDA.
Fonética:
ILS ta-BA-am li-AL-pert ka-SAR-man va-pa-A-hi KHIS DARG das-o-A-
do ka-OS-gi ORS-kor DAS O-max mo-NAS-ki ba-E-o-u-ib OD e-MET-gis
i-a-I-a-dix: za-KAR OD ZAM-ran: O-do KIK-le qua-A: ZOR-ge: LAP ZIR-
do NO-ko MAD: ho-ATH i-A-i-da.
Português:
Ó tu, Governador da primeira Chama, sob cujas Asas estão 6739, que
entrelaçam a Terra com esterilidade, que conhecem o grande nome da
Retidão e o selo da honra. Movei-vos e mostrai-vos! Abri os mistérios de
vossa criação! Sede amistosos comigo, porque eu sou servo do vosso mesmo
Deus, o verdadeiro adorador do Altíssimo.

85
A DÉCIMA SEXTA CHAVE
ANGELICAL
A Décima Sexta Chave é atribuída aos Anjos da Descoberta de
Segredos, aos Anjos das Criaturas Vivas e aos Cacodaemons das Criaturas
Vivas do Sul e do Ar.
ILS VIUIALPRT SALMAN BALT DS ACROODZI BUSD: OD
BLIORAX BALIT: DSINSI CAOSG LUSDAN EMOD DSOM OD TUOB
DRILPA GEH YLS MADZILODARP. ZACAR OD ZAMRAN: ODO
CICLE QAA: ZORGE: LAP ZIRDO NOCE MAD: HOATH IAIDA.
Fonética:
ILS vi-u-I-al-pert SAL-man BALT DAS BRIN ac-ro-OD-zi BUSD: OD bli-
OR-ax ba-LIT: da-SIN-si ka-OSG LUS-dan E-mod da-SAM OD tli-OB
DRIL-pa GEH YILS mad-ZI-lo-darp. Za-KAR OD ZAM-ran: O-do KIK-le
quo-A-A: ZOR-ge: LAP ZIR-do NO-ko MAD: ho-ATH i-A-i-da.
Português:
Ó vós, segunda Chama, a Casa da Justiça, que tendes vosso início em
glória e confortareis o justo que caminha sobre a Terra com 8763 Pés; que
compreendeis e separeis as criaturas: Grande és vós no Deus que estende
além e conquista. Movei-vos e mostrai-vos! Abri os mistérios de vossa
criação! Sede amistosos comigo, porque eu sou servo do vosso mesmo Deus,
o verdadeiro adorador do Altíssimo.

86
A DÉCIMA SÉTIMA CHAVE
ANGELICAL
A Décima Sétima Chave é atribuída aos Anjos da Descoberta de
Segredos, aos Anjos das Criaturas Vivas e aos Cacodaemons das Criaturas
Vivas do Oeste e da Água.
ILS DIALPRT SOBA VPAAH CHIS NANBA ZIXLAY DOD- SIH
ODBRINT FAXS HUBARO TASTAX YLSI SOBAIAD IVONPOVNPH
ALDON DAXIL OD TOATAR: ZACAR OD ZAMRAN, ODO CICLE
QAA, ZORCE, LAP ZIRDO NOCE MAD, HOATH IAIDA.
Fonética:
ILS di-AL-pert SO-ba va-PA-ah KHIS NAN-ba ZIX-lay DOD-sih od-
BRINT FAXS hu-BA-ro TAS-tax YL-si so-ba-I-ad i-VON-po-vanph AL-
don DAX-il OD to-A-tar: za-KAR OD ZAM-ran: O-do KIK-le qua-A: ZOR-
ge: LAP ZIR-do NO-ko MAD: ho-ATH i-A-i-da.
Português:
Ó vós terceira Chama, cujas Asas são espinhos para incitar vexação, e
que tem 7336 Luminárias Viventes vindo ante a vós; cujo Deus é grande em
raiva: preparei vossa força e Movei-vos e mostrai-vos! Abri os mistérios de
vossa criação! Sede amistosos comigo, porque eu sou servo do vosso mesmo
Deus, o verdadeiro adorador do Altíssimo.

87
A DÉCIMA OITAVA CHAVE
ANGELICAL
A Décima Oitava Chave é atribuída aos Anjos da Descoberta de
Segredos, aos Anjos das Criaturas Vivas e aos Cacodaemons das Criaturas
Vivas do Norte e da Terra.
ILS MICAOLZ OLPIRT IALPRG BLIORS DS ODO BUSDIR OIAD
OUOARS CAOSGO CASARMG LAIAD ERAN BRINTS CAFAFAM DS
IVMD AQLO ADOHI MOZ OD MAOFFAS BOLP COMOBLIORT
PAMBT: ZACAR OD ZAMRAN, ODO CICLE QAA, ZORGE, LAP
ZIRDO NOCO MAD, HOATH IAIDA.
Fonética:
ILS mi-ka-OLZ OL-pirt i-AL-perg bli-ORS DAS O-do BUS-dir o-I-ad o-u-
O-ars ka-OS-go ka-SARMG la-I-ad e-RAN BRINTS ka-FA-fam DAS IV-
med a-QUO-lo a-DO-hi MOZ OD ma-OF-fas BOLP ko-MO-bli-ort PAM-
bet: za-KAR OD ZAM-ran, O-do KIK-le qua-A, ZOR-ge, LAP ZIR-do NO-
ko MAD, ho-ATH i-A-i-da.
Português:
Ó vós que sois a poderosa luz e chama ardente do conforto, que
revelastes a glória de Deus para o centro da Terra; em quem os segredos da
Verdade 6332 têm sua permanência, que é chamada em vosso reino Júbilo,
e não pode ser medida; sede vós uma janela para o meu conforto. Movei-
vos e mostrai-vos! Abri os mistérios de vossa criação! Sede amistosa
comigo, porque eu sou servo do vosso mesmo Deus, o verdadeiro adorador
do Altíssimo.

*~*~*~*~*

88
Capítulo 9
Ajustando o Espaço

Uma vez que a invocação preliminar geral e as Chaves de Abertura


tenham sido realizadas, o próximo passo no ritual é ajustar o espaço de
trabalho para coincidir com a atribuição do espírito que deve ser conjurado.
A função desta etapa é criar um ambiente mágico que seja favorável tanto
para o espírito que está sendo conjurado quanto para o resultado desejado do
ritual. Observe que, conforme mostrado no modelo, a etapa de ajuste é
precedida pelas Chaves de Abertura, mas seguida pelas Chaves da Torre de
Vigia. Isso torna a ordem do livro ligeiramente irregular, mas agrupar as
Chaves Angelicais em um capítulo é mais consistente no geral.

Dias e Horas Planetárias:


Para rituais planetários, os magos da Renascença geralmente ajustavam
seu espaço de trabalho usando os dias e horas planetários apropriados,
conforme explicado em Dominando a Heptarchia Mystica. Os dias
planetários seguem as atribuições ocidentais padrão para os dias da semana:
Domingo = Sol
Segunda-feira = Lua
Terça-feira = Marte
Quarta-feira = Mercúrio
Quinta-feira = Júpiter
Sexta-feira = Vênus
Sábado = Saturno
Descobrir a hora planetária é um pouco mais complicado. Cada dia
começa ao nascer do sol com a primeira hora do dia. O tempo do nascer ao
pôr do sol é então dividido em doze partes iguais, que são as horas do dia. O
tempo do pôr do sol ao nascer do sol é então igualmente dividido em doze
partes iguais, que são as doze horas da noite. Isso significa que a quantidade
de tempo alocada às horas do dia e da noite só será igual nos equinócios - as
horas do dia serão mais longas no verão e as horas da noite serão mais longas
no inverno.

89
Tabela 6: Horas planetárias do nascer ao pôr do sol

Tabela 7: Horas planetárias do pôr do sol ao nascer do sol


Essas tabelas mostram a disposição das horas planetárias para o dia e a
noite. O momento mais eficaz para realizar um ritual planetário padrão é no
dia e na hora do planeta. Por exemplo, um ritual solar seria mais eficaz
quando realizado em um domingo durante a primeira ou oitava hora do dia,
ou a terceira ou décima hora da noite, uma vez que essas horas são atribuídas
ao Sol todos os domingos.
Não existe tal sistema para trabalhar com entidades elementares,
embora os elementos possam estar vagamente relacionados aos planetas da
seguinte forma:
Fogo - Marte ou Sol
Água - Júpiter ou Lua
Ar - Mercúrio ou Lua

90
Terra - Vênus ou Saturno
Espírito Ativo - Sol
Espírito Passivo - Lua
Uma diferença fundamental entre a Grande Tábua e os anjos
Heptarchais é que os anjos da Grande Tábua são convocados em grupos.
Embora eles tenham aspectos elementais particulares individualmente,
parece que o método geral que Dee propôs envolvia convocá-los de tal forma
que seus poderes particulares abrangessem todo o reino elemental. Como tal,
em muitos casos, esse tempo não será particularmente relevante para o
funcionamento da Grande Tábua, ao passo que é extremamente importante
para o Heptarchal.

Fases da lua:
Em algumas tradições, as fases da Lua correspondem aos quatro
elementos clássicos. Isso fornece outro método possível para operações de
cronometragem associadas a um elemento específico, embora, como é o caso
com dias e horas planetárias, tal cronometragem não seja relevante para uma
operação que convoca espíritos de mais de um elemento. As fases da lua são
associadas da seguinte forma:
Lua Nova - Terra
Primeiro Trimestre - Aéreo
Lua Cheia - Fogo
Último Trimestre - Água8
Em cada uma dessas fases, a Lua entra no elemento correspondente e
permanece lá até atingir a próxima fase e passar para a próxima na sequência,
de modo que uma operação atribuída à Terra seria realizada entre a Lua Nova
e o Primeiro Quarto, um atribuído ao Ar seria realizado entre o primeiro
quarto e a lua cheia, e assim por diante.

Incenso:
Muitos sistemas de evocação envolvem o uso de incenso que o espírito
conjurado usa para tomar uma forma rudimentar que o mago possa observar.
Não há referências explícitas nos diários de Dee ao uso de qualquer incenso
em particular, e não está claro se algum foi usado. Kelley viu os espíritos em
uma Shewstone em vez de vê-los aparecer em padrões de fumaça. Alguns
incensos correspondentes aos quatro elementos clássicos de acordo com
Liber 777 de Aleister Crowley (coluna XLII) são os seguintes:
Fogo: Olíbano, todos os odores ígneos
Ar: Gálbano

91
Água: Onicha, Mirra
Terra: Estoraque, todos com odores opacos e pesados
Tal como acontece com os incensos planetários listados em Dominando
a Heptarchia Mystica, as descrições em itálico para Fogo e Terra não seguem
necessariamente qualquer padrão, mas sim são subjetivas e devem ser
determinadas pelo mago por si mesmo. Além disso, como os espíritos da
Grande Tábua são normalmente convocados em grupos, a maioria das
operações geralmente corresponde a mais de um elemento. Um bom incenso
elementar inclusivo é Dictamo, que Liber 777 relaciona à esfera cabalística
de Malkuth, o Reino. Malkuth é a décima esfera da Árvore da Vida e
representa todo o reino elemental.

O Grande Ritual do Pentagrama


Os magos modernos ajustam seus espaços de trabalho usando ritos
elementais como o Ritual Maior do Pentagrama encontrado nas tradições
Thelêmica e da Golden Dawn, que é usado para invocar ou banir a força de
um elemento particular. No Ritual Menor do Pentagrama, o Pentagrama da
Terra é traçado em todas as quatro direções com um nome de Deus diferente
em cada quadrante. No ritual Maior, dois pentagramas são traçados em cada
quadrante em vez de um. O primeiro é o Pentagrama do Espírito Ativo ou
Passivo, dependendo de qual elemento está sendo invocado ou banido. Fogo
e Ar são elementos ativos, então você usa o Pentagrama do Espírito Ativo, e
Água e Terra são passivos, então você usa o Pentagrama do Espírito Passivo.
O segundo é o pentagrama do elemento sendo convocado. Cada pentagrama
é traçado na cor correspondente ao elemento, e cada um é seguido pelo Sinal
atribuído a esse elemento, conforme descrito no Liber O vel Manus et
Sagittae de Aleister Crowley.
A sequência básica realizada em cada um dos quatro quadrantes,
começando no Leste e movendo-se no sentido horário, é a seguinte:
a) Trace o Pentagrama Espiritual apropriado na cor correspondente.
b) Vibrar o nome de Deus associado a a).
c) Dê o sinal correspondente a a).
d) Trace o pentagrama do elemento sendo convocado na cor
correspondente.
e) Vibrar nome de deus associado a d).
f) Dê o sinal correspondente a d).
As etapas A e B e as etapas D e E podem ser combinadas, desde que
sejam realizadas como parte de um único movimento suave. Ao usar o ritual

92
dessa maneira, você deve entoar e projetar o nome à medida que traça as
linhas do pentagrama, a fim de imbuir a figura com a energia da respiração.
Ao usar este ritual com a configuração do templo Enochiano, minha prática
geral é realizar os traçados e vibrações através da Mesa Santa, de modo que
ao desenhar o pentagrama no quadrante oriental eu fique a oeste do altar
voltado para o leste, ao traçar o pentagrama no Sul estou ao norte do altar
voltado para o sul, e assim por diante.

Fig. 20: Os Pentagramas do Espírito Ativo


Os Pentagramas do Espírito Ativo são traçados em roxo elétrico
brilhante, como lavanda, mas mais intenso. O nome correspondente de Deus
é AHIH (Eheieh), atribuído a Kether (a coroa), o ponto mais espiritual da
Árvore da Vida Cabalística, e os sinais correspondentes são Abertura e
Fechamento do Véu. O sinal de abrir o véu é dado estendendo as mãos à sua
frente, com as palmas voltadas para fora, e depois afastando as mãos como
se abrisse uma cortina pesada. O sinal de fechar o véu é dado estendendo as
mãos à sua frente e para ambos os lados do corpo, com as palmas voltadas
para dentro. As mãos são então unidas, como se fechassem uma cortina
pesada. Abrir o Véu corresponde à forma de invocação de ambos os
pentagramas, e Fechar o Véu corresponde à forma de banimento. Os signos
representam a abertura e o fechamento do Véu de Paroketh, que permite a
entrada em Tiphareth, a beleza, a esfera cabalística do sol.
Existem algumas variações entre as tradições mágicas em como o Abrir
e Fechar o Véu é ensinado. Outra versão que vi associa Abrir o Véu com
Espírito Ativo e Fechar o Véu com Espírito Passivo, e para ser justo, esta é
uma leitura possível da descrição para esses sinais dada no Liber O de
Crowley. No entanto, faz pouco sentido para mim que ao invocar o Espírito
Passivo alguém daria o Fechamento do Véu, ou ao banir o Espírito Ativo,
alguém daria o Fechar o Véu. De acordo com minha própria experiência, a
versão dada aqui é a mais lógica e a mais eficaz.

93
Os Pentagramas do Espírito Passivo são traçados em violeta escuro. O
nome correspondente de Deus é AGLA. Como é o caso com os Pentagramas
do Espírito Ativo, os sinais correspondentes são a Abertura e o Fechamento
do Véu, e são usados da mesma maneira. AGLA representa a frase Ateh
Gibor le-Olahm Adonai, que significa “Tu és poderoso para sempre,
Senhor”. Ele contém o nome Adonai, que corresponde a Malkuth (o reino),
o ponto mais material da Árvore da Vida Cabalística.

Fig. 22: Os Pentagramas do Fogo


Os Pentagramas do Fogo são traçados em vermelho. O nome
correspondente de Deus é ALIM (Elohim). O Sinal do Fogo é dado formando
um triângulo com os polegares e indicadores de ambas as mãos e segurando-
o de forma que as costas das mãos fiquem de frente para a testa. O centro da
testa deve estar no centro do triângulo. O sinal alude ao triângulo vertical,
que é o símbolo alquímico tradicional do Fogo, e ao chacra Ajna ou terceiro
olho.

94
Os Pentagramas de Água são traçados em azul. O nome de Deus
correspondente é AL ou EL. O Sinal da Água é dado fazendo-se um triângulo
com os polegares e indicadores de ambas as mãos, como no Sinal do Fogo,
mas depois colocando o triângulo na base do torso apontando para baixo,
com as palmas voltadas para o corpo. O sinal alude ao triângulo apontando
para baixo, que é o símbolo tradicional da Água, e do chakra Svadasthana.

Os Pentagramas do Ar são traçados em amarelo. O nome


correspondente de Deus é YHVH (Yahweh). O Sinal do Ar é dado
estendendo os braços para os lados com ambos os cotovelos dobrados para
cima para formar ângulos retos. Os pulsos são então dobrados de forma que
as palmas das mãos fiquem voltadas para cima. O sinal alude à posição do
deus egípcio Shu, que se acreditava segurar o céu.

Os Pentagramas da Terra são traçados em verde. O nome


correspondente de Deus é ADNI (Adonai). O Sinal da Terra é dado dando-
se um passo à frente com o pé direito e segurando os braços de forma que a
direita fique para cima e para frente, a 45 graus da vertical, e a esquerda para
baixo e para trás, também a 45 graus da vertical. Os braços devem formar
uma linha reta. O sinal alude à posição do deus egípcio Set, que estava
representado lutando contra Hórus, o filho de seu irmão Osíris, e segurando
os braços com um apontando para cima e o outro apontando para baixo alude
à máxima hermética “Como em cima, assim embaixo.”
Finalmente, uma vez que os pentagramas tenham sido traçados para
todos os quatro quadrantes, o ritual é concluído voltando-se para o leste e
erguendo sua varinha ou dedo para o céu. Você então exclama “deixe a luz

95
divina descer!” e traga sua ferramenta ritual ou dedo para baixo em uma linha
vertical até chegar ao espaço de trabalho no altar. Ao trabalhar com os Anjos
da Grande Tábua, este será o centro do Sigillum Dei Aemeth. Para a forma
de invocação, a visualização que acompanha é uma coluna de luz
combinando com a cor usada para o pentagrama descendo do céu e parando
no centro do espaço de trabalho. Para a forma de banimento, ao invés da luz
vindo para descansar, ela deve ser visualizada como preenchendo o espaço
do templo e então desbotando conforme purifica a área de trabalho da
influência elemental especificada. De modo geral, você usará a forma de
invocação ao trabalhar com os Anjos da Grande Tábua, pois eles são
dispensados usando a Licença para Partir ao invés da forma de banimento
deste ritual.
A fim de facilitar o trabalho que abrange o reino elemental, o Grande
Ritual do Pentagrama pode ser executado com o pentagrama de cada
elemento traçado na direção apropriada. Quando utilizados dessa maneira,
os pentagramas devem ser colocados combinando a ordem direcional
alquímica da Grande Tábua, com Fogo no Leste, Ar no Sul, Água no Oeste
e Terra no Norte.

96
A Abertura das Torres de Vigia
Revisada
Um ritual de abertura elementar mais elaborado que incorpora
elementos do Ritual Maior do Pentagrama é a Abertura da Torre de Vigia,
escrito por Israel Regardie com base nas aberturas de templos usadas na
tradição da Golden Dawn. A versão original do ritual tem alguns pontos
ásperos, mas meu grupo de trabalho mágico e eu passamos alguns anos
retrabalhando-o em um rito mais apropriado para operações Enochianas
empregando o sistema Dee em vez do da Golden Dawn. Deve ser usado no
lugar do Ritual Maior do Pentagrama para operações que incorporam todos
os quatro elementos. O script aqui inclui anotações para trabalhos em grupo,
embora possa ser executado por um único indivíduo assumindo a função de
oficiante.
Um dos elementos do ritual de Regardie que retive neste script é o uso
das ferramentas mágicas elementais da Golden Dawn - a Baqueta para o
Fogo, a Adaga para o Ar, o Cálice para a Água e o Pantáculo para a Terra. A
estes eu geralmente adiciono dois, a Baqueta de Invocação e a Adaga de
Banimento, ambos atribuídos ao Espírito. A Adaga de Banimento é usada
para traçar pentagramas e hexagramas de banimento, como os encontrados
nas formas de banimento dos Rituais Menores do Pentagrama e Hexagrama.
A Baqueta de Invocação é usada para traçar pentagramas e hexagramas de
invocação, como os encontrados nas formas de invocação desses mesmos
rituais. Essas armas também são usadas ao realizar o Ritual Maior do
Hexagrama e também podem ser usadas para o Ritual Maior do Pentagrama,
embora se você também tiver as quatro ferramentas rituais padrão, percebo
que você obtém um campo um pouco mais coerente se executar o último rito
usando a ferramenta elemental apropriada. Para trabalhos Enochianos, você
deve sempre segurar qualquer ferramenta que estiver usando na mão que usa
o anel Enochiano.
Como nenhuma dessas ferramentas faz parte da configuração do templo
Enochiano, você também pode usar um sistema de mudras ou posições das
mãos que desenvolvi para representar cada elemento se quiser incorporar a
Abertura pela Torre de Vigia em seus rituais Enochianos. Esses gestos
devem ser feitos com a mão que usa o anel Enochiano.
Fogo - mantenha sua mão na vertical, com a palma voltada para dentro.
Feche o punho de forma que o polegar aponte para a frente entre o indicador
e o dedo médio. Este gesto é chamado de “a figa” e remonta ao antigo Leste
Médio como um meio de afastar o “mau-olhado”. Ele representa a Baqueta.

97
Este gesto pode ser usado tanto para a Baqueta de Invocação quanto para a
Baqueta de Fogo.
Ar - mantenha a mão na vertical, com a palma voltada para dentro. Em
seguida, aponte para a frente com o indicador e o dedo médio juntos. Esse
gesto é chamado de “dedos em espada” e é usado no Qigong chinês e no Tai
Chi Chuan. Representa a Adaga. Esse gesto pode ser usado tanto para a
Adaga de Banimento quanto para a Adaga de Ar.
Água - mantenha a palma da mão voltada para o chão. Em seguida,
dobre o pulso de modo que a palma da mão aberta fique voltada para a frente.
Este gesto representa o Cálice.
Terra - mantenha a palma da mão voltada para o chão. Então feche o
punho. Este gesto representa o Pantáculo.
A Abertura Revisada das Torres de Vigia é realizada da seguinte
maneira. Ele invoca todos os elementos, incluindo o Espírito Ativo e Passivo
juntos, em vez de uma única força elemental. Como este ritual foi adaptado
para trabalhos Enochianos, ele assume uma configuração de templo que
consiste na Mesa Santa, Sigillum Dei Aemeth, Insígnias da Criação,
Estandartes, e assim por diante. Deve-se notar que enquanto as formas rituais
anteriores são lançadas sobre a Mesa Santa, na Abertura das Torres de Vigia,
o Oficiante ou algum outro participante deve ficar no quadrante apropriado
e olhar para fora ao traçar os pentagramas e executar as vibrações
correspondentes. Este ritual funciona bem para um grupo, especialmente um
com quatro ou mais participantes. Com tantas pessoas assim, cada
participante pode invocar um dos elementos, com o Oficiante realizando a
invocação final do Espírito e a abertura do Véu de Paroketh.
Mesmo que não façam parte da configuração padrão do templo
Enochiano, as várias ferramentas elementais podem ser colocadas na Mesa
Santa sem prejudicar sua função, desde que não sejam colocadas ou tocadas
no próprio Sigillum Dei Aemeth.

A Abertura Ritual das Torres de Vigia Revisada


I. OS QUATRO ELEMENTOS
O oficiante começa no oeste da Mesa Santa voltado para o Leste. Ele
ou ela pega a Adaga de Banimento, inala profundamente e pressiona a adaga
contra os lábios. À medida que o ar é expelido, a adaga é lançada para baixo
e para trás até apontar para baixo e atrás do Oficiante em um ângulo de cerca
de 45 graus.
Oficiante:

98
ADRPAN VOVINA OD CORS TA DOBIX!
(adr-PAN vo-VEE-nah OD KORS TA doh-BEEX)
A Adaga de Banimento é então devolvida ao altar.
A abertura original das Torres de Vigia começa com a declaração
“Hekas, hekas, este bebeloi!” Esta frase significa “Longe, longe, ó profano!”
e é um exórdio geral com a intenção de expulsar quaisquer influências
mágicas negativas remanescentes do templo usada em muitos rituais da
Golden Dawn. A frase acima é traduzida do Angelical para o português como
“Abaixo o Dragão e os Que Caem”. Nas Chaves Angelicais, a palavra
VOVIN (Dragão) e suas diversas variações aludem ao diabo e / ou forças
demoníacas, enquanto ADRPAN, “Abaixo”, é a melhor tradução angelical
para “banir”.
O oficiante vai para o leste, pega a varinha de fogo e faz o triângulo
supernal voltado para o leste.
O Triângulo Supernal é feito usando a arma para tocar nos cantos de
um triângulo equilátero. Você começa com o ponto superior, depois toca no
ponto inferior direito e, em seguida, no ponto inferior esquerdo.
Ele ou ela então segura o bastão acima do nível da cabeça e gira uma
vez no sentido horário.
Todos os participantes giram de acordo, visualizando uma parede de luz
vermelha ardente ao redor do templo. A atenção deve ser direcionada para o
altar.
Cada pessoa deve visualizar a luz vermelha de fogo no lado do templo
oposto ao de onde estão. Seu olhar deve ser dirigido através do altar, mesmo
enquanto circunvolucionando junto com o Oficiante.
Oficiante:
E quando, depois que todos os fantasmas tiverem desaparecido,
tu verás aquele Fogo sagrado e sem forma, aquele Fogo que cintila e
relampeja através das profundezas ocultas do Universo!
Ouça tu, a Voz do Fogo!
Idealmente, o oficiante deve fazer essa declaração no tempo que leva
para realizar uma circunvolução completa, de modo que ele ou ela chegue de
volta ao leste com a última palavra.
O oficiante completa a circunvolução e, em seguida, traça o Pentagrama
de Invocação do Fogo em vermelho para o Leste com a varinha enquanto
vibra:
ORO IBAH AOZPI

99
(OH-ro EE-bah ah-oh-ZOD-pee).
A varinha é então devolvida ao altar.
Em seguida, o oficiante segue para o sul, pega a adaga do Ar e faz o
triângulo supernal voltado para o sul. Ele ou ela então segura a adaga acima
do nível da cabeça e gira uma vez no sentido horário.
Todos os participantes giram de acordo, visualizando uma parede de luz
branca brilhante em torno do templo, apenas dentro da parede de luz
vermelha. A atenção deve ser direcionada para o altar.

Oficiante:
Um fogo tal existe estendendo-se por entre os vendavais do ar.
Ou como um fogo sem forma do qual provém a imagem de uma voz.
Ou como uma luz fulgurante, abundante, girando, espiralando-se,
clamando alto.
O oficiante completa a circunvolução e, em seguida, traça o Pentagrama
de Invocação do Ar em branco para o sul com a adaga enquanto vibra:
MPH ARSL GAIOL
(MEH-peh AR-sal gah-ee-OL).
A adaga é então devolvida ao altar.
O oficiante vai para o oeste, pega o cálice d'água e faz o triângulo
supernal voltado para o oeste. Ele então segura o cálice acima do nível da
cabeça e gira uma vez no sentido horário.
Todos os participantes giram de acordo, visualizando uma parede de luz
verde ao redor do templo dentro da parede de luz branca. A atenção deve ser
direcionada para o altar.
Oficiante:
Assim, pois, em primeiro lugar, o sacerdote que governa as obras
do fogo deve aspergir com a água lustral do forte e ressonante mar.
O oficiante completa a circunvolução e, em seguida, traça o Pentagrama
de Invocação da Água em verde para o oeste com o cálice enquanto vibra:
OIP TEAA PDOCE
(oh-EEP TEH-ah-ah PDO-keh).
O cálice é então devolvido ao altar.

100
O oficiante vai para o norte, pega o pantáculo da Terra e faz o triângulo
supernal voltado para o sul. Ele ou ela então segura o pantáculo acima do
nível da cabeça e circunda uma vez no sentido horário.
Todos os participantes giram de acordo, visualizando uma parede de luz
negra em torno do templo dentro da parede de luz verde. A atenção deve ser
direcionada para o altar.
Oficiante:
Este Fogo desce para aquele mundo sombrio esplêndido, onde
continuamente surge a Natureza, deleitando-se em uma miríade de
formas - precipitada, nutritiva, sinuosa e acolhedora, sempre
revelando um corpo infundido com a luz do Espírito.
No ritual original da Abertura pela Torre de Vigia, as quatro
declarações relacionadas aos elementos foram tiradas dos Oráculos Caldeus
de Zoroastro. Os três primeiros são reproduzidos praticamente como
aparecem no texto, com a ordem do segundo e do terceiro trocada para
acomodar a ordem alquímica das direções. Este último, porém, meu grupo
reescreveu completamente, com base no fato de que parecia reificar a
dicotomia “espírito bom / matéria ruim” que envenenou muitos sistemas
espirituais.
O oficiante completa a circunvolução e, em seguida, traça o Pentagrama
de Invocação da Terra em preto ao sul com o pantáculo da Terra enquanto
vibra:
MOR DIAL HCTCA
(MOR dee-AHL hek-TGAH).
O pantáculo é então devolvido ao altar.
II. O VORTEX
O oficiante circunvoluciona no sentido horário de volta para o oeste do
altar e se vira para o leste. Todos os participantes se alternam de acordo. Ele
ou ela então pega a Varinha do Fogo ou de Invocação, traça o Pentagrama
de Invocação do Espírito Ativo em violeta brilhante acima do altar, e então
varre a varinha diretamente para baixo e traça o Pentagrama de Invocação
do Espírito Passivo abaixo do altar, segurando a visualização de ambas as
figuras enquanto vibra:
EHNB
(EH-nub).
A palavra angelical EHNB é formada pelas primeiras letras dos nomes
de cada um dos quatro elementos conforme aparecem na Cruz Negra ou
Tábua da União (Exarp = Ar, Hcoma = Água, Nanta = Terra e Bitom =

101
Fogo). Esta fórmula significa ambos os aspectos do elemento Espírito e,
como tal, é vibrada aqui uma vez após o traçado de ambos os pentagramas
espirituais.
O pentagrama acima da Mesa Santa deve ser traçado como se estivesse
colocado no teto. Isso requer mais habilidade de visualização do que traçar
as direções, uma vez que a varinha deve ser mantida para cima em um ângulo
de cerca de 45 graus e a imagem deve ser levemente distorcida pela
perspectiva. O Oficiante pode precisar recuar um pouco para traçar abaixo
da Mesa Santa. O pentagrama será parcialmente obscurecido pela toalha do
altar, mas deve ser visualizado totalmente inserido no chão.
Oficiante pousa a varinha.
Todos fazem e mantêm o Sinal de Apófis e Tífon, com os braços
erguidos e para fora em um ângulo de aproximadamente 60 graus com as
palmas voltadas para dentro.
Todos:
A ti nós invocamos, que é o universo.
A ti nós invocamos, que é a natureza formada.
A ti nós invocamos, o vasto e o poderoso.
Fonte de escuridão, fonte de luz.
Esta invocação é adaptada dos rituais de Código Aberto da Ordem da
Golden Dawn.
Todos fazem o Sinal do Silêncio, levando o dedo da mão direita ou o
polegar aos lábios. As quatro paredes de luz são agora visualizadas fundindo-
se em luz acinzentada e formando um cubo que circunda o templo.
Pentagramas nas cores apropriadas aparecem em todas as seis faces -
vermelho no leste, branco no sul, verde no oeste, preto no norte, violeta
brilhante acima e roxo escuro abaixo. Há uma pequena pausa para permitir
o máximo de detalhes possível.
Oficiante:
O Sol visível é o distribuidor de luz para a Terra.
Deixe-nos, portanto, formar um vórtice nesta câmara para que o invisível
Sol do Espírito possa brilhar aqui.
Todos circundam quatro vezes, focalizando o centro da Mesa Santa e
visualizando todo o Templo elevando-se nos planos através dos quatro
elementos. Na primeira circunvolução, uma parede preta ao redor do templo
é visualizada para a Terra, na segunda, verde para Água, na terceira, branca
para Ar e na quarta, vermelha para Fogo. Na conclusão disso, todos voltam
aos seus lugares originais, com o oficiante a oeste do altar. O cubo ao redor

102
do templo é então visualizado derretendo-se em uma esfera de luz dourada
envolvendo todo o espaço.
III. ABRINDO O VÉU
Este gesto final alude à entrada em Tiphareth, a esfera do Sol na Árvore
da Vida. As quatro circunvoluções que constituem o vórtice representam as
quatro esferas abaixo de Tiphareth, que geralmente são atribuídas aos quatro
elementos da Cabala Hermética. Ao passar por essas esferas, o oficiante e
seu grupo de trabalho se encontram no limiar do reino solar. O gesto de Abrir
o Véu, feito colocando as mãos avançando juntas e depois afastando-as como
se abrissem uma cortina, representa a abertura do portal que permite o acesso
a esta esfera.
Oficiante:
Peh Resh Kaph Tav.
A palavra é PAROKETH,
que é o véu do santuário.
Em, e por essa palavra
(faça o sinal de abrir o véu),
Eu abro o véu.
Todos fazem o Sinal do Entrante direcionado para o centro do altar. O
Sinal do Entrante, dado ao avançar as mãos na largura dos ombros, palmas
para baixo, na altura dos olhos enquanto você dá um pequeno passo para
frente com o pé esquerdo, representa o passo pelo portal, uma ação que todos
os participantes devem realizar para eles mesmos.
Todos:
ABRAHADABRA
Todos então fazem o Sinal de Osíris Ressuscitado.
Esta palavra e sinal significam a chegada à esfera de Tiphareth. O Sinal
de Osíris Ressuscitado é executado cruzando os braços sobre o peito, como
na postura típica de uma múmia egípcia, com o braço esquerdo cruzado sobre
o direito. A figura assim formada pelos cotovelos, mãos e cabeça alude ao
pentagrama ou estrela resplandecente. O microcosmo e o macrocosmo estão
agora alinhados e totalmente engajados para a Grande Tábua que se seguirá.
Como esta versão da Abertura das Torre de Vigia foi desenvolvida por mim
e meu grupo de trabalho mágico, a fórmula Thelêmica de ABRAHADABRA
é empregada neste ponto.
Os não-Thelemitas podem desejar substituir alguma outra fórmula de
sua tradição com atribuições semelhantes.

103
Um magista cristão pode desejar repetir a Análise da Palavras-chave do
Ritual Menor do Hexagrama, ou vibrar a fórmula YHShVH (Jesus, YHVH
infundido com a letra Shin, representando os quatro elementos fundidos com
o Espírito).

*~*~*~*~*

104
Invocações da Grande Tábua

*~*~*~*~*

105
Capítulo 10
Invocações da Grande Tábua

Uma vez que o espaço ritual tenha sido devidamente ajustado usando
formas rituais, horas planetárias, fases da lua ou algum outro método, o mago
pode então conjurar os anjos apropriados para sua operação. Uma das
diferenças mais significativas entre o sistema de Dee e a abordagem moderna
convencional para trabalhar com os anjos da Grande Tábua é que seus
poderes diferem substancialmente daqueles dados no sistema Enochiano da
Golden Dawn. Quando os fundadores da Golden Dawn montaram sua versão
da Grande Tábua, parece que eles ignoraram principalmente os poderes
comunicados a Dee e Kelley e atribuíram os seus próprios com base na
Cabala Hermética do século XIX. A exceção a isso são os Reis, que, de
acordo com os diários espirituais, nunca receberam poderes específicos. No
sistema da Golden Dawn, os quatro Reis são atribuídos aos quatro elementos,
que eu descobri estarem corretos. No entanto, dada a disposição da Tabula
Recensa da Grande Tábua e a ordem alquímica das direções da visão da “casa
redonda”, além de ICZHIHAL no norte, os elementos e direções que
correspondem aos Reis no sistema de Dee são diferentes daqueles usados por
magos da Golden Dawn.
Rei Direção Elemento Poderes Tradicionais (Liber 777)
BATAIVAH Leste Fogo Evocação, Piromancia
RAAGIOSL Sul Ar Divinação
EDLPRNAA Oeste Água A Grande Obra, Talismãs,
Observação em Cristais
ICZHIHAL Norte Terra Alquimia, Geomancia, Fabricação
de Pantáculos, Viagens no Plano
Astral
Tabela 8: Correspondências dos Reis
Para referência, no sistema da Golden Dawn, BATAIVAH está
relacionado ao Leste e ao Ar, RAAGIOSL ao Oeste e à Água, e EDLPRNAA
ao Sul e ao Fogo, todos com poderes correspondentes alocados por elemento.
As atribuições de ICZHIHAL do Norte e da Terra são as mesmas em ambos
os sistemas. Deve-se notar que com os Reis no sistema de Dee, suas
atribuições individuais são menos importantes porque eles geralmente são
convocados como um grupo. Todos os quatro Reis evocados juntos
abrangem todo o reino elemental e eu ainda não encontrei um fenômeno que

106
eles sejam incapazes de influenciar em algum grau quando conjurados dessa
maneira.
Todos os outros anjos da Grande Tábua são mais especializados, e seus
poderes não se quebram ao longo das linhas estabelecidas em Liber 777. Os
vinte e quatro Sêniores governam “Conhecimento e Julgamento em Assuntos
Humanos” e são úteis para ambos, obter qualquer tipo de informações
relacionadas à esfera humana, bem como influenciar as mentes de outros
indivíduos e grupos de pessoas. As letras encontradas nos quatro
subquadrantes de cada direção codificam os nomes de duas classes de anjos
e uma classe de demônios, conhecidos como Cacodaemons por Dee. Seus
poderes são alocados conforme mostrado aqui.
Sub-quadrante Localização Descrição
Superior Quatro nomes Anjos das Substâncias Naturais.
Esquerdo formados a partir das Esses anjos parecem ser usados
letras acima da Cruz principalmente em operações
Sephirótica alquímicas e são capazes de
determinar ou influenciar as
propriedades de determinados
produtos químicos ou materiais.
Superior Quatro nomes Anjos da Medicina, conjurados
Esquerdo formados a partir das para operações de cura.
letras abaixo da Cruz
Sephirótica
Superior Oito nomes formados Cacodaemons da Medicina,
Esquerdo a partir das letras conjurados para causar
abaixo da Cruz doenças.
Sephirótica em
conjunto com as
letras da cruz negra
Superior Quatro nomes Anjos do Transporte. A partir
Direito formados a partir das do texto da conjuração, não está
letras acima da Cruz claro se a função desses anjos é
Sephirótica mover objetos fisicamente ou
manter os viajantes seguros em
viagens longas, como viagens
de barco.
Superior Quatro nomes Anjos dos Metais e Pedras
Direito formados a partir das Preciosas. “Esses anjos são
letras abaixo da Cruz essencialmente espíritos
Sephirótica descobridores de tesouros,
como os escolhidos em muitos
outros grimórios salomônicos,

107
com a capacidade adicional de
localizar locais adequados para
mineração e assim por diante.
Superior Oito nomes formados Cacodaemons dos Metais e
Direito a partir das letras Pedras Preciosas. Dee foi
abaixo da Cruz informado de que enquanto os
Sephirótica em anjos associados a este
conjunto com as quadrante podem ser
letras da cruz negra conjurados para encontrar veios
de minério metálico, os
Cacodaemons podem ser
conjurados para adquirir “o
dinheiro, cunhado”.
Inferior Direito Quatro nomes Anjos das Artes Mecânicas,
formados a partir das conjurados para influenciar ou
letras acima da Cruz obter conhecimentos de
Sephirótica engenharia e tecnologia em
geral.
Tabela 9a: Associações dos Subquadrantes
Sub-quadrante Localização Descrição
Inferior Direito Quatro nomes Anjos da Transformação.
formados a Conjurados para transformar uma
partir das letras coisa em outra. Estes são bons anjos
abaixo da Cruz universais para criar mudanças de
Sephirótica vários tipos no mundo material.
Inferior Direito Oito nomes Cacodaemons da Transformação.
formados a Não está claro nos diários qual é a
partir das letras distinção entre esses Cacodaemons e
abaixo da Cruz os anjos correspondentes. A
Sephirótica em sensação que tenho ao trabalhar com
conjunto com eles é que os anjos são mais
as letras da apropriados para mudanças
cruz negra “criativas” e os Cacodaemons mais
apropriados para mudanças
“destrutivas”.
Inferior Quatro nomes Anjos da Descoberta de Segredos.
Esquerdo formados a São conjurados para permitir ao
partir das letras mago aprender os segredos dos
acima da Cruz outros. Este é um poder semelhante
Sephirótica ao atribuído a Bnapsen, o Rei do
Sábado, no sistema Hcptarchial.

108
Inferior Quatro nomes Anjos das Criaturas Vivas dos
Esquerdo formados a Quatro Elementos. Esses anjos são
partir das letras
conjurados para obter informações
abaixo da Cruz ou influenciar criaturas que não
Sephirótica sejam humanos. Isso inclui
“elementais”, espíritos que habitam
os vários elementos.
Inferior Oito nomes Cacodaemons das Criaturas Vivas
Esquerdo formados a dos Quatro Elementos. Tal como
partir das letras acontece com os Anjos da
abaixo da Cruz Transformação, não está claro como
Sephirótica em esses Cacodaemons diferem dos
conjunto com anjos correspondentes e a sensação
as letras da que tenho é que eles representam um
cruz negra aspecto mais destrutivo do poder dos
anjos. Eu imaginaria que você
convocaria os Cacodaemons em vez
dos anjos para matar ou ferir uma
criatura, por exemplo.
Tabela 9b: Associações dos Subquadrantes
O sistema Enochiano da Golden Dawn atribui correspondências
elementares secundárias a cada subquadrante com base em seu arranjo. Por
exemplo, considera o subquadrante superior esquerdo do quadrante superior
esquerdo representando o Ar do Ar, o subquadrante superior direito do
quadrante superior esquerdo representando o Fogo do Ar e assim por diante.
Essa ideia é extraída de um texto do início do século XVII chamado Tratado
sobre a Magia dos Anjos, que relaciona os subquadrantes aos dezesseis
signos da geomancia.
No sistema Dee, os elementos são atribuídos aos Anjos e Ca-codemons
dos subquadrantes de acordo com o arranjo discutido no capítulo sobre a
Grande Tábua. Lendo os quatro nomes dos anjos de um subquadrante
específico, o primeiro é atribuído ao Ar, o segundo à Água, o terceiro à Terra
e o quarto ao Fogo. O que isso significa é que se você quiser invocar, por
exemplo, apenas os Anjos da Medicina relacionados ao Ar para curar algum
tipo de distúrbio do pensamento, você conjurará apenas o primeiro nome dos
quatro de cada direção. Você também pode combinar elementos, de modo
que, para curar um distúrbio do pensamento com componentes emocionais,
convém convocar apenas os dois primeiros Anjos da Medicina de cada uma
das quatro direções, sendo esses atribuídos aos elementos Ar e Água.

109
MANIFESTAÇÕES FÍSICAS
Como os Reis e Príncipes da Heptarchia Mystica, os Anjos da Grande
Tábua geralmente não aparecem fisicamente sobre o Sigillum Dei Aemeth,
mas podem ser visualizados usando um cristal ou espelho negro ali colocado.
Os efeitos físicos mais fortes que geralmente experimento quando os anjos
chegam são as mudanças de temperatura e as mudanças nas chamas das
velas. Mesmo assim, há uma mudança perceptível na atmosfera do templo
quando os anjos estão presentes e, após algumas operações, você deve se
familiarizar com elas. Essa sensação de presença é surpreendentemente
semelhante àquela gerada pelos Reis e Príncipes Heptarchais.
No decorrer de meus experimentos mágicos, descobri que os espíritos
Enochianos de qualquer tipo podem muitas vezes levantar a agulha em um
detector de campo eletromagnético (EMF) sob comando, uma vez que estão
presentes, desde que a sonda do detector seja colocada sobre o Sigilo. Para
testar você mesmo, o melhor tipo de detector é aquele com uma sonda
destacável que pode ser posicionada a uma curta distância do detector. Caso
contrário, todo o dispositivo precisaria ser colocado no Sigillum e isso pode
ser difícil com instrumentos maiores. Os caçadores de fantasmas às vezes
usam um dispositivo chamado medidor K2 para fazer perguntas simples do
tipo sim / não aos espíritos e, embora eu ainda não tenha experimentado esse
medidor, com base nas flutuações EMF que medi, espero que provavelmente
funcione.
Usar um dispositivo tão simples como um medidor EMF ou K2 é útil
porque pode fornecer um sinal objetivo de que o espírito está presente sem
exigir que ele exerça tanta energia física quanto alguns magos de grimório
gostam de exigir. Embora seja possível para um espírito produzir fenômenos
poltergeist, comandá-lo antes de levá-lo a sério me parece um desperdício e
até mesmo uma tolice. O poder geral de um espírito pode ser suficiente para
produzir uma mudança de probabilidade de um determinado grau, mas se
você comandar o espírito para exercer a maior parte dessa influência para
realizar truques, pouco sobrará para realizar a intenção mágica para a qual
convocou o espírito em primeiro lugar.

*~*~*~*~*

110
Capítulo 11
Talismãs da Grande Tábua

Ao contrário dos Reis e Príncipes da Heptarchia Mystica, os quadrantes


dos Anjos da Grande Tábua não têm talismãs ou sigilos óbvios detalhados
nos diários Dee. A fim de construir tais talismãs, mais uma vez adaptei uma
ideia publicada pela primeira vez na Evocação Enochiana de Geoffrey
James. James simplesmente propõe que o talismã para um determinado
grupo de anjos poderia consistir na parte da grade da Grande Tábua em que
o grupo de anjos reside. Assim, por exemplo, um talismã para os Anjos da
Medicina do Leste consistiria na grade 5x6 de letras angelicais encontradas
no subquadrante superior esquerdo do quadrante superior esquerdo.
Esta é uma solução relativamente elegante com um problema - para
cada subquadrante há dois grupos de anjos e um grupo de Cacodaemons que
seriam convocados usando o mesmo talismã. Quer os dois grupos de anjos
pudessem ou não compartilhar um talismã, a ideia de compartilhar um entre
anjos e cacodaemons me parece, na melhor das hipóteses, problemática. Para
lidar com esse problema, os talismãs mostrados aqui incorporam uma grade
5x6, 6x6 ou 6x7 junto com marcas de sigilo que mostram qual grupo de anjos
o talismã representa. Isso significa que cada grupo de anjos e cacodaemons
tem seus próprios designs de talismãs exclusivos.
As marcas de sigilo seguem a prática padrão que remonta pelo menos
até os Três Livros de Filosofia Oculta de Agripa de iniciar cada linha
individual com um pequeno círculo e terminar com uma pequena linha
perpendicular à direção em que os nomes estão sendo lidos. Os nomes
sigilizados nos talismãs incluem os dos anjos ou cacodaemons aos quais o
talismã pertence, junto com os nomes controladores usados para conjurá-los.

111
Fig. 26: Marcas de sigilo para anjos acima da Cruz Sephirótica

Fig. 27: Marcas de sigilo para anjos abaixo da Cruz Sephirótica

112
Fig. 28: Marcas de sigilo para cacodaemons
A grade com marcas de sigilo é então preenchida com as letras
apropriadas na escrita angelical para marcar o quadrante ao qual o
talismã corresponde. Isso cria um sigilo exclusivo para cada grupo
de anjos dentro dos quadrantes. As seções sombreadas representam
letras da Cruz Negra, que são incorporadas aos nomes de controle
dos anjos acima da Cruz Sephirótica e aos nomes dos cacodaemons
individuais.
Talismãs para Reis e Sêniores não são tão fáceis de montar. O
Rei ocupa o centro do quadrante e os Sêniores formam uma cruz
que se estende para fora até as bordas da grade do quadrante. Pode-
se, portanto, criar um talismã que reproduza todo o quadrante com
o Rei e os Sêniores marcados. É essencialmente assim que James
recomenda a construção de talismãs para os Sêniores, e também
tem alguma semelhança com o método praticado pela Aurum Solis,
em que uma pequena reprodução de cada quadrante é construída
como um talismã de metal e mantida durante as operações. No
entanto, simplifiquei o desenho mostrado aqui como uma cruz
contendo apenas as letras dos nomes do Rei e dos Sêniores do
quadrante, juntamente com as marcas de sigilo apropriadas para os
Reis, Sêniores e três nomes de Deus.

113
Fig. 29: Marcas de Sigilo para Reis e Sêniores
Assim como o mesmo talismã é usado no sistema Heptarchal para o Rei
e o Príncipe, os Reis e os Sêniores compartilham o mesmo design de talismã.
Com efeito, em vez de um Príncipe correspondente, cada Rei tem seis
Sêniores associados que atuam como Ministros. Na verdade, Dee não
escreveu conjurações para os Reis, mas parou no nível dos Sêniores. No
entanto, eu pessoalmente tive grande sucesso evocando os Reis com minha
própria conjuração baseada na que Dee escreveu para os Sêniores. A
hierarquia é relativamente óbvia, com os Reis convocados pelos três nomes
de Deus.
Deve-se notar que esses desenhos talismânicos para os anjos das Torres
de Vigia são figuras retangulares, enquanto os dos anjos heptárquicos são
circulares. Como os leitores modernos dos diários de Dee são deixados
adivinhando os designs dos talismãs da Grande Tábua, nenhum de nós pode
ter certeza, mas as formas retangulares são a solução mais óbvia, dada a
maneira como os nomes são derivados dos quadrantes e subquadrantes.
Também pode haver algum simbolismo mais profundo relacionado ao
conceito alquímico de “quadratura do círculo” envolvido na transição das
esferas planetárias para o reino elemental.

114
Fig. 30: Talismã para o Rei e os Sêniores do Leste

Fig. 30: Talismã para o Rei e os Sêniores do Sul

115
Fig. 32: Talismã para o Rei e os Sêniores do Oeste

Fig. 33: Talismã para o Rei e os Sêniores do Norte

116
Fig. 34; Talismã para os Anjos das Substâncias Naturais do Leste

Fig. 35: Talismã para os Anjos das Substâncias Naturais do Sul

117
Fig. 36: Talismã para os Anjos das Substâncias Naturais do Oeste

Fig. 37: Talismã para os Anjos das Substâncias Naturais do Norte.

118
Fig. 38: Talismã para os Anjos do Transporte do Leste

Fig. 39; Talismã para os Anjos do Transporte do Sul

119
Fig. 40: Talismã para os Anjos do Transporte do Oeste

Fig. 41: Talismã para os Anjos do Transporte do Norte

120
Fig. 42: Talismã para os Anjos das Artes Mecânicas do Leste

Fig. 43: Talismã para os Anjos das Artes Mecânicas do Sul

121
Fig. 44: Talismã para os Anjos das Artes Mecânicas do Oeste

Fig. 45: Talismã para os Anjos das Artes Mecânicas do Norte

122
Fig. 46: Talismã para os Anjos da Descoberta de Segredos do Leste

Fig. 47: Talismã para os Anjos da Descoberta de Segredos do Sul

123
Fig. 48: Talismã para os Anjos da Descoberta de Segredos do Oeste

Fig. 49; Talismã para os Anjos da Descoberta de Segredos do Norte

124
Fig. 50: Talismã para os Anjos da Medicina do Leste

Fig. 51: Talismã para os Anjos da Medicina do Sul

125
Fig. 52; Talismã para os Anjos da Medicina do Oeste

Fig. 53; Talismã para os Anjos da Medicina do Norte

126
Fig. 54; Talismã para os Anjos dos Metais e Pedras Preciosas do Leste

Fig. 55: Talismã para os Anjos dos Metais e Pedras Preciosas do Sul

127
Fig. 56: Talismã para os Anjos dos Metais e Pedras Preciosas do Oeste

Fig. 57: Talismã para os Anjos dos Metais e Pedras Preciosas do Norte

128
Fig. 5S: Talismã para os Anjos da Transformação do Leste

Fig. 59: Talismã para os Anjos da Transformação do Sul

129
Fig. 60: Talismã para os Anjos da Transformação do Oeste

Fig. 61: Talismã para os Anjos da Transformação do Norte

130
Fig. 62: Talismã para os Anjos das Criaturas Vivas e os Quatro Elementos
do Leste

Fig. 63: Talismã para os Anjos das Criaturas Vivas e os Quatro Elementos
do Sul

131
Fig. 64: Talismã para os Anjos das Criaturas Vivas e os Quatro Elementos
do Oeste

Fig. 65: Talismã para os Anjos das Criaturas Vivas e os Quatro Elementos
do Norte

132
Fig. 66: Talismã para os Cacodaemons da Medicina do Leste

Fig. 67: Talismã para os Cacodaemons da Medicina do Sul

Fig. 68: Talismã para os Cacodaemons da Medicina do Oeste

133
Fig. 69: Talismã para os Cacodaemons da Medicina do Norte

Fig. 70: Talismã para os Cacodaemons dos Metais e Pedras Preciosas do


Leste.

Fig. 71: Talismã para os Cacodaemons de Metais e Pedras Preciosas do Sul

134
Fig. 72: Talismã para os Cacodaemons de Metais e Pedras Preciosas do
Oeste

Fig. 73: Talismã para Cacodaemons de Metais e Pedras Preciosas do Norte

Fig. 74: Talismã para os Cacodaemons da Transformação do Leste

135
Fig. 75: Talismã para Cacodaemons da Transformação do Sul

Fig. 76; Talismã para os Cacodaemons da Transformação do Oeste

Fig. 77; Talismã para os Cacodaemons da Transformação do Norte

136
Fig. 78: Talismã para Cacodaemons de Criaturas Vivas e os Quatro
Elementos do Leste

Fig. 79: Talismã para os Cacodaemons das Criaturas Vivas e os Quatro


Elementos do Sul

137
Fig. Então: Talismã para os Cacodaemons das Criaturas Vivas e os Quatro
Elementos do Oeste

Fig. 81: Talismã para os Cacodaemons das Criaturas Vivas e os Quatro


Elementos do Norte

*~*~*~*~*

138
Capítulo 12
Os Reis e Sêniores

Os Reis
Os nomes dos quatro Reis são extraídos de cada um dos quadrantes,
seguindo uma espiral no sentido horário desenhada no centro.

Fig. 82: Espiral mostrando BATAIVAH, o Rei do Leste


Embora sua atribuição primária seja direcional, os Reis também são de
natureza elementar, com todos os quatro conjurados juntos representando
toda a extensão da natureza. Conjurados como tais, seus poderes são gerais
e bastante extensos. Dee não escreveu conjurações para os Reis, então a que
está incluída aqui é minha.
Direção Nome do Rei Nomes de Deus
Leste BATAIVAH ORO, IBAH, AOZPI
Sul RAAGIOSL MPH, ARSL, GAIOL
Oeste EDLPRNAA OIP, TEAA, PDOCE
Norte ICZHIHAL MOR, DIAL, HCTGA
Tabela 10: Os Reis
Invocação:
Ó tu, grande e poderoso Rei do [Direção], fiel ao Deus onipotente de
nosso sacerdócio, em nome do mesmo Deus, um em três, eu digo a ti, [Rei],
pelos Nomes divinos pelos quais tu estás particularmente vinculado aos
Santos Nomes de Deus [Nome de Deus 1], [Nome de Deus 2] e [Nome de
Deus 3], Eu, [Seu Nome Mágico], um servo fiel do nosso Deus onipotente,
amigavelmente , séria e confiantemente peço e imploro que tu apareças

139
dentro desta Mesa da Arte e Sigilo de Deus, e posteriormente atenda aos
meus comandos.
Eu peço que tu apareças, executes e completes, de maneira boa,
simples, inteligível e perfeita, de acordo com sua Virtude, Poder e Ofício, e
de acordo com a capacidade de seu Sacerdócio, entregue e confiado a ti pelo
Deus Todo-Poderoso, por estes Santos Nomes [Nome de Deus 1], [Nome de
Deus 2] e [Nome de Deus 3].
Por meio desses sagrados Nomes de Deus [Nome de Deus 1], [Nome
de Deus 2] e [Nome de Deus 3].
Amém.

Os Sêniores
Os vinte e quatro Sêniores são chamados a transmitir, ou influenciar,
conhecimento e julgamento nos assuntos humanos. Os seis Sêniores
atribuídos a cada direção, podem ser extraídos de cada quadrante da Grande
Tábua, conforme mostrado.

Fig. 83: O Seis Sêniores do Leste


O nome de controle para os seis Sêniores de cada direção é o Rei dessa
direção.

140
Direção Nomes dos Sêniores Nome do Rei
Leste HABIORO, AAOZAIF, HTMORDA, BATAIVAH
AHAOZPI, HIPOTGA, AVTOTAR
Sul LSRAHPM, SAIINOV, LAOAXRP, RAAGIOSL
SLGAIOL, LIGDISA, SONIZNT
Oeste AAETPIO, ADOEOET. ALNDVOD, EDLPRNAA
AAPDOCE, ARINNAP, ANODOIN
Norte LAIDROM, ACZINOR, LZINOPO, ICZHIHAL
ALHGTGA, LIIANSA, AHMLICV
Tabela 11: Os Sêniores
Invocação:
Ó vós, Sêniores do [Direção], poderosos e fiéis ao Deus onipotente do
nosso sacerdócio, em nome do mesmo Deus, um em três, digo a vós, [Sênior
1], [Sêniores 2], [Sêniores 3], [Sênior 4], [Sênior 5], [Sênior 6], através do
Nome divino pelo qual vós estais particularmente vinculados, o Nome
Angelical [Rei], Eu, [Seu Nome Mágico], um servo fiel do onipotente Deus,
amigável, sincera e confiantemente peço e imploro que vós apareçais dentro
desta Mesa da Arte e Sigilo de Deus, e atendais aos meus comandos.
Peço a vós, que apareçais, executeis e completeis, de maneira boa,
simples, inteligível e perfeita, de acordo com vossa Virtude, Poder e Ofício,
e de acordo com a capacidade de vosso Sacerdócio, entregue e confiado a
vós pelo Deus onipotente, pelo Nome Angelical [Rei].
Através do sagrado Nome de Deus [Rei],
Amém.

*~*~*~*~*

141
Capítulo 13
Os Anjos Kerúbicos

Referir-se a este primeiro grupo de anjos dos subquadrantes como


“Kerúbicos” é algo vindo da Golden Dawn em vez da terminologia de Dee,
como é o uso de “Anjos Menores” na seção seguinte, mas eu o adotei porque
simplifica a taxonomia dos vários grupos Enochiano. Os nomes dos anjos
Kerúbicos, ou querubins, são formados pela combinação das quatro letras
acima dos braços da Cruz Sephirótica para cada subquadrante em todas as
quatro combinações distintas possíveis. Os Nomes de Deus que os controlam
são obtidos pela combinação das letras conforme aparecem na tabela (o
primeiro dos quatro nomes) com as letras das linhas verticais e horizontais
na cruz negra que correspondem à primeira letra do nome.

Os Anjos das Substâncias Naturais


Esses anjos são conjurados para aprender as várias propriedades de
materiais específicos, bem como para consagrá-los para trabalhos mágicos e
auxiliar em várias operações alquímicas. Além disso, eles governam essas
propriedades e podem ser chamados para combiná-las ou alterá-las.
Direção Anjos das Substâncias Naturais Nomes de Deus de
Controle
Leste RZLA, ZLAR, LARZ, ARZL ERZLA e MRZLA
Sul TAAD, AADT, ADTA, DTAA ETAAD e NTAAD
Oeste DOPA, OPAD, PADO, ADOP ADOPA e NDOPA
Norte BOZA, OZAB, ZABO, ABOZ ABOZA e MBOZA
Tabela 12: Anjos de Substâncias Naturais
Invocação:
Ó vós, quatro ministros fiéis e verdadeiros do Deus Onipotente, seu
Criador, [Anjo 1], [Anjo 2], [Anjo 3], [Anjo 4] que estão na parte [direção]
do mundo, e são poderosos e hábeis na mistura de substâncias naturais: Eu,
[Seu Nome Mágico], devotado servo do mesmo, vosso Criador, e por meio
da onipotência do mesmo, vosso Criador, e por meio desses Nomes místicos
de nosso Deus, [Nome 1] e [Nome 2], humildemente desejo, e
veementemente peço, de vós, um e todos, que vós apareçais nesta Mesa da
Arte e Sigilo de Deus, e depois disso atendam aos meus comandos.

142
Peço que vós executeis, implementeis e tornais perfeito, benigno,
abundante, claro e toda e qualquer petição relativa à mistura de substâncias
naturais e outros segredos naturais, que nosso Criador comprometeu com
sua compreensão, inteligência e disposição e, como foram nomeados, vós
como Seus oficiais e ministros.
Através destes nomes místicos de Deus, [Nome 1] e [Nome 2].
Amém.

Os Anjos do Transporte
Há alguma discordância entre os praticantes Enochianos a respeito da
função desses anjos, visto que, interpretada literalmente, sua conjuração
implica que eles poderiam ser conjurados a fim de teletransportar a si mesmo
ou a outros objetos. Eu tentei isso, é claro, e até agora não consegui. No
entanto, outra interpretação de seus poderes, mais adequada ao período de
tempo de Dee, também pode ser que eles sirvam para proteger os viajantes
em viagens como viagens ao Novo Mundo, que na época eram travessias
oceânicas bastante perigosas.
Direção Anjos da Transformação Nomes de Deus de
Controle
Leste YTPA, TPAY, PAYT, AYTP EYTPA e AYTPA
Sul TDIM, DIMT, IMTD, MTDI ETDIM e BTDIM
Oeste ANAA, NAAA, AAAN, AANA AANAA e BANAA
Norte PHRA, HRAP, RAPH, APHR APHRA e APHRA
Tabela 13: Anjos do Transporte
Invocação:
Ó vós, quatro fiéis, nobres anjos e Ministros de nosso Criador
Onipotente; Ó, [Anjo 1], [Anjo 2], [Anjo 3], [Anjo 4], que governam
exclusivamente na parte [Direção] do mundo e a quem nosso Criador
forneceu e deu a habilidade, força e poder para serem capazes de
transportar ou transferir qualquer homem ou coisa de um lugar para outro;
sem injúria, dano, ofensa ou condenação àquele homem ou coisa, seja a
transferência próxima ou distante: Eu, [Seu Nome Mágico], humilde e
devotado servo do Deus Onipotente vosso Criador, pela reverente majestade
do mesmo Deus, vosso Criador, e através destes nomes divinos e místicos,
[Nome 1] e [Nome 2], eu humildemente solicito e veementemente rogo a vós,
um e todos, que vós apareçais nesta Mesa de Arte e Sigilo de Deus, e
posteriormente atendais aos meus comandos.
Peço que vós executeis, implementeis e aperfeiçoeis, de maneira
correta, verdadeira, abundante e perfeita, toda e qualquer petição relativa

143
ao movimento local, transporte de um lugar para outro, ou quaisquer outros
segredos que foram exclusivamente concedidos a vós por autoridade e
disposição de nosso Deus, para Seu louvor, honra e glória, pelos Nomes
divinos e místicos [Nome 1] e [Nome 2].
Amém.

144
Os Anjos das Artes Mecânicas
Esses anjos são conjurados a fim de obter informações ou influenciar a
tecnologia em geral. Eles se tornaram cada vez mais úteis neste último
aspecto, à medida que a tecnologia cresceu para permear quase todas as
facetas de nossas vidas na era moderna.
Direção Anjos das Artes Mecânicas Nomes de Deus de
Controle
Leste XGSD, GSDX, SDXG, DXGS HXGSD e AXGSD
Sul NLRX, LRXN, RXNL, XNLR HNLRX e BNLRX
Oeste ZIZA, IZAZ, ZAZI, AZIZ PZIZA e BZIZA
Norte ASMT, SMTA, MTAS, TASM PASMT e AASMT
Tabela 14: Anjos das Artes Mecânicas
Invocação:
Ó vós, quatro ministros santos e verdadeiros do Deus
Onipotente, vosso Criador, [Anjo 1], [Anjo 2], [Anjo 3], [Anjo 4],
que estão na parte [Direção] do mundo, e que, por vosso Deus, foi
encarregado e comprometido com Seu sacerdócio de praticar,
transmitir, ensinar e comunicar habilidades perfeitas em todas as
artes mecânicas, para o louvor, honra e glória de nosso Deus. Eu,
[Seu Nome Mágico], um devotado servo do mesmo, nosso Deus e
Criador, fiel e prudente, humildemente desejo e veementemente
peço de todos vós, nomeados acima, através da sabedoria
onipotente do mesmo, nosso Deus e Criador, e através destes
santos nomes místicos, [Nome 1] e [Nome 2], que vós apareçais
dentro desta Mesa da Arte e Sigilo de Deus, e depois disso atendais
aos meus desejos.
Eu, [Seu Nome Mágico], peço que vós executeis, implementeis
e torneis perfeito imediatamente, verdadeiramente,
abundantemente e manifestamente quaisquer e todas as petições
relativas às Artes Mecânicas, bem como outras conclusões
mecânicas ou experimentos através dos Nomes divinos e místicos
[Nome 1] e [Nome 2].
Por meio desses nomes místicos de Deus [Nome 1] e [Nome
2] Amém.

145
Os Anjos da Descoberta de Segredos
Esses anjos são conjurados a fim de obter informações que estão sendo
mantidas em segredo ou ocultas. O Rei Heptarchal Bnapsen tem um poder
semelhante, em que ele pode ser conjurado para aprender os segredos de
“homens maus”.
Direção Anjos da Descoberta de Segredos Nomes de Deus de
Controle
Leste TNBR, NBRT, BRTN, RTNB HTNBR e MTNBR
Sul MAGL, AGLM, GLMA, LMAG HMAGL e NMAGL
Oeste PSAC, SACP, ACPS, CPSA PPSAC e NPSAC
Norte OCNC, CNCO, NCOC, COCN POCNC e MOCNC
Tabela 15: Anjos da Descoberta de Segredos
Invocação:
Ó vós, quatro Anjos sábios e verdadeiros do Deus Onipotente, e
ministros de nosso Criador: Ó vós, [Anjo 1], [Anjo 2], [Anjo 3], [Anjo 4],
que habitam na parte [Direção] do mundo, e a quem o mesmo, nosso Deus,
atribuiu e concedeu o grande e especial ofício de descobrir e compreender
os segredos dos homens de qualquer grau, estado ou condição: Eu, [Seu
Nome Mágico], o devotado servo do mesmo Deus, um investigador
cuidadoso, mas de forma alguma curioso sobre os esforços, atos e eventos
secretos de qualquer tipo de homem, a menos que seja necessário para a
honra e glória de Deus nosso Criador, para que eu veja, compreenda e
descubra, peço humildemente e veementemente de vós, um e todos, por meio
de nosso Deus onisciente e por meio desses nomes místicos [Nome 1] e
[Nome 2], que vós apareçais nesta Mesa da Arte e Sigilo de Deus, e depois
atendais ao meu desejos.
Peço que vós executeis, implementeis e tornais perfeito, verdadeiro e
abundante, toda e qualquer petição relativa aos segredos de qualquer
homem, independentemente do estado e condição, por meio destes Nomes de
Deus, [Nome 1] e [Nome 2]
Por meio desses nomes sagrados e místicos de Deus [Nome 1] e [Nome
2],
Amém.

146
Capítulo 14
Os Anjos Menores

Os Anjos Menores foram assim chamados pelos criadores do sistema


Enochiano da Golden Dawn porque seus nomes aparecem abaixo dos braços
das cruzes formadas pelos Nomes de Deus para cada subquadrante da
Grande Tábua. Não está claro se a posição desses anjos representa ou não
uma posição inferior na hierarquia espiritual dos anjos “Kerúbicos”.
Geralmente, os espíritos Enochianos podem ser classificados de acordo com
as letras de seus nomes, com os nomes consistindo em mais letras
representando entidades mais inteligentes, coerentes e poderosas. Por esta
medida, os “Anjos Menores” e os “Anjos Kerúbicos” devem estar quase no
mesmo nível. Os anjos em ambas as classes têm nomes de quatro letras e são
governados por dois nomes controladores de cinco letras. Além disso, de
acordo com os poderes delineados nas conjurações, ambas as classes
parecem ter força aproximadamente igual, embora isso dependa um pouco
de como suas descrições são interpretadas.

Os Anjos da Medicina
Esses anjos são conjurados para realizar curas e curar doenças.
Direção Anjos da Medicina Nomes de Deus de
Controle
Leste CZNS, TOTT, SIAS, FMND IDOIGO e ARDZA
Sul TOCO, NHDD, PAAX, SAIX OBGOTA e AABCO
Oeste OPMN, APST, SCIO, VASG NOALMR e OLOAG
Norte AIRA, ORMN, RSNI, IZNR ANGPOI e UNNAX
Tabela 16: Anjos da Medicina
Invocação:
Ó vós, Anjos de Luz [Anjo 1], [Anjo 2], [Anjo 3], [Anjo 4], habitando
na parte [Direção] do universo, poderosos na administração do forte e
saudável remédio de Deus e na dispensação de curas: Em nome do Deus
onipotente, Vivo e verdadeiro, Eu, [Seu Nome Mágico], pela graça do Deus
Todo-Poderoso dos Reinos Celestiais, e através da reverência e obediência
que você deve ao mesmo, nosso Deus, e através destes, Teus nomes divinos
e místicos, [Nome 1] e [Nome 2], eu veementemente e fielmente peço de vós,
um e todos, que vós apareceis dentro desta Mesa de Arte e Sigilo de Deus, e
depois disso, atendais aos meus comandos.

147
Eu vos convoco pelos Nomes de Deus, [Nome 1] e [Nome 2], para
realizar e completar todos e quaisquer pedidos, abundantemente,
excelentemente, completamente, agradavelmente e perfeitamente, por meio
de todos os remédios possíveis e por meio da força, poder e peculiares de
seu cargo e ministério.
Através dos Nomes Sagrados de Deus [Nome 1] e [Nome 2],
Amém.

Os Anjos do Ouro e Pedras Preciosas


Esses anjos funcionam como espíritos descobridores de tesouros, como
os encontrados em muitos dos antigos grimórios. Aparentemente, a Europa
medieval era um mundo muito diferente daquele em que vivemos hoje, pois
encontrar um tesouro escondido por algum motivo não foi um acontecimento
totalmente inédito. Porém, além de encontrar tesouros escondidos, esses
anjos também podem localizar veios de minério, tornando-os úteis para a
mineração, e podem ser consultados sobre as propriedades mágicas de joias
e metais.
Direção Os Anjos do Ouro e Pedras Preciosas Nomes de Deus de
Controle
Leste OYVB, PAOC, RBNH, DIRI ILACZA e PALAM
Sul MAGM, LEOC, VSSN, RVOI NELAPR e OMEBB
Oeste GMNM, ECOP, AMOX BRAP VADALI e OBAUA
Norte OMGG, GBAL, RLMV, IAHL ANAEEM e SONDN
Tabela 17: Anjos do Ouro e Pedras Preciosas
Invocação:
Ó vós, quatro Anjos de Luz, fiéis no ministério de Deus nosso Criador,
[Anjo 1], [Anjo 2], [Anjo 3], [Anjo 4], senhores na parte [Direção] do
universo, e quem, fora dos dons e dispensações peculiares de Deus, são
poderosos e entendidos na tradição dos veios de minério, a descoberta de
metais e tesouros, os usos e virtudes dos metais, a coagulação e
propriedades mágicas das joias, os lugares onde metais e joias são reunidos,
bem como suas naturezas, propriedades, virtudes e usos, tanto secretos
como misteriosos: Eu, [Seu Nome Mágico], o humilde e devotado servo do
Deus onipotente, vivo e verdadeiro, através do poder inevitável que é
conhecido do mesmo, nosso Deus, nestes nomes, [Nome 1] e [Nome 2], a
quem vós deveis reverência e obediência, eu com veemência e confiança
peço de vós, um e todos, que vós apareçais nesta Mesa da Arte e Sigilo de
Deus, e depois disso atenda aos meus comandos.

148
Eu imploro a vós, todos, para completar e fazer perfeito toda e
qualquer petição por ações pretendidas, mais rápida, manifestamente,
certamente, imaculadamente e abundantemente, no que diz respeito a suas
habilidades particulares, forças, faculdades e poderes sobre metais e joias.
Pela vibração dos Nomes divinos, [Nome 1] e [Nome 2], eu chamo e
peço a vós, um e todos.
Amém.

149
Os Anjos da Transformação
Esses anjos são conjurados com o propósito geral de transformar uma
coisa em outra. Este é um poder muito geral e eficaz para todos os tipos de
operações mágicas, uma vez que a criação da mudança de acordo com a
vontade geralmente envolve a transformação da natureza de algo.
Direção Os Anjos da Transformação Nomes de Deus de
Controle
Leste ACCA, NPNT, OTOI, PMOX AOURRZ e ALOAI
Sul XPCN, VASA, DAPI, RNIL IAAASD e ATAPA
Oeste ADRE, SISP, PALI, ACAR RZIONR e NRZFM
Norte MSAP, IABA, IZXP, STIM OPMNIR e ILPIZ
Tabela 18: Anjos da Transformação
Invocação:
Ó vós, quatro bons e verdadeiros Anjos de Deus nosso Criador; [Anjo
1], [Anjo 2], [Anjo 3], [Anjo 4], que governam na parte [Direção] do mundo,
que receberam de Deus em sua criação a força singular, o conhecimento
verdadeiro e o poder absoluto e perfeito da Transformação como seu dever
e ofício, para que vós possais comunicar e tornar manifesto aos homens,
como predeterminado pelo mesmo, nosso Deus, este verdadeiro
conhecimento e poder perfeito, para o louvor, honra e glória de Deus.
Portanto, eu, [Seu Nome Mágico], o devotado servo do mesmo, nosso Deus
e Criador, verdadeiramente, diligentemente e fielmente desejando louvar,
honrar e glorificar a Deus, peço veementemente e imploro com confiança a
vós, um e todos, para levar a efeito e ampliar entre os homens este seu
conhecimento verdadeiro acima mencionado, através destes nomes místicos
de Deus, [Nome 1] e [Nome 2]. Eu, [Seu Nome Mágico], exijo que vós
apareçais dentro desta Mesa da Arte e Sigilo de Deus, e depois disso
atendais aos meus comandos.
Eu, [Seu Nome Mágico], exijo que vós, um e todos, imediatamente e
sem demora, cumprais perfeitamente, cumprais manifestamente,
completamente, e abundantemente, toda e qualquer petição, por qualquer
meio necessário, que concerne a ti ou a respeito de sua habilidade,
conhecimento e poder das Transformações, através destes Nomes de nosso
Deus, aqui ensaiados, [Nome 1] e [Nome 2].
Amém.

150
Os Anjos das Criaturas Vivas e os
Elementos
Esses anjos são conjurados a fim de obter informações ou influenciar
os seres vivos de todos os tipos. Isso inclui seres como espíritos elementais,
que esses anjos têm o poder de controlar e enviar para realizar várias tarefas
adequadas à sua natureza.
Direção Os Anjos das Criaturas Vivas e os Nomes de Deus de
Elementos Controle
Leste ABMO, NACO, OCNM, SHAL AIAOAI e OIIIT
Sul PACO. NDZN, IIPO, XRNH MALADI e OLAAD
Oeste DATT, DIOM, OOPZ, RGAN UOBXDO e SIODA
Norte OPNA, DOOP, RXAO, AXIR ABALPT e ARBIZ
Tabela 19: Anjos das Criaturas Vivas e Elementos
Invocação:
Ó vós, Anjos de Deus, fluindo com verdade e bondade, eu os chamo,
[Anjo 1], [Anjo 2], [Anjo 3], [Anjo 4], que governam na parte [Direção] do
mundo: para que cada um de vós, dentre os quatro grandes elementos ou
fontes do mundo, podeis exercer o dever ou seu ofício peculiar, e sua
habilidade, conhecimento, poder e autoridade únicos: Ó tu, [Anjo 1], anjo
brilhante que vive no Ar do [Direção], tu que tem visão de todas as suas
diversas qualidades e que percebe perfeitamente o que Deus criou neles
para o Homem; e tu, ó ilustre [Anjo 2], que vive na Água da [Direção], que
verdadeiramente conhece sua qualidade e uso; e tu, ó distinto [Anjo 3], que
vive na Terra da [Direção], tu que conheces exatamente suas qualidades
variadas e para que uso foi criado por nosso Deus; e finalmente tu, [Anjo
4], anjo brilhante de Deus, que vives no mais secreto Fogo do [Direção], e
que tem amplo conhecimento de sua eficácia e propriedades vitais; Ó todos
vós, fiéis a Deus e ministros de nosso Criador, vós que habitam na parte
[Direção] do mundo, vós que conheceis os segredos misteriosos dos quatro
elementos, concedidos, atribuídos e delegados a vós por nosso Criador
onipotente, e que, para louvor, honra e glória de Deus e por sua grande
caridade para com a raça humana, sois capazes de transmitir e tornar
manifestas essas grandes coisas, e pela aprovação de Deus, trazer à tona
aquelas coisas que lhes são pedidas.
Portanto, eu, [Seu Nome Mágico], Amante e Buscador desses segredos,
para louvor, honra e glória de nosso Deus, em Nome do mesmo, nosso Deus
e Criador, eu humildemente suplico a todos vós. E através desses santos
nomes de Deus, [Nome 1] e [Nome 2], eu peço e imploro com confiança que

151
vós apareçais nesta Mesa da Arte e Sigilo de Deus, e depois disso atendais
aos meus comandos.
E por meio desses santos nomes de Deus, [Nome 1] e [Nome 2], peço
que vós concordais benignamente, cumprais com clareza, cumprais com
amor e fazeis perfeitamente todas as petições a respeito concernente a seus
ofícios únicos, conhecimentos e poderes.
Por meio desses nomes reverenciados e místicos de Deus [Nome 1] e
[Nome 2],
Amém.

*~*~*~*~*

152
Capítulo 15
Os Cacodaemons

Os Cacodaemons são uma parte frequentemente negligenciada do


sistema Enochiano. O próprio Dee fazia menção a eles apenas em suas
invocações, e então apenas de passagem. Grupos como Golden Dawn e
Aurum Solis não prestaram atenção a eles, pelo menos se quisermos acreditar
nos materiais publicados que sobreviveram. Essencialmente, muito dessa
omissão pode ser devido à perspectiva limitada de que “os Cacodaemons são
maus”. Isso realmente não está claro a partir do material da fonte original, e
se devemos acreditar nas comunicações dos anjos com Dee e Kelley, na
verdade todo o sistema Enochiano está em harmonia com a criação de Deus.
Enquanto a natureza básica dos anjos da Grande Tábua é criativa ou
construtiva, a dos Cacodaemons é destrutiva ou caótica. Por meio da visão
de mundo limitada dos períodos medieval e renascentista, anjos = criação =
bem e demônios = destruição = mal, e é quase certo que Dee não tenha tido
nada a ver com eles. A fé cristã de Dee era provavelmente muito forte e muito
ortodoxa para permitir que ele pensasse longe o suficiente do dogma da
Igreja para perceber que os Cacodaemons são uma parte necessária do
universo. A destruição faz parte da natureza, embora deva ser empreendida
com muito cuidado.
Embora possa parecer estranho que os Cacodaemons sejam convocados
pelos nomes de Deus, embora invertidos, essa era a norma para os grimórios
do período de Dee e anteriores. Supunha-se que, uma vez que Deus era todo-
poderoso, os Nomes de Deus podiam ser chamados para realizar todas as
coisas, especialmente controlar e amarrar os demônios do mundo
subterrâneo. Os Nomes de Deus usados para invocar os Cacodaemons são as
formas reversas daqueles usados para invocar os Anjos Menores. Parece não
haver Cacodaemons correspondentes para os cargos dos anjos Kerúbicos. Os
Cacodaemons devem ser sempre evocados, isto é, chamados para a Mesa
Santa e Sigillum Dei Aemeth, ao invés de invocados. Ao evocar
Cacodaemons, você substitui a palavra VAOAN na Primeira Chave pela
palavra VOOAN, embora aparentemente elas signifiquem a mesma coisa em
português.
Eu geralmente não recomendo trabalhar com os Cacodaemons à
ninguém, exceto o mago mais experiente. Ao lidar com os aspectos
destrutivos da natureza, simplesmente há coisas demais que podem dar
errado. Além disso, descobri que Cacodaemons não parecem exibir grande

153
organização ou inteligência, e se convocados indevidamente, eu poderia
facilmente imaginá-los tão propensos a agir sobre o mago quanto sobre o
objeto do feitiço. Por causa disso, seu templo Enochiano deve ser o mais
completo possível antes de realizar um ritual envolvendo os Cacodaemons,
e você certamente deve ter e usar o Sigillum Dei Aemeth, que possui fortes
propriedades de contenção. Dee não escreveu conjurações para os
Cacodaemons, então eu escrevi a minha própria, baseada na invocação dos
Anjos Menores correspondentes.

Os Cacodaemons da Medicina
Esses demônios são convocados para causar doenças. Eles são os únicos
Cacodaemons cujos poderes são mencionados junto com a invocação para
os Anjos Menores correspondentes.
Direção Cacodaemons da Medicina Nomes de Deus de
Controle
Leste XCZ. ATO, RSI, PFM, XNS, ATT, OGIODI e AZDRA
RAS, PND
Sul XTO, ANH, RPA, PSA, XCO. ADD, ATOGBO e OCBAA
RAX, PIX
Oeste MOP, OAP, CSC, HVA, MMN, OST, RMLAON e GAOLO
CIO, HSG
Norte MAI, OOR, CRS, HIZ, MRA, OMN, IOPGNA e XANNU
CNI, HNR
Tabela 20: Cacodaemons da Medicina
Conjuração:
Ó vós Cacodaemons da Escuridão [Demônio 1], [Demônio 2],
[Demônio 3], [Demônio 4], [Demônio 3], [Demônio 6], [Demônio 7],
[Demônio 8], habitando na parte [Direção] do universo, poderosos em
causar doenças e impedir curas: Em nome do Deus Onipotente, Vivo e
Verdadeiro, Eu, [Seu Nome Mágico], pela graça do Deus Todo-Poderoso
dos Reinos Celestiais, e através da reverência e obediência que vós deveis
ao mesmo, nosso Deus, e através destes Seus nomes divinos e místicos
[Nome 1] e [Nome 2], eu com veemência e fidelidade exijo de vós, um e
todos, que vós apareçais dentro desta Mesa da Arte e Sigilo de Deus, e
depois atendais aos meus comandos.
Eu vos convoco pelos Nomes de Deus, [Nome 1] e [Nome 2], para
executar, realizar e completar todos e quaisquer mandamentos
abundantemente, excelentemente, completamente, agradavelmente, e
perfeitamente, através da força peculiar e poder do seu ofício e sacerdócio.

154
Através dos Nomes Sagrados de Deus [Nome 1] e [Nome 2],
Amém.

Os Cacodaemons do Ouro e Pedras


Preciosas
Foi explicado a Dee que, embora os Anjos do Ouro e Pedras Preciosas
pudessem encontrar minério metálico, esses Cacodaemons poderiam lhe
trazer “o dinheiro cunhado”. No mundo moderno, há uma separação clara
entre metais preciosos e joias, por um lado, e o sistema financeiro global, por
outro. Em um experimento, fui capaz de aumentar substancialmente o valor
da minha carteira de ações ao longo de um período de três meses, conjurando
esses espíritos, mas, mesmo assim, não foi no grau que eu especifiquei em
meu encargo, então um trabalho adicional ao longo dessas linhas é
provavelmente necessário antes de tirar quaisquer conclusões firmes de um
único exemplo.
Direção Os Cacodaemons de Ouro e Pedras Nomes de Deus de
Preciosas Controle
Leste XOY, APA, RRB, PDI, XVB, AOC, AZCALI e MALAP
RNH, PRI
Sul XMA, ALE, RVS, PRV, XGM, AOC, RPALEN e BBEMO
RSN, POI
Oeste MGM, OEC, CAM, HBR, MNM, ILADAV e AUABO
OOP, COX, HAP
Norte MOM, OGB, CRL, HIA, MGG, MEEANA e NDNOS
OAL, CMV, HHL
Tabela 21: Cacodaemons do Ouro e Pedras Preciosas
Conjuração:
Vós, oito Demônios da Escuridão [Demônio 1], [Demônio 2],
[Demônio 3], [Demônio 4], [Demônio 5 /, [Demônio 6], [Demônio 7],
[Demônio 8], senhores na parte [Direção ] do universo, e que, fora dos dons
e dispensações peculiares de Deus, são poderosos e eruditos na tradição da
entropia no que diz respeito aos minerais, a descoberta de metais e depósitos
de tesouros, os usos e virtudes dos metais, a coagulação e propriedades
mágicas das joias, os lugares onde os metais e joias são reunidos, bem como
suas naturezas, propriedades, virtudes e usos, tanto secretos quanto
misteriosos: Eu, [Seu Nome Mágico], através do poder inevitável que é
conhecido pelo mesmo nosso Deus, nestes nomes, [Nome 1] e [Nome 2], a
quem vós deveis reverência e obediência, eu com veemência e confiança

155
peço a todos vós que apareçais nesta Mesa da Arte e Sigilo de Deus, e depois
atendais aos meus comandos.
Eu imploro a vós, um e todos, para completar e fazer cumprir todos e
quaisquer comandos para ações pretendidas, mais rapidamente,
manifestamente, certamente, imaculadamente e abundantemente, em
relação às suas habilidades, forças, faculdades e poderes específicos sobre
metais e joias.
Ao vibrar os nomes divinos, [Nome 1] e [Nome 2], eu chamo e ordeno
a vós, um e todos.
Amém.

Os Cacodaemons da Transformação
Dada a natureza geral dos Cacodaemons, parece que os Cacodaemons
da Transformação são conjurados a fim de realizar a transformação de um
alvo de um estado de ordem para um de desordem ou colapso total. Com
efeito, os Anjos da Transformação constroem, enquanto os Cacodaemons
correspondentes destroem.
Direção Os Cacodaemons da Transformação Nomes de Deus de
Controle
Leste CAC, ONP, MOT, APM, CCA, ONT, ZRRUOA e IAOLA
MOI, AOX
Sul CXP, OVA, MDA, ARN, CCN, OSA, DSAAAI e APATA
MPI, AIL
Oeste RAD, ASI, XPA, EAC, RRE, ASP, RNOIZR e MFZRN
XLI, EAR
Norte RMS, AIA, XIZ, EST, RAP, ABA, RINMPO e ZIPLI
XXP, EIM
Tabela 22: Cacodaemons da Transformação
Conjuração:
Ó vós, oito Cacodaemons de Deus, nosso Criador, [Demônio 1],
[Demônio 2], [Demônio 3], [Demônio 4], [Demônio 5], [Demônio 6],
[Demônio 7], [Demônio 8], que governam na parte [Direção] do mundo, que
receberam de Deus em sua criação a força singular, o verdadeiro
conhecimento e o poder da entropia com relação à transformação como seu
dever e ofício, para que vós pudésseis transmitir e manifestar aos homens,
como predeterminado pelo mesmo nosso Deus, este verdadeiro
conhecimento e poder perfeito. Portanto, eu, [Seu Nome Mágico], o
devotado servo do mesmo nosso Deus e Criador, verdadeiramente,
diligentemente e fielmente, peço veementemente e com confiança, a todos

156
vós que realizais e ampliais entre os homens este seu, acima mencionado,
conhecimento verdadeiro, por meio desses nomes místicos de Deus, [Nome
1] e [Nome 2]. Eu, [Seu Nome Mágico], exijo que vós apareçais nesta Mesa
da Arte e Sigilo de Deus, e depois disso atendais aos meus comandos.
Eu, [Seu Nome Mágico], exijo que vós, um e todos, imediatamente e
sem demora, cumprais perfeitamente, cumprais manifestamente,
completamente e abundantemente tornais perfeito todo e qualquer comando,
por qualquer meio necessário, que diz respeito ou concerne a sua
habilidade, conhecimento e poder das Transformações, através destes
Nomes do nosso Deus, aqui vibrados: [Nome 1] e [Nome 2].
Por meio desses nomes sagrados e místicos de Deus, [Nome 1] e [Nome
2],
Amém.

157
Os Cacodaemons das Criaturas Vivas e
os Elementos
Como qualquer criatura viva sobrevive em virtude de manter um estado
de ordem interna separada do mundo ao seu redor, é difícil deduzir a função
desses Cacodaemons daquela dos Anjos Menores correspondentes. Talvez
eles possam ser usados para matar ou ferir seres vivos, embora me pareça
que os Cacodaemons da Medicina seriam mais adequados para tal operação.
Outro pensamento é que eles poderiam ser conjurados a fim de convocar e
comandar espíritos elementais de natureza mais destrutiva do que aqueles
controlados pelos Anjos Menores.
Direção Os Cacodaemons das Criaturas Nomes de Deus de
Vivas e os Elementos Controle
Leste CAB, ONA, MOC, ASH, CMO, IAOAIA e TIIIO
OCO, MNM, AAL
Sul CPA, OND, MII, AXR, CCO, OZN, IDALAM e DAALO
MPO, ANH
Oeste RDA, ADI, XOO, ERG, RTT, AOM, ODXBOU e ADOIS
XPZ, EAN
Norte ROP, ADO, XRX, EAX, RNA, AOP, TPLABA e ZIBRA
XAO, EIR
Tabela 23: Cacodaemons das Criaturas Vivas e os Elementos.
Conjuração:
Ó vós Cacodaemons de Deus, fluindo com escuridão e poder, eu vos
chamo, [Demônio 1], [Demônio 2], [Demônio 3], [Demônio 4], [Demônio
5], [Demônio 6], [Demônio 7] , [Demônio 8], vós que governais na parte
[Direção] do mundo: para que cada um de vós, dos quatro grandes
elementos ou fontes do mundo, possam exercer o dever ou ofício peculiar, e
sua habilidade única, conhecimento, poder e autoridade: Ó vós, [Demônio
1] e [Demônio 5], Cacodaemons trovejantes que vivem no Ar do [Direção],
vós que personificais suas diversas qualidades e que percebem
perfeitamente quais são os usos neles para o Homem; e vós, ó tempestuosos
[Demônio 2] e [Demônio 6], que vivem na Água do [Direção], que
verdadeiramente conheceis sua qualidade e uso; e vós, ó poderosos
[Demônio 3] e [Demônio 7], que vivem na Terra do [Direção], vós que
conhecem exatamente suas variadas qualidades e para que uso fostes
criados por nosso Deus; e finalmente vós, [Demônio 4] e [Demônio 8],
resplandecentes Cacodaemons de Deus, que vivem no Fogo mais secreto do
[Direção], e que tem amplo conhecimento de sua eficácia e propriedades

158
destrutivas; Ó todos vós que morais na parte [Direção] do mundo, vós que
conheceis os segredos misteriosos da entropia no que diz respeito aos quatro
elementos, concedidos, atribuídos e delegados a vós por nosso Criador
onipotente, e que são capazes de transmitir e manifestar essas coisas
terríveis, trazeis à tona aquelas coisas que são pedidas a vós. Portanto, eu,
[Seu Nome Mágico], no Nome de nosso Deus e Criador, ordeno a vós, um e
todos.
Por meio desses santos Nomes de Deus, [Nome 1] e [Nome 2], peço
que vós apareçais nesta Mesa da Arte e Sigilo de Deus e, posteriormente,
atendais aos meus comandos.
E por meio desses santos Nomes de Deus, [Nome 1] e [Nome 2], exijo
que vós executais e tornais perfeito este todo e qualquer mandamento, de
acordo com seus mencionados ofícios, conhecimentos e poderes exclusivos.
Por meio desses nomes reverendos e místicos de Deus [Nome 1] e
[Nome 2],
Amém.

159
Capítulo 16
O Encargo

O encargo para o espírito é sua declaração de intenção que comunica o


resultado exato que você deseja que seu ritual produza. Como os rituais
podem ser realizados para praticamente qualquer propósito, você precisará
escrever o encargo você mesmo para qualquer ritual que realizar, e há vários
fatores-chave que você precisa ter em mente ao fazer isso. Muito desse
material foi abordado em maiores detalhes em Dominado a Heptarchia
Mystica, mas está incluído aqui para ser completo. Não importa com qual
classe de espírito você esteja trabalhando, você precisa saber como construir
apropriadamente um encargo a fim de trabalhar a magia com eficácia.
Geralmente explico os espíritos usando o modelo aristotélico sob o qual
o universo é imaginado como consistindo tanto de Matéria quanto de Forma.
Matéria se refere às partículas subatômicas das quais as substâncias são
compostas e Forma se refere a como essas partículas são organizadas. No
nível quântico, o arranjo de cada partícula é governado por campos de ondas
de probabilidade que são descritos na física pelas chamadas funções de
Schroedinger. Há algum debate entre os físicos quânticos sobre se as
partículas subatômicas ocupam qualquer ponto particular no espaço ou
simplesmente existem como ondas de probabilidade não locais antes de sua
interação com algum tipo de dispositivo de medição.
Qualquer dessas interpretações é correta, nenhuma demonstra que o
mundo físico é “ilusório” ou de alguma forma feito de pensamentos, como
certos grupos da Nova Era gostam de afirmar. O que isso significa é que,
quando você interage com um objeto, o que seu corpo está realmente tocando
é um campo magnético em vez de um objeto sólido. Como as camadas de
elétrons que formam a camada externa de átomos e, por extensão, as
moléculas são carregadas negativamente, elas se repelem naturalmente a
distâncias próximas. Essa repulsão é o que sentimos quando tocamos a
matéria sólida - mas não há nada ilusório sobre um campo magnético! Se
você já teve seu dedo beliscado por um par de ímãs de neodímio, sabe
exatamente do que estou falando. Da mesma forma, ímãs poderosos podem
levantar objetos pesando muitas toneladas, como carros e vigas de aço.
Na verdade, o debate sobre se a realidade é composta de pensamentos
ou campos de energia tem uma longa história nos sistemas esotéricos da
Ásia. Os defensores de um modelo baseado no pensamento descreveram a
realidade como Maya, ou ilusão, enquanto os defensores do modelo do

160
campo de energia descreveram a realidade como Shakti, ou poder. O lado
Maya do debate venceu a maior parte, mas a ironia é que a ciência moderna
e especialmente a mecânica quântica, agora mostraram que a visão de Shakti
é a correta. Tudo, mesmo aparentemente matéria sólida, é de fato construído
com energia, como mostrado pela precisão da fórmula mais famosa de Albert
Einstein, E = mc2. O conceito de Maya tem alguma relevância em como
interpretamos a realidade material, pois a realidade que vivenciamos é
construída por nosso cérebro a partir das várias informações sensoriais que
recebemos. Trabalhar com as várias qualidades da mente, pode nos dar muito
mais controle sobre como interpretamos essa realidade do que geralmente
assumimos ser possível, mas é um erro grave estender isso para significar
que o mundo físico é feito de nada mais do que estes pensamentos. Se você
está prestes a ser atropelado por um ônibus, ter o tipo certo de pensamentos
não fará com que você evite se machucar. Pular para fora do caminho é uma
estratégia muito melhor.
O importante a entender sobre os espíritos, como os anjos da Grande
Tábua, é que eles consistem em Forma pura em vez de Matéria, assim como
a consciência de cada mago individual, e, portanto, são capazes de interagir
diretamente com as ondas de probabilidade de qualquer região particular do
espaço. Essas ondas de probabilidade, então, influenciam a probabilidade de
resultados específicos quando as partículas dentro da região sujeita a essa
influência se manifestam como objetos materiais. Esta influência é chamada
de Mudança de Probabilidade e é o mecanismo básico pelo qual toda magia
prática funciona. De acordo com minha experiência de muitos anos, um
mago poderoso pode produzir mudanças de probabilidade de 100 para 1 ou
mais, o que pode resultar em alguns sucessos rituais bastante
impressionantes.
Trabalhar com espíritos como os da Grande Tábua permite que os
magos aumentem ainda mais essas mudanças de probabilidade. Se
declararmos uma variável M como a mudança de probabilidade que o mago
pode produzir e uma segunda variável S como a mudança de probabilidade
que um determinado espírito pode produzir, o resultado do mago conjurar o
espírito deve ser uma mudança de M + S. Então se o mago treinou até o ponto
em que sua consciência pode produzir uma mudança de 20 para 1, mas
precisa de uma mudança de 100 para 1 para um ritual em particular ter
sucesso, a solução é convocar um espírito que pode produzir uma mudança
de pelo menos 80 para 1. 20 + 80 resulta em 100, o que deve resultar em um
resultado bem-sucedido se o feitiço for lançado corretamente. Os Reis e
Sêniores parecem ter classificações S de cerca de 100 ou mais, de acordo
com meus testes de probabilidade, quase no mesmo nível dos Reis e
Príncipes Heptarchais. Isso significa que eles são capazes de produzir

161
resultados fortes até mesmo para magos iniciantes, e como são convocados
em grupos, eles podem reunir seus poderes de forma bastante eficaz.
Uma pergunta comum a respeito dos espíritos é como eles podem ter
qualquer tipo de existência independente se vários magos podem convocar o
mesmo espírito ao mesmo tempo. Alguns argumentaram que isso demonstra
que os espíritos são simplesmente projeções psicológicas que se originam na
mente de cada mago, mas a realidade é mais complexa. Os espíritos são seres
de Forma e, portanto, entidades não locais. Eles existem no campo das
funções de probabilidade que fundamentam a realidade material, em vez de
ocupar um determinado lugar e tempo. Na prática, conjurar um espírito é
mais como sintonizar sua mente em uma determinada frequência de rádio do
que convidar um amigo para um café. Como um sinal de rádio, o espírito
pode estar em muitos lugares ao mesmo tempo, e é a partir da conexão entre
a mente do mago e a consciência do espírito que as mudanças gerais de
probabilidade mágica surgem.
A função das conjurações e procedimentos rituais é estabelecer tal
conexão da maneira mais clara possível. Feito isso, o encargo pode ser
entregue ao espírito. É necessário comunicar esse encargo da forma mais
clara e sucinta possível. Alguns dos antigos grimórios explicam que isso é
necessário porque os espíritos sempre tentarão desviar o mago da
animosidade, mas a verdade é que os espíritos são simplesmente de mente
literal e a magia sempre busca o caminho de menor resistência. Com exceção
dos Cacodaemons, nunca encontrei um espírito da Grande Tábua que fosse
hostil a mim. No entanto, experimentei vários casos em que obtive o que
pedi em vez do que queria, especialmente quando comecei a trabalhar com
o sistema Enochiano.
No sistema Enochiano, o comprimento do nome de um espírito dirá
aproximadamente o quão “inteligentes” eles são. No sistema Heptarchal, os
Reis e Príncipes têm nomes de sete letras, então há pouca diferença entre eles
a esse respeito. No entanto, há muito mais variação entre os espíritos da
Grande Tábua. Mais letras significam inteligência superior, e mais
inteligência lhe dá maior margem de manobra em termos da exatidão de seu
encargo. Por exemplo, os Cacodaemons têm nomes de três letras e podem
ser poderosos quando usados corretamente, mas também são particularmente
estúpidos na prática. Eles farão exatamente o que lhes é dito - nem mais, nem
menos. Por outro lado, uma das vantagens de trabalhar com espíritos da
Grande Tábua, como os Reis (oito letras) e os Sêniores (sete letras), é que
eles têm a capacidade de adivinhar a intenção de um encargo em vez de
apenas seu significado literal. No entanto, um encargo bem construído ainda
os ajudará a se concentrar exatamente no que você deseja que eles façam e a
evitar mal-entendidos.

162
O Encargo deve consistir em duas partes, uma série de injunções e uma
série de limitações. O primeiro explica o que você quer que o espírito faça,
e o último explica o que você não quer que o espírito faça. Como um exemplo
simples, talvez você precise de dinheiro e decida invocar um espírito para
lhe trazer cinco mil dólares. Existem várias maneiras pelas quais essa
intenção pode se manifestar, e muitas delas resultam em resultados que você
não deseja. A morte na família pode resultar em herança. Você ou um de
seus filhos podem se ferir em um acidente de trânsito e receber um
pagamento que cobre pouco mais do que suas contas médicas. Você pode ter
um incêndio em uma casa que resulte em um acordo do seguro do seu
proprietário no valor solicitado. Seu carro pode ser destruído em um
acidente, trazendo novamente a quantia desejada, mas exigindo que você
gaste em um novo veículo. Portanto, um encargo devidamente construído,
neste caso, seria algo no sentido de:
Eu ordeno que você me traga a soma de cinco mil dólares no prazo de
um mês (liminar), sem causar mal ou danos a mim mesmo, meus entes
queridos ou minha propriedade (limitação). Cada injunção deve ter um
período específico de tempo para trabalhar. Sem limites de tempo para os
feitiços, às vezes você pode perder o controle de um feitiço que está
“executando” e, como resultado, a mudança de probabilidade que você pode
produzir será diminuída. Se o feitiço tiver um limite de tempo, ele terminará
quando seu objetivo for alcançado ou quando o tempo especificado acabar.
Isso é necessário porque, embora a mudança de probabilidade mágica resulte
da conexão entre você e um espírito particular, esse canal só pode produzir
uma mudança de probabilidade total de uma magnitude particular. Pense no
seu campo de consciência como um computador executando programas. Ele
pode realizar várias tarefas ao mesmo tempo, mas, à medida que o faz, o
poder de processamento dedicado a cada programa diminui. Essa diminuição
é principalmente linear, de modo que se você tiver um M geral de 20 e estiver
tentando manter cinco feitiços em execução ao mesmo tempo, cada um deles
estará operando com um M efetivo de cerca de 6 ou mais.
Uma boa maneira de contornar esse problema de multitarefa é conjurar
um espírito diferente para cada tarefa distinta. Nesta situação, seu poder
mágico pessoal M ainda será dividido entre os feitiços que você executa, mas
o poder de cada espírito não. Voltando ao exemplo anterior, se um mago com
M de 20 tem cinco feitiços envolvendo diferentes espíritos, cada um com S
de 100, o M resultante para cada feitiço será (M / 5) + S, resultando em
mudanças de probabilidade de 106 para 1. Como você pode ver,
especialmente com feitiços múltiplos, trabalhar com espíritos é bastante
vantajoso para qualquer mago e pode resultar em um poder efetivo muito
maior do que até mesmo o melhor feiticeiro poderia alcançar usando apenas
sua mente e aptidões. É por isso que praticamente todas as tradições mágicas

163
envolvem o trabalho com espíritos – porque isso realmente produz resultados
tangivelmente melhores.
Para obter os melhores resultados possíveis, você não deve especificar
os meios pelos quais seu objetivo deve ser alcançado e confiar apenas nas
limitações contidas, como a segunda parte de seu encargo, para excluir
resultados indesejáveis específicos. Isso ocorre porque você deseja ter
certeza de que o objetivo do feitiço não seja alcançado de alguma forma que
prejudique o resultado, mas ao mesmo tempo deseja manter tantos caminhos
abertos quanto possível para que o efeito se manifeste. Frequentemente, a
melhor maneira de algo se manifestar em sua vida não é óbvia, então é
melhor se concentrar no resultado final ao construir sua intenção mágica do
que tentar micro gerenciar os detalhes de como essa intenção surge. Você
deve sempre anotar seu encargo preciso em seu diário mágico, junto com o
máximo de detalhes possível sobre o rito em si para cada operação que você
realizar. Frequentemente, depois de realizar um ritual, a última coisa que
quero fazer é escrever sobre isso em meu diário, mas às vezes, quando pulo
essa etapa, muitas vezes me pego me arrependendo mais tarde, ao planejar
minha próxima operação. Se um feitiço parece ter falhado, você pode então
olhar para trás e ver se aconteceu alguma coisa que se encaixe nas instruções
literais que você deu, mas não em sua verdadeira intenção. Da mesma forma,
se um feitiço parece particularmente eficaz, você deve manter o registro do
encargo para que possa usá-lo como modelo para as operações subsequentes.
Além disso, os detalhes que você registra a respeito de seus procedimentos
e impressões rituais o ajudarão a determinar quaisquer variáveis inesperadas
que possam corresponder a trabalhos bem ou malsucedidos. Aperfeiçoar sua
prática desta maneira, de acordo com resultados mensuráveis e do mundo
real, permitirá que você progrida como magista da maneira mais eficiente e
eficaz possível.

*~*~*~*~*

164
Capítulo 17
Fechando o Templo

Depois de convocar o espírito adequado e entregar seu encargo, a etapa


final é enviar o anjo para realizar seu objetivo mágico e fechar o templo. Nas
evocações de grimórios tradicionais, os espíritos são dispensados usando
uma Licença para Partir, mas essa licença não está presente no material Dee.
Gosto particularmente da seguinte, que meu grupo de trabalho mágico vem
usando a alguns anos. A intenção é funcionar como uma espécie de “suporte”
para a Obediência Fundamental usada como a invocação preliminar para
abrir a Grande Tábua. As referências à Verdadeira Vontade são
explicitamente Thelêmicas e são mostradas em itálico porque um mago
cristão pode querer omiti-las, embora o comentário de Santo Agostinho de
que se deve “amar e fazer o que quiseres”9 implica para mim que este
conceito não é necessariamente incompatível com a magia cristã.
Vós, Anjos de Luz, eu, [Seu Nome Mágico], pelo poder do Deus
Verdadeiro, Todo-Poderoso e Vivo, por meio deste, convido-os a partir e
cumprir suas tarefas designadas, a serviço de minha Verdadeira Vontade e
para a Glória e Honra ao nosso Deus Verdadeiro acima mencionado, a
quem vós deveis lealdade e obediência.
Eu, [Seu Nome Mágico], por meio deste libero as forças restringidas,
focalizadas e dirigidas durante esta operação, para que elas possam ir
adiante e trabalhar seus vários poderes sobre o universo manifesto, pois
assim nasceu todo o Poder da Verdadeira Magia e da perfeição.
Pelo poder de minha Verdadeira Vontade aqui incorporada pelo Nome
Mágico [Seu Nome Mágico],
Amém.
Assim seja.
Em nossos trabalhos de grupo, o indivíduo que executou a conjuração
dá a Licença para Partir até AMÉN, e o resto do grupo responde com “Assim
seja”. Um mago solitário pode desejar incluir ou eliminar esta declaração
final conforme desejado. Quando trabalho por conta própria, geralmente
incluo.
Se você estiver trabalhando sem as formas cerimoniais, seu ritual está
essencialmente completo neste ponto. Termine batendo uma vez na Mesa
Santa e dizendo “Eu agora declaro este templo devidamente fechado.” Ao

165
trabalhar com as formas cerimoniais, você desejará fechar o templo
cerimonialmente antes de fazer esta declaração. Como os rituais AOEVEAE
e MADRIAX são projetados para encapsular a evocação em si, eles devem
simplesmente ser concluídos conforme mostrado no Apêndice A antes da
declaração. Se você estiver trabalhando com as formas rituais da Golden
Dawn, a maneira como você conclui a operação depende de seu objetivo.
Hoje, as várias ordens da Golden Dawn geralmente ensinam que os
rituais devem ser concluídos usando o Ritual Menor de Banimento do
Pentagrama e o Ritual Menor de Banimento do Hexagrama. Como
mencionei no Capítulo 5, acho que isso não é o ideal para a maioria dos
objetivos mágicos porque fecha completamente o ritual assim que você fecha
o templo. Dar a um encargo prático mais tempo para operar do que os trinta
a sessenta minutos que são dedicados a um trabalho cerimonial típico
aumentará dramaticamente suas chances de sucesso. Isso é realizado
omitindo o Ritual Menor de Banimento do Hexagrama do encerramento do
seu ritual.
Para rituais com um alvo diferente de você, você deve encerrar com o
Ritual Menor de Banimento do Pentagrama. Como o pentagrama simboliza
o microcosmo, este ritual servirá para limpar sua consciência dos elementos
macrocósmicos invocados durante o rito, mas permitirá que esses elementos
continuem a operar depois que você fechar o templo. Ele corta o elo entre
sua mente e o feitiço e, assim como declarado na Licença para Partir, envia
as forças macrocósmicas de volta ao seu devido lugar para que possam
trabalhar para cumprir seu objetivo.
Para rituais que visam a você mesmo ou a você mesmo e a um alvo
externo, você deve encerrar apenas com a Cruz Cabalística. Isso serve para
equilibrar e aterrar sua consciência sem descartar os elementos
microcósmicos que você invocou durante o rito. Muitos feitiços são desse
tipo - por exemplo, se você lançar um feitiço para conseguir um emprego
melhor, você deseja que as oportunidades surjam em seu caminho, mas
também deseja que a magia afete sua linguagem corporal e atitude para que
pareça particularmente impressionante quando for um potencial empregador
marca uma entrevista.
Se você estiver usando o Rubi Estrela Thelêmico e o Safira Estrela para
substituir os Rituais Menores do Pentagrama e Hexagrama, as mesmas regras
se aplicam. Encerre apenas com o Rubi Estrela para um ritual com um alvo
externo ou a forma do Rubi Estrela da Cruz Cabalística se o feitiço tem como
alvo você mesmo ou você e um alvo externo. Eu normalmente uso a forma
final desta Cruz Cabalística, terminando em vez de começar com “APO
PANTOS KAKODAIMONOS”, mas deixo isso a seu critério com base em
como você geralmente executa o ritual.

166
Depois de realizar as formas cerimoniais de encerramento, bata uma
vez na Mesa Santa e declare o templo fechado. Seu ritual agora está
completo. Neste ponto, você vai querer manter o ritual fora da mente
enquanto os anjos trabalham para cumprir seu objetivo. Alguns autores
afirmam que, para que um feitiço funcione, você deve esquecer
completamente o objetivo, mas isso é difícil na prática e constitui um sério
exagero. Você pode se lembrar livremente do seu trabalho, desde que evite
ficar obcecado ou se preocupar com o resultado. A preocupação e a obsessão
minam um feitiço quase todas as vezes, mas simplesmente pensar nisso de
vez em quando é inofensivo.

*~*~*~*~*

167
Capítulo 18
Conclusão

Magia deve sempre ser uma ciência progressiva. Embora muitas de suas
técnicas tenham como base o passado, a melhor e mais eficaz maneira de
garantir o aprimoramento futuro contínuo é um regime formal de
experimentação e refinamento. A Grande Tábua serve como um excelente
exemplo desse processo, pois muitos métodos divergentes foram
desenvolvidos para trabalhar com ela ao longo do último século e meio. Cada
uma dessas versões tem seus proponentes que alegam bons resultados, mas
ao mesmo tempo deve-se tomar cuidado para que esses novos sistemas
sincréticos não se afastem muito de sua fundação original.
Por muito tempo, o sistema Enochiano da Golden Dawn foi considerado
o padrão pelo qual o trabalho Enochiano é julgado, embora não esteja claro
para mim se essa era a intenção original de Mathers e Wescott quando
desenvolveram sua versão pela primeira vez. Eles esperavam reunir o
trabalho de Dee e Kelley em uma estrutura utilizável e coerente, e tiveram
que fazer isso sem nenhuma das ferramentas da era da informação moderna
que nós, pesquisadores modernos, consideramos garantidas. Pode ser que o
sistema deles tenha se tornado o “padrão ouro” simplesmente porque era tão
intrincado e complexo que por tanto tempo ninguém poderia imaginar
colocar a quantidade de trabalho necessária para construir uma alternativa
semelhante. O próprio Aleister Crowley escreveu uma vez que seu o único
arrependimento em sua longa carreira mágica foi nunca ter sido capaz de
montar uma edição abrangente da obra Enochiana, talvez porque ele mesmo
achasse a tarefa muito assustadora.
O material Enochiano original é de fato muito menos complexo do que
o sistema da Golden Dawn parece sugerir. Muitas das porções mais difíceis
de dominar consistem em especulações baseadas em especulações, algumas
delas derivadas de fontes duvidosas como o Tratado Sobre a Magia dos
Anjos.
Isso torna difícil classificar o sistema da Golden Dawn como incorreto
ou impreciso, pois é impossível saber quanta experimentação foi feita em
sua criação devido ao sigilo praticado pelas ordens mágicas da época. É, no
mínimo, divergente do material original de Dee, um conjunto de
correspondências e métodos que ganharam vida própria nas décadas que se
seguiram à sua primeira invenção. Ainda assim, como magistas modernos
com acesso a tecnologia de informação avançada, agora é possível voltarmos

168
ao material original, fazer uma revisão abrangente de seu conteúdo e
continuar a incorporar de forma sistemática e experimental aqueles
componentes modernos que melhoram a eficácia do sistema Enochiano.
É minha esperança que este livro e Dominando a Heptarchia Mystica
ajudem a preencher algumas das peças do quebra-cabeça que ligam o sistema
Enochiano à tradição do grimório salomônico da qual ele emergiu, como a
melhor maneira de conhecer qualquer sistema é entender sua origem da
maneira mais abrangente possível. Além disso, espero que isso incentive os
magos mais modernos a adotar a prática Enochiana e compartilhar seus
resultados amplamente com outros praticantes, já que a construção de uma
base de conhecimento para magia semelhante à encontrada nas ciências
físicas é amplamente dependente de um grande corpo de tal pesquisa
fundamental.
Scott Stenwick
Minneapolis, MN
2013

*~*~*~*~*

169
Apêndice A
Formas Rituais Básicas
O Ritual Menor do Pentagrama

Este ritual pode ser encontrado em praticamente qualquer livro


introdutório sobre magia ritual, particularmente aqueles que cobrem a
Golden Dawn e as tradições Thelêmicas. Embora eu esteja incluindo o texto
do ritual e algumas breves anotações aqui para fins de completude, se você
é um mago iniciante, você deve fazer algumas pesquisas adicionais sobre
como fazer as visualizações, vibrações, respiração e assim por diante
corretamente. Deve ser guardado na memória, em vez de lido neste livro ou
em qualquer outro.
I. Fique de frente para o leste. Com o polegar de sua mão direita, toque
em sua testa e entoe:
ATEH
(ah-TAY)
Em seguida, trace o centro de seu corpo até sua área genital e entoe:
MALKUTH
(mal-KOOT)
Trace de volta até o centro de seu peito, em seguida, sobre seu ombro
direito e entoe:
VE GEBURAH
(VAY geh-boo-RAH)
Em seguida, trace até seu ombro esquerdo e entoe:
VE GEDULAH
(VAY geh-doo-LAH)
Finalmente, junte as mãos sobre o centro do peito e entoe:
LE OLAHM, AMEN
(LAY oh-LAHM, ah-MEN)
Esta primeira seção é chamada de Cruz Cabalística e pode ser
realizada sozinha como um exercício básico de centramento. Conforme
você traça, visualize uma cruz de brilho branco brilhante formando-se sobre

170
seu corpo, representando a Árvore da Vida Cabalística e ligando as esferas
de Kether, Tiphareth, Yesod e Malkuth no pilar do meio junto com Geburah
e Chesed nos ombros direito e esquerdo.

Fig (s). 84 e 85: Pentagramas da Terra de Banimento e Invocação


II. No Leste, trace o Pentagrama da Terra apropriado e vibre:
YHVH
(yah-WAY ou Yod Heh Vav Heh)
O pentagrama deve ser visualizado como formado de fogo vivo.
III. Vire para o Sul. Trace o Pentagrama da Terra apropriado e vibre:
ADNI
(ah-doh-NYE).
IV. Vire para o Oeste. Trace o Pentagrama da Terra apropriado e vibre:
AHIH
(eh-hi-YAY).
V. Vire para o Norte. Trace o Pentagrama da Terra apropriado e vibre:
AGLA
(ah-guh-LAH).
VI. Volte para o Leste. Estenda os braços em forma de cruz e entoe:
A minha frente RAPHAEL (rah-fay-EL),
Atrás de mim, GABRIEL (gah-bree-EL),
A minha direita MICHAEL (mee-kye-EL),
A minha esquerda URIEL10 (oo-ree-EL).
Pois sobre mim arde o pentagrama,
E na coluna está a estrela de seis raios.

171
Conforme você vibra o nome de cada Arcanjo, visualize a figura
apropriada de pé na direção correspondente. Rafael no Leste usa uma túnica
amarela e segura uma varinha caduceus, Gabriel no Oeste usa uma túnica
azul e segura um cálice, Michael no Sul usa uma túnica vermelha e segura
uma espada flamejante, e Uriel no Norte usa uma túnica preta e segura uma
foice.
Para as duas linhas finais, você primeiro visualiza um pentagrama se
formando sobre o seu corpo e, em seguida, na última linha, visualiza-se
dentro de um pilar hexagonal de luz vertical inscrito com um hexagrama.
Para a visualização do pentagrama, imagine-se como o Homem Vitruviano
de Leonardo Da Vinci com um pentagrama vertical com o círculo em volta,
no desenho. Para a visualização do hexagrama, imagine seu corpo inteiro
dentro de uma coluna redonda de luz que se estende do chão ao teto e além.
O hexagrama então, é inscrito em uma seção transversal do pilar em um
ângulo reto em relação ao plano vertical do pentagrama.
VII. Repita o passo 1, a Cruz Cabalística.

*~*~*~*~*

172
O Ritual Menor do Hexagrama
Como o Ritual Menor do Pentagrama, este ritual pode ser encontrado
na maioria dos livros introdutórios sobre a Golden Dawn e magia Thelêmica.
Tal como acontece com o Ritual Menor do Pentagrama, você vai querer
guardá-lo na memória. Além disso, antes de usar este ritual, você vai querer
fazer alguma pesquisa adicional acima e além das instruções fornecidas aqui,
se não estiver familiarizado com ele. A principal armadilha a ser observada
são os autores que ensinam que você deve abrir ou fechar rituais usando
apenas a forma de banimento. Eu observei que em muitos casos este método
pode minar sua habilidade de trabalhar magia prática eficaz.
I. Fique de frente para o leste após a execução do Ritual Menor do
Pentagrama. Entoe o seguinte:
INRI - Yod Nun Resh Yod.
Virgem, Ísis, mãe poderosa,
Escorpião, Apófis, destruidor,
Sol, Osiris, morto e ressuscitado,
Isis, Apophis, Osiris,
IAO.
Esta seção é chamada de Análise da palavra-chave.
II. Dê o sinal de Osíris Morto, estendendo ambos os braços em forma de
cruz. Diga:
Osiris Morto!11
Então dê o Sinal do Luto de Ísis. Com as mãos abertas, dobre ambos os
cotovelos em ângulos de 90 graus, levantando o antebraço direito para
apontar para cima e deixando cair o antebraço esquerdo para apontar para
baixo. A palma direita deve estar para cima e voltada para a frente e a
esquerda deve estar para baixo e voltada para trás. Vire ligeiramente para a
esquerda e olhe para baixo. Diga:
O Luto de Ísis!
Em seguida, dê o Sinal de Apófis e Tífon, levantando ambos os braços
diretamente acima da cabeça e mantendo-os separados em um ângulo de
cerca de sessenta graus. Os pulsos devem estar retos, as mãos abertas e as
palmas voltadas uma para a outra. Diga:
Apófis e Tifon!

173
Então dê o Sinal de Osiris Ressuscitado. Cruze os braços sobre o peito,
da esquerda para a direita, como uma múmia egípcia. As mãos devem estar
abertas com a palma direita no ombro esquerdo e a palma esquerda no ombro
direito. Diga:
Osiris Morto e Ressuscitado!
Repita o sinal de Osíris Morto e diga:
L-V-X-LUX.
Repita o Sinal de Osíris Ressuscitado e diga:
A Luz da Cruz.
Esta seção é chamada de Sinais de LVX.

Fig (s). 86 e 87: Hexagrama do Fogo de Invocação e Banimento.


III. Trace o Hexagrama de Fogo apropriado no Leste enquanto você vibra:
ARARITA.
Os dois triângulos para cima devem ser visualizados em vermelho.

Fig (s). 88 e 89: Hexagrama da Terra de Invocação e Banimento.


Vire para o Sul. Trace o Hexagrama da Terra apropriado no Sul enquanto
você vibra:
ARARITA

174
O triângulo para cima deve ser visualizado em vermelho e o triângulo
para baixo deve ser visualizado em azul.

Fig (s). 90 e 91: Hexagrama do Ar de Invocação e Banimento


IV. Vire para o oeste. Trace o Hexagrama de Ar apropriado no Oeste
enquanto você vibra:
ARARITA
O triângulo para cima deve ser visualizado em vermelho e o triângulo
para baixo deve ser visualizado em azul.

Fig (s). 92 e 93: Hexagrama da Água de Invocação e Banimento


V. Vire para o Norte. Trace o Hexagrama da Água apropriado no Norte
conforme você vibra:
ARARITA
O triângulo para cima deve ser visualizado em vermelho e o triângulo
para baixo deve ser visualizado em azul.
VI. Volte para o leste. Repita a análise da palavra-chave e os sinais de
LVX.

*~*~*~*~*

175
O Rubi Estrela e o Safira Estrela
Em vez das formas rituais da Golden Dawn, os magistas Thelêmicos
podem preferir usar o Rubi Estrela, a “versão melhorada” de Aleister
Crowley do Ritual Menor do Pentagrama, e a Safira Estrela, que corresponde
ao Ritual Menor do Hexagrama. Esses rituais não estão incluídos aqui, mas
podem ser encontrados nas obras de Crowley12 e também em tratados
populares como The Magick of Aleister Crowley, de Lon Milo Duquette13.
Como o Rubi Estrela é um ritual de banimento e a Safira Estrela é um ritual
de invocação, juntos eles formam um campo operante como a combinação
RMBP / RMIH.

*~*~*~*~*

176
Ritual do Pentagrama AOEVEAE
(‘Estrelas’)
Para substituir o Ritual Menor do Pentagrama da Golden Dawn, eu
desenvolvi um ritual de pentagrama Enochiano que chamo de AOEVEAE
(a-o-i-ve-ah-EH - “estrelas” em Enochiano). Vários escritores criaram rituais
de pentagrama Enochianos desse tipo e todos eles compartilham certas
semelhanças. É bastante claro que os nomes mais lógicos a serem usados ao
traçar os pentagramas são os três nomes de Deus de Dee e da Grande Tábua
de Kelley (ORO IBAH AOZPI, MPH ARSL GAIOL, OIP TEAA PDOCE e
MOR DIAL HCTGA) e os equivalentes mais lógicos aos Arcanjos são os
Reis das quatro direções (BATAIVAH, RAAGIOSL, EDLPRNAA e
ICZHIHAL).
Ao atribuir os nomes às direções, uso o arranjo direcional da Tabula
Recensa 158714. O texto mostrado aqui pode ser adaptado para se ajustar ao
arranjo tradicional da Golden Dawn da Grande Tábua trocando os nomes
associados com o oeste e o sul, de modo que você vibra OIP TEAA PDOCE
no sul e MPH ARSL GAIOL no oeste, e troca as direções atribuídas a
RAAGIOSL e EDLPRNAA ao chamar os Reis.
Comece o ritual ficando no centro de seu templo voltado para o leste,
ou a oeste do altar voltado para o leste se a Mesa Santa estiver presente. Use
o anel PELE Enochiano. Se você deseja usar uma arma mágica, uma adaga
é provavelmente a mais apropriada para a forma de banimento, enquanto
uma varinha é melhor para a forma de invocação, mas tenha em mente que
esta é uma prática moderna e Dee e Kelley não usaram nenhuma delas. O
texto ritual segue:
I. Com o dedo ou arma mágica, trace do quadril esquerdo até o ombro
direito enquanto vibra:
NANTA
(NAHN-ta - Terra)
de seu ombro direito para o ombro esquerdo enquanto vibra:
HCOMA
(he-KO-ma - Água)
do ombro esquerdo ao quadril direito enquanto vibra:
EXARP

177
(EX-arp - Ar)
do quadril direito à testa enquanto vibra:
BITOM
(BI-tom - Fogo)
e, finalmente, da testa de volta ao quadril esquerdo enquanto vibra:
EHNB
(EH-nub - Espírito)
Em seguida, coloque as mãos sobre o coração e vibre:
JAIDA
(ja-I-da - “O Mais Alto”)
Visualize o pentagrama traçado sobre seu corpo em um tom lilás
elétrico brilhante.
II. No leste, trace o Pentagrama de Banimento da Terra enquanto vibra:
ORO IBAH AOZPI
(Oh-roh-ee Bah-ah-oh-zod-pee)
Os pentagramas devem ser visualizados como formados de chamas
ardentes e tão vividamente quanto possível.

Fig. 94: Pentagrama de Banimento da Terra


III. Vire para o norte. No norte, trace o Pentagrama de Banimento da Terra
enquanto vibra:
MOR DIAL HCTGA
(MOR DI-al hek-TGA).
IV. Vire para o oeste. No oeste, trace o Pentagrama de Banimento da Terra
enquanto vibra:
OIP TEAA PDOGE

178
(o-IP TE-ah-ah PDO-ke).
V. Vire para o sul. No sul, trace o Pentagrama de Banimento da Terra
enquanto vibra:
MPH ARSL GAIOL
(MEH-peh AR-sal ga-i-OL).
VI. Volte para enfrentar o leste. Estenda os braços para formar uma cruz
e vibre:
RAAS I BATAIVAH
(“No Leste está BATAIVAH” - ba-ta-i-VAH),
SOBOLN I EDLPRNAA
(“No Oeste está EDLPRNAA” - ed-el-per-na-AH),
BABAGE I RAAGIOSL
(“No Sul está RAAGIOSL’— ra-AH-gi-oh-sal),
LUCAL I ICZHIHAL
(“No Norte está ICZHIHAL” - ik-zod-hi-HAL).
VII. Faça uma rotação completa no sentido anti-horário enquanto vibra:
MICMA AO COMSELH AOEVEAE
(“Eis o Círculo de Estrelas”
- MIK-ma AH-o KOM-seh-lah a-o-i-ve-a-EH)
Em seguida, coloque as mãos sobre o coração enquanto vibra:
OD OL, MALPRG, NOTHOA
(“E eu, um fogo impulsionando através do meio”.
- OD OL, MAL-perg, NOT-ho-ah).
Se você estiver usando este ritual em conjunto com o ritual do
hexagrama MADRIAX que se segue, ele deve ser inserido aqui.
VIII. Com o dedo ou arma mágica, trace do quadril direito até o ombro
esquerdo enquanto vibra:
EHNB
(EH-nub - Espírito)
de seu ombro esquerdo para seu ombro direito enquanto vibra:
BITOM
(BI-tom - Fogo)

179
do ombro direito ao quadril esquerdo enquanto vibra:
EXARP
(EX-arp - Ar)
do quadril esquerdo à testa enquanto vibra:
HCOMA
(he-KO-ma - Água)
e, finalmente, da testa de volta ao quadril direito enquanto vibra:
NANTA
(NAHN-ta - Terra)
Em seguida, coloque as mãos sobre o coração e vibre:
JAIDA
(ja-I-da - “O mais alto”)
Visualize o pentagrama traçado sobre seu corpo em um roxo escuro e
profundo.
Esta é a forma de banimento do ritual. A forma de invocação é a
mesma, exceto que os pentagramas devem ser traçados como o Pentagrama
de Invocação da Terra.

Fig. 95: Pentagrama de Invocação da Terra


Na forma de invocação, os nomes direcionais permanecem os mesmos.
No entanto, eles devem ser traçados até os quadrantes no sentido horário, e
não no sentido anti-horário. Além disso, o giro final deve ser no sentido anti-
horário para alinhar com sua rotação inicial no sentido horário.

*~*~*~*~*

180
Ritual do Hexagrama MADRIAX (‘Ó
Céus’)
Para substituir o Ritual Menor do Hexagrama da Aurora Dourada,
desenvolvi um ritual de hexagrama Enochiano que chamo de MADRIAX
(“Ó Céus” em Enochiano).
Neste ritual revisado, os quatro elementos são atribuídos aos quatro
quadrantes da Grande Tábua com base nas cores da visão original de Kelley
das Torres de Vigia15 e as atribuições elementais tiradas da visão posterior
da “casa redonda”16. Os nomes vibrados são os de os Reis da Heptarchia
Mystica:
Fogo = Leste = BABALEL (Marte)
Ar = Sul = BNASPOL (Mercúrio)
Água = Oeste = BYNEPOR (Júpiter)
Terra = Norte = BALIGON (Vênus)
Se você deseja modificar este ritual de modo a se conformar ao esquema
zodiacal usado no Ritual Menor da Golden Dawn do Hexagrama, você deve
alterar essas atribuições da seguinte forma:
Fogo = Leste = BABALEL (Marte)
Terra = Sul = BALIGON (Vênus)
Ar = Oeste = BNASPOL (Mercúrio)
Água = Norte = BYNEPOR (Júpiter)
O uso de nomes planetários com o hexagrama unicursal elementar
representa a união dos reinos planetário e elemental, o microcosmo e o
macrocosmo. Os pontos “acima” e “abaixo” do ritual são então atribuídos a
BNAPSEN (Saturno) e BLUMAZA (Lua). As figuras traçadas para esses
pontos são os hexagramas planetários usuais, não o unicursal. Ao trabalhar
com a Mesa Santa, as figuras formam uma coluna que vai dos céus à terra
com o hexagrama na própria Mesa Santa em seu ponto médio.
A última figura usada neste ritual é atribuída a BOBOGEL (o Sol). É
combinado com a invocação do hexagrama unicursal da Terra para
simbolizar a invocação e o aterramento da força solar. O texto do ritual é o
seguinte:

181
Fig. 96: Hexagrama Unicursal da Terra de Invocação
I. Com o dedo ou uma ferramenta como uma varinha, trace o Hexagrama
Unicursal de Invocação da Terra sobre você enquanto vibra:
BOBOGEL
(BO-bo-gel)
Este traçado é feito da seguinte maneira:
testa -> quadril esquerdo -> ombro direito -> genitais -> ombro esquerdo -
> quadril direito -> testa.
Este hexagrama é visualizado em amarelo-ouro em oposição ao verde
que é normalmente usado para a terra elemental, e é sempre traçado na
forma de invocação, mesmo para a forma de banimento do ritual.

Fig. 97: Hexagrama Unicursal de Banimento e Invocação do Fogo


II. No Leste, trace o hexagrama unicursal do Fogo em vermelho enquanto
você vibra:
BABALEL
(BA-ba-lel).

182
Fig. 98: Hexagrama Unicursal de Banimento e Invocação do Ar
III. No Sul, trace o hexagrama unicursal de invocação do Ar em branco
enquanto você vibra:
BNASPOL
(BNAS-pol).

Fig. 99: Hexagrama Unicursal de Banimento e Invocação de Água


IV. No oeste, trace o hexagrama unicursal da Água em verde enquanto
você vibra:
BYNEPOR
(BY-neh-por).

Fig. 100: Hexagrama Unicursal de Banimento e Invocação


da Terra

183
No Norte, trace o hexagrama unicursal da Terra em preto enquanto você
vibra:
BALIGON
(BA-li-gon).

Fig. 101: Hexagrama de Invocação e Banimento de Saturno


V. Acima de você, trace o hexagrama de Saturno em lilás brilhante
enquanto você vibra:
BNAPSEN
(BNAP-sen).

Fig. 102: Hexagrama de Invocação e Banimento da Lua


VI. Abaixo de você, trace o hexagrama da Lua em violeta profundo
enquanto você vibra:
BLUMAZA
(blu-MA-zah).
VII. Estenda os braços e faça uma rotação completa no sentido horário (ou
circundando o templo, se estiver usando a Mesa Santa) enquanto
vibra:
TA CALZ I OROCHA
(TA CAL-zod I o-RO-ka -
“Como acima do firmamento, quanto abaixo de você”
provavelmente a melhor tradução Enochiana de
“como acima, quanto abaixo”).

184
Em seguida, coloque as mãos sobre o coração por um momento e
mantenha a visualização completa do rito em sua mente.
VIII. Para a forma de invocação deste ritual, mantenha as mãos à sua frente
com as palmas voltadas para fora e, em seguida, separe-as como se
abrisse uma cortina pesada enquanto vibra:
MADRIAX CARMARA, YOLCAM LONSHI
(MA-dri-ax kar-MA-ra, YOL-cam LON-shi
- “Ó céus de Carmara, traga à luz, o poder”).
Carmara é o oitavo Rei Hepárchico que governa os outros sete.
IX. O trabalho ritual para o qual você abriu o campo vai aqui.
X. Na conclusão do trabalho ritual, coloque as mãos na sua frente e para
os lados com as palmas voltadas para dentro e, em seguida, junte-as
como se fechasse uma cortina pesada enquanto vibra:
MADRIAX CARMARA, ADRPAN LONSHI
(MA-dri-ax kar-MA-ra, AH-dra-pan LON-shi
- “Ó céus de Carmara, encerre o poder”).
Esta é a forma de invocação do ritual. Para a forma de banimento, você
viraria para cada direção indo no sentido anti-horário (Leste -> Norte ->
Oeste -> Sul -> Leste), trace os hexagramas de banimento como mostrado
(além do hexagrama de abertura da Terra que deve ser sempre traçado na
forma de invocação), e faça a rotação / circunvolução final no sentido anti-
horário.
Este ritual funciona com a AOEVEAE para abrir e fechar campos
mágicos, assim como as combinações Ritual Menor do Pentagrama / Ritual
Menor do Hexagrama. No entanto, eles são projetados de forma
ligeiramente diferente de outros rituais semelhantes encontrados na
tradição, a fim de agilizar as operações mágicas. A principal inovação que
eu queria incorporar era encapsular meu funcionamento em ambos os
rituais, em vez de repetir qualquer um deles para encerrar um rito. Como
resultado, a estrutura básica funciona assim.
A. AOEVEAE etapas 1 a 7.
B. MADRIAX passos 1 A 9.
C. O passo 10 de MADRIAX é o próprio ritual Enochiano.
D. MADRIAX etapa 11.

185
E. AOEVEAE etapa 8.
Portanto, de acordo com esta estrutura (A) e (B) são a abertura, (C) é o
próprio trabalho ritual, e (D) e (E) constituem o encerramento.

*~*~*~*~*

186
NAZ OLPIRT (‘Pilares de Luz’)
Exercício de Trabalho Energético
Uma das áreas que os magistas modernos às vezes negligenciam é o
estado energético do corpo sutil, ou corpo de luz. Eu descobri que práticas
como Hatha Yoga e Qigong fazem uma grande diferença em termos da
quantidade de força mágica que você pode exercer sobre uma situação e,
portanto, sua capacidade de criar mudanças com sucesso. Na tradição da
Golden Dawn, uma prática comum é o Exercício do Pilar do Meio, que
associa vários nomes de Deus a pontos específicos no corpo sutil e, como
resultado, capacita essas áreas com as energias das formas divinas
associadas. Na tradição Thelêmica, uma prática semelhante é o Selo
Undécuplo, encontrado no Liber V vel Reguli de Aleister Crowley. Este é
um exercício semelhante baseado em relacionar os elementos Enochianos às
naturezas elementais dos sete chakras do misticismo oriental.
Comece em uma postura normal e relaxada. Mantenha a coluna reta e
imagine sua cabeça suspensa por um fio vindo de cima. Respire lenta e
facilmente pelo nariz até o diafragma. Coloque sua língua de forma que
toque o céu da boca e mantenha-a lá, exceto quando estiver vibrando as
palavras do ritual. Certifique-se de manter a língua nessa posição ao inspirar.
Os gestos são feitos com a mão ou o dedo, e não com qualquer tipo de arma
mágica.
I. Faça um círculo no sentido horário acima de sua cabeça e entoe três
vezes:
MADRIAX
(“os céus”)
Visualize um mar de brilho luminoso acima de você, além e
abrangendo todas as cores.
II. Toque o centro de sua testa (ajna chakra) e entoe três vezes:
IAD
(i-AHD - “Deus”)
Visualize uma energia semelhante à luz pura e clara se formando neste
ponto, enviando seus raios para as quatro direções cardeais. Não abandone
completamente a visualização do brilho luminoso acima de você. Você está
adicionando à sua visualização, não substituindo-a. Esta instrução é válida
para todas as etapas a seguir.

187
III. Toque sua garganta (chakra vishuddha) e entoe três vezes:
EHNB
(“Espírito”)
Visualize uma esfera de luz lilás brilhante se formando neste ponto.
IV. Toque o centro do seu peito (anahata chakra) e entoe três vezes:
EXARP
(“Ar”)
Visualize uma esfera de energia branca vibrante se formando neste
ponto.
V. Toque seu plexo solar (samsara chakra) e entoe três vezes:
BITOM
(“Fogo”)
Visualize uma esfera de energia vermelha brilhante se formando neste
ponto.
VI. Toque a parte inferior do abdômen logo abaixo do umbigo (chakra
svadasthana) e entoe três vezes:
HCOMA
(“Água”)
Visualize uma esfera de energia verde se formando neste ponto.
VII. Toque o períneo (muladhara chakra) e entoe três vezes:
NANTA
(“Terra”)
Visualize uma esfera de energia negra sólida se formando neste ponto.
VIII. Abaixe as mãos para os lados e entoe três vezes:
CAOSGO
(ka-OS-go - “a Terra”)
Visualize a conclusão de um circuito que começa acima de você nos
céus, desce abaixo de você nas profundezas da terra na frente de seu corpo
e então sobe para os céus ao longo da parte de trás de seu corpo.
IX. Ao visualizar a energia circulante, comece com as mãos na altura do
períneo, com as palmas voltadas para cima, e depois eleve-as até o
topo da cabeça enquanto inspira. Em seguida, vire as palmas para
baixo e deixe-as cair de volta ao nível do períneo ao expirar.

188
X. Para concluir o exercício, faça o Sinal de Osíris Ressuscitado,
cruzando os braços sobre o peito e entoar:
TA CALZ I OROCHA
(“Assim como acima do firmamento, é abaixo de você”)
Ao visualizar qualquer excesso de energia, você focalizou cada um
dos pontos de seu corpo descendo abaixo de seus pés para a vasta escuridão
das profundezas da terra, interrompendo o circuito. Sinta uma onda de
relaxamento varrê-lo da cabeça aos pés, levando qualquer tensão
remanescente para as profundezas da terra junto com a energia ancorada.

*~*~*~*~*

189
Apêndice B

Comselh Ananael
Grande Ritual de Evocação da Tábua
Comselh Ananael é o nome que meu grupo de trabalho mágico escolheu
quando começamos a fazer o trabalho ritual em grupo em 2002. Desde
aquela época, temos explorado a Árvore da Vida e o universo Enochiano, e
trabalhado extensivamente com as forças elementais, planetárias e zodiacais.
Nosso trabalho com os Anjos da Grande Tábua foi realizado usando o
seguinte ritual, derivado do modelo encontrado no capítulo 5. O ritual foi
otimizado várias vezes ao longo dos anos e descobrimos que esta versão é
bastante eficaz para operações individuais e em grupo.
Conforme trabalhamos o sistema a partir da perspectiva Thelêmica, a
estrutura do ritual reflete isso ao invés da perspectiva Cristã de John Dee e
Edward Kelley. Ainda assim, grande parte da metodologia é fiel ao espírito
original da obra, mesmo quando incorpora formas cerimoniais modernas.
I. O TEMPLO
O espaço ritual é configurado conforme explicado no Capítulo 5. Uma
Shewstone ou espelho é colocada na toalha do altar acima do centro do
Sigillum Dei Aemeth. Se possível, os quatro selos menores devem ser
colocados sob cada uma das quatro pernas da mesa do altar. Quanto mais
próximo o Templo estiver do ideal Enochiano, melhor o sistema funcionará.
Existem dois oficiais neste ritual, O Magus e O Vidente. O Magus atua
como o Oficiante e deve usar o anel e lamen Enochiano. Os oficiais e todos
os outros presentes devem usar túnicas brancas. O Vidente tenta contatar o
espírito conjurado ou espíritos, usando o espelho ou cristal.
O sino é colocado na borda oeste da Mesa. Deve ser um sino pequeno
que pode ser tocado facilmente com uma das mãos. O Vidente estará tocando
quando o anjo ou anjos aparecerem, então não deve requerer muita atenção
para operar. Por causa disso, sua posição exata deve ser deixada ao critério
do Vidente. Um banquinho baixo para o Vidente é colocado a oeste do altar.
Deve ser de uma altura tal que a pedra ou espelho esteja no nível dos olhos
do Vidente.

190
Os Talismãs para os anjos que serão convocados, são colocados no chão
nas posições apropriadas ao redor da Mesa Santa. Eles devem ser
razoavelmente grandes, já que o Magus deve ficar sobre eles com os dois pés
ao recitar a conjuração. Os desenhos para esses talismãs são encontrados no
Capítulo 9.
II. ABERTURA
Todos formam um círculo ao redor do altar. O Magus inicialmente fica
diretamente a oeste do altar e o Vidente fica diretamente a leste. O Magus
inala completamente, colocando a adaga de banimento em seus lábios. O ar
é então expelido quando a adaga é lançada para trás.
Magus:
Bahlasti! Ompehda!
I. O Magus então executa o AOEVEAE até o fechamento conforme
explicado no Apêndice A, movendo-se ao redor da mesa e lançando
na direção do Vidente, que se concentra em receber as energias
evocadas. Todos os presentes giram de acordo, de modo que todo o
círculo de magos reunidos gire como uma roda enquanto o Magus se
move para enfrentar cada quadrante. A ideia aqui é conjurar uma linha
de força que se origina no Magus, passa sobre ou através da pedra ou
espelho e é recebida pelo Vidente em cada um dos quatro quadrantes
do Templo.
Magus:
Nós nos refugiamos em Nuit, a filha de pálpebras azuis do sol poente, o
brilho nu do voluptuoso céu noturno, enquanto emitimos o chamado
para a natureza desperta de todos os seres, pois todo homem e toda
mulher é uma estrela.
Todos:
AUMGN.
Magus:
Nós nos refugiamos em Hadit, a chama secreta que arde no coração de
cada homem e no centro de cada estrela, enquanto emitimos o chamado
para nossas próprias naturezas despertas, elevando a serpente espiralada
prestes a saltar.
Todos:
AUMGN.

191
Magus:
Nós nos refugiamos em Heru-Ra-Ha, que empunha a varinha de duplo
poder, a varinha da força de Coph Nia, e cuja mão esquerda está vazia
porque ele esmagou um universo e nada permanece, enquanto unimos
nossas naturezas despertas com aqueles de todos os seres em todos os
lugares e em todos os momentos, dissolvendo todos os obstáculos e
curando todo o sofrimento.
Todos:
AUMGN.
Magus:
Pois a vontade pura, desalivida de propósito, livre da ânsia de resultado,
é, em todo modo perfeita.

Todos:
Tudo é puro e presente e sempre foi assim, pois a existência é pura
alegria; todas as tristezas são apenas sombras; elas passam e terminam;
mas há aquilo que permanece.
Por esta realização nos comprometemos com a presença pura e total.
Assim seja17.
III. O CAMPO MÁGICO
O Magus executa o MADRIAX até o fechamento, conforme
explicado no Apêndice A. Como com o AOEVEAE, todos os presentes
giram de acordo.
Magus:
MADRIAX CARMARA, YOLCAM LONSHI!
O Magus faz o Sinal de Abrir o Véu, colocando as mãos costas com
costas e depois separando-as como se abrisse uma cortina pesada.
IV. A INVOCAÇÃO PRELIMINAR
Todos fazem o Sinal de Apófis e Tífon voltados para o centro da Tábua.
Magus:
Santo és Tu, que és o Universo,
Santo és Tu, que és a Natureza formada,
Santo és Tu, ó Vasto e Poderoso,

192
Fonte das Trevas, Fonte de Luz18.
Todos fazem o Sinal de Silêncio e, em seguida, colocam as mãos sobre
os corações. O Magus recita a Oração Revisada a Deus conforme explicado
no Capítulo 5.
O Magus:
Ó, Todo-poderoso e Onipotente MAD,
Senhor e criador do universo,
Nós, devotos adoradores do Altíssimo
mais sinceramente, invocamos
e clamamos o seu poder divino,
sabedoria e bondade.
Nós humildemente e fielmente
buscamos seu favor e auxílio
em todas as nossas ações, palavras e pensamentos,
e na promoção, aquisição,
e amálgama de seu louvor, honra e glória.
Através destes seus doze nomes místicos:
ORO IBAH AOZPI, MPH ARSL GAIOL,
OIP TEAA PDOCE, MOR DIAL HCTGA,
nós conjuramos e oramos com muito zelo
a sua majestade divina e onipotente,
para que todos os seus espíritos angelicais * possam ser chamados
de todas e quaisquer partes do universo
através da dominação especial
e poder de controle de seus santos nomes.
Deixe-os vir o mais rápido possível para nós.
Que eles apareçam de maneira visível, amigável
e pacífica para nós.
Que permaneçam visíveis de acordo com nossa vontade.
Deixe-os retirar-se de nós
e de nossa vista quando assim os solicitarmos.
Deixe-os dar reverência e obediência
diante de vós e seus doze nomes místicos.
Nós ordenamos que eles alegremente
nos satisfaçam em todas as coisas realizando
cada uma das nossas petições,
se não por um meio, então por outro,
bom, virtuosa e perfeitamente,

193
com uma completude excelente,
de acordo com suas virtudes e poderes,
gerais e único,
e pelo seu sacerdócio e ofício unidos,
Ó Deus,
Amém.
Assim seja.
* Substitua “Angelical” por “Cacodaemônico” ao invocar Cacodaemons.
Todos:
AMÉM. AMÉM. AMÉM.
O Magus toca a campainha.
V. A CONJURAÇÃO
O Vidente se move para o oeste do altar e se senta à Mesa Santa,
olhando para a pedra ou espelho. O Magus fica atrás do Vidente e todos os
outros participantes permanecem em um círculo ao redor da mesa.
O Magus recita a Primeira Chave, em Enochiano seguida pela tradução,
e o Vidente então recita a Segunda Chave, em Enochiano seguido pela
tradução, como explicado no Capítulo 7.
O Magus realiza o Ritual de Invocação Maior do Pentagrama para o
elemento correspondente aos anjos sendo convocados, como explicado no
Capítulo 8. Alternativamente, o Ritual de Invocação Maior do Pentagrama
pode ser realizado com cada um dos pentagramas elementos traçados na
direção alquímica apropriada, ou a Abertura Revisada pela Torre de Vigia
poderia ser empregada para o mesmo propósito. Novamente, todos os
presentes giram de acordo, exceto o Vidente, que permanece sentado.
[Mais Chaves]
O Magus então fica sobre o talismã e recita a conjuração apropriada
para os anjos sendo convocados, dependendo do objetivo do rito, conforme
explicado no Capítulo 10. Se necessário, esta ação é repetida para cada um
dos quatro quadrantes, invocando os anjos de cada direção correspondendo
ao objetivo do rito. O Magus sempre começa a conjurar no leste e termina
no norte, movendo-se no sentido horário e lançando-se sobre a Mesa Santa.
Após a conjuração, todos começam a cantar os nomes de controle para
os anjos sendo conjurados enquanto visualizam a luz divina descendo para a

194
pedra ou espelho. Quando Vidente tem uma visão, ele ou ela toca a
campainha e o canto termina.
VI. O ENCARGO / COMUNICAÇÃO
O conteúdo desta seção depende da natureza do ritual, conforme
explicado no Capítulo 10. As perguntas devem ser feitas aos anjos
convocados por meio do Vidente, como Dee e Kelly fizeram quando
receberam o sistema original, ou os anjos devem ser encarregados de uma
tarefa particular. Neste último caso, certifique-se de anotar o texto exato do
encargo.
VII. A LICENÇA PARA PARTIR
O Magus dá a Licença para Partir conforme explicado no Capítulo 11.
Esta versão da Licença é ligeiramente diferente daquela encontrada naquele
capítulo, mas funcionará da mesma forma.
Magus:
Ó vós, Anjos de Luz *
porque vós tendes - diligentemente
atendido nossas demandas,
e vós tendes estado muito prontos e dispostos
para atender nossa chamada,
nós aqui vos licenciamos a partir
até os vossos devidos lugares;
sem causar dano ou perigo
ao homem ou a besta.
Partais, então, eu digo,
e estejais vós muito prontos
para atenderdes nossa chamada,
sendo devidamente exorcizados e conjurados
por esses ritos sagrados de magia.
Nós solicitamos que vos retireis
pacificamente e silenciosamente,
e a paz do Todo-Poderoso,
Deus eterno, verdadeiro e vivo esteja sempre entre nós.
Amém.
* Substitua por “Cacodaemons das Trevas” ao dispensar Cacodaemons.
Todos:
Assim seja!

195
O Mago então conclui o MADRIAX conforme explicado no Apêndice
A.
Magus:
MADRIAX CARMARA, ADRPAN LONSHI!
O Mago faz o Sinal de Fechamento do Véu, juntando as duas mãos com
as palmas voltadas para o lado como se fechasse um conjunto de cortinas
pesadas. O Vidente então se levanta e se junta ao círculo, ficando em frente
ao Magus.
VIII. ENCERRAMENTO
Todos:
Que o benefício deste ato
e de todos os atos sejam dedicados
à liberação completa e
iluminação suprema
de todos os seres em todos os lugares,
permeando o espaço e o tempo.
Assim seja.
Que os benefícios da prática,
nossos e de outros,
possam vir a ser concretizados
em instância última e imediatamente
e permaneçamos em um estado de presença.
AH19!
O Mago conclui o AOEVEAE conforme explicado no Apêndice A.
Magus:
Eu agora declaro este templo devidamente fechado.
Uma batida com a adaga de banimento. O rito chegou ao fim.

*~*~*~*~*

196
Bibliografia
Causaubon, Meric, ed. Uma relação verdadeira e fiel do que se passou
por muitos anos entre o Dr. John Dee e alguns espíritos (New York, NY:
Magickal Childe, 1992)
Crowley, Aleister. 777 e outros escritos cabalísticos (San Francisco,
CA: Red Wheel / Weiser, 1986)
Crowley, Aleister. Magick: Book Four (San Francisco, CA: Weiser
Books, 1998).
Dee, John. Uma relação verdadeira e fiel do que se passou por muitos
anos entre o Dr. John Dee e alguns espíritos (Whitefish, MT: Kessinger,
2010)
Duquette, Lon Milo. Enochian Vision Magick (San Francisco, CA:
Weiser Books, 2008)
DuQuette, Lon Milo. The Magick of Aleister Crowley (San Francisco,
CA: Weiser Books, 2003).
Hay, George, ed. The Necronomicon: The Book of Dead Names
(Londres, Reino Unido: Skoob Books, 1993)
James, Geoffrey. The Enochian Evocation of Doctor John Dee (San
Francisco, CA: Weiser Books, 2009)
Kraig, Donald Michael. Modern Magick (St. Paul, MN: Llewellyn,
1988)
Laycock, Donald C. The Complete Enochian Dictionary (San
Francisco, CA: Weiser Books, 2001)
Leitch, Aaron. The Enochianoal Language Volumes I e II (St. Paul,
MN: Llewellyn, 2010)
Peterson, Joseph, ed. Os Cinco Livros de Mistério de John Dee (San
Francisco, CA: Red Wheel / Weiser, 2008)
Phillips, Osborne e Denning, Melita. Mysteria Magica (St. Paul, MN:
Llewellyn, 2004).
Regardie, Israel. The Golden Dawn (St. Paul, MN: Llewellyn, 2002).
Turner, Robert. Elizabethan Magic (Salisbury, UK: Element, 1990)

197
Tyson, Donald, ed. Três Livros de Filosofia Oculta de Agrippa (St.
Paul, MN: Llewellyn, 1992)
Tyson, Donald. Enochian Magic for Beginners (St. Paul, MN:
Llewellyn, 2008).
Tyson, Donald. Tetragrammaton (St. Paul, MN: Llewellyn, 2003).

*~*~*~*~*

198
Notas Finais
1. Geoffrey James, Enochian Evocation (Berkeley Heights, NJ: Heptangle,
1984), 181.
2. Meric Casaubon, True and Faithful Relation (Nova York, NY: Magickal
Childe, 1992), 196-197
3. Meric Casaubon, True and Faithful Relation (Nova York, NY: Magickal
Childe, 1992), 196-197
4. Kraig, o mapa não é o território (recuperado em 17/05/2012 em
http://www.lleivellyn.com/blog/2011/04/the-map-is-not-the-territ
5. Aleister Crowley, Magick: Book Four (York Beach, ME: Samuel Weiser,
1997), 624.
6. O schwa é um som “uh” abreviado, como pronunciado entre consoantes
na segunda sílaba da palavra portuguesa “ritmo”.
7. Aleister Crowley, Lon Milo Duquette, Christopher Hyatt, Enochian World
of Aleister Crowley (Phoenix, AZ: New Falcon, 1991), 81.
8. Frater Barrabbas, Lunar Mysteries and the Art of Moon Magick - Parte 2
(obtido em 25/05/2012 em http: //
fraterbarrabbas.blogspot.com/2012/04/lunar-mysteries- and-art-of moon-
mag -_13.html_13.html
9. Agostinho de Hipona, In Epistolam Loannis ad Parthos.
10. A maioria das ordens mágicas ensina o nome final do Arcanjo como
AURIEL ao invés de URIEL. Qualquer um dos dois funcionará, embora eu
goste de usar o último nome para operações Enochianas porque John Dee
considera URIEL como o quarto Arcanjo em vez de AURIEL.
11. O ensino tradicional da Golden Dawn com relação às primeiras quatro
declarações nesta seção é adicionar “O Sinal de” ao início de cada uma. Na
prática, acho que isso é instável e estranho, então, quando uso este ritual, eu
o realizo conforme mostrado aqui.
12. Aleister Crowley, The Book of Lies (York Beach, ME: Weiser Books,
1986) e Magick: Book Four (York Beach, ME: Weiser Books, 1998).
13. Lon Milo DuQuette, The Magick of Aleister Crowley (San Francisco,
CA: Weiser Books, 2003).

199
14. DuQuette, Enochian Vision Magick (San Francisco, CA: Weiser Books,
2008), 135-137
15. Meric Causaubon, ed. Uma relação verdadeira e fiel do que se passou
por muitos anos entre o Dr. John Dee e alguns espíritos (New York, NY:
Magickal Childe, 1992), 168
16. Ibid, 355-361
17. Esta seção da abertura após o AOEVEAE é adaptada das práticas de
Refúgio e Bodhichitta do Budismo Vajrayana, mas foi modificada para se
adequar à cosmologia Thelêmica.
18. Este texto revisado para a adoração da Golden Dawn ao Senhor do
Universo é adaptado dos rituais da Ordem de Código Aberto da Golden
Dawn.
19. Como na Abertura, esta seção foi adaptada do Budismo Vajrayana.

*~*~*~*~*

200
Sobre o Autor
Scott Michael Stenwick nasceu em Minneapolis, Minnesota, em 1969.
Um contador de histórias natural desde a infância, ele desenhava e montava
em narrativas simples antes de poder ler ou escrever. No ensino fundamental,
ele foi exposto aos computadores quando sua escola adquiriu um Apple II
em 1977 e tem escrito e programado desde então. Ele desenvolveu um
interesse em estudos esotéricos quando adolescente seguindo os passos de
sua bisavó, uma astróloga profissional e médium, e começou a praticar magia
ritual e cerimonial. Scott frequentou o Saint Olaf College em Northfield,
Minnesota e se formou em 1991 em psicologia. Na faculdade, ele trabalhou
em dois romances além de seus estudos, mas acabou decidindo que nenhum
deles era adequado para publicação sem revisão substancial. Após a
formatura, ele foi trabalhar na área de informática e construiu uma carreira
como desenvolvedor de software e consultor de tecnologia da informação.
Nesta posição, ele trabalhou para várias empresas da Fortune 500 e projetou
e desenvolveu vários aplicativos de negócios.
Scott mora em Minneapolis com sua esposa e duas filhas. Depois de
anos de trabalho mágico e místico solitário, ele se juntou à Ordo Templi
Orientis em 1995 e se tornou um maçom em 1997. Além disso, ele faz parte
de um grupo de trabalho mágico menor que está em operação desde 2002 e
realizou vários trabalhos experimentais buscando para avançar o corpo geral
de conhecimento mágico.
CONTATE SCOTT STENWICK EM:
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STENWICK

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