EUCARISTIA

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Eucaristia

Significado e Importância

na Tradição Cristã

Nome: Davi Valentim de Souza Data: 19/10/2024


sumário
Introdução 3
Histórico da Eucaristia 4
Teologia da Eucaristia 6
A Celebração da Eucaristia
A Eucaristia na Vida Cristã
Conclusão

Referências
Introdução
Eucaristia quer dizer, em grego, 'ação de graças'. O sacramento da Eucaristia é um dos sete
sacramentos da Igreja Católica. Sua existência é tão antiga quanto a da religião cristã, e em
certa medida, até mesmo anterior a ela, pois as bases iniciais de seus ritos foram tiradas da
religião de Jesus, o Judaísmo. Nas comemorações judaicas da Páscoa, existe uma parte da
cerimônia onde se parte um pão sem fermento, umedecendo-o num molho e distribuindo-
o para ser comido com ervas amargas. Isto é feito para lembrar a saída do povo hebreu do
Egito, às pressas, libertado por Moisés. Jesus conhecia muito bem esses ritos, pois era um
praticante esclarecido de sua religião e em muitas passagens do Evangelho, podemos vê-lo
citando práticas religiosas de seu povo, bem como, em outras passagens, ele mesmo realiza
essas práticas, às vezes dando a elas um novo significado.

Importância da Eucaristia na Vida Cristã


A Eucaristia é considerada o “sacramento dos sacramentos”, pois é a fonte e o ápice da vida
cristã. Para os católicos, participar da Eucaristia é essencial para o fortalecimento da fé e
para a vivência dos ensinamentos de Jesus. Através da Eucaristia, os fiéis recebem a graça
necessária para enfrentar os desafios diários, promovendo uma vida de amor, serviço e
solidariedade. Além disso, a Eucaristia é um convite à conversão e à renovação espiritual,
permitindo que os participantes se aproximem mais de Deus.
Histórico da Eucaristia
Desenvolvimento ao longo da história
Como a celebração evoluiu desde os primeiros
cristãos até os dias atuais
Desde o início, então, as principais reuniões dos seguidores de Cristo, após sua subida para
os céus ( Ascensão do Senhor), eram para celebrar este memorial, para cumprir esta ordem
que foi dada ao final da última ceia: 'fazei isto em memória de mim'. Pelos Atos dos
Apóstolos, se conhece o fato de que essas reuniões eram semanais, a partir da expressão 'dia
do Senhor', outra ressignificação da tradição judaica. A história até nos conta sobre o
símbolo do peixe, que marcava as casas onde seria realizada a celebração, e passou a ser um
símbolo cristão, servindo de código para que se reconhecesse um irmão de fé, pois nesse
tempo os cristãos eram perseguidos e tinham que celebrar escondidos. A expressão que
originou o código era: Iesous Christos Theou Yios Soter (Jesus Cristo, Filho de Deus,
Salvador) as letras iniciais, em grego, formam a palavra peixe, e assim, era comum que
quando eles se encontrassem e quisessem saber se estavam diante de um irmão, que um
desenhasse uma meia lua no chão: se o outro desenhasse outra meia lua sobreposta à
primeira, se formaria um peixe e eles se reconheceriam.

A celebração da Eucaristia tem vários nomes: Ceia, Santa Ceia, Última Ceia, Páscoa do
Senhor, e ainda outros, dentre os quais ficou mais conhecido o nome popular 'Missa', ou
Santa Missa. Depois dos registros que citamos, os primeiros documentos de que se tem
notícia sobre o modo como era celebrado este rito, e que inclusive normatizavam como
deveria ser celebrado, são um conjunto de orientações chamado Didaqué. Atribuído aos
primeiros discípulos, o documento é bem curto, trazendo formas rituais gerais, algumas
orações e orientações. Tem dezesseis capítulos e é considerado o primeiro Catecismo da
Igreja. Os ritos foram se modificando, sendo incrementados com cânticos e muitos outros
detalhes, conforme a religião cristã ia evoluindo e alcançando espaço na sociedade. Houve
um tempo, até, que a celebração era feita em latim, e de costas para o povo, ou melhor,
versus Deo, 'de frente para Deus', conforme a expressão latina. Com o passar dos anos, com
o crescimento do Cristianismo e sua difusão para todo o mundo, foi necessário unificar e
atualizar essas formas de celebrar a Eucaristia, o que levou ao surgimento dos livros oficiais
de ritual que conhecemos hoje como missais, o plural para 'Missal'. É nele que se encontram
prescritas todas as formas oficiais de celebração da Eucaristia, divididas por temas, festas,
ocasiões, etc., além de normativas sobre como devem ser preparados cada um dos
elementos, dos lugares de culto a prescrições sobre que tipo de cantos se deve usar, e até de
quais cores devem ser utilizadas nas vestes e decoração do ambiente, sempre de acordo com
a ocasião específica que se celebra.
Concílios e documentos importantes
Como o Concílio de Trento e o Vaticano II influenciaram a
compreensão e a prática da Eucaristia.

O Concílio de Trento, e posteriormente com o movimento da reforma litúrgica que


fomentou o Concílio Vaticano II, veio a definir com mais clareza essa realidade: ...diante das
negações e distorções a respeito da eucaristia, o Concílio tridentino afirmou claramente que
“a missa é verdadeiro sacrifício” e que “este carácter sacrifical, que não coincide
simplesmente como a refeição como tal, mas é antes uma realidade particular, não contradiz
de modo algum a unicidade do sacrifício redentor de Cristo; pelo contrário, sacrifício da
cruz e sacrifício da missa são, em certo sentido, um único sacrifício [4].
A palavra sacrifício, referendada à Santa Missa, portanto, precisa ser bem entendida. Na
religião pagã, a palavra é traduzida por “sacrum facere”, ou seja, fazer o sagrado. A missa,
sabemos não é apenas sacrifício, mas também banquete, festa, uma celebração que é
memorial, refeição alegre, festiva e atual da Páscoa de Jesus Cristo.
Assim, a Eucaristia seria muito mais um “sacrificium laudis”, um louvor e uma rica Ação de
Graças (do grego, eukaristós) pela vitória de Cristo sobre a morte – e também nossas mortes.
O sacrifício da cruz tem razão de ser em vista da Ressurreição, da festiva passagem
(Pessach) da morte para a vida.
O caráter sacrifical da missa, demasiadamente penitencial, foi acentuado por uma época na
Igreja. Aqui usamos o termo “sacrifício”, usado também pelo Papa João XXIII, não em
sentido absoluto, mas como um dos aspectos do Mistério de Cristo, em sua oferta na cruz
como sacrifício único e total. São Cipriano afirma: “e uma vez que, em todos os sacrifícios,
nós fazemos a memória da paixão de Cristo – é de fato a paixão de Cristo que nós
oferecemos – nós não podemos fazer diferente do que Ele fez” (Carta, 63,17).
Por isso, a Eucaristia não é um sacrifício do fiel a Deus, mas de Deus ao fiel. Precisamos tirar
a ideia pagã do sacrifício que seria oferecido para aplacar a ira de Deus, como os antigos
holocaustos e sacrifícios pagãos. Como aponta a Constituição Dogmática Lumen Gentium:
“todas as vezes que se celebra no altar o sacrifício da cruz, pela qual Cristo, nossa páscoa, foi
imolado, atualiza-se a obra da redenção” (LG 03)".
Teologia da Eucaristia
Transubstanciação
Explicação do conceito e sua importância teológica.

A fé católica nos ensina que pelas palavras da Consagração, na Santa Missa, o pão se torna
corpo e o vinho se torna sangue de Cristo, Nosso Senhor. Diante dessa ação da Onipotência
Divina, mistério de fé, convém propor, brevemente, uma reflexão.
Partimos do ponto básico que é a Palavra de Deus escrita (cf. Mt 26,26-27; Mc 14,22-24; Lc
22,19-20 e 1Cor 11,24-25). Nela, o Senhor nos garante o seguinte: aquilo que fora oferecido
sob a espécie de pão é (não representa apenas) seu corpo e sob a espécie de vinho é (não
representa apenas) seu sangue.

Ora, a Igreja sempre professou essa verdade de fé, de modo que Santo Agostinho de Hipona
(† 430) ensinava: “O que vedes, caríssimos, na mesa do Senhor, é pão e vinho; mas esse pão
e esse vinho, acrescentando-se-lhes a palavra, tornam-se corpo e sangue de Cristo… Tira a
palavra, e tens pão e vinho; acrescenta a palavra, e já tens outra coisa. E essa outra coisa que
é? Corpo e Sangue de Cristo. Tira a palavra, e tens pão e vinho; acrescenta a palavra, e tens
um sacramento. A isso tudo vós dizeis: ‘Amem’. Dizer ‘Amem’ é subscrever. ‘Amem’ em
latim significa: ‘É verdade’” (Sermão 6,3).

Note-se, portanto, que a conversão ou mudança da substância do pão e do vinho no corpo e


no sangue de Cristo sempre existiu, a partir da instituição da Eucaristia pelo próprio Senhor
Jesus ao cear com seus Apóstolos, conforme as passagens bíblicas citadas. Faltava, porém,
uma palavra capaz de expressar, à luz da Filosofia e da Teologia, essa realidade. Esse termo
apareceu entre os séculos XI e XII e se tornou comum a partir de então: é o vocábulo
transubstanciação.

Com efeito, em 1079, um Concílio Regional em Roma, recolhendo os dados da Tradição,


elaborou a seguinte profissão de fé: “Intimamente creio e abertamente confesso que o pão e
o vinho colocados sobre o altar, mediante o mistério da oração sagrada e as palavras do
nosso Redentor, se convertem substancialmente (substantialiter converti) na verdadeira,
própria e vivífica carne e no sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo; e… que depois da
consagração, há o verdadeiro corpo de Cristo, o qual nasceu da Virgem, foi oferecido para a
salvação do mundo, pendurado a cruz e ora está assentado à direita do Pai; há também o
verdadeiro sangue de Cristo, que jorrou do seu lado… na propriedade da sua natureza e na
realidade da sua substância” (DS 700).
Pois bem, no século XIII, o Concílio de Latrão IV (1215) consagrou, em seus documentos, a
palavra transubstanciação que foi usada pelos Concílios de Latrão IV (1415-1417), de
Florença (1438-1444) e de Trento. Este, em 1551, afirmou que a conversão do pão e do vinho
em corpo e sangue de Cristo “foi com muito acerto e propriedade chamada pela Igreja
Católica transubstanciação” (DS 1642; cf. DS 1652).

Proposta, portanto, a doutrina da Igreja, resta-nos entender o que, realmente, deseja


expressar o termo transubstanciação em linguagem filosófico-teológica (também entendida
pelo bem-senso), pois seu significado difere dos conceitos que as palavras substância,
matéria e acidente, alicerces da transubstanciação, têm na Física moderna. É o seguinte: em
todo ser há um conjunto de notas acidentais (tamanho, peso, cor, sabor etc.), mas também
existe, necessariamente, um substrato permanente e inalterável que dá unidade e coesão a
esse ser. Mais: sempre vemos os acidentes, mas não a substância (o que sub está ou o que
suporta) de um ser.

Na Consagração, ocorre, pois, a transubstanciação: o pão e o vinho conservam todos os seus


acidentes (cor, quantidade, sabor…), mas se transformam, em suas substâncias de pão e de
vinho, na substância do corpo humano e no sangue de Jesus Cristo, Nosso Senhor. Como
explicar isso? – É um mistério de fé que, embora não seja absurdo, conforme ficou
demonstrado, exige uma intervenção de Deus que tudo pode a fim de ser realizado esse
grande ato de amor. Antes de sua morte e ressurreição, o Senhor Jesus quis dar-se em
comida e bebida para nos salvar.
Presença real de Cristo
O que isso significa para os fiéis.

Na teologia cristã, a presença real de Cristo na Eucaristia é a doutrina de que Jesus está
presente na Eucaristia, não somente de forma simbólica ou metaforicamente

Os discípulos que tiveram a graça de conviver com o Senhor – e até se encontrarem com Ele
depois da Ressurreição d’Ele – desejaram e anunciaram que o Senhor permanecesse entre
eles! Depois disso, Jesus ainda caminhou quarenta dias com Sua Igreja e só depois foi para o
céu, contudo Ele mesmo nos disse: ”Eis que estarei convosco todos os dias, até o fim dos
tempos”.

E muitos podem se perguntar: “Onde está essa presença de Jesus?” Jesus está na Sua Palavra,
nas pessoas que se reúnem para orar em Seu nome; nas pessoas que fazem o bem em Seu
nome e naqueles que são fiéis aos Seus mandamentos. E existe uma presença, por
excelência, de Jesus entre nós, foi Ele quem assim quis e as Suas palavras nos dão certeza
disso e certificam aquilo que Ele mesmo diz: ”Quem come a minha carne e bebe o meu
sangue permanece em mim e eu nele” (João 6, 56).

O último presente de Jesus para nós, antes de morrer, foi na Última Ceia ao nos dar o Seu
Corpo e Seu Sangue em Alimento: o sacramento da Eucaristia, que é para nós a presença
maravilhosa de Deus no meio de nós. A Eucaristia não é símbolo, não é lembrança; a
Eucaristia é a presença real, viva e amorosa de Deus no meio nós.

Comungar com o Senhor e do Senhor é comungar o Seu Corpo e o Seu Sangue! Não se trata
de uma presença puramente espiritual, uma presença moral; mas sim de uma presença real.
O mesmo Jesus, que nós comungamos na Eucaristia, é o Jesus que morreu na cruz. O Corpo
de Jesus, que se oferece a nós pelas mãos dos sacerdotes, é o mesmo que ressuscitou dos
mortos. Não há dois, há um só Jesus, o Senhor da vida, por isso ter comunhão com Ele e
permanecer n’Ele é permanecer no Seu Corpo e no Seu Sangue.

Como nós precisamos mergulhar na profundidade desse mistério e na beleza sublime dessa
graça que nos é dada! Estar na comunhão do Senhor é estar na comunhão do Seu Corpo e do
Seu Sangue.

Não se trata de comungar a Eucaristia de forma automática, robotizada, entrar em uma fila e
recebê-Lo em nós. Sim, nós O recebemos, mas uma vez que O recebemos, nós precisamos
cultivar o Alimento que entrou em nós; precisamos valorizar, amar, adorar e permitir que
Jesus seja vida para a nossa vida

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