EUCARISTIA
EUCARISTIA
EUCARISTIA
Significado e Importância
na Tradição Cristã
Referências
Introdução
Eucaristia quer dizer, em grego, 'ação de graças'. O sacramento da Eucaristia é um dos sete
sacramentos da Igreja Católica. Sua existência é tão antiga quanto a da religião cristã, e em
certa medida, até mesmo anterior a ela, pois as bases iniciais de seus ritos foram tiradas da
religião de Jesus, o Judaísmo. Nas comemorações judaicas da Páscoa, existe uma parte da
cerimônia onde se parte um pão sem fermento, umedecendo-o num molho e distribuindo-
o para ser comido com ervas amargas. Isto é feito para lembrar a saída do povo hebreu do
Egito, às pressas, libertado por Moisés. Jesus conhecia muito bem esses ritos, pois era um
praticante esclarecido de sua religião e em muitas passagens do Evangelho, podemos vê-lo
citando práticas religiosas de seu povo, bem como, em outras passagens, ele mesmo realiza
essas práticas, às vezes dando a elas um novo significado.
A celebração da Eucaristia tem vários nomes: Ceia, Santa Ceia, Última Ceia, Páscoa do
Senhor, e ainda outros, dentre os quais ficou mais conhecido o nome popular 'Missa', ou
Santa Missa. Depois dos registros que citamos, os primeiros documentos de que se tem
notícia sobre o modo como era celebrado este rito, e que inclusive normatizavam como
deveria ser celebrado, são um conjunto de orientações chamado Didaqué. Atribuído aos
primeiros discípulos, o documento é bem curto, trazendo formas rituais gerais, algumas
orações e orientações. Tem dezesseis capítulos e é considerado o primeiro Catecismo da
Igreja. Os ritos foram se modificando, sendo incrementados com cânticos e muitos outros
detalhes, conforme a religião cristã ia evoluindo e alcançando espaço na sociedade. Houve
um tempo, até, que a celebração era feita em latim, e de costas para o povo, ou melhor,
versus Deo, 'de frente para Deus', conforme a expressão latina. Com o passar dos anos, com
o crescimento do Cristianismo e sua difusão para todo o mundo, foi necessário unificar e
atualizar essas formas de celebrar a Eucaristia, o que levou ao surgimento dos livros oficiais
de ritual que conhecemos hoje como missais, o plural para 'Missal'. É nele que se encontram
prescritas todas as formas oficiais de celebração da Eucaristia, divididas por temas, festas,
ocasiões, etc., além de normativas sobre como devem ser preparados cada um dos
elementos, dos lugares de culto a prescrições sobre que tipo de cantos se deve usar, e até de
quais cores devem ser utilizadas nas vestes e decoração do ambiente, sempre de acordo com
a ocasião específica que se celebra.
Concílios e documentos importantes
Como o Concílio de Trento e o Vaticano II influenciaram a
compreensão e a prática da Eucaristia.
A fé católica nos ensina que pelas palavras da Consagração, na Santa Missa, o pão se torna
corpo e o vinho se torna sangue de Cristo, Nosso Senhor. Diante dessa ação da Onipotência
Divina, mistério de fé, convém propor, brevemente, uma reflexão.
Partimos do ponto básico que é a Palavra de Deus escrita (cf. Mt 26,26-27; Mc 14,22-24; Lc
22,19-20 e 1Cor 11,24-25). Nela, o Senhor nos garante o seguinte: aquilo que fora oferecido
sob a espécie de pão é (não representa apenas) seu corpo e sob a espécie de vinho é (não
representa apenas) seu sangue.
Ora, a Igreja sempre professou essa verdade de fé, de modo que Santo Agostinho de Hipona
(† 430) ensinava: “O que vedes, caríssimos, na mesa do Senhor, é pão e vinho; mas esse pão
e esse vinho, acrescentando-se-lhes a palavra, tornam-se corpo e sangue de Cristo… Tira a
palavra, e tens pão e vinho; acrescenta a palavra, e já tens outra coisa. E essa outra coisa que
é? Corpo e Sangue de Cristo. Tira a palavra, e tens pão e vinho; acrescenta a palavra, e tens
um sacramento. A isso tudo vós dizeis: ‘Amem’. Dizer ‘Amem’ é subscrever. ‘Amem’ em
latim significa: ‘É verdade’” (Sermão 6,3).
Na teologia cristã, a presença real de Cristo na Eucaristia é a doutrina de que Jesus está
presente na Eucaristia, não somente de forma simbólica ou metaforicamente
Os discípulos que tiveram a graça de conviver com o Senhor – e até se encontrarem com Ele
depois da Ressurreição d’Ele – desejaram e anunciaram que o Senhor permanecesse entre
eles! Depois disso, Jesus ainda caminhou quarenta dias com Sua Igreja e só depois foi para o
céu, contudo Ele mesmo nos disse: ”Eis que estarei convosco todos os dias, até o fim dos
tempos”.
E muitos podem se perguntar: “Onde está essa presença de Jesus?” Jesus está na Sua Palavra,
nas pessoas que se reúnem para orar em Seu nome; nas pessoas que fazem o bem em Seu
nome e naqueles que são fiéis aos Seus mandamentos. E existe uma presença, por
excelência, de Jesus entre nós, foi Ele quem assim quis e as Suas palavras nos dão certeza
disso e certificam aquilo que Ele mesmo diz: ”Quem come a minha carne e bebe o meu
sangue permanece em mim e eu nele” (João 6, 56).
O último presente de Jesus para nós, antes de morrer, foi na Última Ceia ao nos dar o Seu
Corpo e Seu Sangue em Alimento: o sacramento da Eucaristia, que é para nós a presença
maravilhosa de Deus no meio de nós. A Eucaristia não é símbolo, não é lembrança; a
Eucaristia é a presença real, viva e amorosa de Deus no meio nós.
Comungar com o Senhor e do Senhor é comungar o Seu Corpo e o Seu Sangue! Não se trata
de uma presença puramente espiritual, uma presença moral; mas sim de uma presença real.
O mesmo Jesus, que nós comungamos na Eucaristia, é o Jesus que morreu na cruz. O Corpo
de Jesus, que se oferece a nós pelas mãos dos sacerdotes, é o mesmo que ressuscitou dos
mortos. Não há dois, há um só Jesus, o Senhor da vida, por isso ter comunhão com Ele e
permanecer n’Ele é permanecer no Seu Corpo e no Seu Sangue.
Como nós precisamos mergulhar na profundidade desse mistério e na beleza sublime dessa
graça que nos é dada! Estar na comunhão do Senhor é estar na comunhão do Seu Corpo e do
Seu Sangue.
Não se trata de comungar a Eucaristia de forma automática, robotizada, entrar em uma fila e
recebê-Lo em nós. Sim, nós O recebemos, mas uma vez que O recebemos, nós precisamos
cultivar o Alimento que entrou em nós; precisamos valorizar, amar, adorar e permitir que
Jesus seja vida para a nossa vida