Apostila Panetone
Apostila Panetone
Apostila Panetone
FABRICAÇÃO
DE
PANETONE
Escola SENAI “Horácio Augusto da
Silveira”
Fabricação de panetone
SENAI-SP, 2007
3ª Edição
Trabalho elaborado pela Escola SENAI “Horácio Augusto da Silveira” – CFP 1.05 do Departamento
Regional do SENAI-SP para o curso de Formação Continuada – Panetone.
Coordenação:
Cristiana Ambiel
Elaboração:
Elias Rivero Alonso
Ficha catalográfica
PANETONE
CDU 664.664
Sumário
História do Panetone................................................................................................... 7
Balanceamento ........................................................................................................... 9
Cálculo de porcentagem.............................................................................................. 10
Cálculo do rendimento ................................................................................................ 10
Curiosidade ................................................................................................................. 11
Cálculo de encomenda................................................................................................ 11
Matérias-primas .......................................................................................................... 13
Matérias primas essenciais ......................................................................................... 13
Matérias-primas não essenciais .................................................................................. 14
Farinha de Trigo .......................................................................................................... 16
Pré misturas ou misturas prontas ................................................................................ 18
Fermento..................................................................................................................... 19
Processo de fabricação............................................................................................... 23
Fluxograma do processo ............................................................................................. 23
Preparo da massa ....................................................................................................... 24
Divisão da massa........................................................................................................ 24
Descanso da massa.................................................................................................... 24
Modelagem ................................................................................................................. 25
Acondicionamento....................................................................................................... 25
Fermentação ............................................................................................................... 25
Cozimento................................................................................................................... 26
Resfriamento............................................................................................................... 26
Controle de qualidade ................................................................................................. 26
Embalagem ................................................................................................................. 27
História do Panetone
O jovem criador desta deliciosa receita, hoje apreciada em diversos países, atribuiu a
autoria da receita a Toni, o pai da moça. O movimento da padaria cresceu
significativamente e os clientes só pediam pelo pão do Toni. O nome sofreu algumas
modificações ao longo dos anos até ficar somente panetone.
Balanceamento
Finalidades do balanceamento:
• Controle de qualidade: estabelece padrões de qualidade para os produtos e
processos, assegurando uniformidade na produção e permitindo identificar
possíveis falhas no processo e suas causas;
• Normalização e registros: descrição completa do processo, incluindo os tempos de
masseira, descanso, fermentação, assamento, temperaturas da massa e do forno,
tamanho das peças. Isso permite que todos os funcionários desenvolvam as
receitas da mesma forma, auxiliando na solução dos imprevistos e criando uma
identidade para o estabelecimento.
• Controle de estoque: proporciona redução de custos pelo uso correto das matérias-
primas, evitando o desperdício.
• Controle de produção: possibilita avaliação financeira do negócio através do
dimensionamento da produção, dos custos e lucros.
Exemplo:
A quantidade de farinha é igual a 100% e os demais ingredientes devem ser calculados
percentualmente, como vemos a seguir:
Cálculo de porcentagem
Para calcular a quantidade dos ingredientes, basta multiplicar o peso da farinha pela
porcentagem do ingrediente e dividir por 100.
Exemplo:
Quanto devemos pesar de fermento, sendo 4% de fermento para cada 5000g de
farinha?
5000 x 4% = 5000
x 4
20000
20000 : 100 = 200g Resposta: 200g de fermento.
Cálculo do rendimento
Para calcular o rendimento ou o número de pães que serão produzidos com uma
receita, basta dividir o peso total da massa pelo peso de cada pão ainda cru.
Exemplo:
Farinha 100% 5000 g
Açúcar 2% 100 g
Sal 2% 100 g
Melhorador 1% 50 g
Água 60% 3000 ml
Fermento 4% 200 g
Peso total 8450 g
Se o peso do pão cru for igual a 65g, para saber o número de pães, basta dividir o
peso total (8450g) pelo peso do pão cru (65g):
8450 : 65 = 130
Portanto o rendimento será de 130 pães.
Curiosidade
Ao ser assado, o pão perde peso devido à evaporação de água e perda dos gases.
Essa perda varia conforme o tipo de massa e o peso do pão.
Cálculo de encomenda
Para fazer uma encomenda de pães, é preciso definir a quantidade de farinha que será
utilizada. Para tanto, é necessário saber a quantidade de pães a ser produzida e
multiplicar este número pelo peso do pão cru.
Exemplo:
Quantidades de pães a produzir = 300 pães
Peso cru = 65g
Massa necessária = 300 x 65 = 19500g
Farinha 100%
Açúcar 8%
Sal 2%
Melhorador 1%
Água 60%
Fermento 4%
Total 175%
19.500 175%
x - 100%
1950000
x=
175
x = 11143g
Escola SENAI “Horácio Augusto da Silveira” 11
Fabricação de Panetone
Matérias-primas
Sal
Funções:
• Realça o sabor;
• Controlador da fermentação e tempo de mistura;
• Fortalecedor do glúten.
Características:
• Livre de impurezas para que não reaja com outros ingredientes da formulação;
• Granulometria homogênea;
• Refinado.
Água
Funções:
• Possibilita a formação do glúten;
• Determina a consistência final da massa;
• Conduz e controla a temperatura da massa;
• Dissolve os ingredientes da formulação
• Permite a ação do fermento;
• Contribui para a textura e maciez do pão;
• Toma possível a atividade enzimática.
Tipos:
• Água doce: salinidade menor ou igual a 0,05%;
• Água salobra: salinidade entre 0,05% a 0,3%;
• Água salina: salinidade acima de 0,3%.
• Água dura: contém grande quantidade de sais minerais;
• Água mole: contém pequena quantidade de sais minerais;
Açúcar
O açúcar ou sacarose é extraído não somente da cana-de-açúcar, mas também de
beterraba. O mais comunmente usado, entretanto, é o de cana-de-açúcar. Seu papel é
muito importante.
Funções:
• Confere sabor;
• Amaciante;
• Substrato para o fermento biológico produzir o gás;
• Colabora na retenção da umidade.
Tipos:
• Cana-de-açúcar
- granulado/pó
- xarope
- invertido
- mascavo
- melaço
• Amido
- glucose
- glicose
• Lactose
• Mel
• Frutose
O tipo e a quantidade de açúcar utilizado influem em diversos pontos:
• Na qualidade/tipo de massa
• Forneamento: quanto maior a concentração de açúcar menor a temperatura do
cozimento.
Gorduras
Funções:
• Lubrificante;
• Melhora a textura;
• Aumenta a retenção de umidade;
• Contribui para o aumento de volume do pão;
• Melhora as propriedades de conservação.
Tipos:
• Animal (banha, manteiga);
• Vegetal (óleo, gordura vegetal hidrogenada, margarina, creme vegetal)
Características:
• Semi-sólidas ou líquidas;
• Ausência de cor, sabor e aromas estranhos;
• Estabilidade à estocagem;
• Preferencialmente hidrogenada.
Leite
Funções:
• Enriquece o sabor e o aroma;
• Melhora a coloração da crosta do pão;
• Retém a umidade;
• Aumenta o valor nutritivo;
• Dá maior estabilidade à massa;
• Melhora a conservação do pão.
Características:
• Ausência de cor, aroma e sabor estranhos;
• Integral ou desnatado;
Melhorador
Sua utilização necessita de aprovação dos órgãos oficiais da saúde pois não deve
fazer mal a saúde humana, devem ser empregados nos quadros recomendados pelos
fabricantes.
Funções:
• É adicionado à massa para obter um produto de melhor qualidade.
• Neutraliza as deficiências dos ingredientes da massa;
• Aumenta o tempo de conservação do pão.
Ovos
Funções:
• Melhora a cor do produto;
• Melhora o sabor do produto;
• Aumenta o valor nutritivo do produto;
• Melhora a textura do produto.
Características:
• Sem contaminação microbiológica.
Farinha de Trigo
Proteínas
A capacidade da farinha de trigo de forma uma massa viscosa e elástica, necessária
para a produção de pão, depende amplamente das propriedades do componente mais
importante, o glúten.
O glúten é uma proteína insolúvel em água, composto por duas frações: glutenina,
que regula o tempo de mistura da farinha, e a gliadina, responsável pelo volume
potencial do pão. Uma justa proporção de ambas nos fornece uma farinha com
condições ideais para o uso na panificação.
Tipos de farinha
A farinha de trigo é dividida em quatro tipos:
• Farinha especial: é extraída da parte central do endosperma. Apresenta
tonalidade mais clara e granulometria mais fina.
• Farinha comum: é obtida da parte mais externa do endosperma, próxima da
casca, e por isso apresenta tonalidade mais escura e granulometria mais grossa.
• Farinha integral: é proveniente da casca, de parte do farelo e gérmen.
• Farinha semolina: é extraída apenas da parte central do grão, apresenta uma
coloração bem clara e maior granulometria.
Classificação da farinha
A farinha pode ser classificada em forte e fraca: isto está diretamente relacionado ao
comportamento físico da massa durante o processo.
A farinha forte apresenta boa quantidade de proteínas com ótima qualidade e produz
massas bastante consistentes.
A farinha fraca, por sua vez, possui proteínas de qualidade inferior e em quantidade
menor que a farinha forte. Produz massas pegajosas, sujeitas a abaixar fora ou dentro
do forno, proporcionando menor rendimento.
As misturas surgiram no Brasil nos anos 70, desenvolvidas pelos moinhos de trigo,
visando atender uma solicitação do mercado de ampliar a praticidade e rapidez no
Fermento
Função
• Agente de crescimento, transforma o açúcar presente na massa em gás carbônico,
determinando o volume dos pães;
• Produção de substâncias aromáticas, conferindo aroma e sabor aos pães.
Curiosidade
O gás que o fermento produz é formado por uma parte de carbono e duas partes de
oxigênio. Esse gás chama-se dióxido de carbono (CO2). É responsável pelo
crescimento e pela transformação da massa.
Cuidado: deve-se evitar o contato direto entre o sal e o fermento fresco, pois o sal é
um forte inibidor da atividade do fermento.
Fermento comercial
Há no mercado 3 tipos de fermento comercial: o fermento biológico fresco, o seco e o
seco instantâneo. Entre os tipos existentes no mercado, o fermento comercial
apresenta diferenças apenas no teor de água, implicando em alterações nos métodos
de utilização na massa e no armazenamento.
Vantagens:
• Não necessita de refrigeração;
• A embalagem fechada possui alta durabilidade (2 anos);
• Proporciona excelente tolerância e salto de forno às massas;
• Permite maior controle de fermentação em temperaturas elevadas;
• Proporciona melhor uniformidade das células no miolo do pão.
Fermento Natural
O fermento natural, conhecido também por fermento selvagem, consiste na obtenção
de uma massa de farinha e água que, exposta ao ar, seja contaminada por
microrganismos dispersos no ambiente. Esses microrganismos vão encontrar nessa
massa um ótimo meio de crescimento e desenvolvimento, ocasionando uma série de
Essas fermentações incontroláveis vão, na maioria das vezes, produzir gás carbônico
(CO2) e alguns ácidos, sendo os mais comuns os ácidos acético e lático. É importante
notar que, no fermento selvagem, dificilmente encontramos células da levedura
comercial, Saccharomyces cerevisae.
Fermento comercial
Fermento natural
(biológico fresco, seco e seco instantâneo)
Processo de Fabricação
Fluxograma do processo
Preparo da massa
Divisão da massa
A divisão pode ser feita manualmente, com o uso de uma faca ou espátula ou nas
divisoras, máquinas especialmente destinadas para esse fim.
Descanso da massa
O tempo de descanso permite, por um lado, que a massa cresça e, por outro, que o
glúten se torne mais consistente.
Após o período de descanso, a massa fica cheia de gás porque o fermento transforma
o açúcar em gás carbônico e álcool. Para retirar este gás, a massa deve ser
pressionada e depois modelada. Em seguida, é posta outra vez para crescer.
Modelagem
Acondicionamento
Consiste na deposição dos produtos nas assadeiras ou esteiras; devem ser tomados
os devidos cuidados no posicionamento das peças, como distanciamento, acerto das
pontas, posição do fecho e etc., para evitar problemas futuros com a modelagem e,
consequentemente, perda de qualidade do produto final.
Fermentação
Métodos de fermentação
1. Método direto rápido
Aqui os ingredientes são misturados de uma só vez; é necessário utilizar
melhoradores, porque não há fermentação básica nesta fase, mas somente o
descanso da massa ou das bolas.
A temperatura da massa pode variar de 27ºC a 30ºC; após misturada, coloca-se a
massa sobre a mesa para passar pelas outra operações.
2. Método indireto - Esponja
Este método permite que a massa desenvolva o ciclo total de fermentação. A
massa é preparada em duas etapas:
- prepara-se a esponja, isto é, uma massa básica com farinha, água e fermento,
e deixa-se essa massa fermentar. A temperatura da esponja deve ser de 24ºC a
26ºC.
- agora juntamos os demais ingredientes à massa e novamente a massa é posta
para fermentar. Após a segunda etapa, continuamos o processo de fabricação
normal.
Cozimento
Resfriamento
Controle de qualidade
Embalagem
Existem diversos tipos de materiais que podem ser utilizados, como o celofane,
prolipropileno e polietileno. Devem proporcionar boa visualização do produto e
proteção à umidade e ao aroma.
Nota 0 a 10
Método:
1. Fazer uma massa esponja com 25% de farinha e todo o fermento, e colocar água
até dar o ponto massa macia. Deixar descansar por 30 minutos, na estufa.
2. Fazer o creme com sal, açúcar, gordura, gema, essência e melhorador.
3. Adicionar a esponja e o restante da farinha ao creme, misturando tudo em 1ª
velocidade +/- por 20 minutos, até obter uma massa enxuta e deixar descansar por
3 minutos. Colocar as passas e as frutas e misturar +/- por 3 minutos. Dividir em
peças de 550g. Bolear e deixar descansar por 10 minutos. Rebolear e descansar
por mais 10 minutos. Rebolear e colocar nas formas e deixar descansar para a
fermentação +/- 1 hora e finalmente cortar em cruz.
4. Fornear +/- por 35 minutos em forno a 170 °C.
ANOTAÇÕES
Nota 0 a 10
Método:
1. Fazer uma massa esponja com 25% de farinha e todo o fermento, e colocar água
até dar o ponto massa macia. Deixar descansar por 30 minutos, na estufa.
2. Fazer o creme com sal, açúcar, gordura, gema, essência e melhorador.
ANOTAÇÕES
TM=
TC=
TD=
TF=
Lastro=
Vertical=
ANOTAÇÕES
TM=
TC=
TD=
TF=
Lastro=
Vertical=
ANOTAÇÕES
Referências