Contrarrazões Breno Henrique - 0000368-36.2024.5.14.0007

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AO DOUTO JUÍZO DA 7ª VARA DO TRABALHO DE PORTO VELHO/RO

Processo nº : 0000368-36.2024.5.14.0007

BRENO HENRIQUE ALVES DE SOUZA, devidamente qualificado nos autos da reclamação


trabalhista, vem tempestiva e respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fulcro no
art. 900 da CLT, apresentar

CONTRARRAZÕES AO RECURSO ORDINÁRIO

interposto pela reclamada, ora recorrente, requerendo o seu recebimento, processamento e


remessa ao E. Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região, com as formalidades legais.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Porto Velho/RO, 23 de setembro de 2024.

BRENO HENRIQUE ALVES DE SOUZA


EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 14ª REGIÃO

Origem: 7ª Vara do Trabalho de Porto Velho/RO


Processo nº: 0000368-36.2024.5.14.0007
Recorrido: BRENO HENRIQUE ALVES DE SOUZA
Recorrente: BRUNO HENRIQUE DIAS LIMA

Colenda Turma,

Trata-se de recurso ordinário em face da sentença que deu provimento à reclamação


trabalhista proposta por mim, que não deve ser conhecido, e caso seja, não deve ser provido,
pois a referida decisão de 1º grau é justa e foi prolatada em sintonia com a legislação vigente
que rege a matéria.

Para tanto, respeitosamente, venho expor minhas contrarrazões.

1 - DA TEMPESTIVIDADE

Considerando que tive ciência do recurso ordinário interposto em meu desfavor no dia
11/09/2024 através de mensagem eletrônica via e-mail, e considerando o prazo para
contrarrazões, de acordo com o art. 900 da CLT, as presentes contrarrazões são tempestivas.

2 - PRELIMINARMENTE

2.1 - Da Não Admissão do Recurso

A sentença recorrida encontra-se em perfeita consonância com a legislação vigente (art.


3º, parágrafo 2º da Lei 11.788/2008) e com a atual e pacífica jurisprudência deste Egrégio
Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região, e ainda, com o colendo Tribunal Superior do
Trabalho, fato que por si só, tem o poder de constituir óbice intransponível, com a devida vênia,
ao manejo do presente recurso ordinário.

Pelo exposto, requeiro o não conhecimento do presente recurso ordinário.

2.2 – Da Ausência do Preparo Recursal - Indeferimento da Justiça Gratuita

O recorrente pleiteia os benefícios da justiça gratuita, contudo, essa solicitação não


deve ser acolhida, tendo em vista a ausência de comprovação convincente de insuficiência de
recursos, conforme exigido pelo art. 790, § 4º, da CLT.
No presente caso, faz-se necessária a aplicação da teoria da aparência, uma vez que o
comportamento econômico do recorrente contradiz sua alegação de hipossuficiência. Segue em
anexo prints que demonstram a recorrência de viagens mensais realizadas pelo recorrente, o
que revela um padrão de vida elevado e incompatível com a alegada falta de recursos
financeiros. Esses gastos e estilo de vida indicam que o recorrente possui capacidade financeira
para suportar os custos processuais, não se justificando a concessão do benefício da gratuidade
de justiça.

Assim, a concessão da gratuidade deve ser indeferida, visto que a teoria da aparência
nesse contexto, permite concluir com segurança, que o recorrente dispõe de recursos financeiros
suficientes para custear as despesas processuais.

Diante do exposto, requeiro o não conhecimento do presente recurso por deserção,


visto que o prazo para o preparo já esgotou-se.

2.3 – Da Ausência de Dialeticidade

O recurso apresentado pelo recorrente é genérico e, apesar de conter os tópicos da


fundamentação da sentença, não ataca de forma específica, deixando de impugnar de maneira
efetiva e concreta, pontos cruciais como:

● A revelia e a confissão ficta aplicadas, limitando-se apenas em falar do atestado médico


que foi juntado apenas em sede recursal e colocando fragmento de julgado sem seu
contexto integral;
● A natureza da relação jurídica, limitando a pôr a culpa em mim, ora recorrido,
desconsiderando o fundamento que o magistrado usou para decidir;
● As verbas rescisórias, que não foram atacadas de forma específica com a
fundamentação do magistrado, limitando-se mais uma vez, em dizer que não houve
vínculo empregatício.

Dessa forma, o recurso não contém a exposição do direito, conforme preceitua o artigo
1.010, incisos II e III do CPC, aplicável subsidiariamente ao Processo do Trabalho. Portanto,
carece de dialeticidade, não atacando os fundamentos da sentença de maneira específica, o que
impede o seu conhecimento, de acordo com o art. 932, inciso III do CPC e também por analogia
à súmula 422 do TST.

Diante do exposto, requeiro o não conhecimento do recurso ordinário por ofensa ao


princípio da dialeticidade.
3 – DO MÉRITO

Caso superada as preliminares arguidas, passo à análise do mérito do recurso.

3.1 – Da Revelia e da Confissão Ficta

A sentença acertou ao aplicar o art. 844 da CLT e declarar a revelia do reclamado, ora
recorrente, e a aplicação da confissão ficta, pois ele foi devidamente citado e de maneira
injustificada, não compareceu à audiência designada. Foi abarcado pela preclusão temporal,
pois o art. 847 da CLT, tanto o caput quanto o parágrafo único, são claros em mencionar o
momento oportuno para o reclamado apresentar sua defesa.

O recorrente alega que estava doente, motivo pelo qual não compareceu à audiência e
nem apresentou contestação no momento oportuno, porém, não juntou atestado médico
comprovando a impossibilidade, documento esse que foi juntado apenas em sede recursal, e de
acordo com o art. 435, caput e parágrafo único do CPC, só é possível a juntada de documentos
novos se for fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados, o que não é o caso, pois
desde o dia 13/05/2024, ou seja, 01 (um) dia antes da audiência de conciliação, o recorrente já
estava com o atestado médico em mãos, conforme data e assinatura pelo médico do referido
documento.

Diante do exposto, requeiro o não provimento da nulidade da decretação da revelia e a


não aceitação da contestação, de acordo com a súmula 8 do TST.

3.2 – Da Natureza da Relação Jurídica

Esse é mais um tópico onde o magistrado de primeiro grau acertou em reconhecer o


vínculo empregatício, pois ele aplicou o art. 3º, parágrafo 2º da Lei 11.788/2008.

Não há que se falar que a ausência do termo de compromisso é minha culpa exclusiva,
pois de acordo com as provas constantes no id 9eb7c6b, eu sempre cobrava o recorrente a
formalizar o contrato de estágio com o referido termo e assim levar para a instituição de ensino
assinar.

Por outro lado, conforme preceitua o art. 9º, inciso I, ainda da Lei 11.788/2008, a
responsabilidade de celebrar o termo de compromisso com a instituição de ensino e o educando
é da parte concedente, ou seja, o próprio recorrente.

Diante do exposto, requer-se a manutenção da sentença, mantendo-a inalterada, pois o


caso discutido é um genuíno vínculo de emprego e merece ratificação pelo Tribunal.

3.3 – Da Anotação na CTPS


Com a manutenção da respeitável sentença, consequentemente minha CTPS deve ser
anotada, pois não há que se falar em danos irreparáveis para o recorrente, visto que ficou
comprovado nos autos que houve vínculo empregatício. A relação de emprego é cristalina, e
considerando que os direitos tutelados pela legislação pertinente foram violados, merecem total
reparação.

Portanto, requeiro a anotação da minha CTPS de acordo com os comandos constantes


na sentença.

3.4 – Das Verbas Rescisórias

As verbas rescisórias basearam-se na clara relação de emprego que foi reconhecida


pelo magistrado de primeiro grau, ficando demonstrado que não houve contrato de estágio, visto
que os requisitos legais para tal não foram cumpridos pelo recorrente.

Diante disso, requeiro a manutenção das verbas rescisórias de acordo com o prolatado
na sentença.

3.5 – Do Depósito do FGTS e Indenização de 40%

Com o reconhecimento do vínculo empregatício reconhecido em sentença, faço jus ao


recebimento do FGTS e a multa de 40%.

Diante disso, requeiro a manutenção da sentença que condena o recorrente ao


pagamento das referidas verbas fundiárias.

3.6 – Da Liquidação da Sentença

O recorrente alega que a sentença líquida foi proferida sem a devida análise das
impugnações apresentadas. Ora, se ele teve o momento oportuno para apresentar defesa e não
o fez, a decisão foi certeira na maneira como liquidou a sentença.

Por esse motivo, requeiro o acolhimento dos cálculos apresentados na liquidação da


sentença com a consequente confirmação da condenação.

4 – DOS PEDIDOS

Requeiro a este Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região, preliminarmente,


não conhecer do recurso ordinário pelos motivos já expostos, e no mérito, pugna-se pelo não
provimento, mantendo a sentença inalterada, por ser medida da mais lídima justiça.
Nestes termos,
Pede deferimento.

Porto Velho/RO, 23 de setembro de 2024.

BRENO HENRIQUE ALVES DE SOUZA

RECORRIDO

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