Trabalho Auditoria

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Instituto Superior de Contabilidade e Administração

de Aveiro

------- ISCAA -------

Auditoria Interna e Controlo de Gestão

Resumo Critico ao artigo “Factors affecting the voluntary


use of internal audit: evidence from the UK”

Cátia Alexandra Tavares Coutinho, Nº 105230

Estefânia Aparecida Ribeiro de Souza, Nº 101219


Índice

1. Introdução ..................................................................................................................... 3
2. Resumo do Artigo ....................................................................................................... 4
3. Análise Critica do Artigo ........................................................................................... 5
4. Conclusão ..................................................................................................................... 6
5. Bibliografia .................................................................................................................. 7

Lista de Siglas
AI – Auditoria Interna
IAF - Internal Audit Function
LSE - London Stock Exchang
TCE - Transaction Cost Economics

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1.Introdução
O cenário globalizado foi de grande importância para o crescimento de muitas organizações1.
No entanto, a abertura do mercado mundial exigiu das organizações uma ampla avaliação
das suas estratégias e uma necessidade de informações úteis e constantes, que permitam à
gestão alcançar os seus objetivos, vislumbrar novas possibilidades e perspetivas para o
futuro. Neste contexto, a auditoria interna assumiu um importante papel para os
proprietários, acionistas e gestores, auditando as partes contabilísticas, bem como, as partes
não contabilísticas, criando um farto controlo dentro das organizações.
O conceito de auditoria tem evoluído com o decurso do tempo, retratando não só as
mudanças nas operações efetuadas dentro das organizações, como na análise dos controlos
e interesses, mas também nos seus objetivos cada vez mais amplos.
O Tribunal de Contas (1999, p.30), define auditoria como
“Um exame ou verificação de uma dada matéria,
tendente a analisar a conformidade da mesma com
determinadas regras, normas ou objetivos, conduzido por uma
pessoa idónea, tecnicamente preparada, realizado com
observância de certos princípios, métodos e técnicas
geralmente aceites, com vista a possibilitar ao auditor formar
uma opinião e emitir um parecer sobre a matéria analisada”.

Já IFAC define auditoria como:


“Auditoria é uma verificação ou exame feito por um auditor
dos documentos de prestação de contas com o objetivo de o habilitar
a expressar uma opinião sobre os referidos documentos de modo a dar
aos mesmos a maior credibilidade.”
São várias as etapas que contemplam uma auditoria interna, tendo como primeira etapa a
revisão dos dados auditados do ano anterior, as conclusões apresentadas, as recomendações,
as ações e as ferramentas implementadas.

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Segundo Maximiano (1992) “uma organização é uma combinação de esforços individuais que tem por
finalidade realizar propósitos coletivos”

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Após esta etapa de revisão, podemos destacar as fases da auditoria interna, sendo estas:
planeamento, reunião de abertura, condução da auditoria, reunião de encerramento e follow
up.
Este estudo tem como objetivo apresentar um resumo e análise critica do artigo Factors
affecting the voluntary use of internal audit: evidence from the UK.

A metodologia aplicada neste trabalho, divide-se em 2 fases, na primeira fase será


apresentado um resumo do artigo onde identificará os pontos aplicados à auditoria interna
bem como a área auditada, a metodologia aplicada e as conclusões apresentadas, já a segunda
fase apresentara uma análise critica do artigo.

2. Resumo do Relatório
O artigo inicia-se com um resumo apresentando as etapas adotadas no estudo realizado e
apontando que nenhuma pesquisa experimental investigou os fatores associados ao uso
voluntário da auditoria interna, dado esse importante, pois no Reino Unido a AI não é exigida
no código de governança corporativa, mas ainda assim nas suas divulgações dos relatórios
anuais, é necessário informar se possuem ou não AI e caso a organização não possua deverá
explicar as razões da sua ausência. A pesquisa fez uso de dados financeiros e não financeiros
de 332 organizações no Reino Unido apresentadas na LSE, onde foram aplicados testes uni
variados e testes de regressão logística multivariado e os resultados apresentados num
quadro teórico tendo como base as teorias da agência e a economia dos custos de transação
(TCE). Com base neste quadro foi possível verificar os gastos que a organização acarretará
com a implementação de um departamento de AI. Verificou-se no corpo do artigo que o
estudo usou dados de pesquisa para analisar e investigar o impacto de quatro variáveis, são
estas: o tamanho da empresa, as suas dívidas, proporção de gestão não familiar e proporção
de representação não familiar. Os resultados demonstraram que a demanda por auditoria
interna foi mais relevante que a auditoria externa, demostrando também uma correlação
negativa e significativa entre ambas, sugerindo que elas são usualmente vistas como
substituta uma da outra, ao contrário de serem complementares. Houve um interesse em
demonstrar os resultados de outros estudos, em diversos países e sua contribuição para se
fazer uma análise comparativa, deixando claro que os resultados apontados nos demais
estudos não poderiam ser generalizados, visto que os resultados apresentam informações

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contraditórios ao estudo realizado. O estudo também evidencia que o porte, os níveis de
riscos internos bem como divergência entre acionistas, proprietários e gerências, assim como
os seus sistemas de controlo interno, gestão de riscos e redução dos custos levam as
organizações a implementarem, mesmo que não exigida conforme já informado, um
departamento de AI. Os resultados alcançados nas pesquisas e as análises reforçam que a AI
tem um papel de grande importância nas organizações, seja no monitoramento dos controlos
internos e ou na eficácia dos regulamentos de governança corporativa.

3. Análise Critica do Artigo


“A Revolução Industrial que ocorreu no Reino Unido, no século XVIII, foi responsável pelos
registos que deram origem à auditoria, pois a expansão dos capitais e das atividades vieram
de encontro com a necessidade de novos investimentos, exigindo a segurança do seu retorno,
principalmente quando os investidores eram pessoas não ligadas a administração das
entidades”. Santi, (1988)

Segundo Teixeira (2006) a auditoria interna nasceu após uma necessidade de regular fraudes,
irregularides e corrupção que deram origem a uma série de escândalos financeiros ocorridos
no Reino unido e em muitos outros países. Assim, houve a necessidade de procurar uma
informação transparente e fiável para os investidores, informação essa dada pela auditoria
interna.

Na sequência da necessidade de um maior controlo e com base na análise ao relatório as


entidades começaram a usar de forma voluntária uma adequada auditoria interna de modo a
que lhe permitissem uma gestão de risco, de controlo e de governação que se traduzisse
numa relação de custos-benefícios para as entidades. Por outro lado, a auditoria interna
também foi sendo essencial para o controlo das suas dividas. A auditoria interna, de acordo
com a definição do AII tende a ser um mecanismo complementar criado para reduzir o
problema de assimetria de informação.

A existência de auditoria interna numa entidade está fortemente ligada à dimensão da


estrutura. Os compromissos com regulamentos internacionais de governação implicam uma
elevada gestão e controlo interno. Assim, nota-se no artigo em questão que as maiores
empresas são as que têm um maior nível de controlo interno e de auditoria interna pois

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exigem um maior controlo para compensar a perde do controlo direto e o problema de
assimetria de informação entre os proprietários e os agentes executivos.

Barbier (1992, pp.13-14), afirma que “a empresa possui um controlo interno quando, na sua
globalidade, está dotada de uma organização própria de antecipação dos riscos a fim de
minimizar as consequências e optimizar a sua performance”.

É também uma evidência que existe uma maior propensão à auditoria interna em empresas
com um elevado nível de risco interno. Uma empresa com um elevado nível de risco tem,
por norma, maiores distorções nos seus relatórios financeiros, assim, é de elevada
importância uma auditoria interna eficaz e eficiente de modo a reduzir estas erros.

Assim como, a evidência da auditoria interna em empresas familiares e não familiares. Existe
uma maior propensão à auditoria interna em empresas não familiares ou mistas visto que
estas têm um maior controlo e gestão no alcance dos seus objetivos.

Um departamento de auditoria eficaz usa a auditoria interna como uma ferramenta


complementar à gestão de modo a aumentar o controlo das atividades da organização e por
isso a regular os custos e recursos utilizados.

4. Conclusão

Ao longo da história a auditoria interna veio a assumir diferentes relevos vindo tornar-se
cada vez mais importante na boa prática da gestão e ajudando a colmatar erros do passado.

Uma vez que as empresas devem ter as suas contas regularizadas, sem erros ou corrupções,
é fundamental que a informação seja transmitida de forma transparente dando, por isso uma
imagem límpida da situação da empresa em determinado período. Contudo, como se
verificou ao longo da análise deste artigo nem sempre foi assim e por isso, no caso específico
do Reino Unido, a auditoria interna apareceu para colmatar os escândalos financeiros da
época.

Os objetivos principais desta análise era, precisamente, abordar a auditoria interna e


relacioná-la com a boa prática e com o seu uso voluntário nas entidades do Reino Unido.
Assim, primeiramente foi resumido o artigo para que pudéssemos compreender melhor o
quais os fatores que influenciaram o uso voluntário da auditoria interna, terminado com uma

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análise a esses fatores. A realização desta análise foi baseada no artigo e foram também
consultados livros, dissertações e artigos que nos ajudaram a saber mais deste assunto.

Como mencionado anteriormente, nem sempre a auditoria interna existiu. No entanto,


fatores como as lacunas aquando da sua inexistência, a necessidade de um maior controlo
interno, de uma crescente dimensão das empresas, de ajuda à auditoria externa, etc, levaram
a que hoje a auditoria interna seja uma aliada dos gestores de topo na otimização da sua
performance.

Assim, o desenrolar desta análise foi importante para que conseguíssemos entender a
importância da auditoria interna para uma entidade.

5. Bibliografia

• Maximiano, António César, (1992), “Introdução a Administração”, 3ª edição, São


Paulo.
• Tribunal de Contas, (1999), “Manual de Auditoria e de Procedimentos”, Volume I,
Lisboa.
• Santi, P. A., (1988), “Introdução à auditoria”, São Paulo, Editora Atlas.
• Barbier, Etienne, (1992), “Auditoria Interna”, Edições Cetop.
• Teixeira, Maria de Fátima, (2006), “O contributo da Auditoria Interna para uma
gestão eficaz”, Dissertação de Mestrado em Contabilidade e Auditoria
• “Factors affecting the voluntary use of internal audit: evidence from the UK”

Webgrafia:

https://www.tcontas.pt/pt-pt/NormasOrientacoes/ManuaisTC/Documents/Manual_vol1.pdf

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