Linguagem Juridica
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Linguagem Juridica
3 Vocabulário Jurídico
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Outro erro seria acreditar que a linguagem do direito é fixa. Ela evolui. A
importância do neologismo no vocabulário jurídico é a principal manifestação
dessa evolução. A renovação da linguagem do direito não é uniforme; varia em
função da área, manifestando-se principalmente nas matérias que são objeto
de reformas fundamentais. Essa renovação é sobretudo um ato de legislação.
Não somente porque a jurisprudência poderia ser mais conservadora, mas
porque o poder de nomear, sobretudo quando ela acompanha a reforma do
direito, é uma prerrogativa de soberania. O nominalismo é principalmente
legislativo.
Isto sugere, de maneira simples, mas firme, uma direção àquele que
fala. A máxima se volta contra o autor da mensagem. Ela requer dele a clareza,
exige que ele se faça compreender. A máxima jurídica tem um corolário
linguístico: o dever de ser claro. Se a ninguém é dado ignorar a lei, aquele que
faz a lei está sob a lei de saber fazer-se entender. Mas esse dever de clareza é
de ordem prescritiva, é uma recomendação linguística que depende, lato
sensu, do direito linguístico, não da observação linguística.
A linguagem do direito, pois, não é uma língua e não é una. Mas esta
linguagem existe sob a forma de dois elementos que a constituem in intellectu,
em seu vocabulário, e in actu, em seu discurso, em diversos níveis e diversas
relações que, sobre um fundo comum, fazem viver múltiplas manifestações.