Apostila Armeiro

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 75

CURSO DE ARMEIRO / CITE

Uma das profissões mais antigas da humanidade é a de armeiro. Ela surge com o advento
das primeiras armas, antes mesmo das chamadas armas de fogo. Desde o momento em que o
homem começa a produzir armas ele também dá início a um conjunto de ações de limpeza,
manutenção, reparo, substituição de peças, e até mesmo estética. A arma deixa de ser um mero
instrumento de uso e passa efetivamente a ser um instrumento trabalhado por especialistas.

Ao longo dos séculos o ofício de armeiro ganha novos ares que seguem paralelamente a
evolução tecnológica das próprias armas. Na prática, o armeiro é inicialmente o próprio produtor
das armas; diferentemente de hoje que em sua maioria e essência são produzidas por máquinas
e engenheiros diversos. Mesmo assim os armeiros têm contribuído direta e indiretamente na
produção e melhoria de todo e qualquer equipamento bélico tratado como arma. O dia a dia e a
experiência do armeiro são elementos essenciais para repensar design, estrutura, materiais,
cores, tratamentos, etc.

Imagem 1The Gunsmith Shop art print by Edgar Melville Ward. Imagem 2 The Gunsmith workshop by David Fulton

O termo armeiro é, no senso comum coletivo e no imaginário humano, uma função que
tem sua lida diretamente relacionada à arma de fogo. O armeiro é o profissional que limpa, faz
manutenção, modifica, repara, projeta e desenvolve, estiliza e gera modificações e adaptações
para usos especiais de armas, dentre outras funções. Mas é importante salientar que o termo
armeiro não é especifico para aqueles que trabalham diretamente com armas de fogo, e sim
aquele que trabalha com armas, independentemente de seu uso, material, construção, etc. Na
Idade Média, por exemplo, os armeiros trabalhavam não apenas com armas, mas também
capacetes, escudos, armaduras, armaduras de cota de malha, etc. De modo geral também
trabalhavam diretamente com elementos químicos, como por exemplo a pólvora.

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


1
Embora tão antiga quanto o ser humano, a função e cargo de armeiro somente foi criada
oficialmente no início do século XVIII pelo rei Felipe V, rei da Espanha. (Diccionario militar:
contiene las vocês técnicas, términos, locuciones y modismos antiguos y modernos de los
ejércitos de mar y tierra. J. D. W. M, Imp. D. Luis Palacios, 1863. Link Google Books adicionado
em 08/03/2015).

Provavelmente o advento das grandes guerras mundiais, especialmente a II Guerra


Mundial, o cenário do armeiro é substancialmente modificado com a inserção de cientistas
especializados no arcabouço da armaria. Que o digam os projetistas de armas icônicas como o
“Grande Gustav” ou mesmo os simples e imponentes Tiger e Panzer, ambos modelos de tanque
da II Guerra. Daí então armas clássicas como a plataforma AK e a plataforma AR são
desenvolvidas com uma maior concentração técnica exterior ao armeiro em si. O próprio AR-15
tem seu berço em industrias e materiais espaciais. Sua tecnologia é um novo patamar para o
horizonte atual de nossa conjectura no mundo das armas. Mas mesmo assim o armeiro continua
sendo e será elemento primordial no mundo das armas.

O EXERCÍCIO DO OFÍCIO

De modo geral o armeiro pode trabalhar em diversos segmentos, sejam eles físicos ou
mesmo de tendências de capacidade técnico-intelectual. Existem especializações dentro do
ofício. A mais comum no Brasil e no mundo é a de armeiro mecânico. Nessa especificação o
armeiro é literalmente um mecânico de armas. Ele entende de processos de montagem,
desmontagem, funcionamento, mecânica, reparos, troca e substituição de peças, etc. Mas essa
não é a única especificação do ofício. Existem muitas outras áreas de serviço para o armeiro,
como por exemplo o ramo da tornearia, do trabalho em madeira, tratamento químico, engraving,
estética, etc.

Atualmente é comum ver a presença desses profissionais em áreas como arsenais


militares e de forças de segurança pública e privada, industrias bélicas, oficinas autônomas e
contratantes, lojas de artigos militares, clubes de tiro, academias, armarias/armerias
(https://www.dicio.com.br/armaria, acessado em 04/01/2021), etc. Ou seja, o curso
de armeiro para credenciamento na PF (Polícia Federal) é apenas um passo de uma longa
caminhada cheia de ramificações das mais diversas aprendizagens e saberes que o armeiro
poderá se enveredar, a depender de sua vocação ou objetivo profissional.

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


2
Atualmente as próprias empresas fabricantes de armas têm procurado capacitar armeiros
para o trabalho direto com seus equipamentos. Além disso, uma infinidade de cursos tem se
multiplicado em todos os continentes. Aqui no Brasil não em sido diferente. Em países com
tradição bélica e armamentista, como os EUA, essa tendência se amplia para instituições privadas
de capacitação avançada.

Alguns desses cursos, como mostrado na imagem abaixo, tem como meta a especialização
ou mesmo inicialização do armeiro no mundo técnico das armas. São oferecidos cursos de
parkerização, oxidação, cerakote, headspace, bolt action, modificações de canos e ferrolhos,
princípios de blowback, customização, balística, disparos e testes, metalurgia, solda cáustica,
etc.

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


3
Um importante passo é pesquisar acerca da função e de como se aperfeiçoar no que você
pretende realizar enquanto armeiro. Os artigos abaixo poderão criar um norte para sua nova
jornada. Ao acessar cada um deles poderá optar por traduzir a página de inglês para português.
1. http://educationportal.com/articles/How_to_Become_a_Gunsmith_Education_and_Career_Roa
dmap.html
2. http://www.taogart.org/faq.html
3. http://degreedirectory.org/articles/Gunsmith_Become_a_Gunsmith_in_5_Steps.html
4. http://www.becomegunsmith.org/

SUCESSO NA PROFISSÃO

Um importante fato na profissão do armeiro é que para muitos ser armeiro é não apenas
um ofício, mas uma espécie de sacerdócio onde o profissional não pode apenas ter o desejo de
ser armeiro, precisa ser vocacionado. No entanto essa é uma visão romantizada da profissão. O
profissional armeiro é um profissional como qualquer outro, que busca conhecimento e
especialização em sua área. Alguns com mais facilidade que outros para absorver, empregar e
difundir conhecimento, mas acessível à todos que tenham o desejo real de procurar se
especializar no ofício. De modo geral poderíamos apontar os profissionais como um todo,
especialmente o armeiro, no quadro abaixo.

A meta de todo bom profissional no ramo da armaria deverá sempre a de ser um armeiro
CONSCIENTE E COMPETENTE. Não será o suficiente saber fazer sem saber por que se faz,
bem como será insuficiente da mesma forma saber por que fazer e não conseguir efetivamente
fazer. A junção desses dois elementos é o grande segredo para a excelência na armaria/armeria,
e tal junção somente se dará por meio de mais dois elementos: PRÁTICA E ACUMULO DE
CONHECIMENTO.

É importante perceber que o bom armeiro não será aquele que possui a habilidade de
montar e desmontar toda e qualquer arma, mas sim o que conseguiu criar, ao longo dos anos
de profissão e da experiência acumulada, uma capacidade técnica de entender os mecanismos
de funcionamento do armamento. E não apenas entende-los, mas sobretudo ser capaz de
identificar o seu correto ou incorreto funcionamento; o melhor modo ou meio de customizar; as
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
4
melhores e mais apropriadas complementações da arma segundo a necessidade do operador
(seja um CAC, praticante de IPSC ou IDSC, um operador da área de segurança, um civil
possuidor de posse, etc), dentre outros pontos do segmento da profissão.

FERRAMENTAL
Assim como na maioria das profissões, o armeiro tem um conjunto ferramental mínimo e
necessário para trabalhar direta e indiretamente com as armas em si. A complexidade do
ferramental utilizado pelo armeiro dependerá diretamente da complexidade do serviço a ser
realizado em determinada arma ou peça. São ferramentas que saem do básico (como chave de
fenda e alicate) até elementos complexos computadorizados como máquinas de gravação a laser.
Mas ao fim, tudo seguirá um dueto de princípios: prática e busca de conhecimento para
ampliação de seu cabedal de conhecimento.

Dentre as ferramentas mais comuns ao uso no cotidiano de um armeiro seguem as


seguintes:

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


5
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
6
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
7
É importante salientar que não necessariamente um armeiro precisará ou fará utilização
de todas as ferramentas acima listadas, bem como é importante perceber que muitas das
ferramentas por ele utilizadas não se encontram no cenário acima apontado. O cotidiano irá
impondo gradualmente ao armeiro a necessidade de aquisição de material, bem como a variação
de seus elementos comuns, como por exemplo o martelo: um armeiro não pode ter sua visão
limitada a ter um martelo para sua oficina, mas diversos martelos (de peso, pena, borracha,
bronze, etc) para aplicação em situações distintas. O mesmo poderá ser visto em outras
ferramentas de seu cotidiano (chaves de fenda, alicates, lixas, saca pinos, escovas, blocos de
desmontagem, luvas, óculos, óleos, tintas, etc).

CREDENCIAMENTO NA PF
O presente curso tem como um de seus objetivos primários capacitar cada um dos alunos
para realizar o teste de credenciamento da Polícia Federal para a função de armeiro. A Polícia
Federal é o órgão responsável, em nosso país, pelo credenciamento de armeiros. Cabe ao futuro
armeiro determinar que vantagens e desvantagens existem em se credenciar como armeiro junto
à PF.

Aqui no RN por exemplo o aluno poderá se dirigir para página específica da PF para
credenciamento da PF: http://www.pf.gov.br/servicos-pf/armas/armeiros. Em termos
gerais a PF possui em seu site um link de aviso do edital de credenciamento para licenciamento
de armeiros. A lei 10.826/2003 prevê a necessidade de obtenção de licença junto à PF para o
exercício da atividade (embora exista uma série de revogações). Mas é importante ressaltar que
existe um número enorme de profissionais que optam pelo não credenciamento, bem como outra

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


8
gama de profissionais que não conseguem se credenciar por serem servidores públicos que
trabalham como armeiros institucionais.

O interessado no credenciamento e licenciamento deverá procurar a superintendência da PF


de sua cidade e preencher formulário próprio para tal solicitação. O formulário poderá ser
encontrado no próprio site da PF (http://www.pf.gov.br/servicos-
pf/armas/normativos/Formulario_Armeiro.pdf).

Segundo a própria PF: “O exercício da atividade de armeiro está condicionado à licença


expedida pela Polícia Federal, que procederá à vistoria das instalações da oficina para
verificação da adequação dos locais de guarda do armamento, dos equipamentos para
conserto das armas e, se for o caso, do local designado para teste de disparo das armas de
fogo, sem prejuízo da realização de vistorias inopinadas no exercício da fiscalização.” Um
outro meio que o candidato poderá se valer é o próprio site do governo que explica de forma mais
clara a emissão da licença do armeiro: https://www.gov.br/pt-br/servicos/emitir-a-credencial-de-
armeiro.

Os requisitos mínimos para se tornar um armeiro credenciado e licenciado são os seguintes:

• Ter idade mínima de 25 anos;


• Apresentar foto 3x4 recente;
• Original e cópia, ou cópias autenticadas, do documento de identificação e cpf;
• Original e cópia, ou cópia autenticada, do certificado de registro – cr, concedido pelo
comando do exército, caso necessite utilizar produtos controlados, conforme disposto no
decreto no. 3.665, de 2000;
• Comprovantes de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de antecedentes
criminais fornecidas pela justiça federal, estadual, militar e eleitoral e de não estar
respondendo a inquérito policial ou a processo criminal, que poderão ser fornecidas por
meios eletrônicos;
• Cópia autenticada do contrato social ou da ata da assembleia de criação da empresa, bem
como da última alteração do contrato social, todas acompanhadas de tradução oficial,
quando for o caso, ou cópia autenticada do comprovante de inscrição municipal, no caso de
profissional autônomo;
• Comprovante de aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, atestada em laudo
conclusivo fornecido por psicólogo credenciado pela polícia federal; e
• Comprovante de capacidade técnica para a montagem e desmontagem das seguintes
espécies de arma de fogo: revólver, pistola, carabina e espingarda

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


9
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
10
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
11
PORTARIA N. 2259/2011-DG
Regulamenta o exercício da atividade de armeiro no Brasil.

PORTARIA No. 2259/2011-DG/DPF, DE 10 DE MAIO DE 2011


O DIRETOR-GERAL DO DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL, no uso da atribuição que lhe é conferida pelo
inciso IV do artigo 28 do Regimento Interno do DPF, aprovado pela Portaria no. 3.961, de 24 de novembro de 2009,
do Excelentíssimo Senhor Ministro de Estado da Justiça, publicada na Seção 1 do DOU no. 225, de 25 de novembro
de 2009,
CONSIDERANDO o disposto no inciso VIII do art. 2o. da Lei no. 10.826, 22 de dezembro de 2003, que prevê
competir ao SINARM cadastrar os armeiros em atividade no país, bem como conceder licença para exercer a
atividade;
CONSIDERANDO o disposto no art. 24 da Lei no. 10.826, de 2003, que prevê que, excetuadas as atribuições
reservadas ao SINARM, compete ao Comando do Exército autorizar e fiscalizar a produção, exportação,
importação, desembaraço alfandegário e o comércio de armas de fogo e demais produtos controlados; e
CONSIDERANDO o disposto no Decreto no. 3.665, de 20 de novembro de 2000, o chamado Regulamento para
Fiscalização de Produtos Controlados (R-105), que tem por finalidade estabelecer as normas necessárias para a
correta fiscalização das atividades exercidas por pessoas físicas e jurídicas que envolvam produtos controlados
pelo Exército, definindo em seu art. 3o., inciso XXIV, o armeiro como “mecânico de armas”,
RESOLVE:

Art. 1o. O exercício da atividade de armeiro está condicionado à licença expedida pela Polícia Federal, que
procederá à vistoria das instalações da oficina para verificação da adequação dos locais de guarda do armamento,
dos equipamentos para conserto das armas e, se for o caso, do local designado para teste de disparo das armas
de fogo, sem prejuízo da realização de vistorias inopinadas no exercício da fiscalização.

§ 1o. As armas de fogo entregues ao armeiro para reparo não poderão ficar expostas no local de trabalho, devendo
ser guardadas em armário ou compartimento seguro, diverso daquele destinado à munição, e com dispositivos
que impeçam seu pronto uso, como correntes, trancas, cadeados de gatilho ou outros dispositivos assemelhados.
§ 2o. O local de trabalho deverá possuir acessos que impeçam ou dificultem a entrada indevida de pessoas e a
subtração de materiais, devendo ser protegido com grades metálicas extensíveis às portas, janelas e vigias, e
dispositivos de segurança tais como alarmes, câmeras, trancas eletrônicas ou outros assemelhados.
§ 3o. O depósito e armazenamento de munições e outros produtos controlados deve seguir as regras estabelecidas
no Decreto no. 3.665, de 2000.
§ 4o. As vistorias nas instalações serão realizadas seguindo os critérios estabelecidos no Anexo I.
§ 5o. Poderá ser concedido prazo de até 60 (sessenta) dias para adequação das irregularidades constatadas
durante a vistoria (Anexo II).

Art. 2o. O interessado em exercer a atividade de armeiro deverá solicitar o seu cadastramento junto a uma
unidade da Polícia Federal, mediante formulário próprio (Anexo III), devidamente preenchido, acompanhado dos
seguintes documentos:

I – original e cópia, ou cópias autenticadas, do documento de identificação e CPF;

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


12
II – original e cópia, ou cópia autenticada, do Certificado de Registro – CR, concedido pelo Comando do Exército,
caso necessite utilizar produtos controlados, conforme disposto no Decreto no. 3.665, de 2000;
III – comprovantes de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de antecedentes criminais
fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito policial ou a
processo criminal, que poderão ser fornecidas por meios eletrônicos;

IV – cópia autenticada do contrato social ou da ata da assembléia de criação da empresa, bem como da última
alteração do contrato social, todas acompanhadas de tradução oficial, quando for o caso, ou cópia autenticada do
comprovante de inscrição municipal, no caso de profissional autônomo;

V – comprovante de aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, atestada em laudo conclusivo
fornecido por psicólogo credenciado pela Polícia Federal; e

VI – comprovante de capacidade técnica para a montagem e desmontagem das seguintes espécies de arma de
fogo: revólver, pistola, carabina e espingarda.

§ 1o. O comprovante de capacitação técnica, de que trata o inciso VII do caput, deverá ser expedido por instrutor
de armamento e tiro da Polícia Federal, indicado pelo Serviço Nacional de Armas, e deverá atestar,
necessariamente:
a) conhecimento da conceituação e normas de segurança pertinentes às armas de fogo;

b) conhecimento específico dos componentes e partes das armas de fogo; e

c) manuseio, montagem e desmontagem de armas de fogo.

§ 2o. A Polícia Federal poderá disponibilizar acesso a sistema eletrônico para o requerimento do cadastramento de
que trata o caput deste artigo.
§ 3o. A licença para o exercício da atividade de armeiro será válida por 5 (cinco) anos, cabendo ao interessado
realizar o requerimento de renovação.

Art. 3o. No exercício de sua atividade o armeiro deverá relacionar, em livro próprio, com campo de entrada e saída,
os dados da arma de fogo, de seu proprietário e o tipo de serviço a ser realizado, devendo manter, inclusive no
interior de sua oficina, as Guias de Trânsito, emitidas pela Polícia Federal, ou Guias de Tráfego, emitidas pelo
Comando do Exército, que autorizaram o transporte da arma até o estabelecimento.
§ 1o. No caso de pessoa autorizada a portar arma de fogo, a Guia de Trânsito poderá ser substituída por cópia do
documento que autorize o porte.
§ 2o. O livro de controle da atividade do armeiro deverá ter suas folhas numeradas e rubricadas, contendo, no
mínimo, as seguintes informações: nome do proprietário, CPF, número de série da arma, calibre, serviço a ser
realizado, data de entrada e data de saída.
§ 3o. A Polícia Federal poderá disponibilizar aos armeiros licenciados acesso a sistema eletrônico para
preenchimento das informações de que trata o caput deste artigo.

Art. 4o. O armeiro não poderá prestar qualquer serviço aos possuidores de armas de fogo não registradas ou sem
os documentos de que trata o artigo anterior, devendo, nesse caso, informar imediatamente à Polícia Federal.

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


13
Art. 5o. É vedado ao armeiro a realização de recarga de munição, assim como adquirir, deter ou manter em
depósito equipamento ou material destinado a esse fim.

Art. 6o. É de responsabilidade dos armeiros licenciados o processo de aquisição de materiais e peças de reposição
para o conserto de armas de fogo, conforme Decreto no. 3.665, de 2000.
§ 1o. A aquisição de peças de reposição e demais produtos controlados de que trata o caput, diretamente no
fabricante ou por importação, dependerá de prévio registro do armeiro junto ao Comando do Exército e de
autorização específica para aquisição e manuseio de produtos controlados.
§ 2o. É vedada a modificação das características da arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de fogo
de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito
ou juiz.

Art. 7o. A licença concedida ao armeiro não implica autorização para a fabricação artesanal de armas, armações,
canos, ferrolhos, e nem para a comercialização do material que tiver posse em razão de seu ofício.

Art. 8o. O descumprimento de quaisquer das cláusulas previstas nesta Portaria poderá resultar na cassação da
licença para o exercício da atividade de armeiro, sem prejuízo das sanções penais cabíveis.

Art. 9o. Esta Portaria entra em vigor da data de sua publicação no Boletim de Serviço.

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


14
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
15
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
16
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
17
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
18
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
19
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
20
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
21
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
22
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
23
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
24
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
25
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
26
LIMPEZA E MANUTENÇÃO DE ARMAMENTOS
Um dos papéis mais comuns ao ofício do armeiro é a limpeza e manutenção das armas
com as quais ele trabalha, seja nas que realiza qualquer reparo, substituição de peças ou
customização, bem como nas que ele receberá de clientes para o simples fato de “limpar” a arma
ou verificar os mecanismos de funcionamento. O tempo mostrará ao armeiro que de modo geral
maior parte dos problemas em qualquer arma são decorrentes desses dois itens: ausência de
limpeza e manutenção, ou mal uso do operador.

De acordo com a R-105 Cap. II, art. 3, Inciso XIII arma de fogo é toda e qualquer
“arma que arremessa projéteis empregando a força expansiva dos gases gerados pela
combustão de um propelente confinado em uma câmara que, normalmente, está solidária a um
cano que tem a função de propiciar continuidade à combustão do propelente, além de direção e
estabilidade ao projétil”. Ou seja, a arma é essencialmente um elemento mecânico que necessita
de cuidados, limpeza e manutenção. Desse modo será comum na vida de um profissional armeiro
a realização dessas duas ações: LIMPEZA E MANUTENÇÃO.

Segundo o Manual do T4 da Taurus, em sua página 4, “armas são equipamentos


mecânicos de precisão e devem ser submetidas a manutenção constante para evitar
funcionamento inadequado que coloque em risco a vida do usuário e de terceiros”. O
armeiro é um dos responsáveis direto pela conscientização do operador quanto a necessidade
de limpeza e manutenção de seu equipamento, não apenas como aspecto de higiene ou estética
da arma, mas também como fator determinante de “risco a vida do usuário e de terceiros”.

Todo material bélico necessita de dois princípios básicos para seu bom funcionamento:
conhecimento do operador acerca do material, e manutenção adequada. Afinal, a arma é de fato
um mecanismo. Vale salientar que em geral os manuais aconselham a realizar manutenção em
períodos específicos:

1. QUANDO NOVA E FOR SER UTILIZADA PELA PRIMEIRA VEZ, RETIRANDO EXCESSOS.
2. UMA VEZ POR MÊS.
3. APÓS CADA UTILIZAÇÃO.
4. APÓS DETERMINADO NÚMERO DE DISPAROS (A DEPENDER DA ARMA E DETERMINAÇÃO DO MANUAL
DA ARMA)
5. MEDIANTE AÇÃO DE INTEMPERES

Devemos ser cientes que tais orientações são trilhas, e não trilhos onde ficamos presos
sem ter novas perspectivas. Em geral podemos acrescentar a isso um dos fatores determinantes:
a intempérie a qual a arma é exposta. Considerando que esse é um fator variável, devemos ter
a capacidade de analisar caso a caso quanto a necessidade de limpeza e manutenção.

Conforme Manual da Série Polímero 24/7 e Série 600 da Taurus (MANUTENÇÃO


PREVENTIVA E PROCEDIMENTO DE MANUTENÇÃO, páginas 21-22), e comum às armas
curtas de um modo geral, a limpeza pode ser realizada em pelo menos quatro itens:

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


27
6. Cano: Uma vez desmontada a arma, o cano e a câmara podem ser facilmente limpos
usando uma escova apropriada. Solventes específicos para armas de fogo podem ser
utilizados para a limpeza. A parte interna do cano e câmara devem ser secos após a
limpeza.

7. Ferrolho: O ferrolho deve ser limpo de forma a retirar quaisquer partículas estranhas.
Para a limpeza do ferrolho deve-se utilizar uma escova apropriada. A face da culatra e a
área abaixo do dente do extrator devem ser cuidadosamente limpas com uma escova e
ficar completamente livres de partículas e detritos.

8. Armação: A armação deve ser limpa externamente com o uso de um pano macio. As
partes internas devem ser limpas utilizando uma escova macia. Solventes específicos para
armas de fogo podem ser utilizados. Os solventes devem ser retirados completamente e
a armação seca e limpa.

9. Carregador: Quando necessário, o carregador pode ser limpo com uma escova macia. A
mola e o transportador podem ser limpos com um pano macio. Caso sejam utilizados
solventes, eles devem ser completamente retirados das peças antes da montagem para
evitar a contaminação das munições.

De modo geral a lubrificação da arma, após sua limpeza, deve ser realizada por meio de
óleo apropriado para arma, com um auxílio de um pano macio. É importante que as guias dos
mecanismos sejam lubrificadas, bem como os mecanismos de gatilho e de percussão.

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


28
É importante realizar continuamente a manutenção e verificação dos chamados
mecanismos de segurança, e do conjunto de extração e alerta de segurança, que em alguns
casos poderá vir a causar panes na arma. Dentre os mecanismos de segurança dessa série, que
necessitam cuidado especial no processo de limpeza e manutenção, o que vai variar de arma
para arma, podemos destacar os abaixo mostrados:

É importante perceber que os processos de LIMPEZA E MANUTENÇÃO são operações


distintas. Limpar é efetivamente retirar a sujeira da arma. A limpeza poderá ser realizada em
pelo menos quatro etapas, a depender da condição da arma:

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


29
No primeiro momento é efetivamente aquele em que o armeiro simplesmente REMOVE a
sujeira da arma, seja com a mão, com um pano ou flanela, escova específica, etc. Em casos
onde a arma apresenta sujeiras que tendem a permanecer o armeiro deverá passar à aplicação
de produtos específicos para que a sujeira seja DISSOLVIDA e o profissional possa então
REMOVER seus resquícios. Caso a “sujeira” não seja dissolvida com a simples aplicação de
produtos o armeiro deverá buscar elementos (materiais) capazes de ROMPER a sujeira
apresentada, como por exemplo utilizar ferramentas e não apenas produtos. Em estágios mais
avançados de sujeira o profissional deverá aplicar produtos que possam INTERROMPER
processos que danifiquem o mecanismo.

Limpar adequadamente uma arma é um passo óbvio para qualquer pessoa que porta
armas, e é absolutamente necessário para uma maior segurança e eficácia! Fazer a manutenção
é a melhor chance do armeiro ou operador inspecionar sua arma e componentes para identificar
desgaste excessivo ou danos internos. Uma arma com manutenção inapropriada ou sem
manutenção torna-se menos confiável. Numa arma de fogo será sujeira tudo aquilo que, ao
longo do tempo, poderá impedir o livre movimento de suas peças móveis, ou então que iniciar
ou agravar algum processo de corrosão, que tenha potencial de afetar a eficácia, segurança ou
mesmo a aparência da arma.

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


30
CLASSIFICAÇÃO DA ARMA

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


31
SISTEMAS DE ACIONAMENTO
AÇÃO SIMPLES: Sistema em que o gatilho age apenas como desarmador do sistema de disparo
da arma.

AÇÃO DUPLA: Sistema onde a arma é acionada sem engatilhar manualmente o cão. Nele o
gatilho interage entre mecanismos e engatilha e libera o mecanismo de disparo da arma.

DUPLA AÇÃO: Sistema que a arma possuir por ter a possibilidade de ser acionada por ação
simples e dupla.

AÇÃO HÍBRIDA: Corresponde ao sistema safety action da Glock. Nele existe aproximadamente
1/3 de armação e arrasto do gatilho.

PISTOLA PATAFORMA BERETTA

Uma das plataformas mais conhecidas em nosso país é a plataforma Beretta, cuja
fábrica remonta em suas origens ao ano de 1526 na Itália. É hoje a fábrica de componentes
de arma de fogo mais antiga do mundo. Para mais informações acerca dessa impressionante
indústria o pesquisador poderá acessar os sites abaixo:

• https://www.beretta.com/en/
• https://www.berettausa.com/en-us/
• https://www.berettadefensetechnologies.com/
• https://estore.beretta.com/en-eu/store/spare-parts/handgun-spare-parts/90-series/

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


32
No Brasil a origem de armas nesse modelo de plataforma remonta à instalação de sua
tecnologia atrelada à Taurus. Em fins da década de 1970 e início da década de 1980 a Beretta
deixa o Brasil e a Taurus passa a fabricar seus componentes na antiga fabrica em SP. A
Taurus dá início a produção de modelos como a PT92, cópia da Beretta 92, mas com
pequenas mudanças, como por exemplo no design do guarda mato.

Da PT92 até os dias atuais a Taurus inovou e modificou o projeto por diversos calibres e
tamanhos de armas. A primeira delas foi a PT99, em seguida uma série de outras armas
nessa plataforma ganharam o mercado brasileiro: 7.65 (.32 AUTO), PT58 e PT59, PT92AF,
PT92AFS, PT92SS, PT92C, PT99AF, PT917C, PT917CS, PT100, PT101, etc.

As armas da Taurus oriundas da plataforma Beretta são respeitadas por todas as esferas
de personagens que possuem acesso à armas. Sua robustez, seu designe, sua origem, e
especialmente sua fama de boa arma, fazem com que a “Série Metálica” – correspondente
direta da plataforma Beretta na Taurus- seja respeitada e admirada por todos.

Abaixo segue o modelo de vista explodida da plataforma retirado diretamente do site da


Beretta:

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


33
PLATAFORMA 1911
Uma das plataformas clássicas no mundo das armas é a 1911, oriunda do projeto de um
dos maiores armeiros que o mundo já conheceu: JOHN MOSES BROWNIG. Browning foi o
responsável pelo projeto de uma das armas mais utilizadas e produzidas em todo mundo: Pistola
Colt 1911 calibre .45 ACP.

Desde sua produção original até os dias atuais incontáveis armas e plataformas foram
influenciadas, replicadas e até mesmo simplesmente copiadas da COLT 1911. Mas independente
da indústria que as fabrique o mais importante é a compreensão do seu funcionamento mecânico.
Seguem abaixo algumas imagens que poderão auxiliar sua compreensão do funcionamento
dessa plataforma clássica.

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


34
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
35
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
36
LISTA GENÉRICA DE CORREÇÕES PARA ARMAS CURTAS (PISTOLA)
INCIDENTE CAUSA CORREÇÃO
Falha na 1. Percussor 6. Substituir peça
Percussão quebrado/Gasto 7. Substituir peça
2. Mola do percussor 8. Repetir tiro/Troca
quebrada 9. Substituir a peça
3. Defeito Munição 10.
4. Impulsor da trava do 11. Limpeza e
percussor quebrado lubrificação nas
5. Pino e mola da trava do peças
percussor trancados
Falha na 1. Desgaste no extrator 6. Substituir peça
Extração 2. Mola do extrator fraca 7. Substituir peça
3. Câmara com resíduos 8. Limpeza
4. Ejetor quebrado 9. Substituir peça
5. Quebra ou 10. Substituir peça
empenamento do
mergulhador
Falha na 1. Resíduos na rampa 8. Limpeza
Alimentação 2. Resíduos no carregador 9. Limpeza
3. Lábios do carregador 10. Substituir peça
deformados
4. Munição deformada 11. Substituir peça
5. Extrator muito justo 12. Ajuste manual
6. Transportador 13. Substituir peça
deformado 14. Substituir peça
7. Mola do carregador
deformada
Segurança da 1. Dente da armadilha 9. Substituir peça
arma 2. Dente do eixo do 10. Substituir peça
Registro de Segurança
3. Eixo do registro de 11. Substituir peça
segurança
4. Mola do mergulhador 12. Limpeza
presa 13. Substituir peça
5. Mola do registro gasta 14. Substituir peça
6. Dente do cão 15. Substituir peça
danificado 16. Substituir peça
7. Cão não faz a 1ª monta
8. Mola da armadilha
quebrada
Dupla ação não 1. Monta de engate do 3. Substituir peça
funciona tirante com desgaste
4. Limpeza

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


37
2. Gatilho preso por
limalhas
Cão não 1. Armadilha quebrada 3. Substituir peça
permanece 2. Mola da armadilha 4. Substituir peça
armado após quebrada ou sem força
ciclagem
Ferrolho não 1. Elevador do carregador 3. Substituir peça
permanece preso
aberto após o 2. Dente do retém curto 4. Substituir peça
último disparo ou quebrado
Retém do 1. Mola deformada ou 2. Substituir peça
carregador não quebrada
trava o
carregador
Gatilho não 1. Mola danificada 2. Substituir peça
retorna após
disparo

ESPINGARDAS

Uma das armas mais conhecidas e temidas da humanidade é a espingarda, seja ela de
um cano ou mais, de acionamento pump ou semi-automático, um ou mais tiros, de cano
curto ou longo, etc. No Brasil a espingarda mais conhecida pelo público geral é a “Espingarda
calibre 12”, chamada de “12 Gauge” nos EUA. É importante perceber que essa medida é feita
em libra e não em grama. Nesse modelo sistema métrico é substituído de cm por polegadas.

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


38
As espingardas são armas pouco conhecidas e pouco entendidas, mesmo por
pessoas que as utilizam diariamente. Essas armas são dotadas de características
que as tornam praticamente insuperáveis ... a aparência dela e a sua sólida
reputação intimidam muito e fazem com que ela seja levada a sério em um
confronto armado... O uso correto das munições existentes vai completar essa
vantagem, por isto elas devem ser do conhecimento do operador da arma.

De modo geral poderíamos classificar as espingardas como mostrado abaixo, mas


também devemos ter em mente que essa não pode ser a classificação geral para todas essas
armas. Existem atualmente, por exemplo, espingardas com o cano raiado, o que fugiria
desse modelo de classificação.

Quanto a alma do cano: lisa

Quanto ao funcionamento: de repe3ção/semiautomá3ca ou automá3ca

Quanto ao emprego: cole3vo

Quanto ao 3po: de portá3l

Quanto ao funcionamento: muscular sobre mecanismo

Quanto ao sen3do da alimentação: retrocarga

Quanto à refrigeração: a ar

Quanto à alimentação: manual

Para entender o “calibre” da espingarda:

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


39
Desse modo se estivermos diante de uma espingarda “calibre 16”, estaremos diante
de um cano cuja medida seja correspondente a 1/16 (um dezesseis avos) de libra. Assim
podemos concluir que quanto maior a referência da espingarda, menor será a medida
correspondente da sua esfera de chumbo com massa proporcional a libra original da medida
(1 Lb=4453,6g).

Além da medida em Gauge ou diâmetro, as espingardas também se caracterizam pelo


modo como se dá a saída e dispersão de sua munição após o disparo. É o chamado “choque”.
Veja na imagem abaixo a diferença entre os mais comuns em nosso país.

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


40
Mas é importante perceber que a listagem de choke/choque é muito mais ampla,
conforme imagem abaixo:

De modo geral poderíamos definir o choque como a capacidade de formatar o tipo de


agrupamento pretendido pelo operador da arma. Em situações reais como no meio policial é
muito comum a utilização de um choque cilíndrico. Esse modelo de choque é amplamente

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


41
utilizado por todas as forças policiais de nosso país. Outro exemplo clássico de necessidade
de alta dispersão seria a competição de tiro ao prato. Nessa modalidade quanto mais a
munição tiver amplitude de dispersão, mais provável será o fato de acertar o alvo. Em geral
a regulação do choque, conforme visto acima, se dá pelo modo como se dá o
estrangulamento da munição da saída do cano. Vejamos a tabela abaixo para completar
nossa compreensão acerca do fato.

MODELOS DE CHOQUE PARA ESPINGARDA

ROSADA DA ESPINGARDA
A medição da dispersão para cartuchos de caça é chamada “Rosada” e é feita
disparando-se sobre um círculo de 76 centímetros de diâmetro, a 36 metros de distância e
medindo-se a porcentagem de bagos que atingiram o círculo. Alguns fatores que influem na
dispersão são: o cano da arma, as condições atmosféricas, os componentes usados no
carregamento de um cartucho e o tamanho e material de que são feitas as esferas. O cano da
arma pode ser dotado de “choke”, o que reduzirá a dispersão, pois ele forçará os bagos a ficarem
mais juntos. As condições atmosféricas, como a temperatura, a densidade do ar e a pressão
influenciarão na queima da pólvora e na maior ou menor resistência do ar à passagem dos
projéteis.

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


42
ESPINGARDA CBC 586.2

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


43
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
44
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
45
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
46
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
47
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
48
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
49
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
50
ESPINGARDA MILITARY 3.0

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


51
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
52
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
53
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
54
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
55
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
56
Fonte: Manual Espingarda Military 3.0 CBC

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


57
PLATAFORMA GLOCK
Uma das armas mais conhecidas e confiáveis já produzidas, a Glock (Marca) é uma
unanimidade entre maior parte dos operadores. Para muitos armeiros se caracteriza pela
simplicidade e confiabilidade de seu mecanismo, bem como o reduzido número de peças.
Certamente a sua maior característica é o chamado sistema “SAFE ACTION”, que funciona
semelhante a um sistema de ação dupla constante (com menor peso de gatilho) e apresenta
três travas de segurança ativas e sequenciais.

Na prática é um sistema de tensão parcial onde a mola do percussor se apresenta


parcialmente tencionada após cada disparo. Desse modo, o gatilho da arma apresenta um
curso uniforme entre o primeiro e os demais disparos da arma.

DESMONTAGEM 1º ESCALÃO GLOCK

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


58
DESMONTAGEM FERROLHO GLOCK

REMONTAGEM DO FERROLHO GLOCK

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


59
DESMONTAGEM ARMAÇÃO GLOCK

REMONTAGEM ARMAÇÃO GLOCK


• INSTALAÇÃO DA MOLA DO RETÉM DO CANO

• INSTALAÇÃO DO RETÉM DO CANO

• REMONTAGEM DO CONJUNTO DE GATILHO

• REMONTAGEM DA MOLA DO GATILHO

• INSTALAÇÃO DO CONECTOR

• MONTATEM DO CONJUNTO DO GATILHO

• INSTALAÇÃO DO CONJUNTO DO GATILHO NA ARMAÇÃO

• INSTALAÇÃO DO RETÉM DO FERROLHO

• INSTALAÇÃO DO BLOCO DE TRANCAMENTO

• MONTAGEM DO PINO DO GATILHO

• MONTAGEM DO PINO DA CASA DO MECANISMO

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


60
• INSTALAÇÃO DO RETÉM DO CARREGADOR

• REMONTAGEM DO FERROLHO NA ARMAÇÃO

No geral o tratamento de seu material de superfície é em nDLC: DIAMOND


LIKE CARBON. Em sua última geração (geração 5) os componentes da arma passam
por um processo especial de endurecimento da superfície que impermeabiliza cada
um deles ajudando a evitar ainda mais elementos como a corrosão.

A Glock possui um dos maiores índices de compatibilidade entre os mecanismos


de diferentes modelos.

O revólver, de modo geral, possui um tambor giratório com várias câmaras que têm seu
mecanismo de funcionamento girando em torno de um eixo central que lhe permite os disparos.
Quando o tambor se encontra travado numa posição (função realizada pelo retém do tambor) a
arma está pronta para o disparo. O revólver pode disparar em ação simples (armar o cão e,
posteriormente, puxar o gatilho) ou em ação dupla (por apenas puxar o gatilho e este por meio
de mecanismos atrelados conduzirá o cão a retaguarda e o liberará em um segundo estágio para
percussão -direta ou indireta). E também por dupla ação (simples e dupla). A ação simples
ou dupla faz com que o tambor gire, alinhando e realinhando a câmara com o cano da arma. A
abertura do tambor se dá através do chamado dedal serrilhado. Nos modelos Taurus 30C, 218,
416, 454, 454H, 444 UL, 444, 45, 513 e 513UL deve-se empurrar o dedal serrilhado e a trava
frontal do suporte simultaneamente.

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


61
AJUSTE DE MIRAS

ELEMENTOS DO REVÓLVER

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


62
ELEMENTOS DO TAMBOR DO REVÓLVER

SISTEMA DE PERCUSSÃO

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


63
SISTEMA DE TRAVA ARTICULADA

SISTEMA DE TRAVA NA PLACA DO MECANISMO

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


64
SISTEMA DE TRAVA ACOPLADA AO IMPULSOR

MODELOS TAURUS

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


65
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
66
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
67
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
68
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
69
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
70
TRIGGER STOP

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


71
VISTA EXPLODIDA REVÓLVER

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


72
CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO
73
INCIDENTE CAUSA CORREÇÃO
Tambor duro ao Suporte descentrado Centrar suporte
girar Vareta frouxa ou torta Apertar ou endireitar vareta
Tambor encostando no cano Limar cano ou ajustar tambor
Mola atritando no suporte do Ajustar ou substituir mola do
tambor extrator
Haste central torta Endireitar ou substituir haste
central
Resíduos entre cano e tambor retirar resíduo
Falha na Percutor quebrado ou curto Substituir percutor
percussão Mola real fraca Substituir mola
Tambor não posiciona Ajustar impulsor ou retém
Excesso de folga entre tambor e Ajustar tambor
armação
Barra de percussão quebrada Substituir barra
Munição defeituosa Atirar novamente com o
mesmo cartucho/troca
Falha na Extrator defeituoso Substituir tambor
extração Rebarbas ou resíduos nas Polir câmaras
câmaras do tambor
Desgaste excessivo das câmaras Substituir tambor
Munição inadequada Troca munição ou substitui
tambor se danificou
Tambor não Retém torto ou quebrado Substituir retém
posiciona Desgaste no alojamento do Substituir tambor
retém
Retém baixo Levantar retém
Extrator gasto Ajustar impulsor e
extrator/Substituir tambor
Impulsor gasto Ajustar ou trocar impulsor
Pino e mola do retém presos Limpar e lubrificar pino e
mola
Tambor não Parafuso do suporte do tambor Ajustar torque ou trocar
abre e fecha parafuso
fácil Vareta frouxa ou comprida Apertar ou ajustar vareta
Ferrolho curto ou comprido Ajustar ou substituir ferrolho
Haste central curta Trocar haste
Não funciona Alavanca de armar trancada Limpar, lubrificar ou substituir
em dupla ação o cão
Alavanca de armar desgastada Trocar o cão/ Criar nova base
de impulsão
Tambor não Pino e mola do impulsor do Limpar e lubrificar alojamento
gira ao acionar tambor presos do pino e mola
o gatilho Retém não libera Ajustar gatilho e retém ou
substituir peças

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


74
Impulsor do tambor comprido Ajustar impulsor do tambor
Gatilho não Impulsor prende no extrator Ajustar o extrator
retorna Sujeira interna no mecanismo Limpar e lubrificar o
mecanismo
Mola do gatilho fraca Substituir mola
Mal funcionamento da trava e Ajustar ou substituir peças
roda dentada
barra de percussão prendendo Trocar barra de percussão ou
entre cão e percutor ajustar percutor
Alguma peça quebrada trocar peça
Cão e gatilho Resíduos entre cano e tambor Retirar resíduos
excessivamente
pesados
Tambor encostando no cano Limar cano ou ajustar tambor
Haste central ou varetas tortas Endireitar ou substituir
Suporte descentrado Centrar suporte
Mal funcionamento da trava e Ajustar ou substituir trava ou
roda dentada roda dentada
Percutor não retorna Limpar alojamento do
percutor ou trocar mola
Alguma peça quebrada trocar peça

CURSO DE FORMAÇÃO DE INSTRUTOR DE ARMAMENTO E TIRO


75

Você também pode gostar