Prática 03 - Uso Do Osciloscópio Parte 1

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ

Campus de Foz do Iguaçu – PR - Centro de Engenharias e Ciências Exatas

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Terceira Prática – Uso do Osciloscópio – Parte 1

Muitas vezes, quando falamos sobre um determinado sinal elétrico, usamos como
parâmetro para especificá-lo apenas um valor de voltagem, e em algumas vezes esta
informação é complementada por meio de um valor de frequência. Por exemplo:
- esta tomada tem 220 Volts;
- este compressor funciona em 127 volts e 60 Hz;
- a bateria do automóvel fornece 12 V contínuos;
- etc.

No entanto, em grande parte das aplicações da vida real estas informações são
incompletas, e muitas vezes, dois sinais podem apresentar a mesma frequência e
mesma amplitude, porém podem apresentar formatos de ondas completamente
distintas, o que resulta em uma série de consequências importantes, como por exemplo,
que ambas as fontes vão fornecer diferentes valores de potência para uma determinada
carga. Os sinais da figura 1 abaixo são exemplos desta propriedade comentada:

Vpico Vpico Vpico

Onda senoidal Onda quadrada Onda dente-de-serra


Figura 1 – sinais de mesma amplitude e mesma frequência com diferentes formas de onda

De maneira bem simplificada, podemos interpretar que a potência fornecida por


uma onda seja diretamente proporcional à área sob a curva da mesma, o que nos permite
concluir pela importância de conhecermos também a forma de onda, e não apenas sua
a amplitude e/ou a frequência.
Sendo assim, a despeito de sua grande praticidade e larga gama de utilização, o
multímetro (visto na pratica anterior) é um instrumento que nos fornecerá uma
informação bastante pobre, permitindo conhecer apenas um valor de amplitude do sinal
monitorado (não é o valor de pico, mas uma medida denominada “valor eficaz”, a ser
abordado de forma mais detalhada na pratica 4). Se desejamos então informações mais
completas a respeito de um sinal monitorado, como por exemplo a

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sua forma de onda, ou sua relação de defasagem com um outro sinal de referência,
precisaremos de outro equipamento capaz de nos fornecer informações com mais
riquezas de detalhe, e este equipamento será o osciloscópio.
O osciloscópio (a figura abaixo mostra um equipamento hipotético) é um
equipamento utilizado para visualização de formas de onda, que de forma geral tem as
seguintes características e botões de comando:

Escala de tempo trigger

C1 C2 ADD ALT CHOPP XY

AC GND DC AC GND DC

Figura 1 – um osciloscópio hipotético

- Dois canais para entrada de sinal de voltagem coletados por intermédio de pontas
de prova acopladas ao equipamento por conectores tipo BNC (conector para
cabos coaxiais). Os cabos com as pontas de prova não devem ser substituídos por
outro tipo de cabo, pois além de serem cabos blindados, tem casamento de
impedância adequado com a impedância de entrada do osciloscópio (a figura 2 a
seguir mostra uma ponta de prova e onde devem ser conectados o sinal a ser
observado e a referência de tensão);

Sinal (+)

Referência ou terra (-)

Figura 2 – uma ponta de prova para conexão de entrada para osciloscópios

Importante: as pontas de prova são construídas de forma que o terminal que recebe a referência ou terra
está ligado ao conector BNC através de uma malha de aço que serve para blindar o cabo, protegendo-o
assim de interferências eletromagnéticas. Esta malha de aço é aterrada na rede elétrica através da carcaça
do aparelho (a “caixa externa”). Como os conectores de referência (o (-) da figura
2) de ambos os canais estão ligados na carcaça, eles constituirão sempre um mesmo ponto em um circuito
elétrico. Por isso, os 2 conectores de referência SEMPRE devem estar ligados no mesmo ponto do
circuito. Se eles não estiverem sempre ligados no mesmo ponto no circuito, todos os componentes que
estiverem entre ambos estarão “curto-circuitados”.

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- uma entrada para trigger externo, utilizada para quando se deseja monitorar sinais
não periódicos;
- uma tela para visualização dos sinais monitorados. Esta tela pode ser do tipo tubo
de raios catódicos (CRT, mais comum, presente nos osciloscópios analógicos) ou
cristal líquido (LCD, presente nos osciloscópios digitais);
- bloco de botões de comando da escala vertical do sinal da tela. Deslocam o sinal
para cima e para baixo na tela e permitem ajustar a ordem de grandeza da escala
do sinal no eixo vertical (qual o valor, em Volts de uma subdivisão do eixo
vertical). Também permitem a calibração da escala de medição. Geralmente no
controle do canal 2 existe um dispositivo que permite inverte-lo (defasar em 180º
ou “multiplicar por -1”);
- bloco de botões de comando da base de tempo (escala horizontal) do sinal da tela.
Deslocam o sinal para direita e para esquerda na tela e permitem ajustar a ordem
de grandeza da escala do sinal no eixo horizontal (qual o valor, em segundos de
uma subdivisão do eixo horizontal). Também permite a calibração da escala de
medição;
- seleção do modo de exibição: permite selecionar o modo como os sinais coletados
nas duas pontas de prova (uma em cada canal) serão exibidos na tela: somente o
canal 1 (C1) somente o canal 2 (C2), ambos os canais simultaneamente ou a soma
dos dois canais. Em todas as opções anteriores, o osciloscópio trabalha no
domínio do tempo. Na opção XY, o osciloscópio opera de forma que o sinal de
cada canal seja responsável pela varredura da tela em um sentido (horizontal e
vertical).;
- saída para calibração do sinal – ponto de conexão onde o osciloscópio fornece
uma saída padrão de 5 Vpp. em 1 KHz. Sempre que se for iniciar o uso do
equipamento, deve-se conectar as pontas de prova (um canal por vez) neste
conector para calibração das escalas dos canais de entrada.
- outros botões de comando – além dos comandos acima citados presentes em
praticamente 100% dos modelos de osciloscópios, existem outros comandos
muito comuns também que serão detalhados em aula durante o uso do
equipamento:
- seleção do modo de operação XY;
- seleção da fonte de trigger interno;
- visualização do sinal: modo AC, DC e aterrado, etc.

- Gerador de Ondas – nesta prática, para alimentar o circuito onde o osciloscópio


será utilizado para observar as formas de ondas, será utilizado um gerador de
ondas. Para habilitar a função senoidal no gerador de ondas pressione o botão Sine
. Os parâmetros da forma de onda senoidal são configurados no menu da operação
senoidal. Com o botão Sine habilitado, pressione o botão Freq . Para inserir o
valor da frequência desejada pode ser utilizado o teclado e deve-se pressionar o
botão correspondente para a unidade do parâmetro. Caso não seja

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necessário alterar a unidade do parâmetro, pode-se usar as setas direcionais para
selecionar o digito que se deseja editar e então usar a chave rotativa para alterar o
valor. Com o botão Sine habilitado, pressione o botão Ampl . O valor da amplitude
pode ser inserido da mesma forma descrita anteriormente pra inserir os valores
para frequência.

Uso do osciloscópio

1- calibração inicial
O procedimento a seguir deve ser seguido sempre que se for iniciar o uso de um
osciloscópio:
- após ligado o aparelho, conecte as pontas de prova nos conectores BNC dos
canais 1 e 2;
- conectar os pontos de prova na saída de calibração;
- selecione o modo de exibição “canal 1”;
- ativar a opção “auto set”;
- no bloco de comandos do trigger, selecione a opção “automático”;
- no bloco de sintonia da base de tempos, selecione uma das escalas centrais;
- no ajuste de posição do canal, sintonize (deslocando para cima e para baixo)
para que o traço fique no centro da tela;
- no ajuste de escala vertical, selecione a escala 1 V;
- no ajuste de escala horizontal, selecione a escala 500 microssegundos;
- se o sinal “ficar correndo” na tela, faça-o parar através do botão de ajuste fino
do trigger;
- verifique se é possível fazer coincidir exatamente o traço do sinal com a “grade”
na tela do osciloscópio. Se for possível, o canal em questão estará devidamente
calibrado. Se não for possível, ative os modos de calibração das escalas horizontal
e vertical e ajuste-as de forma que esta sobreposição de sinais seja possível.
- selecione o modo de exibição “canal 2”;
- repita o procedimento para o canal 2;
- após a calibração, o osciloscópio estará pronto para uso.
2 – Observação de forma de onda:
- na placa do “protoboard”, monte o circuito a seguir;
- selecione o modo de exibição “canal 1”;

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- utilizando um gerador de sinais (fonte AC) aplique entre os pontos A e C uma onda
senoidal de 9 Vpp na frequência de 1KHz (para conectar o gerador de sinais ao
circuito, utilize um cabo composto por um conector BNC em uma extremidade e duas
“garras” na outra). Para ajustar estas propriedades do sinal de entrada utilize um dos
canais do osciloscópio (faça conexão diretamente entre as extremidades do cabo de
saída do gerador de sinais com a ponta de prova de um dos canais do osciloscópio).
Esboce no diagrama1 abaixo a forma de onda observada;

R1
1KΩ
B

R2
1KΩ

Diagrama 1

2.1 - Observação de sinais nos dois canais simultaneamente

Observar agora no osciloscópio o sinal da fonte (Pontos A e C) e o sinal sobre o segundo


resistor (Pontos B e C).

2.1.1 – Observação dos dois canais simultaneamente:


- selecione os dois canais. Neste modo o osciloscópio exibe na tela ambos os canais.
Devido ao efeito de retenção visual da retina do nosso olho temos a impressão que
ambos os canais estão mostrados simultaneamente;
- conecte o canal 1 entre os pontos A e C e o canal 2 entre os pontos B e C. Lembrando
que como os terminais de referência de ambos os canais DEVEM SEMPRE estar
ligados no mesmo ponto, conecte as duas referências no ponto C, observando assim
ambos os canais na tela do osciloscópio. Desenhe no diagrama 2 abaixo as formas de
onda observadas.

Diagrama 2
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2.1.2 - Observação dos dois canais simultaneamente:

- mantendo o mesmo circuito e mesmas conexões anteriores, selecione o modo de


exibição “MATH”. No modo “MATH” o osciloscópio exibe operações possíveis para
as formas de onda. Ajuste para a operação soma;
- Discuta os sinais mostrados na tela (desenhe no diagrama 3 a seguir, a forma de onda
observada).

Diagrama 3

- Modifique o valor do resistor R2 para 470 Ω e repita o item anterior (2.1.1 e 2.1.2),
desenhando as formas de onda observadas nos diagramas 4 e 5 a seguir.

Diagrama 4 Diagrama 5

Componentes necessários
Resistores: 470 Ω, dois resistores de 1K Ω;

Equipamentos necessários
Protoboard;
Fonte alternada (AC), cabos de alimentação e de conexão;
Osciloscópio e cabos de alimentação e de conexão.

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