E-Governament e Globalização

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Ensino à Distância

Governo Electrónico e os seus impactos na democracia, sector público e na globalização.

Salima Mario Bernardo


Código n.º708224409

Curso: Licenciatura em Administração Publica


Disciplina: E-Governament e Globalização
Ano de frequência: 2º Ano/ Turma: C
Tutor: Leonel Ermelindo Lourenço Júlio

Nampula, Setembro de 2023


Folha de Feedback

Classificação
Nota
Categorias Indicadores Padrões Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução
 Descrição dos objectivos 1.0

 Metodologia adequada ao
2.0
objecto do trabalho
 Articulação e domínio do
discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacionais
2.0
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e tamanho
Aspectos
Formatação de letra, paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre linhas

Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 2.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

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Recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
Folha de Feedback ............................................................................................................... i

Recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor .................................................. ii

I. Introdução ....................................................................................................................... 4

1.1.Objectivos do estudo..................................................................................................... 4

1.1.1.Objectivo geral .......................................................................................................... 4

1.1.2.Objectivos específicos ............................................................................................... 4

1.2. Metodologia do estudo ................................................................................................. 4

II. Fundamentação teórica................................................................................................... 5

2.1. Conceito de Governação electrónica ............................................................................ 5

2.1.1. Impactos nos Sectores Públicos................................................................................. 6

2.1.2. Impactos na Democracia: .......................................................................................... 7

2.1.3. Os impactos na globalização. .................................................................................... 8

2.2. As vantagens e desvantagens do governo electrónico tendo em conta a sua


aplicabilidade nos sectores de trabalho ............................................................................... 9

2.2.1. Vantagens do Governo Electrónico ........................................................................... 9

2.2.2.Desvantagens do Governo Electrónico ..................................................................... 11

Considerações finais ......................................................................................................... 13

Referências Bibliográficas ................................................................................................ 14

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I. Introdução

O presente trabalho vai dedicar esforços ao estudo “Governo Electrónico e os seus impactos
na democracia, sector público e na globalização.” O advento da era digital transformou
radicalmente a maneira como interagimos com o mundo ao nosso redor, incluindo nossas
instituições governamentais. O governo eletrônico, também conhecido como e-gov ou e-
governança, emergiu como um fenômeno significativo no cenário político e administrativo,
moldando profundamente a forma como os governos operam e como os cidadãos se envolvem
na tomada de decisões públicas. Neste trabalho exploraremos os impactos do governo
eletrônico na democracia, no setor público e na globalização, destacando tanto os benefícios
quanto os desafios associados a essa transformação digital.

1.1.Objectivos do estudo
1.1.1. Objectivo geral
 Discutir as tendências emergentes no campo do governo electrónico e os seus impactos
na democracia, sector público e na globalização
1.1.2. Objectivos específicos
 Avaliar como o governo electrónico afecta a participação cidadã, a representatividade e a
accountability em sistemas democráticos.
 Examinar como o governo electrónico influencia a prestação de serviços públicos, a
eficiência administrativa e a tomada de decisões no sector público.
 Descrever como o governo electrónico contribui para a integração global, a cooperação
internacional e os desafios relacionados à governança global

1.2. Metodologia do estudo


Define-se metodologia como o tipo de processo seguido para a elaboração e um maior
aprofundamento sobre um assunto específico. A metodologia empregada no decorrer da
elaboração do trabalho recorreu-se à pesquisa bibliográfica, definida por Gil (1991), como
sendo a elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros,
artigos periódicos e actualmente com material disponibilizado na Internet.

Estrutura do trabalho: O trabalho comporta a seguinte estrutura: Introdução que é a


apresentação do trabalho, o desenvolvimento que é a exposição e discussão das teorias,
conclusão que faz a síntese geral do trabalho trazendo as respectivas constatações. E
finalmente as referencias bibliográficas.
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II. Fundamentação teórica

2.1. Conceito de Governação electrónica

Para a OCDE (2003 ci. Em Santos et. al., 2008), governo eletrônico é definido como o uso
das TIC, em particular a internet, como ferramenta para levar a um melhor governo (p.5).

De acordo com a Comunidade Européia (2003), governo eletrônico relaciona- se ao uso das
TIC na administração pública combinado com mudança organizacional e novas práticas, a fim
de melhorar os serviços públicos, os processos democráticos e fortalecer o suporte às políticas
públicas (Santos et. al., (2008)

Para Ferrer e Santos (2004), o governo eletrônico, ou e-government (e-gov), consiste em um


conjunto de iniciativas alinhadas com as transformações da sociedade industrial em sociedade
de informação, objetivando construir novos modelos de gestão pública, ou, simplesmente,
como definem Wegner, Schröeder & Hoff (2005), “o governo eletrônico compreende a
utilização de tecnologias digitais no intuito de transformação das operações de governo, com
vistas ao aumento da eficácia e da eficiência na prestação de serviços ao cidadão”. (p.212)

Num sentido amplo, a governação electrónica é uma reconfiguração da governação do sector


público com base nas tecnologias de informação e comunicação e na forma como o
conhecimento, poder e objectivos são redistribuídos no contexto de novas realidades
tecnológicas.

A governança eletrônica compreende, no contexto digital, vários elementos do que seria


considerada a própria “boa governança”: transparência, accountability, participação,
integração social, reforma da gestão financeira pública e desenvolvimento, contemplando
ampla gama de serviços para quase todos os segmentos da sociedade em que se acredita que
esta boa governança pode atuar como vantagem competitiva para o desenvolvimento
econômico e social (Wegner, Schröeder & Hoff, 2015).

Como se pode perceber, a governação electrónica, também conhecida como e-governança ou


governo electrónico, refere-se à utilização das tecnologias de informação e comunicação
(TIC) para melhorar a eficiência, transparência, participação cidadã e prestação de serviços no
sector público. Ela envolve a digitalização de processos, a disponibilização de serviços online,

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a colecta e análise de dados para tomada de decisões informadas, e a promoção da interacção
entre governos, cidadãos e empresas por meio de plataformas digitais.

2.1.1. Impactos nos Sectores Públicos

Vários autores consideram que o Governo Electrónico tem assumido uma crescente
importância na sociedade actual, assumindo-se como um processo vital para a modernização
nos sectores Pública, sendo a sua grande prioridade melhorar significativamente a qualidade
dos serviços públicos, através do uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e
apresenta-se como uma área estratégica para a construção da Sociedade de Informação e do
Conhecimento (Nacarapa, 2021).

Para melhor compreensão dos impactos nos Setores Públicos, é importante salientar que
segundo Mateus (2008, cit, em Nacarapa, 2021, p.2), por exemplo, “o Governo Electrónico é
visto como um processo estratégico para melhorar a relação dos cidadãos e das empresas com
a Administração Pública, contribuindo, a par disso, para a sua modernização”.

Portanto, os Impactos nos Sectores Públicos não se pode limitar o uso de tecnologias no
governo a uma perspectiva gerencialista, na qual se quer melhorar a eficiência da atuação do
Estado com a melhoria da prestação de serviços e o tratamento do cidadão como cliente. “os
Impactos nos Sectores Públicos pode e deve incluir a melhoria da eficiência e eficácia, mas
não se limita a elas: é o exercício de uma nova forma e possibilidade de governar, com a
participação de ampla rede de atores”. (Cunha, Annenberg, Agune, 2007, p.560)

Com base nos textos estudados, foi possível observar que os seus autores defendem a ideia
segundo a qual, os governos que introduziram sistemas automatizados no sector público com
recurso às TIC, trazem impactos nos Sectores Públicos tais como:

 Eficiência Administrativa: A governação electrónica agiliza processos burocráticos,


reduzindo a papelada e o tempo necessário para completar tarefas. Isso pode resultar em
maior eficiência nos serviços públicos;
 Transparência e Prestação de Contas: A disponibilização de informações online
aumenta a transparência dos governos, permitindo aos cidadãos monitorar as acções do
governo e exigir prestação de contas.

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 Participação dos Cidadãos: Plataformas online permitem que os cidadãos participem
activamente no processo de tomada de decisões, expressando opiniões, apresentando
sugestões e dando feedback sobre políticas públicas;
 Acesso a Serviços: Governos electrónicos podem oferecer uma gama diversificada de
serviços online, facilitando o acesso dos cidadãos a informações, documentos e serviços
essenciais, como pagamentos de impostos, registros civis e serviços de saúde.

2.1.2. Impactos na Democracia:

Para darmos início à discussão do tema Impactos na Democracia, vale a pena reforçar a ideia
de que democracia é um componente importante da e-governança. Ela pode ser entendida
como o uso das TIC para suportar / apoiar o processo democrático de tomada de decisões,
enfocando a participação cívica. No entanto, ela não deve ser entendida como uma
democracia virtual, mas como “uma democracia cujas relações digitais podem desempenhar
um papel central na construção de um novo arranjo democrático” (Carvalho, 2021, p.78).

Echavarría (2012 cit. em Carvalho, 2021) compreende que o desenvolvimento da democracia


digital seria uma complementação da democracia representativa que, por meio das TIC,
utilizaria mecanismos participativos, reforçando o poder de decisão, a cidadania e o controle
efetivo da sociedade sobre a ação pública. E, nesse sentido, a autora distingue as formas de
participação meramente administrativas daquelas que reforçam a construção de uma
participação cívica por meio da internet. “Essa Ágora eletrônica constitui-se como um campo
de participação política que utiliza os espaços deliberativos criados e/ou apoiados pela
incorporação das TIC” (Carvalho, 2021, p.78).

Conforme Coelho (2001) Aliada às necessidades de empregabilidade, de aprendizagem


contínua, de maior flexibilidade e de elevada qualificação do capital humano, a modernização
do serviço público deve buscar o alcance de metas e de resultados, a responsabilização
pessoal, o reconhecimento de talentos, a valorização da diversidade e a integração de equipes
e de organizações, são identificadas alguns impactos na Democracia a saber:

 .Empoderamento Cidadão: A governação electrónica empodera os cidadãos, permitindo-


lhes envolver-se mais activamente no governo e influenciar as decisões políticas;

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 Participação Inclusiva: As plataformas digitais podem alcançar segmentos da população
que, de outra forma, poderiam ser marginalizados do processo político, promovendo uma
democracia mais inclusiva;
 Monitoramento Governamental: Os cidadãos podem usar a governação electrónica para
monitorar as actividades do governo em tempo real, prevenindo a corrupção e abusos de
poder;
 Engajamento nas Políticas Públicas: Os cidadãos podem contribuir para a formulação de
políticas públicas, tornando-as mais representativas das necessidades e desejos da
população;

2.1.3. Os impactos na globalização.

O século XXI é considerado como a era de globalização, das TIC, daí que há um grande interesse
científico e ou social de informatizar e implementar em todas áreas e serviços e e-Gov. Estas
tecnologias podem ser usadas para aperfeiçoar a prestação de serviços aos cidadãos, melhorar o
nível de interacção com os empresários e industriais e os cidadãos, melhorando o acesso à
informação.

Segundo Nacarapa (2021), os Governos no mundo estão a abraçar o Governo Electrónico para
lidar, de forma eficaz, com as mudanças próprias da era da Informação: os efeitos e consequências
da globalização, da Revolução Digital e da Internet.” (p.4)3

A fundamentação da implementação de um Governo Electrónico tem a ver com a utilização dos


Sistemas e Tecnologias de Informação e Comunicação, ou seja, uma condição básica e, como já é
um dado adquirido nesta era da globalização e do conhecimento, conforme Nacarapa, (2021)

o seu uso é fundamental, no sentido de Melhorar os serviços públicos (SP),


através desimplificar, flexibilizar, acelerar a tramitação dos processos
administrativos, na prestação dos serviços públicos, tornando a
administração pública mais eficaz e eficiente, aproximando cada vez mais os
Serviços Públicos ao cidadão (Nacarapa, 2021, p.129).

A partir destes pressupostos, outro passo importante em direcção ao Enquadramento em


Função da Globalização. De acordo OCDE (2018), a globalização trouxe desafios e
oportunidades para a governação electrónica:

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1. Ampliação de Acesso: A globalização acelerou a conectividade, possibilitando que
mesmo áreas remotas tenham acesso à governação electrónica, desde que haja infra-estrutura
de TIC adequada;
2. Intercâmbio de Melhores Práticas: Através da globalização, governos podem aprender
com as experiências de outros países, implementando soluções inovadoras em governação
electrónica;
3. Cooperação Internacional: Plataformas digitais podem facilitar a cooperação entre países
em questões globais, como segurança cibernética, protecção de dados e combate a ameaças
transnacionais;
4. Desafios de Segurança e Privacidade: A globalização amplia os desafios relacionados à
segurança cibernética e à protecção da privacidade, exigindo abordagens colaborativas e
normas internacionais.

Em resumo, pode-se corroborar que a governação electrónica desempenha um papel


fundamental na modernização dos sectores públicos, no fortalecimento da democracia e na
adaptação à era da globalização, proporcionando oportunidades para aprimorar a prestação de
serviços, promover a participação cidadã e fortalecer a transparência governamental.

2.2. As vantagens e desvantagens do governo electrónico tendo em conta a sua


aplicabilidade nos sectores de trabalho

Embora o impacto do governo electrónico possa variar de acordo com o contexto e a


implementação específica, aqui estão algumas vantagens e desvantagens gerais do governo
electrónico nos sectores de trabalho:

2.2.1. Vantagens do Governo Electrónico

As TIC desempenham um papel importante e implicações práticas na Administração Pública


Electrónica. Se não vejamos, dentre várias vantagens que as tecnologias digitais apresentam,
“é que elas podem melhorar a qualidade de vida, potenciando a produtividade e a criação de
emprego, reforçando a governação democrática e oferecendo oportunidades para uma
administração pública mais colaborativa e participativa” (OCDE, 2018, p.20).

Alem das vantagens da prestação de serviços por meio electrónico e da capacitação da


população para melhor utilizar as tecnologias de informação e comunicação, Dias (2006,
p.25), citam:
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 Acesso e conveniência aprimorados: O governo electrónico permite que os cidadãos
acessem serviços e informações de qualquer lugar e a qualquer momento, eliminando a
necessidade de deslocamento físico a escritórios governamentais. Isso é particularmente
útil para pessoas em áreas remotas ou com mobilidade reduzida;
 Eficiência administrativa: A automação de processos governamentais pode levar a uma
redução na burocracia, papelada e atrasos, melhorando a eficiência administrativa e a
resposta aos cidadãos;
 Redução de custos: A migração de processos para plataformas electrónicas pode reduzir
os custos associados à administração, processamento de papel e logística;
 Transparência e responsabilidade: Plataformas electrónicas podem facilitar a divulgação
de informações públicas e permitir um maior escrutínio por parte dos cidadãos e da mídia,
promovendo a transparência e a responsabilidade governamental;
 Participação cidadã: O governo electrónico pode oferecer oportunidades para a
participação activa dos cidadãos em processos democráticos, como votações online e
consulta pública sobre políticas e decisões.

Conforme Coelho, (2001), dentre a vantagens destas orientações são destacadas

a redução de custos, a maior eficiência, o melhor compartilhamento de


informações e de bases de conhecimento, uma maior integração de serviços
e de experiências, a possibilidade de formas de trabalho mais flexíveis e a
oportunidade de desenvolvimento de habilidades e de capacitação por parte
dos servidores públicos (Coelho, 2001, p.120).

Apesar das suas vantagens na teoria, serem numerosos, a experiencia global indica que a taxa
de insucesso das iniciativas de e-gov tem se mantido na faixa de 60 a 80% (UDESA, 2023 cit.
Em Dias, 2006).

Por fim, pode-se afirmar que o Governo Electrónico ajuda, pois, a enfrentar e vencer o desafio
da construção de uma sociedade de conhecimento formada por indivíduos comprometidos e
pro-activos, ligados por redes que promovem o espírito empreendedor nas áreas cultural,
social e económica. Através do Governo Electrónico, o Governo pode tornar-se num
integrador e facilitador da participação da sociedade na educação, na saúde, na agricultura,
nas novas tecnologias, na indústria e na economia em geral, oferecendo informação e serviços
centrados no cidadão para catalisar o desenvolvimento (Estratégia de Governação Electrónica
em Moçambique 2005).

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Portanto, como se pode perceber em este trabalho, foram citados vários tipos de vantagens
advindos da implementação do governo electrónico, os quais segundo Dias (2006, p.23)
podem ser classificados, para efeitos didácticos em quatros grandes grupos:
a) Melhores serviços;
b) Governo mais eficiente;
c) Novas relações do governo com a sociedade; e
d) Outros benefícios para a sociedade.

2.2.2. Desvantagens do Governo Electrónico

Tanto adeptos quanto críticos do governo electrónico reconhecem que há uma serie de
vantagens e e desafios (desvantagens) envolvidos com implementação das iniciativas de e-
gov. Algumas das suas desvantagens são:

a privacidade e a segurança de informação, a conquista da confiança da


população nos serviços electrónicos, disparidades no acesso da população a
informática, a completa impressão da questão da acessibilidade na Web, e a
correcta gestão dos recursos financeiros para a sua implementação (Dias,
2006, p.31).

Para Coelho (2001).Uma das desvantagens deste novo ambiente de trabalho, no setor público,
é “o de gerenciar o processo de redirecionamento e de requalificação da mão-de-obra, a ser
liberada das atividades meio para o atendimento às atividades finalísticas das organizações
pública” (p.130)

O Governo Electrónico, em sua definição viu-se que é altamente dependente da tecnologia da


informação. Segundo Coelho (2001); Dias (2006) tal características trazem consigo a
desvantagens de ser vulnerável as ameaças conhecidas desse ambiente, tais como:

 Divisão digital: Nem todos os cidadãos têm acesso igual às TIC, o que pode levar a uma
divisão digital entre os que têm acesso e os que não têm, excluindo algumas pessoas de
benefícios do governo electrónico;
 Segurança cibernética: A digitalização de dados governamentais pode aumentar os riscos
de violações de segurança e vazamentos de informações sensíveis, exigindo investimentos
consideráveis em medidas de segurança cibernética;

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 Exclusão de grupos vulneráveis: Pessoas idosas, pessoas com baixa alfabetização digital
ou aquelas que não se sentem confortáveis com a tecnologia podem ser excluídas dos
serviços electrónicos, criando uma lacuna nas oportunidades de acesso;
 Falta de confiança: A transição para o governo electrónico pode ser acompanhada por
preocupações de confiança entre os cidadãos, devido a preocupações com privacidade,
integridade dos dados e possíveis falhas técnicas;
 Dependência de infra-estrutura tecnológica: Falhas técnicas, interrupções de rede ou
falta de acesso à Internet podem prejudicar a eficácia dos serviços governamentais
electrónicos, deixando os cidadãos sem opções alternativas;
 Desafios de adoção: A implementação bem-sucedida do governo electrónico requer
treinamento e conscientização da população sobre como usar as plataformas, o que pode
ser um desafio em algumas regiões.

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Considerações finais

No mergulho das diversas bibliografias especializadas no tema fez nos perceber que, O
governo eletrônico é uma força poderosa que molda o cenário político, o setor público e a
dinâmica da globalização. Sua capacidade de melhorar a democracia, tornar os serviços
públicos mais eficientes e impulsionar a colaboração global é inegável. No entanto, é
importante reconhecer que o governo eletrônico também traz consigo desafios significativos,
como questões de segurança cibernética, exclusão digital e a necessidade de preservar a
privacidade dos cidadãos.

Não obstante, pode-se afirmar que, à medida que continuamos a avançar na era digital, é
fundamental que governos, organizações e cidadãos estejam preparados para abraçar e lidar
com as complexidades do governo eletrônico. A colaboração entre governos e sociedade civil,
a transparência e a responsabilidade devem ser priorizadas para garantir que os benefícios do
governo eletrônico sejam distribuídos de maneira equitativa e que os princípios democráticos
não sejam comprometidos.

Em última análise, o governo eletrônico é uma ferramenta poderosa que pode fortalecer as
democracias, tornar os serviços públicos mais acessíveis e contribuir para a integração global.
No entanto, sua implementação bem-sucedida exige uma abordagem cuidadosa e equilibrada,
que leve em consideração os valores democráticos fundamentais e os desafios emergentes na
era digital. Apenas dessa forma poderemos maximizar os benefícios do governo eletrônico e
construir um futuro mais democrático, eficiente e globalizado.

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Referências Bibliográficas

Carvalho, A. M. A. (2021). Governo eletrônico. Brasília: PNAP; Recife: UPE / NEAD.

Coelho, E. M. (2001). Governo eletrônico e seus impactos na estrutura e na força de trabalho


das organizações públicas. Revista do Serviço Público, Ano 52, N 2, P.110-136

Cunha, M. A., Annenberg, D & Agune, R. M. (2007). Prestação de serviços públicos ao


cidadão. In: Knight, P. T. Fernandes, C. C. C. & Cunha, M. A. (Org.). e-
desenvolvimento no Brasil e no mundo: subsídios e programa e-Brasil. São Caetano
do Sul: Yendis

Dias, C. A. (2006). Método de avaliação de programas de governo electrónico sob a otica do


cidadão - cliente; uma explicação no contexto brasileiro. Tese de doutoramento.
Brasilia: Universidade de Brasilia

Estratégia de Governo Electrónico de Moçambique (2005). Maputo.

Ferrer, F. & Santos, P. (2004). E-government: o governo eletrônico no Brasil. São Paulo:
Saraiva.

Gil, A. C. (1991). Como elaborar projectos de pesquisa. São Paulo: Editora Atlas

Nacarapa, A. D.I. J. (2021). Análise da plataforma e-BAÚ no LicenciamentoComercial, 2014


2018: Caso do BAÚ de Nampula. Tese de doutorado. Universidad Internacional
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Projecto de Governo Digital da OCDE (2018): Promovendo a Transformação Digital dos


Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e Timor-Leste (PALOP-TL)

Santos, R. . et. al. (2008). O papel do Governo Eletrônico no fortalecimento da governança


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Wegner, D., Schröeder, C. S. & Hoff, D. R. (2015). Governo Eletrônico. Editora Unijuí v 13
, n. 32 . p. 209-239

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