MONOGRAFIA JuntasDilatacaoRevestimento
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Ouro Preto
2015
Nathália Bianchi Paladini
Ouro Preto
2015
Agradeço primeiramente aos meus pais, Paulo e Rosa, pelo apoio e por sempre
estarem ao meu lado independentemente da dificuldade.
À minha filha Ana Carolina por ser a minha inspiração, por me fazer querer ser
sempre melhor.
Nessa monografia, foi feita uma revisão bibliográfica com a finalidade de analisar
as patologias recorrentes e as ações das quais, em revestimentos de fachada.
Foram feitas abordagens sobre os problemas mais comuns nas edificações,
aqueles que não permitem que o revestimento de fachada cumpra as funções
para as quais foi designado, sendo essas: impermeabilização, isolamento termo-
acústico, proteção contra os agentes deteriorantes, além de funções estéticas e
de valorização econômica. A parte conceitual dos sistemas de revestimentos de
fachada, junto à utilização de juntas de dilatação, foi especificada através de
explicações: das camadas de revestimento, das patologias, das placas cerâmicas,
das juntas de dilatação e das principais gerações de tensões na estrutura.
Por fim, foram apresentadas observações sobre possíveis causas das patologias
e a verificação de todas as fases da construção, principalmente na fase de
projeto, é de extrema importância para evitar problemas na estrutura. Portanto, a
sistematização das patologias permite o desenvolvimento de um programa que
auxilia a execução de projetos futuros.
This paper presents a literature review in order to examine the conditions and
actions that cause them, in ceramic cladding. Approaches about the common
problems in buildings were made, those who do not allow the ceramic cladding to
fulfill the functions for which it was designated: waterproofing, thermo-acoustic
insulation, protection against spoilage agents as well as esthetic functions and
economic value. The concept of the front covering systems, by the use of
expansion joints is specified by explanations of: the coating layers, the
pathologies, ceramic plates, expansion joints and the main stress in the structure
generations.
Then it was presented a case study that analyzes front covering of ceramic tiles
present in the building of the Escola de Minas. In this study, were presented the
pathologies present in these structures and the possible causes of these
problems, through photos and reviews.
Finally, comments were made about possible causes of the conditions and the
verification that all construction phases are important to avoid problems in the
structure, mainly in the design phase. Therefore the systematization of pathologies
allows the development of a program that aims the implementation of future
projects.
1. INTRODUÇÃO
O setor da construção civil tem sido citado, por muitos anos, devido ao
desperdício de materiais, sem se ater ao planejamento, detalhes de execução e a
industrialização de serviços. Devido a esses motivos, a área de edificações tem
passado uma evolução, motivada pelo contexto socioeconômico pelo qual está
passando.
Tal evolução tem feito com que as empresas busquem a conciliação entre a
qualidade do produto oferecido e o baixo custo de produção do mesmo. Com isso
se faz necessária a valorização da execução dos projetos, que além de otimizar
as atividades de execução, é a forma mais eficaz para diminuição do custo de
produção e de ocorrências de falhas no produto e no processo de produção.
As juntas de dilatação são mecanismos que tem como finalidade a absorção das
tensões e deformações, apresentadas pelo sistema nos quais foram empregadas.
Segundo pesquisa feita por Timoche-Esquivel (2002) esse tipo de estrutura deve
apresentar eficácia quanto à impermeabilização, a fim de evitar problemas
recorrentes como destacamento do revestimento, fissuras e infiltrações em
fachadas. Sendo assim a manutenção estética da estrutura se mantém ao longo
de sua vida útil, e para tal os materiais que compõem as juntas são mais
suscetíveis ao desgaste que os demais elementos constituintes do sistema.
Os países que dominam essa área fazem pesquisas do tema sob o ponto de vista
estrutural e de aumento da vida útil dos materiais, tratando tal dispositivo como
um sistema independente. No Brasil, ainda que recente, apresenta casos de
sucessos, assim como insucessos, no selamento de juntas (Ribeiro e Barros,
2010).
1.2. OBJETIVOS
2. REVESTIMENTO CERÂMICO
Devido a sua significante participação no custo final da obra, por ser uma das
principais causas de problema, por sua interferência na execução e no
planejamento, os revestimentos têm sido estudados mais a fundo com a
finalidade de reduzir futuras patologias (Barros, 1998).
Que serão problemas recorrentes na edificação durante toda a sua vida útil.
2.1. PATOLOGIAS
Figura 2.9: deterioração das juntas. Fonte: Revista Téchne. São Paulo: PINI,
ed.116, nov. 2006.
3. CAMADAS DE REVESTIMENTO
Concreto armado
Alvenaria de blocos cerâmicos
Alvenaria de blocos de concreto BASE OU SUPORTE
Alvenaria de blocos de concreto celular
Alvenaria de blocos sílico-calcários
Argamassa de cimento e areia, podendo ou não PREPARAÇÃO DA BASE (CAMADA DE
conter adesivos (chapisco) REGULARIZAÇÃO)
Argamassa de cimento, areia e/ou outro agregado
SUBSTRATO (CAMADA DE
fino, com adição de um ou mais aditivos finos
REGULARIZAÇÃO)
(emboço)
Argamassa adesiva ou colante, à base de cimento,
areia e/ou outros agregados finos, inertes não ASSENTAMENTO OU FIXAÇÃO
reativos com a adição de um ou mais aditivos (CAMADA DE FIXAÇÃO)
químicos
Placa cerâmica
3.1. BASE
Como descrito na tabela 3.1, a base é composta por blocos, sendo esses de
concreto ou cerâmicos, e elementos estruturais (como por exemplo: vigas e
pilares). O desempenho de tal estrutura depende da rugosidade e da capacidade
de absorção de água, assim como da presença de materiais contaminantes. A
importância de tais características se dá devidos aos seguintes fatores (Roscoe,
2008):
3.2. CHAPISCO
Formado por argamassa básica de cimento e areia grossa, bastante fluída, que
aplicada sobre as superfícies previamente umedecidas tem a propriedade de
produzir um véu impermeabilizante, além de criar um substrato que permite maior
ancoragem do emboço em relação à base. O mesmo como descrito na tabela 3.1
é considerado uma preparação para a base.
A NBR13755 (ABNT, 1996b) define o traço como sendo 1:3, de forma fluida, em
volume de cimento e areia grossa lavada.
3.3. EMBOÇO
Tem como finalidade a obtenção de uma superfície apta para aplicação das
placas cerâmicas. Além de regularizar, também contribui com a estanqueidade da
fachada e a absorção e dissipação das tensões oriundas das movimentações da
base (Ribeiro e Barros, 2010).
TIPO DE DESIGNAÇÃO
ARGAMASSA NORMALIZADA DEFINIÇÕES
4. REVESTIMENTO DE FACHADA
Por ser o elemento que recobre a edificação, é também o primeiro a sofrer ações
de agentes agressivos ou oriundas da própria utilização, citadas a baixo:
∆𝐿𝑥 = 𝐿 ∗ ∆𝑇 ∗ 𝛼𝑥 (4.1)
Em que:
𝜎 =𝐸∗𝜀 (4.2)
Considerando que:
𝜀 = 𝛼 ∗ ∆𝑇 (4.3)
𝜎 = 𝐸 ∗ 𝛼 ∗ ∆𝑇 (4.4)
4.1.2. UMIDADE
alvenaria,
Após a construção 𝑙/500¹ ou 10mm
esquadrias e
da parede ou θ = 0,0017 rad²
revestimentos
Tabela 4.1: limites para deslocamentos da estrutura. Fonte: NBR 6118 (ABNT,
2003).
4.1.4. VENTO
É dito por Salvadori (2002) que a pressão que o vento implica à estrutura
promove uma ligeira curvatura do sistema. Quanto mais alto o edifício, mais
significativa essa curvatura é, não pode ser visto ou sentido, mas gera tensões de
tração, deformação e cisalhamento entre as camadas de revestimento por causa
da flexão das fachadas.
2- Métodos de fabricação:
Placas cerâmicas extrudadas (A): que podem ser dividas em tipo precisão
e tipo artesanal. No tipo precisão a necessidade de cumprir exigências é maior e
as imperfeições são menores, quando comparado ao tipo artesanal;
Placas cerâmicas prensadas (B);
Placas cerâmicas produzidas por outros processos (C).
3- Análise visual: Segundo a NBR 13817 (ABNT, 1997), uma boa qualificação
de placas se dá quando um número de peças examinadas, não apresentar
defeitos visíveis a uma distância padrão (definida no anexo A da NBR 13818), for
igual ou superior a 95%.
No anexo A da NBR 13818, toma-se como amostra uma metragem de 2m² ou um
mínimo de 30 peças. Deve então instalar o painel formando um ângulo de 70º +\-
5º com o com o plano horizontal. Ilumina-se então o centro da placa com uma
quantidade de 300 +\- 30 lux. O observador deve ficar a 1m do painel, em pé, de
modo que seu ponto de visualização fique de frente ao centro do painel. Ao
examinar as placas deve-se observar: rachaduras, falhas ocorridas pela falha do
vidrado, depressões, crateras, bolhas, furos, pintas, manchas, entre outras
características citadas nessa norma. Faz-se então a porcentagem, dividindo o
número de placas sem defeitos aparentes pelo numero total de placas
observadas. Caso o número seja menor que 95%, dobra-se o número da amostra.
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𝑀₂−𝑀₁
𝐴𝑏𝑠 = . 100 (4.5)
𝑀
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ABSORÇÃO
MÉTODOS DE FABRICAÇÃO
DE ÁGUA
(%) EXTRUDADA (A) PRENSADO (B) OUTROS (C)
Estágio de abrasão
Classe de abrasão
Número de ciclos para visualização
100 0
150 1
600 2
750, 1500 3
2100, 6000, 12000 4
>12000 5¹
¹) caso não haja desgaste visual a 12000 ciclos, com como caso as manchas não possam ser
removidas por qualquer um dos procedimentos listados no anexo G, os pisos devem ser
classificados como grupo 4. A classe PEI 5 abrange simultaneamente a resistência à abrasão a
12000 ciclos e a resistência ao manchamento após abrasão.
ATAQUE QUÍMICO
DO VISÍVEIS
LÁPIS
LAPIS
REMOVIDO REFLEXÃO
REFLEXÃO
CLASSE
CLASSE CLASSE
A
B C
As juntas de dilatação podem ser definidas como a separação entre duas partes
de uma estrutura para que essas possam movimentar-se, sem que haja a
transmissão de esforços. Normalmente as juntas são reconhecidas blocos de um
prédio, entre lances de uma ponte, separando placas de pavimentação, etc.
Entretanto em revestimentos de fachada, as juntas estão localizadas entres as
pastilhas (Ribeiro e Barros, 2010).
A principal função das juntas nos revestimento é, portanto, minimizar a
propagação de esforços neles atuantes, resultantes da movimentação dos
elementos conectados e das ações do meio ambiente (variação de temperatura,
umidade, etc.).
Segundo a NBR13755 (ABNT, 1996) sua utilização deve ser feita verticalmente a
cada 3 metros, ou a cada pé-direito, na região de encunhamento da alvenaria. E
horizontalmente recomenda-se sua aplicação a cada 6 metros.
A falta da aplicação dessa técnica pode ocasionar sérios danos à estrutura, como
o aparecimento de fissuras e destacamentos de partes da estrutura.
Figura 5.1: exemplo das movimentações em uma junta de superfície sob (a)
compressão causada pela expansão das placas cerâmicas; (b) tração causada
pela retração das placas. Fonte: Ribeiro e Barros (2010).
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As diversas funções executadas pelas juntas de dilatação fazem com que existam
diversos tipos das mesmas, já que os meios utilizados para o cumprimento de
cada função determinam os distintos tipos das mesmas, sendo as mais
importantes quanto: a sua função, ao tipo de material de preenchimento e à
geometria. Os itens que segue de 5.3.1 a 5.3.5, são baseado na pesquisa
realizada por Ribeiro (2006) em conjunto com Ribeiro e Barros (2010)
Junta que tem como finalidade a acomodação dos movimentos ocasionados pelas
deformações decorrentes das movimentações da estrutura, permitindo assim, a
dissipação das tensões. Esse tipo de junta percorre a camada de acabamento e
de fixação, como mostra a figura 5.3:
O corte do emboço deve ser realizado logo após a execução do mesmo, com o
auxílio de uma régua dupla, cujo afastamento determinará a espessura da junta,
de um frisador de seção transversal prevista (o qual tem as funções de corte da
argamassa e de compactação da área da junta). A abertura da junta deve se
apresentar uniforme, e não apresentar irregularidades que prejudiquem o ajuste e
compressão do limitador de profundidade (TCA, 2008).
5.7. SELANTE
6. METODOLOGIA
As imagens em AutoCad que serão utilizadas nos itens que seguem, foram
disponibilizadas pela prefeitura do Campus da UFOP – Ouro Preto.
Dados:
Dados:
Distância entre juntas verticais (reta): 1,4m;
Distância entre juntas verticais (arredondada): 1,40m;
Distância entre juntas horizontais (reta): 1,41m;
Distância entre juntas horizontais (arredondada): 1,50m;
Espessura do concreto aparente: 4,5 cm;
Tamanho da pastilha de cor azul: 2,5 cm.
Dados:
Dados:
Quando feito o teste do som cavo, algumas das pastilhas apresentaram o som
oco, sendo assim há a falta de aderência entre o substrato e o revestimento
cerâmico. A falta da presença de juntas de dilatação faz com que essa patologia
se torne do tipo congênita, já que a expansão e contração da peças cerâmicas
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não foram previstas em projeto. A utilização de juntas deveria ter sido feita de
acordo com a NBR 13755 (1996), ou seja, a cada 6m horizontais e 3m verticais
(ou a cada pé direito). As juntas espaçadas horizontalmente poderiam ter sido
executadas substituindo as pastilhas de cor preta, que podem ser vistas na figura
7.16.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
8.1. CONCLUSÃO
Para que essa camada de revestimento exerça as funções a qual foi designada, é
necessário o desenvolvimento, ainda na fase de projeto, de uma completa
compreensão dos elementos do meio que interferirão na estrutura. As
características a serem avaliadas atuaram diretamente na movimentação da
edificação e nas tensões que serão geradas.
8.2. SUGESTÕES
As patologias que surgem na estrutura são decorrentes, não de causa única, mas
de diversos fatores. Portanto, a qualidade e a durabilidade dos revestimentos
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Tais ações farão com que projetos futuro tenham menores índices e problemas
resultantes da má empregabilidade das juntas. Deve-se reforçar que além de
especificações de projeto e de fiscalização adequada, o treinamento da mão-de-
obra é fundamental no resultado final da edificação, que objetiva a qualidade,
desempenho e custo adequados.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRITISH STANDARDS INSTITUTION (BSI). Wall and floor tiling: part 2. code of
practice for the design and installation of external ceramic wall tiling and mosaics
(including terra cotta and faience tiles) – BS5385 Part 2. London, 1991.