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FAVENI

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

AGATA CRISTIAN DOS SANTOS MOREIRA

A GESTÃO ESCOLAR E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO


DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS COM AUTISMO

RIO DE JANEIRO / RJ
2024
FAVENI

AGATA CRISTIAN DOS SANTOS MOREIRA

A GESTÃO ESCOLAR E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO


DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS COM AUTISMO

Trabalho de conclusão de
curso apresentado como
requisito parcial à obtenção do
título especialista em
Administração Escolar.

RIO DE JANEIRO / RJ
2024
2
A GESTÃO ESCOLAR E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO
DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS COM AUTISMO

Agata Cristian dos Santos Moreira1


Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o
mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja
parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e
corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de
investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de violação aos direitos
autorais.

RESUMO – Introdução: O Transtorno Autista é uma condição estabelecida no


DSM-5 como alusivo à categoria denominada Transtornos de Neurodesenvolvi-
mento, recebendo a designação de Transtornos do Espectro Autista. A preparação
dos educadores para lidar com a inclusão constitui um desafio tanto complexo
quanto crucial no âmbito da educação, especialmente em relação à gestão.
Objetivo: discutir a formação docente no desenvolvimento de crianças com autismo.
Metodologia: Pesquisa do tipo bibliográfica com abordagem de natureza qualitativa
e método descritivo. A coleta do material para a pesquisa foi realizada no período de
julho de 2024. O levantamento foi realizado em ambiente virtual na Biblioteca Virtual
de Saúde (BVS), com as seguintes bases de dados: SCIELO, LILACS e MEDLINE.
Resultados: Conclusão: Diversas ações podem ser adotadas pela gestão escolar
para fomentar a inclusão de alunos com autismo, como a capacitação de
professores para trabalhar com esses alunos e a adaptação das atividades
pedagógicas. É fundamental que esses profissionais sejam treinados para lidar com
as particularidades dos alunos autistas, compreendendo suas necessidades e
sabendo como ajustar a metodologia e as estratégias de ensino para atender às
suas demandas.

Palavras-chaves: Gestão Escolar; Capacitação Docente; Autismo.

INTRODUÇÃO

O Transtorno Autista é uma condição estabelecida no DSM-5 como alusivo à


categoria denominada Transtornos de Neurodesenvolvimento, recebendo a
designação de Transtornos do Espectro Autista (TEA). Logo, o TEA é estabelecido
como uma disfunção do desenvolvimento neurológico, que deve aparecer desde a
infância, manifestando déficits nas condições sociocomunicativa e comportamental
(APA, 2020).
No Brasil, a Educação Especial passa atualmente por um momento de
revisão epistemológica, que se caracteriza pelo movimento da Educação Inclusiva.
3
Este movimento é decorrente das transformações ocorridas nas atitudes sociais que
foram se estabelecendo ao longo da história, com relação ao tratamento dado às
pessoas com deficiência, até porque havia, e de certa forma ainda há, uma ideia
generalizada de que as escolas ditas normais não deveriam aceitar esses sujeitos.
A inclusão educacional escolar consiste numa estratégia política, cultural,
social e pedagógica que tem o intuito de garantir o direito de todos os alunos
reunidos, aprendendo e participando (BRASIL, 2007). Nesse sentido, é discutido por
meio da Declaração Universal dos Direitos Humanos, criada em 1948. No entanto,
embora a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional estabeleça que as
pessoas com deficiência devem ser inseridas, especialmente na educação regular,
foi apenas a partir da Constituição de 1988 e sob a influência da Declaração de
Jomtien (UNESCO,1990) e da Declaração Salamanca (UNESCO, 1994), que, no
Brasil, começou a ser discutida a universalização da Educação, e a ser
implementada nas escolas regulares uma política de Educação Inclusiva, resultando
na Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva
(BRASIL, 2008).
Tendo isso em mente, é fundamental entender que essas pessoas precisam
de um suporte adequado no contexto escolar. A preparação dos educadores para
lidar com a inclusão constitui um desafio tanto complexo quanto crucial no âmbito da
educação, especialmente em relação à gestão. A formação voltada para a educação
inclusiva requer uma reavaliação dos papéis do professor, da escola e das
metodologias pedagógicas tradicionais, necessitando de uma atualização das
propostas de formação profissional já estabelecidas.
A justificativa deste estudo se dá pela escassez de pesquisas que abordem
os desafios da gestão na formação de professores e na capacitação adicional
voltada para as necessidades educacionais, sobretudo no que diz respeito ao
transtorno do espectro autista. Isso se deve ao fato de que o processo de ensino
para essa população requer uma abordagem diferenciada.
A questão norteadora deste estudo é: Como se dá a formação continuada dos
docentes na educação inclusiva de crianças com autismo?
Para responder à questão apresentada delineou-se como objetivo discutir a
formação docente no desenvolvimento de crianças com autismo.

METODOLOGIA

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Pesquisa do tipo bibliográfica com abordagem de natureza qualitativa e
método descritivo, apresentando como análise resumos de artigos produzidos sobre
o tema: A gestão escolar e a formação de professores no desenvolvimento de
crianças com autismo.
Para desenvolver o estudo, delineou-se o caminho metodológico, onde a
abordagem se encaixa dentro da tipologia dos estudos de caso e de natureza
descritiva. Sendo assim, a pesquisa foi aplicada através de levantamento dos
artigos científicos relacionados ao assunto.
A pesquisa bibliográfica tem como base, permitir o embasamento teórico
científico necessário para a construção deste trabalho. Sustenta-se por meio de
consulta em livros, revistas e artigos permitindo o conhecimento detalhado e
verídico no que o estudo pretende desenvolver. Resumo do caminho e dos
instrumentos para se concluir os objetivos e resolver os problemas. Aqui são
definidos o tipo e as fontes de pesquisa, a coleta e a análise dos dados e a análise
dos resultados.
Segundo Marconi e Lakatos (1992, p.71):

A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda


bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde
publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas,
monografias, teses, material cartográfico etc., até meios de comunicação
orais: rádio, gravações em fita magnética e audiovisual: filmes e televisão.
Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que
foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive
conferências seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma
forma, querem publicadas, quer gravadas.

Segundo Maanen (1979, p.520) a abordagem qualitativa, tem por objetivo


traduzir e expressar o sentimento dos fenômenos do mundo social; temos como
objeto, observar a distância entre o indicador e indicado. Assim, a abordagem
qualitativa preocupa-se com dados subjetivos, que não podem ser expressos em
estatística ou representados em gráficos. Portanto, através desta abordagem e
interpretando os fenômenos por indução, se chega ao objetivo pretendido.
Conforme Cervo, Bervian e Silva (2010, p.61):

A pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou


fenômenos sem manipulá-los. Procura descobrir, com a maior precisão

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possível, a frequência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão
com os outros, sua natureza e suas características.

De acordo com o conceito de Gil (2006, p.134):

A categorização consiste na organização dos dados de forma que o


pesquisador consiga tomar decisões e tirar conclusões a partir deles. Isso
requer a construção de um conjunto de categorias descritivas, que podem
ser fundamentais no referencial teórico da pesquisa. Nem sempre, porém,
essas categorias podem ser definidas de imediato. Para se chegar a elas, é
preciso ler e reler o material obtido até que se tenha o domínio de seu
conteúdo para, em seguida, cadastrá-lo com o referencial teórico. Essas
leituras sucessivas possibilitam a divisão do material em seus elementos
componentes, sem perder de vista sua relação com os demais
componentes.

A coleta do material para a pesquisa foi realizada no período de julho de


2024. O levantamento foi realizado em ambiente virtual na Biblioteca Virtual de
Saúde (BVS), com as seguintes bases de dados: SCIELO, LILACS e MEDLINE. No
período de busca, foram utilizados artigos do período de 2014 a 2024 e utilizados
como descritores: Gestão; Formação docente; Autismo.
Iniciando a pesquisa os descritores foram analisados de forma individual, como
apresentados no quadro 1.
Quadro 1 – Descritores – Registros encontrados na base de dados DeCS:
Descritores SCIELO LILACS MEDLINE
Gestão 8920 10944 60668
Formação docente 866 3975 41021
Autismo 756 1553 40291
Fonte: BVS (2014 a 2024).

Com grande número de artigos apresentados na tabela anterior, foi realizado


um refinamento inicial, utilizando os descritores em duplas, apresentados no quadro
2.
Com grande número de artigos apresentados na tabela anterior realizaram-
se um novo filtro, onde foram utilizados os descritores apresentados no quadro 2:
Quadro 2: Busca realizada na base de dados BVS, utilizando três descritores.
Descritores SCIELO LILACS MEDLINE
Gestão + Formação docente + Autismo. 03 04 16
Fonte: BVS (2014 a 2024).

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As obras repetidas em bases de dados e divergentes foram descartadas e,
diante disso, analisou-se seu primeiro registro. No primeiro momento os artigos
foram armazenados em computador, para que em seguida fosse realizada uma pré-
seleção de acordo com a leitura dos resumos. Nesta etapa, investigou-se a
associação entre o conteúdo, título, resumo, e se respondiam ao objetivo do
presente estudo.
Realizada a triagem das obras, foram selecionadas 23 (vinte e três)
publicações, as quais 05 (cinco) estavam associadas diretamente com o tema.
Para análise e síntese do material observaram-se os seguintes procedimentos:
1. Leitura informativa ou exploratória, que constituiu na visualização ampla do
conteúdo que o material bibliográfico tem a contribuir;
2. Leitura seletiva, que explanaram partes relevantes para o estudo que está
sendo trabalhado;
3. Leitura crítica ou reflexiva que buscou um significado a partir dos arquivos
pesquisados, interagindo o conhecimento textual e do leitor.

RESULTADOS

No Quadro 1, estão disponíveis as especificações das amostras obtidas e que


foram analisadas:
Autores Título Resultados

HEES; RAMIREZ; Responsabilidades e São muitos desafios, mas


SANTOS desafios do gestor existem diversas possibilidades
escolar diante das e alternativas que o gestor pode
práticas inclusivas no e deve adotar para a construção
ensino regular de uma escola inclusiva. Desde
adaptação da estrutura física e
curricular, a formação de toda a
equipe, promover recursos
financeiros, promover condições
democráticas de participação de
todos, comunicação sistemática

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e direta com os pais e demais
profissionais, a implantação de
um projeto Político Pedagógico
inclusivo, entre outras.
LOBATO; Os desafios da escola Foi possível compreender que é
BARROSO no atendimento aos necessário a capacitação dos
alunos com transtorno professores que lidam com os
do espectro autista. alunos autistas diariamente,
pois, torna-se um meio
facilitador para a realização do
seu trabalho.
CHAVES; O papel da gestão Com base na observação feita
SOUSA; SOUZA escolar na construção in loco pode-se observar que
da escola inclusiva como os docentes, diretores e
funcionários apresentam papéis
específicos, mas precisam agir
coletivamente para que a
inclusão escolar seja efetivada
nas escolas.
CARVALHO; Gestão escolar na As ações gestoriais
LINO educação inclusiva: a permaneceram direcionadas
produção acadêmica para a solução de conflitos e
stricto sensu paulista e ações burocráticas, com
uma realidade escolar fragilidades na formação inicial e
continuada, não acessando
pesquisas acadêmicas sobre o
tema e apresentando ações
insuficientes. Imprescinde a
continuidade de estudos que
orientem a intervenção gestorial,
bem como uma autonomia
docente para a busca dos
mesmos.
FREITAS; Formação e atuação do Os dados obtidos revelam a
8
OLIVEIRA gestor escolar na relevância de a formação, tanto
perspectiva da inicial quanto continuada,
educação inclusiva abarcar alguns elementos
básicos como: o
reconhecimento da inclusão
escolar como um direito,
valorização da diversidade.
Apontam ainda a existência de
lacunas na formação inicial
quanto a conteúdo específico
referentes à inclusão e ao papel
de líder do gestor na promoção
de uma educação inclusiva
Fonte: Elaborado pela autora (2024).

DISCUSSÃO

O artigo dos autores Lobato e Barroso (2019) em sua revisão de literatura


aborda que atualmente, o maior desafio da gestão na educação e aprendizagem é
contribuir para a formação moral e ética do indivíduo, pois esses conceitos são muito
abstratos para a parentalidade, principalmente para crianças com autismo que são
mais egoístas por natureza.
É na escola que a criança se desenvolverá como pessoa autônoma, em
situações que exigem empatia, solidariedade e lidar com a diversidade. Isto é vital
para as crianças com autismo, um espaço onde possam formar a sua identidade,
respeitar o lugar do outro e serem respeitadas nas suas dificuldades de interação
social.
O artigo de Hees, Ramirez e Santos (2020) aborda os desafios enfrentados
pelos gestores escolares em relação às práticas inclusivas, sem especificar o
estatuto do autismo, mas fornecendo um panorama geral do processo de inclusão.
O primeiro desafio explicado refere-se à necessidade de preparar a equipe docente
e demais funcionários para que possamos desenvolver uma abordagem inclusiva
com conhecimentos que promovam ações inclusivas entre os alunos. Esta formação

9
deverá permitir aos professores e outros funcionários desenvolverem um processo
de aprendizagem inclusivo em que as salas de aula e outros processos de
aprendizagem sejam planeados tendo em conta o francês de cada aluno.
Para apoiar a sua visão, os autores citam teorias que abordam a questão da
preparação das equipas de aprendizagem e de outras pessoas envolvidas no
processo de aprendizagem e enfatizam a relevância da aprendizagem democrática
para incluir diferenças no seu planeamento. Portanto, os teóricos citados no fórum:
Mantoan e Pietro (2006) e Amancio e Mitsumori (2005).
Outro desafio levantado pelos autores centra-se nas questões financeiras e
no fato de esta questão poder restringir o acesso a cursos de formação. No entanto,
embora este desafio possa limitar o progresso da formação do corpo docente e de
outros funcionários, é possível promover equipes de aprendizagem dentro da própria
escola. Continuando, o investimento financeiro permite uma formação inicial mais
aprofundada pelo que a discussão da mesma numa prática que inclui. Observou-se
que o estudo abordado pelos autores se baseou em uma análise explicativa de dois
principais desafios do gestor escolar à luz de dois teóricos que abordam a gestão
democrática e inclusiva.
O estudo realizado por Chaves, Sousa e Souza (2020) teve como objetivo
analisar o papel do gestor escolar na promoção de uma escola inclusiva. Utilizando
uma abordagem qualitativa, com estudo de caso e entrevistas individuais, a
pesquisa buscou investigar as práticas adotadas pelo gestor para garantir a
efetivação do processo de inclusão, sem mencionar diretamente o autismo. Entre os
obstáculos enfrentados pela gestão, a falta de professores especializados, recursos
tecnológicos e estrutura física adequada foram destacados. Além disso, a aceitação
da inclusão por parte das instituições, sem o devido preparo para receber os alunos,
também foi apontada como um desafio. A escassez de recursos foi apontada como
um fator que tem prejudicado o ensino e aprendizagem dos estudantes.
A ausência de capacitação contínua também foi mencionada como um
desafio, onde a prefeitura da cidade nem sempre promove esse tipo de formação.
Esse é um aspecto presente em todas as instituições, sejam elas inclusivas ou não.
Os docentes estão cada vez mais sobrecarregados, sem recursos e sem tempo para
participar de cursos de formação contínua visando melhorar suas práticas.
O estudo realizado por Carvalho e Lino (2023) baseou-se na análise de
trabalhos acadêmicos que abordam a gestão inclusiva, além de entrevistas com
10
gestores escolares. Foi observado que a produção acadêmica sobre a gestão
escolar na educação inclusiva está progredindo lentamente, com poucos estudos
sobre o tema em questão. Acrescenta-se que o incentivo e a capacitação de
profissionais docentes especializados são fundamentais para todo educando com
necessidades educacionais especiais.
Destaca-se a importância da capacitação e do treinamento contínuo para os
profissionais da área educacional e demais participantes do processo de inclusão de
indivíduos autistas. É fundamental garantir que os educadores estejam devidamente
preparados para lidar com as particularidades desses alunos. As abordagens de
ensino para crianças autistas devem ser adaptadas de acordo com suas
necessidades e transtornos específicos, sendo essencial oferecer um atendimento
personalizado com métodos adequados. Para isso, é necessário estar bem-
informado e atualizado com base em evidências científicas (CARVLHO; LINO,
2023).
Referente ao gestor escolar, é evidente os obstáculos que a educação
inclusiva enfrenta. Portanto, é essencial que o gestor esteja apto para enfrentar tais
desafios, buscando aprimorar tanto as instalações físicas quanto as práticas
pedagógicas dos professores, de acordo com as necessidades específicas da
inclusão escolar de alunos com Autismo.
Os estudos dos pesquisadores revelaram que os desafios enfrentados pelos
gestores na implementação da gestão inclusiva estão ligados à falta de preparo
adequado. A falta de capacitação dos gestores resulta em falta de conhecimento e
escolhas equivocadas, o que os impede de implementar práticas e recursos que
promovam a inclusão nas escolas.
A investigação realizada pelos autores revelou uma dificuldade evidente,
envolvendo um gestor e um coordenador. A postura burocrática e centralizadora do
gestor estava diretamente ligada à sua formação desatualizada e despreparada para
lidar com a inclusão, o que resultava em obstáculos como a falta de acessibilidade
arquitetônica para alunos com deficiências físicas, impedindo seu acesso a
determinados ambientes devido à presença de escadas. Concluiu-se que as
dificuldades estavam relacionadas à formação limitada e à falta de conhecimento
para implementar a inclusão de forma eficaz.
A pesquisa realizada por Freitas e Oliveira (2021) teve como objetivo analisar
o papel do gestor escolar em uma escola inclusiva e identificar a formação
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adequada para essa função. O estudo foi baseado em uma revisão bibliográfica e na
técnica de revisão narrativa. O desafio abordado neste estudo está relacionado à
formação dos gestores, que atualmente é oferecida principalmente através do curso
de Pedagogia e especializações. No entanto, essa formação inicial tem sido
insuficiente no que diz respeito à inclusão escolar, já que os cursos de Pedagogia
geralmente oferecem apenas uma ou duas disciplinas sobre o tema.
Freitas e Oliveira (2021) destacam a importância do papel do gestor na
conscientização de todos em uma escola inclusiva, ressaltando que a aprendizagem
de todos está diretamente ligada à atuação da gestão na organização do Projeto
Político Pedagógico (PPP) para legitimar e estruturar as práticas pedagógicas
inclusivas. Nesse sentido, eles dialogam com o estudo de Hees, Ramírez e Santos
(2023) sobre a importância do PPP na promoção de ações inclusivas.
Por outro lado, Chaves, Sousa e Souza (2020) realizaram entrevistas com o
gerente geral, professora de sala de recursos multifuncionais e coordenadora
pedagógica de uma escola que busca promover a inclusão de alunos com
necessidades educativas especiais. A coordenadora ressalta a importância da
adaptação da escola e da formação contínua dos professores. Já o gestor destaca
ações como atendimento individual, formação continuada e conscientização para
garantir a inclusão de todos.

CONCLUSÃO

A análise dos textos ressaltou a relevância da administração e organização


escolar no contexto da inclusão, especialmente no que se refere ao acolhimento de
crianças autistas. A pergunta central sobre de que forma a administração e a
organização escolar podem auxiliar no processo de ensino-aprendizagem de
crianças autistas é explorada de diferentes maneiras pelos pesquisadores.
A gestão escolar tem a responsabilidade de coordenar e direcionar as
atividades pedagógicas, administrativas e financeiras da escola, além de
implementar políticas de inclusão para assegurar que todos os alunos tenham
acesso a uma educação de excelência.
Diversas ações podem ser adotadas pela gestão escolar para fomentar a
inclusão de alunos com autismo, como a capacitação de professores para trabalhar
com esses alunos e a adaptação das atividades pedagógicas. É fundamental que
esses profissionais sejam treinados para lidar com as particularidades dos alunos
12
autistas, compreendendo suas necessidades e sabendo como ajustar a metodologia
e as estratégias de ensino para atender às suas demandas.

REFERÊNCIAS

APA. American Psychiatric Association. DSM-5. Associação Americana de


Psiquiatria. DSM-V - Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais, 2020.

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13
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