Acórdão

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 5

Tribunal Regional Federal da 3ª Região

PJe - Processo Judicial Eletrônico

16/12/2022

Número: 5036568-06.2021.4.03.6100
Classe: APELAÇÃO CÍVEL
Órgão julgador colegiado: 1ª Turma
Órgão julgador: Gab. 02 - DES. FED. WILSON ZAUHY
Última distribuição : 18/05/2022
Valor da causa: R$ 50.000,00
Processo referência: 5036568-06.2021.4.03.6100
Assuntos: Suspensão da Exigibilidade, Compensação, Base de Cálculo, Contribuições, Seguro
Acidentes do Trabalho, Contribuições Previdenciárias, Contribuição sobre a folha de salários,
Contribuição de Autônomos, Empresários (Pró-labore) e Facultativos
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
A S TRANSPORTES LTDA (APELANTE) DANIEL OLYMPIO PEREIRA (ADVOGADO)
DELEGADO DA DELEGACIA DE ADMINISTRAÇÃO
TRIBUTÁRIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL
(DERAT/SPO) (APELADO)
UNIAO FEDERAL - FAZENDA NACIONAL (APELADO)
MINISTERIO PUBLICO FEDERAL - PR/SP (FISCAL DA LEI)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
26807 13/12/2022 15:52 Acórdão Acórdão
8277
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal Regional Federal da 3ª Região
1ª Turma

APELAÇÃO CÍVEL (198) Nº 5036568-06.2021.4.03.6100


RELATOR: Gab. 02 - DES. FED. WILSON ZAUHY
APELANTE: A S TRANSPORTES LTDA
Advogado do(a) APELANTE: DANIEL OLYMPIO PEREIRA - SP349136-S
APELADO: DELEGADO DA DELEGACIA DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL
(DERAT/SPO), UNIAO FEDERAL - FAZENDA NACIONAL
OUTROS PARTICIPANTES:

p{text-align: justify;}

PODER JUDICIÁRIO
Tribunal Regional Federal da 3ª Região
1ª Turma

APELAÇÃO CÍVEL (198) Nº 5036568-06.2021.4.03.6100


RELATOR: Gab. 02 - DES. FED. WILSON ZAUHY
APELANTE: A S TRANSPORTES LTDA
Advogado do(a) APELANTE: DANIEL OLYMPIO PEREIRA - SP349136-S
APELADO: DELEGADO DA DELEGACIA DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL
(DERAT/SPO), UNIAO FEDERAL - FAZENDA NACIONAL

OUTROS PARTICIPANTES:

RELATÓRIO

Trata-se de embargos de declaração opostos por A. S. TRANSPORTES LTDA em face de acórdão assim
ementado (ID 257788791, página 1):

“DIREITO TRIBUTÁRIO. APELAÇÃO. MANDADO DE SEGURANÇA. CONTRIBUIÇÕES


PREVIDENCIÁRIAS PATRONAIS, SAT/RAT E DE TERCEIROS. INCIDÊNCIA SOBRE A
CONTRIBUIÇÃO DO EMPREGADO AO INSS E SOBRE O IRPF RETIDO PELA EMPRESA
EMPREGADORA. APELAÇÃO DESPROVIDA.

1. Os valores retidos pelo empregador e repassados ao Fisco a título de contribuição previdenciária e


IRPF do empregado são valores que compuseram a sua remuneração, não havendo que se falar em não

Assinado eletronicamente por: WILSON ZAUHY FILHO - 13/12/2022 15:52:36 Num. 268078277 - Pág. 1
https://pje2g.trf3.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22121315523684800000266114635
Número do documento: 22121315523684800000266114635
incidência da contribuição patronal sobre eles. Tais valores são descontados pelo empregador por força
da substituição tributária prevista em lei, mas compõem a remuneração do empregado, devendo a
contribuição patronal incidir sobre esse montante também (Apelação Cível 5010513-86.2019.4.03.6100,
Rel. Des. Fed. Valdeci dos Santos, TRF3 - 1ª Turma, e - DJF3 Judicial 16/09/2020). O mesmo
entendimento se aplica às contribuições SAT/RAT e a terceiros.

2. Registra-se que não há que se falar na aplicação da ratio decidendi adotada pelo E. STF no RE
574.706/PR ao julgamento do presente caso, como pretende a empresa contribuinte. Isso porque o caso
submetido à análise da Suprema Corte dizia respeito à inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da
COFINS, matéria que não guarda relação com à inclusão das retenções efetuadas pelo empregador na
remuneração de seus empregados na base de cálculo das contribuições sociais a cargo da empresa,
cabendo, pois, proceder-se ao necessário distinguishing entre as situações postas.

3. Recurso de apelação a que se nega provimento.”

A embargante alega que o acórdão se omitiu em relação à indevida aplicação do art. 111 do CTN pelo
juízo a quo (ID 263645330, páginas 1-4).

A embargada FAZENDA NACIONAL apresentou sua resposta no ID 264081856, páginas 1-4.

Neste ponto, vieram-me conclusos os autos.

É o relatório.

p{text-align: justify;}

PODER JUDICIÁRIO
Tribunal Regional Federal da 3ª Região
1ª Turma

APELAÇÃO CÍVEL (198) Nº 5036568-06.2021.4.03.6100


RELATOR: Gab. 02 - DES. FED. WILSON ZAUHY
APELANTE: A S TRANSPORTES LTDA
Advogado do(a) APELANTE: DANIEL OLYMPIO PEREIRA - SP349136-S
APELADO: DELEGADO DA DELEGACIA DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL
(DERAT/SPO), UNIAO FEDERAL - FAZENDA NACIONAL

OUTROS PARTICIPANTES:

VOTO

Os presentes embargos de declaração foram opostos na vigência do Código de Processo Civil de 2015,
que dispõe, em seu art. 1.022, sobre as hipóteses de cabimento dos aclaratórios: a existência, na decisão

Assinado eletronicamente por: WILSON ZAUHY FILHO - 13/12/2022 15:52:36 Num. 268078277 - Pág. 2
https://pje2g.trf3.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22121315523684800000266114635
Número do documento: 22121315523684800000266114635
judicial, de obscuridade, contradição, omissão ou ainda erro material a serem sanados pelo Juízo. No
presente caso, contudo, não se verifica nenhuma dessas hipóteses.

Com efeito, o art. 111 do CTN dispõe que se interpreta literalmente a legislação tributária que disponha
sobre suspensão ou exclusão do crédito tributário, outorga de isenção e dispensa do cumprimento de
obrigações tributárias acessórias. Com base em tal preceptivo legal, a empresa contribuinte alega, em seus
aclaratórios, que o juízo a quo teria aplicado indevidamente a disposição, na medida em que não teria
diferenciado adequadamente isenção tributária de não-incidência tributária.

Conquanto a isenção de fato não se confunda com a não-incidência tributária, cuidando-se de institutos
distintos, o fato é que a incursão nessa questão não se revela necessária para o deslinde da controvérsia
posta, porque o Colegiado considerou, com base em sólida jurisprudência nesse sentido, que se estaria
sim diante de uma hipótese de incidência das contribuições sociais, cabendo à empresa contribuinte
recolhê-las. O enfrentamento dessa questão terminológica e conceitual – saber se estamos face a uma
não-incidência tributária ou a uma isenção tributária - em nada infirmará o fato de que as contribuições
deverão continuar incidindo, donde tal análise redundaria apenas em injustificado atraso da marcha
processual.

Pelo exposto, rejeito os embargos de declaração opostos, nos termos da fundamentação supra.

É como voto.

p{text-align: justify;}

EMENTA

DIREITO TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.


APELAÇÃO. MANDADO DE SEGURANÇA. OMISSÃO NÃO CONFIGURADA. QUESTÃO
CONCEITUAL E TERMINOLÓGICA ENTRE ISENÇÃO E NÃO-INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA
QUE SE REVELA COMPLETAMENTE DESNECESSÁRIA PARA O DESLINDE DA CAUSA.
ACLARATÓRIOS REJEITADOS.

1. Os presentes embargos de declaração foram opostos na vigência do Código de Processo


Civil de 2015, que dispõe, em seu art. 1.022, sobre as hipóteses de cabimento dos aclaratórios:
a existência, na decisão judicial, de obscuridade, contradição, omissão ou ainda erro material a
serem sanados pelo Juízo. No presente caso, contudo, não se verifica nenhuma dessas
hipóteses.

2. Com efeito, o art. 111 do CTN dispõe que se interpreta literalmente a legislação tributária que
disponha sobre suspensão ou exclusão do crédito tributário, outorga de isenção e dispensa do
cumprimento de obrigações tributárias acessórias. Com base em tal preceptivo legal, a
empresa contribuinte alega, em seus aclaratórios, que o juízo a quo teria aplicado
indevidamente a disposição, na medida em que não teria diferenciado adequadamente isenção
tributária de não-incidência tributária.

3. Conquanto a isenção tributária de fato não se confunda com a não-incidência tributária,


cuidando-se de institutos distintos, o fato é que a incursão nessa questão não se revela
necessária para o deslinde da controvérsia posta, porque o Colegiado considerou, com base
em sólida jurisprudência nesse sentido, que se estaria sim diante de uma hipótese de
incidência das contribuições sociais, cabendo à empresa contribuinte recolhê-las. O

Assinado eletronicamente por: WILSON ZAUHY FILHO - 13/12/2022 15:52:36 Num. 268078277 - Pág. 3
https://pje2g.trf3.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22121315523684800000266114635
Número do documento: 22121315523684800000266114635
enfrentamento dessa questão terminológica e conceitual – saber se estamos face a uma
não-incidência tributária ou a uma isenção tributária - em nada infirmará o fato de que as
contribuições deverão continuar incidindo, donde tal análise redundaria apenas em injustificado
atraso da marcha processual.

4. Aclaratórios rejeitados.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, a Primeira Turma, por
unanimidade, rejeitou os embargos de declaração, nos termos do relatório e voto que ficam
fazendo parte integrante do presente julgado.

Assinado eletronicamente por: WILSON ZAUHY FILHO - 13/12/2022 15:52:36 Num. 268078277 - Pág. 4
https://pje2g.trf3.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22121315523684800000266114635
Número do documento: 22121315523684800000266114635

Você também pode gostar