Caderno 11 - 9º Ano - Impressas

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ATIVIDADE 1.

Humildade
Cora Coralina
Senhor, fazei com que eu aceite
minha pobreza tal como sempre foi.
Que eu possa agradecer a Vós
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.

1. Que temática é explorada no poema de Cora Coralina?

a) O povo goiano.

b) A melancolia rural.

c) O trabalho duro.

d) A lentidão do tempo.

e) A vida simples.

2. Que palavra do texto remete à ideia de religiosidade do povo?

3. A estrutura do texto, bem como o sentido, tem semelhança:

( ) De uma oração

( ) De um conto

( ) De uma notícia

( ) De uma reportagem

4.No poema, o eu lírico diz sobre “minhas coisinhas pobres/ minha casa de chão”. No
seu entendimento do poema, quais seriam essas “coisinhas pobres”?
ATIVIDADE 2

Leia o texto seguinte.

CORA CORALINA: Ascensão na literatura brasileira


Sua carreira de escritora foi alavancada somente depois de ser publicamente elogiada por Carlos
Drummond de Andrade. Em 1965, teve o seu primeiro livro publicado, o “Poemas dos Becos de
Goiás e Estórias Mais”.
Cora Coralina foi uma das mais importantes escritoras brasileiras do século XX, sendo que sua obra,
rica em acontecimentos do cotidiano, continha uma afinadíssima linguagem poética.
Em 1983, fora entregue a ela o título de Honoris como Doutora, sendo que, logo depois, foi eleita
intelectual do ano, pela União Brasileira dos Escritores (UBE), sendo contemplada com o Prêmio
Juca Pato, um dos mais importantes da literatura brasileira. No mesmo ano, ingressou na Academia
Goiana de Letras, ocupando a cadeira número 38.
Cora faleceu em 10 de abril de 1985, quando tinha 95 anos, vítima de pneumonia. Sua antiga casa
em Goiás, atualmente, é um museu, reconhecido em 2001 pela Unesco como Patrimônio Histórico
da Humanidade.
Entre suas principais obras estão “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais”, “Meu Livro de
Cordel”, “Vintém de Cobre – Meias Confissões de Aninha”, “Estórias da Casa Velha da Ponte”,
“Meninos Verdes” e “Vila Boa de Goiás”.
(...)
Em suas declarações, Cora revela seu jeito peculiar de composição, afirmando que: “somente
depois que me libertei da rima e da métrica, foi que eu também consegui me libertar das minhas
dificuldades.” E acrescenta: “Se tivesse que escrever pela gramatica, não escreveria nada.”
Essas são reflexões importantes de uma mulher do interior, com ensino primário, que encontrou na
forma culta e nas leis ortográficas um limitador, mas que, para ela, foi apenas mais uma pedra no
caminho.

1) Somente a partir de quantos anos Cora Coralina passou a se dedicar mais fortemente à literatura,
produzindo suas próprias histórias?
( ) 76 anos
( ) 11 anos
( ) 14 anos
( ) 37 anos
2. Quais as principais obras da escritora Cora Coralina?

3.Das características da obra de Cora Coralina e sua importância para a literatura brasileira, o que o texto
destaca como presença diferenciada na poesia da autora?

4. CORA CORALINA, mulher do interior, com ensino primário apenas, vida simples, recebeu o título
de “Honoris como Doutora”. Por que essa escritora recebeu esse título de DOUTORA?
ATIVIDADE 3

POEMA: ANINHA E SUAS PEDRAS - CORA CORALINA -

Não te deixes destruir...


Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces.
Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha
um poema.
E viverás no coração dos jovens
e na memória das gerações que hão de vir.
Esta fonte é para uso de todos os sedentos.

Toma a tua parte.


Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede.

Entendendo o poema:

01 – O eixo temático presente no poema relaciona-se:

a) Ao trabalho do poeta que deve ser norteado pelo registro metalinguístico.


b) Ao caráter metafórico que é constituído de elementos pitorescos.
c) Ao verso prosaico que renova o modo tradicional de composição.
d) Á educação pela arte que transmite valores estéticos restritos.
e) Á arte poética que incentiva a função de pensar e reformular a vida factual.

02 – O título do poema, somado a informações biográficas da autora, mostra que o eu lírico:


a) Sente-se melancólico diante das dificuldades descritas.
b) Revela sua própria experiência e a estende aos outros.
c) Demonstra decepção ao perceber sua vida mesquinha.
d) Observa a vida ao seu redor do modo indiferente.

03 – Aninha, segundo o texto, pode e deve fazer praticamente tudo, MENOS:


a) Dar, literalmente, de beber às pessoas que gostam dela.
b) Buscar outros desafios, abandonando os erros do passado.
c) Ter a vida constantemente renovada.
d) Mudar sua maneira de viver, uma vez que esta é mesquinha.
e) Tomar parte da poesia e assim manter-se nas outras pessoas.

04 – O poema “Aninha e suas pedras”, pelas características do gênero a que pertence, tem duas fortes
orientações: ser universal e ser atemporal. Esses dois aspectos específicos deste poema residem no fato de
que o poema:

a) Demarca uma pessoa específica da via da autora, a quem se dirige um conselho real e delimitado em um
tempo pretérito.
b) Consiste em uma repreensão entre membros de determinada família, partindo de um adulto a um ente mais
jovem, exortando este último a refazer a vida.
c) Tem a ver com um conselho polido a alguém mais jovem, por meio de linguagem predominantemente
denotativa.
d) Refere-se a uma mensagem simbólica a um leitor geral, que, a qualquer momento, pode tomar para si as
injunções postas nos versos.
ATIVIDADE 4

Um conto de Bernardo Élis (trecho)

Nhola dos Anjos e a cheia do Corumbá

Bernardo Élis

— Fio, fais um zóio de boi lá fora pra nóis.

O menino saiu do rancho com um baixeiro na cabeça, e no terreiro, debaixo da chuva


miúda e continuada, enfincou o calcanhar na lama, rodou sobre ele o pé, riscando com
o dedão uma circunferência no chão mole — outra e mais outra. Três círculos
entrelaçados, cujos centros formavam um triângulo equilátero.
Isto era simpatia para fazer estiar. E o menino voltou:
— Pronto, vó.
— O rio já encheu mais? — perguntou ela.
— Chi, tá um mar d’água! Qué vê, espia, — e apontou com o dedo para fora do rancho.
A velha foi até a porta e lançou a vista. Para todo lado havia água. Somente para o sul,
para a várzea, é que estava mais enxuto, pois o braço do rio aí era pequeno. A velha
voltou para dentro, arrastando-se pelo chão, feito um cachorro, cadela, aliás: era
entrevada. Havia vinte anos apanhara um “ar de estupor” e desde então nunca mais se
valera das pernas, que murcharam e se estorceram.

1. Uma característica marcante neste trecho do conto é:


a. ( ) A linguagem descaracterizada de formalidade
b. ( ) A riqueza do padrão da linguagem
c. ( ) O uso de adjetivos para enriquecer os detalhes descritos
d. ( ) A ausência da marca de oralidade
2. Pela descrição, a velha sofria se arrastando pelo chão. Qual foi a mal que atacou a
personagem?
3. A expressão “— Fio, fais um zóio de boi lá fora pra nóis.” Tem o seguinte
entendimento:
a) ( ) Dar uma olhada fora do rancho
b) ( ) Ver a chuva que caía
c) Ver o rio que se enchia rapidamente pela chuva
d) ( ) Fazer uma simpatia para não chover

4. O que significa a expressão “— Chi, tá um mar d’água”?

ATIVIDADE 5

C O R A C O R A L I N A – R E S S A LVA
Este livro foi escrito
por uma mulher
que no tarde da Vida
recria e poetiza sua própria
Vida.

Este livro
foi escrito por uma mulher
que fez a escalada da
Montanha da Vida
removendo pedras
e plantando flores.

Este livro:
Versos… Não.
Poesia… Não.
Um modo diferente de contar velhas estórias.

1. Pelo poema, percebe-se que a autora escreve por


a) ( ) Necessidade, pois vive da escrita de seus livros
b) ( ) Por prazer, para contar sobre a própria vida
c) ( ) A autora desde cedo na idade já escrevia poemas
d) ( ) No livro , a autora seleciona os melhores poemas de temática moderna

2. O que entende por “escrever no tarde da vida”?

3. No poema acima, fica entendido que se trata de:


a) ( ) O livro escrito traz poemas sobre a vida da autora
b) ( ) O livro escrito é narrativo, pois conta a vida na obra
c) ( ) O livro traz versos contando a história da vida da autora
d) ( ) Neste livro a autora conta a história de vida de outros personagens

4. Qual a intenção da autora em escrever este livro?

ATIVIDADE 6

Leia o texto a seguir.

HUGO DE CARVALHO RAMOS


(1895-1921)

Nasceu em 21 de maio de 1895, em Vila Boa, então Capital do Estado de Goiás. Iniciou seus estudos na
cidade natal e depois foi para o Rio de Janeiro, onde, em 1916, matriculou-se na Faculdade de Ciências
Jurídicas e Sociais. Em 1917, publicou Tropas e Boiadas, coletânea de contos que até hoje permanece como
uma das obras goianas mais festejadas. Em 1920, estando prestes a concluir seu curso jurídico e, em crise
de depressão, viaja ao interior de Minas Gerais e São Paulo. Em 31 de março de 1921, quando retorna ao
Rio de Janeiro, morre prematuramente. Sempre presente na história da literatura pelo seu livro de contos,
deixou poesias que mereceram inclusão no livro de Andrade Muricy sobre o Simbolismo.
Bibliografia: Tropas e boiadas (contos). Rio de Janeiro: Revista dos Tribunais, 1917; Obras completas de Hugo de Carvalho Ramos, São Paulo, Panorama,
1950, 2 v.

SAUDADE PÓSTUMA ( 1ª estrofe)

Há de um dia ter fim o meu tormento,

há de um dia acabar o meu martírio,

quando for do meu peito o último alento,

quando tiver na mão aceso um círio.

Sobre o texto acima:

1. O gênero textual acima expõe sobre a vida de um grande escritor goiano. Trata-se, portanto, de um texto:
a) ( ) Poético
b) ( ) Narrativo
c) ( ) Dissertativo
d) ( ) Biográfico

2. A partir do texto, é CORRETO afirmar que Hugo de Carvalho Ramos tornou-se uma referência goiana na
literatura brasileira porque:

a) ( ) Teve um desempenho razoável como poeta.


b) ( ) Escreveu uma coletânea de contos importantes.
c) ( ) Formou-se advogado exercendo bem sua função.
d) ( ) Morou no Rio de Janeiro, por isso se tornou escritor

3. Na estrofe do poema de Hugo de Carvalho Ramos, SAUDADE PÓSTUMA, é possível compreender que o
poeta expõe um sentimento de :
a) ( ) Depressão
b) ( ) Felicidade
c) ( ) Tristeza
d) ( ) Sofrimento

4. Que aspecto da obra (1ª estrofe do poema) se relaciona com dados sobre o autor?

ATIVIDADE 7

Leia o poema a seguir.

Evém a Bandeira dos Polistas...

num tropel soturno.

Rasgando as lavras

ensacando ouro,

encadeiam Vila Boa

nos morros vestidos


de pau-d'arco.

Foi quando a perdida gente

riscou o roteiro incerto

do velho Bandeirante.

E Bartolomeu Bueno,

num passe de magia

histórica,

tira Goyaz de um prato de aguardente

e ficou sendo o Anhanguera.

(CORALINA, Cora. Anhanguera. "Melhores poemas". Seleção de Darcy França Denófrio. São Paulo: Global, 2004. p. 84-86. (Coleção Melhores
poemas). [Adaptado].

1. A produção de identidades pode levar à busca de mitos fundadores. O poema de Cora Coralina expressa
a relação entre um símbolo mítico e a identidade goiana, ao destacar que

a) o imaginário goiano rejeitou a figura do bandeirante, considerando o caráter usurpador presente na


descoberta do ouro.

b) a chegada dos bandeirantes foi considerada o acontecimento que simbolizou o abandono da identidade
rural na capitania.

c) a utilização do ardil da aguardente forjou a narrativa de receptividade entre a "perdida gente" e os


bandeirantes paulistas.

e) as bandeiras, como estratégia político-militar portuguesa, objetivavam simbolizar o poder metropolitano na


região.

e) as bandeiras, como estratégia político-militar portuguesa, objetivavam simbolizar o poder metropolitano na


região.

2. São características da obra de Cora Coralina:

I. Preocupação com o código: alinhada ao modelo parnasiano, Cora Coralina empregava em seus poemas
uma linguagem rebuscada, além do uso da metalinguagem e aliterações.

II. Preocupação com a mensagem: o desconhecimento acerca das regras da gramática contribuiu para que
sua produção artística priorizasse a mensagem em detrimento da forma.

III. É possível notar traços do simbolismo em sua obra através do uso extremo dos símbolos e do misticismo.

IV. Sua produção literária está intrinsecamente ligada à sua história, sobretudo à forte ligação com a Cidade
de Goiás, onde nasceu e foi criada.

V. Os elementos folclóricos que faziam parte de seu cotidiano foram uma de suas maiores inspirações
poéticas.

a) II, IV e V.

b) I, IV e V.

c) I e III.
d) III e V.

e) III e IV.

3. Os seguintes versos apresentam características de linguagem típicas da obra de Cora Coralina, exceto:

a) “(...) Plantemos a roça. /Lavremos a gleba. /Cuidemos do ninho, /do gado e da tulha. /Fartura teremos/e
donos de sítio/felizes seremos.”

b) “Eu sou a terra, eu sou a vida. /Do meu barro primeiro veio o homem. /De mim veio a mulher e veio o amor.
/Veio a árvore, veio a fonte. /Vem o fruto e vem a flor (...)”.

c) “(...) Lá longe meu pai campeava/no mato sem fim da fazenda. /E eu não sabia que minha história/era mais
bonita que a de Robinson Crusoé.”

d) “(...) O vento vem vindo de longe, /a noite se curva de frio;/debaixo da água vai morrendo/meu sonho,
dentro de um navio (... )”.

e) "Não sei.../se a vida é curta ou longa demais pra nós, /mas sei que nada do que vivemos tem sentido, /se
não tocamos o coração das pessoas (...)”.

ATIVIDADE 8

A história da Cruz do Anhanguera, que estava em Catalão e foi levada


para a cidade de Goiás
Historiador de Catalão revela bastidores da retirada da cruz, que originalmente
pertencia a Catalã

Publicado em 28 abril 2020


Luís Estevam

A Academia Catalana de Letras relembra que a retirada da Cruz do Anhanguera de Catalão


foi um acontecimento marcante que ficou na memória do município. Os moradores
compareceram à estação ferroviária, no dia da transferência da cruz, mas pouco entenderam o
que estava acontecendo. Presenciaram lances dramáticos de choro, lamento e raiva, assim
como também demonstrações de euforia, satisfação e ardor cívico. Sob um foguetório intenso
e ao som da banda de música, a cruz foi acomodada em uma prancha do vagão de carga e o
trem partiu rapidamente.
A história começou dois anos antes, lá no mato onde a cruz foi retirada. Estivera fincada no
local por quase 200 anos como um sinal misterioso, de procedência ignorada, plantada ao lado
de uma antiga passagem que dava no Porto Velho, local de travessia do rio Paranaíba. Bem
perto havia uma estradinha de comunicação entre fazendas vizinhas, bastante utilizada,
beiradeando o ribeirão do Ouvidor.
Alguns moradores antigos da região contavam que, quando crianças, brincavam perto daquela
cruz e ouviam muitos relatos do passado narrados pelos mais velhos. Casos referentes a
catequização de índios ou mesmo de expedições garimpeiras pelo sertão. Porém, nada ainda
com referência específica ao Anhanguera, na certa por desconhecimento histórico das
bandeiras. Desse modo, a enorme e velha cruz era um completo mistério para os poucos
moradores rurais que conheciam apenas a sua localização.
Aquelas terras, conhecidas como Fazenda dos Casados, eram parte de uma antiga sesmaria
pertencente à família do Cel. Mariano da Silva que foi sendo, pouco a pouco, dividida entre
filhos e netos.
Em um desses processos de repartição fundiária, no ano de 1914, estiveram ao pé da cruz o
juiz de Direito de Catalão e um conhecido agrimensor. O juiz, Luiz Ramos de Oliveira Couto
(Luiz do Couto), estava ali como mediador de uma contenda litigiosa entre herdeiros e o
agrimensor, Bento Xavier Garcia, como responsável pela medição do terreno. Ambos, pessoas
cultas e esclarecidas que, intuitivamente, ligaram a cruz à passagem do Anhanguera pelo
Porto Velho (Porto do Lalau) distante seis quilômetros do local. Verificando o lenho principal da
cruz divisaram o número 172... que seria a prova de sua existência desde 1722 quando
aconteceu a expedição do bandeirante.

1. O texto descreve um acontecimento importante da história de Catalão. Esse fato se refere:


a) ( ) À transferência de uma cruz
b) ( ) À substituição da cruz, pois já era antiga no lugar
c) ( ) A uma cruz desconhecida, supostamente pertence aos índios
d) ( ) À retirada da cruz para cumprir a determinação do dono da terra
2. No momento exato em que a cruz era levada, um misto de sentimento tomava conta das
pessoas presentes no local. Isso porque:
a) ( ) Todas as pessoas entendiam aquele acontecimento, por isso reagiram com choro e
raiva
b) ( ) As pessoas sabiam que se tratava de um patrimônio histórico-cultural de Catalão, por
isso não aprovou o acontecimento
c) ( ) Os moradores de Catalão ficaram felizes por ver a cruz ser levada
d) ( ) Os moradores ficaram indiferentes perante tal acontecimento

3. Em que lugar estava fincada a chamada cruz do Anhanguera?


4. Todo esse fato se refere a que acontecimento da história de Catalão?

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