Cap. 3 O Povoamento Da América Povos e Sociedades

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CAPÍTULO 3:

POVOAMENTO
DA AMÉRICA

MOSTRAR AOS ALUNOS A PÁG. 45 SOBRE OS SÍTIOS


ARQUEOLÓGICOS DO CONTINENTE AMERICANO.

A chegada ao nosso continente: LER PÁG. 46

A Pré-história americana, em princípio, foca suas discussões sobre o período em que os primeiros
homens pré-históricos ocuparam nosso continente. Esse assunto conta com diferentes pesquisas
que indicam datas que variam entre 20 e 35 mil anos atrás. Investigações científicas ainda mais
recentes trabalham com um período de 50 mil anos atrás.

A chegada desses povos à América aconteceu graças ao congelamento do Estreito de


Bering, que separa o continente asiático da porção norte da América. Há cerca de 12 mil anos, o
congelamento do Estreito e a baixa no nível das águas do Oceano Glacial Ártico permitiram a
migração do homem pré-histórico asiático para a América.

A rota de entrada

O povoamento da América contou com levas sucessivas de grupos humanos. Existem algumas
hipóteses para responder qual teria sido a rota de entrada desses povos na América.

a) Os primeiros seres humanos teriam vindo a pé da Ásia para a América, pelo estreito de Bering,
aproveitando o trecho de terra firme que se formou nesse local durante a última glaciação (como
vimos no capítulo 2). Essa é a teoria mais aceita pelos pesquisadores.

b) Os humanos teriam vindo pelo estreito de Bering, mas a travessia teria sido feita em canoas,
contornando os montes de gelo que separavam os dois continentes;

c) Os grupos teriam chegado pela Oceania, navegando pelo oceano Pacífico até a América;

d) Eles poderiam ter navegado pelas ilhas do oceano Atlântico para alcançar o continente
americano.

A História mais remota da América

Para dividir os períodos da História mais remota do nosso continente, a denominada Pré-
História americana, utilizamos uma nomenclatura diferente da empregada para a Pré-História
da Europa, da Ásia e da África. Os termos usados são: Paleoíndio, Arcaico e Formativo (veja o
infográfico da página seguinte, ABRIR PÁG 47).
Observe a linha do tempo, que mostra as datas aproximadas de início e de fim de cada período.
É importante destacar que, na América, assim como nos demais continentes, o desenvolvimento
dos povos ocorreu de formas variadas e em ritmos diferentes. Em alguns lugares prevaleciam
características do Período Formativo, em outros, predominavam aspectos do Arcaico

Os primeiros habitantes do território brasileiro


Observe o fóssil encontrado em Lagoa Santa (Minas Gerais), conhecido como Luzia, e a reconstituição de
seu rosto (PÁG. 48). Suas feições não se parecem com as dos atuais indígenas brasileiros, e sim com as
de povos africanos e australianos.
A avaliação das características dos crânios encontrados aponta duas feições dos primeiros povos que
colonizaram a América.
• Uma assemelha-se às feições dos asiáticos da Mongólia, como os atuais chineses e japoneses, que
lembram as dos indígenas brasileiros.
• A outra seria mais semelhante à aparência do rosto dos africanos, como mostram os esqueletos
de Luzia e Zuzu, do Período Paleoíndio.

Cultura material e formas de registro


antes de 1500
Alguns grupos indígenas americanos passaram do nomadismo para o sedentarismo no
Período Formativo, quando dominaram a agricultura. Nessa época se desenvolveram
sociedades que, por causa de sua cultura e seus conhecimentos, influenciaram muitos povos e a
própria História da América.

Pedir aos alunos para que façam um


pequeno resumo em forma de Mapa Mental
sobre:
1. Olmecas;
2. Maias (auge entre os séculos III e X);
3. Astecas (auge entre os séculos XV e XVI);
4. Incas (entre os séculos XII e XV).
Valendo nota!
No Brasil

Em alguns lugares do Brasil, os mais antigos vestígios dos povos pré-históricos datam do
Período Paleoíndio; e em outros, do Arcaico.
São restos de ossos, utensílios e pinturas rupestres encontrados em diversos sítios
arqueológicos. Os humanos pré-históricos na região do Brasil atual registravam seu cotidiano e
suas crenças nas paredes das cavernas, como vimos.
Essas pinturas são muito utilizadas para compreendermos os conhecimentos e as práticas
desses povos. Alguns pesquisadores consideram que essa linguagem simbólica é um tipo de
“escrita” pictórica com a função de registrar e partilhar informações sobre aquele grupo.

Os sambaquis
Um importante vestígio encontrado no país são os sambaquis (do tupi tamba = marisco; ki =
amontoamento – grande amontoado de conchas e restos de peixes e outros animais) feitos
por grupos humanos há milhares de anos.
VER PÁGINA 53

Declínio dos sambaquis

Há cerca de 3 mil anos, houve o declínio dos grupos sambaquieiros, época em


que chegavam à região levas de povos caçadores e agricultores provenientes da
Amazônia. No Período Formativo, os Tupi-Guarani desenvolveram sistemas de
sobrevivência alternativos.
Eles tinham como base a produção de mandioca combinada com a caça, a pesca
e a coleta. Já os Guarani tinham o milho como ingrediente principal da
alimentação. Para as sociedades indígenas, de maneira geral, o território era um
domínio coletivo. Entre eles era comum a roça de coivara, prática que consiste
em atear fogo no mato de certo local para limpar o terreno e preparar o cultivo.
A coivara ainda é bastante usada no Brasil. Há evidências de roças de coivara de
mais de 5 700 anos.
Com o esgotamento do solo ou com a escassez de caça, pesca, raízes ou frutos,
os grupos se deslocavam para outra região.

A habilidade na cerâmica amazônica tem como exemplo de sofisticação o vaso


de cariátides, na foto ao lado, datado entre 1000 d.C. e 1500 d.C. Cariátides são
figuras com forma humana, moldadas na borda do suporte do vaso e sobre as
quais se apoia a parte superior do objeto. Esses vasos recebem rica decoração,
feita com inscrições geométricas e apliques de figuras de animais típicos da
região amazônica.
VER PÁG. 54
Características dos nativos
antes de 1500
Havia guerras constantes entre os diferentes povos indígenas que viviam no
território do atual Brasil, visando à posse ou à manutenção de áreas férteis.
Os derrotados eram expulsos da área conquistada.
No final desses conflitos, alguns povos, como os Tupinambá (que ocupavam o
litoral do território), realizavam um cerimonial no qual comiam a carne do(s)
prisioneiro(s). Essa prática é conhecida como antropofagia.
Segundo a crença tupinambá, ao ingerir a carne, passariam a ter a mesma
valentia do prisioneiro. A antropofagia também é interpretada como desejo de
vingança.
Esse costume causou espanto aos colonizadores europeus, foi proibido e aos
poucos deixou de ser praticado.
Atualmente, há registros de que os Ianomâmi ingerem as cinzas dos mortos
como forma de homenageá-los.
Cada povo se dividia em várias aldeias com centenas ou milhares de
habitantes. Nelas, viviam agrupados em pequenas moradias familiares,
distantes umas das outras.
Mas o mais frequente eram as malocas (habitações coletivas).
Os trabalhos eram divididos segundo o sexo e a idade. Certas tarefas cabiam
aos homens, como a caça, a pesca, a guerra e a produção de arcos, flechas e
outros armamentos. Já as mulheres cuidavam da coleta de frutos e raízes, da
agricultura e da fabricação de cestos, redes e vasos de cerâmica. Tais
atividades, porém, variavam muito de um grupo para outro.

Em geral, entre os indígenas prevalecia a monogamia. Mas a poligamia


também era praticada, especialmente entre os chefes do grupo.
Os pajés eram responsáveis pelos rituais de consulta aos deuses e pela cura
das doenças com o uso de rezas, ervas e danças. Também eram responsáveis
por memorizar e transmitir, de geração a geração, os mitos de seus ancestrais.

Responder as questões da página 58.


Fim do capítulo 3.

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