Aula 3

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Responsabilidade do auditor

Apresentação
O código de ética do trabalho em auditoria está presente no âmbito do exercício da profissão de
contador, mas também possui aspectos específicos propostos por entidades próprias de articulação
de profissionais de auditoria. Nesta Unidade de Aprendizagem estudaremos as responsabilidades
do trabalho do auditor.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Reconhecer a responsabilidade do auditor ao realizar auditorias, compilações e revisões.


• Identificar o Código de Conduta Profissional do Auditor e o Código de Ética Profissional do
Contador do AICPA.
• Explicar a responsabilidade jurídica associada a um trabalho de auditoria.
Desafio

Você é membro do comitê de fiscalização do CRC de sua região. Está sob sua responsabilidade
elaborar um parecer de avaliação da seguinte denúncia: um auditor cuja empresa de consultoria e
auditoria realiza auditoria externa em uma empresa foi denunciado como acionista da organização
que é auditada por sua empresa.

O processo já tramitou em todas as fases e, de fato, há provas substantivas de que tal situação
acontece, inclusive com reconhecimento e defesa do auditor.

Quais elementos fundamentais do código de ética você deve utilizar na redação de seu parecer?
Destaque os princípios éticos da profissão pertinentes a essa situação.
Infográfico

Veja no esquema os elementos que estruturam as responsabilidades do trabalho do auditor.


Conteúdo do livro
O código de ética da profissão de auditor tem aspectos gerais e específicos. Para compreender as
responsabilidades do contador auditor, é necessário compreender os consensos construídos em
propostas internacionais e nacionais. A prática profissional exige habilidades e acompanhamento
profissional para o adequado desenvolvimento do trabalho de asseguração. Confira no livro.

Boa leitura!
S929s Stuart, Iris C.
Serviços de auditoria e asseguração na prática [recurso
eletrônico] / Iris C. Stuart ; tradução: Christiane de Brito ;
revisão técnica: Jerônimo Antunes. – Dados eletrônicos. –
Porto Alegre : AMGH, 2014.

Editado também como livro impresso em 2014.


ISBN 978-85-8055-307-9

1. Contabilidade. 2. Auditoria. 3. Asseguração. I. Título.

CDU 657.6

Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/2052


CAPÍTULO 14 | Profissão de auditor 503

Exigências adicionais de independência impostas pela Lei Sarbanes-Oxley


a empresas de capital aberto
Em 2003, o PCAOB adotou certas normas do Código de Conduta Profissional do AICPA
provisoriamente, incluindo a Regra 101 e a Regra 102 e as interpretações de ambas. O
PCAOB também emitiu diversas regras de ética e independência, entre elas:
•• Regra 3.501 Definições de termos empregados na Seção 3, Parte 5 das Regras.
•• Regra 3.502 Responsabilidade de não contribuir com violações conscientemente
ou por descuido.
•• Regra 3.520 Independência do auditor.
•• Regra 3.521 Honorários contingentes.
•• Regra 3.522 Transações tributárias.
•• Regra 3.523 Serviços tributários para profissionais em cargos de supervisão de re-
latórios financeiros.
•• Regra 3.524 Pré-aprovação, pelo Comitê de Auditoria, de certos serviços tributários.
•• Regra 3.525 Pré-aprovação, pelo Comitê de Auditoria, de serviços que não sejam
de auditoria, mas que estejam relacionados aos controles internos so-
bre os relatórios financeiros.
•• Regra 3.526 Comunicação com Comitês de Auditoria referente à independência.
A Lei Sarbanes-Oxley de 2002 também faz exigências adicionais de independên-
cia que devem ser seguidas pelos auditores que realizam auditorias de empresas de
capital aberto. Essas normas adicionais não se aplicam às auditorias de empresas de capi-
tal fechado.
O Título II, Independência do auditor, da Lei Sarbanes-Oxley lista os seguintes
serviços que um auditor é proibido de realizar:
•• Escrituração ou outros serviços relacionados aos registros contábeis ou às demons-
trações financeiras do cliente de auditoria.
•• Elaboração e implementação de sistemas de informação financeira.
•• Serviços de avaliação ou cálculo do valor econômico, opinião sobre valor justo ou
relatórios sobre contribuições em espécie.
•• Serviços atuariais.
•• Serviços de auditoria interna.
•• Gestão ou serviços de recursos humanos.
•• Serviços de corretagem ou negociações, consultoria de investimentos ou serviços de
investimentos bancários.
•• Serviços jurídicos e de perícia não relacionados à auditoria.
•• Qualquer outro serviço que o PCAOB determine não ser permissível.
Uma firma de auditoria pode se envolver na prestação de serviços de auditoria e em
serviços não relacionados a auditorias somente se o Comitê de Auditoria pré-aprovar a
atividade.
A Seção 203 da Lei Sarbanes-Oxley exige que as firmas de auditoria alternem os sócios
encarregados do trabalho de auditoria para um cliente depois de cinco anos. A Seção 204
exige que o auditor informe o Comitê de Auditoria sobre todas as políticas e práticas con-
tábeis fundamentais adotadas; todos os tratamentos alternativos das informações contá-
504 Serviços de auditoria e asseguração na prática

beis; e outras comunicações por escrito entre cliente e auditor que sejam relevantes, como
a carta da administração e o conjunto de ajustes de auditoria não corrigidos. A Seção 206
discute conflitos de interesse entre a firma de auditoria e o seu cliente. Essa Seção declara
ilegal uma firma de auditoria realizar uma auditoria se seu presidente-executivo, o control-
ler, diretor-financeiro, diretor de contabilidade ou qualquer outro profissional que ocupe
cargo equivalente for empregado pela firma de auditoria e tiver participado da auditoria
durante o período de um ano precedente ao início dela.

Seção 200 – Normas gerais e Princípios contábeis


A Seção 200 contém três regras. A Regra 201 exige que os auditorres realizem apenas
os serviços profissionais que tenham competência para realizar, que os realizem com o
zelo profissional devido (um padrão importante em relação ao qual se pode medir o de-
sempenho), que os planejem e supervisionem adequadamente e obtenham evidências
suficientes para sustentar suas conclusões.
A Regra 202 exige que os auditores sigam as normas contábeis. Ela é importante
porque muitas das normas contábeis são regras apenas porque os membros concordam
em segui-las. Essa regra exige que os auditores sigam as normas contábeis, ou seja, se
não as seguirem, terão violado o código de conduta profissional. A Regra 202 dá força
de lei às normas contábeis.
A Regra 203 das normas declara que os auditores não devem expressar uma opinião
que afirme que as demonstrações financeiras estão em conformidade com os princípios
contábeis geralmente aceitos (GAAP dos Estados Unidos) se elas não estiverem de acor-
do com esses princípios. Há uma exceção a essa regra: permite-se que os auditores ex-
pressem uma opinião sobre demonstrações financeiras que não estejam em conformi-
dade com os GAAP dos Estados Unidos se eles acreditarem que uma apresentação que
não segue esses princípios esteja correta. Expressar uma opinião sobre tais demonstra-
ções não violaria a Regra 203 do Código de Conduta Profissional. Essa regra não se
aplica a auditorias de empresas de capital aberto.

Seção 300 – Responsabilidades para com os clientes


A Seção 300 compreende duas regras que se aplicam aos auditores na prática de atos
públicos. A Regra 301 proíbe que um auditor divulgue informações confidenciais de um
cliente sem o consentimento deste. A Regra 302 proíbe os auditores de prestar serviços
profissionais ou de preparar declarações de imposto de renda por um honorário contin-
gente, o qual varia de acordo com o resultado do serviço prestado.

Seção 500 – Outras responsabilidades e práticas


A Seção 500 é composta de quatro regras. A Regra 501 especifica que um auditor não
deve cometer um ato desprestigioso para a profissão, como falhar na apresentação de
declaração de imposto de renda, ser negligente na preparação de demonstrações finan-
ceiras e revelar questões ou respostas de exames para CPA. A Regra 502 proíbe um
auditor de se envolver em propagandas falsas, enganosas ou que induzam a erros.
A Regra 503 trata de comissões proibidas, divulgação de comissões permitidas e
bônus por indicação. Ela proíbe os auditores independentes de recomendar, a fim de
obter uma comissão, um produto ou um serviço a um cliente para o qual também este-
jam realizando serviços como uma auditoria ou revisão de demonstrações financeiras,
CAPÍTULO 14 | Profissão de auditor 505

uma compilação de uma demonstração financeira ou um exame de informações finan-


ceiras prospectivas. Membros que não forem proibidos de prestar serviços para um
cliente e para os quais seja paga uma comissão devem divulgar esse fato para a empresa
para a qual recomendam o produto ou serviço. Qualquer auditor que aceite um bônus
por indicação por ter recomendado um serviço de um CPA para outra pessoa ou empre-
sa deve divulgar essa prática para o cliente. A Regra 505 exige que o auditor pratique a
auditoria independente na forma de organização permitida por lei. A maioria dos esta-
dos permite que empresas de serviços pessoais operem como sociedades ou corpora-
ções de responsabilidade limitada. O nome da nova empresa não pode ser enganoso e
pode incluir o nome de um ou mais antigos sócios da empresa.
Uma empresa não pode se declarar “Membro do AICPA” a menos que todos os seus
sócios o sejam. Essa regra causa problemas em estados que não adotaram a regra de 150
horas (uma exigência do AICPA*). Um candidato que faça o exame de CPA sem ter as
150 horas não poderá se tornar membro do AICPA.

Código de Ética Profissional do Contador do IESBA


Os auditores independentes nos Estados Unidos devem estar OA14.6 Explicar o
cientes do código de ética que se aplica no cenário internacio- Código Internacional
nal. O Conselho Internacional de Normas Éticas de Contadores de Ética Profissional
do Contador do IESBA.
(IESBA), um subcomitê da Federação Internacional de Contado-
res (International Federation of Accountants – IFAC), elaborou o código de ética interna-
cional, o qual possui três partes. A Parte A fornece os princípios fundamentais de ética
profissional para os contadores e uma estrutura conceitual que esses profissionais podem
usar ao tomar decisões que envolvam a prática da auditoria. As Partes B e C descrevem
como a estrutura conceitual é empregada em certas situações. A Parte B se aplica a audi-
tores independentes e a Parte C, aos demais profissionais de contabilidade. Os princípios
fundamentais descritos na Parte A serão discutidos a seguir. Para ver uma lista do conte-
údo das Partes B e C, consulte o Quadro 14.4.
A Parte A do código de ética para os contadores exige que esses sigam os seguintes
princípios:
•• Integridade – ser direto e honesto em todas as relações profissionais e de negócios.
•• Objetividade – não permitir que vieses, conflitos de interesse ou influências inde-
vidas de terceiros se sobreponham a julgamentos profissionais ou de negócios.
•• Competência profissional e zelo profissional devido – manter o conhecimento e
as habilidades profissionais no nível necessário para garantir que um cliente ou em-
pregador receba serviços profissionais competentes e baseados nas tendências atuais
no que diz respeito à prática, à legislação e às técnicas e agir diligentemente e de
acordo com as normas técnicas e aplicáveis.
•• Confidencialidade – respeitar a confidencialidade das informações adquiridas em
decorrência de relações profissionais e de negócios.
•• Comportamento profissional – cumprir as leis e regulamentações relevantes e evi-
tar qualquer ação que seja desprestigiosa para a profissão.

*
N. de T.: Essa exigência adicional, adotada em alguns estados dos Estados Unidos, está relacionada à for-
mação acadêmica do candidato, que deve, obrigatoriamente, cursar um mínimo de 150 horas de estudo.
506 Serviços de auditoria e asseguração na prática

Código de Ética Profissional do Contador do IESBA – Federação Internacional


Quadro 14.4
de Contadores
Parte A Aplicação geral do código do IESBA
Seção 100 Introdução e princípios fundamentais
Seção 110 Integridade
Seção 120 Objetividade
Seção 130 Competência profissional e zelo profissional devido
Seção 140 Confidencialidade
Seção 150 Comportamento profissional
Parte B Auditores Independentes
Seção 200 Introdução
Seção 210 Compromisso profissional
Seção 220 Conflitos de interesse
Seção 230 Segundas opiniões
Seção 240 Honorários e outros tipos de remuneração
Seção 250 Serviços profissionais de marketing
Seção 260 Presentes e hospitalidade
Seção 270 Custódia dos ativos do cliente
Seção 280 Objetividade – todos os serviços
Seção 290 Independência – trabalhos de auditoria e revisão
Seção 291 Outros trabalhos de asseguração
Interpretação 2005-1 Exigências de independência para trabalhos que não sejam auditorias de demonstrações financeiras
Parte C Contadores em Empresas
Seção 300 Introdução
Seção 310 Possíveis conflitos
Seção 320 Preparação e divulgação de informações
Seção 330 Agir com experiência suficiente
Seção 340 Interesses financeiros
Seção 350 Induções
Fonte: <www.ifac.org>.

Responsabilidade jurídica associada a um trabalho de auditoria


Ao prestarem serviços profissionais, os auditores podem ser OA14.7 Descrever a
processados em um tribunal de justiça pelo cliente em virtude responsabilidade
de suas decisões, por reguladores que acreditam que eles te- jurídica associada a um
nham violado a lei e por um usuário externo que dependa das trabalho de auditoria.
demonstrações financeiras e acredite ter sido prejudicado pelo fato de estas apresenta-
rem distorções relevantes. O auditor responde juridicamente em quatro fontes primá-
rias: (1) clientes de auditoria; (2) terceiros sob o direito consuetudinário; (3) ações civis
sob as leis federais de valores mobiliários; e (4) direito criminal. Todas elas e a defesa
dos auditores nas ações movidas a partir de cada fonte serão discutidas a seguir. Indi-
víduos, grupos de indivíduos ou órgãos reguladores podem mover ações no tribunal
CAPÍTULO 14 | Profissão de auditor 507

estadual ou federal. As indenizações concedidas em uma ação judicial podem ser finan-
ceiras, na forma de multas, ou assumir a forma de punição em sentenças de prisão.

Responsabilidade jurídica dos clientes de auditoria


Um contrato jurídico estabelece a relação entre uma empresa e seus auditores para a rea-
lização de uma auditoria. Ambas as partes são legalmente obrigadas a cumprir os seus
termos e podem ser processadas por quebra de contrato. Por exemplo, o cliente pode alegar
que os auditores quebraram o contrato e, por terem sido negligentes ao realizar suas tare-
fas, não descobriram uma fraude ou descumpriram a exigência de confidencialidade. Os
auditores podem usar quatro argumentos para se defender de ações movidas pelos clien-
tes: (1) ausência de obrigação; (2) desempenho não negligente; (3) negligência contributi-
va; e (4) ausência de nexo causal. Os auditores podem usar o argumento “ausência de
obrigação” quando acreditam que não tinham a obrigação de realizar o serviço, sendo que
a melhor maneira de estabelecê-lo é citar a carta de contratação de serviços de auditoria e
indicar que o auditor realizou os serviços especificados ali.
O argumento de defesa de “desempenho não negligente” pode ser usado quando os
auditores acreditam que cumpriram as exigências das normas de auditoria. Nesse caso,
eles declaram que obtiveram as evidências que outro auditor teria obtido e as interpre-
taram de maneira consistente à interpretação que outro auditor teria feito. Por esse
motivo, os auditores não devem ser judicialmente responsabilizados pelo desempenho
negligente alegado pelo cliente.
Um argumento de defesa de “negligência contributiva” alega que, em virtude das
ações do cliente, o auditor foi impedido de obter as informações necessárias para tomar
a decisão correta. Por exemplo, o cliente que aluga caixas postais por todo o país e res-
ponde de maneira fraudulenta todas as confirmações de contas a receber, validando os
saldos de contas fictícias, pode ter contribuído para a impressão dos auditores de que
as contas eram recebíveis. Um tribunal não responsabilizaria os auditores por não des-
cobrir que as contas a receber eram fictícias.
Os auditores quem usam um argumento de defesa de “ausência de nexo causal”
afirmam que suas ações na auditoria não causaram os danos sofridos pelo cliente. Nes-
se caso, argumenta-se que outras condições, que não as decisões tomadas pelo auditor,
causaram os danos sofridos pelo cliente. Os auditores podem usar essa defesa quando
acreditarem, por exemplo, que foram as condições econômicas gerais, e não suas deci-
sões, que causaram os danos ao cliente.

Responsabilidades civis (por terceiros) sob o direito consuetudinário (common law)


“Terceiros” incluem acionistas, credores, clientes, funcionários e fornecedores. Eles
cobram responsabilidade jurídica por terem sofrido danos causados por sua confiança em
demonstrações financeiras enganosas. A responsabilidade jurídica do direito consuetudi-
nário (common law) baseia-se naquela estabelecida pela jurisprudência, e não em viola-
ções de leis e regulamentações. Primeiro, os tribunais interpretavam a responsabilidade
civil sob o direito consuetudinário como uma responsabilidade jurídica de usuários
conhecidos das demonstrações financeiras, mas, depois, ampliaram essa interpretação,
passando a incluir usuários conhecidos e previsíveis. Isso estende a possível responsabilida-
de jurídica dos auditores a um grupo mais amplo formado por terceiros.
Os auditores podem usar três dos quatro argumentos de defesa citados anteriormente
508 Serviços de auditoria e asseguração na prática

para se defender contra cobrança de responsabilidade jurídica por terceiros: (1) ausên-
cia de obrigação; (2) desempenho não negligente; e (3) ausência de nexo causal. A ne-
gligência contributiva raramente é usada como defesa, pois terceiros geralmente não se
encontram em uma posição de contribuir com a negligência alegada nas demonstrações
financeiras enganosas.

Responsabilidade civil sob as leis federais de valores mobiliários nos Estados Unidos
Os auditores também enfrentam responsabilidade jurídica pela violação de leis federais de
valores mobiliários, ações geralmente movidas pela Comissão de Valores Mobiliários dos
Estados Unidos (SEC). A finalidade de mover uma ação civil contra os auditores é receber
indenizações monetárias por perdas e danos. Duas leis federais de valores mobiliários
servem de fonte de responsabilidade jurídica para os auditores. A Lei de Valores Mobiliá-
rios de 1933 fornece regulamentações para empresas que emitem novos títulos. Baseando-
-se na responsabilidade jurídica prevista nessa lei, as únicas partes que podem receber
indenizações dos auditores são os compradores de títulos originais. A Lei de Valores Mobi-
liários de 1934 regula as exigências pertencentes aos envios trimestrais e anuais de relató-
rios financeiros à SEC. Cada empresa com títulos negociados em uma das bolsas de valores
dos Estados Unidos é obrigada a enviar anualmente demonstrações financeiras auditadas
que cumpram as exigências do Formulário 10-K. Os auditores também são juridicamente
responsáveis pelas informações trimestrais enviadas à SEC no Formulário 8-K.
A responsabilidade jurídica dos auditores sob a Lei de Valores Mobiliários de 1933
decorre da declaração na regulamentação que especifica que qualquer terceiro que
comprar títulos descritos no acordo de registro pode processar o auditor por deturpa-
ções ou omissões relevantes de informações em demonstrações financeiras auditadas
incluídas na declaração de registro. Para responsabilizar os auditores pelas deturpa-
ções, os terceiros são obrigados somente a provar que as demonstrações financeiras
auditadas continham uma deturpação ou omissão relevante, e não que os auditores
foram negligentes ou fraudulentos na auditoria. A defesa dos auditores sob a acusação
de deturpação prevista pela Lei de Valores Mobiliários de 1933 é provar que foi realiza-
da uma auditoria adequada ou que a perda sofrida pelo terceiro foi causada por fatores
outros que não as demonstrações financeiras enganosas.
A responsabilidade jurídica dos auditores sob a Lei de Valores Mobiliários de 1934
decorre da exigência que proíbe qualquer atividade fraudulenta envolvendo a venda ou
a compra de um título. Essa exigência foi interpretada como aplicável aos auditores se
eles deturparem, intencionalmente ou por descuido, as informações fornecidas a tercei-
ros. A defesa dos auditores contra acusações de deturpação sob a Lei de Valores Mobi-
liários de 1934 inclui (1) ausência de obrigação, (2) desempenho não negligente e (3)
ausência de nexo causal.

Você sabia?
Em dezembro de 2009, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos
processou a Ernst & Young e seis de seus sócios por fraude contábil na Bally Total
Fitness Holding Corporation. A SEC descobriu que a Ernst & Young sabia ou
deveria saber sobre a contabilidade e as divulgações fraudulentas da Bally. A
Ernst & Young emitiu relatórios de auditoria com opiniões não qualificadas afir-
mando que as demonstrações financeiras da Bally nos exercícios sociais entre
2001 e 2003 foram apresentadas em conformidade com os princípios contábeis
geralmente aceitos (a estrutura de relatório financeiro aplicável) e que as auditorias
CAPÍTULO 14 | Profissão de auditor 509

foram conduzidas de acordo com as Normas de Auditoria Geralmente Aceitas.


Esses relatórios eram falsos e enganosos.
Segundo a SEC, a Bally, que contabilizava fraudulentamente suas receitas, su-
peravaliou o patrimônio líquido em 2001 em aproximadamente US$ 1,8 billhão, ou
mais de 340%. Além disso, subavaliou suas perdas líquidas de 2002 e 2003 em
US$ 92,4 milhões (9.341%) e US$ 90,8 milhões (845%), respectivamente.
A Ernst & Young pagou uma multa de US$ 8,5 milhões para dirimir as acu-
sações da SEC, assim como concordou em corrigir as políticas e práticas relacio-
nadas às suas violações e fazer cessar e proibir a violação das leis de valores mo-
biliários. Todos os sócios individuais dirimiram as acusações contra eles pelo
pagamento de multas.
A SEC descobriu que a Ernst & Young tinha identificado a auditoria da Bally
como arriscada porque seus administradores, antigos sócios da firma de auditoria,
“tinham sido agressivos na seleção de princípios contábeis e na determinação de es-
timativas” no passado. Entre mais de 10.000 clientes de auditoria na América do
Norte, a Ernst & Young tinha identificado a Bally como uma das 18 mais arriscadas.
A SEC emitiu ordens de “cessar e proibir” contra os sócios da Ernst & Young,
declarando que eles não podiam aparecer ou praticar a profissão de auditor pe-
rante a comissão durante um período de tempo de 9 meses a 3 anos. A comissão
também multou o diretor-financeiro da Bally, banido permanentemente da práti-
ca profissional perante a SEC, e o controller da empresa, suspenso por dois anos.
Fonte: SEC Press Release 2009-271, “SEC Charges Ernst & Young and Six Part-
ners for Roles in Accounting Violations at Bally Total Fitness”, 17 de dezembro de
2009; SEC Litigation Release n. 20.470, 28 de fevereiro de 2008.

A SEC também tem o poder de: sancionar um auditor ou uma firma de auditoria;
emitir uma ordem de “cessar e proibir” contra qualquer um dos dois; ordenar que a
firma de auditoria (ou o sócio da firma, individualmente) devolva todos os honorários
recebidos durante o período em que as leis de valores mobiliários foram violadas (o que
é chamado de restituição de honorários); e ordenar à firma ou ao sócio da firma a contra-
tar uma consultoria para melhorar suas práticas empresariais de modo a evitar futuras
violações. O poder de sanção pode ser usado para prevenir que um auditor ou uma
firma de auditoria arquive relatórios junto à SEC ou aceite novos clientes da SEC por
um período de 6 meses a 1 ano. Quando a SEC emite uma ordem de “cessar e proibir”,
ordena ao sócio da firma de auditoria ou à firma que evite futuras violações similares
às ocorridas atualmente. Durante o período de sanção, o sócio ou a firma de auditoria
geralmente são obrigados a participar de cursos de educação profissional continuada ou a
implementar mudanças na prática que possam evitar a recorrência do problema. As sanções
da SEC são públicas, então, também resultam em constrangimento para a parte sancionada.

Você sabia?
Em 2004, a Ernst & Young ficou impedida de aceitar novos clientes da SEC por
seis meses. Essa suspensão também incluiu uma ordem de “cessar e proibir” de
cometer futuras violações da independência, uma ordem de restituição (exigindo
que a Ernst & Young devolvesse os honorários de auditoria cobrados da People-
Soft de 1994 a 1999, totalizando US$ 1,7 milhão mais juros de US$ 0,70 milhão)
e a exigência de contratar um consultor para aconselhar a firma de auditoria so-
bre o cumprimento da exigência de independência das normas de auditoria.
510 Serviços de auditoria e asseguração na prática

A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos acusou a Ernst &


Young de violações das leis de valores mobiliários por se envolver em acordos de
negócios lucrativos com um cliente de auditoria. A Ernst & Young tinha entrado em
um acordo de marketing com a PeopleSoft para vender e instalar seu software. Sob
o acordo, a empresa concordava em pagar royalties à PeopleSoft de 15 a 30% por
cada venda de software com a garantia de um pagamento mínimo de US$ 300.000.
Durante a época desse acordo, a Ernst & Young servia de auditora da PeopleSoft.
De acordo com a SEC, “um auditor não pode estar envolvido em negócios para ge-
rar receitas com um cliente de auditoria sem prejudicar a sua independência”. A
Ernst & Young contestou fortemente a acusação, alegando que seu trabalho para a
PeopleSoft “foi totalmente apropriado e permissível sob as regras da profissão. Nos-
sos negócios conjuntos não afetaram nosso cliente, seus acionistas ou o público
investidor, nem a SEC está alegando ter encontrado qualquer erro em nossas audi-
torias ou nas demonstrações financeiras de nosso cliente decorrente deles”.
Fonte: SEC Initial Decision Release n. 249, Administrative Proceeding File n.
3-10933, 16 de abril de 2004; Michael Schroeder e Scot J. Paltrow, “SEC Says
Ernst & Young Violated Independence Rules in Past Audits”, The Wall Street Jour-
nal, 21 de maio de 2002.

A recente sanção mais importante foi imposta em 2002, quando a Arthur Ander-
sen foi condenada por um crime em conexão com a auditoria falha da Enron Corpo-
ration. Essa condenação exigiu que a Arthur Andersen perdesse sua licença de práti-
ca da auditoria independente e parasse de realizar auditorias em empresas de capital
aberto. Vinte e oito mil funcionários tiveram que procurar outro emprego e apenas
alguns deles permaneceram na firma de auditoria. Embora o Supremo Tribunal dos
Estados Unidos tenha suspendido a condenação em 2005 em virtude da descoberta
de que as instruções do júri foram falhas, a reputação da firma de auditoria já tinha
sido destruída.

Responsabilidade penal
A finalidade de uma ação judicial contra auditores por responsabilidade penal, sob a
legislação federal e estatal, é obter indenizações monetárias ou a prisão dos envolvidos.
A Lei Uniforme de Valores Mobiliários (Uniform Securities Act) sob a legislação estatal
impõe exigências similares às da SEC no que diz respeito a valores mobiliários. A legis-
lação federal, incluindo as Leis de Valores Mobiliários de 1933 e 1934, o Estatuto Fede-
ral de Fraude de Correspondência (Federal Mail Fraud Statute), o Estatuto Federal de
Conspiração (Federal Conspiracy Statute), o Estatuto Federal de Demonstrações Falsas
(Federal False Statement Statute) e a Lei Sarbanes-Oxley, provavelmente servem de
fonte para a responsabilização penal de auditores. Todas essas leis federais tornam ile-
gal defraudar outra pessoa por meio do envolvimento deliberado em demonstrações
financeiras inexatas. A Lei Sarbanes-Oxley também considera crime alterar, destruir ou
criar documentos para obstruir uma investigação federal, ações que podem levar um
auditor tanto a pagar multas quanto a ser preso. As defesas do auditor contra acusações
de responsabilização penal incluem (1) ausência de obrigação, (2) desempenho não
negligente e (3) ausência de nexo causal.
CAPÍTULO 14 | Profissão de auditor 511

Você sabia?
As investigações que envolveram o colapso da Enron Corporation e a condenação
da Arthur Andersen por obstrução da justiça levaram a várias acusações crimi-
nais com multas e condenações à prisão como resultado das decisões do júri. A
investigação federal realizada pelo Departamento de Justiça resultou em acusa-
ções criminais contra 30 funcionários, sendo que aproximadamente a metade
deles se declarou culpada dos crimes e concordou em contribuir com os promo-
tores. Jeffrey Skilling, antigo presidente e diretor-executivo da Enron, foi conde-
nado a 24 anos na prisão por sua participação no escândalo. Kenneth Lay, antigo
presidente e diretor-executivo da Enron, foi considerado culpado das acusações
contra ele, mas morreu antes de sua pena na prisão ter sido determinada (sua
sentença foi revogada porque ele faleceu enquanto sua apelação ainda estava pen-
dente de julgamento). Andrew Fastow, antigo diretor-executivo financeiro da En-
ron, recebeu uma sentença de apenas 6 anos na prisão. Alguns observadores da
área de negócios especulam que sua sentença tenha sido menor do que a dos
outros pela cooperação com as autoridades criminais federais.
Fonte: John Emshwiller, “Skilling Is Sentenced to 24 Years in Prison for Role in Enron
Collapse”, The Wall Street Journal, 23 de outubro de 2006; John Emshwiller, “Enron:
The Tale of Two Sentencings”, The Wall Street Journal, 19 de outubro de 2006.

Responsabilidade jurídica da administração sob a Lei Sarbanes-Oxley


Tanto os auditores quanto a administração da empresa têm responsabilidade jurídica
por uma auditoria. A responsabilidade associada aos administradores mudou após a
assinatura da Lei Sarbanes-Oxley. Consideremos algumas seções dessa lei e o impacto
que elas tiveram sobre a responsabilidade jurídica dos gerentes.
A Seção 302 da Lei Sarbanes-Oxley exige que a administração assuma a responsabi-
lidade pelos relatórios financeiros. Ela determina que o diretor-executivo e o diretor-
-executivo financeiro da empresa ateste, em cada relatório anual ou trimestral arquivado
junto à SEC que: (1) o executivo revisou o relatório; (2) o relatório não contém nenhuma
demonstração falsa ou omite fatos necessários para compreender as demonstrações; (3) as
demonstrações financeiras apresentam adequadamente a condição financeira e os
resultados operacionais da empresa; (4) os executivos que assinam os relatórios são res-
ponsáveis por estabelecer e manter controles internos na empresa; (5) os executivos que
assinam os relatórios divulgaram para o auditor todas as deficiências significativas na
elaboração ou operação dos controles internos e qualquer fraude envolvendo a adminis-
tração ou outros funcionários; e (6) os executivos que assinam os relatórios indicaram no
relatório sobre controles internos se houve mudanças significativas nestes antes de tê-los
avaliado (Lei Sarbanes-Oxley, Seção 302).
Observadores da área de negócios especulam que essa seção da Lei Sarbanes-Oxley
foi elaborada para prevenir desculpas como aquelas dadas pela administração da Enron
e da WorldCom durante os respectivos julgamentos. Quando questionados sobre as
distorções nas demonstrações financeiras, os executivos indicaram que não estiveram
envolvidos na preparação das demonstrações financeiras e não compreendiam todos os
itens nelas registrados; portanto, não podiam ser responsabilizados por aquelas distor-
ções. Essa desculpa não foi eficiente durante os julgamentos da Enron e da WorldCom
porque o tribunal acreditava que, independentemente de esses profissionais saberem
ou não das distorções, eles tinham que estar cientes das informações apresentadas nas
512 Serviços de auditoria e asseguração na prática

demonstrações financeiras. A legislação federal foi mudada de modo que a desculpa


apresentada nesses episódios não pudesse mais ser mais válida.
A Seção 802 da Lei Sarbanes-Oxley, “Penalidades criminais pela alteração de docu-
mentos”, impunha a exigência de que qualquer profissional que deliberadamente altere,
destrua, mutile, omita ou crie um lançamento falso em qualquer registro ou documen-
to sob investigação federal seja multado, levado à prisão por um período de não mais do
que 20 anos, ou ambos. A condenação de crime da Arthur Andersen foi por obstrução
da justiça por alterar ou destruir evidências de auditoria. A Seção 805 aumentou as
diretrizes federais de sentenciamento por obstrução da justiça e fraude criminosa ex-
tensa, e a Seção 807 aumentou as penas por defraudar acionistas de empresas de capital
aberto. Todas as seções do Título 8 da Lei Sarbanes-Oxley aumentaram a responsabili-
dade penal por emissão de relatórios fraudulentos.
O Título 9 da Lei Sarbanes-Oxley aumenta as penas para conspirações para cometer
fraudes, fraudes de correspondência e fraudes eletrônicas. A Seção 906 define penas
para quando o diretor-executivo e o diretor-executivo financeiro certificam os relató-
rios financeiros trimestrais ou anuais sabendo que estes não cumprem as exigências da
Seção 302. Esses executivos podem ser multados em US$ 1 milhão ou presos por não
mais de 10 anos (a multa aumenta para US$ 5 milhões se a certificação for feita inten-
cionalmente e a pena de prisão for menor do que 20 anos).
O auditor ou administrador desonesto tem mais a temer por emitir demonstrações
financeiras inexatas no atual ambiente do que anteriormente. É claro que a incidência
de auditorias envolvendo ações judiciais ainda é uma pequena parte de todas as audi-
torias (menos de 1%), mas o custo dessas ações judiciais é alto em termos da reputação
profissional e das multas cobradas.

Principais pontos do capítulo


O Código de Conduta Profissional do AICPA fornece importantes regras para os auditores. A SEC, o PCAOB e
os conselhos estaduais de contabilidade também desempenham uma função regulatória para a profissão de
auditor independente. A metodologia de auditoria atual que enfatiza testes de controles internos pode apre-
sentar obstáculos em virtude das limitações inerentes dos controles internos. Os auditores devem se manter
alertas para transações que não sejam processadas rotineiramente.
Este capítulo apresentou os seguintes fatos importantes:
•• Exigências de certificação para auditores independentes.
•• Limitações da metodologia de auditoria atual.
•• Pressões sobre a administração e os auditores.
•• O conteúdo do Código de Conduta Profissional do AICPA e do Código Internacional de Ética Profissional
do Contador.
•• Responsabilidade jurídica dos auditores independentes.
Tenha certeza de que compreendeu e sabe explicar esses conceitos.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Dica do professor
Veja no vídeo a seguir os aspectos relevantes quanto às responsabilidades no exercício da profissão
de auditor.

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Exercícios

1) São princípios do Código de Conduta Profissional do AICPA:

A) Ponderação entre riscos e benefícios, tanto atuais como potenciais, individuais ou coletivos,
comprometendo-se com o máximo de benefícios e o mínimo de danos e riscos; garantia de
que danos previsíveis serão evitados; relevância social da pesquisa com vantagens
significativas para os sujeitos da pesquisa e minimização do ônus para os sujeitos vulneráveis.

B) Aceitar o desempenho de cargo de dirigente nas entidades de classe, admitindo-se a justa


recusa; acatar as resoluções votadas pela classe contábil, inclusive quanto a honorários
profissionais.

C) Prestar seu concurso moral, intelectual e material, salvo circunstâncias especiais que
justifiquem a sua recusa; zelar pelo prestígio da classe, pela dignidade profissional e pelo
aperfeiçoamento de suas instituições.

D) Independência, integridade e objetividade.

E) Responsabilidade; interesse público; integridade; objetividade e independência; zelo


profissional e escopo e natureza dos serviços.

2) O Código de Ética Profissional do Contador do IESBA prevê alguns princípios básicos a


serem aplicados pelo profissional em sua atuação, dentre eles, “o de manutenção do
conhecimento e das habilidades profissionais necessárias para garantir que um cliente e/ou
empregador receba serviços profissionais competentes e fundados nas tendências atuais,
sobretudo no que diz respeito à prática, à legislação e às técnicas e o agir diligentemente
conforme normas técnicas e aplicáveis”. O trecho referido acima refere-se a qual princiípio
previsto no Código de Ética Profissional do Contador do IESBA?

A) Objetividade subjetiva

B) Integridade

C) Comportamento profissional objetivo

D) Confencialidade

E) Competência profissional e zelo profissional


3) Empreender apenas os serviços profissionais que o membro ou sua empresa possam,
razoavelmente, esperar que seja concluído com competência profissional refere-se a qual
princípio do Código de Conduta Profissional do AICPA?

A) Atos desprestigiosos.

B) Dados suficientes e relevantes.

C) Planejamento e supervisão.

D) Zelo profissional devido.

E) Competência profissional.

4) A atuação profissional do Contador é também regida pelo Código de Ética Profissional do


Contador aprovado e atualizado constantemente pelo Conselho Federal de Contabilidade
que, seguindo a Norma Brasileira de Contabilidade, estabelece algumas condutas vedadas no
exercício profissional. De acordo com o referido Código, marque a alternativa correta
quanto as vedações aos Contadores:

A) recusar sua indicação quando reconheça não se achar capacitado em face da especialização
requerida;

B) revelar negociação confidenciada pelo cliente ou empregador para acordo ou transação que,
mesmo de forma não comprovada, tenha tido conhecimento;

C) abster-se de interpretações tendenciosas sobre a matéria que constitui objeto de perícia,


mantendo parcialidade moral e técnica na elaboração do respectivo laudo;

D) manifestar, após somente após a elaboração de laudo, a existência de impedimento para o


exercício da profissão;

E) atender à fiscalização do exercício profissional e disponibilizar, quando requeridos pela via


judicial, papéis de trabalho, relatórios e outros documentos.

De acordo com a NBC TA 240, de quem é a principal responsabilidade pela prevenção e


5) detecção da fraude?

A) a) Dos responsáveis pelo departamento contábil das empresas.

B) b) Dos responsáveis pelo departamento de controladoria da empresa.


C) c) Da equipe de trabalho e o sócio (ou responsável técnico) do trabalho.

D) d) Do auditor contratado para realizar a auditoria.

E) e) Dos responsáveis pela governança da entidade e da sua administração.


Na prática

Em 2004, a Ernst & Young ficou impedida de aceitar novos clientes por seis meses. Essa
suspensão também incluiu uma ordem de "cessar e proibir" de cometer futuras violações da
independência, uma ordem de restituição e a exigência de contratar um consultor para aconselhar
a firma de auditoria sobre o cumprimento da exigência de independência das normas de auditoria.

A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos acusou a Ernst & Young de violações das
leis de valores mobiliários por se envolver em acordos de negócios lucrativos com um cliente de
auditoria.

Durante a época desse acordo, a Ernst & Young servia de auditora da PeopleSoft. Um auditor não
pode estar envolvido em negócios para gerar receitas com um cliente de auditoria sem prejudicar a
sua independência.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Código de ética para auditoria interna.

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RESOLUÇÃO CFC No 803/96

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