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Língua Portuguesa
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LÍNGUA PORTUGUESA.......................................................................................................5
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS............................................................................. 5
ORTOGRAFIA OFICIAL........................................................................................................................ 10
ACENTUAÇÃO GRÁFICA.................................................................................................................... 11
NOME..................................................................................................................................................................12
PRONOME..........................................................................................................................................................16
VERBO................................................................................................................................................................23
PREPOSIÇÕES...................................................................................................................................................34
CONJUNÇÕES....................................................................................................................................................40
PONTUAÇÃO....................................................................................................................................... 66
FORMAÇÃO DE PALAVRAS................................................................................................................ 90
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LÍNGUA PORTUGUESA
A interpretação e a compreensão textual são aspectos essenciais a serem dominados por aque-
les candidatos que buscam a aprovação em seleções e concursos públicos. Trata-se de um assunto
que abrange questões específicas e de conteúdo geral nas provas; conhecer e dominar estratégias
que facilitem a apreensão desse assunto pode ser o grande diferencial entre o quase e a aprovação.
Além disso, seja a compreensão textual, seja a interpretação textual, ambas guardam uma
relação de proximidade com um assunto pouco explorado pelos cursos de português: a semân-
tica, que incide suas relações de estudo sobre as relações de sentido que a forma linguística
pode assumir.
Portanto, neste material você encontrará recursos para solidificar seus conhecimentos em inter-
pretação e compreensão textual, associando a essas temáticas as relações semânticas que permeiam
o sentido de todo amontoado de palavras, tendo em vista que qualquer aglomeração textual é, atual-
mente, considerada texto e, dessa forma, deve ter um sentido que precisa ser reconhecido por quem
o lê.
Assim, vamos começar nosso estudo fazendo uma breve diferença entre os termos com-
preensão e interpretação textual.
Para muitos, essas palavras expressam o mesmo sentido, mas, como pretendemos deixar
claro neste material, ainda que existam relações de sinonímia entre palavras do nosso voca-
bulário, a opção do autor por um termo ao invés de outro reflete um sentido que deve ser
interpretado no texto, uma vez que a interpretação realiza ligações com o texto a partir das
ideias que o leitor pode concluir com a leitura.
Já a compreensão busca a análise de algo exposto no texto, e, geralmente, é marcada por uma
palavra ou uma expressão, e apresenta mais relações semânticas e sintáticas. A compreensão tex-
tual estipula aspectos linguísticos essencialmente relacionados à significação das palavras e, por
isso, envolve uma forte ligação com a semântica.
Sabendo disso, é importante separarmos os conteúdos que tenham mais apelo interpretativo ou
compreensivo.
Esses assuntos completam o estudo basilar de semântica com foco em provas e concursos, sem-
pre de olho na sua aprovação. Por isso, convidamos você a estudar com afinco e dedicação, sem
LÍNGUA PORTUGUESA
A inferência é uma relação de sentido conhecida desde a Grécia Antiga e que embasa as
teorias sobre interpretação de texto.
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Dica
Interpretar é buscar ideias e pistas do autor do texto nas linhas apresentadas.
Apesar de parecer algo subjetivo, existem “regras” para se buscar essas pistas.
A primeira e mais importante delas é identificar a orientação do pensamento do autor
do texto, que fica perceptível quando identificamos como o raciocínio dele foi exposto, se de
maneira mais racional, a partir da análise de dados, informações com fontes confiáveis ou se
de maneira mais empirista, partindo dos efeitos, das consequências, a fim de se identificar as
causas.
Por isso, é preciso compreender como podemos interpretar um texto mediante estratégias
de leitura. Muitos pesquisadores já se debruçaram sobre o tema, que é intrigante e de grande
profundidade acadêmica; neste material, selecionamos as estratégias mais eficazes que podem
contribuir para sua aprovação em seleções que avaliam a competência leitora dos candidatos.
A partir disso, apresentamos estratégias de leitura que focam nas formas de inferência
sobre um texto. Dessa forma, é fundamental identificar como ocorre o processo de infe-
rência, que se dá por dedução ou por indução. Para entender melhor, veja esse exemplo:
O marido da minha chefe parou de beber.
Observe que é possível inferir várias informações a partir dessa frase. A primeira é que a
chefe do enunciador é casada (informação comprovada pela expressão “marido”), a segunda
é que o enunciador está trabalhando (informação comprovada pela expressão “minha che-
fe”) e a terceira é que o marido da chefe do enunciador bebia (expressão comprovada pela
expressão “parou de beber”). Note que há pistas contextuais do próprio texto que induzem o
leitor a interpretar essas informações.
Tratando-se de interpretação textual, os processos de inferência, sejam por dedução ou
por indução, partem de uma certeza prévia para a concepção de uma interpretação, construí-
da pelas pistas oferecidas no texto junto da articulação com as informações acessadas pelo
leitor do texto.
A seguir, apresentamos um fluxograma que representa como ocorre a relação desses
processos:
INFERÊNCIA
INDUÇÃO → INTERPRETAR → CERTEZA
A partir desse esquema, conseguimos visualizar melhor como o processo de interpretação ocor-
re. Agora, iremos detalhar esse processo, reconhecendo as estratégias que compõem cada maneira
de inferir informações de um texto. Por isso, vamos apresentar nos tópicos seguintes como usar
estratégias de cunho dedutivo, indutivo e, ainda, como articular a isso o nosso conhecimento de
mundo na interpretação de textos.
A INDUÇÃO
Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa espécie de animal. O que observei neles, no
tempo em que estive na redação do O Globo, foi o bastante para não os amar, nem os imitar.
São em geral de uma lastimável limitação de ideias, cheios de fórmulas, de receitas, só capa-
zes de colher fatos detalhados e impotentes para generalizar, curvados aos fortes e às
ideias vencedoras, e antigas, adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guiados por concei-
tos obsoletos e um pueril e errôneo critério de beleza. (BARRETO, 2010, p. 21)
PROCURE A propriedade vocabular leva o cérebro a aproximar as palavras que têm maior as-
SINÔNIMOS sociação com o tema do texto
ATENÇÃO AOS Os conectivos (conjunções, preposições, pronomes) são marcadores claros de
CONECTIVOS opiniões, espaços físicos e localizadores textuais
A DEDUÇÃO
A leitura de um texto envolve a análise de diversos aspectos que o autor pode colocar explicita-
mente ou de maneira implícita no enunciado.
Em questões de concurso, as bancas costumam procurar nos enunciados implícitos do
texto aspectos para abordar em suas provas.
No momento de ler um texto, o leitor articula seus conhecimentos prévios a partir de uma
informação que julga certa, buscando uma interpretação; assim, ocorre o processo de interpre-
tação por dedução. Conforme Kleiman (2016):
LÍNGUA PORTUGUESA
Ao formular hipóteses o leitor estará predizendo temas, e ao testá-las ele estará depreendendo
o tema; ele estará também postulando uma possível estrutura textual; na predição ele estará
ativando seu conhecimento prévio, e na testagem ele estará enriquecendo, refinando, checan-
do esse conhecimento. (KLEIMAN, 2016, p. 47)
Fique atento a essa informação, pois é uma das primeiras estratégias de leitura para
uma boa interpretação textual: formular hipóteses, a partir da macroestrutura textual; ou
seja, antes da leitura inicial, o leitor deve buscar identificar o gênero textual ao qual o texto
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pertence, a fonte da leitura, o ano, entre outras informações que podem vir como “acessó-
rios” do texto e, então, formular hipóteses sobre a leitura que deverá se seguir. Uma outra
dica importante é ler as questões da prova antes de ler o texto, pois, assim, suas hipóteses já
estarão agindo conforme um objetivo mais definido.
O processo de interpretação por estratégias de dedução envolve a articulação de três tipos de
conhecimento:
z conhecimento linguístico;
z conhecimento textual;
z conhecimento de mundo.
O conhecimento de mundo, por tratar-se de um assunto mais abrangente, será abordado mais
adiante. Os demais, iremos abordar detalhadamente a seguir.
Conhecimento Linguístico
Conhecimento Textual
Conhecimento de Mundo
O uso dos conhecimentos prévios é fundamental para a boa interpretação textual, por
isso, é sempre importante que o candidato a cargos públicos reserve um tempo para ampliar
sua biblioteca e buscar fontes de informações fidedignas, para, dessa forma, aumentar seu
conhecimento de mundo.
Conforme Kleiman (2016), durante a leitura, nosso conhecimento de mundo que é rele-
vante para a compreensão textual é ativado; por isso, é natural ao nosso cérebro associar
informações, a fim de compreender o novo texto que está em processo de interpretação.
A esse respeito, a autora propõe o seguinte exercício para atestarmos a importância da
ativação do conhecimento de mundo em um processo de interpretação. Leia o texto a seguir
e faça o que se pede:
Como gemas para financiá-lo, nosso herói desafiou valentemente todos os risos desdenhosos
que tentaram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enganam” disse ele, “um ovo e não uma
mesa tipificam corretamente esse planeta inexplorado.” Então as três irmãs fortes e resolutas
saíram à procura de provas, abrindo caminho, às vezes através de imensidões tranquilas, mas
amiúde através de picos e vales turbulentos. (KLEIMAN, 2016, p. 24)
As regras de ortografia são muitas e, na maioria dos casos, contraproducentes, tendo em vista
que a lógica da grafia e da acentuação das palavras, muitas vezes, é derivada de processos históri-
cos de evolução da língua.
Por isso, vale lembrar a dica de ouro do aluno craque em ortografia: leia sempre! Somente a
prática de leitura irá lhe garantir segurança no processo de grafia das palavras.
Em relação à acentuação, por outro lado, a maior parte das regras não são efêmeras, porém,
são em grande número. Neste material, iremos apresentar uma forma condensada e prática de
nunca mais esquecer os acentos e os motivos pelos quais as palavras são acentuadas.
Ainda sobre aspectos ortográficos da língua portuguesa, é importante estarmos atentos
ao uso de letras cujos sons são semelhantes e geram confusão quanto à escrita correta. Veja:
z É com G ou com J? Usamos G em substantivos terminados em: -agem; igem; -ugem. Ex.: viagem,
ferrugem;
Palavras terminadas em: ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio. Ex.: sacrilégio, pedágio.
Verbos terminados em -ger e -gir. Ex.: proteger, fugir;
Usamos J em formas verbais terminadas em -jar ou -jer. Ex.: viajar, lisonjear.
Termos derivados do latim escritos com j;
z É com Ç ou S? Após ditongos, usamos, geralmente, Ç quando houver som de S, e escreve-
mos S quando houver som de Z. Ex.: eleição; Neusa; coisa;
z É com S ou com Z? Palavras que designam nacionalidade ou títulos de nobreza e termi-
nam em -ês e -esa devem ser grafadas com S. Ex.: norueguesa; inglês; marquesa; duquesa.
Palavras que designam qualidade, cuja terminação seja -ez ou -eza, são grafadas com Z:
Embriaguez; lucidez; acidez.
Essas regras para correção ortográfica das palavras, em geral, apresentam muitas exce-
ções; por isso é importante ficar atento e manter uma rotina de leitura, pois esse aprendizado
é consolidado com a prática. Sua capacidade ortográfica ficará melhor a partir da leitura e da
escrita de textos, por isso, recomendamos que se mantenha atualizado e leia fontes confiá-
veis de informação, pois além de contribuir para seu conhecimento geral, sua habilidade em
língua portuguesa também aumentará.
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ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Muitas são as regras de acentuação das palavras da língua portuguesa; para compreender
essas regras, faz-se necessário entender a tonicidade das sílabas e respeitar a divisão das
sílabas.
Regras de Acentuação
Importante!
Acentuam-se as paroxítonas terminadas em ditongo.
Ex.: imóveis, bromélia, história, cenário, Brasília, rádio etc.
Porém, esse grupo de palavras divide uma polêmica com as palavras paroxítonas, pois, em
alguns vocábulos, o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) aceita a classifica-
ção em paroxítona ou proparoxítona.
São as chamadas proparoxítonas aparentes. Essas palavras apresentam um ditongo
crescente no final de suas sílabas; esse ditongo pode ser aceito ou pode ser considerado hiato.
É o que ocorre com as palavras:
His-tó-ria/ his-tó-ri-a
Vá-cuo/ vá-cu-o
Pá-tio/ pá-ti-o
Antes de concluir, é importante mencionar o uso do acento nas formas verbais ter e vir:
Ele tem / Eles têm
Ele vem / Eles vêm
LÍNGUA PORTUGUESA
Perceba que, no plural, essas formas admitem o uso de um acento (^); portanto, atente-se
à concordância verbal quando usar esses verbos.
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EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS
NOME
Tipos de Substantivos
Flexão de Gênero
Gênero e Significação
Alguns substantivos uniformes podem aparecer com marcação de gênero diferente, oca-
sionando uma modificação no sentido. Veja, por exemplo:
Flexão de Número
Os substantivos flexionam-se em número, de maneira geral, pelo acréscimo do morfema -s. Ex.:
Casa / casas.
Porém, podem apresentar outras terminações: males, reais, animais, projéteis etc.
Geralmente, devemos acrescentar -es ao singular das formas terminadas em R ou Z, como:
flor / flores; paz / pazes. Porém, há exceções, como a palavra mal, terminada em L e que tem
como plural “males”.
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Já os substantivos terminados em AL, EL, OL, UL fazem plural trocando-se o L final por -is.
Ex.: coral / corais; papel / papéis; anzol / anzóis.
Entretanto, também há exceções. Ex.: a forma mel apresenta duas formas de plural aceitas:
meles e méis.
Geralmente, as palavras terminadas em -ão fazem plural com o acréscimo do -s ou pelo
acréscimo de -es. Ex.: capelães, capitães, escrivães.
Contudo, há substantivos que admitem até três formas de plural, como os seguintes:
Podemos, ainda, associar às palavras paroxítonas que terminam em -ão o acréscimo do -s.
Ex.: órgão / órgãos; órfão / órfãos.
Os substantivos compostos são aqueles formados por justaposição. O plural dessas formas
obedece às seguintes regras:
Variação de Grau
A flexão de grau dos substantivos exprime a variação de tamanho dos seres, indicando um
aumento ou uma diminuição.
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z Grau aumentativo: quando o acréscimo de sufixos aos substantivos indicar um aumento
de tamanho.
Ex.: bocarra, homenzarrão, gatarrão, cabeçorra, fogaréu, boqueirão, poetastro;
z Grau diminutivo: exprime, ao contrário do aumentativo, a diminuição do tamanho/proporção
do ser.
Ex.: fontinha, lobacho, casebre, vilarejo, saleta, pequenina, papelucho.
Dica
O emprego do grau aumentativo ou diminutivo dos substantivos pode alterar o sentido das
palavras, podendo assumir um valor:
Afetivo: filhinha / mãezona;
Pejorativo: mulherzinha / porcalhão.
O novo acordo ortográfico estabelece novas regras para o uso de substantivos próprios,
exigindo o uso da inicial maiúscula.
Dessa forma, devemos usar com letra maiúscula as inicias das palavras que designam:
z Nomes, sobrenomes e apelidos de pessoas reais ou imaginárias. Ex.: Gabriela, Silva, Xuxa,
Cinderela;
z Nomes de cidades, países, estados, continentes etc., reais ou imaginários. Ex.: Belo
Horizonte, Ceará, Nárnia, Londres;
z Nomes de festividades. Ex.: Carnaval, Natal, Dia das Crianças;
z Nomes de instituições e entidades. Ex.: Embaixada do Brasil, Ministério das Relações
Exteriores, Gabinete da Vice-presidência, Organização das Nações Unidas;
z Títulos de obras. Ex.: Memórias póstumas de Brás Cubas. Caso a obra apresente em seu
título um nome próprio, como no exemplo dado, este também deverá ser escrito com ini-
cial maiúscula;
z Nomenclatura legislativa especificada. Ex.: Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB);
z Períodos e eventos históricos. Ex.: Revolta da Vacina, Guerra Fria, Segunda Guerra
Mundial;
z Nome dos pontos cardeais e equivalentes. Ex.: Norte, Sul, Leste, Oeste, Nordeste, Sudes-
te, Oriente, Ocidente. Importante: os pontos cardeais são grafados com maiúsculas apenas
quando utilizados indicando uma região. Ex.: Este ano vou conhecer o Sul (O Sul do Brasil);
quando utilizados indicando uma direção, devem ser escritos com minúsculas. Ex.: Correu
LÍNGUA PORTUGUESA
Atente-se: Em palavras com hífen, pode-se optar pelo uso de maiúsculas ou minúsculas.
Portanto, são aceitas as formas Vice-Presidente, Vice-presidente e vice-presidente; porém,
é preciso manter a mesma forma em todo o texto. Já nomes próprios compostos por hífen
devem ser escritos com as iniciais maiúsculas, como em Grã-Bretanha e Timor-Leste.
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PRONOME
Pronomes Pessoais
PRONOMES DO CASO
PESSOAS PRONOMES DO CASO RETO
OBLÍQUO
1ª pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2ª pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
Se, si, consigo
3ª pessoa do singular Ele/Ela
o, a, lhe
1ª pessoa do plural Nós Nos, conosco
2ª pessoa do plural Vós Vos, convosco
Se, si, consigo
3ª pessoa do plural Eles/Elas
os, as, lhes
z Os pronomes que estarão relacionados ao objeto direto são: o, a, os, as, me, te, se, nos, vos.
Ex.: Informei-o sobre todas as questões;
z Já os que se relacionam com o objeto indireto são: lhe, lhes, (me, te, se, nos, vos – complemen-
tados por preposição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo a ele).
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z 1ª pessoa: mim, comigo (singular); nós, conosco (plural);
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z 2ª pessoa: ti, contigo (singular); vós, convosco (plural);
z 3ª pessoa: si, consigo (singular ou plural); ele(s), ela(s).
Não devemos usar pronomes do caso reto como objeto ou complemento verbal, como em
“mate ele”. Contudo, o gramático Celso Cunha destaca que é possível usar os pronomes do
caso reto como complemento verbal, desde que antecedidos pelos vocábulos “todos”, “só”,
“apenas” ou “numeral”.
Ex.: Encontrei todos eles na festa. Encontrei apenas ela na festa.
Após a preposição “entre”, em estrutura de reciprocidade, devemos usar os pronomes
oblíquos tônicos.
Ex.: Entre mim e ele não há segredos.
Pronomes de Tratamento
Os pronomes de tratamento são formas que expressam uma hierarquia social institucio-
nalizada linguisticamente. As formas de pronomes de tratamento apresentam algumas pecu-
liaridades importantes:
z Vossa: designa a pessoa a quem se fala (relativo à 2ª pessoa). Apesar disso, os verbos rela-
cionados a esse pronome devem ser flexionados na 3ª pessoa do singular.
Ex.: Vossa Excelência deve conhecer a Constituição;
z Sua: designa a pessoa de quem se fala (relativo à 3ª pessoa).
Ex.: Sua Excelência, o presidente do Supremo Tribunal, fará um pronunciamento hoje à
noite.
z Vossa Alteza (V. A.): príncipes, duques, arquiduques e seus respectivos femininos;
z Vossa Eminência (V. Ema.): cardeais;
LÍNGUA PORTUGUESA
z Vossa Excelência (V. Exa.): autoridades do governo e das Forças Armadas membros do
alto escalão;
z Vossa Majestade (V. M.): reis, imperadores e seus respectivos femininos;
z Vossa Reverendíssima (V. Rev. Ma.): sacerdotes;
z Vossa Senhoria (V. Sa.): funcionários públicos graduados, oficiais até o posto de coronel,
tratamento cerimonioso a comerciantes importantes;
z Vossa Santidade (V. S.): papa;
z Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exa. Revma.): bispos.
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Os exemplos apresentados fazem referência a pronomes de tratamento e suas respectivas
designações sociais conforme indica o Manual de Redação oficial da Presidência da República.
Portanto, essas designações devem ser seguidas com atenção quando o gênero textual abor-
dado for um gênero oficial.
Ainda sobre o assunto, veja algumas observações:
z Sobre o uso das abreviaturas das formas de tratamento é importante destacar que o plural
de algumas abreviaturas é feito com letras dobradas, como: V. M. / VV. MM.; V. A. / VV. AA.
Porém, na maioria das abreviaturas terminadas com a letra a, o plural é feito com o acrés-
cimo do s: V. Exa. / V. Exas.; V. Ema. / V.Emas.;
z O tratamento adequado a Juízes de Direito é Meritíssimo Juiz;
z O tratamento dispensado ao Presidente da República nunca deve ser abreviado.
Pronomes Indefinidos
Os pronomes indefinidos indicam quantidade de maneira vaga e sempre devem ser utili-
zados na 3ª pessoa do discurso. Os pronomes indefinidos podem variar e podem ser invariá-
veis. Observe a seguinte tabela:
PRONOMES INDEFINIDOS1
Variáveis Invariáveis
Algum, alguma, alguns, algumas Alguém
Nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas Ninguém
Todo, toda, todos, todas Quem
Outro, outra, outros, outras Outrem
Muito, muita, muitos, muitas Algo
Pouco, pouca, poucos, poucas Tudo
Certo, certa, certos, certas Nada
Vários, várias Cada
Quanto, quanta, quantos, quantas Que
Tanto, tanta, tantos, tantas
Qualquer, quaisquer
Qual, quais
Um, uma, uns, umas
As palavras certo e bastante serão pronomes indefinidos quando vierem antes do subs-
tantivo, e serão adjetivos quando vierem depois.
Ex.: Busco certo modelo de carro (pronome indefinido).
Busco o modelo de carro certo (adjetivo).
A palavra bastante frequentemente gera dúvida quanto a ser advérbio, adjetivo ou pro-
nome indefinido. Por isso, atente-se ao seguinte:
Pronomes Demonstrativos
Este artigo científico pretende analisar... (o pronome “este” refere-se ao próprio texto).
Usamos esse, essa, isso para indicar:
Dica
O pronome “mesmo” não pode ser usado em função demonstrativa referencial. Veja:
Errado: O candidato fez a prova, porém o mesmo esqueceu de preencher o gabarito.
Correto: O candidato fez a prova, porém esqueceu de preencher o gabarito.
Pronomes Relativos
Uma das classes de pronomes mais complexas, os pronomes relativos têm função muito
importante na língua, refletida em assuntos de grande relevância em concursos, como a aná-
lise sintática. Dessa forma, é essencial conhecer adequadamente a função desses elementos,
a fim de saber utilizá-los corretamente.
Os pronomes relativos referem-se a um substantivo ou a um pronome substantivo men-
cionado anteriormente. A esse nome (substantivo ou pronome mencionado anteriormente)
chamamos de antecedente.
São pronomes relativos:
z Variáveis: o qual, os quais, cujo, cujos, quanto, quantos / a qual, as quais, cuja, cujas, quan-
ta, quantas;
z Invariáveis: que, quem, onde, como;
z Emprego do pronome relativo que: Pode ser associado a pessoas, coisas ou objetos.
Ex.: Encontrei o homem que desapareceu. O cachorro que estava doente morreu. A caneta
que emprestei nunca recebi de volta.
� Em alguns casos, há a omissão do antecedente do relativo “que”.
Ex.: Não teve que dizer (não teve nada que dizer).
� Emprego do relativo quem: Seu antecedente deve ser uma pessoa ou objeto personificado.
Ex.: Fomos nós quem fizemos o bolo.
� O pronome relativo quem pode fazer referência a algo subentendido: Quem cala consente
(aquele que cala).
� Emprego do relativo quanto: seu antecedente deve ser um pronome indefinido ou demons-
trativo; pode sofrer flexões.
Ex.: Esqueci-me de tudo quanto foi me ensinado. Perdi tudo quanto poupei a vida inteira.
� Emprego do relativo cujo: deve ser empregado para indicar posse e aparecer relacionan-
do dois termos que devem ser um possuidor e uma coisa possuída.
Ex.: A matéria cuja aula faltei foi Língua portuguesa — o relativo cuja está ligando aula
(possuidor) à matéria (coisa possuída).
Pronomes Interrogativos
Pronomes Possessivos
LÍNGUA PORTUGUESA
Colocação Pronominal
z Próclise: pronome posicionado antes do verbo. Casos que atraem o pronome para próclise:
Palavras negativas: nunca, jamais, não. Ex.: Não me submeto a essas condições.
Pronomes indefinidos, demonstrativos, relativos. Ex: Foi ela que me colocou nesse
papel.
Conjunções subordinativas. Ex.: Embora se apresente como um rico investidor, ele nada
tem.
Gerúndio, precedido da preposição em. Ex: Em se tratando de futebol, Maradona foi
um ídolo.
Infinitivo pessoal preposicionado. Ex.: Na esperança de sermos ouvidos, muito lhe
agradecemos.
Orações interrogativas, exclamativas, optativas (exprimem desejo). Ex.: Como te
iludes!
z Mesóclise: pronome posicionado no meio do verbo. Casos que atraem o pronome para
mesóclise:
Os pronomes devem ficar no meio dos verbos que estejam conjugados no futuro, caso
não haja nenhum motivo para uso da próclise. Ex.: Dar-te-ei meus beijos agora... / Orgu-
lhar-me-ei dos nossos estudantes.
z Ênclise: pronome posicionado após o verbo. Casos que atraem o pronome para ênclise:
Início de frase ou período. Ex.: Sinto-me muito honrada com esse título.
Imperativo afirmativo. Ex.: Sente-se, por favor.
Advérbio virgulado. Ex.: Talvez, diga-me o quanto sou importante.
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Casos proibidos:
VERBO
z Número-pessoal: indicando se o verbo está no singular ou plural, bem como em qual pes-
soa verbal foi flexionado (1ª, 2ª ou 3ª);
z Modo-temporal: indica em qual modo e tempo verbais a ação foi realizada.
Modos
Indica a atitude da ação/do sujeito frente a uma relação enunciada pelo verbo.
Tempos
O tempo designa o recorte temporal em que a ação verbal foi realizada. Basicamente,
podemos indicar o tempo dessa ação no passado, presente ou futuro. Existem, entretanto,
ramificações específicas. Observe a seguir: 23
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z Presente:
Pode expressar não apenas um fato atual, como também uma ação habitual. Ex.: Estudo
todos os dias no mesmo horário.
Uma ação passada. Ex.: Vargas assume o cargo e instala uma ditadura.
Uma ação futura. Ex.: Amanhã, estudo mais! (equivalente a estudarei).
z Passado:
Pretérito imperfeito: ação inacabada, que pode indicar uma ação frequentativa, vaga
ou durativa.
z Futuro:
Futuro do presente: indica um fato que deve ser realizado em um momento vindouro.
A partir dessas informações, podemos também identificar os verbos conjugados nos tem-
pos simples e nos tempos compostos. Os tempos verbais simples são formados por uma úni-
ca palavra, ou verbo, conjugado no presente, passado ou futuro.
Já os tempos compostos são formados por dois verbos, um auxiliar e um principal; nesse
caso, o verbo auxiliar é o único a sofrer flexões.
Agora, vamos conhecer as desinências modo-temporais dos tempos simples e compostos, res-
pectivamente:
z Pretérito perfeito composto: verbo auxiliar: Ter (presente do indicativo) + verbo princi-
pal particípio.
Ex.: Tenho estudado.
� Pretérito mais-que-perfeito composto: verbo auxiliar: Ter (pretérito imperfeito do indi-
cativo) + verbo principal no particípio.
Ex.: Tinha passado.
� Futuro composto: verbo auxiliar: Ter (futuro do indicativo) + verbo principal no particípio.
Ex.: Terei saído.
� Futuro do pretérito composto: verbo auxiliar: Ter (futuro do pretérito simples) + verbo
principal no particípio.
Ex.: Teria estudado.
� Pretérito perfeito composto: verbo auxiliar: Ter (presente do subjuntivo) + verbo principal
particípio.
Ex.: (que eu) Tenha estudado.
� Pretérito mais-que-perfeito composto: verbo auxiliar: Ter (pretérito imperfeito do sub-
juntivo) + verbo principal no particípio.
Ex.: (se eu) Tivesse estudado
� Futuro composto: verbo auxiliar: Ter (futuro simples do subjuntivo) + verbo principal no
particípio.
Ex.: (quando eu) Tiver estudado.
As formas nominais do verbo são as formas no infinitivo, particípio e gerúndio que eles
assumem em determinados contextos. São chamadas nominais pois funcionam como subs-
tantivos, adjetivo ou advérbios.
z Gerúndio: marcado pela terminação -ndo. Seu valor indica duração de uma ação e, por
vezes, pode funcionar como um advérbio ou um adjetivo.
Ex.: Olhando para seu povo, o presidente se compadeceu.
z Particípio: marcado pelas terminações mais comuns -ado, -ido, podendo terminar tam-
bém em -do, -to, -go, -so, -gue. Corresponde nominalmente ao adjetivo; pode flexionar-se,
em alguns casos, em número e gênero. 25
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Ex.: A Índia foi colonizada pelos ingleses.
Quando cheguei, ela já tinha partido.
Ele tinha aberto a janela.
Ela tinha pago a conta.
z Infinitivo: forma verbal que indica a própria ação do verbo, ou o estado, ou, ainda, o fenô-
meno designado. Pode ser pessoal ou impessoal:
Pessoal: o infinitivo pessoal é passível de conjugação, pois está ligado às pessoas do discurso.
É usado na formação de orações reduzidas. Ex.: comer eu. Comermos nós. É para aprenderem
que ele ensina;
Impessoal: não é passível de flexão. É o nome do verbo, servindo para indicar ape-
nas a conjugação. Ex.: estudar — 1ª conjugação; comer — 2ª conjugação; partir — 3ª
conjugação.
Dica
Não confunda locuções verbais com tempos compostos. O particípio formador de tempo
composto na voz ativa não se flexiona. Ex.: O homem teria realizado sua missão.
Os verbos são classificados quanto a sua forma de conjugação e podem ser divididos em:
regulares, irregulares, anômalos, abundantes, defectivos, pronominais, reflexivos, impes-
soais e auxiliares, além das formas nominais. Vamos conhecer as particularidades de cada
um a seguir:
z Regulares: os verbos regulares são os mais fáceis de compreender, pois apresentam regu-
laridade no uso das desinências, ou seja, das terminações verbais. Da mesma forma, os
verbos regulares mantêm o paradigma morfológico com o radical, que permanece inalte-
rado. Ex.: Verbo cantar:
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z Irregulares: os verbos irregulares apresentam alteração no radical e nas desinências ver-
bais. Por isso, recebem esse nome, pois sua conjugação ocorre irregularmente, seguindo
um paradigma próprio para cada grupo verbal.
Perceba a seguir como ocorre uma sutil diferença na conjugação do verbo estar, que utiliza-
mos como exemplo. Isso é importante para não confundir os verbos irregulares com os verbos
anômalos. Ex.: Verbo estar:
Os verbos ser e ir são irregulares, porém, apresentam uma forma específica de irregu-
laridade que ocasiona uma anomalia em sua conjugação. Por isso, são classificados como
anômalos.
z Abundantes: são formas verbais abundantes os verbos que apresentam mais de uma for-
LÍNGUA PORTUGUESA
ma de particípio aceitas pela norma culta gramatical. Geralmente, apresentam uma forma
de particípio regular e outra irregular. Vejamos alguns verbos abundantes:
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INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR
Se tivesse imprimido tínhamos Onde está o documento
Imprimir
como provar impresso?
Limpar Eu tinha limpado a casa Que casa tão limpa!
Dados importantes tinham
Omitir Informações estavam omissas
sido omitidos por ela
Após ter submergido os Deixe os legumes submersos
Submergir
legumes, reparou no amigo por alguns minutos
Nunca tinha suspendido
Suspender Você está suspenso!
ninguém
z Defectivos: são verbos que não apresentam algumas pessoas conjugadas em suas formas,
gerando um “defeito” na conjugação (por isso, o nome). Alguns exemplos de defectivos são
os verbos colorir, precaver, reaver etc.
Esses verbos não são conjugados na primeira pessoa do singular do presente do indicativo,
bem como: aturdir, exaurir, explodir, esculpir, extorquir, feder, fulgir, delinquir, demolir,
puir, ruir, computar, colorir, carpir, banir, brandir, bramir, soer.
Verbos que expressam onomatopeias ou fenômenos temporais também apresentam essa
característica, como latir, bramir, chover.
z Pronominais: esses verbos apresentam um pronome oblíquo átono integrando sua forma
verbal. É importante lembrar que esses pronomes não apresentam função sintática. Pre-
dominantemente, os verbos pronominas apresentam transitividade indireta, ou seja, são
VTI. Ex.: Sentar-se.
z Reflexivos: verbos que apresentam pronome oblíquo átono reflexivo, funcionando sinta-
ticamente como objeto direto ou indireto. Nesses verbos, o sujeito sofre e pratica a ação
LÍNGUA PORTUGUESA
verbal ao mesmo tempo. Ex.: Ela se veste mal. Nós nos cumprimentamos friamente;
z Impessoais: verbos que designam fenômenos da natureza, como chover, trovejar, nevar
etc.
o verbo haver, com sentido de existir ou marcando tempo decorrido, também será
impessoal. Ex.: Havia muitos candidatos e poucas vagas. Há dois anos, fui aprovado em
concurso público;
os verbos ser e estar também são verbos impessoais quando designam fenômeno cli-
mático ou tempo. Ex.: Está muito quente! / Era tarde quando chegamos;
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o verbo ser para indicar hora, distância ou data concorda com esses elementos;
o verbo fazer também poderá ser impessoal, quando indicar tempo decorrido ou tem-
po climático. Ex.: Faz anos que estudo pintura. Aqui faz muito calor;
os verbos impessoais não apresentam sujeito; sintaticamente, classifica-se como sujeito
inexistente;
o verbo ser será impessoal quando o espaço sintático ocupado pelo sujeito não estiver
preenchido: “Já é natal”. Segue o mesmo paradigma do verbo fazer, podendo ser impes-
soal, também, o verbo ir: “Vai uns bons anos que não vejo Mariana”.
z Auxiliares: os verbos auxiliares são empregados nas formas compostas dos verbos e tam-
bém nas locuções verbais. Os principais verbos auxiliares dos tempos compostos são ter
e haver.
z Formas Nominais: na língua portuguesa, usamos três formas nominais dos verbos:
A norma culta gramatical recomenda o uso do particípio regular com os verbos “ter” e
“haver”. Já com os verbos “ser” e “estar”, recomenda-se o uso do particípio irregular.
Ex.: Os policiais haviam expulsado os bandidos / Os traficantes foram expulsos pelos
policiais.
Dica
O verbo “pôr” corresponde à segunda conjugação, pois origina-se do verbo “poer”.
O mesmo acontece com verbos que deste derivam.
Vozes Verbais
A voz passiva é realizada a partir da troca de funções entre sujeito e objeto da voz ativa. Só
podemos transformar uma frase da voz ativa para a voz passiva se o verbo for transitivo direto ou
transitivo direto e indireto. Logo, só há voz passiva com a presença do objeto direto.
Importante! Não confunda os verbos pronominais com as vozes verbais. Os verbos pro-
nominais que indicam sentimentos, como arrepender-se, queixar-se, dignar-se, entre outros,
acompanham um pronome que faz parte integrante do seu significado, diferentemente das
vozes verbais, que acompanham o pronome “se” com função sintática própria.
Como vimos, o “se” pode funcionar como item essencial na voz passiva. Além dessa fun-
ção, esse elemento também acumula outras atribuições:
z Partícula apassivadora: a voz passiva sintética é feita com verbos transitivos direto (TD) ou
transitivos direto indireto (TDI). Nessa voz, incluímos o “se” junto ao verbo, por isso, o elemento
“se” é designado partícula apassivadora, nesse contexto.
Ex.: Busca-se a felicidade (voz passiva sintética) — “Se” (partícula apassivadora).
Atenção: na voz passiva nunca haverá objeto direto (OD), pois ele se transforma em sujei-
to paciente.
z Índice de indeterminação do sujeito: o “se” funcionará nessa condição quando não for pos-
sível identificar o sujeito explícito ou subentendido. Além disso, não podemos confundir essa
função do “se” com a de apassivador, já que, para ser índice de indeterminação do sujeito, a
oração precisa estar na voz ativa.
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Outra importante característica do “se” como índice de indeterminação do sujeito é que
isso ocorre em verbos transitivos indiretos, verbos intransitivos ou verbos de ligação. Além
disso, o verbo sempre deverá estar na 3ª pessoa do singular.
Ex.: Acredita-se em Deus.
z Parte integrante do verbo: nesses casos, o “se” será parte integrante dos verbos pronomi-
nais, acompanhando-o em todas as suas flexões. Quando o “se” exerce essa função, jamais
terá uma função sintática. Além disso, o sujeito da frase poderá estar explícito ou implícito.
Ex.: (Ele/a) Lembrou-se da mãe, quando olhou a filha;
z Partícula de realce: será partícula de realce o “se” que puder ser retirado do contexto sem
prejuízo no sentido e na compreensão global do texto. A partícula de realce não exerce
função sintática, pois é desnecessária.
Ex.: Vão-se os anéis, ficam-se os dedos;
z Conjunção: o “se” será conjunção condicional quando sugerir a ideia de condição. A con-
junção “se” exerce função de conjunção integrante, apenas ligando as orações, e poderá
ser substituído pela conjunção “caso”.
Ex.: Se ele estudar, será aprovado. (Caso ele estudar, será aprovado).
Verbo derivado é aquele que deriva de um verbo primitivo; para trabalhar a conjugação
desses verbos, é importante ter clara a conjugação de seus “originários”.
Atente-se à lista de verbos irregulares e de algumas de suas derivações a seguir, pois são
assuntos relevantes em provas diversas:
Vamos conhecer agora alguns verbos cuja conjugação apresenta paradigma derivado,
auxiliando a compreensão dessas conjugações verbais.
O verbo criar é conjugado da mesma forma que os verbos “variar”, “copiar”, “expiar” e
todos os demais que terminam em -iar. Os verbos com essa terminação são, predominante-
mente, regulares.
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PRESENTE — INDICATIVO
Eu Crio
Tu Crias
Ele/Você Cria
Nós Criamos
Vós Criais
Eles/Vocês Criam
Os verbos terminados em -ear, por sua vez, geralmente são irregulares e apresentam algu-
ma modificação no radical ou nas desinências. Acompanhe a conjugação do verbo “passear”:
PRESENTE — INDICATIVO
Eu Passeio
Tu Passeias
Ele/Você Passeia
Nós Passeamos
Vós Passeais
Eles/Vocês Passeiam
Vamos agora conhecer algumas conjugações de verbos irregulares importantes, que sem-
pre são objeto de questões em concursos.
Observe o verbo “aderir” no presente do indicativo:
PRESENTE — INDICATIVO
Eu Adiro
Tu Aderes
Ele/Você Adere
Nós Aderimos
Vós Aderis
Eles/Vocês Aderem
PRESENTE — INDICATIVO
Eu Ponho
Tu Pões
Ele/Você Põe
Nós Pomos
Vós Pondes
Eles/Vocês Põem
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PREPOSIÇÕES
São palavras invariáveis que ligam orações ou outras palavras. As preposições apresen-
tam funções importantes tanto no aspecto semântico quanto no aspecto sintático, pois com-
plementam o sentido de verbos e/ou palavras cujo sentido pode ser alterado sem a presença
da preposição, modificando a transitividade verbal e colaborando para o preenchimento de
sentido de palavras deverbais3.
As preposições essenciais são: a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre, para,
per, perante, por, sem, sob, trás.
Existem, ainda, as preposições acidentais, assim chamadas pois pertencem a outras clas-
ses gramaticais, mas funcionam, ocasionalmente, como preposições. Eis algumas: afora, con-
forme (quando equivaler a “de acordo com”), consoante, durante, exceto, salvo, segundo,
senão, mediante, que, visto (quando equivaler a “por causa de”).
Acompanhe a seguir algumas preposições e exemplos de uso em diferentes situações:
“A”
“Após”
“Com”
3 Palavras deverbais são substantivos que expressam, de forma nominal e abstrata, o sentido de um verbo com
o qual mantêm relação. Exemplo: a filmagem, o pagamento, a falência etc. Geralmente, os nomes deverbais são
acompanhados por preposições e, sintaticamente, o termo que completa o sentido desses nomes é conhecido
34 como complemento nominal.
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z Matéria: Vinho se faz com uva;
z Modo: Andar com elegância;
z Referência: Com sua irmã aconteceu diferente; comigo sempre é assim.
“Contra”
“De”
“Desde”
“Em”
“Entre”
“Para”
z Consequência: Você deve ser muito esperto para não cair em armadilhas;
z Fim ou finalidade: Chegou cedo para a conferência;
z Lugar: Em 2011, ele foi para Portugal;
z Proporção: As baleias estão para os peixes assim como nós estamos para as galinhas;
z Referência: Para mim, ela está mentindo;
z Tempo: Para o ano irei à praia;
z Destino ou direção: Olhe para frente!
“Perante”
“Por”
“Sem”
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“Sob”
“Sobre”
Locuções Prepositivas
Outros exemplos de locuções prepositivas: abaixo de; acerca de; acima de; devido a; a
despeito de; adiante de; defronte de; embaixo de; em frente de; junto de; perto de; por entre;
por trás de; quanto a; a fim de; por meio de; em virtude de.
Importante!
LÍNGUA PORTUGUESA
As preposições podem se ligar a outras palavras de outras classes gramaticais por meio de
dois processos: combinação e contração.
a + o = ao
a + os = aos
Veja a lista a seguir5, que apresenta as preposições que se contraem e suas devidas formas:
z Preposição “a”:
z Preposição “de”:
z Preposição “em”:
z Preposição “per”:
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Algumas Relações Semânticas Estabelecidas por Preposições
Antes de entrarmos neste assunto, vale relembrar o que significa Semântica. Semântica é
a área do conhecimento que relaciona o significado da palavra ao seu contexto.
É importante ressaltar que as preposições podem apresentar valor relacional ou podem
atribuir um valor nocional.
As preposições que apresentam um valor relacional cumprem uma relação sintática
com verbos ou substantivos, que, em alguns casos, são chamados deverbais, conforme já
mencionamos. Essa mesma relação sintática pode ocorrer com adjetivos e advérbios, os
quais também apresentarão função deverbal.
Ex.: Concordo com o advogado (preposição exigida pela regência do verbo concordar).
Tenho medo da queda (preposição exigida pelo complemento nominal).
Estou desconfiado do funcionário (preposição exigida pelo adjetivo).
Fui favorável à eleição (preposição exigida pelo advérbio).
Em todos esses casos, a preposição mantém uma relação sintática com a classe de palavras
a qual se liga, sendo, portanto, obrigatória a sua presença na sentença.
De modo oposto, as preposições cujo valor nocional é preponderante apresentam uma
modificação no sentido da palavra à qual se liga. Elas não são componentes obrigatórios
na construção da sentença, divergindo das preposições de valor relacional. As preposições
de valor nocional estabelecem uma noção de posse, causa, instrumento, matéria, modo etc.
Vejamos algumas na tabela a seguir:
CONJUNÇÕES
Conjunções Coordenativas
As conjunções coordenativas são aquelas que ligam orações coordenadas, ou seja, orações
que não fazem parte de uma outra; em alguns casos, ainda, essas conjunções ligam núcleos
de um mesmo termo da oração. As conjunções coordenadas podem ser:
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z Aditivas: somam informações. E, nem, bem como, não só, mas também, não apenas, como
ainda, senão (após não só).
Ex.: Não fiz os exercícios nem revisei.
O gato era o preferido, não só da filha, senão de toda família.
z Adversativas: colocam informações em oposição, contradição. Mas, porém, contudo,
todavia, entretanto, não obstante, senão (equivalente a mas).
Ex.: Não tenho um filho, mas dois.
A culpa não foi a população, senão dos vereadores (equivale a “mas sim”).
z Alternativas: ligam orações com ideias que não acontecem simultaneamente, que se
excluem. Ou, ou...ou, quer...quer, seja...seja, ora...ora, já...já.
Ex.: Estude ou vá para a festa.
Seja por bem, seja por mal, vou convencê-la.
Importante! A palavra “senão” pode funcionar como conjunção alternativa: Saia agora,
senão chamarei os guardas (pode-se trocá-la por “ou”).
z Explicativas: ligam orações, de forma que em uma delas explica-se o que a outra afirma.
Que, porque, pois, (se vier no início da oração), porquanto.
Ex.: Estude, porque a caneta é mais leve que a enxada!
Viva bem, pois isso é o mais importante.
Importante! “Pois” com sentido explicativo inicia uma oração e justifica outra. Ex.: Volte,
pois sinto saudades.
“Pois” conclusivo fica após o verbo, deslocado entre vírgulas: Nessa instabilidade, o dólar
voltará, pois, a subir.
z Conclusivas: ligam duas ideias, de forma que a segunda conclui o que foi dito na primeira.
Logo, portanto, então, por isso, assim, por conseguinte, destarte, pois (deslocado na frase).
Ex.: Estava despreparado, por isso, não fui aprovado.
Está na hora da decolagem; deve, então, apressar-se.
Dica
LÍNGUA PORTUGUESA
As conjunções “e”, “nem” não devem ser empregadas juntas (“e nem”). Tendo em vista que
ambas indicam a mesma relação aditiva, o uso concomitante acarreta em redundância.
Conjunções Subordinativas
Importante!
Os valores semânticos das conjunções não se prendem às formas morfológicas desses
elementos. O valor das conjunções é construído contextualmente, por isso, é fundamental
estar atento aos sentidos estabelecidos no texto.
Ex.: Se Mariana gosta de você, por que você não a procura? (Se = causal = já que)
Por que ficar preso na cidade, quando existe tanto ar puro no campo? (Quando = causal = já
que).
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Conjunções Integrantes
As conjunções integrantes fazem parte das orações subordinadas; na realidade, elas apenas
integram uma oração principal à outra, subordinada. Existem apenas dois tipos de conjunções
integrantes: “que” e “se”.
� Quando é possível substituir o “que” pelo pronome “isso”, estamos diante de uma conjun-
ção integrante.
Ex.: Quero que a prova esteja fácil. (Quero. O quê? Isso).
� Sempre haverá conjunção integrante em orações substantivas e, consequentemente, em
períodos compostos.
Ex.: Perguntei se ele estava em casa. (Perguntei. O quê? Isso).
� Nunca devemos inserir uma vírgula entre um verbo e uma conjunção integrante.
Ex.: Sabe-se, que o Brasil é um país desigual (errado).
Sabe-se que o Brasil é um país desigual (certo).
Outro assunto que causa grande dúvida é o uso da crase, fenômeno gramatical que corres-
ponde à junção da preposição a + artigo feminino definido a, ou da junção da preposição a +
os pronomes relativos aquele, aquela ou aquilo. Representa-se graficamente pela marcação
(`) + (a) = (à).
Ex.: Entregue o relatório à diretoria.
Refiro-me àquele vestido que está na vitrine.
Regra geral: haverá crase sempre que o termo antecedente exija a preposição a e o termo
consequente aceite o artigo a.
Ex.: Fui à cidade (a + a = preposição + artigo)
Conheço a cidade (verbo transitivo direto: não exige preposição).
Vou a Brasília (verbo que exige preposição a + palavra que não aceita artigo).
Essas dicas são facilitadoras quanto à orientação no uso da crase, mas existem especifici-
dades que ajudam no momento de identificação:
CASOS CONVENCIONADOS
CASOS PROIBITIVOS
Em resumo, seguem-se as dicas abaixo para melhor orientação de quando não usar a crase.
Macete de crase:
Se vou a; Volto da = Crase há!
Se vou a; Volto de = Crase pra quê?
Ex.: Vou à escola / Volto da escola.
Vou a Fortaleza / Volto de Fortaleza;
CRASE FACULTATIVA
Nestes casos, podemos escrever as palavras das duas formas: utilizando ou não a crase.
Para entender detalhadamente, observe as seguintes dicas:
CASOS ESPECIAIS
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QUANDO USAR OU NÃO A CRASE EM SENTENÇAS COM NOMES DE LUGARES
MACETES
z Haverá crase quando o “à” puder ser substituído por ao, da na, pela, para a, sob a, sobre
a, contra a, com a, à moda de, durante a;
z Quando o de ocorre paralelo ao a, não há crase. Quando o da ocorre paralelo ao à, há
crase;
z Na indicação de horas, quando o “à uma” puder ser substituído por às duas, há crase.
Quando o a uma equivaler a a duas, não ocorre crase;
z Usa-se a crase no “a” de àquele(s), àquela(s) e àquilo quando tais pronomes puderem ser
substituídos por a este, a esta e a isto;
z Usa-se crase antes de casa, distância, terra e nomes de cidades quando esses termos esti-
verem acompanhados de determinantes. Ex.: Estou à distância de 200 metros do pico da
montanha.
A compreensão da crase vai muito além da estética gramatical, pois serve também para
evitar ambiguidades comuns, como o caso seguinte: Lavando a mão.
Nessa ocasião, usa-se a forma “Lavando a mão”, pois “a mão” é o objeto direto, e, portanto,
não exige preposição. Usa-se a forma “à mão” em situações como “Pintura feita à mão”, já que
“à mão” seria o advérbio de instrumento da ação de pintar.
FRASE
Frase é todo enunciado com sentido completo. Pode ser formada por apenas uma palavra
ou por um conjunto de palavras.
Ex.: Fogo!
Silêncio!
“A igreja, com este calor, é fornalha...” (Graciliano Ramos).
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ORAÇÃO
Período
Os termos que formam o período simples são distribuídos em: essenciais (Sujeito e Predi-
cado), integrantes (complemento verbal, complemento nominal e agente da passiva) e aces-
sórios (adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto).
São aqueles indispensáveis para a estrutura básica da oração. Costuma-se associar esses termos
a situações analógicas, como um almoço tradicional brasileiro constituído basicamente de arroz e
feijão, por exemplo. São eles: sujeito e predicado. Veremos a seguir cada um deles.
Sujeito
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No exemplo anterior a população é:
Núcleo do Sujeito
O núcleo é a palavra base do sujeito. É a principal porque é a respeito dela que o predicado
diz algo. O núcleo indica a palavra que realmente está exercendo determinada função sintáti-
ca, que atua ou sofre a ação. O núcleo do sujeito apresentará um substantivo, ou uma palavra
com valor de substantivo, ou pronome.
Dica
Para determinar o sujeito da oração, colocam-se as expressões interrogativas quem? Ou
o quê? Antes do verbo.
Ex.: A população pediu uma providência ao governador.
Quem pediu uma providência ao governador?
Resposta: A população (sujeito).
Ex.: O pêndulo do relógio iria de um lado para o outro.
O que iria de um lado para o outro?
Resposta: O pêndulo do relógio (sujeito).
Tipos de Sujeito
Simples
DETERMINADO Composto
Elíptico
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Com verbos flexionados na 3ª pessoa do plural
INDETERMINADO Com verbos acompanhados do se (índice de inde-
terminação do sujeito)
Usado para fenômenos da natureza ou com verbos
INEXISTENTE
impessoais
z Indeterminado: quando não é possível identificar o sujeito na oração, mas ainda sim está pre-
sente. Encontra-se na 3ª pessoa do plural ou representado por um índice de indeterminação do
sujeito, a partícula “se”.
Esse tipo de situação ocorre quando uma oração não tem sujeito mas tem sentido com-
pleto. Os verbos são impessoais e normalmente representam fenômenos da natureza. Pode
ocorrer também o verbo fazer ou haver no sentido de existir.
Geia no Paraná.
Fazia um mês que tinha sumido.
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Basta de confusão.
Há dois anos esse restaurante abriu.
Importante notar que não há preposição entre o verbo e o substantivo. Se houvesse, por
exemplo, “de” no meio da frase, o termo “cabelo” não seria mais sujeito, seria objeto indireto,
um complemento verbal.
Precisa-se de cabelo.
Assim, “de cabelo” seria um complemento verbal, e não um sujeito da oração. Nesse caso,
o sujeito é indeterminado, marcado pelo índice de indeterminação “-se”.
Predicado
É o termo que contém o verbo e informa algo sobre o sujeito. Apesar de o sujeito e o pre-
dicado serem termos essenciais na oração, há casos em que a oração não possui sujeito. Mas,
se a oração é estruturada em torno de um verbo e ele está contido no predicado, é impossível
existir uma oração sem sujeito.
O predicado pode ser:
Para determinar o predicado, basta separar o sujeito. Ocorrendo uma oração sem sujeito,
o predicado abrangerá toda a declaração. A presença do verbo é obrigatória, seja de forma
explícita ou implícita:
Ex.: “Nossos bosques têm mais vidas.” (Gonçalves Dias)
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Sujeito: Nossos bosques. Predicado: têm mais vida.
Ex.: “Nossa vida mais amores”. (Gonçalves Dias)
Sujeito: Nossa vida. Predicado: mais amores.
Classificação do Predicado
z Verbo de ligação: quando não exprime uma ação, mas um estado momentâneo ou per-
manente que relaciona o sujeito ao restante do predicado, que é o predicativo do sujeito;
z Predicativo do sujeito: função exercida por substantivo, adjetivo, pronomes e locuções
que atribuem uma condição ou qualidade ao sujeito.
Verbo de ligação: é.
Predicado Verbal
LÍNGUA PORTUGUESA
z Verbo transitivo direto (VTD): é o verbo que exige um complemento não preposicionado, o
objeto direto.
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Ex.: “Fazer sambas lá na vila é um brinquedo.” Noel Rosa
Verbo Transitivo Direto: Fazer.
Ex.: Ele trouxe os livros ontem.
Verbo Transitivo Direto: trouxe;
z Verbo transitivo indireto (VTI): o verbo transitivo indireto tem como necessidade o comple-
mento acompanhado de uma preposição para fazer sentido.
z Verbo transitivo direto e indireto (VTDI): é o verbo de sentido incompleto que exige dois
complementos: objeto direto (sem preposição) e objeto indireto (com preposição).
z Verbo intransitivo (VI): é aquele capaz de construir sozinho o predicado, que não precisa de
complementos verbais, sem prejudicar o sentido da oração.
Predicado Verbo-Nominal
São vocábulos que se agregam a determinadas estruturas para torná-las completas. De acordo
com a gramática da língua portuguesa, esses termos são divididos em:
Complementos Verbais
São termos que completam o sentido de verbos transitivos diretos e transitivos indiretos.
Além dos pronomes oblíquos o(s), a(s) e suas variações lo(s), la(s), no(s), na(s), que quase
sempre exercem função de objeto direto, os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos também
podem exercer essa função sintática.
Ex.: Levou-me à sabedoria esta aula. (= “Levaram quem? A minha pessoa”)
Nunca vos tomeis como grandes personalidades. (= “Nunca tomeis quem? Vós”)
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Convidaram-na para o almoço de despedida. (= “Convidaram quem? Ela”)
Depois de terem nos recebido, abriram a caixa. (= “Receberam quem? Nós”)
Os pronomes demonstrativos o, a, os, as podem ser objetos diretos. Normalmente, apare-
cem antes do pronome relativo que.
Ex.: Escuta o que eu tenho a dizer. (Escuta algo: esse algo é o objeto direto)
Observe bem a que ele mostrar. (a = pronome feminino definido)
Mesmo que o verbo transitivo direto não exija preposição no seu complemento, algumas
palavras requerem o uso da preposição para não perder o sentido de “alvo” do sujeito.
Além disso, há alguns casos obrigatórios e outros facultativos.
z Objeto direto pleonástico: é a dupla ocorrência dessa função sintática na mesma oração,
a fim de enfatizar um único significado.
Ex.: “Eu não te engano a ti”. (Carlos Drummond de Andrade)
z Objeto direto interno: representado por palavra que tem o mesmo radical do verbo ou
apresenta mesmo significado.
z Objeto indireto: é complemento verbal regido de preposição obrigatória, que se liga dire-
tamente a verbos transitivos indiretos e diretos. Representa o ser beneficiado ou o alvo de
uma ação.
Pode ser representado pelos seguintes pronomes oblíquos átonos: me, te, se, no, vos, lhe,
lhes. Os pronomes o, a, os, as não exercerão essa função.
Ex.: Mostre-lhe onde fica o banheiro, por favor.
Todos os pronomes oblíquos tônicos (me, mim, comigo, te, ti, contigo) podem funcionar
como objeto indireto, já que sempre ocorrem com preposição.
Ex.: Você escreveu esta carta para mim?
z Objeto indireto pleonástico: ocorrência repetida dessa função sintática com o objetivo
de enfatizar uma mensagem.
Complemento Nominal
Agente da Passiva
Adjunto Adnominal
São termos que acompanham o substantivo, núcleo de outra função, para qualificar, quan-
tificar, especificar o elemento representado pelo substantivo.
Categorias morfológicas que podem funcionar como adjunto adnominal:
z artigos;
z adjetivos;
z numerais;
z pronomes;
z locuções adjetivas.
z Pronomes oblíquos átonos e a função de ajunto adnominal: os pronomes me, te, lhe, nos,
vos, lhes exercem essa função sintática quando assumem valor de pronomes possessivos.
Quando o adjunto adnominal for representado por uma locução adjetiva, ele pode ser
confundido com complemento nominal. Para diferenciá-los, siga a dica:
Termo representado por advérbios, locuções adverbiais ou adjetivos com valor adverbial.
Relaciona-se ao verbo ou a toda oração para indicar variadas circunstâncias.
Não confunda!
Para conseguir distinguir adjunto adverbial de adjunto adnominal, basta saber se o ter-
mo relacionado ao adjunto é um verbo ou um nome, mesmo que o sentido seja parecido.
Ex.: Descendência de nobres. (O “de nobres” aqui é um adjunto adnominal)
Descendia de nobres. (O “de nobres” aqui é um adjunto adverbial)
Aposto
z Explicativo: usado para explicar o termo anterior. Separa-se do substantivo a que se refe-
re por uma pausa, marcada na escrita por vírgulas, travessões ou dois-pontos.
Ex.: As filhas gêmeas de Ana, que aniversariaram ontem, acabaram de voltar de férias.
Jéssica, uma ótima pessoa, conseguiu apoio de todos;
� Enumerativo: usado para desenvolver ideias que foram resumidas ou abreviadas em um
termo anterior. Mostra os elementos contidos em um só termo.
Ex.: Víamos somente isto: vales, montanhas e riachos.
Apenas três coisas me tiravam do sério, a saber, preconceito, antipatia e arrogância;
z Recapitulativo ou resumidor: é o termo usado para resumir termos anteriores. É expres-
so, normalmente, por um pronome indefinido. 57
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Ex.: Os professores, coordenadores, alunos, todos estavam empolgados com a feira.
Irei a Moçambique, Cabo Verde, Angola e Guiné-Bissau, países africanos onde se fala
português;
O rio Amazonas.
Ex.: Separe duas folhas: uma para o texto e outra para as perguntas.
Sua presença era inesperada, o que causou surpresa.
Dica
�O aposto pode aparecer antes do termo a que se refere, normalmente antes do sujeito.
Ex.: Maior piloto de todos os tempos, Ayrton Senna marcou uma geração.
� Segundo o gramático Cegalla, quando o aposto se refere a um termo preposicionado,
pode ele vir igualmente preposicionado.
Ex.: De cobras, (de) morcegos, (de) bichos, de tudo ele tinha medo.
� O aposto pode ter núcleo adjetivo ou adverbial.
Ex.: Tuas pestanas eram assim: frias e curvas. (adjetivos, apostos do predicativo do sujeito)
Falou comigo deste modo: calma e maliciosamente. (advérbios, aposto do adjunto adver-
bial de modo).
z Diferença de aposto e predicativo do sujeito: o aposto não pode ser um adjetivo nem ter
núcleo adjetivo.
Vocativo
O vocativo é um termo que não mantém relação sintática com outro termo dentro da
oração. Não pertence nem ao sujeito, nem ao predicado. É usado para chamar ou interpelar
a pessoa que o enunciador deseja se comunicar. É um termo independente, pois não faz
parte da estrutura da oração.
Ex.: Recepcionista, por favor, agende minha consulta.
Ela te diz isso desde ontem, Fábio.
PERÍODO COMPOSTO
O período composto é formado por duas ou mais orações. Num parágrafo, podem aparecer
misturado períodos simples e período compostos.
z Por subordinação:
As orações são sintaticamente independentes. Isso significa que uma não possui relação sintá-
tica com verbos, nomes ou pronomes das demais orações no período.
Ex.: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.” (Fernando Pessoa)
Oração coordenada 1: Deus quer
Oração coordenada 2: o homem sonha
Oração coordenada 3: a obra nasce.
Ex.: “Subi devagarinho, colei o ouvido à porta da sala de Damasceno, mas nada ouvi.” (M.
de Assis)
Oração coordenada assindética: Subi devagarinho
Oração coordenada assindética: colei o ouvido à porta da sala de Damasceno
Oração coordenada sindética: mas nada ouvi
Conjunção adversativa: mas nada
Conjunções constitutivas: e, nem, mas, mas também, mas ainda, bem como, como tam-
bém, senão também, que (= e).
Ex.: Pedro casou-se e teve quatro filhos.
Os convidados não compareceram nem explicaram o motivo;
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z Adversativas: exprimem ideia de oposição, contraste ou ressalva em relação ao fato
anterior.
Conjunções constitutivas: (ou), (ou ... ou), (ora ... ora), (que ... quer), (seja ... seja), (já ...
já), (talvez ... talvez).
Ex.: Ora responde, ora fica calado.
Você quer suco de laranja ou refrigerante?
Conjunções constitutivas: logo, portanto, por conseguinte, pois isso, pois (o “pois” sem
ser no início de frase).
Ex.: Estou recuperada, portanto viajarei próxima semana.
“Era domingo; eu nada tinha, pois, a fazer.” (Paulo Mendes Campos);
z substantivas;
z adjetivas;
z adverbiais.
LÍNGUA PORTUGUESA
Desempenham função de adjetivo (adjunto adnominal ou, mais raramente, aposto expli-
cativo). São introduzidas por pronomes relativos (que, o qual, a qual, os quais, as quais,
cujo, cuja, cujos, cujas etc.) As orações subordinadas adjetivas classificam-se em: explicati-
vas e restritivas.
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z Orações subordinadas adjetivas explicativas: não limitam o termo antecedente, e sim
acrescentam uma explicação sobre o termo antecedente. São consideradas termo acessó-
rio no período, podendo ser suprimidas. Sempre aparecem isoladas por vírgulas.
Ex.: Minha mãe, que é apaixonada por bichos, cria trinta gatos;
Dica
Como diferenciar as orações subordinadas adjetivas restritivas das orações subordinadas
adjetivas explicativas?
Ele visitará o irmão que mora em Recife.
(restritiva, pois ele tem mais de um irmão e vai visitar apenas o que mora em Recife)
Ele visitará o irmão, que mora em Recife.
(explicativa, pois ele tem apenas um irmão que mora em Recife)
Exprimem uma circunstância relativa a um fato expresso em outra oração. Têm função de
adjunto adverbial. São introduzidas por conjunções subordinativas (exceto as integrantes)
e se enquadram nos seguintes grupos:
� Orações subordinadas adverbiais causais: são introduzidas por: como, já que, uma vez
que, porque, visto que etc.
Ex.: Caminhamos o restante do caminho a pé porque ficamos sem gasolina;
� Orações subordinadas adverbiais comparativas: são introduzidas por: como, assim
como, tal qual, como, mais etc.
Ex.: A cerveja nacional é menos concentrada (do) que a importada;
� Orações subordinadas adverbiais concessivas: indica certo obstáculo em relação ao
fato expresso na outra oração, sem, contudo, impedi-lo. São introduzidas por: embora,
ainda que, mesmo que, por mais que, se bem que etc.
Ex.: Mesmo que chova, iremos à praia amanhã;
LÍNGUA PORTUGUESA
� Orações subordinadas adverbiais condicionais: são introduzidas por: se, caso, desde
que, salvo se, contanto que, a menos que etc.
Ex.: Você terá sucesso desde que se esforce para tal;
� Orações subordinadas adverbiais conformativas: são introduzidas por: como, confor-
me, segundo, consoante.
Ex.: Ele deverá agir conforme combinamos;
� Orações subordinadas adverbiais consecutivas: são introduzidas por: que (precedido
na oração anterior de termos intensivos como tão, tanto, tamanho etc.) de sorte que, de
modo que, de forma que, sem que.
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Ex.: A garota riu tanto, que se engasgou;
“Achei as rosas mais belas do que nunca, e tão perfumadas que me estontearam.” (Cecília
Meireles);
� Orações subordinadas adverbiais finais: indicam um objetivo a ser alcançado. São introdu-
zidas por: para que, a fim de que, porque e que (= para que)
Ex.: O pai sempre trabalhou para que os filhos tivessem bom estudo;
� Orações subordinadas adverbiais proporcionais: são introduzidas por: à medida que, à
proporção que, quanto mais, quanto menos etc.
Ex.: Quanto mais ouço essa música, mas a aprecio;
� Orações subordinadas adverbiais temporais: são introduzidas por: quando, enquanto,
logo que, depois que, assim que, sempre que, cada vez que, agora que etc.
Ex.: Assim que você sair, feche a porta, por favor.
Para separar as orações de um período composto, é necessário atentar-se para dois ele-
mentos fundamentais: os verbos (ou locuções verbais) e os conectivos (conjunções ou
pronomes relativos). Após assinalar esses elementos, deve-se contar quantas orações ele
representa, a partir da quantidade de verbos ou locuções verbais. Exs.:
[“A recordação de uns simples olhos basta] – 1ª oração
[para fixar outros] – 2ª oração
[que os rodeiam] – 3ª oração
[e se deleitem com a imaginação deles]. – 4ª oração (M. de Assis)
Nesse período, a 2ª oração subordina-se ao verbo basta, pertencente à 1ª (oração principal).
A 3ª e a 4ª são orações coordenadas entre si, porém ambas dependentes do pronome
outros, da 2ª oração.
Orações Reduzidas
z Apresentam o mesmo verbo em uma das formas nominais (gerúndio, particípio e infinitivo);
z As que são substantivas e adverbiais: nunca são iniciadas por conjunções;
z As que são adjetivas: nunca podem ser iniciadas por pronomes relativos;
z Podem ser reescritas (desenvolvidas) com esses conectivos;
z Podem ser iniciadas por preposição ou locução prepositiva.
Ex.: Terminada a prova, fomos ao restaurante.
O. S. Adv. reduzida de particípio: não começa com conjunção.
Ex.: Quando terminou a prova, fomos ao restaurante. (desenvolvida).
O. S. Adv. Desenvolvida: começa com conjunção.
Podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais. Se o infinitivo for pessoal, irá flexionar
normalmente.
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Deixe o aluno pensar. (O. S. substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo)
A melhor política é ser honesto. (O. S. substantiva predicativa reduzida de infinitivo)
Este é um difícil livro de se ler. (O. S. substantiva completiva nominal reduzida de infini-
tivo)
Temos uma missão: subir aquela escada. (O. S. substantiva apositiva reduzida de infini-
tivo);
Períodos Mistos
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1ª oração 2ª oração 3ª oração
O homem entrou na sala e pediu que todos calassem.
verbo verbo verbo
PONTUAÇÃO
USO DE VÍRGULA
A vírgula é um sinal de pontuação que exerce três funções básicas: marcar as pausas e as
inflexões da voz na leitura; enfatizar e/ou separar expressões e orações; e esclarecer o signi-
ficado da frase, afastando qualquer ambiguidade.
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Quando se trata de separar termos de uma mesma oração, deve-se usar a vírgula nos
seguintes casos:
A vírgula também é facultativa quando o termo que exprime ideia de tempo, modo e lugar
não for uma locução adverbial, mas um advérbio. Exemplos:
Antes vamos conversar. / Antes, vamos conversar.
Geralmente almoço em casa. / Geralmente, almoço em casa.
Ontem choveu o esperado para o mês todo. / Ontem, choveu o esperado para o mês todo.
DOIS-PONTOS
Marcam uma supressão de voz em frase que ainda não foi concluída. Servem para:
TRAVESSÃO
Têm função semelhante à dos travessões e das vírgulas no sentido que colocam em relevo
certos termos, expressões ou orações.
Ex.: Os professores (amigos meus do curso carioca) vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
Meninos (pediu ela), vão lavar as mãos, que vamos jantar. (oração intercalada)
PONTO-FINAL
Dica
Símbolos do sistema métrico decimal e elementos químicos não vêm com ponto final:
Exemplos: km, m, cm, He, K, C
PONTO DE INTERROGAÇÃO
PONTO DE EXCLAMAÇÃO
LÍNGUA PORTUGUESA
RETICÊNCIAS
São usadas em citações ou em algum termo que precisa ser destacado no texto. Podem ser
substituídas por itálico ou negrito, que têm a mesma função de destaque.
Usam-se nos seguintes casos:
COLCHETES
Representam uma variante dos parênteses, porém têm uso mais restrito.
Usam-se nos seguintes casos:
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� Para incluir num texto uma observação de natureza elucidativa:
Ex.: É de Stanislaw Ponte Preta [pseudônimo de Sérgio Porto] a obra “Rosamundo e os
outros”;
� Para isolar o termo latino sic (que significa “assim”), a fim de indicar que, por mais estra-
nho ou errado que pareça, o texto original é assim mesmo:
Ex.: “Era peior [sic] do que fazer-me esbirro alugado.” (Machado de Assis);
� Para indicar os sons da fala, quando se estuda Fonologia:
Ex.: mel: [mɛw]; bem: [bẽy];
� Para suprimir parte de um texto (assim como parênteses):
Ex.: Na hora em que entrou no quarto (...) e depois desceu as escadas apressadamente.
ou
Na hora em que entrou no quarto (...) e depois desceu as escadas apressadamente (caso
não preferível segundo as normas da ABNT).
ASTERISCO
� É colocado à direita e no canto superior de uma palavra do trecho para se fazer uma cita-
ção ou comentário qualquer sobre o termo em uma nota de rodapé:
Ex.: A palavra tristeza é formada pelo adjetivo triste acrescido do sufixo -eza*.
*-eza é um sufixo nominal justaposto a um adjetivo, o que origina um novo substantivo;
� Quando repetido três vezes, indica uma omissão ou lacuna em um texto, principalmente
em substituição a um substantivo próprio:
Ex.: O menor *** foi apreendido e depois encaminhado aos responsáveis;
� Quando colocado antes e no alto da palavra, representa o vocábulo como uma forma hipo-
tética, isto é, cuja existência é provável, mas não comprovada:
Ex.: Parecer, do latim *parescere;
� Antes de uma frase para indicar que ela é agramatical, ou seja, uma frase que não respeita
as regras da gramática.
* Edifício elaborou projeto o engenheiro.
USO DA BARRA
� Para indicar disjunção e exclusão, podendo ser substituída pela conjunção “ou”:
Ex.: Poderemos optar por: carne/peixe/dieta.
LÍNGUA PORTUGUESA
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Ex.: “[…] De tanto olhar para longe,/não vejo o que passa perto,/meu peito é puro deserto./
Subo monte, desço monte.//Eu ando sozinha/ao longo da noite./Mas a estrela é minha.”
Cecília Meireles;
� Na escrita abreviada, para indicar que a palavra não foi escrita na sua totalidade:
Ex.: a/c = aos cuidados de;
s/ = sem;
� Para separar o numerador do denominador nos números fracionários, substituindo a bar-
ra da fração:
Ex.: 1/3 = um terço;
� Nas datas:
Ex.: 31/03/1983
� Nos números de telefone:
Ex.: 225 03 50/51/52;
� Nos endereços:
Ex.: Rua do Limoeiro, 165/232;
� Na indicação de dois anos consecutivos:
Ex.: O evento de 2012/2013 foi um sucesso;
� Para indicar fonemas, ou seja, os sons da língua:
Ex.: /s/.
Embora não existam regras muito definidas sobre a existência de espaços antes e depois
da barra oblíqua, privilegia-se o seu uso sem espaços: plural/singular, masculino/feminino,
sinônimo/antônimo.
Tanto o artigo quanto o adjetivo (ambos adjuntos adnominais) concordam com o gênero
(feminino) e o número (singular) do substantivo.
Na língua portuguesa, há dois tipos de concordância: verbal e nominal.
CONCORDÂNCIA VERBAL
É a adaptação em número – singular ou plural – e pessoa que ocorre entre o verbo e seu res-
pectivo sujeito.
Ex.: De todos os povos mais plurais culturalmente, o Brasil, mesmo diante de opiniões
72 contrárias, as quais insistem em desmentir que nosso país é cheio de ‘brasis’ – digamos assim
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–, ganha disparando dos outros, pois houve influências de todos os povos aqui: europeus,
asiáticos e africanos.
Esse período, apesar de extenso, constitui-se de um sujeito simples “o Brasil”, portanto o
verbo correspondente a esse sujeito, “ganha”, necessita ficar no singular.
Destrinchando o período, temos que os termos essenciais da oração (sujeito e predicado)
são apenas “[...] o Brasil [...]” – sujeito – e “[...] ganha [...]” – predicado verbal.
Veja um caso de uso de verbo bitransitivo:
Ex.: Prefiro natação a futebol.
Verbo bitransitivo: Prefiro
Objeto direto: natação
Objeto indireto: a futebol
Diferentes situações:
z Quando o núcleo do sujeito for uma palavra de sentido coletivo, o verbo fica no singular.
Ex.: A multidão gritou entusiasmada;
z Quando o sujeito é o pronome relativo que, o verbo posterior ao pronome relativo con-
corda com o antecedente do relativo. Ex.: Quais os limites do Brasil que se situam mais
próximos do Meridiano?;
z Quando o sujeito é o pronome indefinido quem, o verbo fica na 3ª pessoa do singular. Ex.:
Fomos nós quem resolveu a questão;
Por questão de ênfase, o verbo pode também concordar com o pronome reto antecedente.
Ex.: Fomos nós quem resolvemos a questão.
uma palavra pluralizada, o verbo fica no plural. Caso não haja esse artigo, o verbo fica no
singular. Ex.: Os Estados Unidos continuam uma potência.
z Estados Unidos continua uma potência.
z Santos fica em São Paulo. (Corresponde a: “A cidade de Santos fica em São Paulo.”)
Importante!
Quando se aplica a nomes de obras artísticas, o verbo fica no singular ou no plural.
Os Lusíadas imortalizou / imortalizaram Camões.
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z Quando o sujeito é formado pelas expressões mais de um, cerca de, perto de, menos de,
coisa de, obra de etc., o verbo concorda com o numeral. Ex.: Mais de um aluno compare-
ceu à aula.
Mais de cinco alunos compareceram à aula.
� Os verbos bater, dar e soar concordam com o número de horas ou vezes, exceto se o sujei-
to for a palavra relógio. Ex.: Deram duas horas, e ela não chegou (Duas horas deram...).
Bateu o sino duas vezes (O sino bateu).
Soaram dez badaladas no relógio da sala (Dez badaladas soaram).
Soou dez badaladas o relógio da escola (O relógio da escola soou dez badaladas).
z Quando o sujeito está em voz passiva sintética, o verbo concorda com o sujeito paciente.
Ex.: Vendem-se casas de veraneio aqui.
Nunca se viu, em parte alguma, pessoa tão interessada;
z Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o verbo fica sempre na 3ª pessoa. Ex.: Por
que Vossa Majestade está preocupada?
Suas Excelências precisam de algo?
z Sujeito do verbo viver em orações optativas ou exclamativas. Ex.: Vivam os campeões!
Concordância do Infinitivo
Quando o sujeito do infinitivo for um substantivo no plural, usa-se tanto o infinitivo pes-
soal quanto o impessoal. “Mandei os garotos sair/saírem”.
Navegar é preciso, viver não é preciso. (infinitivo com valor genérico)
São casos difíceis de solucionar. (infinitivo precedido de preposição de ou para)
Soldados, recuar! (infinitivo com valor de imperativo)
Casos Facultativos
CONCORDÂNCIA NOMINAL
Define-se como a adaptação em gênero e número que ocorre entre o substantivo (ou equi-
valente, como o adjetivo) e seus modificadores (artigos, pronomes, adjetivos, numerais).
O adjetivo e as palavras adjetivas concordam em gênero e número com o nome a que se
referem.
Ex.: Parede alta. / Paredes altas.
Muro alto. / Muros altos.
z Com função de adjunto adnominal: quando o adjetivo funcionar como adjunto adno-
minal e estiver após os substantivos, poderá concordar com as somas desses ou com o
elemento mais próximo.
Ex.: Encontrei colégios e faculdades ótimas. / Encontrei colégios e faculdades ótimos.
Há casos em que o adjetivo concordará apenas com o nome mais próximo, quando a qua-
lidade pertencer somente a este.
Ex.: Saudaram todo o povo e a gente brasileira.
Foi um olhar, uma piscadela, um gesto estranho
Quando o adjetivo funcionar como adjunto adnominal e estiver antes dos substantivos,
poderá concordar apenas com o elemento mais próximo. Ex.: Existem complicadas regras e
conceitos.
Quando houver apenas um substantivo qualificado por dois ou mais adjetivos pode-se:
Colocar o substantivo no plural e enumerar o adjetivo no singular. Ex.: Ele estuda as lín-
guas inglesa, francesa e alemã.
Colocar o substantivo no singular e, ao enumerar os adjetivos (também no singular), ante-
por um artigo a cada um, menos no primeiro deles. Ex.: Ele estuda a língua inglesa, a francesa
e a alemã.
Com o verbo após o sujeito, o adjetivo concordará com a soma dos elementos.
Ex.: A casa e o quintal estavam abandonados.
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Com o verbo antes do sujeito o predicativo do sujeito acompanhará a concordância do
verbo, que por sua vez concordará tanto com a soma dos elementos quanto com o nome mais
próximo.
Recomenda-se concordar com a soma dos substantivos, embora alguns estudiosos admi-
tam a concordância com o termo mais próximo.
Ex.: Considero os conceitos e as regras complicados.
Tenho como irresponsáveis o chefe do setor e seus subordinados.
Algumas Convenções
Dica
O termo mesmo no sentido de “realmente” será invariável.
Ex.: Os alunos resolveram mesmo a situação.
z Só / sós
Variáveis quando significarem “sozinho” / “sozinhos”.
Invariáveis quando significarem “apenas, somente”.
Ex.: As garotas só queriam ficar sós. (As garotas apenas queriam ficar sozinhas.)
A locução “a sós” é invariável.
Ex.: Ela gostava de ficar a sós. / Eles gostavam de ficar a sós;
� Quite / anexo / incluso
LÍNGUA PORTUGUESA
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O nome exige um complemento nominal sempre iniciado por preposição, exceto se o comple-
mento vier em forma de pronome oblíquo átono.
Ex.: Os discípulos daquele mestre sempre lhe foram leais.
Observação: Complemento de “lhe”: predicativo do sujeito (desprovido de preposição)
Pronome oblíquo átono: lhe
Foram leais: complemento de “lhe”, predicativo do sujeito (desprovido de preposição).
REGÊNCIA VERBAL
Relação de dependência entre um verbo e seu complemento. As relações podem ser dire-
tas ou indiretas, isto é, com ou sem preposição.
Há verbos que admitem mais de uma regência sem que o sentido seja alterado.
Ex.: Aquela moça não esquecia os favores recebidos.
V. T. D: esquecia
Objeto direto: os favores recebidos.
Aquela moça não se esquecia dos favores recebidos.
V. T. I.: se esquecia
Objeto indireto: dos favores recebidos.
No entanto, na Língua Portuguesa, há verbos que, mudando-se a regência, mudam de sen-
tido, alterando seu significado.
Ex.: Neste país aspiramos ar poluídos.
(aspiramos = sorvemos)
V. T. D.: aspiramos
Objeto direto: ar poluídos.
Os funcionários aspiram a um mês de férias.
(aspiram = almejam)
V. T. I.: aspiram
Objeto indireto: a um mês de férias
A seguir, uma lista dos principais verbos que geram dúvidas quanto à regência:
REGÊNCIA NOMINAL
DENOTAÇÃO
CONOTAÇÃO
Importante!
Léxico: conjunto de todas as palavras e expressões de um idioma.
Vocabulário: conjunto de palavras e expressões que cada falante seleciona do léxico para
se comunicar.
Sinonímia
Antonímia
LÍNGUA PORTUGUESA
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A relação de sentido estabelecida na tirinha é construída a partir dos sentidos opostos das
palavras “prende” e “solta”, marcando o uso de antônimos, nesse contexto.
Homonímia
Homônimos são palavras que têm a mesma pronúncia ou grafia, porém apresentam sig-
nificados diferentes. É importante estar atento a essas palavras e a seus dois significados. A
seguir, listamos alguns homônimos importantes:
Parônimos são palavras que apresentam sentido diferente e forma semelhante, conforme
demonstramos nos exemplos a seguir:
z Absorver/absolver
z Aferir/auferir
z Cavaleiro/cavalheiro
z Cumprimento/comprimento
z Delatar/dilatar
Um dos alunos da turma delatou o colega que chutou a porta e partiu o vidro (denunciar).
Comendo tanto assim, você vai acabar dilatando seu estômago (alargar, estender).
z Dirigente/diligente
z Discriminar/descriminar
Ela se sentiu discriminada por não poder entrar naquele clube (diferenciar, segregar).
Em muitos países se discute sobre descriminar o uso de algumas drogas (descrimina-
lizar, inocentar).
Hipônimo e Hiperônimo
Relação estabelecida entre termos que guardam relação de sentido entre si e mantém
uma ordem gradativa. Exemplo: Hiperônimo – veículo; Hipônimos – carro, automóvel, moto,
bicicleta, ônibus...
A representação de sentido por meio de tabelas e gráficos está sempre presente em nosso coti-
diano, principalmente nos meios de comunicação, ainda mais com as redes sociais. Isso está liga-
do à facilidade com que podemos analisar e interpretar as informações que estão organizadas de
forma clara e objetiva e, além disso, ao fato de não exigir o uso de cálculos complexos para a sua
análise. A análise de gráficos auxilia na resolução de questões não apenas de português, assim,
requer atenção.
Gráfico
Componentes de um gráfico:
z Título: na maioria dos casos possuem um título que indica a que informação ele se refere;
z Fonte: a maioria dos gráficos contém uma fonte, ou seja, de onde as informações foram
retiradas, com o ano de publicação;
z Números: é deles que precisamos para comparar as informações dadas pelos gráficos. Usados
para representar quantidade ou tempo (mês, ano, período);
z Legendas: ajudam na leitura das informações apresentadas. Na maioria dos casos, o uso de
cores destaca diferentes informações.
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Gráfico de Exemplo
900
800
700
600
500
400
300
200
100
0
Maçãs Laranjas Bananas
2013 2014 2015
Fonte: https://support.microsoft.com/pt-br/office/adicionar-uma-legenda-a-um-gráfico-eccd4b70-30ec-429d-8600-
6305e08862c7.
Infográficos
Os infográficos são uma forma moderna de apresentar o sentido. Essa palavra une os termos
info (informação) e gráfico (desenho, imagem, representação visual), ou seja, um desenho ou
imagem que, com o apoio de um texto, informa sobre um assunto que não seria muito bem
compreendido somente com um texto.
Para interpretar os dados informativos em um infográfico, é preciso boa leitura e esta
requer atenção aos detalhes. As representações neste formato aliam ao texto uma série de
atrativos visuais, cabendo ao leitor ser extremamente observador. Ter atenção ao título, ao
tema e a fonte das informações é vital para uma boa análise e interpretação.
LÍNGUA PORTUGUESA
No dia a dia, usamos unidades comunicativas para estabelecer diálogos e contatos, for-
mando enunciados. Essas unidades comunicativas chamamos de palavras. Elas surgem da
necessidade de comunicação e os processos de formação para sua construção são conhecidos
da nossa competência linguística, pois como falantes da língua, ainda que não saibamos o
significado de antever, podemos inferir que esse termo tem relação com o ato de ver anteci-
padamente, dado o uso do prefixo diante do verbo ver.
Reconhecer os processos que auxiliam na formação de novas palavras é essencial para o
estudante da língua. Esse assunto, como dissemos, já é reconhecido pelo nosso cérebro, que
identifica os prefixos, sufixos e palavras novas que podem ser criadas a partir da estrutura da
língua; não é à toa que, muitas vezes, somos surpreendidos com o uso inédito de algum termo.
Porém, precisamos ter consciência de que nem todo contexto é apropriado para o uso de
novas estruturas vocabulares; por isso, neste capítulo, iremos estudar os processos de forma-
ção de palavras e as consequências dessas novas constituições, focando nesse conteúdo; sem-
pre cobrado pelas bancas mais exigentes.
As palavras são formadas por estruturas que, unidas, podem se modificar e criar novos
sentidos em contextos diversos. Os morfemas são as menores unidades gramaticais com sen-
tido da língua. Para identificá-los é preciso notar que uma palavra é formada por pequenas
estruturas. Para isso, podemos imaginar que uma palavra é uma peça de um quebra-cabeça
no qual podemos juntar outra peça para formar uma estrutura maior; porém, se você já mon-
tou um quebra-cabeça, deve se lembrar que não podemos unir as peças arbitrariamente, é
preciso buscar aquelas que se encaixam.
Assim, como falantes da língua, reconhecemos essas estruturas morfológicas e os seus
sentidos, pois, a todo momento estamos aptos a criar novas palavras a partir das regras que
o sistema linguístico nos oferece.
Tornou-se comum, sobretudo nas redes sociais, o surgimento de novos vocábulos a partir
de “peças” existentes na língua, algumas misturando termos de outras línguas com morfemas
da língua portuguesa para a formação de novas palavras, como: blogueiro (blogger), deletar
(delete); já algumas palavras ganham novos morfemas e, consequentemente, novas acepções
nas redes sociais como, por exemplo, biscoiteiro, termo usado para se referir a pessoas que
buscam receber elogios nesse ambiente.
As peças do quebra-cabeças que formam as palavras da língua portuguesa possuem os
seguintes nomes:
Importante!
Palavras da mesma família etimológica, ou seja, que apresentam o mesmo radical e guar-
dam o mesmo valor semântico no radical, são conhecidas como cognatas.
A partir dos morfemas lexicais, a língua ganha outras formas e sentidos pelos morfemas
derivacionais, que são assim chamados pois auxiliam no processo de criação de palavras a
partir da derivação, ou seja, a inclusão de prefixos e sufixos no radical dos vocábulos.
Vale notar que algumas bancas denominam os afixos de infixos.
São morfemas derivacionais os afixos, estruturas morfológicas que se anexam ao radical
das palavras e auxiliam o processo de formação de novos vocábulos. Os afixos da língua por-
tuguesa são de duas categorias:
É importante destacar que essa pequena amostra, listando alguns sufixos e prefixos da
língua portuguesa, é meramente ilustrativa e serve apenas para que você tenha consciência
do quão rico é o processo de formação de palavras por afixos.
Além disso, não é interessante que você decore esses morfemas derivacionais, mas que você
compreenda o valor semântico que cada um deles estabelece na língua, como os sufixos -eiro e
-ista que são usados, comumente, para criar uma relação com o ambiente profissional de algu-
ma área, como: padeiro, costureiro, blogueiro, dentista, escafandrista, equilibrista etc.
Os sufixos costumam mudar mais a classes das palavras. Já os prefixos modificam mais o
sentido dos vocábulos. 91
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Desinências ou Morfemas Flexionais
Não confunda:
Morfema derivacional: afixos (prefixos e sufixos);
Morfema flexional: aditivos, subtrativos, nulos;
Morfema lexical: radical.
Morfema gramatical: significado interno à estrutura gramatical, como artigos, preposições,
conjunções etc.
Vogais Temáticas
A vogal temática liga o radical a uma desinência, que estabelece o modo e o tempo da
conjugação verbal, no caso de verbos, e, nos substantivos, junta-se ao radical para a união de
outras desinências.
Ex.: Amar e Amor.
Nos verbos, a vogal temática marca ainda a conjugação verbal, indicando se o verbo per-
tence à 1º, 2º ou 3º conjugação:
Exs.:
Amar — 1ª conjugação;
Comer — 2ª conjugação;
Partir — 3ª conjugação.
É importante não se confundir: a vogal temática não existe em palavras que apresen-
tam flexão de gênero. Logo, as palavras gato/gata possuem uma desinência e não uma vogal
temática!
Caso a dúvida persista, faça esse exercício: Igreja (essa palavra existe); “Igrejo” (essa pala-
vra não existe), então o -a de igreja é uma vogal temática que irá ligar o vocábulo a desinên-
cias, como -inha, -s.
Note que as palavras terminadas em vogais tônicas não apresentam vogais temática: Ex.:
cajá, Pelé, bobó.
Tema
6 O morfema flexional nulo é mais conhecido como morfema zero nas gramáticas; sua marcação é feita com a
92 presença do numeral 0 (zero).
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A partir do exposto no tópico sobre vogal temática, esperamos ter deixado claro que nem
toda palavra irá apresentar vogal temática; dessa forma, as palavras que não apresentem
vogal temática também não irão possuir tema.
Exs.:
Vendesse — tema: vende;
Mares — tema: mare.
As consoantes e vogais de ligação têm uma função eufônica, ou seja, servem para facilitar
a pronúncia de palavras. Essa é a principal diferença entre as vogais de ligação e as vogais
temáticas, estas unem desinências, aquelas facilitam a pronúncia.
Exs.:
Gas - ô - metro;
Alv - i - negro;
Tecn - o - cracia;
Pe - z - inho;
Cafe - t- eira;
Pau - l - ada;
Cha - l - eira;
Inset - i - cida;
Pobre - t- ão;
Paris - i - ense;
Gira - s - sol;
Legal - i - dade.
A partir do conhecimento dos morfemas que auxiliam o processo de ampliação das pala-
vras da língua, podemos iniciar o estudo sobre os processos de formação de palavras.
As palavras na língua portuguesa são criadas a partir de dois processos básicos que apre-
sentam classes específicas. O quadro a seguir organiza bem os processos de formação de
palavras:
FORMAÇÃO DE PALAVRAS
LÍNGUA PORTUGUESA
DERIVAÇÃO COMPOSIÇÃO
� Prefixal � Justaposição
� Sufixal � Aglutinação
� Prefixal e sufixal
� Parassintética
� Regressiva
� Imprópria ou conversão
z prefixal ou prefixação;
z sufixal ou sufixação;
z prefixal e sufixal;
z parassintética ou parassíntese;
z regressiva;
z imprópria ou conversão.
A seguir, iremos estudar a diferença entre cada uma dessas classes e identificar as pecu-
liaridades de cada uma.
Derivação Prefixal
Como o próprio nome indica, as palavras formadas por derivação prefixal são formadas
pelo acréscimo de um prefixo à estrutura primitiva, como:
Pré-vestibular; disposição; deslealdade; super-homem; infeliz; refazer.
Pré-vestibular: prefixo pré-;
Disposição: prefixo dis-;
Deslealdade: prefixo des-;
Super-homem: prefixo super;
Infeliz: prefixo in-;
Refazer: prefixo re-.
Derivação Sufixal
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Derivação Prefixal e Sufixal
Nesse caso, juntam-se à palavra primitiva tanto um sufixo quanto um prefixo; vejamos
alguns casos:
Inquietude (prefiro in- com sufixo -tude); infelizmente (prefixo in- com sufixo -mente);
ultrapassagem (prefixo ultra- com sufixo -agem); reconsideração (prefixo -re com sufixo
-ção).
Derivação Parassintética
Derivação Regressiva
Derivação Imprópria
Sufixos e formação de palavras: Alguns sufixos são mais comuns no processo de forma-
ção de determinadas classes gramaticais, vejamos:
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z Sufixos nominais: originam substantivos, adjetivos. Ex.: -dor, -ada, -eiro, -oso, -ão, -aço;
z Sufixos verbais: originam verbos. Ex.: -ear, -ecer, -izar, -ar;
z Sufixos adverbiais: originam advérbios. Ex.: -mente.
Apresentamos alguns radicais e prefixos na lista a seguir que podem auxiliar na com-
preensão do processo de formação de palavras. Novamente, alertamos que essa lista não
deve ser encarada como uma “tabuada” a ser decorada, mas como um método para apreen-
der o sentido de alguns desses radicais e prefixos.
Além dos radicais e prefixos gregos, as palavras da língua portuguesa também se agluti-
nam a radicais e prefixos latinos.
Processos de Composição
As palavras formadas por processos de composição podem ser classificadas em duas cate-
gorias: justaposição e aglutinação.
As palavras formadas por qualquer um desses processos estabelecem um sentido novo
na língua, uma vez que nesse processo há a junção de duas palavras que já existem para a
formação de um novo termo, com um novo sentido.
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z Composição por justaposição: nesse processo, as palavras envolvidas conservam sua
autonomia morfológica, permanecendo a tonicidade original de cada palavra. Ex.: pé de
moleque, dia a dia, faz de conta, navio-escola, malmequer;
z Composição por aglutinação: na formação de palavras por aglutinação, há mudanças na
tonicidade dos termos envolvidos, que passam a ser subordinados a uma única tonicida-
de. Ex.: petróleo (petra + óleo); aguardente (água + ardente); vinagre (vinho + agre); você
(vossa + mercê).
Palavras derivadas são aquelas formadas a partir de palavras primitivas, ou seja, a partir
de palavras que detêm a raiz com sentido lexical independente. São palavras primitivas: por-
ta, livro, pedra etc.
A partir das palavras primitivas, o falante pode anexar afixos (sufixos e prefixos), formando
as palavras derivadas, assim chamadas pois derivam de um dos seis processos derivacionais.
Já as palavras compostas guardam a independência semântica e ortográfica, unindo-se a
outras palavras para a formação de um novo sentido.
HORA DE PRATICAR!
1. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Texto CG1A1-I
Na segunda metade do século XVIII, eclodiram protestos contra os suplícios por toda a Europa.
Esses eram formas de punição que podem ser definidas como penas aplicadas sobre o corpo do
condenado, num ritual geralmente ostentoso e cruel. Nessa época, começava-se a crer que era
preciso punir de outro modo, de forma que a justiça penal aplicasse punições sem se vingar. Essa
mudança no modo de punir, entretanto, não se deveu tanto a um sentimento de humanidade, de
piedade para com o acusado. Vários fatores, especialmente de caráter econômico, contribuíramc
para que os suplícios fossem deixados de lado e substituídosb pela prisão.
LÍNGUA PORTUGUESA
A partir do século XVIII, ocorreu uma diminuição dos crimes de sangue na Europa, e passaram a
prevalecer os delitos praticados contra a propriedade, como roubos e fraudes fiscais. Portanto,
houve uma suavização dos crimes antes de uma suavização das leis, que se tornaram mais leves
para corresponder à diminuição da gravidade dos delitos cometidos.
Além disso, no século XVIII se modificou tambéme o sistema econômico europeu. A Europa dei-
xou de ser feudal e tornou-se industrial. A prisão, como castigo institucionalizado pelo Direito
Penal, apareceu nesse contexto para regulamentar o mercado de trabalho, a produção e o consu-
mo de bens, e para proteger a propriedade da classe social dominante.
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A prisão foi idealizada, naquele momento histórico, como forma de disciplinar os delinquentes.
O corpo do condenado não poderia mais ser desperdiçado pelo suplício, mas deveria servir às
demandas de trabalho das fábricas. A finalidade da prisão era suprir a necessidade das indústrias
incipientes, e expressava, assim, uma resposta à necessidade de utilização racional e intensa do
trabalho humano. A economia industrial necessitava da conservação e mantença da eventual
mão-de-obra. Percebeu- se, nesse momento, que vigiar é mais rentávela e eficaz do que punir.
Mariana de Mello Arrigoni. A prisão: reflexão crítica a partir de suas origens. In: História e Teorias Críticas do
Direito. Jacarezinho – PR: UENP, 2018, p. 148-64 (com adaptações).
Assinale a opção em que as palavras destacadas do texto são acentuadas graficamente de acor-
do com a mesma regra de acentuação gráfica.
a) “rentável” e “época”
b) “substituídos” e “vários”
c) “contribuíram” e “econômico”
d) “contribuíram” e “substituídos”
e) “também” e “histórico”
O medo é um sentimento conhecido de toda criatura viva. Os seres humanos compartilham essa expe-
riência com os animais. Os estudiosos do comportamento animal descrevem, de modo altamente
detalhado, o rico repertório de reações dos animais à presença imediata de uma ameaça que ponha
em risco suas vidas. Os humanos, porém, conhecem algo mais além disso: uma espécie de medo de
“segundo grau”, um medo, por assim dizer, social e culturalmente “reciclado”, um “medo derivado” que
orienta seu comportamento, haja ou não uma ameaça imediatamente presente. O medo secundário
pode ser visto como um rastro de uma experiência passada de enfrentamento de uma ameaça direta
— um resquício que sobrevive ao encontro e se torna um fator importante na modelagem da conduta
humana mesmo que não haja mais uma ameaça direta à vida ou à integridade.
Zygmunt Bauman. Medo líquido. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008, p. 9
(com adaptações).
A respeito das ideias, dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto anterior, faça o que se
pede.
Assinale a opção que apresenta uma palavra formada pelo mesmo processo de formação da
palavra “ameaça” (terceiro período).
Machado de Assis. Um incêndio. In: Obra completa de Machado de Assis, Vol. II, Rio de Janeiro: Nova Aguilar,
1994. Internet: <https://www.machadodeassis.ufsc.br>(com adaptações).
O dano ambiental não apresenta um conceito previsto no ordenamento jurídico brasileiro, pro-
LÍNGUA PORTUGUESA
No segundo período do primeiro parágrafo do texto CG4A1-I, o pronome “ela” tem como referente, no
parágrafo, o termo
5. (CEBRASPE-CESPE — 2022)
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Levando em consideração os sentidos e os aspectos linguísticos do texto precedente, assinale a
opção correta.
A palavra “capciosos”, no trecho “Adjetivos demais podem estar camuflando objetivos capcio-
sos”, tem o mesmo sentido de
a) perversos.
b) perigosos.
c) assombrosos.
d) ardilosos.
Texto LP-1-A1
para aumentar o bem-estar. Registramos, hoje, nas grandes metrópoles, um alto nível de estresse,
depressão, ansiedade e solidão.
Da natureza ao lixo, o que acontece com tudo o que consumimos. Rio de Janeiro, Zahar, 2010, p. 16-7 (com
adaptações).
101
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6. (CEBRASPE-CESPE — 2022) No primeiro período do texto LP-1-A1, o vocábulo “implica” é usado
com o sentido de
a) cisma.
b) imana.
c) imbui.
d) acomete.
e) acarreta.
7. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Com base nos sentidos do texto LP-1-A1, julgue os itens que se
seguem.
I. A autora assevera que já foram produzidas bastantes coisas para atender às necessidades básicas
de todos.
II. Na perspectiva da autora, a não consideração da distribuição da riqueza produzida é o revés de
se adotar o PIB como medida de sucesso de uma nação.
III. No último parágrafo, os dois pressupostos considerados falsos pela autora são: a possibilidade
de um crescimento econômico constante e o caráter salutar dessa constância do crescimento.
Texto CG1A1-I
Em 2020, a pandemia de covid-19 fez com que mulheres em situação de violência ficassem ain-
da mais vulneráveis. O início da pandemia foi marcado por uma crescente preocupação a respei-
to da violência contra meninas e mulheres, as quais passaram a conviver mais tempo em suas
residências com seus agressores, muitas vezes impossibilitadas de acessar serviços públicos e
redes de apoio.
O cenário retratado no Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2020 evidencia a queda de
crimes letais contra a mulher, mas não a diminuição da violência: houve um sensível aumento
das denúncias de lesão corporal dolosa e das chamadas de emergência para o número das
polícias militares, o 190, todas no contexto de violência doméstica, assim como o aumento dos
casos notificados de ameaça contra mulheres. A quantidade de medidas protetivas de urgência
solicitadas e concedidas também aumentou consideravelmente.
O ano de 2021 foi caracterizado por parte da retomada das atividades rotineiras em meio à
redução dos índices de transmissão da covid-19 e da queda das mortes decorrentes da doença,
em consequência da vacinação. Compreender as estatísticas criminais de violência contra as
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mulheres nos anos de 2020 e 2021 nos ajuda a pensar nas políticas públicas a serem implemen-
tadas no contexto da pandemia de covid-19 e da consequente intensificação da crise econômica
vivenciada no Brasil. A pesquisa Visível e Invisível, realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança
Pública, apontou que, no ano de 2020, a perda de emprego e a diminuição da renda familiar foram
sentidas de forma mais intensa pelas mulheres que sofreram violência, o que tornou mais difícil
para essas mulheres romper com parceiros abusivos ou relações violentas.
A exemplo do que vimos em outros países, embora tenha ocorrido queda nos registros, sabia-se que
a violência contra a mulher estava aumentando de forma silenciosa e era preciso agir rápido. Algumas
ações foram realizadas pelas instituições policiais a fim de enfrentar o desafio que estava posto: a
ampliação do rol de tipos penais que podem ser denunciados via boletim de ocorrência online, por
exemplo, foi uma das iniciativas tomadas por praticamente todas as unidades da Federação, o que
possibilitou que, em alguns estados, pela primeira vez, o registro de violência doméstica fosse feito sem
que se precisasse ir até uma delegacia, bastando, para isso, o acesso à Internet e a um dispositivo como
tablet, smartphone ou computador. Nesse sentido, campanhas de denúncia da violência doméstica
divulgadas em farmácias e supermercados, dentro da lógica da Campanha Sinal Vermelho, idealizada
pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e pelo Conselho Nacional da Justiça (CNJ), consis-
tiram em importante ação de repercussão nacional.
a) abrangência.
b) criação.
c) autorização.
d) aumento.
e) mudança.
a) A correção gramatical do texto seria mantida caso fosse inserida uma vírgula logo após a expressão
“assim como”.
b) A inserção de vírgula logo após “Anuário Brasileiro de Segurança Pública” manteria a correção
gramatical do texto.
c) A eliminação da vírgula imediatamente seguinte à palavra “mulher” manteria a correção gramatical do
LÍNGUA PORTUGUESA
texto.
d) A substituição do sinal de dois-pontos por ponto final prejudicaria a correção gramatical do texto, ainda
que feito o devido ajuste de letra inicial minúscula e maiúscula.
e) A substituição da vírgula empregada após “190” por ponto final prejudicaria a correção gramatical do tex-
to, ainda que feito o devido ajuste de letra inicial minúscula e maiúscula.
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10. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Texto CG2A1-I
Durante os séculos XXI a XVII a.C., já era possível encontrar indícios do direito de acesso à justiça no
Código de Hamurabi, cujas leis foram embasadas na célebre frase “Olho por olho, dente por dente”, da
Lei de Talião. O código definia(b) que o interessado poderia ser ouvido pelo soberano, que, por sua vez,
teria o poder de decisão.
Em nível global, o acesso à justiça foi ampliado(c) de forma gradual, juntamente com as transforma-
ções sociais que ocorreram durante a história da humanidade.
Com a derrota de Hitler em 1945 e, portanto, o fim da Segunda Guerra Mundial, da qual o Brasil par-
ticipou contra as ditaduras nazifascistas —(d) devido à entrada dos Estados Unidos da América no
conflito, liderando e coordenando os esforços de guerra dos países do Eixo dos Aliados —(d), o mundo
foi tomado pelas ideias democráticas, e o regime autoritário do Estado Novo (iniciado em 1937) já não
se podia manter.
Foi somente com a Constituição de 1946(a) que o acesso à justiça foi materializado, prevendo-se que
a lei não poderia excluir do Poder Judiciário qualquer violação de direitos individuais. Esse foi um
grande avanço da legislação brasileira, mas não durou muito, já que, quase vinte anos depois, durante
o regime militar (1964-1985), o acesso ao Poder Judiciário foi bastante limitado. Nos anos de 1968 e
1969, com a emissão dos atos institucionais, as condutas praticadas por membros do governo federal
foram excluídas da apreciação judicial.
A partir de 1970, o Brasil começou a caminhar para a consagração efetiva do direito de acesso à
justiça, com a intensificação da luta dos movimentos sociais por igualdade social, cidadania plena,
democracia, efetivação de direitos fundamentais e sociais e efetividade da justiça.
Em 1988, foi promulgada a atual Constituição Federal, que materializou expressamente o acesso à
justiça em seu artigo 5.º,(e) inciso XXXV, como direito fundamental de todos os brasileiros e estrangeiros
residentes no Brasil.
Nesse sentido, o legislador constituinte não só concedeu a possibilidade de acesso aos tribunais,
como também estabeleceu a criação de mecanismos adequados para garanti-la e efetivá-la.
O acesso à justiça deve ser compreendido, assim, como o acesso obtido tanto pelos meios alterna-
tivos de solução de conflitos de interesses quanto pela via jurisdicional e das políticas públicas, de
forma tempestiva, adequada e eficiente, a toda e qualquer pessoa. É a pacificação social com a reali-
zação do escopo da justiça.
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Leia o texto a seguir para responder às questões 11 e 12.
Texto 2A02
11. (CEBRASPE-CESPE — 2022) No último parágrafo do texto 2A02, as vírgulas foram empregadas,
respectivamente, para
LÍNGUA PORTUGUESA
12. (CEBRASPE-CESPE — 2022) De acordo com o texto 2A02, as queimadas do período Siluriano,
citado ao final do primeiro parágrafo,
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a) teriam ocorrido por ação humana.
b) eram prejudiciais aos ciclos naturais da Terra na época.
c) ocorriam apesar dos baixos índices de oxigênio da Terra em comparação aos atuais.
d) ajudam a revelar ciclos ambientais relativos a muitos fatores naturais.
e) são estudadas a partir de hipóteses abstratas, sem base em materiais concretos.
Texto CG2A1-I
O trabalho é considerado algo central na vida dos sujeitos, ainda mais com o crescimento da expecta-
tiva de vida, sendo um mediador dos ciclos da existência dos trabalhadores. E algo que é considerado
de extrema importância nesse contexto é o processo de aposentadoria. Nos últimos anos, a aposen-
tadoria tornou-se um tema de grande relevância no estudo do planejamento de carreira.
Do ponto de vista etimológico, a palavra “aposentadoria” carrega em si uma dualidade de significados
inerentes a esse fenômeno. Enquanto, por um lado, a aposentadoria remete à alegria e à liberdade, por
outro, ela está associada à ideia de retirar-se aos seus aposentos, ao espaço de não trabalho, podendo
ser frequentemente associada ao abandono, à inatividade e à finitude.
Desse modo, a aposentadoria pode ser interpretada de duas formas: a positiva e a negativa. A
interpretação positiva, que, de forma geral, se relaciona à noção de uma conquista ou de uma
recompensa do trabalhador, destaca a aposentadoria como uma liberdade de o indivíduo geren-
ciar sua própria vida, de maneira a moldar sua rotina como preferir, investindo mais em atividades
pessoais, sociais e familiares. A interpretação negativa, por sua vez, está vinculada a problemas
financeiros, perda de status social, perda de amigos, sensação de inutilidade ou desocupação,
entre outras situações. Além disso, com a expectativa negativa em relação à aposentadoria, sur-
gem sentimentos de ansiedade, incertezas e inquietações sobre o futuro.
Aniéli Pires. Aposentadoria, suas perspectivas e as repercussões da pandemia. In: Revista Científica Semana
Acadêmica, Fortaleza, n.º 000223, 2022. Internet:
13. (CEBRASPE-CESPE — 2022) O sinal de dois-pontos empregado após “duas formas” (primeiro
período do terceiro parágrafo do texto CG2A1-I) introduz um(a)
a) citação.
b) conclusão.
c) diálogo.
d) enumeração.
e) concessão.
14. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Com relação às ideias do texto CG2A1-I, assinale a opção correta.
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b) A desocupação e a sensação de inutilidade são aspectos considerados positivos no fenômeno da
aposentadoria.
c) Um dos aspectos negativos da aposentadoria é a questão financeira.
d) Com o crescimento da expectativa de vida, a aposentadoria tem sido considerada um fenômeno
eminentemente positivo.
e) A carreira tornou-se, nos últimos anos, um tema de grande relevância no estudo do planejamento da
aposentadoria.
O estreitamento das relações entre instituições policiais e comunidade como um todo, em deter-
minado espaço geográfico, se coloca como uma forma eficaz de enfrentamento do sentimento
generalizado de medo, de insegurança e de descrédito em relação à segurança pessoal e coleti-
vaI. Esse modo de responder ao problema da violência e da criminalidade de forma preventiva e
com a participação da sociedade tem recebido denominações diferenciadas, tais como polícia
comunitária, policiamento comunitário, polícia interativa, polícia cidadã, polícia amiga, polícia
solidária, não havendo consenso quanto à melhor nomenclaturaII. No entanto, há o reconheci-
mento de todos que adotaram essas experiências quanto à sua efetividadeIII na prevenção da
violência; prova disso é que seu uso tem sido muito corrente nos dias atuais.
Podemos definir polícia comunitária como um processo pelo qual a comunidade e a polícia com-
partilham informações e valores de maneiras mais intensas, objetivando promover maior segu-
rança e o bem-estar da coletividade. A Constituição Federal de 1988 foi a primeira a apresentar
um capítulo específico sobre segurança pública, no qual se encontra o artigo 144. Nessa pers-
pectiva, ao incorporar a segurança pública na Carta Magna, o legislador instituiu um status de
direito fundamental a essa matéria. Assim, o Estado é o principal garantidor da segurança públi-
ca, mas a responsabilidade recai sobre todos; consequentemente, em observância aos conceitos
e aos princípios da filosofia de polícia comunitária, o cidadão passa a ser parceiro da organiza-
ção policial, envolvendo-se na identificação de problemas, apontando prioridades e indicando
soluções com relação à segurança públicaIV, em uma perspectiva cidadã.
Severino da Costa Simão. Polícia comunitária no Brasil: contribuições para democratizar a segurança pública.
Internet: <www.cchla.ufpb.br> (com adaptações).
Uma das coisas mais difíceis, tanto para uma pessoa quanto para um país, é manter sempre presentes
diante dos olhos os três elementos do tempo: passado, presente e futuro. Ter em mente esses três
elementos é atribuir uma grande importância à espera, à esperança, ao futuro; é saber que nossos atos
de ontem podem ter consequências em dez anos e que, por isso, pode ser necessário justificá-los; daí
a necessidade da memória, para realizar essa união de passado, presente e futuro.
Contudo, a memória não deve ser predominante na pessoa. A memória é, com frequência, a mãe da
tradição. Ora, se é bom ter uma tradição, também é bom superar essa tradição para inventar um novo
modo de vida. Quem considera que o presente não tem valor e que somente o passado deve nos
interessar é, em certo sentido, uma pessoa a quem faltam duas dimensões e com a qual não se pode
contar. Quem acha que é preciso viver o agora com todo o ímpeto e que não devemos nos preocupar
com o amanhã nem com o ontem pode ser perigoso, pois crê que cada minuto é separado dos minu-
tos vindouros ou dos que o precederam e que não existe nada além dele mesmo no planeta. Quem
se desvia do passado e do presente, quem sonha com um futuro longínquo, desejável e desejado,
também se vê privado do terreno contrário cotidiano sobre o qual é preciso agir para realizar o futuro
desejado. Como se pode ver, uma pessoa deve sempre ter em conta o presente, o passado e o futuro.
Frantz Fanon. Alienação e liberdade. São Paulo: Ubu, 2020, p. 264-265 (com adaptações).
Em um mercado cada dia mais competitivo e globalizado, torna-se essencial que as empresas
procurem adotar estratégias que lhes proporcionem maior desenvolvimento, possibilitando-lhes
destacar-se quanto à capacidade e eficiência para criar, expandir e aplicar recursos. Ressalte-se
que as companhias se destacam competitivamente quando adquirem resultados satisfatórios a
partir da adoção de práticas aceitas e valorizadas no ambiente em que atuam. Assim, as estra-
tégias competitivas refletem a maneira como as empresas se distinguem de suas concorrentes.
Dentre as diversas estratégias competitivas, destacam-se a internacionalização e a inovação. A
internacionalização é motivada pela necessidade de recursos, mercados e ativos estratégicos,
enquanto a inovação é impulsionada pela necessidade de obtenção de maior eficiência econô-
mica e financeira. Ademais, a internacionalização induz o uso da inovação e proporciona melho-
res resultados competitivos e, assim como a inovação, pode facilitar a inserção em mercados
estrangeiros, propiciando a abertura de caminhos para atuação em diferentes ambientes.
a) “a internacionalização”.
b) “a inserção em mercados estrangeiros”.
c) “o uso da inovação”.
d) “a inovação”.
Texto CG1A1-I
No meio científico, a imaginação é conhecida como especulação e tratada com certa descon-
fiança –— nas publicações, costuma ser acompanhada de uma advertência obrigatória. Parte
da redação de uma pesquisa consiste em limpá-la de voos fantasiosos, de conversa fiada e
dos milhares de tentativas e erros que dão origem até mesmo às menores descobertas. Nem
todo mundo que lê um estudo quer atravessar muito espalhafato. Ainda, os cientistas precisam
parecer confiáveis. Entre sorrateiramente nos bastidores da ciência e talvez você não encontre
as pessoas em sua melhor aparência. Mesmo nos bastidores, nas reflexões noturnas que com-
partilhei com colegas, era incomum entrar em detalhes de como havíamos imaginado –— de
modo acidental ou deliberado –— os organismos que estudamos, fossem eles peixes, bromélias,
cipós, fungos ou bactérias. Havia algo embaraçoso em admitir que o emaranhado de nossas
conjecturas, fantasias e metáforas sem fundamento pudesse ter ajudado a moldar a nossa pes-
quisa. Apesar disso, a imaginação faz parte da atividade cotidiana da pesquisa. A ciência não é
um exercício de racionalidade a sangue-frio. Os cientistas são – e sempre foram – emocionais,
criativos, intuitivos, seres humanos inteiros, lançando perguntas sobre um mundo que não foi
feito para ser catalogado e sistematizado. Sempre que eu perguntava o que esses fungos faziam
e elaborava estudos para tentar entender seu comportamento, precisava imaginá-los.
Merlin Sheldrake. A trama da vida. Como os fungos constroem o mundo. São Paulo: Fósforo/Ubu Editora, 2021, p.
29 (com adaptações)
Em 13 de maio de 1888, o Estado brasileiro aboliu oficialmente a escravidão clássica, com a assi-
natura, pela princesa Isabel, da Lei Áurea. Entretanto, tal ato estatal não significou sua extinção
no mundo dos fatos, pois, apesar da proibição da possibilidade jurídica de se exercer o direito de
propriedade sobre uma pessoa humana, o Estado deixou de implementar reformas sociais, prin-
cipalmente fundiárias e de inclusão social, que viabilizassem a reconstrução do país e, assim, a
superação do problema, especialmente o da reinserção da mão de obra outrora escrava no mer-
cado de trabalho livre e assalariado.
No período pós-abolição da escravidão clássica, as condições de miserabilidade dos escravos
recém-libertos permaneceram, especialmente pelo fato de os postos de trabalho assalariados
serem destinados aos imigrantes europeus, conjuntura essa que desenhava o perfil da escravi-
dão contemporânea. A fragilidade das leis que regulavam as relações de trabalho, à época, ape-
sar de protagonizarem a “liberdade de contratar”, sucumbia à realidade dos fatos, que submetia
os ex-escravos e demais campesinos vulneráveis à sujeição às mesmas condições de explora-
ção exacerbada do escravismo clássico colonial.
De forma semelhante ao retrato da escravidão do passado, a escravidão contemporânea con-
siste em grave violação a direitos fundamentais, ao limitar a liberdade da pessoa humana do
trabalhador, atingindo-lhe o status libertatis e, com efeito, a sua dignidade. Vilipendia direitos
mínimos e caros à autodeterminação humana e viola valores e princípios sagrados e essenciais
à sobrevivência distintiva com relação aos seres irracionais e que alicerçam as balizas mínimas
de dignidade.
A escravidão contemporânea deve ser concebida como a coisificação, o uso e o descarte de
seres humanos: o limite e o instrumento necessários para garantir o lucro máximo. Trata-se da
superexploração gananciosa do homem pela forma mais indigna possível: na escravidão dos
dias atuais, o ser humano é transformado em propriedade do seu semelhante, que está em uma
posição de classe economicamente superior – e isso ocorre a tal ponto que se anula o poder
deliberativo da sua função de trabalhador: ele pode até ter vontades, mas não pode realizá-las.
a) está prevista no mundo jurídico atual, desde que não haja propriedade sobre a pessoa humana.
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b) não foi, de fato, abolida.
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c) não foi oficialmente abolida.
d) foi extinta, no mundo dos fatos, pela Lei Áurea.
e) advém da completa ausência de reformas sociais inclusivas.
9 GABARITO
1 D
2 B
3 C
4 D
5 D
6 E
7 B
8 D
9 E
10 C
11 D
12 D
13 D
14 C
15 C
16 C
17 A
18 A
19 D
20 B
ANOTAÇÕES
LÍNGUA PORTUGUESA
111
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ANOTAÇÕES
112
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