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Língua Portuguesa

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PIRATARIA
É CRIME!
Todos os direitos autorais deste material são reservados e
protegidos pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial
ou total, por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por
escrito da Nova Concursos.

Pirataria é crime e está previsto no art. 184 do Código Penal,


com pena de até quatro anos de prisão, além do pagamento
de multa. Já para aquele que compra o produto pirateado
sabendo desta qualidade, pratica o delito de receptação, punido
com pena de até um ano de prisão, além de multa (art. 180 do CP).

Não seja prejudicado com essa prática.


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SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA.......................................................................................................5
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS............................................................................. 5

ORTOGRAFIA OFICIAL........................................................................................................................ 10

ACENTUAÇÃO GRÁFICA.................................................................................................................... 11

EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS......................................................................................... 12

NOME..................................................................................................................................................................12

PRONOME..........................................................................................................................................................16

VERBO................................................................................................................................................................23

PREPOSIÇÕES...................................................................................................................................................34

CONJUNÇÕES....................................................................................................................................................40

EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE.................................................................................. 43

SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO............................................................................................... 46

PONTUAÇÃO....................................................................................................................................... 66

CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL............................................................................................ 72

REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL........................................................................................................ 80

SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS........................................................................................................ 84

FORMAÇÃO DE PALAVRAS................................................................................................................ 90

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LÍNGUA PORTUGUESA

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

A interpretação e a compreensão textual são aspectos essenciais a serem dominados por aque-
les candidatos que buscam a aprovação em seleções e concursos públicos. Trata-se de um assunto
que abrange questões específicas e de conteúdo geral nas provas; conhecer e dominar estratégias
que facilitem a apreensão desse assunto pode ser o grande diferencial entre o quase e a aprovação.
Além disso, seja a compreensão textual, seja a interpretação textual, ambas guardam uma
relação de proximidade com um assunto pouco explorado pelos cursos de português: a semân-
tica, que incide suas relações de estudo sobre as relações de sentido que a forma linguística
pode assumir.
Portanto, neste material você encontrará recursos para solidificar seus conhecimentos em inter-
pretação e compreensão textual, associando a essas temáticas as relações semânticas que permeiam
o sentido de todo amontoado de palavras, tendo em vista que qualquer aglomeração textual é, atual-
mente, considerada texto e, dessa forma, deve ter um sentido que precisa ser reconhecido por quem
o lê.
Assim, vamos começar nosso estudo fazendo uma breve diferença entre os termos com-
preensão e interpretação textual.
Para muitos, essas palavras expressam o mesmo sentido, mas, como pretendemos deixar
claro neste material, ainda que existam relações de sinonímia entre palavras do nosso voca-
bulário, a opção do autor por um termo ao invés de outro reflete um sentido que deve ser
interpretado no texto, uma vez que a interpretação realiza ligações com o texto a partir das
ideias que o leitor pode concluir com a leitura.
Já a compreensão busca a análise de algo exposto no texto, e, geralmente, é marcada por uma
palavra ou uma expressão, e apresenta mais relações semânticas e sintáticas. A compreensão tex-
tual estipula aspectos linguísticos essencialmente relacionados à significação das palavras e, por
isso, envolve uma forte ligação com a semântica.
Sabendo disso, é importante separarmos os conteúdos que tenham mais apelo interpretativo ou
compreensivo.
Esses assuntos completam o estudo basilar de semântica com foco em provas e concursos, sem-
pre de olho na sua aprovação. Por isso, convidamos você a estudar com afinco e dedicação, sem
LÍNGUA PORTUGUESA

esquecer de praticar seus conhecimentos realizando a seleção de exercícios finais, selecionados


especialmente para que este material cumpra o propósito de alcançar sua aprovação.

INFERÊNCIA – ESTRATÉGIAS DE INTERPRETAÇÃO

A inferência é uma relação de sentido conhecida desde a Grécia Antiga e que embasa as
teorias sobre interpretação de texto.

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Dica
Interpretar é buscar ideias e pistas do autor do texto nas linhas apresentadas.

Apesar de parecer algo subjetivo, existem “regras” para se buscar essas pistas.
A primeira e mais importante delas é identificar a orientação do pensamento do autor
do texto, que fica perceptível quando identificamos como o raciocínio dele foi exposto, se de
maneira mais racional, a partir da análise de dados, informações com fontes confiáveis ou se
de maneira mais empirista, partindo dos efeitos, das consequências, a fim de se identificar as
causas.
Por isso, é preciso compreender como podemos interpretar um texto mediante estratégias
de leitura. Muitos pesquisadores já se debruçaram sobre o tema, que é intrigante e de grande
profundidade acadêmica; neste material, selecionamos as estratégias mais eficazes que podem
contribuir para sua aprovação em seleções que avaliam a competência leitora dos candidatos.
A partir disso, apresentamos estratégias de leitura que focam nas formas de inferência
sobre um texto. Dessa forma, é fundamental identificar como ocorre o processo de infe-
rência, que se dá por dedução ou por indução. Para entender melhor, veja esse exemplo:
O marido da minha chefe parou de beber.
Observe que é possível inferir várias informações a partir dessa frase. A primeira é que a
chefe do enunciador é casada (informação comprovada pela expressão “marido”), a segunda
é que o enunciador está trabalhando (informação comprovada pela expressão “minha che-
fe”) e a terceira é que o marido da chefe do enunciador bebia (expressão comprovada pela
expressão “parou de beber”). Note que há pistas contextuais do próprio texto que induzem o
leitor a interpretar essas informações.
Tratando-se de interpretação textual, os processos de inferência, sejam por dedução ou
por indução, partem de uma certeza prévia para a concepção de uma interpretação, construí-
da pelas pistas oferecidas no texto junto da articulação com as informações acessadas pelo
leitor do texto.
A seguir, apresentamos um fluxograma que representa como ocorre a relação desses
processos:

DEDUÇÃO → CERTEZA → INTERPRETAR

INFERÊNCIA
INDUÇÃO → INTERPRETAR → CERTEZA

A partir desse esquema, conseguimos visualizar melhor como o processo de interpretação ocor-
re. Agora, iremos detalhar esse processo, reconhecendo as estratégias que compõem cada maneira
de inferir informações de um texto. Por isso, vamos apresentar nos tópicos seguintes como usar
estratégias de cunho dedutivo, indutivo e, ainda, como articular a isso o nosso conhecimento de
mundo na interpretação de textos.

A INDUÇÃO

As estratégias de interpretação que observam métodos indutivos analisam as “pistas”


que o texto oferece e, posteriormente, reconhecem alguma certeza na interpretação. Dessa
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forma, é fundamental buscar uma ordem de eventos ou processos ocorridos no texto e que
variam conforme o tipo textual.
Sendo assim, no tipo textual narrativo, podemos identificar uma organização cronológi-
ca e espacial no desenvolvimento das ações marcadas, por exemplo, pelo uso do pretérito
imperfeito; na descrição, podemos organizar as ideias do texto a partir da marcação de adje-
tivos e demais sintagmas nominais; na argumentação, esse encadeamento de ideias fica mar-
cado pelo uso de conjunções e elementos que expõem uma ideia/ponto de vista.
No processo interpretativo indutivo, as ideias são organizadas a partir de uma especifica-
ção para uma generalização. Vejamos um exemplo:

Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa espécie de animal. O que observei neles, no
tempo em que estive na redação do O Globo, foi o bastante para não os amar, nem os imitar.
São em geral de uma lastimável limitação de ideias, cheios de fórmulas, de receitas, só capa-
zes de colher fatos detalhados e impotentes para generalizar, curvados aos fortes e às
ideias vencedoras, e antigas, adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guiados por concei-
tos obsoletos e um pueril e errôneo critério de beleza. (BARRETO, 2010, p. 21)

O trecho em destaque na citação do escritor Lima Barreto, em sua obra “Recordações do


escrivão Isaías Caminha” (1917), identifica bem como o pensamento indutivo compõe a inter-
pretação e decodificação de um texto. Para deixar ainda mais evidentes as estratégias usadas
para identificar essa forma de interpretar, deixamos a seguir dicas de como buscar a organi-
zação cronológica de um texto.

PROCURE A propriedade vocabular leva o cérebro a aproximar as palavras que têm maior as-
SINÔNIMOS sociação com o tema do texto
ATENÇÃO AOS Os conectivos (conjunções, preposições, pronomes) são marcadores claros de
CONECTIVOS opiniões, espaços físicos e localizadores textuais

A DEDUÇÃO

A leitura de um texto envolve a análise de diversos aspectos que o autor pode colocar explicita-
mente ou de maneira implícita no enunciado.
Em questões de concurso, as bancas costumam procurar nos enunciados implícitos do
texto aspectos para abordar em suas provas.
No momento de ler um texto, o leitor articula seus conhecimentos prévios a partir de uma
informação que julga certa, buscando uma interpretação; assim, ocorre o processo de interpre-
tação por dedução. Conforme Kleiman (2016):
LÍNGUA PORTUGUESA

Ao formular hipóteses o leitor estará predizendo temas, e ao testá-las ele estará depreendendo
o tema; ele estará também postulando uma possível estrutura textual; na predição ele estará
ativando seu conhecimento prévio, e na testagem ele estará enriquecendo, refinando, checan-
do esse conhecimento. (KLEIMAN, 2016, p. 47)

Fique atento a essa informação, pois é uma das primeiras estratégias de leitura para
uma boa interpretação textual: formular hipóteses, a partir da macroestrutura textual; ou
seja, antes da leitura inicial, o leitor deve buscar identificar o gênero textual ao qual o texto
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pertence, a fonte da leitura, o ano, entre outras informações que podem vir como “acessó-
rios” do texto e, então, formular hipóteses sobre a leitura que deverá se seguir. Uma outra
dica importante é ler as questões da prova antes de ler o texto, pois, assim, suas hipóteses já
estarão agindo conforme um objetivo mais definido.
O processo de interpretação por estratégias de dedução envolve a articulação de três tipos de
conhecimento:

z conhecimento linguístico;
z conhecimento textual;
z conhecimento de mundo.

O conhecimento de mundo, por tratar-se de um assunto mais abrangente, será abordado mais
adiante. Os demais, iremos abordar detalhadamente a seguir.

Conhecimento Linguístico

Esse é o conhecimento basilar para compreensão e decodificação do texto, envolve o reco-


nhecimento das formas linguísticas estabelecidas socialmente por uma comunidade linguís-
tica, ou seja, envolve o reconhecimento das regras de uma língua.
É importante salientar que as regras de reconhecimento sobre o funcionamento da língua
não são, necessariamente, as regras gramaticais, mas as regras que estabelecem, por exem-
plo, no caso da língua portuguesa, que o feminino é marcado pela desinência -a, que a ordem
de escrita respeita o sistema sujeito-verbo-objeto (SVO) etc.
Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimento linguístico é aquele que “abrange desde
o conhecimento sobre como pronunciar português, passando pelo conhecimento de vocabulário e
regras da língua, chegando até o conhecimento sobre o uso da língua” (2016, p. 15).
Um exemplo em que a interpretação textual é prejudicada pelo conhecimento linguístico é
o texto a seguir:

Fonte: https://bit.ly/3kCyWoI. Acesso em: 22 set. 2020.


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Como é possível notar, o texto é uma peça publicitária escrita em inglês, portanto, somente
os leitores proficientes nessa língua serão capazes de decodificar e entender o que está escri-
to; assim, o conhecimento linguístico torna-se crucial para a interpretação. Essas são algumas
estratégias de interpretação em que podemos usar métodos dedutivos.

Conhecimento Textual

Esse tipo de conhecimento atrela-se ao conhecimento linguístico e se desenvolve pela


experiência leitora. Quanto maior exposição a diferentes tipos de textos, melhor se dá a sua
compreensão. Nesse conhecimento, o leitor desenvolve sua habilidade porque prepara sua
leitura de acordo com o tipo de texto que está lendo. Não se lê uma bula de remédio como
se lê uma receita de bolo ou um romance. Não se lê uma reportagem como se lê um poema.
Em outras palavras, esse conhecimento relaciona-se com a habilidade de reconhecer dife-
rentes tipos de discursos, estruturas, tipos e gêneros textuais.

Conhecimento de Mundo

O uso dos conhecimentos prévios é fundamental para a boa interpretação textual, por
isso, é sempre importante que o candidato a cargos públicos reserve um tempo para ampliar
sua biblioteca e buscar fontes de informações fidedignas, para, dessa forma, aumentar seu
conhecimento de mundo.
Conforme Kleiman (2016), durante a leitura, nosso conhecimento de mundo que é rele-
vante para a compreensão textual é ativado; por isso, é natural ao nosso cérebro associar
informações, a fim de compreender o novo texto que está em processo de interpretação.
A esse respeito, a autora propõe o seguinte exercício para atestarmos a importância da
ativação do conhecimento de mundo em um processo de interpretação. Leia o texto a seguir
e faça o que se pede:

Como gemas para financiá-lo, nosso herói desafiou valentemente todos os risos desdenhosos
que tentaram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enganam” disse ele, “um ovo e não uma
mesa tipificam corretamente esse planeta inexplorado.” Então as três irmãs fortes e resolutas
saíram à procura de provas, abrindo caminho, às vezes através de imensidões tranquilas, mas
amiúde através de picos e vales turbulentos. (KLEIMAN, 2016, p. 24)

Agora tente responder as seguintes perguntas sobre o texto:


Quem é o herói de que trata o texto?
LÍNGUA PORTUGUESA

Quem são as três irmãs?


Qual é o planeta inexplorado?
Certamente, você não conseguiu responder nenhuma dessas questões, porém, ao desco-
brir o título desse texto, sua compreensão sobre essas perguntas será afetada. O texto se
chama “A descoberta da América por Colombo”. Agora, volte ao texto, releia-o e busque res-
ponder às questões; certamente você não terá mais as mesmas dificuldades.
Ainda que o texto não tenha sido alterado, ao voltar seus olhos por uma segunda vez a ele,
já sabendo do que se trata, seu cérebro ativou um conhecimento prévio que é essencial para a
interpretação de questões.
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ORTOGRAFIA OFICIAL

As regras de ortografia são muitas e, na maioria dos casos, contraproducentes, tendo em vista
que a lógica da grafia e da acentuação das palavras, muitas vezes, é derivada de processos históri-
cos de evolução da língua.
Por isso, vale lembrar a dica de ouro do aluno craque em ortografia: leia sempre! Somente a
prática de leitura irá lhe garantir segurança no processo de grafia das palavras.
Em relação à acentuação, por outro lado, a maior parte das regras não são efêmeras, porém,
são em grande número. Neste material, iremos apresentar uma forma condensada e prática de
nunca mais esquecer os acentos e os motivos pelos quais as palavras são acentuadas.
Ainda sobre aspectos ortográficos da língua portuguesa, é importante estarmos atentos
ao uso de letras cujos sons são semelhantes e geram confusão quanto à escrita correta. Veja:

z É com X ou CH? Empregamos X após os ditongos. Ex.: ameixa, frouxo, trouxe.

USAMOS X: USAMOS CH:


�Depois da sílaba en, se a palavra não for derivada �Depois da sílaba en, se a palavra for deri-
de palavras iniciadas por CH: enxerido, enxada vada de palavras iniciadas por CH: encher,
�Depois de ditongo: caixa, faixa encharcar
�Depois da sílaba inicial me se a palavra não for �Em palavras derivadas de vocábulos que são
derivada de vocábulo iniciado por CH: mexer, grafados com CH: recauchutar, fechadura
mexilhão

Fonte: instagram/academiadotexto. Acesso em: 10 out. 2020.

z É com G ou com J? Usamos G em substantivos terminados em: -agem; igem; -ugem. Ex.: viagem,
ferrugem;
Palavras terminadas em: ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio. Ex.: sacrilégio, pedágio.
Verbos terminados em -ger e -gir. Ex.: proteger, fugir;
Usamos J em formas verbais terminadas em -jar ou -jer. Ex.: viajar, lisonjear.
Termos derivados do latim escritos com j;
z É com Ç ou S? Após ditongos, usamos, geralmente, Ç quando houver som de S, e escreve-
mos S quando houver som de Z. Ex.: eleição; Neusa; coisa;
z É com S ou com Z? Palavras que designam nacionalidade ou títulos de nobreza e termi-
nam em -ês e -esa devem ser grafadas com S. Ex.: norueguesa; inglês; marquesa; duquesa.
Palavras que designam qualidade, cuja terminação seja -ez ou -eza, são grafadas com Z:
Embriaguez; lucidez; acidez.

Essas regras para correção ortográfica das palavras, em geral, apresentam muitas exce-
ções; por isso é importante ficar atento e manter uma rotina de leitura, pois esse aprendizado
é consolidado com a prática. Sua capacidade ortográfica ficará melhor a partir da leitura e da
escrita de textos, por isso, recomendamos que se mantenha atualizado e leia fontes confiá-
veis de informação, pois além de contribuir para seu conhecimento geral, sua habilidade em
língua portuguesa também aumentará.

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ACENTUAÇÃO GRÁFICA

Muitas são as regras de acentuação das palavras da língua portuguesa; para compreender
essas regras, faz-se necessário entender a tonicidade das sílabas e respeitar a divisão das
sílabas.

Regras de Acentuação

z Palavras monossílabas: acentuam-se os monossílabos tônicos terminados em: A, E, O.


Ex.: pá, vá, chá; pé, fé, mês; nó, pó, só;
z Palavras oxítonas: acentuam-se as palavras oxítonas terminadas em: A, E, O, EM/ENS.
Ex.: cajá, guaraná; Pelé, você; cipó, mocotó; também, parabéns;
z Palavras paroxítonas: acentuam-se as paroxítonas que não terminam em: A, E, O, EM/
ENS. Ex.: bíceps, fórceps; júri, táxis, lápis; vírus, úteis, lótus; abdômen, hímen;

Importante!
Acentuam-se as paroxítonas terminadas em ditongo.
Ex.: imóveis, bromélia, história, cenário, Brasília, rádio etc.

z Palavras proparoxítonas: a regra mais simples e fácil de lembrar: todas as proparoxíto-


nas devem ser acentuadas!

Porém, esse grupo de palavras divide uma polêmica com as palavras paroxítonas, pois, em
alguns vocábulos, o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) aceita a classifica-
ção em paroxítona ou proparoxítona.
São as chamadas proparoxítonas aparentes. Essas palavras apresentam um ditongo
crescente no final de suas sílabas; esse ditongo pode ser aceito ou pode ser considerado hiato.
É o que ocorre com as palavras:
His-tó-ria/ his-tó-ri-a
Vá-cuo/ vá-cu-o
Pá-tio/ pá-ti-o
Antes de concluir, é importante mencionar o uso do acento nas formas verbais ter e vir:
Ele tem / Eles têm
Ele vem / Eles vêm
LÍNGUA PORTUGUESA

Perceba que, no plural, essas formas admitem o uso de um acento (^); portanto, atente-se
à concordância verbal quando usar esses verbos.

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EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS

NOME

Os substantivos classificam os seres em geral. Uma característica básica dessa classe é


admitir um determinante — artigo, pronome etc. Os substantivos flexionam-se em gênero,
número e grau.

Tipos de Substantivos

A classificação dos substantivos admite nove tipos diferentes. São eles:

z Simples: formados a partir de um único radical. Ex.: vento, escola;


z Composto: formados pelo processo de justaposição. Ex.: couve-flor, aguardente;
z Primitivo: possibilitam a formação de um novo substantivo. Ex.: pedra, dente;
z Derivado: formados a partir dos derivados. Ex.: pedreiro, dentista;
z Concreto: designam seres com independência ontológica, ou seja, um ser que existe por
si, independentemente de sua conotação espiritual ou real. Ex.: Maria, gato, Deus, fada,
carro;
z Abstrato: indicam estado, sentimento, ação, qualidade. Os substantivos abstratos exis-
tem apenas em função de outros seres. A feiura, por exemplo, depende de uma pessoa,
um substantivo concreto a quem esteja associada. Ex.: chute, amor, coragem, liberalismo,
feiura;
z Comum: designam todos os seres de uma espécie. Ex.: homem, cidade;
z Próprio: designam uma determinada espécie. Ex.: Pedro, Fortaleza;
z Coletivo: usados no singular, designam um conjunto de uma mesma espécie. Ex: pinacote-
ca, manada.

É importante destacar que a classificação de um substantivo depende do contexto em que


ele está inserido. Vejamos:
Judas foi um apóstolo. (Judas como nome de uma pessoa = Próprio);
O amigo mostrou-se um judas (judas significando traidor = comum).

Flexão de Gênero

Os gêneros do substantivo são masculino e feminino.


Porém, alguns deles admitem apenas uma forma para os dois gêneros. São, por isso, cha-
mados de uniformes. Os substantivos uniformes podem ser:

z Comuns-de-dois-gêneros: designam seres humanos e sua diferença é marcada pelo arti-


go. Ex.: O pianista / a pianista; O gerente / a gerente; O cliente / a cliente; O líder / a líder;
z Epicenos: designam geralmente animais que apresentam distinção entre masculino e
feminino, mas a diferença é marcada pelo uso do adjetivo macho ou fêmea. Ex.: cobra
macho / cobra fêmea; onça macho / onça fêmea; gambá macho / gambá fêmea; girafa
12 macho / girafa fêmea;
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z Sobrecomuns: designam seres de forma geral e não são distinguidos por artigo ou adje-
tivo; o gênero pode ser reconhecido apenas pelo contexto. Ex.: A criança; O monstro; A
testemunha; O indivíduo.

Já os substantivos biformes designam os substantivos que apresentam duas formas para


os gêneros masculino ou feminino. Ex.: professor/professora.
Destacamos que alguns substantivos apresentam formas diferentes nas terminações para
designar formas diferentes no masculino e no feminino:
Ex.: Ator/atriz; Ateu/ ateia; Réu/ré.
Outros substantivos modificam o radical para designar formas diferentes no masculino e
no feminino. Estes são chamados de substantivos heteroformes:
Ex.: Pai/mãe; Boi/vaca; Genro/nora.

Gênero e Significação

Alguns substantivos uniformes podem aparecer com marcação de gênero diferente, oca-
sionando uma modificação no sentido. Veja, por exemplo:

z A testemunha: pessoa que presenciou um crime;


z O testemunho: relato de experiência, associado a religiões.

Algumas formas substantivas mantêm o radical e a pequena alteração no gênero do artigo


interfere no significado:

z O cabeça: chefe / a cabeça: membro o corpo;


z O moral: ânimo / a moral: costumes sociais;
z O rádio: aparelho / a rádio: estação de transmissão.

Além disso, algumas palavras na língua causam dificuldade na identificação do gênero,


pois são usadas em contextos informais com gêneros diferentes. Alguns exemplos são: a alfa-
ce; a cal; a derme; a libido; a gênese; a omoplata / o guaraná; o formicida; o telefonema; o
trema.
Algumas formas que não apresentam, necessariamente, relação com o gênero, são admi-
tidas tanto no masculino quanto no feminino: O personagem / a personagem; O laringe / a
laringe; O xerox / a xerox.
LÍNGUA PORTUGUESA

Flexão de Número

Os substantivos flexionam-se em número, de maneira geral, pelo acréscimo do morfema -s. Ex.:
Casa / casas.
Porém, podem apresentar outras terminações: males, reais, animais, projéteis etc.
Geralmente, devemos acrescentar -es ao singular das formas terminadas em R ou Z, como:
flor / flores; paz / pazes. Porém, há exceções, como a palavra mal, terminada em L e que tem
como plural “males”.

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Já os substantivos terminados em AL, EL, OL, UL fazem plural trocando-se o L final por -is.
Ex.: coral / corais; papel / papéis; anzol / anzóis.
Entretanto, também há exceções. Ex.: a forma mel apresenta duas formas de plural aceitas:
meles e méis.
Geralmente, as palavras terminadas em -ão fazem plural com o acréscimo do -s ou pelo
acréscimo de -es. Ex.: capelães, capitães, escrivães.
Contudo, há substantivos que admitem até três formas de plural, como os seguintes:

z Ermitão: ermitãos, ermitões, ermitães;


z Ancião: anciãos, anciões, anciães;
z Vilão: vilãos, vilões, vilães.

Podemos, ainda, associar às palavras paroxítonas que terminam em -ão o acréscimo do -s.
Ex.: órgão / órgãos; órfão / órfãos.

Plural dos Substantivos Compostos

Os substantivos compostos são aqueles formados por justaposição. O plural dessas formas
obedece às seguintes regras:

z Variam os dois elementos:

Substantivo + substantivo. Ex.: mestre-sala / mestres -salas;


Substantivo + adjetivo. Ex.: guarda-noturno / guardas -noturnos;
Adjetivo + substantivo. Ex.: boas-vindas;
Numeral + substantivo. Ex.: terça-feira / terças -feiras.

z Varia apenas um elemento:

Substantivo + preposição + substantivo. Ex.: canas-de-açúcar;


Substantivo + substantivo com função adjetiva. Ex.: navios-escola.
Palavra invariável + palavra invariável. Ex.: abaixo-assinados.
Verbo + substantivo. Ex.: guarda-roupas.
Redução + substantivo. Ex.: bel-prazeres.
Destacamos, ainda, que os substantivos compostos formados por
verbo + advérbio
verbo + substantivo plural
ficam invariáveis. Ex.: Os bota-fora; os saca-rolha.

Variação de Grau

A flexão de grau dos substantivos exprime a variação de tamanho dos seres, indicando um
aumento ou uma diminuição.

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z Grau aumentativo: quando o acréscimo de sufixos aos substantivos indicar um aumento
de tamanho.
Ex.: bocarra, homenzarrão, gatarrão, cabeçorra, fogaréu, boqueirão, poetastro;
z Grau diminutivo: exprime, ao contrário do aumentativo, a diminuição do tamanho/proporção
do ser.
Ex.: fontinha, lobacho, casebre, vilarejo, saleta, pequenina, papelucho.

Dica
O emprego do grau aumentativo ou diminutivo dos substantivos pode alterar o sentido das
palavras, podendo assumir um valor:
Afetivo: filhinha / mãezona;
Pejorativo: mulherzinha / porcalhão.

O Novo Acordo Ortográfico e o Uso de Maiúsculas

O novo acordo ortográfico estabelece novas regras para o uso de substantivos próprios,
exigindo o uso da inicial maiúscula.
Dessa forma, devemos usar com letra maiúscula as inicias das palavras que designam:

z Nomes, sobrenomes e apelidos de pessoas reais ou imaginárias. Ex.: Gabriela, Silva, Xuxa,
Cinderela;
z Nomes de cidades, países, estados, continentes etc., reais ou imaginários. Ex.: Belo
Horizonte, Ceará, Nárnia, Londres;
z Nomes de festividades. Ex.: Carnaval, Natal, Dia das Crianças;
z Nomes de instituições e entidades. Ex.: Embaixada do Brasil, Ministério das Relações
Exteriores, Gabinete da Vice-presidência, Organização das Nações Unidas;
z Títulos de obras. Ex.: Memórias póstumas de Brás Cubas. Caso a obra apresente em seu
título um nome próprio, como no exemplo dado, este também deverá ser escrito com ini-
cial maiúscula;
z Nomenclatura legislativa especificada. Ex.: Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB);
z Períodos e eventos históricos. Ex.: Revolta da Vacina, Guerra Fria, Segunda Guerra
Mundial;
z Nome dos pontos cardeais e equivalentes. Ex.: Norte, Sul, Leste, Oeste, Nordeste, Sudes-
te, Oriente, Ocidente. Importante: os pontos cardeais são grafados com maiúsculas apenas
quando utilizados indicando uma região. Ex.: Este ano vou conhecer o Sul (O Sul do Brasil);
quando utilizados indicando uma direção, devem ser escritos com minúsculas. Ex.: Correu
LÍNGUA PORTUGUESA

a América de norte a sul;


z Siglas, símbolos ou abreviaturas. Ex.: ONU, INSS, Unesco, Sr., S (Sul), K (Potássio).

Atente-se: Em palavras com hífen, pode-se optar pelo uso de maiúsculas ou minúsculas.
Portanto, são aceitas as formas Vice-Presidente, Vice-presidente e vice-presidente; porém,
é preciso manter a mesma forma em todo o texto. Já nomes próprios compostos por hífen
devem ser escritos com as iniciais maiúsculas, como em Grã-Bretanha e Timor-Leste.

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PRONOME

Pronomes são palavras que representam ou acompanham um termo substantivo. Dessa


forma, a função dos pronomes é substituir ou determinar uma palavra. Eles indicam pessoas,
relações de posse, indefinição, quantidade, localização no tempo, no espaço e no meio tex-
tual, entre outras funções.
Os pronomes exercem papel importante na análise sintática e também na interpretação
textual, pois colaboram para a complementação de sentido de termos essenciais da oração,
além de estruturar a organização textual, contribuindo para a coesão e também para a coe-
rência de um texto.

Pronomes Pessoais

Os pronomes pessoais designam as pessoas do discurso. Acompanhe a tabela a seguir, com


mais informações sobre eles:

PRONOMES DO CASO
PESSOAS PRONOMES DO CASO RETO
OBLÍQUO
1ª pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2ª pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
Se, si, consigo
3ª pessoa do singular Ele/Ela
o, a, lhe
1ª pessoa do plural Nós Nos, conosco
2ª pessoa do plural Vós Vos, convosco
Se, si, consigo
3ª pessoa do plural Eles/Elas
os, as, lhes

Os pronomes pessoais do caso reto costumam substituir o sujeito.


Ex.: Pedro é bonito / Ele é bonito.
Já os pronomes pessoais oblíquos costumam funcionar como complemento verbal ou
adjunto.
Ex.: Eu a vi com o namorado; Maura saiu comigo.

z Os pronomes que estarão relacionados ao objeto direto são: o, a, os, as, me, te, se, nos, vos.
Ex.: Informei-o sobre todas as questões;
z Já os que se relacionam com o objeto indireto são: lhe, lhes, (me, te, se, nos, vos – complemen-
tados por preposição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo a ele).

Lembre-se de que todos os pronomes pessoais são pronomes substantivos.


Além disso, é importante saber que “eu” e “tu” não podem ser regidos por preposição e
que os pronomes “ele(s)”, “ela(s)”, “nós” e “vós” podem ser retos ou oblíquos, dependendo da
função que exercem.
Os pronomes oblíquos tônicos são precedidos de preposição e costumam ter função de
complemento:

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z 1ª pessoa: mim, comigo (singular); nós, conosco (plural);
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z 2ª pessoa: ti, contigo (singular); vós, convosco (plural);
z 3ª pessoa: si, consigo (singular ou plural); ele(s), ela(s).

Não devemos usar pronomes do caso reto como objeto ou complemento verbal, como em
“mate ele”. Contudo, o gramático Celso Cunha destaca que é possível usar os pronomes do
caso reto como complemento verbal, desde que antecedidos pelos vocábulos “todos”, “só”,
“apenas” ou “numeral”.
Ex.: Encontrei todos eles na festa. Encontrei apenas ela na festa.
Após a preposição “entre”, em estrutura de reciprocidade, devemos usar os pronomes
oblíquos tônicos.
Ex.: Entre mim e ele não há segredos.

Pronomes de Tratamento

Os pronomes de tratamento são formas que expressam uma hierarquia social institucio-
nalizada linguisticamente. As formas de pronomes de tratamento apresentam algumas pecu-
liaridades importantes:

z Vossa: designa a pessoa a quem se fala (relativo à 2ª pessoa). Apesar disso, os verbos rela-
cionados a esse pronome devem ser flexionados na 3ª pessoa do singular.
Ex.: Vossa Excelência deve conhecer a Constituição;
z Sua: designa a pessoa de quem se fala (relativo à 3ª pessoa).
Ex.: Sua Excelência, o presidente do Supremo Tribunal, fará um pronunciamento hoje à
noite.

Os pronomes de tratamento estabelecem uma hierarquia social na linguagem, ou seja, a


partir das formas usadas, podemos reconhecer o nível de discurso e o tipo de poder instituí-
dos pelos falantes.
Por isso, alguns pronomes de tratamento só devem ser utilizados em contextos cujos inter-
locutores sejam reconhecidos socialmente por suas funções, como juízes, reis, clérigos, entre
outras.
Dessa forma, apresentamos alguns pronomes de tratamento, seguidos de sua abreviatura
e das funções sociais que designam:

z Vossa Alteza (V. A.): príncipes, duques, arquiduques e seus respectivos femininos;
z Vossa Eminência (V. Ema.): cardeais;
LÍNGUA PORTUGUESA

z Vossa Excelência (V. Exa.): autoridades do governo e das Forças Armadas membros do
alto escalão;
z Vossa Majestade (V. M.): reis, imperadores e seus respectivos femininos;
z Vossa Reverendíssima (V. Rev. Ma.): sacerdotes;
z Vossa Senhoria (V. Sa.): funcionários públicos graduados, oficiais até o posto de coronel,
tratamento cerimonioso a comerciantes importantes;
z Vossa Santidade (V. S.): papa;
z Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exa. Revma.): bispos.

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Os exemplos apresentados fazem referência a pronomes de tratamento e suas respectivas
designações sociais conforme indica o Manual de Redação oficial da Presidência da República.
Portanto, essas designações devem ser seguidas com atenção quando o gênero textual abor-
dado for um gênero oficial.
Ainda sobre o assunto, veja algumas observações:

z Sobre o uso das abreviaturas das formas de tratamento é importante destacar que o plural
de algumas abreviaturas é feito com letras dobradas, como: V. M. / VV. MM.; V. A. / VV. AA.
Porém, na maioria das abreviaturas terminadas com a letra a, o plural é feito com o acrés-
cimo do s: V. Exa. / V. Exas.; V. Ema. / V.Emas.;
z O tratamento adequado a Juízes de Direito é Meritíssimo Juiz;
z O tratamento dispensado ao Presidente da República nunca deve ser abreviado.

Pronomes Indefinidos

Os pronomes indefinidos indicam quantidade de maneira vaga e sempre devem ser utili-
zados na 3ª pessoa do discurso. Os pronomes indefinidos podem variar e podem ser invariá-
veis. Observe a seguinte tabela:

PRONOMES INDEFINIDOS1
Variáveis Invariáveis
Algum, alguma, alguns, algumas Alguém
Nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas Ninguém
Todo, toda, todos, todas Quem
Outro, outra, outros, outras Outrem
Muito, muita, muitos, muitas Algo
Pouco, pouca, poucos, poucas Tudo
Certo, certa, certos, certas Nada
Vários, várias Cada
Quanto, quanta, quantos, quantas Que
Tanto, tanta, tantos, tantas
Qualquer, quaisquer
Qual, quais
Um, uma, uns, umas

As palavras certo e bastante serão pronomes indefinidos quando vierem antes do subs-
tantivo, e serão adjetivos quando vierem depois.
Ex.: Busco certo modelo de carro (pronome indefinido).
Busco o modelo de carro certo (adjetivo).
A palavra bastante frequentemente gera dúvida quanto a ser advérbio, adjetivo ou pro-
nome indefinido. Por isso, atente-se ao seguinte:

z Bastante (advérbio): será invariável e equivalente ao termo “muito”.


Ex.: Elas são bastante famosas;

1 Disponível em: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/pronomes-indefinidos-e-interrogativos-


18 nenhum-outro-qualquer-quem-quanto-qual.htm. Acesso em: 14 jul. 2020.
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z Bastante (adjetivo): será variável e equivalente ao termo “suficiente”.
Ex.: A comida e a bebida não foram bastantes para a festa;
z Bastante (pronome indefinido): concorda com o substantivo, indicando grande, porém
incerta, quantidade de algo.
Ex.: Bastantes bancos aumentaram os juros.

Pronomes Demonstrativos

Os pronomes demonstrativos indicam a posição e apontam elementos a que se referem as


pessoas do discurso (1ª, 2ª e 3ª). Essa posição pode ser designada por eles no tempo, no espaço
físico ou no espaço textual.

z 1ª pessoa: Este, estes / Esta, estas;


z 2ª pessoa: Esse, esses / Essa, essas;
z 3ª pessoa: Aquele, aqueles / Aquela, aquelas;
z Invariáveis: Isto, isso, aquilo.

Usamos este, esta, isto para indicar:

� Referência ao espaço físico, indicando a proximidade de algo ao falante.


Ex.: Esta caneta aqui é minha. Entreguei-lhe isto como prova;
� Referência ao tempo presente.
Ex.: Esta semana começarei a dieta. Neste mês, pagarei a última prestação da casa;
� Referência ao espaço textual.
Ex.: Encontrei Joana e Carla no shopping; esta procurava um presente para o marido (o
pronome refere-se ao último termo mencionado).

Este artigo científico pretende analisar... (o pronome “este” refere-se ao próprio texto).
Usamos esse, essa, isso para indicar:

z Referência ao espaço físico, indicando o afastamento de algo de quem fala.


Ex.: Essa sua gravata combinou muito com você;
z Indicar distância que se deseja manter.
Ex.: Não me fale mais nisso. A população não confia nesses políticos;
z Referência ao tempo passado.
Ex.: Nessa semana, eu estava doente. Esses dias estive em São Paulo;
LÍNGUA PORTUGUESA

z Referência a algo já mencionado no texto/ na fala.


Ex.: Continuo sem entender o porquê de você ter falado sobre isso. Sinto uma energia
negativa nessa expressão utilizada.

Usamos aquele, aquela, aquilo para indicar:

� Referência ao espaço físico, indicando afastamento de quem fala e de quem ouve.


Ex.: Margarete, quem é aquele ali perto da porta?
� Referência a um tempo muito remoto, um passado muito distante.
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Ex.: Naquele tempo, podíamos dormir com as portas abertas. Bons tempos aqueles!
� Referência a um afastamento afetivo.
Ex.: Não conheço mais aquela mulher;
� Referência ao espaço textual, indicando o primeiro termo de uma relação expositiva.
Ex.: Saí para lanchar com Ana e Beatriz. Esta preferiu beber chá; aquela, refrigerante.

Dica
O pronome “mesmo” não pode ser usado em função demonstrativa referencial. Veja:
Errado: O candidato fez a prova, porém o mesmo esqueceu de preencher o gabarito.
Correto: O candidato fez a prova, porém esqueceu de preencher o gabarito.

Pronomes Relativos

Uma das classes de pronomes mais complexas, os pronomes relativos têm função muito
importante na língua, refletida em assuntos de grande relevância em concursos, como a aná-
lise sintática. Dessa forma, é essencial conhecer adequadamente a função desses elementos,
a fim de saber utilizá-los corretamente.
Os pronomes relativos referem-se a um substantivo ou a um pronome substantivo men-
cionado anteriormente. A esse nome (substantivo ou pronome mencionado anteriormente)
chamamos de antecedente.
São pronomes relativos:

z Variáveis: o qual, os quais, cujo, cujos, quanto, quantos / a qual, as quais, cuja, cujas, quan-
ta, quantas;
z Invariáveis: que, quem, onde, como;
z Emprego do pronome relativo que: Pode ser associado a pessoas, coisas ou objetos.
Ex.: Encontrei o homem que desapareceu. O cachorro que estava doente morreu. A caneta
que emprestei nunca recebi de volta.
� Em alguns casos, há a omissão do antecedente do relativo “que”.
Ex.: Não teve que dizer (não teve nada que dizer).
� Emprego do relativo quem: Seu antecedente deve ser uma pessoa ou objeto personificado.
Ex.: Fomos nós quem fizemos o bolo.
� O pronome relativo quem pode fazer referência a algo subentendido: Quem cala consente
(aquele que cala).
� Emprego do relativo quanto: seu antecedente deve ser um pronome indefinido ou demons-
trativo; pode sofrer flexões.
Ex.: Esqueci-me de tudo quanto foi me ensinado. Perdi tudo quanto poupei a vida inteira.
� Emprego do relativo cujo: deve ser empregado para indicar posse e aparecer relacionan-
do dois termos que devem ser um possuidor e uma coisa possuída.
Ex.: A matéria cuja aula faltei foi Língua portuguesa — o relativo cuja está ligando aula
(possuidor) à matéria (coisa possuída).

O relativo cujo deve concordar em gênero e número com a coisa possuída.


Jamais devemos inserir um artigo após o pronome cujo: Cujo o, cuja a
Não podemos substituir cujo por outro pronome relativo.
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O pronome relativo cujo pode ser preposicionado.
Ex.: Esse é o vilarejo por cujos caminhos percorri.
Para encontrar o possuidor, faça-se a seguinte pergunta: “de quem/do que?”
Ex.: Vi o filme cujo diretor ganhou o Óscar (Diretor do que? Do filme).
Vi o rapaz cujas pernas você se referiu (Pernas de quem? Do rapaz).

� Emprego do pronome relativo onde: Empregado para indicar locais físicos.


Ex.: Conheci a cidade onde meu pai nasceu.
� Em alguns casos, pode ser preposicionado, assumindo as formas aonde e donde.
Ex.: Irei aonde você for.
� O relativo “onde” pode ser empregado sem antecedente.
Ex.: O carro atolou onde não havia ninguém.
� Emprego de o qual: O pronome relativo “o qual” e suas variações (os quais, a qual, as
quais) é usado em substituição a outros pronomes relativos, sobretudo o “que”, a fim de
evitar fenômenos linguísticos, como o “queísmo”.
Ex.: O Brasil tem um passado do qual (que) ninguém se lembra.

O pronome “o qual” pode auxiliar na compreensão textual, desfazendo estruturas


ambíguas.

Pronomes Interrogativos

São utilizados para introduzir uma pergunta ao texto.


Apresentam-se de formas variáveis (Que? Quais? Quanto? Quantos?) e invariáveis (Que?
Quem?).
Ex.: O que é aquilo? Quem é ela? Qual sua idade? Quantos anos tem seu pai?
O ponto de interrogação só é usado nas interrogativas diretas. Nas indiretas, aparece ape-
nas a intenção interrogativa, indicada por verbos como perguntar, indagar etc. Ex.: Indaguei
quem era ela.
Atenção: os pronomes interrogativos que e quem são pronomes substantivos, pois subs-
tituem os substantivos, dando fluidez à leitura.
Ex.: O tempo, que estava instável, não permitiu a realização da atividade (O tempo não
permitiu a realização da atividade. O tempo estava instável)2.

Pronomes Possessivos
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Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso e indicam posse. Observe a


tabela a seguir:

1ª pessoa Meu, minha / meus, minhas


SINGULAR 2ª pessoa Teu, tua / teus, tuas
3ª pessoa Seu, sua / seus, suas
1ª pessoa Nosso, nossa / nossos, nossas
PLURAL 2ª pessoa Vosso, vossa / vossos, vossas
3ª pessoa Seu, sua / seus, suas

2 Exemplo disponível em: https://www.todamateria.com.br/pronomes-substantivos/. Acesso em: 30 jul. 2021. 21


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Os pronomes pessoais oblíquos (me, te, se, lhe, o, a, nos, vos) também podem atribuir
valor possessivo a uma coisa.
Ex.: Apertou-lhe a mão (a sua mão). Ainda que o pronome esteja ligado ao verbo pelo
hífen, a relação do pronome é com o objeto da posse.
Outras funções dos pronomes possessivos:

z delimitam o substantivo a que se referem;


z concordam com o substantivo que vem depois dele;
z não concordam com o referente;
z o pronome possessivo que acompanha o substantivo exerce função sintática de adjunto
adnominal.

Colocação Pronominal

Estudo da posição dos pronomes na oração.

z Próclise: pronome posicionado antes do verbo. Casos que atraem o pronome para próclise:

„ Palavras negativas: nunca, jamais, não. Ex.: Não me submeto a essas condições.
„ Pronomes indefinidos, demonstrativos, relativos. Ex: Foi ela que me colocou nesse
papel.
„ Conjunções subordinativas. Ex.: Embora se apresente como um rico investidor, ele nada
tem.
„ Gerúndio, precedido da preposição em. Ex: Em se tratando de futebol, Maradona foi
um ídolo.
„ Infinitivo pessoal preposicionado. Ex.: Na esperança de sermos ouvidos, muito lhe
agradecemos.
„ Orações interrogativas, exclamativas, optativas (exprimem desejo). Ex.: Como te
iludes!

z Mesóclise: pronome posicionado no meio do verbo. Casos que atraem o pronome para
mesóclise:

„ Os pronomes devem ficar no meio dos verbos que estejam conjugados no futuro, caso
não haja nenhum motivo para uso da próclise. Ex.: Dar-te-ei meus beijos agora... / Orgu-
lhar-me-ei dos nossos estudantes.

z Ênclise: pronome posicionado após o verbo. Casos que atraem o pronome para ênclise:

„ Início de frase ou período. Ex.: Sinto-me muito honrada com esse título.
„ Imperativo afirmativo. Ex.: Sente-se, por favor.
„ Advérbio virgulado. Ex.: Talvez, diga-me o quanto sou importante.

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Casos proibidos:

„ Início de frase: Me dá esse caderno! (errado) / Dá-me esse caderno! (certo).


„ Depois de ponto e vírgula: Falou pouco; se lembrou de nada (errado) / Falou pouco;
lembrou-se de nada (correto).
„ Depois de particípio: Tinha lembrado-se do fato (errado) / Tinha se lembrado do fato
(correto).

VERBO

Certamente, a classe de palavras mais complexa e importante dentre as palavras da lín-


gua portuguesa é o verbo. A partir dos verbos, são estruturados as ações e os agentes desses
atos, além de ser uma importante classe sempre abordada nos editais de concursos; por isso,
atente-se às nossas dicas.
Os verbos são palavras variáveis que se flexionam em número, pessoa, modo e tempo, além da
designação da voz que exprime uma ação, um estado ou um fato.
As flexões verbais são marcadas por desinências, que podem ser:

z Número-pessoal: indicando se o verbo está no singular ou plural, bem como em qual pes-
soa verbal foi flexionado (1ª, 2ª ou 3ª);
z Modo-temporal: indica em qual modo e tempo verbais a ação foi realizada.

Iremos apresentar essas desinências a seguir. Antes, porém, de abordarmos as desinên-


cias modo-temporais, precisamos explicar o que são modo e tempo verbais.

Modos

Indica a atitude da ação/do sujeito frente a uma relação enunciada pelo verbo.

z Indicativo: o modo indicativo exprime atitude de certeza.

Ex.: Estudei muito para ser aprovado.

z Subjuntivo: o modo subjuntivo exprime atitude de dúvida, desejo ou possibilidade.

Ex.: Se eu estudasse, seria aprovado.


LÍNGUA PORTUGUESA

z Imperativo: o modo imperativo designa ordem, convite, conselho, súplica ou pedido.

Ex.: Estuda! Assim, serás aprovado.

Tempos

O tempo designa o recorte temporal em que a ação verbal foi realizada. Basicamente,
podemos indicar o tempo dessa ação no passado, presente ou futuro. Existem, entretanto,
ramificações específicas. Observe a seguir: 23
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z Presente:

Pode expressar não apenas um fato atual, como também uma ação habitual. Ex.: Estudo
todos os dias no mesmo horário.
Uma ação passada. Ex.: Vargas assume o cargo e instala uma ditadura.
Uma ação futura. Ex.: Amanhã, estudo mais! (equivalente a estudarei).

z Passado:

„ Pretérito perfeito: ação realizada plenamente no passado.

Ex.: Estudei até ser aprovado.

„ Pretérito imperfeito: ação inacabada, que pode indicar uma ação frequentativa, vaga
ou durativa.

Ex.: Estudava todos os dias.

„ Pretérito mais-que-perfeito: ação anterior à outra mais antiga.

Ex.: Quando notei (passado), a água já transbordara (ação anterior) da banheira.

z Futuro:

„ Futuro do presente: indica um fato que deve ser realizado em um momento vindouro.

Ex.: Estudarei bastante ano que vem.

„ Futuro do pretérito: expressa um fato posterior em relação a outro fato já passado.

Ex.: Estudaria muito, se tivesse me planejado.

A partir dessas informações, podemos também identificar os verbos conjugados nos tem-
pos simples e nos tempos compostos. Os tempos verbais simples são formados por uma úni-
ca palavra, ou verbo, conjugado no presente, passado ou futuro.
Já os tempos compostos são formados por dois verbos, um auxiliar e um principal; nesse
caso, o verbo auxiliar é o único a sofrer flexões.
Agora, vamos conhecer as desinências modo-temporais dos tempos simples e compostos, res-
pectivamente:

Flexões Modo-Temporais — Tempos Simples

TEMPO MODO INDICATIVO MODO SUBJUNTIVO


-e (1ª conjugação) e -a (2ª e 3ª
Presente *
conjugações)
Pretérito perfeito -ra (3ª pessoa do plural) *
-va (1ª conjugação) -ia (2ª e 3ª
Pretérito imperfeito -sse
conjugações)
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TEMPO MODO INDICATIVO MODO SUBJUNTIVO
Pretérito mais-que-perfeito -ra *
Futuro -rá e -re -r
Futuro do pretérito -ria *

*Nem todas as formas verbais apresentam desinências modo-temporais.

Flexões Modo-Temporais — Tempos Compostos (Indicativo)

z Pretérito perfeito composto: verbo auxiliar: Ter (presente do indicativo) + verbo princi-
pal particípio.
Ex.: Tenho estudado.
� Pretérito mais-que-perfeito composto: verbo auxiliar: Ter (pretérito imperfeito do indi-
cativo) + verbo principal no particípio.
Ex.: Tinha passado.
� Futuro composto: verbo auxiliar: Ter (futuro do indicativo) + verbo principal no particípio.
Ex.: Terei saído.
� Futuro do pretérito composto: verbo auxiliar: Ter (futuro do pretérito simples) + verbo
principal no particípio.
Ex.: Teria estudado.

Flexões Modo-Temporais — Tempos Compostos (Subjuntivo)

� Pretérito perfeito composto: verbo auxiliar: Ter (presente do subjuntivo) + verbo principal
particípio.
Ex.: (que eu) Tenha estudado.
� Pretérito mais-que-perfeito composto: verbo auxiliar: Ter (pretérito imperfeito do sub-
juntivo) + verbo principal no particípio.
Ex.: (se eu) Tivesse estudado
� Futuro composto: verbo auxiliar: Ter (futuro simples do subjuntivo) + verbo principal no
particípio.
Ex.: (quando eu) Tiver estudado.

Formas Nominais do Verbo e Locuções Verbais


LÍNGUA PORTUGUESA

As formas nominais do verbo são as formas no infinitivo, particípio e gerúndio que eles
assumem em determinados contextos. São chamadas nominais pois funcionam como subs-
tantivos, adjetivo ou advérbios.

z Gerúndio: marcado pela terminação -ndo. Seu valor indica duração de uma ação e, por
vezes, pode funcionar como um advérbio ou um adjetivo.
Ex.: Olhando para seu povo, o presidente se compadeceu.
z Particípio: marcado pelas terminações mais comuns -ado, -ido, podendo terminar tam-
bém em -do, -to, -go, -so, -gue. Corresponde nominalmente ao adjetivo; pode flexionar-se,
em alguns casos, em número e gênero. 25
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Ex.: A Índia foi colonizada pelos ingleses.
Quando cheguei, ela já tinha partido.
Ele tinha aberto a janela.
Ela tinha pago a conta.
z Infinitivo: forma verbal que indica a própria ação do verbo, ou o estado, ou, ainda, o fenô-
meno designado. Pode ser pessoal ou impessoal:

„ Pessoal: o infinitivo pessoal é passível de conjugação, pois está ligado às pessoas do discurso.
É usado na formação de orações reduzidas. Ex.: comer eu. Comermos nós. É para aprenderem
que ele ensina;
„ Impessoal: não é passível de flexão. É o nome do verbo, servindo para indicar ape-
nas a conjugação. Ex.: estudar — 1ª conjugação; comer — 2ª conjugação; partir — 3ª
conjugação.

O infinitivo impessoal forma locuções verbais ou orações reduzidas.


Locuções verbais: sequência de dois ou mais verbos que funcionam como um verbo.
Ex.: Ter de + verbo principal no infinitivo: Ter de trabalhar para pagar as contas.
Haver de + verbo principal no infinitivo: Havemos de encontrar uma solução.

Dica
Não confunda locuções verbais com tempos compostos. O particípio formador de tempo
composto na voz ativa não se flexiona. Ex.: O homem teria realizado sua missão.

Classificação dos Verbos

Os verbos são classificados quanto a sua forma de conjugação e podem ser divididos em:
regulares, irregulares, anômalos, abundantes, defectivos, pronominais, reflexivos, impes-
soais e auxiliares, além das formas nominais. Vamos conhecer as particularidades de cada
um a seguir:

z Regulares: os verbos regulares são os mais fáceis de compreender, pois apresentam regu-
laridade no uso das desinências, ou seja, das terminações verbais. Da mesma forma, os
verbos regulares mantêm o paradigma morfológico com o radical, que permanece inalte-
rado. Ex.: Verbo cantar:

PRESENTE — INDICATIVO PRETÉRITO PERFEITO — INDICATIVO


Eu canto Cantei
Tu cantas Cantaste
Ele/ você canta Cantou
Nós cantamos Cantamos
Vós cantais Cantastes
Eles/ vocês cantam Cantaram

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z Irregulares: os verbos irregulares apresentam alteração no radical e nas desinências ver-
bais. Por isso, recebem esse nome, pois sua conjugação ocorre irregularmente, seguindo
um paradigma próprio para cada grupo verbal.

Perceba a seguir como ocorre uma sutil diferença na conjugação do verbo estar, que utiliza-
mos como exemplo. Isso é importante para não confundir os verbos irregulares com os verbos
anômalos. Ex.: Verbo estar:

PRESENTE — INDICATIVO PRETÉRITO PERFEITO — INDICATIVO


Eu estou Estive
Tu estás Estiveste
Ele/ você está Esteve
Nós estamos Estivemos
Vós estais Estivestes
Eles/ vocês estão Estiveram

z Anômalos: esses verbos apresentam profundas alterações no radical e nas desinências


verbais, consideradas anomalias morfológicas; por isso, recebem essa classificação. Um
exemplo bem usual de verbo dessa categoria é o verbo “ser”. Na língua portuguesa, apenas
dois verbos são classificados dessa forma: os verbos ser e ir.

Vejamos a conjugação o verbo “ser”:

PRESENTE — INDICATIVO PRETÉRITO PERFEITO — INDICATIVO


Eu sou Fui
Tu és Foste
Ele / você é Foi
Nós somos Fomos
Vós sois Fostes
Eles / vocês são Foram

Os verbos ser e ir são irregulares, porém, apresentam uma forma específica de irregu-
laridade que ocasiona uma anomalia em sua conjugação. Por isso, são classificados como
anômalos.

z Abundantes: são formas verbais abundantes os verbos que apresentam mais de uma for-
LÍNGUA PORTUGUESA

ma de particípio aceitas pela norma culta gramatical. Geralmente, apresentam uma forma
de particípio regular e outra irregular. Vejamos alguns verbos abundantes:

INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR


Absolver Absolvido Absolto
Abstrair Abstraído Abstrato
Aceitar Aceitado Aceito
Benzer Benzido Bento
Cobrir Cobrido Coberto
27
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INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR
Completar Completado Completo
Confundir Confundido Confuso
Demitir Demitido Demisso
Despertar Despertado Desperto
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Encher Enchido Cheio
Entregar Entregado Entregue
Morrer Morrido Morto
Expelir Expelido Expulso
Enxugar Enxugado Enxuto
Findar Findado Findo
Fritar Fritado Frito
Ganhar Ganhado Ganho
Gastar Gastado Gasto
Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
Isentar Isentado Isento
Juntar Juntado Junto
Limpar Limpado Limpo
Matar Matado Morto
Omitir Omitido Omisso
Pagar Pagado Pago
Prender Prendido Preso
Romper Rompido Roto
Salvar Salvado Salvo
Secar Secado Seco
Submergir Submergido Submerso
Suspender Suspendido Suspenso
Tingir Tingido Tinto
Torcer Torcido Torto

INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR


Aceitar Eu já tinha aceitado o convite O convite foi aceito
Aviso quando tiver entregado a
Entregar Está entregue!
encomenda
Quando chegou, encontrou o
Morrer Havia morrido há dias
animal morto
A bala foi expelida por aquela
Expelir Esta é a bala expulsa
arma
Tinha enxugado a louça
Enxugar A roupa está enxuta
quando o programa começou
Depois de ter findado o
Findar Trabalho findo!
trabalho, descansou

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INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR
Se tivesse imprimido tínhamos Onde está o documento
Imprimir
como provar impresso?
Limpar Eu tinha limpado a casa Que casa tão limpa!
Dados importantes tinham
Omitir Informações estavam omissas
sido omitidos por ela
Após ter submergido os Deixe os legumes submersos
Submergir
legumes, reparou no amigo por alguns minutos
Nunca tinha suspendido
Suspender Você está suspenso!
ninguém

z Defectivos: são verbos que não apresentam algumas pessoas conjugadas em suas formas,
gerando um “defeito” na conjugação (por isso, o nome). Alguns exemplos de defectivos são
os verbos colorir, precaver, reaver etc.

Esses verbos não são conjugados na primeira pessoa do singular do presente do indicativo,
bem como: aturdir, exaurir, explodir, esculpir, extorquir, feder, fulgir, delinquir, demolir,
puir, ruir, computar, colorir, carpir, banir, brandir, bramir, soer.
Verbos que expressam onomatopeias ou fenômenos temporais também apresentam essa
característica, como latir, bramir, chover.

z Pronominais: esses verbos apresentam um pronome oblíquo átono integrando sua forma
verbal. É importante lembrar que esses pronomes não apresentam função sintática. Pre-
dominantemente, os verbos pronominas apresentam transitividade indireta, ou seja, são
VTI. Ex.: Sentar-se.

PRESENTE — INDICATIVO PRETÉRITO PERFEITO — INDICATIVO


Eu me sento Sentei-me
Tu te sentas Sentaste-te
Ele/ você se senta Sentou-se
Nós nos sentamos Sentamo-nos
Vós vos sentais Sentastes-vos
Eles/ vocês se sentam Sentaram-se

z Reflexivos: verbos que apresentam pronome oblíquo átono reflexivo, funcionando sinta-
ticamente como objeto direto ou indireto. Nesses verbos, o sujeito sofre e pratica a ação
LÍNGUA PORTUGUESA

verbal ao mesmo tempo. Ex.: Ela se veste mal. Nós nos cumprimentamos friamente;
z Impessoais: verbos que designam fenômenos da natureza, como chover, trovejar, nevar
etc.

„ o verbo haver, com sentido de existir ou marcando tempo decorrido, também será
impessoal. Ex.: Havia muitos candidatos e poucas vagas. Há dois anos, fui aprovado em
concurso público;
„ os verbos ser e estar também são verbos impessoais quando designam fenômeno cli-
mático ou tempo. Ex.: Está muito quente! / Era tarde quando chegamos;
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„ o verbo ser para indicar hora, distância ou data concorda com esses elementos;
„ o verbo fazer também poderá ser impessoal, quando indicar tempo decorrido ou tem-
po climático. Ex.: Faz anos que estudo pintura. Aqui faz muito calor;
„ os verbos impessoais não apresentam sujeito; sintaticamente, classifica-se como sujeito
inexistente;
„ o verbo ser será impessoal quando o espaço sintático ocupado pelo sujeito não estiver
preenchido: “Já é natal”. Segue o mesmo paradigma do verbo fazer, podendo ser impes-
soal, também, o verbo ir: “Vai uns bons anos que não vejo Mariana”.

z Auxiliares: os verbos auxiliares são empregados nas formas compostas dos verbos e tam-
bém nas locuções verbais. Os principais verbos auxiliares dos tempos compostos são ter
e haver.

Nas locuções, os verbos auxiliares determinam a concordância verbal; porém, o verbo


principal determina a regência estabelecida na oração.
Apresentam forte carga semântica que indica modo e aspecto da oração. São importantes
na formação da voz passiva analítica.

z Formas Nominais: na língua portuguesa, usamos três formas nominais dos verbos:

„ Gerúndio: terminação -ndo. Apresenta valor durativo da ação e equivale a um advér-


bio ou adjetivo. Ex.: Minha mãe está rezando;
„ Particípio: terminações -ado, -ido, -do, -to, -go, -so. Apresenta valor adjetivo e pode ser
classificado em particípio regular e irregular, sendo as formas regulares finalizadas em
-ado e -ido.

A norma culta gramatical recomenda o uso do particípio regular com os verbos “ter” e
“haver”. Já com os verbos “ser” e “estar”, recomenda-se o uso do particípio irregular.
Ex.: Os policiais haviam expulsado os bandidos / Os traficantes foram expulsos pelos
policiais.

„ Infinitivo: marca as conjugações verbais.

AR: verbos que compõem a 1ª conjugação (Amar, passear);


ER: verbos que compõem a 2ª conjugação (Comer, pôr);
IR: verbos que compõem a 3ª conjugação (Partir, sair).

Dica
O verbo “pôr” corresponde à segunda conjugação, pois origina-se do verbo “poer”.
O mesmo acontece com verbos que deste derivam.

Vozes Verbais

As vozes verbais definem o papel do sujeito na oração, demonstrando se o sujeito é o agen-


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te da ação verbal ou se ele recebe a ação verbal. Dividem-se em:
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� Ativa: o sujeito é o agente, praticando a ação verbal.
Ex.: O policial deteve os bandidos;
� Passiva: o sujeito é paciente, ou seja, sofre a ação verbal.
Ex.: Os bandidos foram detidos pelo policial — passiva analítica;
� Detiveram-se os criminosos — passiva sintética.
� Reflexiva: o sujeito é agente e paciente ao mesmo tempo, pois pratica e recebe a ação
verbal.
Ex.: Os bandidos se entregaram à polícia. / O menino se agrediu;
� Recíproca: o sujeito é agente e paciente ao mesmo tempo, porém há uma ação compartilhada
entre dois indivíduos. A ação pode ser compartilhada entre dois ou mais indivíduos que prati-
cam e sofrem a ação.
Ex.: Os bandidos se olharam antes do julgamento. / Apesar do ódio mútuo, os candidatos
se cumprimentaram.

A voz passiva é realizada a partir da troca de funções entre sujeito e objeto da voz ativa. Só
podemos transformar uma frase da voz ativa para a voz passiva se o verbo for transitivo direto ou
transitivo direto e indireto. Logo, só há voz passiva com a presença do objeto direto.
Importante! Não confunda os verbos pronominais com as vozes verbais. Os verbos pro-
nominais que indicam sentimentos, como arrepender-se, queixar-se, dignar-se, entre outros,
acompanham um pronome que faz parte integrante do seu significado, diferentemente das
vozes verbais, que acompanham o pronome “se” com função sintática própria.

Outras Funções do “Se”

Como vimos, o “se” pode funcionar como item essencial na voz passiva. Além dessa fun-
ção, esse elemento também acumula outras atribuições:

z Partícula apassivadora: a voz passiva sintética é feita com verbos transitivos direto (TD) ou
transitivos direto indireto (TDI). Nessa voz, incluímos o “se” junto ao verbo, por isso, o elemento
“se” é designado partícula apassivadora, nesse contexto.
Ex.: Busca-se a felicidade (voz passiva sintética) — “Se” (partícula apassivadora).

O “se” exercerá essa função apenas:

„ com verbos cuja transitividade seja TD ou TDI;


„ com verbos que concordam com o sujeito;
LÍNGUA PORTUGUESA

„ com a voz passiva sintética.

Atenção: na voz passiva nunca haverá objeto direto (OD), pois ele se transforma em sujei-
to paciente.

z Índice de indeterminação do sujeito: o “se” funcionará nessa condição quando não for pos-
sível identificar o sujeito explícito ou subentendido. Além disso, não podemos confundir essa
função do “se” com a de apassivador, já que, para ser índice de indeterminação do sujeito, a
oração precisa estar na voz ativa.
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Outra importante característica do “se” como índice de indeterminação do sujeito é que
isso ocorre em verbos transitivos indiretos, verbos intransitivos ou verbos de ligação. Além
disso, o verbo sempre deverá estar na 3ª pessoa do singular.
Ex.: Acredita-se em Deus.

z Pronome reflexivo: na função de pronome reflexivo, a partícula “se” indicará reflexão


ou reciprocidade, auxiliando a construção dessas vozes verbais, respectivamente. Nessa
função, suas principais características são:

„ sujeito recebe e pratica a ação;


„ funcionará, sintaticamente, como objeto direto ou indireto;
„ o sujeito da frase poderá estar explícito ou implícito.

Ex.: Ele se via no espelho (explícito). Deu-se um presente de aniversário (implícito).

z Parte integrante do verbo: nesses casos, o “se” será parte integrante dos verbos pronomi-
nais, acompanhando-o em todas as suas flexões. Quando o “se” exerce essa função, jamais
terá uma função sintática. Além disso, o sujeito da frase poderá estar explícito ou implícito.
Ex.: (Ele/a) Lembrou-se da mãe, quando olhou a filha;
z Partícula de realce: será partícula de realce o “se” que puder ser retirado do contexto sem
prejuízo no sentido e na compreensão global do texto. A partícula de realce não exerce
função sintática, pois é desnecessária.
Ex.: Vão-se os anéis, ficam-se os dedos;
z Conjunção: o “se” será conjunção condicional quando sugerir a ideia de condição. A con-
junção “se” exerce função de conjunção integrante, apenas ligando as orações, e poderá
ser substituído pela conjunção “caso”.
Ex.: Se ele estudar, será aprovado. (Caso ele estudar, será aprovado).

Conjugação de Verbos Derivados

Verbo derivado é aquele que deriva de um verbo primitivo; para trabalhar a conjugação
desses verbos, é importante ter clara a conjugação de seus “originários”.
Atente-se à lista de verbos irregulares e de algumas de suas derivações a seguir, pois são
assuntos relevantes em provas diversas:

z Pôr: repor, propor, supor, depor, compor, expor;


z Ter: manter, conter, reter, deter, obter, abster-se;
z Ver: antever, rever, prever;
z Vir: intervir, provir, convir, advir, sobrevir.

Vamos conhecer agora alguns verbos cuja conjugação apresenta paradigma derivado,
auxiliando a compreensão dessas conjugações verbais.
O verbo criar é conjugado da mesma forma que os verbos “variar”, “copiar”, “expiar” e
todos os demais que terminam em -iar. Os verbos com essa terminação são, predominante-
mente, regulares.
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PRESENTE — INDICATIVO
Eu Crio
Tu Crias
Ele/Você Cria
Nós Criamos
Vós Criais
Eles/Vocês Criam

Os verbos terminados em -ear, por sua vez, geralmente são irregulares e apresentam algu-
ma modificação no radical ou nas desinências. Acompanhe a conjugação do verbo “passear”:

PRESENTE — INDICATIVO
Eu Passeio
Tu Passeias
Ele/Você Passeia
Nós Passeamos
Vós Passeais
Eles/Vocês Passeiam

Conjugação de Alguns Verbos

Vamos agora conhecer algumas conjugações de verbos irregulares importantes, que sem-
pre são objeto de questões em concursos.
Observe o verbo “aderir” no presente do indicativo:

PRESENTE — INDICATIVO
Eu Adiro
Tu Aderes
Ele/Você Adere
Nós Aderimos
Vós Aderis
Eles/Vocês Aderem

A seguir, acompanhe a conjugação do verbo “por”. São conjugados da mesma forma os


verbos dispor, interpor, sobrepor, compor, opor, repor, transpor, entrepor, supor.
LÍNGUA PORTUGUESA

PRESENTE — INDICATIVO
Eu Ponho
Tu Pões
Ele/Você Põe
Nós Pomos
Vós Pondes
Eles/Vocês Põem

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PREPOSIÇÕES

São palavras invariáveis que ligam orações ou outras palavras. As preposições apresen-
tam funções importantes tanto no aspecto semântico quanto no aspecto sintático, pois com-
plementam o sentido de verbos e/ou palavras cujo sentido pode ser alterado sem a presença
da preposição, modificando a transitividade verbal e colaborando para o preenchimento de
sentido de palavras deverbais3.
As preposições essenciais são: a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre, para,
per, perante, por, sem, sob, trás.
Existem, ainda, as preposições acidentais, assim chamadas pois pertencem a outras clas-
ses gramaticais, mas funcionam, ocasionalmente, como preposições. Eis algumas: afora, con-
forme (quando equivaler a “de acordo com”), consoante, durante, exceto, salvo, segundo,
senão, mediante, que, visto (quando equivaler a “por causa de”).
Acompanhe a seguir algumas preposições e exemplos de uso em diferentes situações:

“A”

z Causa ou motivo: Acordar aos gritos das crianças;


z Conformidade: Escrever ao modo clássico;
z Destino (em correlação com a preposição de): De Santos à Bahia;
z Meio: Voltarei a andar a cavalo;
z Preço: Vendemos o armário a R$ 300,00;
z Direção: Levantar as mãos aos céus;
z Distância: Cair a poucos metros da namorada;
z Exposição: Ficar ao sol por um longo tempo;
z Lugar: Ir a Santa Catarina;
z Modo: Falar aos gritos;
z Sucessão: Dia a dia;
z Tempo: Nasci a três de maio;
z Proximidade: Estar à janela.

“Após”

z Lugar: Permaneça na fila após o décimo lugar;


z Tempo: Logo após o almoço descansamos.

“Com”

z Causa: Ficar pobre com a inflação;


z Companhia: Ir ao cinema com os amigos;
z Concessão: Com mais de 80 anos, ainda tem planos para o futuro;
z Instrumento: Abrir a porta com a chave;

3 Palavras deverbais são substantivos que expressam, de forma nominal e abstrata, o sentido de um verbo com
o qual mantêm relação. Exemplo: a filmagem, o pagamento, a falência etc. Geralmente, os nomes deverbais são
acompanhados por preposições e, sintaticamente, o termo que completa o sentido desses nomes é conhecido
34 como complemento nominal.
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z Matéria: Vinho se faz com uva;
z Modo: Andar com elegância;
z Referência: Com sua irmã aconteceu diferente; comigo sempre é assim.

“Contra”

z Oposição: Jogar contra a seleção brasileira;


z Direção: Olhar contra o sol;
z Proximidade ou contiguidade: Apertou o filho contra o peito.

“De”

z Causa: Chorar de saudade;


z Assunto: Falar de religião;
z Matéria: Material feito de plástico;
z Conteúdo: Maço de cigarro;
z Origem: Você descende de família humilde;
z Posse: Este é o carro de João;
z Autoria: Esta música é de Chopin;
z Tempo: Ela dorme de dia;
z Lugar: Veio de São Paulo;
z Definição: Pessoa de coragem;
z Dimensão: Sala de vinte metros quadrados;
z Fim ou finalidade: Carro de passeio;
z Instrumento: Comer de garfo e faca;
z Meio: Viver de ilusões;
z Medida ou extensão: Régua de 30 cm;
z Modo: Olhar alguém de frente;
z Preço: Caderno de 10 reais;
z Qualidade: Vender artigo de primeira;
z Semelhança ou comparação: Atitudes de pessoa corajosa.

“Desde”

z Distância: Dormiu desde o acampamento até aqui;


z Tempo: Desde ontem ele não aparece.
LÍNGUA PORTUGUESA

“Em”

z Preço: Avaliou a propriedade em milhares de dólares;


z Meio: Pagou a dívida em cheque;
z Limitação: Aquele aluno em Química nunca foi bom;
z Forma ou semelhança: As crianças juntaram as mãos em concha;
z Transformação ou alteração: Transformou dólares em reais;
z Estado ou qualidade: Foto em preto e branco;
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z Fim: Pedir em casamento;
z Lugar: Ficou muito tempo em Sorocaba;
z Modo: Escrever em francês;
z Sucessão: De grão em grão;
z Tempo: O fogo destruiu o edifício em minutos;
z Especialidade: João formou-se em Engenharia.

“Entre”

z Lugar: Ele ficou entre os aprovados;


z Meio social: Entre as elites, este é o comportamento;
z Reciprocidade: Entre mim e ele sempre houve discórdia.

“Para”

z Consequência: Você deve ser muito esperto para não cair em armadilhas;
z Fim ou finalidade: Chegou cedo para a conferência;
z Lugar: Em 2011, ele foi para Portugal;
z Proporção: As baleias estão para os peixes assim como nós estamos para as galinhas;
z Referência: Para mim, ela está mentindo;
z Tempo: Para o ano irei à praia;
z Destino ou direção: Olhe para frente!

“Perante”

z Lugar: Ele negou o crime perante o júri.

“Por”

z Modo ou conformidade: Vamos escolher por sorteio;


z Causa: Encontrar alguém por coincidência;
z Conformidade: Copiar por original;
z Favor: Lutar por seus ideais;
z Medida: Vendia banana por quilo;
z Meio: Ir por terra;
z Modo: Saber por alto o que ocorreu;
z Preço: Comprar um livro por vinte reais;
z Quantidade: Chocar por três vezes;
z Substituição: Comprar gato por lebre;
z Tempo: Viver por muitos anos.

“Sem”

z Ausência ou desacompanhamento: Estava sem dinheiro.

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“Sob”

z Tempo: Houve muito progresso no Brasil sob D. Pedro II;


z Lugar: Ficar sob o viaduto;
z Modo: Saiu da reunião sob pretexto não convincente.

“Sobre”

z Assunto: Não gosto de falar sobre política;


z Direção: Ir sobre o adversário;
z Lugar: Cair sobre o inimigo.

Locuções Prepositivas

São grupos de palavras que equivalem a uma preposição.


Ex.: Falei sobre o tema da prova. (preposição) / Falei acerca do tema da prova. (locução
prepositiva)
A locução prepositiva na segunda frase substitui perfeitamente a preposição “sobre”. As
locuções prepositivas sempre terminam em uma preposição (há apenas uma exceção: a locu-
ção prepositiva com sentido concessivo “não obstante”).
Veja alguns exemplos:

z Apesar de. Ex.: Apesar de terem sumido, voltaram logo;


z A respeito de. Ex.: Nossa reunião foi a respeito de finanças;
z Graças a. Ex.: Graças ao bom Deus, não aconteceu nada grave;
z De acordo com. Ex.: De acordo com W. Hamboldt, a língua é indispensável para que pos-
samos pensar, mesmo que estivéssemos sempre sozinhos;
z Por causa de. Ex.: Por causa de poucos pontos, não passei no exame;
z Para com. Ex.: Minha mãe me ensinou ter respeito para com os mais velhos;
z Por baixo de. Ex.: Por baixo do vestido, ela usa um short.

Outros exemplos de locuções prepositivas: abaixo de; acerca de; acima de; devido a; a
despeito de; adiante de; defronte de; embaixo de; em frente de; junto de; perto de; por entre;
por trás de; quanto a; a fim de; por meio de; em virtude de.

Importante!
LÍNGUA PORTUGUESA

Algumas locuções prepositivas apresentam semelhanças morfológicas, mas significados


completamente diferentes. Observe estes exemplos4:
A opinião dos diretores vai ao encontro do planejamento inicial = Concordância.
As decisões do público foram de encontro à proposta do programa = Discordância.
Em vez de comer lanches gordurosos, coma frutas = Substituição.
Ao invés de chegar molhado, chegou cedo = Oposição.

4 Disponível em: instagram.com/academiadotexto. Acesso em: 20 nov. 2020. 37


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Combinações e Contrações

As preposições podem se ligar a outras palavras de outras classes gramaticais por meio de
dois processos: combinação e contração.

z Combinação: quando se ligam sem sofrer nenhuma redução.

a + o = ao
a + os = aos

z Contração: quando, ao se ligarem, sofrem redução.

Veja a lista a seguir5, que apresenta as preposições que se contraem e suas devidas formas:

z Preposição “a”:

„ Com o artigo definido ou pronome demonstrativo feminino:


a + a= à
a + as= às
„ Com o pronome demonstrativo:
a + aquele = àquele
a + aqueles = àqueles
a + aquela = àquela
a + aquelas = àquelas
a + aquilo = àquilo

z Preposição “de”:

„ Com artigo definido masculino e feminino:


de + o/os = do/dos
de + a/as = da/das
� Com artigo indefinido:
de + um= dum
de + uns = duns
de + uma = duma
de + umas = dumas
� Com pronome demonstrativo:
de + este(s)= deste, destes
de + esta(s)= desta, destas
de + isto= disto
de + esse(s) = desse, desses
de + essa(s)= dessa, dessas
de + isso = disso

5 Disponível em: https://www.preparaenem.com/portugues/combinacao-contracao-das-preposicoes.htm.


38 Acesso em: 20 nov. 2020.
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de + aquele(s) = daquele, daqueles
de + aquela(s) = daquela, daquelas
de + aquilo= daquilo
� Com o pronome pessoal:
de + ele(s) = dele, deles
de + ela(s) = dela, delas
� Com o pronome indefinido:
de + outro(s)= doutro, doutros
de + outra(s) = doutra, doutras
� Com advérbio:
de + aqui= daqui
de + aí= daí
de + ali= dali

z Preposição “em”:

„ Com artigo definido:


em + a(s)= na, nas
em + o(s)= no, nos
� Com pronome demonstrativo:
em + esse(s)= nesse, nesses
em + essa(s)= nessa, nessas
em + isso = nisso
em + este(s) = neste, nestes
em + esta(s) = nesta, nestas
em + isto = nisto
em + aquele(s) = naquele, naqueles
em + aquela(s) = naquelas
em + aquilo = naquilo
� Com pronome pessoal:
em + ele(s) = nele, neles
em + ela(s) = nela, nelas

z Preposição “per”:

„ Com as formas antigas do artigo definido (lo, la):


LÍNGUA PORTUGUESA

per + lo(s) = pelo, pelos


per + la(s) = pela, pelas

z Preposição “para” (pra):

„ Com artigo definido:


para (pra) + o(s) = pro, pros
para (pra) + a(s)= pra, pras

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Algumas Relações Semânticas Estabelecidas por Preposições

Antes de entrarmos neste assunto, vale relembrar o que significa Semântica. Semântica é
a área do conhecimento que relaciona o significado da palavra ao seu contexto.
É importante ressaltar que as preposições podem apresentar valor relacional ou podem
atribuir um valor nocional.
As preposições que apresentam um valor relacional cumprem uma relação sintática
com verbos ou substantivos, que, em alguns casos, são chamados deverbais, conforme já
mencionamos. Essa mesma relação sintática pode ocorrer com adjetivos e advérbios, os
quais também apresentarão função deverbal.
Ex.: Concordo com o advogado (preposição exigida pela regência do verbo concordar).
Tenho medo da queda (preposição exigida pelo complemento nominal).
Estou desconfiado do funcionário (preposição exigida pelo adjetivo).
Fui favorável à eleição (preposição exigida pelo advérbio).
Em todos esses casos, a preposição mantém uma relação sintática com a classe de palavras
a qual se liga, sendo, portanto, obrigatória a sua presença na sentença.
De modo oposto, as preposições cujo valor nocional é preponderante apresentam uma
modificação no sentido da palavra à qual se liga. Elas não são componentes obrigatórios
na construção da sentença, divergindo das preposições de valor relacional. As preposições
de valor nocional estabelecem uma noção de posse, causa, instrumento, matéria, modo etc.
Vejamos algumas na tabela a seguir:

VALOR NOCIONAL DAS PREPOSIÇÕES SENTIDO


Posse Carro de Marcelo
Lugar O cachorro está sob a mesa
Modo Votar em branco / Chegar aos gritos
Causa Preso por agressão
Assunto Falar sobre política
Origem Descende de família simples
Destino Olhe para frente! / Iremos a Paris

CONJUNÇÕES

Assim como as preposições, as conjunções também são invariáveis e também auxiliam na


organização das orações, ligando termos e, em alguns casos, orações. Por manterem relação
direta com a organização das orações nas sentenças, as conjunções podem ser coordenati-
vas ou subordinativas.

Conjunções Coordenativas

As conjunções coordenativas são aquelas que ligam orações coordenadas, ou seja, orações
que não fazem parte de uma outra; em alguns casos, ainda, essas conjunções ligam núcleos
de um mesmo termo da oração. As conjunções coordenadas podem ser:

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z Aditivas: somam informações. E, nem, bem como, não só, mas também, não apenas, como
ainda, senão (após não só).
Ex.: Não fiz os exercícios nem revisei.
O gato era o preferido, não só da filha, senão de toda família.
z Adversativas: colocam informações em oposição, contradição. Mas, porém, contudo,
todavia, entretanto, não obstante, senão (equivalente a mas).
Ex.: Não tenho um filho, mas dois.
A culpa não foi a população, senão dos vereadores (equivale a “mas sim”).

Importante! A conjunção “e” pode apresentar valor adversativo, principalmente quando


é antecedida por vírgula: Estava querendo dormir, e o barulho não deixava.

z Alternativas: ligam orações com ideias que não acontecem simultaneamente, que se
excluem. Ou, ou...ou, quer...quer, seja...seja, ora...ora, já...já.
Ex.: Estude ou vá para a festa.
Seja por bem, seja por mal, vou convencê-la.

Importante! A palavra “senão” pode funcionar como conjunção alternativa: Saia agora,
senão chamarei os guardas (pode-se trocá-la por “ou”).

z Explicativas: ligam orações, de forma que em uma delas explica-se o que a outra afirma.
Que, porque, pois, (se vier no início da oração), porquanto.
Ex.: Estude, porque a caneta é mais leve que a enxada!
Viva bem, pois isso é o mais importante.

Importante! “Pois” com sentido explicativo inicia uma oração e justifica outra. Ex.: Volte,
pois sinto saudades.
“Pois” conclusivo fica após o verbo, deslocado entre vírgulas: Nessa instabilidade, o dólar
voltará, pois, a subir.

z Conclusivas: ligam duas ideias, de forma que a segunda conclui o que foi dito na primeira.
Logo, portanto, então, por isso, assim, por conseguinte, destarte, pois (deslocado na frase).
Ex.: Estava despreparado, por isso, não fui aprovado.
Está na hora da decolagem; deve, então, apressar-se.

Dica
LÍNGUA PORTUGUESA

As conjunções “e”, “nem” não devem ser empregadas juntas (“e nem”). Tendo em vista que
ambas indicam a mesma relação aditiva, o uso concomitante acarreta em redundância.

Conjunções Subordinativas

Tais quais as conjunções coordenativas, as subordinativas estabelecem uma ligação entre


as ideias apresentadas em um texto. Porém, diferentemente daquelas, estas ligam ideias
apresentadas em orações subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra para terem
o sentido apreendido.
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� Causal: iniciam a oração dando ideia de causa. Haja vista, que, porque, pois, porquanto,
visto que, uma vez que, como (equivale a porque) etc.
Ex.: Como não choveu, a represa secou.
� Consecutiva: iniciam a oração expressando ideia de consequência. Que (depois de tal,
tanto, tão), de modo que, de forma que, de sorte que etc.
Ex.: Estudei tanto que fiquei com dor de cabeça.
� Comparativa: iniciam orações comparando ações e, em geral, o verbo fica subtendido.
Como, que nem, que (depois de mais, menos, melhor, pior, maior), tanto... quanto etc.
Ex.: Corria como um touro.
Ela dança tanto quanto Carlos.
� Conformativa: expressam a conformidade de uma ideia com a da oração principal. Con-
forme, como, segundo, de acordo com, consoante etc.
Ex.: Tudo ocorreu conforme o planejado.
Amanhã chove, segundo informa a previsão do tempo.
� Concessiva: iniciam uma oração com uma ideia contrária à da oração principal. Embora,
conquanto, ainda que, mesmo que, em que pese, posto que etc.
Ex.: Teve que aceitar a crítica, conquanto não tivesse gostado.
Trabalhava, por mais que a perna doesse.
� Condicional: iniciam uma oração com ideia de hipótese, condição. Se, caso, desde que,
contanto que, a menos que, somente se etc.
Ex.: Se eu quisesse falar com você, teria respondido sua mensagem.
Posso lhe ajudar, caso necessite.
� Proporcional: ideia de proporcionalidade. À proporção que, à medida que, quanto mais...
mais, quanto menos...menos etc.
Ex.: Quanto mais estudo, mais chances tenho de ser aprovado.
Ia aprendendo, à medida que convivia com ela.
� Final: expressam ideia de finalidade. Final, para que, a fim de que etc.
Ex.: A professora dá exemplos para que você aprenda!
Comprou um computador a fim de que pudesse trabalhar tranquilamente.
� Temporal: iniciam a oração expressando ideia de tempo. Quando, enquanto, assim que,
até que, mal, logo que, desde que etc.
Ex.: Quando viajei para Fortaleza, estive na Praia do Futuro.
Mal cheguei à cidade, fui assaltado.

Importante!
Os valores semânticos das conjunções não se prendem às formas morfológicas desses
elementos. O valor das conjunções é construído contextualmente, por isso, é fundamental
estar atento aos sentidos estabelecidos no texto.
Ex.: Se Mariana gosta de você, por que você não a procura? (Se = causal = já que)
Por que ficar preso na cidade, quando existe tanto ar puro no campo? (Quando = causal = já
que).

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Conjunções Integrantes

As conjunções integrantes fazem parte das orações subordinadas; na realidade, elas apenas
integram uma oração principal à outra, subordinada. Existem apenas dois tipos de conjunções
integrantes: “que” e “se”.

� Quando é possível substituir o “que” pelo pronome “isso”, estamos diante de uma conjun-
ção integrante.
Ex.: Quero que a prova esteja fácil. (Quero. O quê? Isso).
� Sempre haverá conjunção integrante em orações substantivas e, consequentemente, em
períodos compostos.
Ex.: Perguntei se ele estava em casa. (Perguntei. O quê? Isso).
� Nunca devemos inserir uma vírgula entre um verbo e uma conjunção integrante.
Ex.: Sabe-se, que o Brasil é um país desigual (errado).
Sabe-se que o Brasil é um país desigual (certo).

EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE

Outro assunto que causa grande dúvida é o uso da crase, fenômeno gramatical que corres-
ponde à junção da preposição a + artigo feminino definido a, ou da junção da preposição a +
os pronomes relativos aquele, aquela ou aquilo. Representa-se graficamente pela marcação
(`) + (a) = (à).
Ex.: Entregue o relatório à diretoria.
Refiro-me àquele vestido que está na vitrine.
Regra geral: haverá crase sempre que o termo antecedente exija a preposição a e o termo
consequente aceite o artigo a.
Ex.: Fui à cidade (a + a = preposição + artigo)
Conheço a cidade (verbo transitivo direto: não exige preposição).
Vou a Brasília (verbo que exige preposição a + palavra que não aceita artigo).
Essas dicas são facilitadoras quanto à orientação no uso da crase, mas existem especifici-
dades que ajudam no momento de identificação:

CASOS CONVENCIONADOS

z Locuções adverbiais formadas por palavras femininas:


LÍNGUA PORTUGUESA

Ex.: Ela foi às pressas para o camarim.


Entregou o dinheiro às ocultas para o ministro.
Espero vocês à noite na estação de metrô.
Estou à beira-mar desde cedo;
z Locuções prepositivas formadas por palavras femininas:
Ex.: Ficaram à frente do projeto;
z Locuções conjuntivas formadas por palavras femininas:
Ex.: À medida que o prédio é erguido, os gastos vão aumentando;
� Quando indicar marcação de horário, no plural
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Ex.: Pegaremos o ônibus às oito horas.
Fique atento ao seguinte: entre números teremos que de = a / da = à, portanto:
Ex.: De 7 as 16 h. De quinta a sexta. (sem crase)
Das 7 às 16 h. Da quinta à sexta. (com crase);
� Com os pronomes relativos aquele, aquela ou aquilo:
Ex.: A lembrança de boas-vindas foi reservada àquele outono.
Por favor, entregue as flores àquela moça que está sentada.
Dedique-se àquilo que lhe faz bem;
� Com o pronome demonstrativo a antes de que ou de:
Ex.: Referimo-nos à que está de preto.
Referimo-nos à de preto;
� Com o pronome relativo a qual, as quais:
Ex.: A secretária à qual entreguei o ofício acabou de sair.
As alunas às quais atribuí tais atividades estão de férias.

CASOS PROIBITIVOS

Em resumo, seguem-se as dicas abaixo para melhor orientação de quando não usar a crase.

� Antes de nomes masculinos


Ex.: “O mundo intelectual deleita a poucos, o material agrada a todos.” (MM)
O carro é movido a álcool.
Venda a prazo;
� Antes de palavras femininas que não aceitam artigos
Ex.: Iremos a Fortaleza.

Macete de crase:
Se vou a; Volto da = Crase há!
Se vou a; Volto de = Crase pra quê?
Ex.: Vou à escola / Volto da escola.
Vou a Fortaleza / Volto de Fortaleza;

� Antes de forma verbal infinitiva


Ex.: Os produtos começaram a chegar.
“Os homens, dizendo em certos casos que vão falar com franqueza, parecem dar a enten-
der que o fazem por exceção de regra.” (MM);
� Antes de expressão de tratamento
Ex.: O requerimento foi direcionado a Vossa Excelência;
� No a (singular) antes de palavra no plural, quando a regência do verbo exigir preposição
Ex.: Durante o filme assistimos a cenas chocantes;
� Antes dos pronomes relativos quem e cuja
Ex.: Por favor, chame a pessoa a quem entregamos o pacote.
Falo de alguém a cuja filha foi entregue o prêmio;
� Antes de pronomes indefinidos alguma, nenhuma, tanta, certa, qualquer, toda, tamanha
Ex.: Direcione o assunto a alguma cláusula do contrato.
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Não disponibilizaremos verbas a nenhuma ação suspeita de fraude.
Eles estavam conservando a certa altura.
Faremos a obra a qualquer custo.
A campanha será disponibilizada a toda a comunidade;
� Antes de demonstrativos
Ex.: Não te dirijas a essa pessoa;
� Antes de nomes próprios, mesmo femininos, de personalidades históricas
Ex.: O documentário referia-se a Janis Joplin;
� Antes dos pronomes pessoais retos e oblíquos
Ex.: Por favor, entregue as frutas a ela.
O pacote foi entregue a ti ontem;
� Nas expressões tautológicas (face a face, lado a lado)
Ex.: Pai e filho ficaram frente a frente no tribunal de justiça;
� Antes das palavras casa, Terra ou terra, distância sem determinante
Ex.: Precisa chegar a casa antes das 22h.
Astronauta volta a Terra em dois meses.
Os pesquisadores chegaram a terra depois da expedição marinha.
Vocês o observaram a distância.

CRASE FACULTATIVA

Nestes casos, podemos escrever as palavras das duas formas: utilizando ou não a crase.
Para entender detalhadamente, observe as seguintes dicas:

� Antes de nomes de mulheres comuns ou com quem se tem proximidade


Ex.: Ele fez homenagem a/à Bárbara;
� Antes de pronomes possessivos no singular
Ex.: Iremos a/à sua residência;
� Após preposição até, com ideia de limite
Ex.: Dirija-se até a/à portaria.
“Ouvindo isto, o desembargador comoveu-se até às (ou “as”) lágrimas, e disse com mui
estranho afeto.” (CBr. 1, 67)

CASOS ESPECIAIS

Veremos a seguir alguns casos que fogem à regra.


LÍNGUA PORTUGUESA

Quando se relacionar a instrumentos cujos nomes forem femininos, normalmente a crase


não será utilizada. Porém, em alguns casos, utiliza-se a crase para evitar ambiguidades.
Ex.: Matar a fome. (Quando “fome” for objeto direto).
Matar à fome. (Quando “fome” for advérbio de instrumento).
Fechar a chave. (Quando “chave” for objeto direto).
Fechar à chave. (Quando “chave” for advérbio de instrumento).

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QUANDO USAR OU NÃO A CRASE EM SENTENÇAS COM NOMES DE LUGARES

z Regidos por preposições de, em, por: não se usa crase


Ex.: Fui a Copacabana. (Venho de Copacabana, moro em Copacabana, passo por
Copacabana);
� Regidos por preposições da, na, pela: usa-se crase
Ex.: Fui à Bahia. (Venho da Bahia, moro na Bahia, passo pela Bahia).

MACETES

z Haverá crase quando o “à” puder ser substituído por ao, da na, pela, para a, sob a, sobre
a, contra a, com a, à moda de, durante a;
z Quando o de ocorre paralelo ao a, não há crase. Quando o da ocorre paralelo ao à, há
crase;
z Na indicação de horas, quando o “à uma” puder ser substituído por às duas, há crase.
Quando o a uma equivaler a a duas, não ocorre crase;
z Usa-se a crase no “a” de àquele(s), àquela(s) e àquilo quando tais pronomes puderem ser
substituídos por a este, a esta e a isto;
z Usa-se crase antes de casa, distância, terra e nomes de cidades quando esses termos esti-
verem acompanhados de determinantes. Ex.: Estou à distância de 200 metros do pico da
montanha.

A compreensão da crase vai muito além da estética gramatical, pois serve também para
evitar ambiguidades comuns, como o caso seguinte: Lavando a mão.
Nessa ocasião, usa-se a forma “Lavando a mão”, pois “a mão” é o objeto direto, e, portanto,
não exige preposição. Usa-se a forma “à mão” em situações como “Pintura feita à mão”, já que
“à mão” seria o advérbio de instrumento da ação de pintar.

SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO

Ao selecionar palavras, nós as escolhemos entre os grandes grupos de palavras existentes


na língua, como verbos, substantivos ou adjetivos. Esses são grupos morfológicos. Ao combi-
nar as palavras em frases, nós construímos um painel morfológico.
As palavras normalmente recebem uma dupla classificação: a morfológica, que está relaciona-
da à classe gramatical a que pertence, e a sintática, relacionada à função específica que assumem
em determinada frase.

FRASE

Frase é todo enunciado com sentido completo. Pode ser formada por apenas uma palavra
ou por um conjunto de palavras.
Ex.: Fogo!
Silêncio!
“A igreja, com este calor, é fornalha...” (Graciliano Ramos).
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ORAÇÃO

Enunciado que se estrutura em torno de um verbo (explícito, implícito ou subentendi-


do) ou de uma locução verbal. Quanto ao sentido, a oração pode apresentá-lo completo ou
incompleto.
Ex.: Você é um dos que se preocupam com a poluição.
“A roda de samba acabou” (Chico Buarque).

Período

Período é o enunciado constituído de uma ou mais orações.


Classifica-se em:

� Simples: possui apenas uma oração.


Ex.: O sol surgiu radiante.
Ninguém viu o acidente.
� Composto: possui duas ou mais orações.
Ex.: “Amou daquela vez como se fosse a última.” (Chico Buarque)
Chegou em casa e tomou banho.

PERÍODO SIMPLES – TERMOS DA ORAÇÃO

Os termos que formam o período simples são distribuídos em: essenciais (Sujeito e Predi-
cado), integrantes (complemento verbal, complemento nominal e agente da passiva) e aces-
sórios (adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto).

TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO

São aqueles indispensáveis para a estrutura básica da oração. Costuma-se associar esses termos
a situações analógicas, como um almoço tradicional brasileiro constituído basicamente de arroz e
feijão, por exemplo. São eles: sujeito e predicado. Veremos a seguir cada um deles.

Sujeito

É o elemento que faz ou sofre a ação determinada pelo verbo.


O sujeito pode ser:
LÍNGUA PORTUGUESA

� o termo sobre o qual o restante da oração diz algo;


� o elemento que pratica ou recebe a ação expressa pelo verbo;
� o termo que pode ser substituído por um pronome do caso reto;
� o termo com o qual o verbo concorda.
Ex.: A população implorou pela compra da vacina da COVID-19.

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No exemplo anterior a população é:

z o elemento sobre o qual se declarou algo (implorou pela compra da vacina);


z o elemento que pratica a ação de implorar;
z o termo com o qual o verbo concorda (o verbo implorar está flexionado na 3ª pessoa do
singular);
z o termo que pode ser substituído por um pronome do caso reto.
(Ela implorou pela compra da vacina da COVID-19.)

Núcleo do Sujeito

O núcleo é a palavra base do sujeito. É a principal porque é a respeito dela que o predicado
diz algo. O núcleo indica a palavra que realmente está exercendo determinada função sintáti-
ca, que atua ou sofre a ação. O núcleo do sujeito apresentará um substantivo, ou uma palavra
com valor de substantivo, ou pronome.

z O sujeito simples contém apenas um núcleo.

Ex.: O povo pediu providências ao governador.


Sujeito: O povo
Núcleo do sujeito: povo

z Já no sujeito composto, o núcleo será constituído de dois ou mais termos.

As luzes e as cores são bem visíveis.


Sujeito: As luzes e as cores
Núcleo do sujeito: luzes/cores

Dica
Para determinar o sujeito da oração, colocam-se as expressões interrogativas quem? Ou
o quê? Antes do verbo.
Ex.: A população pediu uma providência ao governador.
Quem pediu uma providência ao governador?
Resposta: A população (sujeito).
Ex.: O pêndulo do relógio iria de um lado para o outro.
O que iria de um lado para o outro?
Resposta: O pêndulo do relógio (sujeito).

Tipos de Sujeito

Quanto à função na oração, o sujeito classifica-se em:

Simples
DETERMINADO Composto
Elíptico
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Com verbos flexionados na 3ª pessoa do plural
INDETERMINADO Com verbos acompanhados do se (índice de inde-
terminação do sujeito)
Usado para fenômenos da natureza ou com verbos
INEXISTENTE
impessoais

z Determinado: quando se identifica a pessoa, o lugar ou o objeto na oração. Classifica-se


em:

„ Simples: quando há apenas um núcleo.


Ex.: O [aluguel] da casa é caro.
Núcleo: aluguel
Sujeito simples: O aluguel da casa;
„ Composto: quando há dois núcleos ou mais.
Ex.: Os [sons] e as [cores] ficaram perfeitos.
Núcleos: sons, cores.
Sujeito composto: Os sons e as cores;
„ Elíptico, oculto ou desinencial: quando não aparece na oração, mas é possível de ser
identificado devido à flexão do verbo ao qual se refere.Ex.: Vi o noticiário hoje de manhã.
Sujeito: (Eu)

z Indeterminado: quando não é possível identificar o sujeito na oração, mas ainda sim está pre-
sente. Encontra-se na 3ª pessoa do plural ou representado por um índice de indeterminação do
sujeito, a partícula “se”.

„ colocando-se o verbo na 3ª pessoa do plural, não se referindo a nenhuma palavra deter-


minada no contexto.

Ex.: Passaram cedo por aqui, hoje.


Entende-se que alguém passou cedo;

„ colocando-se verbos (intransitivos, transitivos diretos ou de ligação) sem complemento


direto na 3ª pessoa do singular acompanhados do pronome se, pronome que atua como
índice de indeterminação do sujeito.

Ex.: Não se vê com a neblina.


LÍNGUA PORTUGUESA

Entende-se que ninguém consegue ver nessa condição.

Sujeito Inexistente ou Oração sem Sujeito

Esse tipo de situação ocorre quando uma oração não tem sujeito mas tem sentido com-
pleto. Os verbos são impessoais e normalmente representam fenômenos da natureza. Pode
ocorrer também o verbo fazer ou haver no sentido de existir.
Geia no Paraná.
Fazia um mês que tinha sumido.
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Basta de confusão.
Há dois anos esse restaurante abriu.

Classificação do Sujeito Quanto à Voz

z Voz ativa (sujeito agente)

Ex.: Cláudia corta cabelos de terça a sábado.


Nesse caso, o termo “Cláudia” é a pessoa que exerce a ação na frase;

z Voz passiva sintética (sujeito paciente)


Ex.: Corta-se cabelo.
Pode-se ler “Cabelo é cortado”, ou seja, o sujeito “cabelo” sofre uma ação, diferente do
exemplo do item anterior. O “-se” é a partícula apassivadora da oração.

Importante notar que não há preposição entre o verbo e o substantivo. Se houvesse, por
exemplo, “de” no meio da frase, o termo “cabelo” não seria mais sujeito, seria objeto indireto,
um complemento verbal.
Precisa-se de cabelo.
Assim, “de cabelo” seria um complemento verbal, e não um sujeito da oração. Nesse caso,
o sujeito é indeterminado, marcado pelo índice de indeterminação “-se”.

z Voz passiva analítica (sujeito paciente)


Ex.: A minha saia azul está rasgada.
O sujeito está sofrendo uma ação, e não há presença da partícula -se.

Predicado

É o termo que contém o verbo e informa algo sobre o sujeito. Apesar de o sujeito e o pre-
dicado serem termos essenciais na oração, há casos em que a oração não possui sujeito. Mas,
se a oração é estruturada em torno de um verbo e ele está contido no predicado, é impossível
existir uma oração sem sujeito.
O predicado pode ser:

z Aquilo que se declara a respeito do sujeito.


Ex.: “A esposa e o amigo seguem sua marcha.” (José de Alencar);
Predicado: seguem sua marcha;
z Uma declaração que não se refere a nenhum sujeito (oração sem sujeito):
Ex.: Chove pouco nesta época do ano;
Predicado: Chove pouco nesta época do ano.

Para determinar o predicado, basta separar o sujeito. Ocorrendo uma oração sem sujeito,
o predicado abrangerá toda a declaração. A presença do verbo é obrigatória, seja de forma
explícita ou implícita:
Ex.: “Nossos bosques têm mais vidas.” (Gonçalves Dias)
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Sujeito: Nossos bosques. Predicado: têm mais vida.
Ex.: “Nossa vida mais amores”. (Gonçalves Dias)
Sujeito: Nossa vida. Predicado: mais amores.

Classificação do Predicado

A classificação do predicado depende do significado e do tipo de verbo que apresenta.

z Predicado nominal: ocorre quando o núcleo significativo se concentra em um nome (cor-


responde a um predicativo do sujeito).
O verbo deste tipo de oração é sempre de ligação. O predicado nominal tem por núcleo um
nome (substantivo, adjetivo ou pronome).
Ex.: “Nossas flores são mais bonitas.” (Murilo Mendes)
Predicado: são mais bonitas.
Ex.: “As estrelas estão cheias de calafrios.” (Olavo Bilac)
Predicado: estão cheias de calafrios.

É importante não confundir:

z Verbo de ligação: quando não exprime uma ação, mas um estado momentâneo ou per-
manente que relaciona o sujeito ao restante do predicado, que é o predicativo do sujeito;
z Predicativo do sujeito: função exercida por substantivo, adjetivo, pronomes e locuções
que atribuem uma condição ou qualidade ao sujeito.

Ex.: O garoto está bastante feliz.

Verbo de ligação: está.

Predicativo do sujeito: bastante feliz.

Ex.: Seu batom é muito forte.

Verbo de ligação: é.

Predicativo do sujeito: muito forte.

Predicado Verbal
LÍNGUA PORTUGUESA

Ocorre quando há dois núcleos significativos: um verbo (transitivo ou intransitivo) e um


nome (predicativo do sujeito ou, em caso transitivo, predicativo do objeto). Da natureza des-
se verbo é que decorrem os demais termos do predicado.
O verbo do predicado pode ser classificado em transitivo direto, transitivo indireto,
verbo transitivo direto e indireto ou verbo intransitivo.

z Verbo transitivo direto (VTD): é o verbo que exige um complemento não preposicionado, o
objeto direto.
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Ex.: “Fazer sambas lá na vila é um brinquedo.” Noel Rosa
Verbo Transitivo Direto: Fazer.
Ex.: Ele trouxe os livros ontem.
Verbo Transitivo Direto: trouxe;

z Verbo transitivo indireto (VTI): o verbo transitivo indireto tem como necessidade o comple-
mento acompanhado de uma preposição para fazer sentido.

Ex.: Nós acreditamos em você.


Verbo transitivo indireto: acreditamos
Preposição: em
Ex.: Frida obedeceu aos seus pais.
Verbo transitivo indireto: obedeceu
Preposição: a (a + os)
Ex.: Os professores concordaram com isso.
Verbo transitivo indireto: concordaram
Preposição: com;

z Verbo transitivo direto e indireto (VTDI): é o verbo de sentido incompleto que exige dois
complementos: objeto direto (sem preposição) e objeto indireto (com preposição).

Ex.: “Ela contava-lhe anedotas, e pedia-lhe outras.” (Machado de Assis)


Verbo transitivo direto e indireto 1: contava
Objeto direto 1: anedotas
Objeto indireto 1: lhe
Verbo transitivo direto e indireto 2: pedia
Objeto direto 2: outras
Objeto indireto 2: lhe;

z Verbo intransitivo (VI): é aquele capaz de construir sozinho o predicado, que não precisa de
complementos verbais, sem prejudicar o sentido da oração.

Ex.: Escrevia tanto que os dedos adormeciam.


Verbo intransitivo: adormeciam.

Predicado Verbo-Nominal

Ocorre quando há dois núcleos significativos: um verbo nocional (intransitivo ou tran-


sitivo) e um nome (predicativo do sujeito ou, em caso de verbo transitivo, predicativo do
objeto).
Ex.: “O homem parou atento.” (Murilo Mendes)
Verbo intransitivo: parou
Predicativo do sujeito: atento
Repare que no primeiro exemplo o termo “atento” está caracterizando o sujeito “O homem”
e, por isso, é considerado predicativo do sujeito.
Ex.: “Fabiano marchou desorientado.” (Olavo Bilac)
Verbo intransitivo: marchou
52 Predicativo do sujeito: desorientado
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No segundo exemplo, o termo “desorientado” indica um estado do termo “Fabiano”, que
também é sujeito. Temos mais um caso de predicativo do sujeito.
Ex.: “Ptolomeu achou o raciocínio exato.” (Machado de Assis)
Verbo transitivo direto: achou
Objeto direto: o raciocínio
Predicativo do objeto: exato
No terceiro exemplo, o termo “exato” caracteriza um julgamento relacionado ao termo “o
raciocínio”, que é o objeto direto dessa oração. Com isso, podemos concluir que temos um caso de
predicativo do objeto, visto que “exato” não se liga a “Ptolomeu”, que é o sujeito.
O que é o predicativo do objeto?
É o termo que confere uma característica, uma qualidade, ao que se refere.
A formação do predicativo do objeto se dá por um adjetivo ou por um substantivo.
Ex.: Consideramos o filme proveitoso.
Predicativo do objeto: proveitoso
Ex.: Chamavam-lhe vitoriosa, pelas conquistas.
Predicativo do objeto: vitoriosa
Para facilitar a identificação do predicativo do objeto, o recomendável é desdobrar a ora-
ção, acrescentando-lhe um verbo de ligação, cuja função específica é relacionar o predicativo
ao nome.
O filme foi proveitoso.
Ela era vitoriosa.
Nessas duas últimas formas, os termos seriam predicativos do sujeito, pois são precedidos
de verbos de ligação (foi e era, respectivamente).

TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO

São vocábulos que se agregam a determinadas estruturas para torná-las completas. De acordo
com a gramática da língua portuguesa, esses termos são divididos em:

Complementos Verbais

São termos que completam o sentido de verbos transitivos diretos e transitivos indiretos.

z Objeto direto: revela o alvo da ação. Não é acompanhado de preposição.


Ex.: Examinei o relógio de pulso.
Gostaria de vê-lo no topo do mundo.
LÍNGUA PORTUGUESA

O técnico convocou somente os do Brasil. (os = aqueles).

Pronomes e sua Relação com o Objeto Direto

Além dos pronomes oblíquos o(s), a(s) e suas variações lo(s), la(s), no(s), na(s), que quase
sempre exercem função de objeto direto, os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos também
podem exercer essa função sintática.
Ex.: Levou-me à sabedoria esta aula. (= “Levaram quem? A minha pessoa”)
Nunca vos tomeis como grandes personalidades. (= “Nunca tomeis quem? Vós”)
53
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Convidaram-na para o almoço de despedida. (= “Convidaram quem? Ela”)
Depois de terem nos recebido, abriram a caixa. (= “Receberam quem? Nós”)
Os pronomes demonstrativos o, a, os, as podem ser objetos diretos. Normalmente, apare-
cem antes do pronome relativo que.
Ex.: Escuta o que eu tenho a dizer. (Escuta algo: esse algo é o objeto direto)
Observe bem a que ele mostrar. (a = pronome feminino definido)

z Objeto direto preposicionado

Mesmo que o verbo transitivo direto não exija preposição no seu complemento, algumas
palavras requerem o uso da preposição para não perder o sentido de “alvo” do sujeito.
Além disso, há alguns casos obrigatórios e outros facultativos.

Exemplos com Ocorrência Obrigatória de Preposição:

Não entendo nem a ele nem a ti.


Respeitava-se aos mais antigos.
Ali estava o artista a quem nosso amigo idolatrava.
Amavam-se um ao outro.
“Olho Gabriela como a uma criança, e não mulher feita.” (Ciro dos Anjos).

Exemplos com Ocorrência Facultativa de Preposição:

Eles amam a Deus, assim diziam as pessoas daquele templo.


A escultura atrai a todos os visitantes.
Não admito que coloquem a Sua Excelência num pedestal.
Ao povo ninguém engana.
Eu detesto mais a estes filmes do que àqueles.
No caso “Você bebeu dessa água?”, a forma “dessa” (preposição de + pronome essa) pre-
cisa estar presente para indicar parte de um todo, quando assim for o contexto de uso. Logo,
a pergunta é se a pessoa bebeu uma porção da água, e não ela toda.

z Objeto direto pleonástico: é a dupla ocorrência dessa função sintática na mesma oração,
a fim de enfatizar um único significado.
Ex.: “Eu não te engano a ti”. (Carlos Drummond de Andrade)
z Objeto direto interno: representado por palavra que tem o mesmo radical do verbo ou
apresenta mesmo significado.

Ex.: Riu um riso aterrador.

Dormiu o sono dos justos.

Como diferenciar objeto direto de sujeito?


Já começaram os jogos da seleção. (sujeito)
Ignoraram os jogos da seleção. (objeto direto)
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O objeto direto pode ser passado para a voz passiva analítica e se transforma em sujeito.
Os jogos da seleção foram ignorados.

z Objeto indireto: é complemento verbal regido de preposição obrigatória, que se liga dire-
tamente a verbos transitivos indiretos e diretos. Representa o ser beneficiado ou o alvo de
uma ação.

Ex.: Por favor, entregue a carta ao proprietário da casa 260.


Gosto de ti, meu nobre.
Não troque o certo pelo duvidoso.
Vamos insistir em promover o novo romance de ficção.

z Objeto indireto e o uso de pronomes pessoais

Pode ser representado pelos seguintes pronomes oblíquos átonos: me, te, se, no, vos, lhe,
lhes. Os pronomes o, a, os, as não exercerão essa função.
Ex.: Mostre-lhe onde fica o banheiro, por favor.
Todos os pronomes oblíquos tônicos (me, mim, comigo, te, ti, contigo) podem funcionar
como objeto indireto, já que sempre ocorrem com preposição.
Ex.: Você escreveu esta carta para mim?

z Objeto indireto pleonástico: ocorrência repetida dessa função sintática com o objetivo
de enfatizar uma mensagem.

Ex.: A ele, sem reservas, supliquei-lhe ajuda.

Complemento Nominal

Completa o sentido de substantivos, adjetivos e advérbios. É uma função sintática regida


de preposição e com objetivo de completar o sentido de nomes. A presença de um comple-
mento nominal nos contextos de uso é fundamental para o esclarecimento do sentido do
nome.
Ex.: Tenho certeza de que tu serás aprovado.
Estou longe de casa e tão perto do paraíso.
Para melhor identificar um complemento nominal, siga a instrução:
Nome + preposição + quem ou quê
LÍNGUA PORTUGUESA

Como diferenciar complemento nominal de complemento verbal?


Ex.: Naquela época, só obedecia ao meu coração. (complemento verbal, pois “ao meu cora-
ção” liga-se diretamente ao verbo “obedecia”)
Naquela época, a obediência ao meu coração prevalecia. (complemento nominal, pois “ao
meu coração” liga-se diretamente ao nome “obediência”).

Agente da Passiva

É o complemento de um verbo na voz passiva analítica. Sempre é precedido da preposição


por, e, mais raramente, da preposição de. 55
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Forma-se essencialmente pelos verbos auxiliares ser, estar, viver, andar, ficar.

TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO

Há termos que, apesar de dispensáveis na estrutura básica da oração, são importantes


para compreensão do enunciado porque trazem informações novas. Esses termos são cha-
mados acessórios da oração.

Adjunto Adnominal

São termos que acompanham o substantivo, núcleo de outra função, para qualificar, quan-
tificar, especificar o elemento representado pelo substantivo.
Categorias morfológicas que podem funcionar como adjunto adnominal:

z artigos;
z adjetivos;
z numerais;
z pronomes;
z locuções adjetivas.

Ex.: Aqueles dois antigos soldadinhos de chumbo ficaram esquecidos no quarto.


Iam cheios de si.
Estava conquistando o respeito dos seus.
O novo regulamento originou a revolta dos funcionários.
O doutor possuía mil lembranças de suas viagens.

z Pronomes oblíquos átonos e a função de ajunto adnominal: os pronomes me, te, lhe, nos,
vos, lhes exercem essa função sintática quando assumem valor de pronomes possessivos.

Ex.: Puxaram-me o cabelo (Puxam meu cabelo).

z Como diferenciar adjunto adnominal de complemento nominal?

Quando o adjunto adnominal for representado por uma locução adjetiva, ele pode ser
confundido com complemento nominal. Para diferenciá-los, siga a dica:

„ Será adjunto adnominal: se o substantivo ao qual se liga for concreto.


Ex.: A casa da idosa desapareceu.
Se indicar posse ou o agente daquilo que expressa o substantivo abstrato.
Ex.: A preferência do grupo não foi respeitada;
„ Será complemento nominal: se indicar o alvo daquilo que expressa o substantivo.
Ex.: A preferência pelos novos alojamentos não foi respeitada.
Notava-se o amor pelo seu trabalho.
Se vier ligado a um adjetivo ou a um advérbio:
Ex.: Manteve-se firme em seus objetivos.
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Adjunto Adverbial

Termo representado por advérbios, locuções adverbiais ou adjetivos com valor adverbial.
Relaciona-se ao verbo ou a toda oração para indicar variadas circunstâncias.

z Tempo: Quero que ele venha logo;


z Lugar: A dança alegre se espalhou na avenida;
z Modo: O dia começou alegremente;
z Intensidade: Almoçou pouco;
z Causa: Ela tremia de frio;
z Companhia: Venha jantar comigo;
z Instrumento: Com a máquina, conseguiu lavar as roupas;
z Dúvida: Talvez ele chegue mais cedo;
z Finalidade: Vivia para o trabalho;
z Meio: Viajou de avião devido à rapidez;
z Assunto: Falávamos sobre o aluguel;
z Negação: Não permitirei que permaneça aqui;
z Afirmação: Sairia sim naquela manhã;
z Origem: Descendia de nobres.

Não confunda!
Para conseguir distinguir adjunto adverbial de adjunto adnominal, basta saber se o ter-
mo relacionado ao adjunto é um verbo ou um nome, mesmo que o sentido seja parecido.
Ex.: Descendência de nobres. (O “de nobres” aqui é um adjunto adnominal)
Descendia de nobres. (O “de nobres” aqui é um adjunto adverbial)

Aposto

Estruturas relacionadas a substantivos, pronomes ou orações. O aposto tem como propósi-


to explicar, identificar, esclarecer, especificar, comentar ou apontar algo, alguém ou um fato.
Ex.: Renata, filha de D. Raimunda, comprou uma bicicleta.
Aposto: filha de D. Raimunda
Ex.: O escritor Machado de Assis escreveu grandes obras.
Aposto: Machado de Assis.
Classifica-se nas seguintes categorias:
LÍNGUA PORTUGUESA

z Explicativo: usado para explicar o termo anterior. Separa-se do substantivo a que se refe-
re por uma pausa, marcada na escrita por vírgulas, travessões ou dois-pontos.
Ex.: As filhas gêmeas de Ana, que aniversariaram ontem, acabaram de voltar de férias.
Jéssica, uma ótima pessoa, conseguiu apoio de todos;
� Enumerativo: usado para desenvolver ideias que foram resumidas ou abreviadas em um
termo anterior. Mostra os elementos contidos em um só termo.
Ex.: Víamos somente isto: vales, montanhas e riachos.
Apenas três coisas me tiravam do sério, a saber, preconceito, antipatia e arrogância;
z Recapitulativo ou resumidor: é o termo usado para resumir termos anteriores. É expres-
so, normalmente, por um pronome indefinido. 57
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Ex.: Os professores, coordenadores, alunos, todos estavam empolgados com a feira.
Irei a Moçambique, Cabo Verde, Angola e Guiné-Bissau, países africanos onde se fala
português;

� Comparativo: estabelece uma comparação implícita.


Ex.: Meu coração, uma nau ao vento, está sem rumo;

� Circunstancial: exprime uma característica circunstancial.

Ex.: No inverno, busquemos sair com roupas apropriadas;

� Especificativo: é o aposto que aparece junto a um substantivo de sentido genérico, sem


pausa, para especificá-lo ou individualizá-lo. É constituído por substantivos próprios.

Exs.: O mês de abril.

O rio Amazonas.

Meu primo José;


z Aposto da oração: é um comentário sobre o fato expresso pela oração, ou uma palavra
que condensa.

Ex.: Após a notícia, ficou calado, sinal de sua preocupação.


O noticiário disse que amanhã fará muito calor – ideia que não me agrada;

� Distributivo: dispõe os elementos equitativamente.

Ex.: Separe duas folhas: uma para o texto e outra para as perguntas.
Sua presença era inesperada, o que causou surpresa.

Dica
�O aposto pode aparecer antes do termo a que se refere, normalmente antes do sujeito.
Ex.: Maior piloto de todos os tempos, Ayrton Senna marcou uma geração.
� Segundo o gramático Cegalla, quando o aposto se refere a um termo preposicionado,
pode ele vir igualmente preposicionado.
Ex.: De cobras, (de) morcegos, (de) bichos, de tudo ele tinha medo.
� O aposto pode ter núcleo adjetivo ou adverbial.
Ex.: Tuas pestanas eram assim: frias e curvas. (adjetivos, apostos do predicativo do sujeito)
Falou comigo deste modo: calma e maliciosamente. (advérbios, aposto do adjunto adver-
bial de modo).

z Diferença de aposto especificativo e adjunto adnominal: normalmente, é possível reti-


rar a preposição que precede o aposto. Caso seja um adjunto, se for retirada a preposição,
a estrutura fica prejudicada.
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Ex.: A cidade Fortaleza é quente.
(aposto especificativo / Fortaleza é uma cidade)
O clima de Fortaleza é quente.
(adjunto adnominal / Fortaleza é um clima?);

z Diferença de aposto e predicativo do sujeito: o aposto não pode ser um adjetivo nem ter
núcleo adjetivo.

Ex.: Muito desesperado, João perdeu o controle.


(predicativo do sujeito; núcleo: desesperado – adjetivo)
Homem desesperado, João sempre perde o controle.
(aposto; núcleo: homem – substantivo).

Vocativo

O vocativo é um termo que não mantém relação sintática com outro termo dentro da
oração. Não pertence nem ao sujeito, nem ao predicado. É usado para chamar ou interpelar
a pessoa que o enunciador deseja se comunicar. É um termo independente, pois não faz
parte da estrutura da oração.
Ex.: Recepcionista, por favor, agende minha consulta.
Ela te diz isso desde ontem, Fábio.

z Para distinguir vocativo de aposto: o vocativo não se relaciona sintaticamente com


nenhum outro termo da oração.

Ex.: Lufe, faz um almoço gostoso para as crianças.


O aposto se relaciona sintaticamente com outro termo da oração.
A cozinha de Lufe, cozinheiro da família, é impecável.
Sujeito: a cozinha de Lufe.

Aposto: cozinheiro da família (relaciona-se ao sujeito).

PERÍODO COMPOSTO

Observe os exemplos a seguir:


A apostila de Português está completa.
Um verbo: Uma oração = período simples
Português e Matemática são disciplinas essenciais para ser aprovado em concursos.
Dois verbos: duas orações = período composto
LÍNGUA PORTUGUESA

O período composto é formado por duas ou mais orações. Num parágrafo, podem aparecer
misturado períodos simples e período compostos.

PERÍODO SIMPLES PERÍODO COMPOSTO


Era dia de eleição O povo levantou-se cedo para evitar aglomeração

Para não esquecer:


Período simples é aquele formado por uma só oração.
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Período composto é aquele formado por duas ou mais orações.
Classifica-se nas seguintes categorias:

z Por coordenação: orações coordenadas assindéticas;

„ Orações coordenadas sindéticas: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas,


explicativas.

z Por subordinação:

„ Orações subordinadas substantivas: subjetivas, objetivas diretas, objetivas indiretas,


completivas nominais, predicativas, apositivas;
„ Orações subordinadas adjetivas: restritivas, explicativas;
„ Orações subordinadas adverbiais: causais, comparativas, concessivas, condicionais, con-
formativas, consecutivas, finais, proporcionais, temporais.

z Por coordenação e subordinação: orações formadas por períodos mistos;


z Orações reduzidas: de gerúndio e de infinitivo.

PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO

As orações são sintaticamente independentes. Isso significa que uma não possui relação sintá-
tica com verbos, nomes ou pronomes das demais orações no período.
Ex.: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.” (Fernando Pessoa)
Oração coordenada 1: Deus quer
Oração coordenada 2: o homem sonha
Oração coordenada 3: a obra nasce.
Ex.: “Subi devagarinho, colei o ouvido à porta da sala de Damasceno, mas nada ouvi.” (M.
de Assis)
Oração coordenada assindética: Subi devagarinho
Oração coordenada assindética: colei o ouvido à porta da sala de Damasceno
Oração coordenada sindética: mas nada ouvi
Conjunção adversativa: mas nada

Orações Coordenadas Sindéticas

As orações coordenadas podem aparecer ligadas às outras através de um conectivo (elo),


ou seja, através de um síndeto, de uma conjunção, por isso o nome sindética. Veremos agora
cada uma delas:

z Aditivas: exprimem ideia de sucessibilidade ou simultaneidade.

Conjunções constitutivas: e, nem, mas, mas também, mas ainda, bem como, como tam-
bém, senão também, que (= e).
Ex.: Pedro casou-se e teve quatro filhos.
Os convidados não compareceram nem explicaram o motivo;
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z Adversativas: exprimem ideia de oposição, contraste ou ressalva em relação ao fato
anterior.

Conjunções constitutivas: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto, senão,


não obstante, ao passo que, apesar disso, em todo caso.
Ex.: Ele é rico, mas não paga as dívidas.
“A morte é dura, porém longe da pátria é dupla a morte.” (Laurindo Rabelo);

z Alternativas: exprimem fatos que se alternam ou se excluem.

Conjunções constitutivas: (ou), (ou ... ou), (ora ... ora), (que ... quer), (seja ... seja), (já ...
já), (talvez ... talvez).
Ex.: Ora responde, ora fica calado.
Você quer suco de laranja ou refrigerante?

z Conclusivas: exprimem uma conclusão lógica sobre um raciocínio.

Conjunções constitutivas: logo, portanto, por conseguinte, pois isso, pois (o “pois” sem
ser no início de frase).
Ex.: Estou recuperada, portanto viajarei próxima semana.
“Era domingo; eu nada tinha, pois, a fazer.” (Paulo Mendes Campos);

z Explicativas: justificam uma opinião ou ordem expressa. Conjunções constitutivas: que,


porque, porquanto, pois.

Ex.: Vamos dormir, que é tarde. (o “que” equivale a “pois”)

Vamos almoçar de novo porque ainda estamos com fome.

PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO

Formado por orações sintaticamente dependentes, considerando a função sintática em


relação a um verbo, nome ou pronome de outra oração.
Tipos de orações subordinadas:

z substantivas;
z adjetivas;
z adverbiais.
LÍNGUA PORTUGUESA

Orações Subordinadas Substantivas

São classificadas nas seguintes categorias:

z Orações subordinadas substantivas conectivas: são introduzidas pelas conjunções


subordinativas integrantes que e se.

Ex.: Dizem que haverá novos aumentos de impostos.


Não sei se poderei sair hoje à noite; 61
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z Orações subordinadas substantivas justapostas: introduzidas por advérbios ou prono-
mes interrogativos (onde, como, quando, quanto, quem etc.);
z Ex.: Ignora-se onde eles esconderam as joias roubadas.

Não sei quem lhe disse tamanha mentira;

z Orações subordinadas substantivas reduzidas: não são introduzidas por conectivo, e o


verbo fica no infinitivo.

Ex.: Ele afirmou desconhecer estas regras;

z Orações subordinadas substantivas subjetivas: exercem a função de sujeito. O verbo


da oração principal deve vir na voz ativa, passiva analítica ou sintética. Em 3ª pessoa do
singular, sem se referir a nenhum termo na oração.

Ex.: Foi importante o seu regresso. (sujeito)


Foi importante que você regressasse. (sujeito oracional) (or. sub. subst. subje.);

z Orações subordinadas substantivas objetivas diretas: exercem a função de objeto


direto de um verbo transitivo direto ou transitivo direto e indireto da oração principal.

Ex.: Desejo o seu regresso. (OD)


Desejo que você regresse. (OD oracional) (or. sub. subst. obj. dir.);

z Orações subordinadas substantivas completivas nominais: exercem a função de com-


plemento nominal de um substantivo, adjetivo ou advérbio da oração principal.

Ex.: Tenho necessidade de seu apoio. (complemento nominal)


Tenho necessidade de que você me apoie. (complemento nominal oracional) (or. sub.
subst. compl. nom.);

z Orações subordinadas substantivas predicativas: funcionam como predicativos do


sujeito da oração principal. Sempre figuram após o verbo de ligação ser.

Ex.: Meu desejo é a sua felicidade. (predicativo do sujeito)


Meu desejo é que você seja feliz. (predicativo do sujeito oracional) (or. sub. subst. predic.);

z Orações subordinadas substantivas apositivas: funcionam como aposto. Geralmente


vêm depois de dois-pontos ou entre vírgulas.

Ex.: Só quero uma coisa: a sua volta imediata. (aposto)


Só quero uma coisa: que você volte imediatamente. (aposto oracional) (or. sub. aposi.);

Orações Subordinadas Adjetivas

Desempenham função de adjetivo (adjunto adnominal ou, mais raramente, aposto expli-
cativo). São introduzidas por pronomes relativos (que, o qual, a qual, os quais, as quais,
cujo, cuja, cujos, cujas etc.) As orações subordinadas adjetivas classificam-se em: explicati-
vas e restritivas.
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z Orações subordinadas adjetivas explicativas: não limitam o termo antecedente, e sim
acrescentam uma explicação sobre o termo antecedente. São consideradas termo acessó-
rio no período, podendo ser suprimidas. Sempre aparecem isoladas por vírgulas.

Ex.: Minha mãe, que é apaixonada por bichos, cria trinta gatos;

z Orações subordinadas adjetivas restritivas: especificam ou limitam a significação do


termo antecedente, acrescentando-lhe um elemento indispensável ao sentido. Não são iso-
ladas por vírgulas.

Ex.: A doença que surgiu recentemente ainda é incurável;

Dica
Como diferenciar as orações subordinadas adjetivas restritivas das orações subordinadas
adjetivas explicativas?
Ele visitará o irmão que mora em Recife.
(restritiva, pois ele tem mais de um irmão e vai visitar apenas o que mora em Recife)
Ele visitará o irmão, que mora em Recife.
(explicativa, pois ele tem apenas um irmão que mora em Recife)

Orações Subordinadas Adverbiais

Exprimem uma circunstância relativa a um fato expresso em outra oração. Têm função de
adjunto adverbial. São introduzidas por conjunções subordinativas (exceto as integrantes)
e se enquadram nos seguintes grupos:

� Orações subordinadas adverbiais causais: são introduzidas por: como, já que, uma vez
que, porque, visto que etc.
Ex.: Caminhamos o restante do caminho a pé porque ficamos sem gasolina;
� Orações subordinadas adverbiais comparativas: são introduzidas por: como, assim
como, tal qual, como, mais etc.
Ex.: A cerveja nacional é menos concentrada (do) que a importada;
� Orações subordinadas adverbiais concessivas: indica certo obstáculo em relação ao
fato expresso na outra oração, sem, contudo, impedi-lo. São introduzidas por: embora,
ainda que, mesmo que, por mais que, se bem que etc.
Ex.: Mesmo que chova, iremos à praia amanhã;
LÍNGUA PORTUGUESA

� Orações subordinadas adverbiais condicionais: são introduzidas por: se, caso, desde
que, salvo se, contanto que, a menos que etc.
Ex.: Você terá sucesso desde que se esforce para tal;
� Orações subordinadas adverbiais conformativas: são introduzidas por: como, confor-
me, segundo, consoante.
Ex.: Ele deverá agir conforme combinamos;
� Orações subordinadas adverbiais consecutivas: são introduzidas por: que (precedido
na oração anterior de termos intensivos como tão, tanto, tamanho etc.) de sorte que, de
modo que, de forma que, sem que.
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Ex.: A garota riu tanto, que se engasgou;
“Achei as rosas mais belas do que nunca, e tão perfumadas que me estontearam.” (Cecília
Meireles);
� Orações subordinadas adverbiais finais: indicam um objetivo a ser alcançado. São introdu-
zidas por: para que, a fim de que, porque e que (= para que)
Ex.: O pai sempre trabalhou para que os filhos tivessem bom estudo;
� Orações subordinadas adverbiais proporcionais: são introduzidas por: à medida que, à
proporção que, quanto mais, quanto menos etc.
Ex.: Quanto mais ouço essa música, mas a aprecio;
� Orações subordinadas adverbiais temporais: são introduzidas por: quando, enquanto,
logo que, depois que, assim que, sempre que, cada vez que, agora que etc.
Ex.: Assim que você sair, feche a porta, por favor.

Para separar as orações de um período composto, é necessário atentar-se para dois ele-
mentos fundamentais: os verbos (ou locuções verbais) e os conectivos (conjunções ou
pronomes relativos). Após assinalar esses elementos, deve-se contar quantas orações ele
representa, a partir da quantidade de verbos ou locuções verbais. Exs.:
[“A recordação de uns simples olhos basta] – 1ª oração
[para fixar outros] – 2ª oração
[que os rodeiam] – 3ª oração
[e se deleitem com a imaginação deles]. – 4ª oração (M. de Assis)
Nesse período, a 2ª oração subordina-se ao verbo basta, pertencente à 1ª (oração principal).
A 3ª e a 4ª são orações coordenadas entre si, porém ambas dependentes do pronome
outros, da 2ª oração.

Orações Reduzidas

z Apresentam o mesmo verbo em uma das formas nominais (gerúndio, particípio e infinitivo);
z As que são substantivas e adverbiais: nunca são iniciadas por conjunções;
z As que são adjetivas: nunca podem ser iniciadas por pronomes relativos;
z Podem ser reescritas (desenvolvidas) com esses conectivos;
z Podem ser iniciadas por preposição ou locução prepositiva.
Ex.: Terminada a prova, fomos ao restaurante.
O. S. Adv. reduzida de particípio: não começa com conjunção.
Ex.: Quando terminou a prova, fomos ao restaurante. (desenvolvida).
O. S. Adv. Desenvolvida: começa com conjunção.

Orações Reduzidas de Infinitivo

Podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais. Se o infinitivo for pessoal, irá flexionar
normalmente.

z Substantivas: Ex.: É preciso trabalhar muito. (O. S. substantiva subjetiva reduzida de


infinitivo)

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Deixe o aluno pensar. (O. S. substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo)
A melhor política é ser honesto. (O. S. substantiva predicativa reduzida de infinitivo)
Este é um difícil livro de se ler. (O. S. substantiva completiva nominal reduzida de infini-
tivo)
Temos uma missão: subir aquela escada. (O. S. substantiva apositiva reduzida de infini-
tivo);

z Adjetivas: Ex.: João não é homem de meter os pés pelas mãos.

O meu manual para fazer bolos certamente vai agradar a todos;

z Adverbiais: Ex.: Apesar de estar machucado, continua jogando bola.

Sem estudar, não passarão.


Ele passou mal, de tanto comer doces.

Orações Reduzidas de Gerúndio

Podem ser coordenadas aditivas, substantivas apositivas, adjetivas, adverbiais.

z Coordenada aditiva: Ex.: Pagou a conta, ficando livre dos juros;


z Substantiva apositiva: Ex.: Não mais se vê amigo ajudando um ao outro. (subjetiva)
z Agora ouvimos artistas cantando no shopping. (objetiva direta);
z Adjetiva: Ex.: Criança pedindo esmola dói o coração;
z Adverbial: Ex.: Temendo a reação do pai, não contou a verdade.

Orações Reduzidas de Particípio

Podem ser adjetivas ou adverbiais.

� Adjetiva: Ex.: A notícia divulgada pela mídia era falsa.


Nosso planeta, ameaçado constantemente por nós mesmos, ainda resiste;
� Adverbiais: Ex.: Aceitas as condições, não haveria problemas. (condicional)
Dada a notícia da herança, as brigas começaram. (causal/temporal)
Comprada a casa, a família se mudou logo. (temporal).

O particípio concorda em gênero e número com os termos referentes.


LÍNGUA PORTUGUESA

Essas orações reduzidas adverbiais são bem frequentes em provas de concurso.

Períodos Mistos

São períodos que apresentam estruturas oracionais de coordenação e subordinação.


Assim, às vezes aparecem orações coordenadas dentro de um conjunto de orações que são
subordinadas a uma oração principal.

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1ª oração 2ª oração 3ª oração
O homem entrou na sala e pediu que todos calassem.
verbo verbo verbo

1ª oração: oração coordenada assindética.


2ª oração: oração coordenada sindética aditiva em relação à 1ª oração e principal em relação à
3ª oração.
3ª oração: coordenada substantiva objetiva direta em relação à 2ª oração.
Resumindo: período composto por coordenação e subordinação.
As orações subordinadas são coordenadas entre si, ligadas ou não por conjunção.

z Orações subordinadas substantivas coordenadas entre si


Ex.: Espero que você não me culpe, que não culpe meus pais, nem que culpe meus parentes.
Oração principal: Espero.
Oração coordenada 1: que você não me culpe.
Oração coordenada 2: que não culpe meus pais.
Oração coordenada 3: nem que culpe meus parentes.

O segredo para classificar as orações é perceber os conectivos (conjunções e pronomes


relativos).

� Orações subordinadas adjetivas coordenadas entre si


Ex.: A mulher que é compreensiva, mas que é cautelosa, não faz tudo sozinha.
Oração subordinada adjetiva 1: que é compreensiva
Oração subordinada adjetiva 2: mas que é cautelosa;
� Orações subordinadas adverbiais coordenadas entre si
Ex.: Não só quando estou presente, mas também quando não estou, sou discriminado.
Oração subordinada adverbial 1: quando estou presente
Oração subordinada adverbial 2: quando não estou;
� Orações coordenadas ou subordinadas no mesmo período
Ex.: Presume-se que as penitenciárias cumpram seu papel, no entanto a realidade não é
assim.
Oração principal: Presume-se
Oração subordinada subjetiva da principal: as penitenciárias cumpram seu papel
Oração coordenada sindética adversativa da anterior: no entanto a realidade não é assim.

PONTUAÇÃO

USO DE VÍRGULA

A vírgula é um sinal de pontuação que exerce três funções básicas: marcar as pausas e as
inflexões da voz na leitura; enfatizar e/ou separar expressões e orações; e esclarecer o signi-
ficado da frase, afastando qualquer ambiguidade.

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Quando se trata de separar termos de uma mesma oração, deve-se usar a vírgula nos
seguintes casos:

� Para separar os termos de mesma função:


Ex.: Comprei livro, caderno, lápis, caneta;
z Usa-se a vírgula para separar os elementos de enumeração:
Ex.: Pontes, edifícios, caminhões, árvores... tudo foi arrastado pelo tsunami;
� Para indicar a elipse (omissão de uma palavra que já apareceu na frase) do verbo:
Ex.: Comprei melancia na feira; ele, abacate.
Ela prefere filmes de ficção científica; o namorado, filmes de terror;
� Para separar palavras ou locuções explicativas, retificativas:
Ex.: Ela completou quinze primaveras, ou seja, 15 anos;
� Para separar datas e nomes de lugar:
Ex.: Belo Horizonte, 15 de abril de 1985;
� Para separar as conjunções coordenativas, exceto e, nem, ou:
Ex.: Treinou muito, portanto se saiu bem.

A vírgula também é facultativa quando o termo que exprime ideia de tempo, modo e lugar
não for uma locução adverbial, mas um advérbio. Exemplos:
Antes vamos conversar. / Antes, vamos conversar.
Geralmente almoço em casa. / Geralmente, almoço em casa.
Ontem choveu o esperado para o mês todo. / Ontem, choveu o esperado para o mês todo.

Não se Usa Vírgula nas Seguintes Situações

� Entre o sujeito e o verbo:


Ex.: Todos os alunos daquele professor, entenderam a explicação. (errado)
Muitas coisas que quebraram meu coração, consertaram minha visão. (errado);
� Entre o verbo e seu complemento, ou mesmo predicativo do sujeito:
Ex.: Os alunos ficaram, satisfeitos com a explicação. (errado)
Os alunos precisam de, que os professores os ajudem. (errado)
Os alunos entenderam, toda aquela explicação. (errado);
� Entre um substantivo e seu complemento nominal ou adjunto adnominal:
Ex.: A manutenção, daquele professor foi exigida pelos alunos. (errado);
� Entre locução verbal de voz passiva e agente da passiva:
Ex.: Todos os alunos foram convidados, por aquele professor para a feira. (errado);
LÍNGUA PORTUGUESA

� Entre o objeto e o predicativo do objeto:


Ex.: Considero suas aulas, interessantes. (errado)
Considero interessantes, as suas aulas. (errado).

USO DE PONTO E VÍRGULA

É empregado nos seguintes casos o sinal de ponto e vírgula (;):

� Nos contrastes, nas oposições, nas ressalvas:


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Ex.: Ela, quando viu, ficou feliz; ele, quando a viu, ficou triste;
� No lugar das conjunções coordenativas deslocadas:
Ex.: O maratonista correu bastante; ficou, portanto, exausto;
� No lugar do e seguido de elipse do verbo (= zeugma):
Ex.: Na linguagem escrita é o leitor; na fala, o ouvinte.
Prefiro brigadeiros; minha mãe, pudim; meu pai, sorvete;
� Em enumerações, portarias, sequências:
Ex.: São órgãos do Ministério Público Federal:
O Procurador-Geral da República;
O Colégio de Procuradores da República;
O Conselho Superior do Ministério Público Federal.

DOIS-PONTOS

Marcam uma supressão de voz em frase que ainda não foi concluída. Servem para:

� Introduzir uma citação (discurso direto):


Ex.: Assim disse Voltaire: “Devemos julgar um homem mais pelas suas perguntas que pelas
suas respostas”;
� Introduzir um aposto explicativo, enumerativo, distributivo ou uma oração subordinada
substantiva apositiva:
Ex.: Em nosso meio, há bons profissionais: professores, jornalistas, médicos;
� Introduzir uma explicação ou enumeração após expressões como por exemplo, isto é, ou seja,
a saber, como:
Ex.: Adquirimos vários saberes, como: Linguagens, Filosofia, Ciências...;
z Marcar uma pausa entre orações coordenadas (relação semântica de oposição, explicação/
causa ou consequência):
Ex.: Já leu muitos livros: pode-se dizer que é um homem culto.
Precisamos ousar na vida: devemos fazê-lo com cautela;
� Marcar invocação em correspondências:
Ex.: Prezados senhores:
Comunico, por meio deste, que...

TRAVESSÃO

� Usado em discursos diretos, indica a mudança de discurso de interlocutor: Ex.:


— Bom dia, Maria!
— Bom dia, Pedro!;
� Serve também para colocar em relevo certas expressões, orações ou termos. Pode ser substituí-
do por vírgula, dois-pontos, parênteses ou colchetes:
Ex.: Os professores ― amigos meus do curso carioca ― vão fazer videoaulas. (aposto
explicativo)
Meninos ― pediu ela ―, vão lavar as mãos, que vamos jantar. (oração intercalada)
Como disse o poeta: “Só não se inventou a máquina de fazer versos ― já havia o poeta
parnasiano”.
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PARÊNTESES

Têm função semelhante à dos travessões e das vírgulas no sentido que colocam em relevo
certos termos, expressões ou orações.
Ex.: Os professores (amigos meus do curso carioca) vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
Meninos (pediu ela), vão lavar as mãos, que vamos jantar. (oração intercalada)

PONTO-FINAL

É o sinal que denota maior pausa. Usa-se:

� Para indicar o fim de oração absoluta ou de período.


Ex.: “Itabira é apenas uma fotografia na parede.” Carlos Drummond de Andrade;
� Nas abreviaturas
Ex.: apart. ou apto. = apartamento.
sec. = secretário.
a.C. = antes de Cristo.

Dica
Símbolos do sistema métrico decimal e elementos químicos não vêm com ponto final:
Exemplos: km, m, cm, He, K, C

PONTO DE INTERROGAÇÃO

Marca uma entonação ascendente (elevação da voz) em tom questionador. Usa-se:

� Em frase interrogativa direta:


Ex.: O que você faria se só lhe restasse um dia?;
� Entre parênteses para indicar incerteza:
Ex.: Eu disse a palavra peremptório (?), mas acho que havia palavra melhor no contexto;
� Junto com o ponto de exclamação, para denotar surpresa:
Ex.: Não conseguiu chegar ao local de prova?! (ou !?);
� E interrogações retóricas:
Ex.: Jogaremos comida fora à toa? (Ou seja: “Claro que não jogaremos comida fora à toa”).

PONTO DE EXCLAMAÇÃO
LÍNGUA PORTUGUESA

� É empregado para marcar o fim de uma frase com entonação exclamativa:


Ex.: Que linda mulher!
Coitada dessa criança!;
� Aparece após uma interjeição:
Ex.: Nossa! Isso é fantástico;
� Usado para substituir vírgulas em vocativos enfáticos:
Ex.: “Fernando José! Onde estava até esta hora?”;
� É repetido duas ou mais vezes quando se quer marcar uma ênfase: 69
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Ex.: Inacreditável!!! Atravessou a piscina de 50 metros em 20 segundos!!!

RETICÊNCIAS

São usadas para:

� Assinalar interrupção do pensamento:


Ex.: ― Estou ciente de que...
― Pode dizer...;
� Indicar partes suprimidas de um texto:
Ex.: Na hora em que entrou no quarto ... e depois desceu as escadas apressadamente. (Tam-
bém pode ser usado: Na hora em que entrou no quarto [...] e depois desceu as escadas
apressadamente.);
� Para sugerir prolongamento da fala:
Ex.: ― O que vocês vão fazer nas férias?
― Ah, muitas coisas: dormir, nadar, pedalar...;
� Para indicar hesitação:
Ex.: ― Eu não a beijava porque... porque... tinha vergonha;
� Para realçar uma palavra ou expressão, normalmente com outras intenções:
Ex.: ― Ela é linda...! Você nem sabe como...!

USO DAS ASPAS

São usadas em citações ou em algum termo que precisa ser destacado no texto. Podem ser
substituídas por itálico ou negrito, que têm a mesma função de destaque.
Usam-se nos seguintes casos:

� Antes e depois de citações:


Ex.: “A vírgula é um calo no pé de todo mundo”, afirma Dad Squarisi, 64;
� Para marcar estrangeirismos, neologismos, arcaísmos, gírias e expressões populares ou
vulgares, conotativas:
Ex.: O homem, “ledo” de paixão, não teve a fortuna que desejava.
Não gosto de “pavonismos”.
Dê um “up” no seu visual;
� Para realçar uma palavra ou expressão imprópria, às vezes com ironia ou malícia:
Ex.: Veja como ele é “educado”: cuspiu no chão.
Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um “não” sonoro;
� Para citar nomes de mídias, livros etc.:
Ex.: Ouvi a notícia do “Jornal Nacional”.

COLCHETES

Representam uma variante dos parênteses, porém têm uso mais restrito.
Usam-se nos seguintes casos:

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� Para incluir num texto uma observação de natureza elucidativa:
Ex.: É de Stanislaw Ponte Preta [pseudônimo de Sérgio Porto] a obra “Rosamundo e os
outros”;
� Para isolar o termo latino sic (que significa “assim”), a fim de indicar que, por mais estra-
nho ou errado que pareça, o texto original é assim mesmo:
Ex.: “Era peior [sic] do que fazer-me esbirro alugado.” (Machado de Assis);
� Para indicar os sons da fala, quando se estuda Fonologia:
Ex.: mel: [mɛw]; bem: [bẽy];
� Para suprimir parte de um texto (assim como parênteses):
Ex.: Na hora em que entrou no quarto (...) e depois desceu as escadas apressadamente.
ou
Na hora em que entrou no quarto (...) e depois desceu as escadas apressadamente (caso
não preferível segundo as normas da ABNT).

ASTERISCO

� É colocado à direita e no canto superior de uma palavra do trecho para se fazer uma cita-
ção ou comentário qualquer sobre o termo em uma nota de rodapé:
Ex.: A palavra tristeza é formada pelo adjetivo triste acrescido do sufixo -eza*.
*-eza é um sufixo nominal justaposto a um adjetivo, o que origina um novo substantivo;
� Quando repetido três vezes, indica uma omissão ou lacuna em um texto, principalmente
em substituição a um substantivo próprio:
Ex.: O menor *** foi apreendido e depois encaminhado aos responsáveis;
� Quando colocado antes e no alto da palavra, representa o vocábulo como uma forma hipo-
tética, isto é, cuja existência é provável, mas não comprovada:
Ex.: Parecer, do latim *parescere;
� Antes de uma frase para indicar que ela é agramatical, ou seja, uma frase que não respeita
as regras da gramática.
* Edifício elaborou projeto o engenheiro.

USO DA BARRA

A barra oblíqua [ / ] é um sinal gráfico usado:

� Para indicar disjunção e exclusão, podendo ser substituída pela conjunção “ou”:
Ex.: Poderemos optar por: carne/peixe/dieta.
LÍNGUA PORTUGUESA

Poderemos optar por: carne, peixe ou dieta;


� Para indicar inclusão, quando utilizada na separação das conjunções e/ou:
Ex.: Os alunos poderão apresentar trabalhos orais e/ou escritos;
� Para indicar itens que possuem algum tipo de relação entre si:
Ex.: A palavra será classificada quanto ao número (plural/singular).
O carro atingiu os 220 km/h;
� Para separar os versos de poesias, quando escritos seguidamente na mesma linha. São
utilizadas duas barras para indicar a separação das estrofes:

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Ex.: “[…] De tanto olhar para longe,/não vejo o que passa perto,/meu peito é puro deserto./
Subo monte, desço monte.//Eu ando sozinha/ao longo da noite./Mas a estrela é minha.”
Cecília Meireles;
� Na escrita abreviada, para indicar que a palavra não foi escrita na sua totalidade:
Ex.: a/c = aos cuidados de;
s/ = sem;
� Para separar o numerador do denominador nos números fracionários, substituindo a bar-
ra da fração:
Ex.: 1/3 = um terço;
� Nas datas:
Ex.: 31/03/1983
� Nos números de telefone:
Ex.: 225 03 50/51/52;
� Nos endereços:
Ex.: Rua do Limoeiro, 165/232;
� Na indicação de dois anos consecutivos:
Ex.: O evento de 2012/2013 foi um sucesso;
� Para indicar fonemas, ou seja, os sons da língua:
Ex.: /s/.

Embora não existam regras muito definidas sobre a existência de espaços antes e depois
da barra oblíqua, privilegia-se o seu uso sem espaços: plural/singular, masculino/feminino,
sinônimo/antônimo.

CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL

Na elaboração da frase, as palavras relacionam-se umas com as outras. Ao se relaciona-


rem, elas obedecem a alguns princípios: um deles é a concordância.
Observe o exemplo:

A pequena garota andava sozinha pela cidade.


A: Artigo, feminino, singular;
Pequena: Adjetivo, feminino, singular;
Garota: Substantivo, feminino, singular.

Tanto o artigo quanto o adjetivo (ambos adjuntos adnominais) concordam com o gênero
(feminino) e o número (singular) do substantivo.
Na língua portuguesa, há dois tipos de concordância: verbal e nominal.

CONCORDÂNCIA VERBAL

É a adaptação em número – singular ou plural – e pessoa que ocorre entre o verbo e seu res-
pectivo sujeito.
Ex.: De todos os povos mais plurais culturalmente, o Brasil, mesmo diante de opiniões
72 contrárias, as quais insistem em desmentir que nosso país é cheio de ‘brasis’ – digamos assim
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–, ganha disparando dos outros, pois houve influências de todos os povos aqui: europeus,
asiáticos e africanos.
Esse período, apesar de extenso, constitui-se de um sujeito simples “o Brasil”, portanto o
verbo correspondente a esse sujeito, “ganha”, necessita ficar no singular.
Destrinchando o período, temos que os termos essenciais da oração (sujeito e predicado)
são apenas “[...] o Brasil [...]” – sujeito – e “[...] ganha [...]” – predicado verbal.
Veja um caso de uso de verbo bitransitivo:
Ex.: Prefiro natação a futebol.
Verbo bitransitivo: Prefiro
Objeto direto: natação
Objeto indireto: a futebol

CONCORDÂNCIA VERBAL COM O SUJEITO SIMPLES

Em regra geral, o verbo concorda com o núcleo do sujeito.

Ex.: Os jogadores de futebol ganham um salário exorbitante.

Diferentes situações:

z Quando o núcleo do sujeito for uma palavra de sentido coletivo, o verbo fica no singular.
Ex.: A multidão gritou entusiasmada;
z Quando o sujeito é o pronome relativo que, o verbo posterior ao pronome relativo con-
corda com o antecedente do relativo. Ex.: Quais os limites do Brasil que se situam mais
próximos do Meridiano?;
z Quando o sujeito é o pronome indefinido quem, o verbo fica na 3ª pessoa do singular. Ex.:
Fomos nós quem resolveu a questão;

Por questão de ênfase, o verbo pode também concordar com o pronome reto antecedente.
Ex.: Fomos nós quem resolvemos a questão.

z Quando o sujeito é um pronome interrogativo, demonstrativo ou indefinido no plural +


de nós / de vós, o verbo pode concordar com o pronome no plural ou com nós / vós. Ex.:
Alguns de nós resolviam essa questão. / Alguns de nós resolvíamos essa questão;
z Quando o sujeito é formado por palavras pluralizadas, normalmente topônimos (Amazo-
nas, férias, Minas Gerais, Estados Unidos, óculos etc.), se houver artigo definido antes de
LÍNGUA PORTUGUESA

uma palavra pluralizada, o verbo fica no plural. Caso não haja esse artigo, o verbo fica no
singular. Ex.: Os Estados Unidos continuam uma potência.
z Estados Unidos continua uma potência.
z Santos fica em São Paulo. (Corresponde a: “A cidade de Santos fica em São Paulo.”)

Importante!
Quando se aplica a nomes de obras artísticas, o verbo fica no singular ou no plural.
Os Lusíadas imortalizou / imortalizaram Camões.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Quando o sujeito é formado pelas expressões mais de um, cerca de, perto de, menos de,
coisa de, obra de etc., o verbo concorda com o numeral. Ex.: Mais de um aluno compare-
ceu à aula.
Mais de cinco alunos compareceram à aula.

A expressão mais de um tem particularidades: se a frase indica reciprocidade (pronome


reflexivo recíproco se), se houver coletivo especificado ou se a expressão vier repetida, o ver-
bo fica no plural. Ex.: Mais de um irmão se abraçaram.

Mais de um grupo de crianças veio/vieram à festa.


Mais de um aluno, mais de um professor estavam presentes.

z Quando o sujeito é formado por um número percentual ou fracionário, o verbo concor-


da com o numerado ou com o número inteiro, mas pode concordar com o especificador
dele. Se o numeral vier precedido de um determinante, o verbo concordará apenas com o
numeral. Ex.: Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabe o que é viver bem.

Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabem o que é viver bem.


Apenas 30% do povo sabe o que é viver bem.
Apenas 30% do povo sabem o que é viver bem.
Os 30% da população não sabem o que é viver mal.

� Os verbos bater, dar e soar concordam com o número de horas ou vezes, exceto se o sujei-
to for a palavra relógio. Ex.: Deram duas horas, e ela não chegou (Duas horas deram...).
Bateu o sino duas vezes (O sino bateu).
Soaram dez badaladas no relógio da sala (Dez badaladas soaram).
Soou dez badaladas o relógio da escola (O relógio da escola soou dez badaladas).
z Quando o sujeito está em voz passiva sintética, o verbo concorda com o sujeito paciente.
Ex.: Vendem-se casas de veraneio aqui.
Nunca se viu, em parte alguma, pessoa tão interessada;
z Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o verbo fica sempre na 3ª pessoa. Ex.: Por
que Vossa Majestade está preocupada?
Suas Excelências precisam de algo?
z Sujeito do verbo viver em orações optativas ou exclamativas. Ex.: Vivam os campeões!

CONCORDÂNCIA VERBAL COM O SUJEITO COMPOSTO

� Núcleos do sujeito constituídos de pessoas gramaticais diferentes


Ex.: Eu e ele nos tornamos bons amigos;
� Núcleos do sujeito ligados pela preposição com
Ex.: O ministro, com seus assessores, chegou/chegaram ontem;
� Núcleos do sujeito acompanhados da palavra cada ou nenhum
Ex.: Cada jogador, cada time, cada um deve manter o espírito esportivo;
� Núcleos do sujeito sendo sinônimos e estando no singular
Ex.: A angústia e a ansiedade não o ajudava/ajudavam (preferencialmente no singular);
� Gradação entre os núcleos do sujeito
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Ex.: Seu cheiro, seu toque bastou/bastaram para me acalmar (preferencialmente no
singular);
� Núcleos do sujeito no infinitivo
Ex.: Andar e nadar faz bem à saúde;
� Núcleos do sujeito resumidos por um aposto resumitivo (nada, tudo, ninguém)
Ex.: Os pedidos, as súplicas, nada disso o comoveu;
� Sujeito constituído pelas expressões um e outro, nem um nem outro
Ex.: Um e outro já veio/vieram aqui;
� Núcleos do sujeito ligados por nem... nem
Ex.: Nem a televisão nem a internet desviarão meu foco nos estudos;
� Entre os núcleos do sujeito, aparecem as palavras como, menos, inclusive, exceto ou as
expressões bem como, assim como, tanto quanto
Ex.: O Vasco ou o Corinthians ganhará o jogo na final;
z Núcleos do sujeito ligados pelas séries correlativas aditivas enfáticas (tanto... quanto /
como / assim como; não só... mas também etc.)
Ex.: Tanto ela quanto ele mantém/mantêm sua popularidade em alta;
z Quando dois ou mais adjuntos modificam um único núcleo, o verbo fica no singular con-
cordando com o núcleo único. Mas, se houver determinante após a conjunção, o verbo fica
no plural, pois aí o sujeito passa a ser composto.
Ex.: O preço dos alimentos e dos combustíveis aumentou. Ou: O preço dos alimentos e o
dos combustíveis aumentaram.

CONCORDÂNCIA VERBAL DO VERBO SER

� Concorda com o sujeito


Ex.: Nós somos unha e carne;
� Concorda com o sujeito (pessoa)
Ex.: Os meninos foram ao supermercado;
� Em predicados nominais, quando o sujeito for representado por um dos pronomes tudo,
nada, isto, isso, aquilo ou “coisas”, o verbo ser concordará com o predicativo (preferen-
cialmente) ou com o sujeito
Ex.: No início, tudo é/são flores;
� Concorda com o predicativo quando o sujeito for que ou quem
Ex.: Quem foram os classificados?
� Em indicações de horas, datas, tempo, distância (predicativo), o verbo concorda com o
predicativo
LÍNGUA PORTUGUESA

Ex.: São nove horas.


É frio aqui.
Seria meio-dia e meia ou seriam doze horas?
� O verbo fica no singular quando precede termos como muito, pouco, nada, tudo, bastan-
te, mais, menos etc. junto a especificações de preço, peso, quantidade, distância, e tam-
bém quando seguido do pronome o
Ex.: Cem metros é muito para uma criança.
Divertimentos é o que não lhe falta.
Dez reais é nada diante do que foi gasto;
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� Na expressão expletiva “é que”, se o sujeito da oração não aparecer entre o verbo ser e o
que, o ser ficará invariável. Se o ser vier separado do que, o verbo concordará com o ter-
mo não preposicionado entre eles.
Ex.: Eles é que sempre chegam cedo.
São eles que sempre chegam cedo.
É nessas horas que a gente precisa de ajuda. (construção adequada)
São nessas horas que a gente precisa de ajuda. (construção inadequada)

CASOS ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA VERBAL

Concordância do Infinitivo

z Exemplos com verbos no infinitivo pessoal:


Nós lutaremos até vós serdes bem tratados. (sujeito esclarecido)
Está na hora de começarmos o trabalho. (sujeito implícito “nós”)
Falei sobre o desejo de aprontarmos logo o site. (dois pronomes implícitos: eu, nós)
Até me encontrarem, vocês terão de procurar muito. (preposição no início da oração)
Para nós nos precavermos, precisaremos de luz. (verbos pronominais)
Visto serem dez horas, deixei o local. (verbo ser indicando tempo)
Estudo para me considerarem capaz de aprovação. (pretensão de indeterminar o sujeito)
Para vocês terem adquirido esse conhecimento, foi muito tempo de estudo. (infinitivo pessoal com-
posto: locução verbal de verbo auxiliar + verbo no particípio);
z Exemplos com verbos no infinitivo impessoal:
Devo continuar trabalhando nesse projeto. (locução verbal)
Deixei-os brincar aqui. (pronome oblíquo átono sendo sujeito do infinitivo).

Quando o sujeito do infinitivo for um substantivo no plural, usa-se tanto o infinitivo pes-
soal quanto o impessoal. “Mandei os garotos sair/saírem”.
Navegar é preciso, viver não é preciso. (infinitivo com valor genérico)
São casos difíceis de solucionar. (infinitivo precedido de preposição de ou para)
Soldados, recuar! (infinitivo com valor de imperativo)

� Concordância do verbo parecer


Flexiona-se ou não o infinitivo.
Pareceu-me estarem os candidatos confiantes. (o equivalente a “Pareceu-me que os candi-
datos estavam confiantes”, portanto, o infinitivo é flexionado de acordo com o sujeito, no
plural)
Eles parecem estudar bastante. (locução verbal, logo o infinitivo será impessoal);
� Concordância dos verbos impessoais
São os casos de oração sem sujeito. O verbo fica sempre na 3ª pessoa do singular.
Ex.: Havia sérios problemas na cidade.
Fazia quinze anos que ele havia se formado.
Deve haver sérios problemas na cidade. (verbo auxiliar fica no singular)
Trata-se de problemas psicológicos.
Geou muitas horas no sul;
76 � Concordância com sujeito oracional
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Quando o sujeito é uma oração subordinada, o verbo da oração principal fica na 3ª pessoa
do singular.
Ex.: Ainda vale a pena investir nos estudos.
Sabe-se que dois alunos nossos foram aprovados.
Ficou combinado que sairíamos à tarde.
Urge que você estude.
Era preciso encontrar a verdade

Casos mais Frequentes em Provas

Veja agora uma lista com os casos mais abordados em concursos:

� Sujeito posposto distanciado


Ex.: Viviam no meio de uma grande floresta tropical brasileira seres estranhos;
� Verbos impessoais (haver e fazer)
Ex.: Faz dois meses que não pratico esporte.
Havia problemas no setor.
Obs.: Existiam problemas no setor. (verbo existir vai ter sujeito “problemas”, e vai ser
variável);
� Verbo na voz passiva sintética
Ex.: Criaram-se muitas expectativas para a luta;
� Verbo concordando com o antecedente correto do pronome relativo ao qual se liga
Ex.: Contratei duas pessoas para a empresa, que tinham experiência;
� Sujeito coletivo com especificador plural
Ex.: A multidão de torcedores vibrou/vibraram;
� Sujeito oracional
Ex.: Convém a eles alterar a voz. (verbo no singular);
� Núcleo do sujeito no singular seguido de adjunto ou complemento no plural
Ex.: Conversa breve nos corredores pode gerar atrito. (verbo no singular).

Casos Facultativos

z A multidão de pessoas invadiu/invadiram o estádio;


z Aquele comediante foi um dos que mais me fez/fizeram rir;
z Fui eu quem faltou/faltei à aula;
z Quais de vós me ajudarão/ajudareis?
LÍNGUA PORTUGUESA

z “Os Sertões” marcou/marcaram a literatura brasileira;


z Somente 1,5% das pessoas domina/dominam a ciência. (1,5% corresponde ao singular);
z Chegaram/Chegou João e Maria;
z Um e outro / Nem um nem outro já veio/vieram aqui;
z Eu, assim como você, odeio/odiamos a política brasileira;
z O problema do sistema é/são os impostos;
z Hoje é/são 22 de agosto;
z Devemos estudar muito para atingir/atingirmos a aprovação;
z Deixei os rapazes falar/falarem tudo.
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Silepse de Número e de Pessoa

Conhecida também como “concordância irregular, ideológica ou figurada”. Vejamos os


casos:

z Silepse de número: usa-se um termo discordando do número da palavra referente, para


concordar com o sentido semântico que ela tem. Ex.: Flor tem vida muito curta, logo mur-
cham. (ideia de pluralidade: todas as flores);
z Silepse de pessoa: o autor da frase participa do processo verbal. O verbo fica na 1ª pessoa
do plural. Ex.: Os brasileiros, enquanto advindos de diversas etnias, somos multiculturais.

CONCORDÂNCIA NOMINAL

Define-se como a adaptação em gênero e número que ocorre entre o substantivo (ou equi-
valente, como o adjetivo) e seus modificadores (artigos, pronomes, adjetivos, numerais).
O adjetivo e as palavras adjetivas concordam em gênero e número com o nome a que se
referem.
Ex.: Parede alta. / Paredes altas.
Muro alto. / Muros altos.

Casos com Adjetivos

z Com função de adjunto adnominal: quando o adjetivo funcionar como adjunto adno-
minal e estiver após os substantivos, poderá concordar com as somas desses ou com o
elemento mais próximo.
Ex.: Encontrei colégios e faculdades ótimas. / Encontrei colégios e faculdades ótimos.

Há casos em que o adjetivo concordará apenas com o nome mais próximo, quando a qua-
lidade pertencer somente a este.
Ex.: Saudaram todo o povo e a gente brasileira.
Foi um olhar, uma piscadela, um gesto estranho

Quando o adjetivo funcionar como adjunto adnominal e estiver antes dos substantivos,
poderá concordar apenas com o elemento mais próximo. Ex.: Existem complicadas regras e
conceitos.
Quando houver apenas um substantivo qualificado por dois ou mais adjetivos pode-se:
Colocar o substantivo no plural e enumerar o adjetivo no singular. Ex.: Ele estuda as lín-
guas inglesa, francesa e alemã.
Colocar o substantivo no singular e, ao enumerar os adjetivos (também no singular), ante-
por um artigo a cada um, menos no primeiro deles. Ex.: Ele estuda a língua inglesa, a francesa
e a alemã.

z Com função de predicativo do sujeito

Com o verbo após o sujeito, o adjetivo concordará com a soma dos elementos.
Ex.: A casa e o quintal estavam abandonados.

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Com o verbo antes do sujeito o predicativo do sujeito acompanhará a concordância do
verbo, que por sua vez concordará tanto com a soma dos elementos quanto com o nome mais
próximo.

Ex.: Estava abandonada a casa e o quintal. / Estavam abandonados a casa e o quintal.


Como saber quando o adjetivo tem valor de adjunto adnominal ou predicativo do sujeito?
Substitua os substantivos por um pronome:
Ex.: Existem conceitos e regras complicados. (substitui-se por “eles”)
Fazendo a troca, fica “Eles existem”, e não “Eles existem complicados”.
Como o adjetivo desapareceu com a substituição, então é um adjunto adnominal.

z Com função de predicativo do objeto

Recomenda-se concordar com a soma dos substantivos, embora alguns estudiosos admi-
tam a concordância com o termo mais próximo.
Ex.: Considero os conceitos e as regras complicados.
Tenho como irresponsáveis o chefe do setor e seus subordinados.

Algumas Convenções

� Obrigado / próprio / mesmo


Ex.: A mulher disse: “Muito obrigada”.
A própria enfermeira virá para o debate.
Elas mesmas conversaram conosco.

Dica
O termo mesmo no sentido de “realmente” será invariável.
Ex.: Os alunos resolveram mesmo a situação.

z Só / sós
Variáveis quando significarem “sozinho” / “sozinhos”.
Invariáveis quando significarem “apenas, somente”.
Ex.: As garotas só queriam ficar sós. (As garotas apenas queriam ficar sozinhas.)
A locução “a sós” é invariável.
Ex.: Ela gostava de ficar a sós. / Eles gostavam de ficar a sós;
� Quite / anexo / incluso
LÍNGUA PORTUGUESA

Concordam com os elementos a que se referem.


Ex.: Estamos quites com o banco.
Seguem anexas as certidões negativas.
Inclusos, enviamos os documentos solicitados;
� Meio
Quando significar “metade”: concordará com o elemento referente.
Ex.: Ela estava meio (um pouco) nervosa.
Quando significar “um pouco”: será invariável.
Ex.: Já era meio-dia e meia (metade da hora);
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� Grama
Quando significar “vegetação”, é feminino; quando significar unidade de medida, é
masculino.
Ex.: Comprei duzentos gramas de farinha.
“A grama do vizinho sempre é mais verde.”;
� É proibido entrada / É proibida a entrada
Se o sujeito vier determinado, a concordância do verbo e do predicativo do sujeito será
regular, ou seja, tanto o verbo quanto o predicativo concordarão com o determinante.
Ex.: Caminhada é bom para a saúde. / Esta caminhada está boa.
É proibido entrada de crianças. / É proibida a entrada de crianças.
Pimenta é bom? / A pimenta é boa?;
� Menos / pseudo
São invariáveis.
Ex.: Havia menos violência antigamente.
Aquelas garotas são pseudoatletas. / Seu argumento é pseudo-objetivo;
� Muito / bastante
Quando modificam o substantivo: concordam com ele.
Quando modificam o verbo: invariáveis.
Ex.: Muitos deles vieram. / Eles ficaram muito irritados.
Bastantes alunos vieram. / Os alunos ficaram bastante irritados.
Se ambos os termos puderem ser substituídos por “vários”, ficarão no plural. Se puderem
ser substituídos por “bem”, ficarão invariáveis;
� Tal qual
Tal concorda com o substantivo anterior; qual, com o substantivo posterior.
Ex.: O filho é tal qual o pai. / O filho é tal quais os pais.
Os filhos são tais qual o pai. / Os filhos são tais quais os pais.
z Silepse (também chamada concordância figurada)
É a que se opera não com o termo expresso, mas o que está subentendido.
Ex.: São Paulo é linda! (A cidade de São Paulo é linda!)
Estaremos aberto no final de semana. (Estaremos com o estabelecimento aberto no final
de semana.)
Os brasileiros estamos esperançosos. (Nós, brasileiros, estamos esperançosos.);
� Possível
Concordará com o artigo, em gênero e número, em frases enfáticas com o “mais”, o
“menos”, o “pior”.
Ex.: Conheci crianças o mais belas possíveis. / Conheci crianças as mais belas possíveis.

REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL

Regência é a maneira como o nome ou o verbo se relacionam com seus complementos,


com ou sem preposição. Quando um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) exige com-
plemento preposicionado, esse nome é um termo regente, e seu complemento é um termo
regido, pois há uma relação de dependência entre o nome e seu complemento.

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O nome exige um complemento nominal sempre iniciado por preposição, exceto se o comple-
mento vier em forma de pronome oblíquo átono.
Ex.: Os discípulos daquele mestre sempre lhe foram leais.
Observação: Complemento de “lhe”: predicativo do sujeito (desprovido de preposição)
Pronome oblíquo átono: lhe
Foram leais: complemento de “lhe”, predicativo do sujeito (desprovido de preposição).

REGÊNCIA VERBAL

Relação de dependência entre um verbo e seu complemento. As relações podem ser dire-
tas ou indiretas, isto é, com ou sem preposição.
Há verbos que admitem mais de uma regência sem que o sentido seja alterado.
Ex.: Aquela moça não esquecia os favores recebidos.
V. T. D: esquecia
Objeto direto: os favores recebidos.
Aquela moça não se esquecia dos favores recebidos.
V. T. I.: se esquecia
Objeto indireto: dos favores recebidos.
No entanto, na Língua Portuguesa, há verbos que, mudando-se a regência, mudam de sen-
tido, alterando seu significado.
Ex.: Neste país aspiramos ar poluídos.
(aspiramos = sorvemos)
V. T. D.: aspiramos
Objeto direto: ar poluídos.
Os funcionários aspiram a um mês de férias.
(aspiram = almejam)
V. T. I.: aspiram
Objeto indireto: a um mês de férias
A seguir, uma lista dos principais verbos que geram dúvidas quanto à regência:

� Abraçar: transitivo direto


Ex.: Abraçou a namorada com ternura.
O colar abraçava-lhe elegantemente o pescoço;
� Agradar: transitivo direto; transitivo indireto
Ex.: A menina agradava o gatinho. (transitivo direto com sentido de “acariciar”)
A notícia agradou aos alunos. (transitivo indireto no sentido de “ser agradável a”);
LÍNGUA PORTUGUESA

� Agradecer: transitivo direto; transitivo indireto; transitivo direto e indireto


Ex.: Agradeceu a joia. (transitivo direto: objeto não personificado)
Agradeceu ao noivo. (transitivo indireto: objeto personificado)
Agradeceu a joia ao noivo. (transitivo direto e indireto: refere-se a coisas e pessoas);
� Ajudar: transitivo direto; transitivo indireto
Ex.: Seguido de infinitivo intransitivo precedido da preposição a, rege indiferentemente
objeto direto e objeto indireto.
Ajudou o filho a fazer as atividades. (transitivo direto)
Ajudou ao filho a fazer as atividades. (transitivo indireto)
Se o infinitivo preposicionado for intransitivo, rege apenas objeto direto: 81
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Ajudaram o ladrão a fugir.
Não seguido de infinitivo, geralmente rege objeto direto:
Ajudei-o muito à noite;
� Ansiar: transitivo direto; transitivo indireto
Ex.: A falta de espaço ansiava o prisioneiro. (transitivo direto com sentido de “angustiar”)
Ansiamos por sua volta. (transitivo indireto com sentido de “desejar muito” – não admite
“lhe” como complemento);
� Aspirar: transitivo direto; transitivo indireto
Ex.: Aspiramos o ar puro das montanhas. (transitivo direto com sentido de “respirar”)
Sempre aspiraremos a dias melhores. (transitivo indireto no sentido de “desejar”);
� Assistir: transitivo direto; transitivo indireto
Ex.: - Transitivo direto ou indireto no sentido de “prestar assistência”
O médico assistia os acidentados.
O médico assistia aos acidentados.
- Transitivo direto no sentido de “ver, presenciar”
Não assisti ao final da série;

O verbo assistir não pode ser empregado no particípio.


É incorreta a forma “O jogo foi assistido por milhares de pessoas.”

� Casar: intransitivo; transitivo indireto; transitivo direto e indireto


Ex.: Eles casaram na Itália há anos. (intransitivo)
A jovem não queria casar com ninguém. (transitivo indireto)
O pai casou a filha com o vizinho. (transitivo direto e indireto);
� Chamar: transitivo direto; transitivo seguido de predicativo do objeto
Ex.: Chamou o filho para o almoço. (transitivo direto com sentido de “convocar”);
Chamei-lhe inteligente. (transitivo seguido de predicativo do objeto com sentido de “deno-
minar, qualificar”);
� Custar: transitivo indireto; transitivo direto e indireto; intransitivo
Ex.: Custa-lhe crer na sua honestidade. (transitivo indireto com sentido de “ser difícil”)
A imprudência custou lágrimas ao rapaz. (transitivo direto e indireto: sentido de
“acarretar”)
Este vinho custou trinta reais. (intransitivo);
� Esquecer: admite três possibilidades
Ex.: Esqueci os acontecimentos.
Esqueci-me dos acontecimentos.
Esqueceram-me os acontecimentos;
� Implicar: transitivo direto; transitivo indireto; transitivo direto e indireto
Ex.: A resolução do exercício implica nova teoria. (transitivo direto com sentido de
“acarretar”)
Mamãe sempre implicou com meus hábitos. (transitivo indireto com sentido de “mostrar
má disposição”)
Ele implicou-se em negócios ilícitos. (transitivo direto e indireto com sentido de
envolver-se”);
� Informar: transitivo direto e indireto
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Ex.: Referente à pessoa: objeto direto; referente à coisa: objeto indireto, com as preposi-
ções de ou sobre
Informaram o réu de sua condenação.
Informaram o réu sobre sua condenação.
Referente à pessoa: objeto direto; referente à coisa: objeto indireto, com a preposição a
Informaram a condenação ao réu;
� Interessar-se: verbo pronominal transitivo indireto, com as preposições em e por
Ex.: Ela interessou-se por minha companhia;
� Namorar: intransitivo; transitivo indireto; transitivo direto e indireto
Ex.: Eles começaram a namorar faz tempo. (intransitivo com sentido de “cortejar”)
Ele vivia namorando a vitrine de doces. (transitivo indireto com sentido de “desejar
muito”)
“Namorou-se dela extremamente.” (A. Garret) (transitivo direto e indireto com sentido de
“encantar-se”);
� Obedecer/desobedecer: transitivos indiretos
Ex.: Obedeçam à sinalização de trânsito.
Não desobedeçam à sinalização de trânsito;
� Pagar: transitivo direto; transitivo indireto; transitivo direto e indireto
Ex.: Você já pagou a conta de luz? (transitivo direto)
Você pagou ao dono do armazém? (transitivo indireto).
Vou pagar o aluguel ao dono da pensão. (transitivo direto e indireto);
� Perdoar: transitivo direto; transitivo indireto; transitivo direto e indireto
Ex.: Perdoarei as suas ofensas. (transitivo direto)
A mãe perdoou à filha. (transitivo indireto)
Ela perdoou os erros ao filho. (transitivo direto e indireto);
� Suceder: intransitivo; transitivo direto
Ex.: O caso sucedeu rapidamente. (intransitivo no sentido de “ocorrer”).
A noite sucede ao dia. (transitivo direto no sentido de “vir depois”).

REGÊNCIA NOMINAL

Alguns nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) exigem complementos preposiciona-


dos, exceto quando vêm em forma de pronome oblíquo átono.

Advérbios Terminados em “Mente”


LÍNGUA PORTUGUESA

Os advérbios derivados de adjetivos seguem a regência dos adjetivos:


análoga / analogicamente a
contrária / contrariamente a
compatível / compativelmente com
diferente / diferentemente de
favorável / favoravelmente a
paralela / paralelamente a
próxima / proximamente a/de
relativa / relativamente a
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Proposições Semelhantes a Primeira Sílaba dos Nomes a que se Referem

Alguns nomes regem preposições semelhantes a sua primeira sílaba. Vejamos:


dependente, dependência de
inclusão, inserção em
inerente em/a
descrente de/em
desiludido de/com
desesperançado de
desapego de/a
convívio com
convivência com
demissão, demitido de
encerrado em
enfiado em
imersão, imergido, imerso em
instalação, instalado em
interessado, interesse em
intercalação, intercalado entre
supremacia sobre

SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS

DENOTAÇÃO

O sentido denotativo da linguagem compreende o significado literal da palavra independente


do seu contexto de uso. Preocupa-se com o significado mais objetivo e literal associado ao signi-
ficado que aparece nos dicionários. A denotação tem como finalidade dar ênfase à informação
que se quer passar para o receptor de forma mais objetiva, imparcial e prática. Por isso, é muito
utilizada em textos informativos, como notícias, reportagens, jornais, artigos, manuais didáticos,
entre outros.
Ex.: O fogo se alastrou por todo o prédio. (fogo: chamas)
O coração é um músculo que bombeia sangue para o corpo. (coração: parte do corpo)

CONOTAÇÃO

O sentido conotativo compreende o significado figurado e depende do contexto em que


está inserido. A conotação põe em evidência os recursos estilísticos dos quais a língua dispõe
para expressar diferentes sentidos ao texto de maneira subjetiva, afetiva e poética. A conota-
ção tem como finalidade dar ênfase à expressividade da mensagem de maneira que ela possa
provocar sentimentos ou diferentes sensações no leitor. Por esse motivo, é muito utilizada
em poesias, conversas cotidianas, letras de músicas, anúncios publicitários e outros.
Ex.: “Amor é fogo que arde sem se ver”.
Você mora no meu coração.
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O SIGNIFICADO DAS PALAVRAS

Quando escolhemos determinadas palavras ou expressões dentro de um conjunto de pos-


sibilidades de uso, estamos levando em conta o contexto que influencia e permite o esta-
belecimento de diferentes relações de sentido. Essas relações podem se dar por meio de:
sinonímia, antonímia, homonímia, paronímia, polissemia, hiponímia e hiperonímia.

Importante!
Léxico: conjunto de todas as palavras e expressões de um idioma.
Vocabulário: conjunto de palavras e expressões que cada falante seleciona do léxico para
se comunicar.

Sinonímia

São palavras ou expressões que, empregadas em um determinado contexto, têm significados


semelhantes. É importante entender que a identidade dos sinônimos é ocasional, ou seja, em
alguns contextos uma palavra pode ser empregada no lugar de outra, o que pode não acontecer
em outras situações. O uso das palavras “chamar”, “clamar” e “bradar”, por exemplo, pode ocor-
rer de maneira equivocada se utilizadas como sinônimos, uma vez que a intensidade de suas
significações é diferente.
O emprego dos sinônimos é um importante recurso para a coesão textual, uma vez que essa
estratégia revela, além do domínio do vocabulário do falante, a capacidade que ele tem de realizar
retomadas coesivas, o que contribuiu para melhor fluidez na leitura do texto.

Antonímia

São palavras ou expressões que, empregadas em um determinado contexto, têm significa-


dos opostos. As relações de antonímia podem ser estabelecidas em gradações (grande/peque-
no; velho/jovem); reciprocidade (comprar/vender) ou complementaridade (ele é casado/ele é
solteiro). Vejamos o exemplo a seguir:

LÍNGUA PORTUGUESA

Fonte: https://bit.ly/3kETkpl. Acesso em: 16 out. 2020.

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A relação de sentido estabelecida na tirinha é construída a partir dos sentidos opostos das
palavras “prende” e “solta”, marcando o uso de antônimos, nesse contexto.

Homonímia

Homônimos são palavras que têm a mesma pronúncia ou grafia, porém apresentam sig-
nificados diferentes. É importante estar atento a essas palavras e a seus dois significados. A
seguir, listamos alguns homônimos importantes:

acender (colocar fogo) ascender (subir)


acento (sinal gráfico) assento (local onde se senta)
acerto (ato de acertar) asserto (afirmação)
apreçar (ajustar o preço) apressar (tornar rápido)
bucheiro (tripeiro) buxeiro (pequeno arbusto)
bucho (estômago) buxo (arbusto)
caçar (perseguir animais) cassar (tornar sem efeito)
cegar (deixar cego) segar (cortar, ceifar)
cela (pequeno quarto) sela (forma do verbo selar; arreio)
censo (recenseamento) senso (entendimento, juízo)
céptico (descrente) séptico (que causa infecção)
cerração (nevoeiro) serração (ato de serrar)
cerrar (fechar) serrar (cortar)
cervo (veado) servo (criado)
chá (bebida) xá (antigo soberano do Irã)
cheque (ordem de pagamento) xeque (lance no jogo de xadrez)
círio (vela) sírio (natural da Síria)
cito (forma do verbo citar) sito (situado)
concertar (ajustar, combinar) consertar (reparar, corrigir)
concerto (sessão musical) conserto (reparo)
coser (costurar) cozer (cozinhar)
esotérico (secreto) exotérico (que se expõe em público)
expectador (aquele que tem esperança, que
espectador (aquele que assiste)
espera)
esperto (perspicaz) experto (experiente, perito)
espiar (observar) expiar (pagar pena)
espirar (soprar, exalar) expirar (terminar)
estático (imóvel) extático (admirado)
esterno (osso do peito) externo (exterior)
estrato (camada) extrato (o que se extrai de algo)
estremar (demarcar) extremar (exaltar, sublimar)
incerto (não certo, impreciso) inserto (inserido, introduzido)
incipiente (principiante) insipiente (ignorante)
laço (nó) lasso (frouxo)
ruço (pardacento, grisalho) russo (natural da Rússia)
tacha (prego pequeno) taxa (imposto, tributo)
tachar (atribuir defeito a) taxar (fixar taxa)

Fonte: https://www.soportugues.com.br/secoes/seman/seman6.php. Acesso em: 17 out. 2020.


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Parônimos

Parônimos são palavras que apresentam sentido diferente e forma semelhante, conforme
demonstramos nos exemplos a seguir:

z Absorver/absolver

„ Tentaremos absorver toda esta água com esponjas. (sorver)


„ Após confissão, o padre absolveu todos os fiéis de seus pecados (inocentar).

z Aferir/auferir

„ Realizaremos uma prova para aferir seus conhecimentos (avaliar, cotejar).


„ O empresário consegue sempre auferir lucros em seus investimentos (obter).

z Cavaleiro/cavalheiro

„ Todos os cavaleiros que integravam a cavalaria do rei participaram na batalha (homem


que anda de cavalo).
„ Meu marido é um verdadeiro cavalheiro, abre sempre as portas para eu passar (homem
educado e cortês).

z Cumprimento/comprimento

„ O comprimento do tecido que eu comprei é de 3,50 metros (tamanho, grandeza).


„ Dê meus cumprimentos a seu avô (saudação).

z Delatar/dilatar

„ Um dos alunos da turma delatou o colega que chutou a porta e partiu o vidro (denunciar).
„ Comendo tanto assim, você vai acabar dilatando seu estômago (alargar, estender).

z Dirigente/diligente

„ O dirigente da empresa não quis prestar declarações sobre o funcionamento da mesma


(pessoa que dirige, gere).
LÍNGUA PORTUGUESA

„ Minha funcionária é diligente na realização de suas funções (expedito, aplicado).

z Discriminar/descriminar

„ Ela se sentiu discriminada por não poder entrar naquele clube (diferenciar, segregar).
„ Em muitos países se discute sobre descriminar o uso de algumas drogas (descrimina-
lizar, inocentar).

Fonte: https://www.normaculta.com.br/palavras-paronimas/. Acesso em: 17 out. 2020.


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Polissemia (Plurissignificação)

Multiplicidade de sentidos encontradas em algumas palavras, dependendo do contexto. As


palavras polissêmicas guardam uma relação de sentido entre si, diferenciando-as das pala-
vras homônimas. A polissemia é encontrada no exemplo a seguir:

Fonte: https://bit.ly/3jynvgs. Acesso em: 17 out. 2020.

Hipônimo e Hiperônimo

Relação estabelecida entre termos que guardam relação de sentido entre si e mantém
uma ordem gradativa. Exemplo: Hiperônimo – veículo; Hipônimos – carro, automóvel, moto,
bicicleta, ônibus...

EFEITOS DE SENTIDO DECORRENTES DO USO DE RECURSOS VERBAIS E NÃO VERBAIS EM


GÊNEROS DIFERENTES: GRÁFICOS E INFOGRÁFICOS

A representação de sentido por meio de tabelas e gráficos está sempre presente em nosso coti-
diano, principalmente nos meios de comunicação, ainda mais com as redes sociais. Isso está liga-
do à facilidade com que podemos analisar e interpretar as informações que estão organizadas de
forma clara e objetiva e, além disso, ao fato de não exigir o uso de cálculos complexos para a sua
análise. A análise de gráficos auxilia na resolução de questões não apenas de português, assim,
requer atenção.

Gráfico

Componentes de um gráfico:

z Título: na maioria dos casos possuem um título que indica a que informação ele se refere;
z Fonte: a maioria dos gráficos contém uma fonte, ou seja, de onde as informações foram
retiradas, com o ano de publicação;
z Números: é deles que precisamos para comparar as informações dadas pelos gráficos. Usados
para representar quantidade ou tempo (mês, ano, período);
z Legendas: ajudam na leitura das informações apresentadas. Na maioria dos casos, o uso de
cores destaca diferentes informações.

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Gráfico de Exemplo
900
800
700
600
500
400
300
200
100
0
Maçãs Laranjas Bananas
2013 2014 2015

Fonte: https://support.microsoft.com/pt-br/office/adicionar-uma-legenda-a-um-gráfico-eccd4b70-30ec-429d-8600-
6305e08862c7.

Infográficos

Os infográficos são uma forma moderna de apresentar o sentido. Essa palavra une os termos
info (informação) e gráfico (desenho, imagem, representação visual), ou seja, um desenho ou
imagem que, com o apoio de um texto, informa sobre um assunto que não seria muito bem
compreendido somente com um texto.
Para interpretar os dados informativos em um infográfico, é preciso boa leitura e esta
requer atenção aos detalhes. As representações neste formato aliam ao texto uma série de
atrativos visuais, cabendo ao leitor ser extremamente observador. Ter atenção ao título, ao
tema e a fonte das informações é vital para uma boa análise e interpretação.

LÍNGUA PORTUGUESA

Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/covid-19.htm. Acesso em: 01 mar. 2021.


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FORMAÇÃO DE PALAVRAS

No dia a dia, usamos unidades comunicativas para estabelecer diálogos e contatos, for-
mando enunciados. Essas unidades comunicativas chamamos de palavras. Elas surgem da
necessidade de comunicação e os processos de formação para sua construção são conhecidos
da nossa competência linguística, pois como falantes da língua, ainda que não saibamos o
significado de antever, podemos inferir que esse termo tem relação com o ato de ver anteci-
padamente, dado o uso do prefixo diante do verbo ver.
Reconhecer os processos que auxiliam na formação de novas palavras é essencial para o
estudante da língua. Esse assunto, como dissemos, já é reconhecido pelo nosso cérebro, que
identifica os prefixos, sufixos e palavras novas que podem ser criadas a partir da estrutura da
língua; não é à toa que, muitas vezes, somos surpreendidos com o uso inédito de algum termo.
Porém, precisamos ter consciência de que nem todo contexto é apropriado para o uso de
novas estruturas vocabulares; por isso, neste capítulo, iremos estudar os processos de forma-
ção de palavras e as consequências dessas novas constituições, focando nesse conteúdo; sem-
pre cobrado pelas bancas mais exigentes.

ESTRUTURA DAS PALAVRAS

Radical e Morfema Lexical

As palavras são formadas por estruturas que, unidas, podem se modificar e criar novos
sentidos em contextos diversos. Os morfemas são as menores unidades gramaticais com sen-
tido da língua. Para identificá-los é preciso notar que uma palavra é formada por pequenas
estruturas. Para isso, podemos imaginar que uma palavra é uma peça de um quebra-cabeça
no qual podemos juntar outra peça para formar uma estrutura maior; porém, se você já mon-
tou um quebra-cabeça, deve se lembrar que não podemos unir as peças arbitrariamente, é
preciso buscar aquelas que se encaixam.
Assim, como falantes da língua, reconhecemos essas estruturas morfológicas e os seus
sentidos, pois, a todo momento estamos aptos a criar novas palavras a partir das regras que
o sistema linguístico nos oferece.
Tornou-se comum, sobretudo nas redes sociais, o surgimento de novos vocábulos a partir
de “peças” existentes na língua, algumas misturando termos de outras línguas com morfemas
da língua portuguesa para a formação de novas palavras, como: blogueiro (blogger), deletar
(delete); já algumas palavras ganham novos morfemas e, consequentemente, novas acepções
nas redes sociais como, por exemplo, biscoiteiro, termo usado para se referir a pessoas que
buscam receber elogios nesse ambiente.
As peças do quebra-cabeças que formam as palavras da língua portuguesa possuem os
seguintes nomes:

Radical, Desinência, Vogal Temática, Afixos, Consoantes e Vogais de Ligação

O radical, também chamado de semantema, é o núcleo da palavra, pois é o detentor do


sentido ao qual se anexam os demais morfemas, criando as palavras derivadas. Devido a
90
essa importante característica, o radical é também conhecido como morfema lexical, pois
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se trata da significação própria dos vocábulos, designando a sua natureza lexical, ou seja, o
seu sentido propriamente dito.
Alguns exemplos de radicais:
Ex.: pastel — pastelaria — pasteleiro;
pedra — pedreiro — pedregulho;
Terra — aterrado — enterrado — terreiro.

Importante!
Palavras da mesma família etimológica, ou seja, que apresentam o mesmo radical e guar-
dam o mesmo valor semântico no radical, são conhecidas como cognatas.

Afixos ou Morfemas Derivacionais

A partir dos morfemas lexicais, a língua ganha outras formas e sentidos pelos morfemas
derivacionais, que são assim chamados pois auxiliam no processo de criação de palavras a
partir da derivação, ou seja, a inclusão de prefixos e sufixos no radical dos vocábulos.
Vale notar que algumas bancas denominam os afixos de infixos.
São morfemas derivacionais os afixos, estruturas morfológicas que se anexam ao radical
das palavras e auxiliam o processo de formação de novos vocábulos. Os afixos da língua por-
tuguesa são de duas categorias:

z Prefixos: afixos que são anexados na parte anterior do radical.


Exs.:
In: infeliz.
Anti: antipatia.
Pós: posterior.
Bi: bisavô.
Contra: contradizer.
z Sufixos: afixos que são anexados na parte posterior do radical.
Exs.:
mente: felizmente.
dade: lealdade.
eiro: blogueiro.
ista: dentista.
gudo: narigudo.
LÍNGUA PORTUGUESA

É importante destacar que essa pequena amostra, listando alguns sufixos e prefixos da
língua portuguesa, é meramente ilustrativa e serve apenas para que você tenha consciência
do quão rico é o processo de formação de palavras por afixos.
Além disso, não é interessante que você decore esses morfemas derivacionais, mas que você
compreenda o valor semântico que cada um deles estabelece na língua, como os sufixos -eiro e
-ista que são usados, comumente, para criar uma relação com o ambiente profissional de algu-
ma área, como: padeiro, costureiro, blogueiro, dentista, escafandrista, equilibrista etc.
Os sufixos costumam mudar mais a classes das palavras. Já os prefixos modificam mais o
sentido dos vocábulos. 91
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Desinências ou Morfemas Flexionais

Os morfemas flexionais, mais conhecidos como desinências, são os mais estudados na


língua portuguesa, pois são esses os morfemas que organizam as estruturas no singular e no
plural, os verbos em tempos e conjugações e as relações de gênero em feminino e masculino.
Para facilitar a compreensão, podemos dividir os morfemas flexionais em:

z Aditivos: adiciona-se ao morfema lexical. Ex.: professor/professora; livro/livros;


z Subtrativos: elimina-se um elemento do morfema lexical. Ex.: Irmão/irmã; Órfão/órfã;
z Nulos: quando a ausência de uma letra indica uma flexão. Ex.: o singular dos substantivos
é marcado por essa ausência, como em: mesa (0)6 /mesas.

Não confunda:
Morfema derivacional: afixos (prefixos e sufixos);
Morfema flexional: aditivos, subtrativos, nulos;
Morfema lexical: radical.
Morfema gramatical: significado interno à estrutura gramatical, como artigos, preposições,
conjunções etc.

Vogais Temáticas

A vogal temática liga o radical a uma desinência, que estabelece o modo e o tempo da
conjugação verbal, no caso de verbos, e, nos substantivos, junta-se ao radical para a união de
outras desinências.
Ex.: Amar e Amor.
Nos verbos, a vogal temática marca ainda a conjugação verbal, indicando se o verbo per-
tence à 1º, 2º ou 3º conjugação:
Exs.:
Amar — 1ª conjugação;
Comer — 2ª conjugação;
Partir — 3ª conjugação.
É importante não se confundir: a vogal temática não existe em palavras que apresen-
tam flexão de gênero. Logo, as palavras gato/gata possuem uma desinência e não uma vogal
temática!
Caso a dúvida persista, faça esse exercício: Igreja (essa palavra existe); “Igrejo” (essa pala-
vra não existe), então o -a de igreja é uma vogal temática que irá ligar o vocábulo a desinên-
cias, como -inha, -s.
Note que as palavras terminadas em vogais tônicas não apresentam vogais temática: Ex.:
cajá, Pelé, bobó.

Tema

O tema é a união do radical com a vogal temática.

6 O morfema flexional nulo é mais conhecido como morfema zero nas gramáticas; sua marcação é feita com a
92 presença do numeral 0 (zero).
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A partir do exposto no tópico sobre vogal temática, esperamos ter deixado claro que nem
toda palavra irá apresentar vogal temática; dessa forma, as palavras que não apresentem
vogal temática também não irão possuir tema.
Exs.:
Vendesse — tema: vende;
Mares — tema: mare.

Vogais e Consoantes de Ligação

As consoantes e vogais de ligação têm uma função eufônica, ou seja, servem para facilitar
a pronúncia de palavras. Essa é a principal diferença entre as vogais de ligação e as vogais
temáticas, estas unem desinências, aquelas facilitam a pronúncia.

Exs.:
Gas - ô - metro;
Alv - i - negro;
Tecn - o - cracia;
Pe - z - inho;
Cafe - t- eira;
Pau - l - ada;
Cha - l - eira;
Inset - i - cida;
Pobre - t- ão;
Paris - i - ense;
Gira - s - sol;
Legal - i - dade.

PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS

A partir do conhecimento dos morfemas que auxiliam o processo de ampliação das pala-
vras da língua, podemos iniciar o estudo sobre os processos de formação de palavras.
As palavras na língua portuguesa são criadas a partir de dois processos básicos que apre-
sentam classes específicas. O quadro a seguir organiza bem os processos de formação de
palavras:

FORMAÇÃO DE PALAVRAS
LÍNGUA PORTUGUESA

DERIVAÇÃO COMPOSIÇÃO
� Prefixal � Justaposição
� Sufixal � Aglutinação
� Prefixal e sufixal
� Parassintética
� Regressiva
� Imprópria ou conversão

Como é possível notar, os dois processos de formação de palavras são a derivação e a


composição. As palavras formadas por processos derivativos apresentam mais classes a
serem estudas. Vamos conhecê-las agora! 93
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PROCESSOS DE DERIVAÇÃO

As palavras formadas por processos de derivação são classificadas a partir de seis


categorias:

z prefixal ou prefixação;
z sufixal ou sufixação;
z prefixal e sufixal;
z parassintética ou parassíntese;
z regressiva;
z imprópria ou conversão.

A seguir, iremos estudar a diferença entre cada uma dessas classes e identificar as pecu-
liaridades de cada uma.

Derivação Prefixal

Como o próprio nome indica, as palavras formadas por derivação prefixal são formadas
pelo acréscimo de um prefixo à estrutura primitiva, como:
Pré-vestibular; disposição; deslealdade; super-homem; infeliz; refazer.
Pré-vestibular: prefixo pré-;
Disposição: prefixo dis-;
Deslealdade: prefixo des-;
Super-homem: prefixo super;
Infeliz: prefixo in-;
Refazer: prefixo re-.

Derivação Sufixal

De maneira comparativa, podemos afirmar que a formação de palavras por derivação


sufixal refere-se ao acréscimo de um sufixo à estrutura primitiva, como em:
Lealdade; francesa; belíssimo; inquietude; sofrimento; harmonizar; gentileza; lotação;
assessoria.
Lealdade: sufixo -dade;
Francesa: sufixo -esa;
Belíssimo: sufixo -íssimo;
Inquietude: sufixo -tude;
Sofrimento: sufixo -mento;
Harmonizar: sufixo -izar;
Gentileza: sufixo -eza;
Lotação: sufixo -ção;
Assessoria: sufixo -ria.

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Derivação Prefixal e Sufixal

Nesse caso, juntam-se à palavra primitiva tanto um sufixo quanto um prefixo; vejamos
alguns casos:
Inquietude (prefiro in- com sufixo -tude); infelizmente (prefixo in- com sufixo -mente);
ultrapassagem (prefixo ultra- com sufixo -agem); reconsideração (prefixo -re com sufixo
-ção).

Derivação Parassintética

Na derivação parassintética, um acréscimo simultâneo de afixos, prefixos e sufixos é rea-


lizado a uma estrutura primitiva. É importante não confundir, contudo, com o processo de
derivação por sufixação e prefixação. Veja:
Se, ao retirar os afixos, a palavra perder o sentido, como em “emagrecer” (sem um dos afi-
xos: “emagro-” não existe), basta fazer o seguinte exercício para estabelecer por qual proces-
so a palavra foi formada: retirar o prefixo ou o sufixo da palavra em que paira dúvida. Caso a
palavra que restou exista, estaremos diante de um processo por derivação sufixal e prefixal;
caso contrário, a palavra terá sido formada por derivação parassintética.
Ex.: Entristecer, desalmado, espairecer, desgelar, entediar etc.

Derivação Regressiva

Já na derivação regressiva, a nova palavra será formada pela subtração de um elemento


da estrutura primitiva da palavra. Vejamos alguns exemplos:
Almoço (almoçar);
Ataque (atacar);
Amasso (amassar).
A derivação regressiva, geralmente, forma substantivos abstratos derivados de verbos. É
possível que alguns autores reconheçam esse processo como redução.

Derivação Imprópria

A derivação imprópria, a partir de seu processo de formação de palavras, provoca a con-


versão de uma classe gramatical, que pode passar de verbo a substantivo, por exemplo.
A seguir, apresentamos alguns processos de conversão das palavras por derivação
imprópria:
LÍNGUA PORTUGUESA

z Particípio do verbo — substantivo: teria passado — o passado;


z Verbos — substantivos: almoçar — o almoço;
z Substantivos — adjetivos: o gato - mulher gato;
z Substantivos comuns — substantivos próprios: leão — Nara Leão;
z Substantivos próprios — comuns: Gillete — gilete; Judas — ele é o judas do programa.

Sufixos e formação de palavras: Alguns sufixos são mais comuns no processo de forma-
ção de determinadas classes gramaticais, vejamos:
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z Sufixos nominais: originam substantivos, adjetivos. Ex.: -dor, -ada, -eiro, -oso, -ão, -aço;
z Sufixos verbais: originam verbos. Ex.: -ear, -ecer, -izar, -ar;
z Sufixos adverbiais: originam advérbios. Ex.: -mente.

LISTA DE RADICAIS E PREFIXOS

Apresentamos alguns radicais e prefixos na lista a seguir que podem auxiliar na com-
preensão do processo de formação de palavras. Novamente, alertamos que essa lista não
deve ser encarada como uma “tabuada” a ser decorada, mas como um método para apreen-
der o sentido de alguns desses radicais e prefixos.

RADICAIS E PREFIXOS GREGOS


RADICAL/PREFIXO SENTIDO EXEMPLO
Acro Alto Acrofobia/acrobata
Agro Campo Agropecuária
Algia Dor Nevralgia
Bio Vida Biologia
Biblio Livro Biblioteca
Crono Tempo Cronologia
Caco Mau cacofonia
Cali Belo Caligrafia
Dromo Local Autódromo

Além dos radicais e prefixos gregos, as palavras da língua portuguesa também se agluti-
nam a radicais e prefixos latinos.

RADICAIS E PREFIXO LATINOS


RADICAL/PREFIXO SENTIDO EXEMPLO
Arbori Árvore Arborizar
Beli Guerra Belicoso
Cida Que mata Homicida
Des- dis Separação Discordar
Equi Igual Equivalente
Ex- Para fora Exonerar
Fide Fé Fidelidade
Mater Mãe Materno

Processos de Composição

As palavras formadas por processos de composição podem ser classificadas em duas cate-
gorias: justaposição e aglutinação.
As palavras formadas por qualquer um desses processos estabelecem um sentido novo
na língua, uma vez que nesse processo há a junção de duas palavras que já existem para a
formação de um novo termo, com um novo sentido.

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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Composição por justaposição: nesse processo, as palavras envolvidas conservam sua
autonomia morfológica, permanecendo a tonicidade original de cada palavra. Ex.: pé de
moleque, dia a dia, faz de conta, navio-escola, malmequer;
z Composição por aglutinação: na formação de palavras por aglutinação, há mudanças na
tonicidade dos termos envolvidos, que passam a ser subordinados a uma única tonicida-
de. Ex.: petróleo (petra + óleo); aguardente (água + ardente); vinagre (vinho + agre); você
(vossa + mercê).

Palavras Compostas e Derivadas

Agora que já conhecemos os processos de formação de palavras, precisamos identificar as


palavras que são compostas e as palavras que são derivadas.

z São compostas: planalto, couve-flor, aguardente etc.;


z São derivadas: pedreiro, floricultura, pedal etc.

Palavras derivadas são aquelas formadas a partir de palavras primitivas, ou seja, a partir
de palavras que detêm a raiz com sentido lexical independente. São palavras primitivas: por-
ta, livro, pedra etc.
A partir das palavras primitivas, o falante pode anexar afixos (sufixos e prefixos), formando
as palavras derivadas, assim chamadas pois derivam de um dos seis processos derivacionais.
Já as palavras compostas guardam a independência semântica e ortográfica, unindo-se a
outras palavras para a formação de um novo sentido.

HORA DE PRATICAR!
1. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Texto CG1A1-I

Na segunda metade do século XVIII, eclodiram protestos contra os suplícios por toda a Europa.
Esses eram formas de punição que podem ser definidas como penas aplicadas sobre o corpo do
condenado, num ritual geralmente ostentoso e cruel. Nessa época, começava-se a crer que era
preciso punir de outro modo, de forma que a justiça penal aplicasse punições sem se vingar. Essa
mudança no modo de punir, entretanto, não se deveu tanto a um sentimento de humanidade, de
piedade para com o acusado. Vários fatores, especialmente de caráter econômico, contribuíramc
para que os suplícios fossem deixados de lado e substituídosb pela prisão.
LÍNGUA PORTUGUESA

A partir do século XVIII, ocorreu uma diminuição dos crimes de sangue na Europa, e passaram a
prevalecer os delitos praticados contra a propriedade, como roubos e fraudes fiscais. Portanto,
houve uma suavização dos crimes antes de uma suavização das leis, que se tornaram mais leves
para corresponder à diminuição da gravidade dos delitos cometidos.
Além disso, no século XVIII se modificou tambéme o sistema econômico europeu. A Europa dei-
xou de ser feudal e tornou-se industrial. A prisão, como castigo institucionalizado pelo Direito
Penal, apareceu nesse contexto para regulamentar o mercado de trabalho, a produção e o consu-
mo de bens, e para proteger a propriedade da classe social dominante.

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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A prisão foi idealizada, naquele momento histórico, como forma de disciplinar os delinquentes.
O corpo do condenado não poderia mais ser desperdiçado pelo suplício, mas deveria servir às
demandas de trabalho das fábricas. A finalidade da prisão era suprir a necessidade das indústrias
incipientes, e expressava, assim, uma resposta à necessidade de utilização racional e intensa do
trabalho humano. A economia industrial necessitava da conservação e mantença da eventual
mão-de-obra. Percebeu- se, nesse momento, que vigiar é mais rentávela e eficaz do que punir.

Mariana de Mello Arrigoni. A prisão: reflexão crítica a partir de suas origens. In: História e Teorias Críticas do
Direito. Jacarezinho – PR: UENP, 2018, p. 148-64 (com adaptações).
Assinale a opção em que as palavras destacadas do texto são acentuadas graficamente de acor-
do com a mesma regra de acentuação gráfica.

a) “rentável” e “época”
b) “substituídos” e “vários”
c) “contribuíram” e “econômico”
d) “contribuíram” e “substituídos”
e) “também” e “histórico”

2. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Texto

O medo é um sentimento conhecido de toda criatura viva. Os seres humanos compartilham essa expe-
riência com os animais. Os estudiosos do comportamento animal descrevem, de modo altamente
detalhado, o rico repertório de reações dos animais à presença imediata de uma ameaça que ponha
em risco suas vidas. Os humanos, porém, conhecem algo mais além disso: uma espécie de medo de
“segundo grau”, um medo, por assim dizer, social e culturalmente “reciclado”, um “medo derivado” que
orienta seu comportamento, haja ou não uma ameaça imediatamente presente. O medo secundário
pode ser visto como um rastro de uma experiência passada de enfrentamento de uma ameaça direta
— um resquício que sobrevive ao encontro e se torna um fator importante na modelagem da conduta
humana mesmo que não haja mais uma ameaça direta à vida ou à integridade.

Zygmunt Bauman. Medo líquido. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008, p. 9
(com adaptações).

A respeito das ideias, dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto anterior, faça o que se
pede.
Assinale a opção que apresenta uma palavra formada pelo mesmo processo de formação da
palavra “ameaça” (terceiro período).

a) “conduta” (último período)


b) “encontro” (último período)
c) “presença” (terceiro período)
d) “rastro” (último período)

3. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Texto 2A01


Era um sábado de abril. B... chegara àquele porto e descera a terra, deu alguns passeios. Ao
dobrar uma esquina, viu certo movimento no fim da outra rua, e picou o passo a descobrir o que
98 era.
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Era um incêndio no segundo andar de uma casa. Polícia, autoridades, bombas iam começar o seu
ofício.
B... viu episódios interessantes, que esqueceu logo, tal foi o grito de angústia e terror saído da boca de
um homem que estava ao pé dele. Não teve tempo nem língua em que perguntasse ao desconhecido
o que era. Ali, no meio do fumo que rompia por uma das janelas, destacava-se do clarão, ao fundo, a
figura de uma mulher.
A mulher parecia hesitar entre a morte pelo fogo e a morte pela queda. A alma generosa do oficial
não se conteve, rompeu a multidão e enfiou pelo corredor.
Não se lembrava como pôde fazer isso; lembrava-se que, a despeito das dificuldades, chegou
ao segundo andar. Tudo aí era fumo. O fumo rasgou-se de modo que ele pôde ver o busto da
mulher...
– A mulher, — disse ele ao terminar a aventura, e provavelmente sem as reticências que Abel
metia neste ponto da narração, — a mulher era um manequim, posto ali de costume ou no come-
ço do incêndio, como quer que fosse, era um manequim.
A morte agora, não tendo mulher que levasse, parecia espreitá-lo a ele, salvador generoso. Des-
ceu os degraus a quatro e quatro. Transpondo a porta da sala para o corredor, quando a multidão
ansiosa estava a esperá-lo, na rua, uma tábua, um ferro, o que quer que era caiu do alto e que-
brou-lhe a perna...
Tratou-se a bordo e em viagem. Desembarcando aqui, no Rio de Janeiro, foi para o hospital onde Abel
o conheceu. Contava partir em breves dias. Abel não se despediu dele. Mais tarde soube que, depois
de alguma demora em Inglaterra, foi mandado a Calcutá, onde descansou da perna quebrada, e do
desejo de salvar ninguém.

Machado de Assis. Um incêndio. In: Obra completa de Machado de Assis, Vol. II, Rio de Janeiro: Nova Aguilar,
1994. Internet: <https://www.machadodeassis.ufsc.br>(com adaptações).

Os verbos empregados no primeiro período do texto 2A01 expressam

a) continuidade de ações não limitadas no tempo.


b) ideias invariáveis de tempo.
c) variações do tempo pretérito.
d) ações finalizadas em um mesmo momento.
e) ações momentâneas determinadas no tempo.

4. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Texto CG4A1-I

O dano ambiental não apresenta um conceito previsto no ordenamento jurídico brasileiro, pro-
LÍNGUA PORTUGUESA

vavelmente pela dificuldadeb de se concentrar, em uma única definiçãoe, a complexidade e a


amplitude do referido instituto, de forma a uniformizar tal ocorrênciaa. A doutrinac assevera que é
a poluição que, ultrapassando os limites do desprezível, causa alterações adversas no ambiente,
e que o fato de que ela seja capaz de provocar um desvalor ambiental merece reflexão. Assevera,
ainda, que o dano ambiental, isto é, a consequência gravosa ao meio ambiente de um ato ilícito,
não se apresenta como uma realidade simples.
Por ser reconhecida como uma atividade de significativo impacto ambiental, a mineração impõe
aos que a executam a reparação dos danos causados, já que a Constituição Federal de 1988
reconhece tal obrigação quando afirma que “Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado
99
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a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão públi-
co competente, na forma da lei”.
Assim, como a atividade do garimpo é baseada na exploração dos recursos minerais, tal obriga-
ção também se estende aos garimpeiros e é reiterada pela legislação, que prevê a necessidade
de recuperar as áreas degradadas por suas atividades.
Até os dias de hoje, o mercúrio ainda é utilizado de forma desordenada nas atividades minerá-
rias. Ele tem a função de auxiliar na separação do ouro pelo processo da amalgamação, em que
o mercúrio adere ao ouro, formando um amálgama.
Algumas consequências ambientais decorrentes da lavra garimpeira consistem na redução da biodi-
versidade, na alteração da paisagem e da quantidade dos bens minerais e na ausência de determina-
dos seres vivos, como mamíferos e aves, pois os instrumentos utilizados no garimpo modificam as
condições ideais do hábitat desses animais, tanto no que se refere à degradação da área quanto no
tocante à poluiçãod sonora.
Logo, uma vez que o garimpo produz impactos no meio ambiente, o garimpeiro deve pleitear a permis-
são para o exercício da atividade junto ao governo federal. Essa permissão facilita o monitoramento
da área em que se desenvolverá a extração de minérios, e, posteriormente, poderá ensejar a responsa-
bilização de quem degradou e não recuperou a área utilizada para a mineração, o que se faz essencial,
em virtude dos impactos negativos gerados e dos danos causados ao meio ambiente.

Internet: <http://ojs.unimar.br> (com adaptações).

No segundo período do primeiro parágrafo do texto CG4A1-I, o pronome “ela” tem como referente, no
parágrafo, o termo

a) “ocorrência” (primeiro período).


b) “dificuldade” (primeiro período).
c) “doutrina” (segundo período).
d) “poluição” (segundo período).
e) “definição” (primeiro período).

5. (CEBRASPE-CESPE — 2022)

100
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Levando em consideração os sentidos e os aspectos linguísticos do texto precedente, assinale a
opção correta.

A palavra “capciosos”, no trecho “Adjetivos demais podem estar camuflando objetivos capcio-
sos”, tem o mesmo sentido de

a) perversos.
b) perigosos.
c) assombrosos.
d) ardilosos.

Leia o texto a seguir para responder às questões 6 e 7.

Texto LP-1-A1

Crescimento econômico geralmente implica aumento nas atividades em todos os setores –


indústria, comércio, serviços, consumo. Em outras palavras, significa mais extração de recursos
naturais, mais produção e mais coisas devolvidas à terra na forma de lixo. O crescimento eco-
nômico deveria ser um meio de valor neutro para atender às necessidades básicas de todos e
criar comunidades mais saudáveis, energia mais limpa, infraestrutura mais sólida, cultura mais
vibrante etc. Durante muito tempo, ele contribuiu para a difusão desses objetivos fundamentais
em algumas partes do planeta, propiciando a abertura de estradas, a construção de moradias
etc. Agora, talvez já tenhamos coisas suficientes para atender às necessidades básicas de todos;
só que elas não são distribuídas de forma justa.
Uma grande parte do problema é que o sistema econômico dominante valoriza o crescimento
como um objetivo em si mesmo. Por isso usamos o produto interno bruto, ou PIB, como a medi-
da padrão do sucesso de uma nação. O PIB contabiliza o valor dos bens e serviços produzidos
a cada ano. Mas deixa de fora facetas importantes, ao não considerar a distribuição desigual e
injusta da riqueza, nem examinar quão saudáveis e satisfeitas estão as pessoas. É por isso que o
PIB de um país pode seguir subindo a ótimos 3% ao ano, e a renda dos trabalhadores ficar estag-
nada, caso a riqueza emperre em um determinado ponto do sistema. Além disso, os verdadeiros
custos ecológicos e sociais do crescimento não são incluídos no PIB.
A fé de nossa sociedade no crescimento econômico repousa na suposição de que sua continuidade
é tão possível quanto benéfica. Mas nenhum dos dois pressupostos é verdadeiro. Primeiro porque,
devido aos limites do planeta, o crescimento econômico infinito é impossível. Ultrapassado o patamar
em que as necessidades humanas básicas são atendidas, ele tampouco se revelou uma estratégia
LÍNGUA PORTUGUESA

para aumentar o bem-estar. Registramos, hoje, nas grandes metrópoles, um alto nível de estresse,
depressão, ansiedade e solidão.

Annie Leonard. Uma história das coisas.

Da natureza ao lixo, o que acontece com tudo o que consumimos. Rio de Janeiro, Zahar, 2010, p. 16-7 (com
adaptações).

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6. (CEBRASPE-CESPE — 2022) No primeiro período do texto LP-1-A1, o vocábulo “implica” é usado
com o sentido de

a) cisma.
b) imana.
c) imbui.
d) acomete.
e) acarreta.

7. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Com base nos sentidos do texto LP-1-A1, julgue os itens que se
seguem.

I. A autora assevera que já foram produzidas bastantes coisas para atender às necessidades básicas
de todos.
II. Na perspectiva da autora, a não consideração da distribuição da riqueza produzida é o revés de
se adotar o PIB como medida de sucesso de uma nação.
III. No último parágrafo, os dois pressupostos considerados falsos pela autora são: a possibilidade
de um crescimento econômico constante e o caráter salutar dessa constância do crescimento.

Assinale a opção correta.

a) Apenas o item I está certo.


b) Apenas o item III está certo.
c) Apenas os itens I e II estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.
e) Todos os itens estão certos.

Leia o texto a seguir para responder às questões 8 e 9.

Texto CG1A1-I

Em 2020, a pandemia de covid-19 fez com que mulheres em situação de violência ficassem ain-
da mais vulneráveis. O início da pandemia foi marcado por uma crescente preocupação a respei-
to da violência contra meninas e mulheres, as quais passaram a conviver mais tempo em suas
residências com seus agressores, muitas vezes impossibilitadas de acessar serviços públicos e
redes de apoio.
O cenário retratado no Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2020 evidencia a queda de
crimes letais contra a mulher, mas não a diminuição da violência: houve um sensível aumento
das denúncias de lesão corporal dolosa e das chamadas de emergência para o número das
polícias militares, o 190, todas no contexto de violência doméstica, assim como o aumento dos
casos notificados de ameaça contra mulheres. A quantidade de medidas protetivas de urgência
solicitadas e concedidas também aumentou consideravelmente.
O ano de 2021 foi caracterizado por parte da retomada das atividades rotineiras em meio à
redução dos índices de transmissão da covid-19 e da queda das mortes decorrentes da doença,
em consequência da vacinação. Compreender as estatísticas criminais de violência contra as
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mulheres nos anos de 2020 e 2021 nos ajuda a pensar nas políticas públicas a serem implemen-
tadas no contexto da pandemia de covid-19 e da consequente intensificação da crise econômica
vivenciada no Brasil. A pesquisa Visível e Invisível, realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança
Pública, apontou que, no ano de 2020, a perda de emprego e a diminuição da renda familiar foram
sentidas de forma mais intensa pelas mulheres que sofreram violência, o que tornou mais difícil
para essas mulheres romper com parceiros abusivos ou relações violentas.
A exemplo do que vimos em outros países, embora tenha ocorrido queda nos registros, sabia-se que
a violência contra a mulher estava aumentando de forma silenciosa e era preciso agir rápido. Algumas
ações foram realizadas pelas instituições policiais a fim de enfrentar o desafio que estava posto: a
ampliação do rol de tipos penais que podem ser denunciados via boletim de ocorrência online, por
exemplo, foi uma das iniciativas tomadas por praticamente todas as unidades da Federação, o que
possibilitou que, em alguns estados, pela primeira vez, o registro de violência doméstica fosse feito sem
que se precisasse ir até uma delegacia, bastando, para isso, o acesso à Internet e a um dispositivo como
tablet, smartphone ou computador. Nesse sentido, campanhas de denúncia da violência doméstica
divulgadas em farmácias e supermercados, dentro da lógica da Campanha Sinal Vermelho, idealizada
pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e pelo Conselho Nacional da Justiça (CNJ), consis-
tiram em importante ação de repercussão nacional.

Internet: <https://forumseguranca.org.br> (com adaptações).

8. (CEBRASPE-CESPE — 2022) No texto CG1A1-I, o vocábulo “ampliação” (segundo período do


quarto parágrafo) veicula o mesmo sentido da palavra

a) abrangência.
b) criação.
c) autorização.
d) aumento.
e) mudança.

9. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Considerando a pontuação empregada no primeiro período do


segundo parágrafo do texto CG1A1-I, assinale a opção correta.

a) A correção gramatical do texto seria mantida caso fosse inserida uma vírgula logo após a expressão
“assim como”.
b) A inserção de vírgula logo após “Anuário Brasileiro de Segurança Pública” manteria a correção
gramatical do texto.
c) A eliminação da vírgula imediatamente seguinte à palavra “mulher” manteria a correção gramatical do
LÍNGUA PORTUGUESA

texto.
d) A substituição do sinal de dois-pontos por ponto final prejudicaria a correção gramatical do texto, ainda
que feito o devido ajuste de letra inicial minúscula e maiúscula.
e) A substituição da vírgula empregada após “190” por ponto final prejudicaria a correção gramatical do tex-
to, ainda que feito o devido ajuste de letra inicial minúscula e maiúscula.

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10. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Texto CG2A1-I

Durante os séculos XXI a XVII a.C., já era possível encontrar indícios do direito de acesso à justiça no
Código de Hamurabi, cujas leis foram embasadas na célebre frase “Olho por olho, dente por dente”, da
Lei de Talião. O código definia(b) que o interessado poderia ser ouvido pelo soberano, que, por sua vez,
teria o poder de decisão.
Em nível global, o acesso à justiça foi ampliado(c) de forma gradual, juntamente com as transforma-
ções sociais que ocorreram durante a história da humanidade.
Com a derrota de Hitler em 1945 e, portanto, o fim da Segunda Guerra Mundial, da qual o Brasil par-
ticipou contra as ditaduras nazifascistas —(d) devido à entrada dos Estados Unidos da América no
conflito, liderando e coordenando os esforços de guerra dos países do Eixo dos Aliados —(d), o mundo
foi tomado pelas ideias democráticas, e o regime autoritário do Estado Novo (iniciado em 1937) já não
se podia manter.
Foi somente com a Constituição de 1946(a) que o acesso à justiça foi materializado, prevendo-se que
a lei não poderia excluir do Poder Judiciário qualquer violação de direitos individuais. Esse foi um
grande avanço da legislação brasileira, mas não durou muito, já que, quase vinte anos depois, durante
o regime militar (1964-1985), o acesso ao Poder Judiciário foi bastante limitado. Nos anos de 1968 e
1969, com a emissão dos atos institucionais, as condutas praticadas por membros do governo federal
foram excluídas da apreciação judicial.
A partir de 1970, o Brasil começou a caminhar para a consagração efetiva do direito de acesso à
justiça, com a intensificação da luta dos movimentos sociais por igualdade social, cidadania plena,
democracia, efetivação de direitos fundamentais e sociais e efetividade da justiça.
Em 1988, foi promulgada a atual Constituição Federal, que materializou expressamente o acesso à
justiça em seu artigo 5.º,(e) inciso XXXV, como direito fundamental de todos os brasileiros e estrangeiros
residentes no Brasil.
Nesse sentido, o legislador constituinte não só concedeu a possibilidade de acesso aos tribunais,
como também estabeleceu a criação de mecanismos adequados para garanti-la e efetivá-la.
O acesso à justiça deve ser compreendido, assim, como o acesso obtido tanto pelos meios alterna-
tivos de solução de conflitos de interesses quanto pela via jurisdicional e das políticas públicas, de
forma tempestiva, adequada e eficiente, a toda e qualquer pessoa. É a pacificação social com a reali-
zação do escopo da justiça.

Internet: <www.politize.com.br> (com adaptações).

A correção gramatical do texto CG2A1-I seria preservada se

a) fosse inserida uma vírgula logo após “Constituição de 1946”.


b) fosse inserido o sinal de dois-pontos logo após a forma verbal “definia”.
c) fosse inserida uma vírgula logo após a palavra “ampliado”.
d) fossem suprimidos os travessões empregados no parágrafo.
e) fosse suprimida a vírgula empregada logo após “artigo 5.º”.

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Leia o texto a seguir para responder às questões 11 e 12.

Texto 2A02

Utilizando a identificação de datação de combustíveis fósseis, pesquisadores descobriram os incên-


dios florestais mais antigos já apontados. Ao analisarem depósitos de carvão de 430 milhões de anos
do País de Gales e da Polônia, eles levantaram informações valiosas sobre como era a vida na Terra
durante o período Siluriano – cerca de 440 milhões de anos atrás.
Naquele tempo, as plantas eram extremamente dependentes da água para se reproduzir e provavel-
mente não chegaram a existir em regiões com secas intensas. Os incêndios florestais discutidos no
estudo teriam queimado vegetação rasteira, além de plantas comuns de pequeno porte – da altura do
joelho ou da cintura.
As queimadas precisam de três coisas para existir: combustível (as plantas), uma fonte de ignição (no
caso, os raios) e oxigênio suficiente para propagar a chama.
O fato de esses incêndios terem se espalhado e deixado depósitos de carvão sugere, segundo
os pesquisadores, que os níveis de oxigênio atmosférico da Terra eram de pelo menos 16%. Com
base na análise das amostras de carvão, eles acreditam que os níveis há 430 milhões de anos
podem ter sido similares aos atuais 21% – ou até superiores.
A pesquisa ajuda a entender um pouco mais sobre o ciclo de oxigênio e a fotossíntese da vida
vegetal nesse período. Ao saber os detalhes desse ciclo ao longo do tempo, os cientistas podem
ter uma visão melhor de como a vida evoluiu até aqui.
Os incêndios florestais, assim como agora, teriam contribuído também para os ciclos de carbono
e fósforo e para o movimento de sedimentos no solo terrestre. É uma combinação complexa de
processos, que exige um trabalho em áreas diversas do conhecimento.
Esse achado recente com certeza auxilia nesses estudos. Anteriormente, o recorde de incêndio flores-
tal mais antigo registrado era de 10 milhões de anos. A nova data confere uma visão mais profunda
do passado – e também destaca a importância que a pesquisa de incêndios florestais tem no mapea-
mento da história geológica.
“As queimadas têm sido um componente integral nos processos do sistema terrestre por um longo
tempo, mas seu papel nesses processos certamente foi subestimado” conta Ian Glasspool, primeiro
autor do estudo.

Leo Caparroz. Revista Superinteressante. 20/6/2022. Internet: <https://super.abril.com.br/...> (com adaptações).

11. (CEBRASPE-CESPE — 2022) No último parágrafo do texto 2A02, as vírgulas foram empregadas,
respectivamente, para
LÍNGUA PORTUGUESA

a) isolar um aposto explicativo e separar uma oração coordenada.


b) separar uma oração coordenada e marcar o deslocamento de um adjunto adverbial.
c) separar termos de uma enumeração e introduzir um aposto explicativo.
d) separar uma oração coordenada e isolar um termo explicativo.
e) isolar uma oração coordenada e separar termos de uma enumeração.

12. (CEBRASPE-CESPE — 2022) De acordo com o texto 2A02, as queimadas do período Siluriano,
citado ao final do primeiro parágrafo,

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a) teriam ocorrido por ação humana.
b) eram prejudiciais aos ciclos naturais da Terra na época.
c) ocorriam apesar dos baixos índices de oxigênio da Terra em comparação aos atuais.
d) ajudam a revelar ciclos ambientais relativos a muitos fatores naturais.
e) são estudadas a partir de hipóteses abstratas, sem base em materiais concretos.

Leia o texto a seguir para responder às questões 13 e 14.

Texto CG2A1-I

O trabalho é considerado algo central na vida dos sujeitos, ainda mais com o crescimento da expecta-
tiva de vida, sendo um mediador dos ciclos da existência dos trabalhadores. E algo que é considerado
de extrema importância nesse contexto é o processo de aposentadoria. Nos últimos anos, a aposen-
tadoria tornou-se um tema de grande relevância no estudo do planejamento de carreira.
Do ponto de vista etimológico, a palavra “aposentadoria” carrega em si uma dualidade de significados
inerentes a esse fenômeno. Enquanto, por um lado, a aposentadoria remete à alegria e à liberdade, por
outro, ela está associada à ideia de retirar-se aos seus aposentos, ao espaço de não trabalho, podendo
ser frequentemente associada ao abandono, à inatividade e à finitude.
Desse modo, a aposentadoria pode ser interpretada de duas formas: a positiva e a negativa. A
interpretação positiva, que, de forma geral, se relaciona à noção de uma conquista ou de uma
recompensa do trabalhador, destaca a aposentadoria como uma liberdade de o indivíduo geren-
ciar sua própria vida, de maneira a moldar sua rotina como preferir, investindo mais em atividades
pessoais, sociais e familiares. A interpretação negativa, por sua vez, está vinculada a problemas
financeiros, perda de status social, perda de amigos, sensação de inutilidade ou desocupação,
entre outras situações. Além disso, com a expectativa negativa em relação à aposentadoria, sur-
gem sentimentos de ansiedade, incertezas e inquietações sobre o futuro.

Aniéli Pires. Aposentadoria, suas perspectivas e as repercussões da pandemia. In: Revista Científica Semana
Acadêmica, Fortaleza, n.º 000223, 2022. Internet:

<semanaacademica.org.br> (com adaptações).

13. (CEBRASPE-CESPE — 2022) O sinal de dois-pontos empregado após “duas formas” (primeiro
período do terceiro parágrafo do texto CG2A1-I) introduz um(a)

a) citação.
b) conclusão.
c) diálogo.
d) enumeração.
e) concessão.

14. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Com relação às ideias do texto CG2A1-I, assinale a opção correta.

a) O trabalho é considerado algo positivo na vida das pessoas, já a aposentadoria é interpretada de


forma negativa pela maior parte dos trabalhadores.

106
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b) A desocupação e a sensação de inutilidade são aspectos considerados positivos no fenômeno da
aposentadoria.
c) Um dos aspectos negativos da aposentadoria é a questão financeira.
d) Com o crescimento da expectativa de vida, a aposentadoria tem sido considerada um fenômeno
eminentemente positivo.
e) A carreira tornou-se, nos últimos anos, um tema de grande relevância no estudo do planejamento da
aposentadoria.

15. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Texto CG1A1-I

O estreitamento das relações entre instituições policiais e comunidade como um todo, em deter-
minado espaço geográfico, se coloca como uma forma eficaz de enfrentamento do sentimento
generalizado de medo, de insegurança e de descrédito em relação à segurança pessoal e coleti-
vaI. Esse modo de responder ao problema da violência e da criminalidade de forma preventiva e
com a participação da sociedade tem recebido denominações diferenciadas, tais como polícia
comunitária, policiamento comunitário, polícia interativa, polícia cidadã, polícia amiga, polícia
solidária, não havendo consenso quanto à melhor nomenclaturaII. No entanto, há o reconheci-
mento de todos que adotaram essas experiências quanto à sua efetividadeIII na prevenção da
violência; prova disso é que seu uso tem sido muito corrente nos dias atuais.
Podemos definir polícia comunitária como um processo pelo qual a comunidade e a polícia com-
partilham informações e valores de maneiras mais intensas, objetivando promover maior segu-
rança e o bem-estar da coletividade. A Constituição Federal de 1988 foi a primeira a apresentar
um capítulo específico sobre segurança pública, no qual se encontra o artigo 144. Nessa pers-
pectiva, ao incorporar a segurança pública na Carta Magna, o legislador instituiu um status de
direito fundamental a essa matéria. Assim, o Estado é o principal garantidor da segurança públi-
ca, mas a responsabilidade recai sobre todos; consequentemente, em observância aos conceitos
e aos princípios da filosofia de polícia comunitária, o cidadão passa a ser parceiro da organiza-
ção policial, envolvendo-se na identificação de problemas, apontando prioridades e indicando
soluções com relação à segurança públicaIV, em uma perspectiva cidadã.

Severino da Costa Simão. Polícia comunitária no Brasil: contribuições para democratizar a segurança pública.
Internet: <www.cchla.ufpb.br> (com adaptações).

No texto CG1A1-I, é de uso facultativo o sinal indicativo de crase empregado no trecho

I. “em relação à segurança pessoal e coletiva” (primeiro período do primeiro parágrafo).


II. “quanto à melhor nomenclatura” (penúltimo período do primeiro parágrafo).
III. “quanto à sua efetividade” (último período do primeiro parágrafo).
LÍNGUA PORTUGUESA

IV. “com relação à segurança pública” (último período do segundo parágrafo).

Assinale a opção correta.

a) Apenas o item I está certo.


b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas o item III está certo.
d) Apenas o item IV está certo.
e) Todos os itens estão certos. 107
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16. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Texto CG1A1-I

Uma das coisas mais difíceis, tanto para uma pessoa quanto para um país, é manter sempre presentes
diante dos olhos os três elementos do tempo: passado, presente e futuro. Ter em mente esses três
elementos é atribuir uma grande importância à espera, à esperança, ao futuro; é saber que nossos atos
de ontem podem ter consequências em dez anos e que, por isso, pode ser necessário justificá-los; daí
a necessidade da memória, para realizar essa união de passado, presente e futuro.
Contudo, a memória não deve ser predominante na pessoa. A memória é, com frequência, a mãe da
tradição. Ora, se é bom ter uma tradição, também é bom superar essa tradição para inventar um novo
modo de vida. Quem considera que o presente não tem valor e que somente o passado deve nos
interessar é, em certo sentido, uma pessoa a quem faltam duas dimensões e com a qual não se pode
contar. Quem acha que é preciso viver o agora com todo o ímpeto e que não devemos nos preocupar
com o amanhã nem com o ontem pode ser perigoso, pois crê que cada minuto é separado dos minu-
tos vindouros ou dos que o precederam e que não existe nada além dele mesmo no planeta. Quem
se desvia do passado e do presente, quem sonha com um futuro longínquo, desejável e desejado,
também se vê privado do terreno contrário cotidiano sobre o qual é preciso agir para realizar o futuro
desejado. Como se pode ver, uma pessoa deve sempre ter em conta o presente, o passado e o futuro.

Frantz Fanon. Alienação e liberdade. São Paulo: Ubu, 2020, p. 264-265 (com adaptações).

No texto CG1A1-I, existe relação de concordância do termo

a) “presentes” com “coisas mais difíceis”, no primeiro período do primeiro parágrafo.


b) “necessário” com “isso”, no segundo período do primeiro parágrafo.
c) “predominante” com “memória”, no primeiro período do segundo parágrafo.
d) “perigoso” com “ontem”, no quinto período do segundo parágrafo.
e) “preciso” com “o qual”, no sexto período do segundo parágrafo.

17. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Texto CB1A1-III

Em um mercado cada dia mais competitivo e globalizado, torna-se essencial que as empresas
procurem adotar estratégias que lhes proporcionem maior desenvolvimento, possibilitando-lhes
destacar-se quanto à capacidade e eficiência para criar, expandir e aplicar recursos. Ressalte-se
que as companhias se destacam competitivamente quando adquirem resultados satisfatórios a
partir da adoção de práticas aceitas e valorizadas no ambiente em que atuam. Assim, as estra-
tégias competitivas refletem a maneira como as empresas se distinguem de suas concorrentes.
Dentre as diversas estratégias competitivas, destacam-se a internacionalização e a inovação. A
internacionalização é motivada pela necessidade de recursos, mercados e ativos estratégicos,
enquanto a inovação é impulsionada pela necessidade de obtenção de maior eficiência econô-
mica e financeira. Ademais, a internacionalização induz o uso da inovação e proporciona melho-
res resultados competitivos e, assim como a inovação, pode facilitar a inserção em mercados
estrangeiros, propiciando a abertura de caminhos para atuação em diferentes ambientes.

Antonio Albuquerque Filho et alii. Influência da internacionalização e da inovação na competitividade


empresarial. In: Revista Eletrônica de Negócios Internacionais (Internext), v.

108 15, n.º 1, 2020, p. 1 e 2 (com adaptações).


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Consideradas as relações coesivas do último período do texto CB1A1-III, é correto afirmar que a
flexão da forma verbal “pode” na terceira pessoa do singular justifica-se pela concordância verbal
de “pode facilitar” com

a) “a internacionalização”.
b) “a inserção em mercados estrangeiros”.
c) “o uso da inovação”.
d) “a inovação”.

Leia o texto a seguir para responder às questões 18 e 19.

Texto CG1A1-I

No meio científico, a imaginação é conhecida como especulação e tratada com certa descon-
fiança –— nas publicações, costuma ser acompanhada de uma advertência obrigatória. Parte
da redação de uma pesquisa consiste em limpá-la de voos fantasiosos, de conversa fiada e
dos milhares de tentativas e erros que dão origem até mesmo às menores descobertas. Nem
todo mundo que lê um estudo quer atravessar muito espalhafato. Ainda, os cientistas precisam
parecer confiáveis. Entre sorrateiramente nos bastidores da ciência e talvez você não encontre
as pessoas em sua melhor aparência. Mesmo nos bastidores, nas reflexões noturnas que com-
partilhei com colegas, era incomum entrar em detalhes de como havíamos imaginado –— de
modo acidental ou deliberado –— os organismos que estudamos, fossem eles peixes, bromélias,
cipós, fungos ou bactérias. Havia algo embaraçoso em admitir que o emaranhado de nossas
conjecturas, fantasias e metáforas sem fundamento pudesse ter ajudado a moldar a nossa pes-
quisa. Apesar disso, a imaginação faz parte da atividade cotidiana da pesquisa. A ciência não é
um exercício de racionalidade a sangue-frio. Os cientistas são – e sempre foram – emocionais,
criativos, intuitivos, seres humanos inteiros, lançando perguntas sobre um mundo que não foi
feito para ser catalogado e sistematizado. Sempre que eu perguntava o que esses fungos faziam
e elaborava estudos para tentar entender seu comportamento, precisava imaginá-los.

Merlin Sheldrake. A trama da vida. Como os fungos constroem o mundo. São Paulo: Fósforo/Ubu Editora, 2021, p.
29 (com adaptações)

18. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Considerando a correção gramatical das substituições propostas


para vocábulos e trechos do texto CG1A1-I, julgue os itens seguintes.

I. “dos milhares” (segundo período) por das milhares


II. “parecer” (quarto período) por parecerem
LÍNGUA PORTUGUESA

III. “entrar” (sexto período) por entrarem

Assinale a opção correta.

a) Nenhum item está certo.


b) Apenas o item I está certo.
c) Apenas o item II está certo.
d) Apenas os itens I e III estão certos.
e) Todos os itens estão certos.
109
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19. (CEBRASPE-CESPE — 2022) No texto CG1A1-I, ao qualificar o mundo estudado pelos cientistas
como “um mundo que não foi feito para ser catalogado e sistematizado” (penúltimo período), o
autor indica

a) certa distância entre os propósitos da ciência e os propósitos dos cientistas.


b) uma consequência da emotividade, criatividade e intuição dos cientistas.
c) uma concessão à emotividade dos cientistas.
d) uma justificativa para a emotividade, criatividade e intuição dos cientistas.
e) a contradição entre a sistematicidade da ciência e a emotividade dos cientistas.

20. (CEBRASPE-CESPE — 2022) Texto CG4A1-II

Em 13 de maio de 1888, o Estado brasileiro aboliu oficialmente a escravidão clássica, com a assi-
natura, pela princesa Isabel, da Lei Áurea. Entretanto, tal ato estatal não significou sua extinção
no mundo dos fatos, pois, apesar da proibição da possibilidade jurídica de se exercer o direito de
propriedade sobre uma pessoa humana, o Estado deixou de implementar reformas sociais, prin-
cipalmente fundiárias e de inclusão social, que viabilizassem a reconstrução do país e, assim, a
superação do problema, especialmente o da reinserção da mão de obra outrora escrava no mer-
cado de trabalho livre e assalariado.
No período pós-abolição da escravidão clássica, as condições de miserabilidade dos escravos
recém-libertos permaneceram, especialmente pelo fato de os postos de trabalho assalariados
serem destinados aos imigrantes europeus, conjuntura essa que desenhava o perfil da escravi-
dão contemporânea. A fragilidade das leis que regulavam as relações de trabalho, à época, ape-
sar de protagonizarem a “liberdade de contratar”, sucumbia à realidade dos fatos, que submetia
os ex-escravos e demais campesinos vulneráveis à sujeição às mesmas condições de explora-
ção exacerbada do escravismo clássico colonial.
De forma semelhante ao retrato da escravidão do passado, a escravidão contemporânea con-
siste em grave violação a direitos fundamentais, ao limitar a liberdade da pessoa humana do
trabalhador, atingindo-lhe o status libertatis e, com efeito, a sua dignidade. Vilipendia direitos
mínimos e caros à autodeterminação humana e viola valores e princípios sagrados e essenciais
à sobrevivência distintiva com relação aos seres irracionais e que alicerçam as balizas mínimas
de dignidade.
A escravidão contemporânea deve ser concebida como a coisificação, o uso e o descarte de
seres humanos: o limite e o instrumento necessários para garantir o lucro máximo. Trata-se da
superexploração gananciosa do homem pela forma mais indigna possível: na escravidão dos
dias atuais, o ser humano é transformado em propriedade do seu semelhante, que está em uma
posição de classe economicamente superior – e isso ocorre a tal ponto que se anula o poder
deliberativo da sua função de trabalhador: ele pode até ter vontades, mas não pode realizá-las.

Internet: <https://acervo.socioambiental.org> (com adaptações).

De acordo com as ideias presentes no primeiro parágrafo do texto CG4A1-II, a escravidão no


Brasil

a) está prevista no mundo jurídico atual, desde que não haja propriedade sobre a pessoa humana.
110
b) não foi, de fato, abolida.
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c) não foi oficialmente abolida.
d) foi extinta, no mundo dos fatos, pela Lei Áurea.
e) advém da completa ausência de reformas sociais inclusivas.

9 GABARITO

1 D

2 B

3 C

4 D

5 D

6 E

7 B

8 D

9 E

10 C

11 D

12 D

13 D

14 C

15 C

16 C

17 A

18 A

19 D

20 B

ANOTAÇÕES

LÍNGUA PORTUGUESA

111
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ANOTAÇÕES

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