MIOLO Marketing VolUnico
MIOLO Marketing VolUnico
MIOLO Marketing VolUnico
Volume Único
Paulo Henrique Pinho de Oliveira
Apoio:
Fundação Cecierj / Consórcio Cederj
www.cederj.edu.br
Presidente
Gilson Rodrigues
Vice-presidente
Marilvia Dansa de Alencar
Coordenação do Curso de Engenharia de Produção
CEFET – Diego Carvalho
UFF - Cecília Toledo Hernández
Material Didático
Elaboração de Conteúdo Diretoria de Material Impresso Capa
Paulo Henrique Pinho de Oliveira Ulisses Schnaider Vinicius Mitchell
M345m
Oliveira, Paulo Henrique Pinho de
Marketing. Volume único / Paulo Henrique Pinho de Oliveira.
– Rio de Janeiro : Fundação Cecierj, 2019.
CDD: 658.83
Instituições Consorciadas
CEFET/RJ - Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca
Diretor-geral: Carlos Henrique Figueiredo Alves
Aula 10 • Branding������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������167
Paulo Henrique Pinho de Oliveira
Metas
Apresentar os principais conceitos de marketing, explicando a evolução
do papel deste nas organizações.
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
1. diferenciar as etapas do marketing;
8
Marketing
Introdução
9
Aula 1 • Introdução ao marketing
Aula 1 •
Aula 1 •
O que é marketing?
O marketing é uma ciência considerada recente, que busca en-
tender e segmentar o mercado consumidor de forma a estudar seus
comportamentos e emoções. Isto permite que se tracem estratégias
para ligá-lo a uma determinada marca ou produto.
Segundo Las Casas (2007),
A evolução do marketing
O marketing pode ser definido de muitas formas. Contudo, Kotler,
conhecido como o “pai do marketing”, define-o da seguinte maneira:
“É o processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o
que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos
de valor com outros” (KOTLER, 1999, p. 27).
Em seus estudos, Kotler divide o marketing em quatro etapas, con-
forme vemos na Figura 1.2, a seguir.
12
Marketing
13
Aula 1 • Introdução ao marketing
Aula 1 •
Aula 1 •
Atividade 1
Atende ao Objetivo 1
14
Marketing
Resposta Comentada
a) (2); b) (3); c) (1); d) (4).
15
Aula 1 • Introdução ao marketing
Aula 1 •
Aula 1 •
16
Marketing
Perceba que surgiram agora diversas áreas novas que ainda não
tinham sido apresentadas; estas subdivisões vão surgindo de acordo
com as necessidades do negócio. Em resumo, a área de planejamento de
marketing era responsável pelo acompanhamento das vendas em todos
os canais de vendas, e o cronograma de ações promocionais. Na área
de trade, as atividades estão associadas ao material de merchandising
que é preparado especificamente para cada canal de venda, enquanto
a área de estruturação de canais é responsável pela estratégia e otimi-
zação de cada canal. Por fim, a área de produtos fica responsável pela
pesquisa e desenvolvimento de novos produtos da empresa, enquanto
a área de ofertas se preocupa com os benefícios que cada produto
ofereceria para o consumidor, planejando também sua precificação.
Outro exemplo de grande empresa é a Coca-Cola: pelo site da
empresa é possível conhecer sua estrutura organizacional, que possui
subdivisões completamente diferentes (Figura 1.5).
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Aula 1 • Introdução ao marketing
Aula 1 •
Aula 1 •
Atividade 2
Atende ao Objetivo 2
Por que é tão comum encontrar pequenas empresas sem uma área
de marketing?
Resposta Comentada
Porque a grande maioria das atividades de marketing não gera re-
torno financeiro imediato, os benefícios são de médio e longo prazo.
Empresas pequenas acabam optando por estruturas organizacionais
mais simples, não somente para reduzir os custos, mas para manter o
foco nas vendas cujo retorno financeiro é imediato.
18
Marketing
19
Aula 1 • Introdução ao marketing
Aula 1 •
Aula 1 •
Marketing pessoal
20
Marketing
Marketing viral
21
Aula 1 • Introdução ao marketing
Aula 1 •
Aula 1 •
Atividade 3
Atende ao Objetivo 3
Resposta Comentada
As ações de marketing indireto são mais recomendadas para situações
em que a mensagem a ser divulgada é clara, objetiva e pode ser facil-
mente compreendida por qualquer pessoa que vir a peça publicitária.
No caso do marketing direto, recomenda-se usá-lo quando for um
produto mais complexo de ser vendido, ou quando se tem muita con-
corrência e o vendedor precisará argumentar bastante sobre os atributos
de seu produto para convencer o cliente. Há ainda situações em que a
região de atuação é limitada e uma ação de marketing indireto atingi-
ria muito mais público do que a empresa poderia atender. Neste caso,
então, recomenda-se também ações pontuais localizadas somente na
região onde a empresa conseguirá atender os clientes.
Conclusão
Depois de tudo o que vimos nesta aula você agora já é capaz de
compreender melhor o que são as atividades de marketing, e como
elas podem ser executadas nos mais diferentes tipos de organizações
sejam pequenas ou grandes corporações.
22
Marketing
Atividade Final
Atende ao Objetivo 4
Com base em tudo o que estudamos nesta aula, explique como é pos-
sível e quais os benefícios de se investir em ações de marketing mesmo
para empresas pequenas.
Resposta Comentada
Como o objetivo do marketing é identificar as oportunidades de mer-
cado, conhecer melhor o consumidor e oferecer uma solução para
suas necessidades através de seus produtos e serviços, o marketing
pode, sim, ser aplicado de empresas pequenas a grandes corporações.
Numa empresa pequena, por exemplo, as ações do marketing seriam
voltadas para conhecer melhor o consumidor através de alguns for-
mulários que a equipe de vendas (ou de atendimento) pode aplicar.
O foco no consumidor permitirá à empresa usar estes questionários
para identificar pontos de melhoria em seus produtos ou serviços, e
assim melhorar a satisfação de seus clientes.
O marketing também analisa a concorrência, e isso deve ser feito
por todas as empresas para conseguir se posicionar no mercado com
algum tipo de diferenciação.
Os benefícios de se aplicar o marketing desde o início de uma empresa
é a otimização dos recursos: uma vez que conhece melhor seus con-
sumidores, a empresa não precisa gastar tanto com divulgação. Além
disso, a marca já cresce de forma sólida e consistente na percepção
dos consumidores.
Resumo
O marketing é uma ciência considerada recente, que busca entender
e segmentar o mercado consumidor, de forma a estudar seus comporta-
mentos e emoções e, assim, traçar estratégias para ligá-lo a uma deter-
minada marca ou produto. Com o passar do tempo, novas tendências
e tecnologias são lançadas, e assim como outros setores, o marketing
vem se adaptando e se remodelando, sem deixar seus princípios de lado.
23
Aula 1 • Introdução ao marketing
Aula 1 •
Aula 1 •
Referências
CRESCITELLI, Edson. Marketing de relacionamento: um estudo sobre
as relações entre vendedores varejistas e fabricantes de eletrodomés-
ticos. 2003. Tese (Doutorado) – Faculdade de Economia, Adminis-
tração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003.
Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/
tde-27042009-175454/pt-br.php. Acesso em: 08 jan. 2019.
KOTLER, Philip. Administração de marketing. 10. ed. São Paulo: Pe-
arson Prentice Hall, 2004.
KOTLER, Philip; KARTAJAYA, Hermawan; SETIAWAN, Iwan. Ma-
rketing 3.0 – As forças que estão definindo o novo marketing centrado
no ser humano. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 159 p.
KOTLER, Philip; KARTAJAYA, Hermawan; SETIAWAN, Iwan. Ma-
rketing 4.0 – Do tradicional ao digital. Rio de Janeiro: Sextante, 2017.
KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de marketing.
12. ed. São Paulo: Pearson Hall, 2006. 750 p.
LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Marketing de serviços. 5. ed. São Paulo:
Atlas, 2007.
24
Aula 2
Mix de marketing – produto
Metas
Apresentar a base de um plano de marketing, que são os 4 Ps: produto,
praça, promoção e preço. Detalhar as estratégias de produto, usando
como exemplo algumas das maiores empresas do mundo.
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
1. compreender o papel da estratégia de produto dentro do plano
de marketing;
26
Marketing
Introdução
Agora que você já sabe o que é marketing e qual o seu papel dentro
de uma organização, vamos começar a compreender como funciona
o planejamento de marketing.
Diante da capacidade tão abrangente do marketing, conforme apre-
sentamos na aula anterior, é preciso organizar melhor as ideias para
construir uma estratégia de marketing coerente. Ou seja, o marketing
possui uma quantidade muito grande de opções a serem utilizadas
para a concepção de um produto, para sua distribuição, divulgação e
venda. Para organizar isso tudo, temos o mix de marketing: produto,
praça, promoção e preço.
Popularmente conhecido como “4 Ps”, o mix de marketing foi a ma-
neira encontrada por Kotler (2004) para organizar tantas atividades
diferentes de uma forma mais adequada e coerente, permitindo que
o planejamento consiga manter o alinhamento estratégico e a otimi-
zação dos recursos.
Nesta aula, vamos abordar especificamente as estratégias do “P de
produto”. É importante destacar que não é somente definir qual será
o produto ou serviço a ser vendido. Quando falamos de produto no
mix de marketing, estamos nos referindo ao conjunto de ações rela-
cionadas ao produto/serviço que poderão ser utilizadas. Não esqueça:
estratégia de produto!
O mix de marketing
O mix de marketing, ou 4Ps do marketing, representa os pilares
que equilibram os esforços de venda para uma estratégia de marketing.
Alguns autores apresentam outros nomes, formas ou funções, mas
aqui vamos trabalhar com o conceito original de Philip Kotler, que
sustentou todos os outros. Há também a discussão sobre a entrada
de outros “Ps”, como o de pessoas, mas só vamos entrar nisso na aula
sobre marketing de serviços.
Nas próximas aulas, vamos abordar cada um destes quatro “Ps”.
Por enquanto, focaremos apenas no “P de produto”, como já dito an-
teriormente. Resumindo o que Kotler trouxe em seu principal livro
– Administração de marketing: análise, planejamento e controle (1967),
em autoria com Kevin L. Keller –, podemos dizer que o “P de produto”
se refere ao produto (ou serviço) ofertado ao consumidor. No caso
de produto físico, também analisa os serviços, esforços de venda, sua
função, aparência, embalagem, garantia, entre outras características.
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Aula 2 • Mix de marketing – produto
Aula 2 •
Aula 2 •
A hierarquia do produto
Para que se possa realmente ter uma estratégia de marketing eficaz e
alcançar as metas, é importante que, antes de tudo, a empresa conheça
bem seus produtos e serviços que serão oferecidos no mercado. E, para
ajudar nesta autoavaliação das empresas, Kotler (2004) sugeriu uma
análise com a hierarquia de produto.
28
Marketing
29
Aula 2 • Mix de marketing – produto
Aula 2 •
Aula 2 •
30
Marketing
Goodyear
Em 2016, no salão de Genebra, a Goodyear apresentou um con-
ceito de seu produto para os veículos do futuro: o pneu esférico.
Ciente de que as montadoras de automóveis estão desenvolvendo
tecnologias para os veículos autônomos que podem utilizar a
mesma tecnologia de levitação magnética nos trens, a Goodyear
decidiu então mostrar que, quando isso for possível, a empresa
estará pronta para oferecer seus pneus! (REDAÇÃO AUTOES-
PORTE, 2016).
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Aula 2 • Mix de marketing – produto
Aula 2 •
Aula 2 •
Atividade 1
Atende ao Objetivo 1
Resposta comentada
Importante entender que boa parte dos itens que aparecem nesta análise
podem ser um pouco subjetivos e variar muito de uma pessoa para a
outra. Portanto, as respostas foram elaboradas associadas a estrutura
de cada item:
a) O produto básico deve refletir a parte física e tangível do produto.
Por este motivo, não pode ser em nenhuma hipótese “reduzir a ansie-
dade ou o estresse”. Isto se assemelha a um possível benefício central.
32
Marketing
O “p” de produto
As estratégias de produto possuem diversos itens que podem ser
usados, mas como o centro de tudo é o produto em si (ou serviço), a
primeira coisa que se deve pensar é na construção do seu portfólio. Ou
seja, definir quais serão os produtos e versões que serão oferecidos ao
consumidor. O foco deve ser identificar, através de estudos e pesquisas
sobre seu público-alvo, quais as diferentes variações de produtos que
podem ser disponibilizadas no mercado.
A seguir, vamos conhecer outros itens que nos ajudarão a compor
a estratégia de produto:
Marca
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Aula 2 • Mix de marketing – produto
Aula 2 •
Aula 2 •
34
Marketing
Branding
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Aula 2 • Mix de marketing – produto
Aula 2 •
Aula 2 •
36
Marketing
Atividade 2
Atende ao Objetivo 2
Resposta Comentada
As alternativas (a), (b) e (c) correspondem aos benefícios de se apli-
car boas práticas de branding numa empresa, e apenas a (d) não está
correta. Isto porque, apesar de ser o objetivo de qualquer empresa
responder rápido às ações da concorrência, o branding por si só não
garante isso: é necessário ter uma estrutura organizacional preparada
para monitorar o mercado externo para estar pronta para reagir.
O consumidor e a marca
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Aula 2 • Mix de marketing – produto
Aula 2 •
Aula 2 •
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Marketing
Qualidade
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Aula 2 • Mix de marketing – produto
Aula 2 •
Aula 2 •
O caso Ferrari
A Ferrari é uma das marcas premium que mais conhecemos atualmente.
Seu posicionamento é exageradamente voltado para qualidade trans-
cendental, mesmo que para isso seus carros custem dezenas de milhões
de dólares. Assista ao vídeo produzido pelo canal NatGeo e conheça o
processo de produção de um modelo da Ferrari: https://www.youtube.
com/watch?v=TUVWkAoVxqU.
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Marketing
Atividade 3
Atende ao Objetivo 3
Resposta Comentada
Não, na verdade este tipo de produto tem se ajustado às características
de mercado e, com o foco no consumidor, tem ajustado sua configu-
ração para continuar atendendo ao público da terceira idade, que não
se adaptou aos aparelhos modernos. Perceba que estes aparelhos têm
funções simples, teclas e números grandes, além do som alto; tudo
isso são características que direcionam o produto para seu público-
-alvo, e não adiantaria pensar em evolução tecnológica... Quanto mais
simples, melhor!
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Aula 2 • Mix de marketing – produto
Aula 2 •
Aula 2 •
Design e embalagens
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Marketing
Garantias
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Aula 2 • Mix de marketing – produto
Aula 2 •
Aula 2 •
O caso Activia
Um produto que ganhou muito espaço no mercado com este
discurso é o Activia, um iogurte que promete regularizar o fun-
cionamento do intestino. Não questionamos aqui se o produto é
bom, ou ruim, se funciona, ou não, a questão é: quantas pessoas
você conhece que já ligaram para uma empresa como a Danone
para pedir seus R$ 7 de volta porque o intestino continua preso?
44
Marketing
Atividade Final
Atende ao Objetivo 4
Com base em tudo o que estudamos nesta aula, tente fazer uma análise
do “p de produto” de uma grande empresa que você conhece.
Resposta Comentada
Independentemente da empresa escolhida, se você seguir o roteiro
abaixo ficará muito mais fácil analisar e preparar para sua empresa
uma estratégia de produto:
1. Qual(is) o(s) produto(s), ou serviço(s), que a empresa em questão
oferece no mercado?
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Aula 2 • Mix de marketing – produto
Aula 2 •
Aula 2 •
Resumo
Kotler (2004) diz que produto é o produto físico ou serviço ofertado
ao consumidor. No caso de produto físico, engloba ainda os serviços e
esforços de venda, tendo em vista sua função, aparência, embalagem,
serviço, garantia, entre outros. Também divide o produto em três par-
tes: núcleo do produto (o produto em si e seus benefícios e serviços);
produto básico (o produto como marca, embalagem, características,
design, etc.) e produto ampliado (serviços ofertados sobre o produto,
como instalação, pós-compra, garantia, entrega, entre outros).
As estratégias de produto possuem diversos itens que podem ser usados,
mas como o centro de tudo é o produto em si (ou serviço), a primeira
coisa que se deve pensar é na construção do seu portfólio. Ou seja,
definir quais serão os produtos e versões que serão oferecidos ao con-
sumidor. O foco deve ser identificar, por meio de estudos e pesquisas
sobre seu público-alvo, quais as diferentes variações de produtos que
podem ser disponibilizadas no mercado.
Referências
BARRETO, B. B.; CARVALHO, F. C. A. A expansão do consumo e
seus impactos sobre o comércio varejista: análise do período de 2003
a 2013 no Brasil (Projeto de Graduação) – Curso de Engenharia da
Produção. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro,
2014. Disponível em: http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/
monopoli10012254.pdf. Acesso em: 26 set. 2014.
46
Marketing
47
Aula 2 • Mix de marketing – produto
Aula 2 •
Aula 2 •
48
Aula 3
Mix de marketing – praça
Metas
Apresentar a base de um plano de marketing, que são os 4 Ps: produto,
praça, promoção e preço. Detalhar as estratégias de praça, usando
também como exemplo algumas das maiores empresas do mundo
em suas análises.
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
1. identificar os riscos e benefícios em modelos de negócios diferen-
ciados pelas praças;
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Marketing
Introdução
Uma vez que já foram definidas as estratégias de produto, precisamos
avaliar algumas questões: Onde este produto (ou serviço) será comer-
cializado? Qual o tipo de ponto de venda? Qual o melhor modelo
comercial a ser utilizado?
Nesta aula, vamos abordar especificamente as estratégias do “P de
praça”, e é importante destacar que não é somente definir o endereço
da loja. Quando falamos de produto no mix de marketing, estamos
nos referindo ao conjunto de ações relacionadas ao ponto de venda e
à região de atuação. Não esqueça: estratégia de praça!
Estratégia de praça
Talvez você esteja estranhando a palavra “praça”. Realmente, não é
algo tão natural do nosso dia a dia, mas vamos entender a origem disso.
Conforme já foi apresentado nas primeiras aulas, o norte-americano
Phillip Kotler é considerado o pai do marketing e criou os quatros “Ps”
para organizar as ideias sobre o planejamento de marketing. Em inglês:
product; place; promotion; price. Portanto, para esta aula, abordaremos
as estratégias de marketing referentes ao “place”, que foi traduzido na
década de 1980 como praça, mas tem significado mais amplo: lugar,
posição, espaço, localização.
Modelo comercial
Um plano de marketing deve ser preparado para o crescimento
da empresa, e não somente para o momento inicial. Ou seja, mesmo
que você esteja começando seu empreendimento agora, com poucos
funcionários e poucas vendas, é importante que se tenha um bom
planejamento a seguir. Uma das primeiras decisões que se deve tomar
é qual o modelo de negócio mais indicado para este produto/serviço
que será oferecido no mercado.
A figura a seguir representa diferentes modelos de como uma em-
presa pode se estruturar para atender o consumidor. Ou seja, enquanto
que, no primeiro nível, a própria empresa se responsabiliza por todas
as etapas da cadeia até entregar o produto final ao consumidor; no
último nível, a empresa foca suas atividades apenas na produção e deixa
as outras etapas com operadores logísticos, atacadistas e varejistas.
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Aula 3 • Mix de marketing – praça
Aula 3 •
Aula 3 •
52
Marketing
Não é qualquer negócio que pode virar uma franquia; é preciso que
o negócio já tenha um certo tempo no mercado, que já tenha sucesso
em seu modelo e que seja possível “escalar”. Em outras palavras, o ne-
gócio precisa estar preparado para aumentar radicalmente de tamanho.
Podemos citar quatro sistemas diferentes de franquias:
1. Franquia individual: é o modelo tradicional, quando um empre-
endedor decide entrar numa rede e opera uma unidade conforme
as regras da franqueadora.
Atividade 1
Atende ao Objetivo 1
53
Aula 3 • Mix de marketing – praça
Aula 3 •
Aula 3 •
Resposta comentada
Benefícios:
• É mais barato do que loja própria, porque o dinheiro investido é
do franqueado, e não da empresa franqueadora.
Riscos:
• Perder qualidade por não ter controle total da operação, que agora
fica sob a responsabilidade do franqueado.
Canais de venda
Uma vez definido o modelo de negócio, deve-se avaliar o tipo de
ponto de venda (PDV) mais adequado ao público que se deseja alcan-
çar. Existem diferentes formas se classificar o PDV, vamos ver algumas
delas a seguir:
Volume x variedade
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Marketing
Atividade 2
Atende ao Objetivo 2
a) Loja de departamento.
b) Loja de conveniência.
c) Loja especializada.
d) Loja de varejo.
e) Loja de desconto.
Resposta Comentada
A resposta correta é a letra b: loja de conveniência.
Fluxo de pessoas
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Aula 3 • Mix de marketing – praça
Aula 3 •
Aula 3 •
56
Marketing
Outra opção é montar uma grande loja independente. Mas que não
é qualquer empresa que consegue sustentar uma loja assim, o exemplo
mais comum deste tipo de loja são os hipermercados, que possuem
um apelo forte o suficiente para gerar seu próprio fluxo de pessoas e
oferecer uma estrutura similar ao shopping, com estacionamento e
alguns serviços. Naturalmente, esta opção só se justifica caso a marca
seja muito forte, pois custa muito caro manter um empreendimento
deste tamanho.
As lojas de bairro têm entre suas características ter um tamanho
bem menor, com uma quantidade limitada de produtos em exposição.
Em geral, estas lojas se posicionam no fluxo casa/trabalho das pessoas
que moram naquela região. Esta opção costuma ser mais barata nos
custos de aluguel, mas é preciso um poder de divulgação mais forte
para conquistar os consumidores e convidá-los a entrar na loja.
• Lojas off-price: este tipo de loja não é tão comum, mas é possível
encontrar no segmento de moda algumas lojas que vendem peças
da coleção anterior por preço bem abaixo do que estavam sendo
vendidas quando estavam nas lojas principais da marca.
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Aula 3 • Mix de marketing – praça
Aula 3 •
Aula 3 •
Atividade 3
Atende ao Objetivo 3
Resposta Comentada
1. (e); 2. (a); 3. (b); 4. (c); 5. (d)
58
Marketing
Cobertura
A região de atuação, ou área de cobertura da loja, depende de
cada negócio. Por exemplo, uma pizzaria consegue estimar um raio
de alguns quilômetros que ela pode aceitar encomendas por telefone;
enquanto isso, um salão de beleza e uma barbearia possuem uma área
de atuação muito limitada, pois o consumidor raramente se desloca
de muito longe para estes serviços.
Portanto, é preciso que se realize alguns estudos sobre a população
da região na qual se deseja instalar a loja. Com a ajuda da cartografia,
nasceu o que chamamos de geomarketing, uma ferramenta que está
crescendo cada vez mais para estudar o potencial econômico de uma
determinada região.
Estoque e transporte
Conclusão
Depois de tudo o que vimos nesta aula, você agora já tem todo o
planejamento de produto pronto e pode avançar para as próximas
etapas do plano de marketing.
60
Marketing
Atividade Final
Atende ao Objetivo 4
Com base em tudo o que estudamos nesta aula, relembre aquela em-
presa que você usou na última atividade da aula anterior e analise o
P de praça desta empresa.
Resposta Comentada
Independentemente da empresa escolhida, se você seguir o roteiro a
seguir, ficará muito mais fácil analisar e preparar uma estratégia de
produto para sua empresa:
1. Qual o modelo de negócio escolhido: lojas próprias, franquias, ou
vendendo para qualquer PDV?
Resumo
As estratégias de praça são muito mais do que simplesmente definir
o endereço de uma loja, é preciso definir a estratégia de abordagem
do mercado através de um determinado modelo de negócios. Muitas
empresas usam as franquias como alternativa, mas não podemos ge-
neralizar e dizer que é a melhor opção para qualquer negócio.
Com base no estudo que fazemos sobre os consumidores, precisamos
identificar onde eles estão, onde moram, onde trabalham e, princi-
palmente, por onde eles passam no dia a dia. Desta forma, a empresa
poderá se posicionar adequadamente, com pontos de vendas atrativos
61
Aula 3 • Mix de marketing – praça
Aula 3 •
Aula 3 •
Referências
KOTLER, P. Administração de marketing. 10. ed. São Paulo: Prentice
Hall, 2004.
KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, S. Marketing 3.0 – As
forças que estão definindo o novo marketing centrado no ser humano.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 159p.
KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, S. Marketing 4.0 – Do
tradicional ao digital. Rio de Janeiro: Sextante, 2017.
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 12. ed. São
Paulo: Pearson Hall, 2006. 750p.
62
Aula 4
Mix de marketing – preço
Metas
Apresentar as estratégias mais comuns de precificação de produtos e
serviços, bem como as situações em que possam ser usadas as políticas
de concessão ou de descontos.
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
1. conhecer as práticas mais usadas na precificação de um produto
ou serviço.
64
Marketing
Introdução
Agora que você já tem o planejamento de produto pronto e já definiu
também o seu modelo de negócio, sua região de atuação e os tipos de
PDVs que serão utilizados, está na hora de pensar no preço de cada
produto, cada versão, cada embalagem, etc.
Nesta aula, vamos abordar especificamente as estratégias do “P de preço”
e é importante destacar que não é somente definir o valor que o cliente
vai pagar. Quando falamos de produto no mix de marketing, estamos
nos referindo ao conjunto de ações relacionadas à política comercial e
à política de descontos e concessões. Não esqueça: estratégia de preço!
Estratégia de preço
Para que uma empresa tenha sucesso no mercado, ela precisa fa-
zer um estudo de viabilidade financeira de seus produtos e serviços.
Sem entrar no mérito dos cálculos financeiros que são realizados, o
preço é um parâmetro essencial do planejamento e pode determinar
o futuro do negócio.
Um planejamento baseado num preço muito alto pode até parecer
interessante num primeiro momento, mas é preciso ter cuidado para
avaliar se realmente existe demanda para este produto/serviço nesta Demanda
faixa de preço. Não adianta ser apenas otimista e acreditar no negócio: significa a quantidade de
um bem ou serviço que
um bom empreendedor também precisa ser realista e analisar o mercado. os consumidores desejam
adquirir por um preço
Por outro lado, se um produto/serviço tem seu preço muito baixo, definido em um mercado.
você corre dois riscos:
1. é necessário conhecer detalhadamente sua estrutura de custos di-
retos e indiretos, para garantir que o preço sempre cubra todos os
custos e ainda haja uma margem de lucro;
65
Aula 4 • Mix de marketing – preço
Aula 4 •
Aula 4 •
Política comercial
Na aula anterior, você conheceu diferentes modelos de negócios
que podem ser utilizados. Lembra daquela figura com: atacado, varejo,
transporte, etc? Então, aquela escolha que foi feita no “P de praça”
vai refletir agora na política comercial, porque toda empresa precisa
ser paga pela prestação de seus serviços e, se você quer ter um bom
planejamento de marketing, precisa saber qual será o preço final que
o seu consumidor vai pagar.
Vamos ver um exemplo, imagine que você é diretor de marketing
de uma indústria de skates que optou por utilizar um modelo básico de
cadeia de suprimentos: industria > varejo > cliente. Desta forma, se o
skate é vendido para o varejo por R$ 75 a unidade, a loja não vai vender
para o cliente final por menos que R$ 105 (margem de lucro de 40%).
Indústria Varejista
Margem de lucro hipotética Depende de cada negócio 40%
Preço de venda R$75,00 R$105,00
66
Marketing
Estratégias de precificação
Vamos conhecer, então, as principais estratégias de precificação
que conhecemos atualmente no mercado:
Desnatação do mercado
Mark-up
Talvez esta seja a estratégia mais simples e, por isso, é muito usa-
da por pequenos empreendedores quando começam a se aventurar
no mundo dos negócios. O mark-up é um indicador percentual que
aplicamos ao custo de produção para definir nossa margem de lucro
e, assim, definir o preço final do produto sem considerar o padrão de
preço do mercado.
Mas o mark-up deve considerar também todos os impostos que
vão incidir naquela transação comercial (ICMS, PIS, CONFINS, etc),
assim como também devem ser considerados os custos indiretos e as
despesas administrativas. Sendo assim, temos:
67
Aula 4 • Mix de marketing – preço
Aula 4 •
Aula 4 •
Custo de aquisição
+ impostos
+ custos indiretos
+ despesas
+ lucro desejado
______________
= Preço de venda
R$75,00
+ ICMS (18%): R$13,50
+ PIS e COFINS (4,65%): R$3,4875
+ despesas (6%): R$4,50
+ custos indiretos (2,5%): R$1,875
+ lucro desejado (40%): R$30,00
____________________________
= Preço de venda: R$128,37
Atividade 1
Atende ao Objetivo 1
68
Marketing
Pede-se:
a) Calcular mark-up para obtenção de preço de venda sem impostos.
b) Calcular o preço de venda sem impostos de um produto que tem
um custo industrial de $ 150.000.
Resposta comentada
a) Mark-up %
Despesas comerciais 12
Despesas administrativas 11
Custo financeiro 6
Margem de lucro 17
Soma 46 (a)
Preço de venda 100 (b)
Custo industrial 54 (c = b – a)
Mark-up – PV sem impostos 1,8519 (d = b:c)
b) PV
Custo Industrial - $ 150.000 (a)
Mark-up – PV sem impostos 1,8519 (b)
PV sem impostos – $ 277.778 (c = a x b)
Preço de mercado
69
Aula 4 • Mix de marketing – preço
Aula 4 •
Aula 4 •
Preço de campanha
70
Marketing
71
Aula 4 • Mix de marketing – preço
Aula 4 •
Aula 4 •
Preço sazonal
72
Marketing
Preço psicológico
73
Aula 4 • Mix de marketing – preço
Aula 4 •
Aula 4 •
Atividade 2
Atende ao Objetivo 1
Resposta Comentada
Sempre que for possível induzir o preço de venda de um produto,
deve-se calcular o preço de venda com base nos custos de produção
para garantir uma determinada margem de lucro. No entanto, se o
poder dos consumidores neste segmento for muito forte e a pressão
por preços estiver forçando a precificação num preço médio de mer-
cado, tenha cuidado com sua margem para não entrar no prejuízo.
Política de descontos
O objetivo é oferecer um benefício para um determinado grupo de
clientes que são mais relevantes para a empresa, ou talvez oferecer este
benefício para todos os clientes durante um determinado período. A
74
Marketing
75
Aula 4 • Mix de marketing – preço
Aula 4 •
Aula 4 •
76
Marketing
Atividade 3
Atende ao Objetivo 1
(a) Outlet Premium, as marcas que você adora, com até 80% de desconto.
(b) Durante os primeiros meses do restaurante, fizemos um acordo
com agências, de forma a que todo dia sempre havia duas modelos
almoçando de graça conosco.
(c) Cliente cadastrado tem 10% de desconto.
(d) Promoção relâmpago: de R$ 2,00 por 1,98!
(e) Na compra de um pneu, você ganha o alinhamento.
77
Aula 4 • Mix de marketing – preço
Aula 4 •
Aula 4 •
Resposta Comentada
1. (e); 2. (c); 3. (a); 4. (b); 5.(d)
Conclusão
Depois de tudo o que vimos nesta aula você agora já tem todo o
planejamento de produto, praça e preço pronto, só falta agora abor-
darmos o P de promoção, que virá a seguir, na próxima aula.
Atividade Final
Atende ao Objetivo 1
Com base em tudo o que estudamos nesta aula, relembre aquela em-
presa que você usou nas últimas aulas, e agora vamos analisar o P de
praça desta empresa.
Resposta Comentada
Independentemente da empresa escolhida, se você seguir o roteiro
abaixo, ficará muito mais fácil de analisar e de preparar para sua em-
presa uma estratégia de produto:
78
Marketing
Resumo
Nesta aula, você descobriu que existe muita coisa por trás de um simples
preço na etiqueta de um produto. É necessário que tudo seja planejado
de acordo com as necessidades do negócio e os interesses futuros em
relação à marca e aos seus consumidores. Você conheceu as principais
estratégias de precificação que o mercado utiliza e, quando estiver
trabalhando com isso, poderá escolher qual melhor se adequará ao
planejamento de marketing de sua empresa. Não esqueça de pensar
com calma sobre quais os públicos que merecem receber descontos
ou amostras grátis.
Referências
KOTLER, P. Administração de marketing. 10. ed. São Paulo: Prentice
Hall, 2004.
KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, S. Marketing 3.0 – As
forças que estão definindo o novo marketing centrado no ser humano.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 159p.
KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, S. Marketing 4.0 – Do
tradicional ao digital. Rio de Janeiro: Sextante, 2017.
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 12. ed. São
Paulo: Pearson Hall, 2006. 750p.
79
Aula 5
Mix de marketing – promoção
Metas
Apresentar as estratégias de promoção da marca e seus produtos, no
sentido de divulgação aos clientes, identificando as características de
cada meio utilizado para tanto.
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
1. identificar a diferença de cada mídia disponível para divulgação de
um produto ou serviço, percebendo as possibilidades de integrá-las
quando necessário;
82
Marketing
Introdução
Bom, agora você já tem quase todo o mix de marketing pronto, já
definiu as estratégias de produto, praça e preço; agora, está na hora
de pensar na divulgação de seus produtos e serviços.
Nesta aula, vamos abordar especificamente as estratégias do “P de
promoção”, e é importante destacar que não estamos falando somente
daquelas promoções que as lojas fazem. Quando falamos de promoção
no mix de marketing, estamos nos referindo ao conjunto de ações
relacionadas à comunicação com o consumidor e à divulgação de seus
produtos, serviços e marcas. Não esqueça: estratégia de promoção!
Estratégia de promoção
Existe uma frase popular que diz: “a propaganda é alma do negó-
cio”. Embora tenha um certo exagero, não deixa de ter alguma razão.
Afinal, de que adianta ter um ótimo produto, se você não consegue
apresentá-lo ao público que o deseja comprar!
No entanto, um erro muito comum são os casos de empresas que
gastam “rios de dinheiro” para fazer uma propaganda na TV, copiando
um caso de sucesso de outra empresa. Este raciocínio implica assumir
que você não está disposto a dedicar parte do seu tempo para fazer
sua própria estratégia de comunicação. E um bom planejamento no
P de promoção poderia levar sua empresa a vender mais produtos
com menos investimento nos canais de comunicação, comparados
às situações que mencionei anteriormente.
Existem dois tipos de comunicação que normalmente são feitas pelas
empresas: a divulgação de seus produtos/serviços e a divulgação de sua
marca institucional. Sempre tenha em mente que, para cada comuni-
cação, podemos ter um objetivo, uma mensagem e até um público-alvo
diferente! A comunicação institucional normalmente tem o objetivo
de transmitir aos consumidores os valores da marca. Na Figura 5.1, a
seguir, a empresa TAM fez como se seus 22 mil funcionários tivessem
assinado o jato formando um compromisso de qualidade.
83
Aula 5 • Mix de marketing – promoção
Aula 5 •
Aula 5 •
84
Marketing
85
Aula 5 • Mix de marketing – promoção
Aula 5 •
Aula 5 •
86
Marketing
87
Aula 5 • Mix de marketing – promoção
Aula 5 •
Aula 5 •
Promoção de vendas
88
Marketing
89
Aula 5 • Mix de marketing – promoção
Aula 5 •
Aula 5 •
Briefing de comunicação
Atividade 1
Atende ao Objetivo 1
Resposta comentada
Analise as diferentes necessidades que uma empresa pode ter, e iden-
tifique na coluna ao lado o meio de comunicação mais indicado:
1. c; 2. e; 3. a; 4. d; 5. b
92
Marketing
da Figura 5.5. Até então, os trens nunca tinham sido usados como
ferramenta de divulgação de nenhuma outra marca, e os usuários que
sofriam com o calor de 40º tinham uma experiência maravilhosa ao
entrar naqueles trens “geladinhos”.
Perceba que, em todas as formas de comunicação da marca com
os consumidores, a mensagem e o efeito são os mesmos! Seja pela
propaganda, consumindo o produto, ou só pegando o trem, a sensação
de refrescância permanece.
Plano de mídia
Como podemos aprender até aqui nesta seção, cada mensagem que
a empresa deseja enviar para seus clientes precisa de um planejamento
separado, mesmo que integrado, como mencionado anteriormente. É
necessário identificar os meios de comunicação que serão utilizados
para cada campanha (expressão que usamos para se referir a cada
mensagem de marketing).
Sendo assim, uma empresa que possui diversos produtos possuirá
várias campanhas simultâneas no mercado, utilizando-se dos mais
variados meios de comunicação, cada um com suas características,
preços e prazos. Para isso, é que se faz necessária a elaboração de um
plano de mídia, conforme o modelo mostrado na tabela a seguir:
93
Aula 5 • Mix de marketing – promoção
Aula 5 •
Aula 5 •
Atividade 2
Atende ao Objetivo 1
Uma empresa que está começando agora suas atividades não sabe direito
como divulgar seus produtos e serviços. Como ela possui capacidade
para atender a quase que a cidade toda, foi sugerido a ela que fizesse
uma propaganda na TV para que todos conhecessem rapidamen-
te a marca. Você concorda com esta sugestão? Existem alternativas
mais indicadas?
Resposta Comentada
Utilizar a propaganda na TV só é uma opção neste caso se a empresa
tiver muito dinheiro disponível, e se for uma divulgação apenas para a
TV daquela cidade. Caso contrário, será um desperdício de dinheiro!
94
Marketing
Conclusão
Depois de tudo o que vimos nesta aula, você agora já tem todo o
mix de marketing: produto, praça, promoção e preço pronto. Agora,
vamos abordar, na próxima, aula o mix de marketing expandido.
Atividade Final
Atende ao Objetivo2
Resposta Comentada
Lembrando que cada comunicação tem seu objetivo e seus canais de
comunicação próprios, o primeiro passo é divulgar quais as mensagens
que devem ser divulgadas. Exemplos:
• inauguração da loja;
• nova marca;
95
Aula 5 • Mix de marketing – promoção
Aula 5 •
Aula 5 •
Campanha 2
Campanha 3
Resumo
Nesta aula, você descobriu que o “P de promoção” é muito mais do que
aquela promoção de supermercado anunciando que o preço abaixou.
Trata-se do conjunto integrados de ações para divulgar seu produto,
seu serviço ou sua marca, da melhor forma possível; tentando sempre
alcançar melhor seu público-alvo.
96
Marketing
Referências
KOTLER, P. Administração de marketing. 10. ed. São Paulo: Prentice
Hall, 2004.
KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, S. Marketing 3.0 – As
forças que estão definindo o novo marketing centrado no ser humano.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 159p.
KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, S. Marketing 4.0 – Do
tradicional ao digital. Rio de Janeiro: Sextante, 2017.
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 12. ed. São
Paulo: Pearson Hall, 2006. 750p.
97
Aula 6
Mix de marketing expandido
Metas
Apresentar as diferenças essenciais do marketing de serviços em relação
ao tradicional marketing de produto, complementando os 4 Ps com
mais três visões estratégicas: processos, pessoas e evidências físicas.
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
100
Marketing
Introdução
Nesta aula, vamos abordar especificamente as diferenças entre planejar
ações de marketing para vender um produto e as ações de marketing
para vender um serviço. É muito mais diferente do que você imagina:
precisamos pensar no consumidor, no momento da compra e do consumo.
Mas não ignore os 4 Ps, pois o mix de marketing é um complemento!
Marketing de Serviços
101
Aula 6 • Mix de marketing expandido
Aula 6 •
Aula 6 •
Confiabilidade
Expectativa e percepção
103
Aula 6 • Mix de marketing expandido
Aula 6 •
Aula 6 •
Segurança
Empatia
104
Marketing
O restante vai ficar para sempre com aquela percepção ruim de sua
marca, empresa ou produto. E, principalmente nos dias atuais, com
tantas redes sociais, um único cliente falando mal de sua empresa pode
contaminar dezenas de potenciais clientes com aquela percepção ruim.
Características essenciais
Bom, vamos então deixar claro o que diferencia um serviço de um
produto, para que você possa compreender porque temos que pensar
em mais coisas além do mix de marketing tradicional.
Intangibilidade
Inseparabilidade
105
Aula 6 • Mix de marketing expandido
Aula 6 •
Aula 6 •
Variabilidade
106
Marketing
Perecibilidade
107
Aula 6 • Mix de marketing expandido
Aula 6 •
Aula 6 •
108
Marketing
Atividade 1
Atende ao Objetivo 1
Resposta comentada
a) (P); b) (S); c) (P); d) (P); e) (S).
109
Aula 6 • Mix de marketing expandido
Aula 6 •
Aula 6 •
Processos
Diante do que já foi apresentado nesta aula, você já compreendeu
que existem empresas cujos serviços dependem muito pouco da in-
teração do cliente, e outras, em que a participação dele é essencial. O
grau de interação do cliente para cada serviço é primordial para que
você possa fazer o planejamento de seus processos: quanto maior o
envolvimento do cliente, mais simplificado deve ser o processo.
Vamos resgatar aquele exemplo do psicoterapeuta já citado: ima-
ginemos, então, que ele decidiu usar o alto grau de interação que tem
com seus pacientes para inseri-los na “produção” do serviço. Pense
nele perguntando ao paciente: “Você deseja quantas semanas de tra-
tamento?”; “Quer que eu o analise com base nos estudos de Freud,
Jung ou Lacan?” Faz algum sentido? Não, né!?
O cliente não tem obrigação nenhuma de entender os detalhes téc-
nicos daquele serviço que você vai lhe oferecer. Cabe a você explicar,
de forma simples e objetiva, para que ele possa compreender se aquilo
atenderá às suas necessidades. Lembra-se daquele exemplo do cliente
que não viu a “tartaruga” e bateu no “espigão”? Este é um dos poucos
exemplos em que é necessário pedir explicação ao cliente para poder
orientá-lo da forma correta. Em centenas de outras ligações para um
call center, as pessoas relatam o ocorrido com suas palavras, às vezes
fora de ordem, com nervosismo, com pressa, ou até com revolta, na
hora de efetuar uma reclamação. Cabe ao atendente traduzir tudo
aquilo para os termos adequados aos processos da empresa.
110
Marketing
111
Aula 6 • Mix de marketing expandido
Aula 6 •
Aula 6 •
Pessoas
O item pessoas é um pouco óbvio, mas não significa que seja simples.
Durante a prestação de um serviço, o(s) funcionário(s) que estiver(em)
atendendo seu cliente representa(m), naquele momento, a empresa
inteira. Se o cliente for mal atendido, a culpa é da empresa; se algo der
errado, é a empresa que paga por isso; poucas são as situações em que
o cliente consegue separar as coisas. Portanto, o foco na gestão das
pessoas de sua equipe é fundamental!
Desde a captação de bons profissionais até os treinamentos e as
políticas de desenvolvimento de carreira, tudo isso vai interferir na
satisfação de seus funcionários com a empresa. Quanto mais satisfeito
estiver seu funcionário, melhor ele atenderá seu cliente; e vice-versa.
Além da satisfação com a empresa, os funcionários devem ser os
primeiros clientes a serem fidelizados por qualquer marca: se eles
não acreditarem que aquele serviço é bom, que realmente vai resol-
ver o problema do cliente, então como eles conseguirão prestar um
bom atendimento?
112
Marketing
Evidências físicas
É importante pontuar que as evidências físicas do seu negócio podem
ser a variável mais importante para o consumidor entrar ou não em
sua loja, por exemplo. Vamos fazer um teste simples: analise a figura
a seguir e pense onde você acha que vai comer melhor?
Atividade 2
Atende ao Objetivo 2
Resposta Comentada
a) (E); b) (P); c) (F); d) (P).
Conclusão
Você agora já consegue identificar se sua empresa é mais voltada
para venda de um produto, ou se está voltada para serviços. E também
já sabe como deve se preparar para oferecer um serviço de qualidade,
sem decepcionar o cliente. E o mais importante: de maneira que você
consiga alinhar todo o seu planejamento de marketing dentro de uma
coerência estratégica com foco no seu consumidor-alvo.
114
Marketing
Atividade Final
Resposta Comentada
A resposta depende muito da empresa escolhida pelo aluno, porém
os comentários abaixo servirão para avaliar seu raciocínio:
a) O aluno deve pensar no gráfico da Figura 6.3 para tentar identificar
se a empresa é 100% produto (como uma indústria), ou 100% serviço
(como um consultório médico), ou qualquer nível intermediário
entre estes dois extremos.
b) Pergunte-se o quanto você precisa do cliente em cada etapa de seu
processo de produção. Mesmo que seja um produto, se for perso-
nalizado, a interação é alta. Entretanto, em um serviço de lava-jato
que tenha aquelas máquinas automáticas, a interação com o cliente
se limita à sinalização que auxilia o motorista a posicionar o veículo
no local adequado.
c) Alguns produtos são vendidos com serviços agregados que mantêm
o relacionamento do cliente com a marca durante 12 meses, por
exemplo. Por outro lado, aquele lava-jato pode ter se resumido a
uma única e última vez em que o cliente esteve lá.
d) Pense em cada um dos itens do mix de marketing expandido, e
planeje o que fazer para complementar seu plano de marketing
com a simplificação de processos, com o desenvolvimento de sua
equipe de funcionários, ou com investimentos nos elementos visuais
de sua marca, na loja, etc.
115
Aula 6 • Mix de marketing expandido
Aula 6 •
Aula 6 •
Resumo
Nesta aula, você aprendeu as diferenças entre um produto e um serviço,
bem como a lidar com estas características dentro do planejamento
de marketing. Complementando os tradicionais P’s – produto, praça,
promoção e preço –, você descobriu que uma empresa focada na pres-
tação de serviços deve se preocupar também com: processos, pessoas
e evidências físicas.
Referências
KOTLER, P. Administração de marketing. 10. ed. São Paulo: Prentice
Hall, 2004.
KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, S. Marketing 3.0 – As
forças que estão definindo o novo marketing centrado no ser humano.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 159 p.
KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, S. Marketing 4.0 – Do
tradicional ao digital. Rio de Janeiro: Sextante, 2017.
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 12. ed. São
Paulo: Pearson Hall, 2006. 750 p.
116
Aula 7
Segmentação de público-alvo
Metas
Apresentar ao aluno as diferentes formas de segmentar o mercado
para determinar seu público-alvo, reconhecendo as etapas pelas quais
um consumidor pode passar: de “potencial cliente” até “cliente fiel”.
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
118
Marketing
Introdução
Nesta aula, vamos descobrir que a empresa deve pesquisar sobre o
cliente antes mesmo de ele se tornar um cliente, e que, de acordo com
a evolução do seu relacionamento com a empresa, suas necessidades
vão mudando. Para que a empresa esteja preparada para isso, é impor-
tante definir bem qual sua estratégia de segmentação, definir quem é
o seu público-alvo e qual a melhor estratégia para abordar o mercado.
Algumas empresas escolhem trabalhar com o grande público, ofere-
cendo produtos e serviços de massa, tentando ganhar na quantidade;
enquanto outras empresas optam por segmentar tanto o mercado, que
seus produtos e serviços são destinados especificamente a um nicho
de mercado. Cada estratégia tem suas vantagens e desvantagens, que
veremos a partir de agora!
Evolução do cliente
Antes de entrarmos no assunto principal desta aula, é preciso que
você conheça as diferentes etapas de seu relacionamento com o clien-
te, para poder definir estratégias diferentes para cada tipo de cliente.
119
Aula 7 • Segmentação de público-alvo
Aula 7 •
Aula 7 •
na faixa etária atendida por sua escola e que tenham poder econômico
para pagar sua mensalidade.
No entanto, são raras as situações em que clientes deste tipo de ser-
viço optem por instituições distantes de sua residência. Sendo assim,
poderíamos definir como clientes potenciais aqueles pais que, além
de possuírem poder econômico e terem filho(s) dentro da faixa etária
estabelecida, morem num raio de 3 quilômetros de seu estabelecimento
(3 km é apenas uma premissa para exemplificar, não é uma regra). É
necessário estudar muito bem quem é este público e avaliar a premissa
mais adequada quanto à cobertura geográfica ser maior ou menor do
que os 3 quilômetros.
A categoria de clientes eventuais não se aplica aos estabelecimentos
de educação infantil usado de exemplo no parágrafo anterior, então
vamos mudar o exemplo para uma lanchonete. Existem clientes que
podem estar passando por perto de sua lanchonete por acaso, fora de
sua rotina comum. Mesmo que estes clientes decidam consumir algo
naquele dia, dificilmente eles voltarão. Dependendo do negócio, este
grupo de clientes pode representar a maior parte das vendas e, neste
caso, a empresa deve se preocupar mais com a divulgação regional da
marca do que com a fidelização dos clientes.
Aqueles clientes que estão frequentemente na sua loja, ou empresa,
são os clientes regulares. Podem ser aqueles pais que já deixam seus
filhos na escola desde os primeiros anos escolares, ou consumidores
que trabalham perto da lanchonete e todo dia estão lá para almoçar.
Sempre que possível, tente converter o cliente eventual em cliente
regular. Normalmente, a qualidade do atendimento e a simpatia dos
funcionários são fatores que influenciam muito na decisão do cliente
de voltar outras vezes.
Todo negócio precisa ter controle de seus custos, receitas, e, de
preferência, da margem de lucro de cada produto, ou serviço. Sendo
assim, se você consegue identificar quais são os produtos que te dão
maior lucro, você provavelmente tentará divulgá-los melhor, não é
verdade? Então, para o mundo dos serviços funcionar do mesmo jeito,
todo cliente merece respeito e ser bem atendido. Mas existem clientes
mais lucrativos, que podem merecer algumas regalias e benefícios a
mais do que o primeiro grupo. Um exemplo disso você vê nos aero-
portos: alguns clientes têm o direito de usufruir de um espaço mais
confortável que as companhias aéreas oferecem para esperar o horário
de sua viagem. Para pequenos negócios, estes clientes preferenciais
podem receber ofertas e descontos diferenciados, ou qualquer outro
benefício que o faça sentir-se privilegiado.
120
Marketing
Os clientes associados não são apenas aqueles que curtiram sua pá-
gina numa rede social, esta categoria é uma evolução da quantidade de
clientes preferenciais. Se você passou a ter muitos preferenciais, talvez
seja melhor criar algum tipo de programa de associados, de forma que
o cliente não se sinta apenas privilegiado, mas que ele perceba que faz
parte de um grupo seleto de clientes. As companhias aéreas tentaram
fazer isso com os programas de milhagem, mas não funcionou como
deveria, e estes benefícios acabaram ficando no nível anterior. O setor
bancário iniciou um movimento interessante na criação desta catego-
ria de clientes associados quando surgiram os “bancos premiums (ou
premia)”, como, por exemplo, o Itaú Personnalité; é o mesmo banco,
a mesma marca, mas os clientes escolhidos para esta categoria per-
cebem que são especiais para a empresa, ao ponto de terem agências
separadas, serviços e atendimento diferenciados.
Os clientes defensores são aqueles que possuem um relacionamento
tão forte com a marca, que transcende a comercialização de produtos
e serviços, são clientes que possuem um vínculo emocional com a
marca. A Apple é uma das marcas mais famosas do mundo por ter
seus “Apple maníacos”, que não apenas usam seus produtos, mas ficam
indignados quando ouvem algo contra a marca. Os times de futebol
conseguem facilmente alcançar este nível de relacionamento, vendendo
qualquer tipo de produto com seu escudo estampado. Mas alcançar
este nível não é fácil. Se sua empresa deseja ter clientes defensores,
precisa investir muito no marketing de relacionamento (assunto que
será abordado em outra aula). É preciso construir uma reputação que
aos poucos vai conquistando o cliente.
Não podemos considerar a categoria dos clientes parceiros como o
auge do relacionamento com o consumidor, porque nem toda empresa
poderá chegar nesse nível. Consideramos, então, os clientes defensores
como o nível máximo que sua empresa deve almejar.
Os clientes parceiros são aqueles que decidiram investir no negócio
mesmo, se tornar representantes, franqueados ou distribuidores de seu
produto/serviço. A questão aqui é que o cliente gosta tanto daquilo
que decide, literalmente, assumir o papel da empresa abrindo lojas, ou
representando a marca em regiões ainda não exploradas. A expansão
dos negócios através do modelo de franquias é uma alternativa muito
comum, mas que deve ser muito bem analisada para não prejudicar
o negócio!
121
Aula 7 • Segmentação de público-alvo
Aula 7 •
Aula 7 •
Atividade 1
Atende ao Objetivo 1
Com base no conhecimento adquirido até aqui, avalie cada uma das
situações da coluna da esquerda e identifique com os números corres-
pondentes de cada categoria de cliente, conforme a coluna da direita:
Resposta comentada
a) (7); b) (5); c) (3); d) (2).
Estratégias de segmentação
Definir a estratégia mais adequada para segmentação de uma em-
presa não é fácil. Na verdade, é algo que pode mudar com o tempo,
mudar de acordo com a percepção do consumidor, ou até mesmo
mudar por escolhas estratégicas da empresa.
122
Marketing
• especialização seletiva;
• cobertura total;
• persona do consumidor.
a) Concentração
b) Especialização seletiva
123
Aula 7 • Segmentação de público-alvo
Aula 7 •
Aula 7 •
124
Marketing
125
Aula 7 • Segmentação de público-alvo
Aula 7 •
Aula 7 •
e) Cobertura total
f) Persona do consumidor
Atividade 2
Atende ao Objetivo 2
Resposta Comentada
A estratégia mais adequada ao que vem sendo praticado pela Netflix
é a especialização por mercado, aquela em que a empresa oferece
diferentes produtos/serviços para atender ao mesmo público, com
foco em uma necessidade.
A segmentação de concentração e especialização por produto não
se aplica, porque existem diferentes opções oferecidas para o cliente:
filmes, séries, desenhos e documentários.
A especialização seletiva é o que um de seus concorrentes faz, a Globo-
sat. São seis canais por assinatura do Telecine, cada um deles com um
foco diferente (de conteúdo). A mesma rede possui, também, o canal
Megapix, que passa filmes não tão recentes como os dos canais Telecine,
127
Aula 7 • Segmentação de público-alvo
Aula 7 •
Aula 7 •
Conclusão
Sem definir seu público-alvo, é melhor nem tentar empreender.
Você, provavelmente, vai ficar “dando murro em ponta de faca”, ten-
tando conquistar o cliente errado; ou vai gastar “rios” de dinheiro
em uma divulgação de massa para atingir um público tão grande e
diversificado que não vai conseguir manter uma identidade da marca.
Atividade Final
Atende ao objetivo 3
c) Planeje algo para o longo prazo: quando sua empresa crescer, o que
pretende fazer para converter os clientes preferenciais em associados?
Resposta Comentada
a) A resposta depende muito da empresa escolhida pelo aluno, porém
os comentários abaixo servirão para avaliar seu raciocínio:
b) Você deve usar os critérios básicos para definir que pessoas podem
ser seus clientes (possíveis) e quem tem mais chance de gostar de
seu produto/serviço (potenciais).
128
Marketing
Resumo
Nesta aula, você aprendeu que o cliente deve ser estudado muito antes
de se tornar efetivamente nosso cliente. Precisamos definir a estratégia
mais adequada de segmentação do mercado para identificar nosso
público-alvo e criar a persona do nosso consumidor. Tudo isso é es-
sencial para que sua estratégia de marketing seja eficaz e traga bons
resultados, sem desperdiçar recursos.
Referências
KOTLER, P. Administração de marketing. 10. ed. São Paulo: Prentice
Hall, 2004.
KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, S. Marketing 3.0 – As
forças que estão definindo o novo marketing centrado no ser humano.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 159 p.
KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, S. Marketing 4.0 – Do
tradicional ao digital. Rio de Janeiro: Sextante, 2017.
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 12. ed. São
Paulo: Pearson Hall, 2006. 750 p.
129
Aula 8
Pesquisas de marketing
Metas
Apresentar ao aluno a importância das pesquisas de marketing, os
diferentes tipos de metodologias que são mais utilizadas pelo merca-
do e demonstrar alguns exemplos de grandes empresas aplicando o
resultado de suas pesquisas para obter sucesso no mercado.
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
132
Marketing
Introdução
Um livro que é bastante recomendado por professores universitários
para inspirar seus alunos é A arte da guerra, de Sun Tzu. Às vezes,
na primeira leitura, você pode sentir como se não tivesse entedido
nada, mas com o amadurecimento profissional, aqueles ensinamentos
começarão a fazer sentido. Leia-o novamente e, se possível, faça-o
novamente alguns anos depois: é um livro que sempre poderá lhe
mostrar alguma perspectiva nova a cada leitura. Leia, a seguir, uma
passagem do livro:
Este trecho do livro tem muita relação com esta aula: não adianta
apenas fabricar o melhor produto do mundo, assim como também
não adianta gastar milhões de reais em uma “megacampanha” de ma-
rketing, usando todos os meios de comunicação que existem. Não se
preocupar em fazer pesquisas para conhecer melhor quem é o seu
cliente pode ser fatal para seu negócio! Se não tentar identificar por
que ele precisa daquele produto/serviço e mapear quais os fatores mais
relevantes que o levarão a escolher entre uma marca e outra, melhor
nem tentar entrar no mercado e investir seu dinheiro em outra coisa.
É preciso conhecer o tamanho do mercado, quem são os principais
concorrentes, quais são as características do consumidor, seus hábitos
e preferências. Estamos vivendo a chamada era da informação; quem
não tem informação não sobrevive. E quem conhece as ferramentas para
se conectar com o consumidor e “entrar na sua mente” domina o setor.
Nas próximas aulas, você descobrirá algumas das técnicas de pesquisas
que mais são usadas por grandes empresas (e que deveriam ser usadas
pelas pequenas também).
Pesquisa de marketing
Dentro de um organograma, naturalmente a área de pesquisa de
marketing fica subordinada ao marketing, certo? A resposta é: depen-
de! Claro que, se são pesquisas de marketing, na maioria das vezes
133
Aula 8 • Pesquisas de marketing
Aula 8 •
Aula 8 •
134
Marketing
O processo
Não existe um processo universal, nem uma receita para realizar
uma pesquisa com sucesso, mas vejamos, a seguir, as etapas essenciais
que toda pesquisa deve ter:
Parece meio óbvio, mas nem sempre é! Isso acontece por vários
motivos diferentes e, talvez, você tenha escutado algum chefe dizer:
“Mas não foi isso que eu pedi”. Pois então, para que não aconteça
isso, para evitar perda de tempo e de recursos, sempre que iniciar
algum projeto de pesquisa, é muito importante alinhar com todos os
envolvidos qual será o objetivo principal, e, se tiver, quais serão os
objetivos secundários. Não se esqueça de registrar tudo isso em atas
de reunião, só para garantir.
Definição da amostra:
disse: “Você está sugerindo usar uma amostra de quase 65 mil PDVs,
mas a gente só tem verba para 2.500. Então, volta para a base de dados
e filtra os PDVs mais relevantes de cada cidade, dentro deste limite
de 2.500, ok?” É triste ouvir estas coisas, mas a maioria das empresas
define o tamanho das amostras com base no orçamento disponível
(que é sempre bem abaixo do que realmente seria necessário).
Além disso, a estatística nos ajuda a descobrir que existem diferentes
técnicas de amostragem:
1. selecionar uma amostra aleatória sem nenhum critério;
Instrumento de pesquisa:
Pesquisa de satisfação
A rede de fast-food McDonald’s utiliza o site https://www.mcex-
periencia.com.br/. Com os dados disponíveis na nota fiscal de
compra, você preenche um cadastro, responde as perguntas e
ganha um brinde ou desconto na próxima compra.
137
Aula 8 • Pesquisas de marketing
Aula 8 •
Aula 8 •
Esta etapa é bem simples, o único ponto que merece atenção aqui
é: valide seus resultados com uma pequena amostra no início de sua
pesquisa. Ou seja, após iniciar sua pesquisa, pegue uma pequena amos-
tra inicial e analise as respostas para confirmar que você está gerando
os dados que pretende obter. Esta verificação nos primeiros dias (ou
semanas) da pesquisa é muito útil para verificar se os clientes estão
realmente entendendo as perguntas, se as opções são adequadas ou
faltou alguma opção relevante... Desta forma, se você encontrar algum
problema neste início, ainda terá tempo de corrigir
Atividade 1
Atende ao Objetivo 1
138
Marketing
Resposta comentada
1. (O); 2. (F); 3. (S); 4. (P).
Metodologias de pesquisa
Exploratória
Pesquisas exploratórias têm como objetivo descobrir informações,
ideias, hipóteses, etc. Ou seja, estar atento às informações que seus
entrevistados vão oferecer, e estar aberto a ouvir o inesperado. Esta
metodologia é útil quando se pretende conhecer o consumidor, ou
identificar potenciais ameaças, ou simplesmente mapear o mercado.
Descritiva
A pesquisa descritiva já tem seu objetivo bem definido e, normalmente,
procura estudar uma determinada relação entre algumas variáveis. Ou
seja, nesta metodologia, você já tem algumas informações a respeito
do que precisa saber, mas a pesquisa descritiva vai gerar um maior
detalhamento das informações. Pode ser, por exemplo, um estudo
para identificar se um determinado produto tem mais aceitação pelo
público masculino ou feminino, jovem ou adulto, etc.
139
Aula 8 • Pesquisas de marketing
Aula 8 •
Aula 8 •
Causal
A pesquisa causal é bem parecida com a descritiva, sendo que
muito mais focada em estudar a relação de causa e efeito entre duas
variáveis. Pode ser a posição dos produtos na prateleira em relação
com as vendas; talvez a inserção de propagandas na TV em relação
com a quantidade de ligações no televendas, etc., sempre buscando
estudar o quanto uma variável pode justificar o resultado da outra.
Observatória
A pesquisa observatória pode ter todas as características que foram
mencionadas anteriormente, ser exploratória, descritiva ou causal; mas
sua principal característica é não ter contato nenhum com o cliente.
Nesta pesquisa, não há entrevistado, existem clientes observados por
pessoas ou câmeras, que durante um determinado período vão tentar
analisar as imagens para tentar identificar um determinado padrão.
Neuromarketing
O neuromarketing pode ser considerado a evolução das pesquisas
de marketing, mas não se trata de um novo instrumento de pesquisa,
tudo aquilo que falamos nesta aula continua valendo! O que muda
são os profissionais que vão analisar os dados.
Por exemplo, o tratamento dos dados ficava na mão de estatísticos
e a análise era feita pelo profissional de marketing. Agora, mesmo que
tenha um estatístico ajudando, o processo é acompanhado do início ao
fim por profissionais multidisciplinares que reúnem conhecimentos
de outras ciências: neurologia, sociologia, antropologia, psicologia,
etologia e semiótica.
O profissional especializado em neuromarketing procura entender
como funciona a mente do consumidor na hora de decidir sua compra,
quais são suas motivações, suas influências, e, principalmente, procura
mapear neurologicamente as reações do consumidor aos estímulos
de marketing.
140
Marketing
141
Aula 8 • Pesquisas de marketing
Aula 8 •
Aula 8 •
142
Marketing
Atividade 2
Atende ao Objetivo 2
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Aula 8 • Pesquisas de marketing
Aula 8 •
Aula 8 •
Resposta Comentada
Em resumo, a exploratória é quando é preciso descobrir informações;
a descritiva é quando já temos algumas informações e o objetivo é
entender melhor a relação entre as variáveis identificadas, e a causal
está diretamente focada em explicar o quanto uma variável interfere
em outra.
Conclusão
O que podemos concluir da aula de hoje é que existem diversas
formas de se conhecer melhor quem é o nosso consumidor, o que
ele quer e precisa, e como ele pensa. E não se esqueça, as pesquisas
de marketing podem ser utilizadas por quaisquer tipos de empresas,
grandes ou pequenas, com muito ou pouco orçamento!
Atividade Final
2. Se você fosse fazer uma pesquisa com dados primários, seria ex-
ploratória, descritiva ou causal? Justifique.
Resposta Comentada
1. As principais fontes de dados secundários que temos estão disponí-
veis no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
144
Marketing
Resumo
Nesta aula, você aprendeu as diferentes metodologias de pesquisa:
exploratória, descritiva, causal e observatória. Além disso, foram apre-
sentados vários instrumentos de pesquisa que podem ser utilizados
conforme a necessidade de sua empresa, ou de acordo com o orça-
mento disponível, finalizando com a apresentação de um pouco do
que é neuromarketing.
145
Aula 8 • Pesquisas de marketing
Aula 8 •
Aula 8 •
Referências
KOTLER, P. Administração de marketing. 10. ed. São Paulo: Prentice
Hall, 2004.
MALHOTRA, N. K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada.
6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
KLARIC, J. Estamos cegos. Trad.: Yollanda Marcelli. São Paulo: Pla-
neta, 2012.
TZU, S. A arte da guerra. Porto Alegre: L&PM, 2006, 152p. Disponível
em: http://unes.br/Biblioteca/Arquivos/A_Arte_da_Guerra_L&PM.
pdf. Acesso em: 15 abr. 2019.
146
Aula 9
Comportamento do consumidor
Metas
Apresentar ao aluno informações que são relevantes para conhecer
melhor o consumidor, para compreender melhores seus valores e iden-
tificar as influências que interferem na decisão de compra.
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
148
Marketing
Introdução
Diante do conteúdo que vimos até aqui, já deu para você compreender
o quanto é importante para as empresas conhecerem melhor seus clien-
tes. O problema é que, dependendo do tipo de produto/serviço que
vamos oferecer no mercado, o público é muito grande e diversificado.
Então, como fazer uma campanha de sucesso com tantos clientes?
As pesquisas apresentadas nas aulas anteriores nos ajudam a obter al-
gumas informações, mas, além disso, temos de analisar todo o contexto
que envolve aquela transação comercial entre um cliente e o ponto de
venda (PDV). Explicando melhor: quando um cliente entra no PDV
e decide comprar um produto, aquela decisão passou por diversos
estímulos e influências até que ele (consumidor) tenha decidido por
aquele produto/serviço, naquele PDV, naquele momento, etc.
Nesta aula, vamos entender melhor como funciona um pouco a mente
do consumidor. Desta forma, podemos nos preparar como profissio-
nais de marketing para oferecer os estímulos corretos para conquistar
o cliente.
Vale destacar que o estudo sobre o comportamento do consumidor
utiliza diversas análises e ferramentas que têm origem na psicologia,
para compreender a mente humana. Existem diversos profissionais,
chamados “psicólogos de consumo”, que são especializados nesta área.
Mas, nesta aula, a base de tudo é entender que a percepção do consumi-
dor é algo muito particular, individual, e é fundamental compreender
isso para se aproximar da forma correta.
149
Aula 9 • Comportamento do consumidor
Aula 9 •
Aula 9 •
Psicologia do consumidor
Como vimos na aula anterior, estudos apontam que cerca de 80%
das decisões de compra são inconscientes e previsíveis. A psicologia do
consumidor é exatamente a interseção do marketing com a psicologia
para juntos entenderem como funciona a mente do consumidor, como
ele reage aos estímulos de marketing (propagandas, cores, embalagens,
preço, etc). Precisamos estudar as emoções, sentimentos e sensações
que o consumidor tem ao se relacionar com a marca, seja dentro da
loja, no site, no telefone ou em contato pelas redes sociais.
Estímulos internos
Os estímulos que a empresa pode controlar são os internos, que
se referem a toda comunicação da empresa com o consumidor. Seja
através das propagandas, da embalagem, do atendimento ao consu-
midor, da assistência técnica, da agilidade da entrega, da qualidade do
produto/serviço, da cordialidade dos funcionários, etc. Em resumo,
todo o plano de marketing deve estar interligado aos mesmos objetivos,
passando a mesma mensagem para o consumidor, a diferença se dará
quanto os estímulos necessários para cada momento.
Por exemplo, em uma propaganda, o estímulo talvez seja mais
voltado para conquistar o cliente e induzi-lo a comprar ou entrar em
contato. Enquanto isso, a embalagem do produto deve passar outro
tipo de mensagem: o foco, neste caso, deve ser em tangibilizar a ex-
pectativa gerada antes da compra de forma que o consumidor tenha
uma percepção de que sua necessidade foi atendida. Para finalizar, de
nada adianta fazer isso tudo bem feito se, quando seu cliente liga para
o SAC, for mal-atendido e tratado como um inconveniente... Um bom
serviço de atendimento ao cliente pode reverter uma reclamação em
um cliente satisfeito com a solução proposta e feliz por ter sido ouvido
e compreendido pela empresa.
Estímulos externos
Existem estímulos que também podem interferir na vontade do
consumidor de comprar mais, ou menos, seu produto/serviço. Mas
estes não podem ser controlados pelas empresas, acontecem delibe-
radamente no ambiente, e as empresas precisam se adaptar às suas
consequências. Por exemplo:
150
Marketing
151
Aula 9 • Comportamento do consumidor
Aula 9 •
Aula 9 •
Alberto Coutinho/AGECOM
152
Marketing
Características individuais
Até aqui, estávamos analisando os consumidores em grandes grupos.
No entanto, existem características individuais que podem interferir
na decisão de compra também e filtram ainda mais a análise:
• Classe social: acredito que seja muito fácil perceber a diferença de
comportamento do consumidor de classe A e o de classe D. As em-
presas precisam estar sempre atentas, não existe uma classe social
melhor. Afinal, a classe A tem mais dinheiro, mas é mais exigente;
por outro lado, embora a classe D não possa pagar muito caro, tem
uma quantidade muito maior de pessoas.
153
Aula 9 • Comportamento do consumidor
Aula 9 •
Aula 9 •
• Estilo de vida: esta é uma influência que tem ganhado muita for-
ça nos últimos anos com o crescimento do público vegano, mas
poderíamos falar de surfistas, góticos, roqueiros, homossexuais,
skatistas, etc. Cada um destes exemplos possui suas próprias ca-
racterísticas e, quando sua empresa se identifica com algum des-
tes grupos, deverá ajustar a comunicação para que o consumidor
perceba seu posicionamento.
• Idade: claro que a idade influencia, mas não pense que é tão simples
como dizer: “criança gosta de brinquedo e adulto gosta de carro,
casa, celular, etc.” A questão não é esta: você precisa identificar qual
a geração do seu cliente, pois isso pode interferir muito na forma
como você vai se comunicar com ele.
154
Marketing
Atividade 1
Atende ao Objetivo 1
Resposta comentada
a) (E); b) (G); c) (C); d) (S).
155
Aula 9 • Comportamento do consumidor
Aula 9 •
Aula 9 •
Papel de compra
Quando compramos alguma coisa, sempre existem diversas influ-
ências, que muitas vezes não percebemos. No entanto, os profissionais
de marketing conseguem mapear os personagens e a função de cada
um no processo de conquista do cliente.
• Iniciador: o início do processo de compra é quando o consumidor
começa a pensar que aquele produto ou serviço pode atender a
uma necessidade (ou desejo). Pode ser influência de um amigo,
uma vitrine, uma propaganda, um artista, ou até mesmo situações
como um assalto, uma promoção no trabalho, ou um aniversário
de casamento. Tudo isso pode iniciar na mente do consumidor o
interesse por adquirir algum produto ou serviço. Algumas em-
presas investem em propaganda, merchandising no PDV ou até
em filmes, para estimular o consumidor a conhecer os benefícios
de algum produto.
156
Marketing
157
Aula 9 • Comportamento do consumidor
Aula 9 •
Aula 9 •
Atividade 2
Atende ao Objetivo 2
b) Influenciador
c) Decisor
d) Comprador
e) Usuário
Resposta Comentada
a) Podemos dizer que o iniciador é uma combinação da idade dos
pais com a péssima qualidade do sistema público de saúde.
158
Marketing
2. Busca por informações: hoje em dia com a internet fica fácil e rápido
buscar informações sobre qualquer produto, certo? Sim! Mas também
fica fácil para as empresas monitorarem os feedbacks positivos e
negativos, e claro que ninguém quer dar destaque aos seus pontos
ruins. Muitas empresas investem em conteúdos nas redes sociais,
sites e até canais do youtube para gerar fluxo de informações po-
sitivas sobre sua empresa, seus produtos, etc. Mas não é somente
na internet: quando você conversa com seus amigos e familiares,
você também consegue obter algumas informações sobre quem já
usou algo parecido e, às vezes, nesta conversa, você descobre que
talvez a solução possa ser resolvida por outro tipo de produto/
serviço, diferente do que você pensou inicialmente.
159
Aula 9 • Comportamento do consumidor
Aula 9 •
Aula 9 •
Tipo de compra
A compra comparada é o padrão, aquela que mais acontece, seguin-
do todas as etapas do processo citado no item anterior. No entanto,
em algumas situações, o consumidor opta por não comprar o melhor
produto/serviço: algumas vezes optamos por uma compra por conve-
niência! Esta se caracteriza por aceitar pagar um pouco mais caro, ou
não escolher a melhor opção, para ter o benefício de: receber o produto
em casa, receber mais rápido, já comprar o produto gelado ou pronto.
Outra compra que acontece bastante é a compra por impulso. Esta
é a única compra que não possui todas as etapas do processo, porque
sua característica é que são situações inesperadas (o consumidor não
foi naquele PDV para comprar aquele produto), mas, por conta dos
estímulos de marketing, ele decide comprar sem passar pelas etapas:
busca por informações e avaliação das alternativas. Vamos ao exemplo:
em muitas lojas de varejo, na fila do caixa, você passa por um labirinto
de produtos, que normalmente possuem preços baixos. Às vezes, não
são os mais vendidos; outras vezes, estão perto do vencimento da
validade, ou simplesmente são produtos que disparam o desejo im-
pulsivo de comprar sem pensar. Os itens mais comuns são: chocolates,
biscoitos, balas e doces, bebidas geladas, e até revistas de fofocas com
aquelas capas que te deixam curioso! Perceba que que não há busca
por informações e avaliação das alternativas, mas, se não houver o
reconhecimento da necessidade, você não vai se interessar. Ok?
Muitas vezes, o comportamento pós-compra de algumas destas
compras por impulso são negativos, ou por ter comprado algo que
160
Marketing
não era tão necessário, ou porque te fez sair da dieta, mas pelo fato
de serem produtos de preço baixo, o consumidor não se sente tão
culpado, afinal a perda não foi tão grande.
161
Aula 9 • Comportamento do consumidor
Aula 9 •
Aula 9 •
162
Marketing
Conclusão
Concluímos esta aula com a certeza de que, se uma empresa quer
ter sucesso, precisa conhecer melhor seu consumidor, entender suas
características principais e tentar mapear as principais influências que
podem interferir na escolha pelo seu produto.
Atividade Final
Resposta Comentada
a) Você não tem como mapear todas as influências, mas pense na-
quelas que são mais fortes. Por exemplo, de acordo com a idade,
você pode pensar se é casado ou solteiro, ou imaginar se há algum
estilo de vida que combine com seu produto/serviço. O importante
é identificar, entre todos os tipos de influência de que falamos nesta
aula, quais parecem ser mais presentes em seu cliente.
163
Aula 9 • Comportamento do consumidor
Aula 9 •
Aula 9 •
Resumo
Nesta aula você aprendeu sobre as principais influências que interfe-
rem na escolha do consumidor ao adquirir um produto, ou serviço.
Conheceu também as etapas do processo de decisão de compra e os
diferentes personagens que aparecem durante este processo, apren-
dendo como as empresas podem se manter presentes em cada etapa.
164
Marketing
Referências
KOTLER, P. Administração de marketing. 10. ed. São Paulo: Prentice
Hall, 2004.
SCHIFFMAN, L. G.; KANUK, L. L. Comportamento do consumidor.
Trad.: Dalton Conde de Alencar. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012.
165
Aula 10
Branding
Metas
Apresentar ao aluno as vantagens de se fazer um bom gerenciamento
das marcas, como se dá o processo de criação de uma marca e quais
os principais casos de sucesso do mercado.
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
168
Marketing
Introdução
O nome de uma empresa é a primeira impressão de uma marca e, neste
ponto, não dá para estabelecer uma receita para o sucesso. Hoje em
dia, algumas pessoas acham feio e careta, mas antigamente se usava
muito o nome, sobrenome, ou apenas as iniciais do empreendedor.
Não podemos dizer que seja errado, afinal conhecemos a grande fa-
bricante de impressoras e computadores HP, que são as iniciais de
seus fundadores. E, no Brasil, uma grande rede de medicamentos faz
sucesso com o nome de seu dono Sidney Oliveira!
Por outro lado, quando criamos uma empresa, é comum ficamos pen-
sando em nomes complexos, inteligentes, buscando um raciocínio lógico
que transmita os valores da empresa... Muito embora duas das marcas
mais valiosas do mundo tenham nomes simples: de maçã (Apple) e de
janela (Windows). O fato é que não existe certo ou errado, o que está
na moda é fazer sucesso independentemente do nome.
Para que isso aconteça, sua empresa deverá se preocupar muito mais
com as ações de branding (gestão da marca) e com a maneira como
ela será percebida pelos consumidores. O bom gerenciamento de uma
marca, junto com uma boa ideia, pode transformar um pequeno ne-
gócio em uma das marcas mais valiosas do planeta.
169
Aula 10 • Branding
Aula 10 •
Aula 10 •
Planejamento estratégico
É importante começarmos esta aula deixando claro que as ações
de branding não fazem milagres. Elas só vão funcionar se a empresa
tiver um planejamento estratégico bem definido, com seus objetivos e
metas de longo prazo “na mira”. Seus colaboradores devem vivenciar
diariamente a missão e visão institucionais. Uma marca não pode
ter valor se o produto, ou serviço, oferecido pela empresa for ruim;
também não conseguirá ter sucesso no mercado se nem seus próprios
colabores acreditarem na empresa.
A partir de uma boa gestão do negócio, e de um bom planejamento
estratégico, é que serão traçadas as estratégias de comunicação, vendas
e relacionamento com o cliente. A marca é o conjunto de caracterís-
ticas tangíveis e intangíveis, que são manifestadas de várias formas
no relacionamento da empresa com seus clientes. Portanto, deve ser
o reflexo do que a empresa é por dentro, transmitindo seus valores e
compartilhando sua missão.
170
Marketing
Figura 10.1: Onze marcas que são donas de quase tudo que você
compra no mercado.
Fonte: CB Insights (https://e.glbimg.com/og/ed/f/original/2018/06/25/180515-
top-ten-food-brands-v7.jpg).
Se você quiser saber mais sobre estas marcas, leia esta reportagem
da revista Época Negócios: https://epocanegocios.globo.com/
Empresa/noticia/2018/06/marcas-que-sao-donas-de-quase-tudo-
-que-voce-compra-no-supermercado.html.
171
Aula 10 • Branding
Aula 10 •
Aula 10 •
172
Marketing
Kai Hendry
acrílico ou madeira).
173
Aula 10 • Branding
Aula 10 •
Aula 10 •
Atividade 1
Atende ao Objetivo 1
174
Marketing
Resposta comentada
a) (F) Comentário: até pode ser papel do branding reagir às ações da
concorrência, mas nada é obrigatoriamente imediato. A resposta
pode demorar a vir, mas, quando vier, será muito mais eficaz.
b) (V)
c) (V)
e) (V)
175
Aula 10 • Branding
Aula 10 •
Aula 10 •
176
Marketing
177
Aula 10 • Branding
Aula 10 •
Aula 10 •
178
Marketing
Jornada do consumidor
Uma ferramenta muito conhecida no âmbito do empreendedorismo é o
Business Model Canvas, proposto por Alexander Osterwalder. Através dele,
podemos mapear os principais fatores críticos de sucesso de um negócio
no qual se pretende investir ou que se pretende criar. Existe uma versão
deste Quadro de Modelo de Negócios original, disponível em Creative
Commons, usada para analisar a experiência do cliente com a marca.
179
Aula 10 • Branding
Aula 10 •
Aula 10 •
Pré-serviço
A fase do pré-serviço, quando a empresa precisa conquistar o cliente,
depende diretamente da expectativa que o cliente tem sobre seu pro-
duto/serviço. Não adianta criar muitas expectativas e não atendê-las,
assim como fazer a mesma coisa que os outros também não vai levá-lo
a lugar algum. Em geral, esta etapa possui quatro grandes influências:
• Experiências anteriores: esta é a única influência em que a empresa
não tem como interferir, pois já aconteceu, e pode ser uma expe-
riência até com outra marca do mesmo tipo de produto/serviço.
De qualquer forma, o cliente sempre vai se lembrar da(s) sua(s)
última(s) experiência(s).
180
Marketing
Serviço
Durante a etapa de realização do serviço, é claro que o objetivo é
sempre fazer o melhor possível para agradar, mas, se você quer ter
sucesso em seu empreendimento, precisa mapear seu processo e iden-
tificar duas coisas:
1. quais os pontos de interação direta do cliente com sua empresa? e
181
Aula 10 • Branding
Aula 10 •
Aula 10 •
Pós-serviço
Após o serviço, é importante que a empresa monitore se o cliente
ficou satisfeito ou insatisfeito, sempre tentando identificar os pontos
fortes e fracos daquele serviço. Cada cliente é uma fonte rica de in-
formações sobre onde podemos melhorar, e no que precisamos dar
mais ênfase porque estamos fazendo bem feito!
182
Marketing
Atividade 2
Atende ao Objetivo 2
Resposta Comentada
É claro que todas são importantes, mas as duas mais críticas são:
Conclusão
Nesta aula você descobriu a importância de se planejar cuidado-
samente como sua marca vai se comportar durante o relacionamento
com seus clientes, aprendeu como funciona um processo de criação
de uma marca e, o mais importante, aprendeu a nunca esquecer que
as ações de branding não costumam gerar resultado em curto prazo.
Qualquer tipo de empresa, multinacional ou start-up, todas podem
usar algum tipo de ação de branding para nortear seu planejamento
de marketing no longo prazo.
183
Aula 10 • Branding
Aula 10 •
Aula 10 •
Atividade Final
a) Tanto no caso de a empresa que você está analisando ser uma marca
nova no mercado, quanto para uma empresa já estabelecida e co-
nhecida, vamos analisar primeiro a parte gráfica (logotipo, cores,
símbolos e nomes). Qual mensagem esta marca passa (ou deveria
passar, para o caso de você estar criando uma nova!)?
Resposta Comentada
a) Nesta questão você deve pensar no conjunto de informações: as
combinações de cores desta marca parecem coerentes com o pro-
duto/serviço oferecido? Os símbolos utilizados foram usados em
harmonia com o visual e com a proposta da empresa? Pense em
quem não conhece a marca: só em olhar para a marca/logotipo já
dá pra ter noção do que é oferecido ao cliente?
184
Marketing
Resumo
Nesta aula, falamos sobre o gerenciamento de marcas, seus benefícios,
e também sobre o processo de criação de uma marca. Estas informa-
ções podem ser bastante úteis para quem está montando uma start-up
ou para quem já está no mercado e deseja lançar um produto novo!
Referências
KOTLER, P. Administração de marketing. 10. ed. São Paulo: Prentice
Hall, 2004.
KAPFERER, J.-N. As marcas, capital da empresa. Paris: Cetop, 1991.
TAVARES, M. C. Gestão de marcas: construindo marcas de valor. São
Paulo: Harbra, 2008.
185
Aula 11
Marketing estratégico
Metas
Apresentar ao aluno as principais ferramentas de marketing, para
monitorar o mercado e seus produtos com foco no planejamento de
longo prazo.
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
188
Marketing
Introdução
Nesta etapa da disciplina, você já compreende muito bem o papel do
marketing dentro das organizações e deve ter percebido que é uma
área muito relacionada com o planejamento estratégico da empresa.
Existem algumas ferramentas de análise estratégica que ajudam tanto
a área de marketing quanto a de estratégia e é sobre isso vamos falar
nesta aula.
Ressaltamos que não importa o tamanho da empresa, seja uma multina-
cional ou uma PME (pequena e média empresa), todas as ferramentas
que serão apresentadas nesta aula poderão ajudar no gerenciamento de
seu portfólio, nas análises estratégicas e no mapeamento da concorrência.
Matriz BCG
Na década de 1970, a consultoria norte-americana Boston Consulting
Group (daí a origem da sigla BCG) criou uma matriz que permitia às
empresas analisarem o seu portfólio de produtos no mercado, para
identificar o grau de receptividade do consumidor a respeito de cada
produto e, consequentemente, decidir quais seriam as próximas ações
da empresa em cada produto/serviço.
189
Aula 11 • Marketing estratégico
Aula 11 •
Aula 11 •
190
Marketing
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Aula 11 • Marketing estratégico
Aula 11 •
Aula 11 •
Cadeia de valor
192
Marketing
193
Aula 11 • Marketing estratégico
Aula 11 •
Aula 11 •
Para ver um exemplo prático do que está sendo dito aqui, assista ao
vídeo “Tintas Coral – Institucional Logística – Melhorias e resul-
tados” no link: https://www.youtube.com/watch?v=dy6liUePbdQ.
Veja, no link a seguir, uma empresa que utiliza robôs para orientar
os armazéns: https://www.youtube.com/watch?v=Jv_3bH2mWbA.
• Operações ou produção:
194
Marketing
• Marketing e vendas
195
Aula 11 • Marketing estratégico
Aula 11 •
Aula 11 •
• Serviços
• Infraestrutura
• Recursos humanos
196
Marketing
• Desenvolvimento de tecnologias
• Aquisição e compras
Análise SWOT
Entre as décadas de 1960 e 1970, um norte-americano chamado
Albert Humphrey elaborou, pela primeira vez, uma análise estratégica
para seu projeto de pesquisa. Conhecida pela sigla SWOT, cada letra
desta análise representa uma visão desta análise, que traduzindo para
o português ficaria:
• Strenghts = forças;
• Weakness = fraquezas;
• Opportunities = oportunidades;
• Threats = ameaças.
197
Aula 11 • Marketing estratégico
Aula 11 •
Aula 11 •
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Marketing
FORÇAS FRAQUEZAS
199
Aula 11 • Marketing estratégico
Aula 11 •
Aula 11 •
Tabela 11.2: Planos de ação que poderiam ser gerados, com base nos itens
identificados na SWOT
FORÇAS FRAQUEZAS
S1 – Possui a segunda maior W1 – Houve
frota de aeronaves do mundo. um flagrante de
descaso de um
funcionário na
S2 – Possui programa de
entrega de uma
incentivo à responsabilidade
encomenda,
ambiental com soluções
prejudicando
ecológicas.
a imagem da
empresa.
S3 – Possui planos de
contenção para emergências;
W2 – Possui muitas
reclamações sobre
S4 – Excelente processo atendimento,
logístico com tecnologia de atrasos e extravio
ponta, gestão de pessoas e de encomendas.
administração do tempo.
OPORTUNIDADES
O1 – Empresas de S4 + O1: Investir no projeto O2 + W1 + W2:
tecnologia estão evoluindo de usar drones para entregas Investir em
nas pesquisas com drones urgentes. treinamentos
para serem utilizados nos constantes e em
serviços de entrega de plano de carreiras,
S1 + S4 + O2: Expandir
encomendas. para ter funcionários
operações no mercado
mais preparados e
brasileiro.
satisfeitos.
O2 – A demanda por este
serviço no Brasil aumenta
todo ano, diante do aumento
nas vendas de sites
(e-commerce).
AMEAÇAS
T1 – Fenômenos climáticos S3 + T2: Elaborar diferentes W2 + T1: Investir
podem atrapalhar o pouso cenários para o planejamento nos melhores
e decolagem de aeronaves, estratégico da empresa, equipamentos de
atrasando a entrega. preparando-se para mitigar os monitoramento
impactos caso estas ameaças climático, deixando
aconteçam. prontos planos
T2 – Crises econômicas
contingenciais.
e políticas, assim como
mudanças na legislação,
podem afetar os negócios.
200
Marketing
Atividade 1
Atende ao Objetivo 1
Resposta comentada
a) (O); b) (S); c) (O); d) (T); e) (W).
201
Aula 11 • Marketing estratégico
Aula 11 •
Aula 11 •
Economia de escala
Regulamentação
Diferenciação de serviços/produtos
Necessidade de investimento
202
Marketing
203
Aula 11 • Marketing estratégico
Aula 11 •
Aula 11 •
Custo de troca
204
Marketing
Concentração de fornecedores
205
Esta força verifica o grau de dependência da empresa analisada
diante de seus fornecedores. Quanto maior o poder de barganha dos
fornecedores, pior será para a empresa, que não conseguirá negociar
melhores condições. Vejamos:
• Concentração de fornecedores: quanto maior a concentração de for-
necedores, pior para a empresa. Imagine depender de apenas um
fornecedor e ele decidir aumentar em 200% o preço dos insumos!
É uma grande ameaça para a empresa (4). Por outro lado, para uma
grande empresa que possua diversos fornecedores espalhados pelo
Brasil, ou pelo mundo, o poder de barganha destes fornecedores
é mínimo. Qualquer negociação que a empresa quiser será aceita,
uma vez que, se um fornecedor não aceitar as condições, existirão
outros que as aceitem (1).
Diversidade de clientes
207
Aula 11 • Marketing estratégico
Aula 11 •
Aula 11 •
Barreiras de saída
Diversidade de concorrentes
208
Marketing
Tabela 11.8: Consolidação das notas de cada uma das tabelas anteriores,
para facilitar um diagnóstico final
Predominância Predominância
Força Pontos atribuídos A O
de ameaça de oportunidade
1 Acima de 10 Até 10
2 Acima de 6 Até 6
3 Acima de 10 Até 10
4 Acima de 10 Até 10
5 Acima de 10 Até 10
209
Aula 11 • Marketing estratégico
Aula 11 •
Aula 11 •
Atividade 2
Atende ao Objetivo 2
Resposta Comentada
Com a evolução dos smartphones, as câmeras digitais de baixa ca-
pacidade se tornaram obsoletas (produto substituto). Isso tornou o
consumidor mais exigente na categoria de câmeras, fazendo com que
os únicos produtos que não perdem para os smartphones sejam de
qualidade semiprofissional (poder de barganha dos consumidores).
Naturalmente, tudo isso provocou uma seleção das melhores marcas
do segmento, eliminando as outras (rivalidade no mercado).
Conclusão
Nesta aula, você aprendeu sobre as principais ferramentas de análise
estratégica que uma empresa pode utilizar para monitorar o mercado,
a concorrência e o seu próprio portfólio de produtos. Cada uma tem
sua função e é sempre importante fazer com que estas análises não
fiquem somente num relatório, sem serem aplicadas na prática. De
alguma forma, estas análises precisam se refletir em ações ou projetos
que vão impactar a empresa no curto prazo.
210
Marketing
Atividade Final
Resposta Comentada
Em sua resposta, na matriz BCG, tenha cuidado para não colocar
projeções. Esta análise deve ser do momento atual de cada produto,
e não o que você espera que aconteça no futuro.
Resumo
Nesta aula, falamos sobre as ferramentas mais utilizadas no mercado
para analisar o ambiente interno e o externo, mapeando as ameaças
e oportunidades para tomar decisões de curto, médio e longo prazo.
Referências
KOTLER, P. Administração de marketing. 10. ed. São Paulo: Prentice
Hall, 2004.
MCKENNA, R. Marketing de relacionamento. Estratégias bem-sucedidas
para a era do cliente. 26. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
211
Aula 12
Marketing de relacionamento
Metas
Apresentar o conceito de marketing de relacionamento, suas vanta-
gens e dificuldades, além de apresentar os erros mais comuns que se
encontram no mercado.
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
214
Marketing
Introdução
Estamos chegando à reta final do nosso curso e, nesta fase, tenho
certeza de que você já entendeu o quanto é importante para uma
empresa se preocupar com a satisfação de seus clientes. No entanto,
para chegar ao entendimento atual, o “mundo do marketing” sofreu
algumas transformações e, em alguns países, ocorreram sérios erros
de interpretação sobre o que realmente significava a expressão “rela-
cionamento com o cliente”.
Vamos retomar aquela evolução que você aprendeu: saindo do marketing
1.0 para o 4.0 (mais especificamente a primeira mudança do 1.0 para
o 2.0, ao colocar o foco na satisfação dos clientes). Esta foi fase que
deu origem à preocupação de mudar o comportamento da empresa,
não bastava encarar o consumidor como um número de vendas. Uma
transação comercial não podia ser mais importante do que aquele
consumidor! Foi no marketing 2.0 que começou-se a pensar em como
satisfazer as necessidades do consumidor. No entanto, este conceito foi
amadurecendo até a mudança do 2.0 para o 3.0: surgia, então, o CRM
(Customer Relationship Management, ou Gestão de Relacionamento
com o Consumidor, em português) como uma forma de gerenciar
todos os contatos daquele consumidor com a empresa do mesmo jeito,
mantendo a mesma “mensagem” e valores da marca.
216
Marketing
217
Aula 12 • Marketing de relacionamento
Aula 12 •
Aula 12 •
Veja bem: não significa que você deva deixar de atender seus clientes!
Entretanto, para alguns clientes, você deve apenas cumprir sua respon-
sabilidade com o produto, caso esteja defeituoso, sem que seja necessário
fazer muitas concessões.
Por exemplo, as operadoras de telecomunicações são praticamen-
te todas iguais neste aspecto: muitas ofertas para conquistar o novo
cliente, mas quem já é cliente só tem reajuste nos preços e perde alguns
benefícios com o tempo. Só quando o cliente liga para cancelar é que
surgem novos descontos e novos preços para fidelizá-lo por mais alguns
meses. Se houvesse alguma empresa realmente focada na satisfação do
consumidor, o foco em manter os clientes atuais satisfeitos seria tão
prioritário quanto em conquistar novos clientes.
Atividade 1
Atende ao Objetivo 1
218
Marketing
Resposta comentada
a) Um exemplo do erro 4 aconteceu quando você pede portabilidade
de seu telefone para outra operadora, logo assim que o sistema iden-
tifica que foi feito o pedido pela outra operadora, a operadora antiga
liga para o cliente tentando oferecer novos benefícios para que ele
cancele o pedido.
b) Para não cometer o erro 1, um salão de beleza decide cadastrar
alguns dados de suas clientes para mapear através do endereço qual
a região de cobertura de seu negócio. Esta informação pode ser útil
para estudar a viabilidade de abrir uma nova loja.
c) Um exemplo de erro 3 seria uma pequena loja de bairro, daquele
tipo que vende de tudo, decidir colocar um novo sistema no caixa para
registrar as vendas. O quanto este sistema trará de benefícios que o
bom atendido e atenção aos clientes não faz?
219
Aula 12 • Marketing de relacionamento
Aula 12 •
Aula 12 •
Marketing de relacionamento
O marketing de relacionamento, então, é o conjunto de ações de
uma empresa para com seu consumidor. Desde a conquista do cliente,
na primeira interação com ele, bem como durante todas as outras vezes
que ele comprou seus produtos/serviços e até as ações de retenção para
conseguir uma segunda chance com os clientes insatisfeitos.
Aplicar ações de marketing de relacionamento permitirá à empresa
evitar gastos desnecessários com clientes de baixo valor, concentrando
os investimentos em prestigiar os clientes de alto valor, que dão mais
lucratividade para a empresa. Além disso, com mais dados sobre os
clientes, fica muito mais fácil abordá-los numa nova propaganda e
isso pode reduzir os custos em divulgação.
E já que falamos em propaganda, quanto mais se conhece o consu-
midor, mais informações sua empresa terá disponíveis para medir a
eficácia de uma propaganda antes de ir ao ar. O foco deve ser sempre
nas necessidades do consumidor. Concentrando-se nisso, naturalmente,
os clientes vão surgindo, até mesmo pela propaganda boca a boca.
As ações de relacionamento podem ser classificadas em cinco tipos:
• Prospecção: as ações desenvolvidas para conquistar o consumidor
são classificadas como prospecção. Atualmente, muito se fala sobre
“big data”, isto é, o uso de grandes volumes de dados para analisar
informações de consumidores. É possível uma empresa comprar
bases de informações sobre um determinado grupo de pessoas e,
diante disso, filtrar os que se encaixam no perfil de seu público-
-alvo, para determinar novas ações de prospecção mais assertivas.
220
Marketing
Atividade 2
Atende ao Objetivo 2
221
Aula 12 • Marketing de relacionamento
Aula 12 •
Aula 12 •
Resposta comentada
a) (U);“b) (F); c) (R); d) (C); e) (P).
Conclusão
Nesta aula, você aprendeu sobre os conceitos e objetivos do ma-
rketing de relacionamento, descobriu os principais erros que aconte-
ceram no passado e as vantagens de se aplicar corretamente ações de
relacionamento com o consumidor.
Atividade Final
222
Marketing
Resposta comentada
Em sua resposta, você deve ter em mente que, se escolheu prospecção,
deve ter claramente quais as características de clientes que sua empresa
deseja conquistar.
Resumo
Nesta aula falamos sobre a diferença entre o CRM e o marketing de
relacionamento, seus objetivos e benefícios.
Referências
KOTLER, P. Administração de marketing. 10. ed. São Paulo: Prentice
Hall, 2004.
MCKENNA, R. Marketing de relacionamento. Estratégias bem-sucedidas
para a era do cliente. 26. ed. Rio de Janeiro: Campus,1997.
223
Aula 13
Elaboração de um plano de marketing
Metas
Apresentar um passo a passo para elaboração de um plano de ma-
rketing eficaz e coerente, que possa ser aplicado em qualquer tipo
de organização.
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
226
Marketing
Introdução
Até aqui, em nossa disciplina, você descobriu muitas novas informações
sobre o que é marketing, sua origem, como são estruturadas algumas
empresas... Além disso, detalhamos cada um dos principais tópicos que
devem ser analisados e planejados pelos profissionais de marketing.
Um plano de marketing pode estar inserido em um plano de negócios
ou em um plano estratégico. A diferença entre os dois é que, enquanto
o primeiro é um planejamento da criação de uma empresa, o segundo é
um planejamento de médio a longo prazo de uma empresa já existente.
O marketing tem papel fundamental nas duas situações, mas cabe ao
profissional desta área fazer as escolhas corretas para cada necessidade.
É sobre isso que vamos tratar nesta aula.
Pesquisas de mercado
Na Aula 8, nós falamos sobre as pesquisas. Vimos como sempre é
importante ter bastante informação sobre o mercado e sobre seu consu-
midor. Quando estamos elaborando um plano de negócios, as pesquisas
poderão lhe ajudar a validar seu produto ou serviço com os consumi- A tradução literal de
dores, identificar a percepção deles (consumer insight), mapear pontos consumer insight
é “percepção do
de melhorias e pontos fortes que precisam explorados na comunicação. consumidor”, mas o termo
Muitas ajudam, portanto, no desenvolvimento de um plano de marketing. aqui é utilizado com uma
concepção mais ampla,
referindo-se aos estudos
do comportamento e da
percepção do consumidor.
227
Aula 13 • Elaboração de um plano de marketing
Aula 13 •
Aula 13 •
Atividade 1
Atende ao Objetivo 1
228
Marketing
Resposta comentada
1. Trata-se de um caso muito bem-sucedido de marketing e muitas
coisas foram bem feitas para atingir tal domínio do mercado. No
entanto, podemos elencar as principais: 1) o alto investimento em
pesquisas sobre o consumidor e consumer insights certamente foram
as decisões mais relevantes da empresa, e deram origem às outras
informações e escolhas certas; 2) a validação da comunicação com
consumidoras reais permitiu um entendimento de seu público, que
foi muito importante para não passar a mensagem errada; 3) as
mudanças provocadas no ponto de venda, arrumando os produtos
em bloco (paredão verde) para que o consumidor identifique facil-
mente onde estão os produtos também provocaram bons resultados.
2. Poderiam existir várias ideias para responder esta questão, mas tudo
se resume em continuar explorando as pesquisas sobre o desen-
volvimento do produto e novos benefícios funcionais, e ao mesmo
tempo manter as pesquisas com o consumidor, para identificar
novas oportunidades de inserir o produto no dia a dia, como foi
feito com o Activia com suco e a sobremesa (mencionados no
estudo de caso).
Análises de marketing
Junto com as pesquisas de marketing, é importante que você utilize
as ferramentas de marketing de que falamos na Aula 11 para mapear
o mercado e obter algumas informações úteis sobre o posicionamento
de seus produtos existentes, e dos concorrentes. Se for um plano de
negócios, você não conseguirá aplicar a matriz BCG e a cadeia de valor
servirá como uma referência na construção de sua nova empresa, e
não na busca por melhorias como de costume.
229
Aula 13 • Elaboração de um plano de marketing
Aula 13 •
Aula 13 •
Plano de marketing
Seja num plano de negócios, ou num planejamento estratégico, o
plano de marketing deve reunir todas as informações obtidas através
das pesquisas e das análises sugeridas no tópico anterior, para que os
profissionais de marketing definam quais são as ações mais recomendadas.
As primeiras decisões que precisam ser tomadas são as mensagens
que a empresa quer transmitir para seus consumidores. Isso porque,
com base nas pesquisas e análises, certamente vão surgir várias ideias
e situações diferentes. Pode ser que você esteja lançando um novo
produto, uma nova marca, abrindo uma nova loja, ou atualizando
um produto já existente com novas funcionalidades; mas, ao mesmo
tempo, você talvez tenha identificado que precisa mudar a percepção
dos consumidores sobre sua marca institucional por causa de alguns
problemas passados, ou produtos defeituosos que marcaram a história
da marca, ou mesmo se defender de ataques da concorrência. Cada
uma das situações levantadas pode gerar a necessidade de fazer um
tipo de comunicação diferente.
230
Marketing
231
Aula 13 • Elaboração de um plano de marketing
Aula 13 •
Aula 13 •
• jornais de bairro, que podem ser bastante úteis e, em locais que não
possuem jornais regionais, você pode procurar parceria com alguns
estabelecimentos comerciais para divulgar sua marca em papel de
pão em padarias, caixas de entrega nas pizzarias e até cupons de
descontos para clientes de uma farmácia vizinha;
• flyers, que são pequenos panfletos que costumam ser deixados na mesa
de consultórios ou, se a loja estiver em um bairro residencial, podem
ser colocados na caixa de correio das casas e condomínios vizinhos;
233
Aula 13 • Elaboração de um plano de marketing
Aula 13 •
Aula 13 •
Campanha/ação Custo (R$) Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
Campanha 1: R$ 100.500 R$ 30.500 R$ 9.500 R$ 9.500 R$ 12.000 R$ 20.000 R$ 7.000 R$ 12.000
Panfletos R$ 2.500,00
Brindes R$ 5.000,00
Outdoor R$ 7.000,00
Campanha 2: R$ 69.500 R$ 14.000 R$ 23.500 R$ 11.000 R$ 1.000 R$ 10.500 R$ 1.000 R$ 8.500
Propaganda em
R$ 7.500,00
jornal de bairro
Panfletos R$ 2.500,00
Flyers R$ 1.000,00
Outdoors R$ 5.000,00
234
Marketing
Atividade 2
Atende ao Objetivo 2
Resposta comentada
Para uma ação como esta, com nível nacional, é importante escolher
canais de comunicação de massa com grande alcance. Portanto, reco-
menda-se o uso de propagandas em TV aberta (Rede Globo, Record e
SBT). Além disso, também é interessante fazer uma grande campanha
digital, mantendo uma forte presença nas redes sociais, e talvez até
patrocinar algumas reportagens de TV, jornais ou sites, abordando a
eficiência operacional da empresa e como isso pode impactar o mer-
cado de empresas de entregas do Brasil.
Conclusão
Nesta aula você aprendeu sobre as informações mais relevantes
para analisar no desenvolvimento de um plano de marketing e des-
cobriu um passo a passo simples de como se constrói um plano de
marketing eficaz.
235
Aula 13 • Elaboração de um plano de marketing
Aula 13 •
Aula 13 •
Atividade Final
Atende ao Objetivo 3
Resposta comentada
Você pode usar o modelo de plano de mídia que usei nesta aula como
referência para seu exercício:
Campanha/ação Custo (R$) Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
Campanha 1:
Campanha 2:
Campanha 3:
Orçamento total
236
Marketing
Resumo
Nesta aula, falamos sobre as informações relevantes para avaliar na construção de um
plano de marketing, bem como um passo a passo das etapas deste plano. Vale lembrar
que este plano de marketing pode ser usado por um empreendedor que deseja montar seu
próprio negócio, ou por uma empresa que está para lançar um novo produto no mercado.
Referências
KOTLER, P. Administração de marketing. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004.
ALMEIDA, I. L. F. de; ZUPPO, C. P. I. ACTIVIA: consumer insight e construção de marca.
São Paulo: Central de Cases ESPM, junho 2011. Disponível em <http://www2.espm.br/
sites/default/files/activia_0.pdf>. Acesso em: 17 maio 2019.
237
Aula 14
As novas arenas da comunicação
Metas
Apresentar ao aluno a visão mais moderna e atual do mercado cor-
porativo sobre a comunicação com os consumidores, bem como as
novas alternativas de comunicação que foram criadas.
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
240
Marketing
Introdução
Depois de tudo o que já vimos nesta disciplina, você certamente já
percebeu que a área de marketing está sempre buscando inovar e se
reinventar para se aproximar cada vez mais de seus consumidores.
Naturalmente, o objetivo básico de qualquer empresa é ter lucro e,
para isso, é necessário vender mais ou vender melhor.
É exatamente nesta busca por vender melhor que as grandes empresas
perceberam que existem situações e ambientes que, embora façam
parte da vida dos consumidores, ainda não tinham relação com suas
marcas. Ou seja, estamos numa era do marketing em que as empresas
estão buscando oferecer ao consumidor a experiência de usar seus
produtos e serviços; logo, ambientes como festivais de música, eventos
de moda e feiras passam a ser grandes oportunidades de se aproximar
dos consumidores para oferecer esta experiência.
Nesta aula, você vai conhecer o que o autor Francisco Gracioso cha-
mou de “novas arenas da comunicação com o mercado” no seu livro
homônimo, lançado em 2008.
Arenas da comunicação
As novas arenas de comunicação são alternativas encontradas para
se comunicar com os consumidores de uma forma mais específica e, às
vezes, multissensorial. Vale destacar que estas não vão fazer os antigos
meios de comunicação deixar de existir, são alternativas complemen-
tares às opções que já existiam para se comunicar com o consumidor.
Propaganda tradicional
Há muitos anos que as pessoas vêm dizendo que a propaganda tra-
dicional na TV, nos jornais, em revistas e outdoors morreria com a
chegada da internet. Na verdade, o que estamos vendo, cada vez mais,
é que as propagandas tradicionais estão se reinventando para se ade-
quar à nova realidade da sociedade, mas ainda estão firmes e fortes nos
planos de marketing!
Um exemplo que podemos citar desta modernização das propagandas
é quando assistimos na TV a uma peça publicitária de 30 segundos que
tem tanta encenação que mais se parece uma cena de filme e, no final,
aparece a marca anunciante com a frase: “Quer saber como termina?
241
Aula 14 • As novas arenas da comunicação
Aula 14 •
Aula 14 •
242
Marketing
243
Aula 14 • As novas arenas da comunicação
Aula 14 •
Aula 14 •
244
Marketing
Ter uma loja significa cada vez menos vender produtos. A loja
física não tem mais o intuito de apenas vender, ela hoje representa
mais um canal de contato da empresa com o consumidor, onde ele
pode vivenciar e ter experiências com a marca. Nesse canal, a empresa
consegue ativar os cinco sentidos do cliente – audição, visão, tato, olfato
e paladar – para ter uma abordagem mais completa, baseando-se em
elementos sensoriais que não podem ser despertados em canais off-line.
245
Aula 14 • As novas arenas da comunicação
Aula 14 •
Aula 14 •
Figura 14.1: Exemplo de ponto de venda que oferece a experiência antes da venda.
246
Marketing
247
Aula 14 • As novas arenas da comunicação
Aula 14 •
Aula 14 •
Moda e entretenimento
Os eventos de moda são famosos pelo mundo inteiro e já movi-
mentam muito dinheiro em sua cadeia natural de produtos para ves-
timenta e acessórios. O que há de novo é que muitas empresas estão
utilizando estes eventos para divulgar suas marcas! Pense bem: se seu
público-alvo tem muita coisa em comum com o público que frequenta
os desfiles de moda, talvez seja mais barato e mais eficiente inserir sua
marca no evento do que fazer uma propaganda de TV.
O mesmo acontece com o setor de entretenimento: no Brasil, en-
tre 2013 e 2015, este setor movimentou mais de 155 bilhões de reais,
gerando mais de 850 mil empregos. Rock in Rio e Lollapalooza são
os maiores festivais de música atualmente no país e, além de atraírem
milhões de expectadores, também movimentam milhões de reais em
patrocinadores! Na edição de 2017, o Rock in Rio conseguiu pagar 50%
dos custos do festival somente com a receita de seus patrocinadores,
isto porque a experiência vivida pelos expectadores é tão boa que
diversas marcas querem se manter presentes neste “momento mágico”.
Luciana Perdigão
248
Marketing
Atividade 1
Atende ao Objetivo 1
Com base no que você já viu até esta parte da aula, tente identificar o
que as arenas têm em comum: varejo e moda/entretenimento. Quais as
características essenciais para que estes ambientes tenham se tornado
relevantes meios de comunicação com os consumidores?
Resposta comentada
A primeira característica essencial é a criação de um ambiente multis-
sensorial onde as marcas podem “envolver” os clientes com a sensação
à qual se deseja associar a marca. Quando falamos multissensorial,
estamos nos referindo aos cheiros daquele ambiente, à temperatura,
luminosidade, aos sons e músicas, aspectos visuais do ambiente, à
alegria das pessoas ao seu redor, etc. Tudo isso vai proporcionar ao
cliente uma experiência que estará sempre associada à marca.
Outro ponto importante de se destacar é que estes ambientes fazem
naturalmente uma segmentação muito forte, tornando o público que
está ali dentro muito parecido em gostos, preferências e costumes, o
que termina potencializando o efeito das ações de marketing.
Marketing esportivo
O marketing esportivo sempre esteve muito próximo de todos nós
por conta dos patrocinadores de times de futebol, esporte muito popular
no Brasil. No entanto, esta modalidade de marketing não se restringe
ao futebol, estando presente também em outros esportes, como o vô-
lei e a Fórmula 1 (F1). Há ocasiões, por exemplo, em que as equipes
adotam para si o nome do patrocinador, como no caso da empresa de
energéticos Red Bull, que assumiu equipes de futebol e de Fórmula 1.
Marketing
Conclusão
Nesta aula, você descobriu que, mesmo com o aparecimento de novas
tecnologias e novas formas de vender produtos/serviços pela internet,
as lojas físicas não devem sumir do mapa. O que se percebe é que,
junto com a evolução da sociedade e da tecnologia, as lojas precisam
evoluir também e oferecer novas experiências para seus consumidores.
251
Aula 14 • As novas arenas da comunicação
Aula 14 •
Aula 14 •
Atividade Final
Resposta comentada
Você pode escolher quaisquer das arenas, o foco é usar a criatividade:
• Telemarketing/Venda direta: se esta for sua escolha, deve planejar qual
o perfil do público que seus vendedores deverão procurar abordar.
• Esportes: se esta for sua escolha, identifique qual esporte tem algo
relacionado com seu público e sugira se vale mais a pena patrocinar
um time, um atleta ou uma competição.
• Internet e varejo digital: se esta for sua escolha, defina suas priori-
dades entre criar um perfil ou páginas nas redes sociais, ou criar um
site de vendas pela internet. Cada situação exige ações diferentes e
possui focos também diferentes, pois enquanto a primeira escolha
está voltada para o relacionamento com o consumidor, a segunda
está focada em vender os produtos.
252
Marketing
Resumo
Nesta aula, falamos sobre as novas arenas da comunicação, que são na
verdade novas alternativas que grandes empresas encontraram para
se comunicar com os consumidores de forma mais moderna e, às
vezes, até sensorial.
Referências
BAILEY, S.; BAKER, J. Moda e visual merchandising. São Paulo: G
Gili, 2014.
FERRAZ, B. Para onde vão os festivais? Revista da ESPM, Rio de Ja-
neiro, ano 23, ed. 106, n. 1, p. 110-111, jan./fev./mar. 2017. Disponível
em: http://arquivo.espm.br/revista/2017/2017-jan-fev-mar/. Acesso
em: 23 maio 2019.
GRACIOSO, F. As novas arenas da comunicação com o mercado. São
Paulo: Atlas, 2008.
KOTLER, P. Administração de marketing. 10. ed. São Paulo: Prentice
Hall, 2004.
KOTLER, P., KARTAJAYA, H., SETIWAN, I. Marketing 4.0: do tradi-
cional ao digital. Rio de Janeiro: Sextante, 2017.
PEÇANHA, V. Marketing de conteúdo – Tudo que você precisa saber
para se tornar um especialista no assunto. Rock Content [blog], 14 jun.
2018. Disponível em: https://rockcontent.com/blog/marketing-de-
-conteudo/. Acesso em: 23 maio 2019.
PWC. Total Retail 2017 – Alternativas de investimento num merca-
do cada vez mais competitivo, PriceWaterhouseCoopers Brasil Ltda.,
2017. Disponível em: https://www.pwc.com.br/pt/totalretail/2017/
total-retail-2017.pdf. Acesso em: 30 abr. 2018.
253
Aula 15
Trade marketing
Metas
Apresentar ao aluno os conceitos básicos do trade marketing, seu papel
dentro do plano de marketing das organizações, os benefícios de se
usar ações de trade marketing, os desafios e as melhores práticas do
mercado nesta área.
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
1. compreender o conceito de trade marketing;
256
Marketing
Introdução
Em nossa última aula, vamos falar sobre uma modalidade que tem
crescido muito dentro da área de marketing: o trade marketing. O que,
antes, era resolvido apenas pelo que o mercado chama de “sell-in”
(venda de produtos do fabricante a um canal indireto, sem a garantia
de revenda), passou a necessitar de “sell-out” (quando o produto é ven-
dido diretamente ao consumidor final). Ou seja, mesmo o fabricante
vendendo seus produtos para um ponto de venda ou distribuidor, as
empresas perceberam que precisavam ajudá-los a vender seus produtos
aos consumidores finais.
Há diferentes interpretações de trade marketing: algumas empresas
mesclam esta área com a inteligência comercial, tornando a equipe
muito mais analítica e estratégica; enquanto isso, outras empresas já
preferem ter a equipe de inteligência ou de estruturação de canais se-
parada, e o setor de Trade Marketing acaba se limitando às atividades
de merchandising do ponto de venda e à realização de eventos.
Seja como for, a importância do trade marketing é tão grande atualmente
que já é possível encontrar cursos de pós-graduação especificamente
nesta área! Vamos descobrir, então, os seus conceitos básicos, suas
ferramentas e algumas das melhores práticas do mercado.
257
Aula 15 • Trade marketing
Aula 15 •
Aula 15 •
sável pelos lucros de uma empresa, e o distribuidor, por sua vez, não
seria mais considerado apenas um agente passivo e responsável por
facilitar o processo de vendas ao consumidor final: passaria, também,
a ser considerado um cliente importante, cujo negócio é fundamental
que seja compreendido e estudado.
O trade marketing como setor dentro do marketing deve considerar
alguns pontos essenciais para sua existência e funcionalidade: criação
e desenvolvimento do departamento que será responsável por respon-
der às novas e constantes necessidades dos clientes; desenvolvimento
constante de pesquisas sobre o consumidor; criação e realização de
promoções específicas para cada ponto de venda; criação de planos de
ação específicos. O setor será o elo entre as decisões que envolvem o
marketing de uma empresa e as relações comerciais desta, ou seja, seus
clientes ou canais de distribuição.
A partir da perspectiva do fabricante (responsáveis pela marca), o
trade marketing cumpre o objetivo de estruturar a estratégia do marketing
por canais e dar diferentes responsabilidades de serviço aos principais
clientes distribuidores. A partir da perspectiva do distribuidor, o trade
marketing implica a procura do aumento do volume de negócio, favo-
recendo a rotação de produtos e o poder de fidelização das marcas. O
trade marketing é também uma aliança estratégica e operativa na qual
se realizam planos de marketing em conjunto.
Merchandising
À medida que os movimentos de negócio do ponto de venda foram
aumentando, o ambiente de compras tornou-se essencial. Cada vez mais,
os pontos de venda tentam desenvolver no seu canal de distribuição
um design contemporâneo e moderno, amigo do consumidor e que
responda de forma completa às necessidades deste. Por outro lado, o
consumidor espera fazer compras num espaço bem organizado, com
bom ambiente. O mais importante é fazer com que a experiência do
consumidor no ponto de venda seja uma experiência única, nunca
antes vivida. O ato de comprar tornou-se numa experiência de marca
e não apenas uma transação (SINGH, 2009). O momento da verdade
da compra acontece no ponto de venda, onde é tomada a decisão de
o que comprar e em que quantidades comprar.
Assim, considera-se que o trade marketing desenvolve importan-
tes materiais, que são considerados os responsáveis por criar ou não
uma experiência diferente no consumidor. É aqui que entra o termo
merchandising, que vem desempenhar um papel crucial na criação
desta experiência única e diferente. Merchandising provém da palavra
francesa merchand, que em inglês originou merchandise: “mercadoria”.
Com o emprego do sufixo -ing, esta ganha o sentido de “ação sobre
a mercadoria”.
Segundo Charles (2012, p. 249): “O merchandising é a principal
técnica desenvolvida pelo trade marketing de forma a atrair o maior
número de clientes a interessarem-se e comprarem os produtos”. O
merchadising é previsto com muitos meses de antecedência, tendo
em consideração as mercadorias, as estações e épocas do ano. A apre-
sentação visual de uma marca no ponto de venda melhora conforme
aumenta a variedade de materiais utilizados, desde que estejam bem
conjugados entre si.
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Aula 15 • Trade marketing
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Figura 15.1
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Visual_
Merchandising_-_Milo_Display.jpg
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Marketing
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Marketing
Atividade 1
Atende ao objetivo 1
Resposta Comentada
trade marketing – sell-in – sell-out – merchandising
Funil de vendas
Trata-se de uma ferramenta muito utilizada nas equipes de trade
marketing e de inteligência comercial. A ideia é analisar a jornada do
consumidor para identificar todos os pontos críticos do processo, e
analisar o percentual de eficiência de uma etapa para a outra.
Esta estratégia torna-se importante, pois, analisa cada etapa, sendo
possível identificar o comportamento do consumidor e entender em
qual ponto existe alguma falha ou é preciso alterar a tática utilizada.
Esse método permite realizar testes para encontrar meios que difun-
dem melhor a ideia que a marca deseja passar, e assim, atingir o seu
público-alvo.
Segundo a Endeavor, uma organização global que fomenta o em-
preendedorismo em diversos países, no primeiro passo da metodologia
do funil, é necessário definir o perfil de usuário que a empresa deseja
conquistar. Para isso, é preciso entender a fundo qual a persona que esse
consumidor possui, ou seja, a personalidade que o indivíduo representa.
Para chegar a esse perfil, é necessário realizar alguns questionamentos:
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Aula 15 • Trade marketing
Aula 15 •
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Marketing
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• Desejo: Esta etapa é fundamental, pois é nela que é despertado o
desejo do usuário em adquirir o serviço ou produto exposto. É
o momento em que são apresentadas ao usuário as vantagens e
qualidades do que é mostrado, buscando tornar o serviço/produto
irresistível à compra e extremamente necessário.
Gerenciamento de categoria
O gerenciamento de categorias é a técnica utilizada pelo marketing
que tem como objetivo trabalhar a organização, a exposição, o abaste-
cimento e a categorização dos produtos, a fim de facilitar e promover
a venda na loja. Entende-se que o gerenciamento de categorias torna a
busca pelo produto desejado pelo shopper mais fácil e rápida, mas pode A palavra shopper é
bastante utilizada no
ser usado estrategicamente, a fim de induzir a compra, por trabalhar ambiente profissional
estrategicamente a variedade e o posicionamento de marcas, os preços de marketing. Trata-
se de uma palavra em
competitivos e as promoções mais eficientes. Ainda, o gerenciamento inglês, que significa
de categorias, do ponto de vista do fornecedor e do próprio varejista, comprador, que neste
caso é especificamente
auxilia nas operações internas, como a de reposição, uma vez que cada o indivíduo que está
categoria de produto terá um local predefinido nas gôndolas. dentro do ponto de venda
escolhendo os produtos.
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Aula 15 • Trade marketing
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Marketing
Conclusão
Nesta aula você aprendeu o que é o trade marketing, descobriu
quais os desafios e vantagens desta área que vem crescendo, cada vez
mais, no marketing e conheceu algumas das melhores práticas do
mercado brasileiro.
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Aula 15 • Trade marketing
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Atividade Final
Atende ao objetivo 2
Resposta Comentada
Para esta atividade, você deve considerar quem é o seu shopper, quantas
vezes ele frequenta sua loja, quais os dias e horários de maior movimento,
qual a quantidade ele compra, quais produtos são os mais vendidos,
etc. O objetivo é criar, através do layout da loja, um fluxo que direcione
o cliente aos produtos mais interessantes e rentáveis para a loja.
Sobre a disposição de produtos, as categorias devem ser alocadas com
base no momento de compra do consumidor, juntando categorias
adjacentes para aquele shooper (um exemplo comum é colocar lenços
umedecidos e pomadas no mesmo espaço que vende fraldas infantis).
Resumo
Nesta aula falamos sobre as ações de trade marketing no PDV e nos
canais de distribuição, você descobriu os conceitos básicos que nor-
teiam estas ações e aprendeu sobre os principais benefícios e desafios
que as empresas enfrentam.
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Marketing
Referências
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