5001784-26 2019 8 13 0194-1722887544968-1193844-Apelacao

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 5

Poder Judiciário do Estado de Minas Gerais PJe - Processo Judicial Eletrônico

05/08/2024

Número: 5001784-26.2019.8.13.0194
Classe: [CÍVEL] ALIMENTOS - LEI ESPECIAL Nº 5.478/68
Órgão julgador: 2ª Vara Cível da Comarca de Coronel Fabriciano
Última distribuição : 24/06/2019
Valor da causa: R$ 18.795,36
Assuntos: Alimentos
Segredo de justiça? SIM
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Advogados
Sinvair Ribeiro Batista (AUTOR)
MAIRA ACELI BARRETO SIMOES BENEVENUTO
(ADVOGADO)
LUCINETE CARVALHO MONTEIRO SANTANA (ADVOGADO)
MARIA INES ELEUTERIO RIBEIRO (RÉU/RÉ)
JOSE HORTA SILVA DE PAULA (ADVOGADO)
RENATA FLAVIA ALMEIDA BATISTA (ADVOGADO)

Outros participantes
Ministério Público - MPMG (FISCAL DA LEI)
Documentos
Id. Data da Assinatura Documento Tipo
10252649354 25/06/2024 15:16 Apelação. Apelação
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA DE CIVEL DA
COMARCA DE CORONEL FABRICIANO – MG

Autos nº: 5001784-26.2019.8.13.0194


Apelante: Sinvair Ribeiro Batista
Apelada: Maria Inês Eleutério Ribeiro

SINVAIR RIBEIRO BATISTA, devidamente qualificado nos autos do processo em


epígrafe, por intermédio de sua advogada signatária, vem respeitosamente à presença de
Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 1.009 e seguintes do Código de
Processo Civil, interpor
RECURSO DE APELAÇÃO
em face da sentença que reduziu os alimentos pagos à ex-esposa mas não exonerou o
Apelante da obrigação alimentícia, conforme razões de fato e de direito a seguir
expostas.
Requer-se o processamento e recebimento do recurso, sendo intimada a Requerida para
que, querendo, ofereça as contrarrazões e, ato contínuo, sejam os autos, com as razões
anexas, remetidos ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais para os
fins de mister.
Termos em que,
Pede o deferimento.

Coronel Fabriciano, 21 de junho de 2024.

MAIRA ACELI BARRETO


OAB/MG-127.275

Número do documento: 24062515163816100010248708023


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=24062515163816100010248708023 Assinado
eletronicamente por: MAIRA ACELI BARRETO SIMOES BENEVENUTO - 25/06/2024 15:16:38 Num. 10252649354 - Pág. 1
EXCELENTISSIMOS. SRS. DESEMBARGADORES DO EGRÉGIO TRIBUNAL
DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

RAZÕES DE APELAÇÃO

Autos nº: 5004619-16.2021.8.13.0194


APELANTE: SINVAIR RIBEIRO BATISTA
APELADA: MARIA INÊS ELEUTÉRIO RIBEIRO
ORIGEM: 2ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CORONEL FABRICIANO

EGRÉGIO TRIBUNAL,
COLENDA CÂMARA.
Eméritos Desembargadores,

BREVE SÍNTESE DO PROCESSO

O Apelante, divorciado da Apelada desde 2010, é devedor de pensão alimentícia no


valor de 40% (quarenta por cento) de seu salário líquido, valor este descontado em
folha.
No entanto, em novembro de 2016 o Apelante contraiu novas núpcias, sendo que já
residia há tempos com a atual esposa (que já tinha uma filha), advindo dessa relação o
nascimento do filho, em 2012.
Apesar das novas núpcias e das novas responsabilidades financeiras, o Apelante
continuou efetuando os pagamentos de pensão alimentícia sem questionar, para que a
Requerida pudesse refazer sua vida. Em agosto de 2017, o Apelante sofreu um Acidente
Vascular Encefálico (AVE), o que aumentou significativamente suas despesas com
tratamento médico, incluindo medicamentos.
Além disso, o Apelante tem conhecimento de que a situação financeira da Apelada
melhorou, pois ela trabalhou por muito tempo em salão de beleza, possuindo condições
de se manter sem a necessidade da pensão alimentícia.
Apesar da sentença recorrida ter reduzido o valor dos alimentos, manteve a obrigação de
pagamento, desconsiderando a total incapacidade financeira do Apelante e a
impossibilidade material de cumprir com a obrigação.

Número do documento: 24062515163816100010248708023


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=24062515163816100010248708023 Assinado
eletronicamente por: MAIRA ACELI BARRETO SIMOES BENEVENUTO - 25/06/2024 15:16:38 Num. 10252649354 - Pág. 2
DO DIREITO
A sentença é equivocada, visto que centralizou a solução da demanda sem levar em
conta a real situação do Apelante e ignorando que o dever de alimentar recai de forma
igualitária entre toda a família.
O artigo 1.699 do Código Civil dispõe que "se, fixados os alimentos, sobrevier mudança
na situação financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado
reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do
encargo".
A mudança na situação financeira do Apelante é evidente, conforme documentos
médicos anexados aos autos que comprovam a ocorrência do AVC e a consequente
incapacidade laboral. A manutenção da obrigação alimentar, ainda que em valor
reduzido, revela-se totalmente incompatível com a atual condição de saúde e financeira
do Apelante.
Na hipótese, o Apelante comprovou efetivamente a sua impossibilidade de continuar
arcando com o encargo alimentar assumido, juntando toda documentação necessária
acerca de seus gastos e de sua renda, assim como documentos sobre a doença.

Da Possibilidade de Exoneração dos Alimentos


A jurisprudência pátria tem reconhecido que a incapacidade financeira absoluta do
alimentante constitui motivo suficiente para a exoneração da obrigação alimentar,
especialmente quando este não possui condições de suprir suas próprias necessidades
básicas.
Conforme se observa no julgado do Superior Tribunal de Justiça (REsp 1.188.578/SP),
"é de se exonerar da obrigação alimentar o alimentante que, comprovadamente, não
possui mais condições financeiras de arcar com os alimentos".
Por fim, o Apelante juntou aos autos provas inequívocas de que a Apelada estava
trabalhando em salão de beleza, e a mesma alegou que eram trabalhos informais. No
entanto, na época em que as partes residiam sob o mesmo teto, a Apelada já trabalhava
em salão de beleza, e, no caso, não ficou demostrada a incapacidade laborativa. Nesse
sentido:

4 - Processo: Apelação Cível


1.0000.24.214915-1/0010394032-15.2015.8.13.0145 (1)
Relator(a): Des.(a) Roberto Apolinário de Castro
Data de Julgamento: 20/06/2024
Data da publicação da súmula: 21/06/2024
Ementa:
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - DIREITO DE FAMÍLIA - AÇÃO DE
EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS AO EX-CÔNJUGE - DEVER DE
ASSISTÊNCIA MÚTUA - DESCONFIGURADO - NECESSIDADE E
URGÊNCIA NÃO COMPROVADAS - INCAPACIDADE LABORAL NÃO
DEMONSTRADA - DESONERADA OBRIGAÇÃO - POSSIBILIDADE -
SENTENÇA MANTIDA.
- De acordo com os artigos 1.566 e 1.694, do Código Civil, o dever de prover o
sustento de ex-cônjuge/companheiro se estende para além do rompimento da

Número do documento: 24062515163816100010248708023


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=24062515163816100010248708023 Assinado
eletronicamente por: MAIRA ACELI BARRETO SIMOES BENEVENUTO - 25/06/2024 15:16:38 Num. 10252649354 - Pág. 3
relação, em razão da assistência mútua, desde que se revele excepcional
necessidade.
- Nos termos do c. Superior Tribunal de Justiça, "(...) os alimentos devidos
entre ex-cônjuges têm caráter excepcional e transitório, salvo se houver
particularidades que justifiquem a prorrogação da obrigação, tais como a
incapacidade laborativa, a impossibilidade de se inserir no mercado de trabalho
ou de adquirir autonomia financeira." (AgInt no AgInt no AREsp n.
2.136.651/RJ, relator Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma,
julgado em 13/11/2023, DJe de 17/11/2023).
- Hipótese na qual se impõe a exoneração do quantum concedido a título de
alimentos à ex-cônjuge, porquanto não demonstrada a necessidade, ou mínimo
indício urgente enfrentado, apta à manutenção de tal verba, sobremaneira,
diante do significativo tempo decorrido para restabelecimento econômico da
parte alimentada, circunstância em que a manutenção da r. sentença é medida
que se impõe, uma vez mais próxima da realidade factual dos autos.
- Recurso não provido.

DO PEDIDO
Diante do exposto, requer o Apelante a Vossa Excelência:
O recebimento e processamento da presente apelação;
O provimento do recurso, reformando a sentença recorrida para exonerar o Apelante da
obrigação de pagamento de alimentos à Apelada, em virtude da comprovada
incapacidade financeira decorrente de grave problema de saúde;
A condenação da Apelada ao pagamento das custas e honorários advocatícios.

Termos em que,
Pede deferimento.

Coronel Fabriciano, 21 de junho de 2024.

MAIRA ACELI BARRETO


OAB/MG-127.275

Número do documento: 24062515163816100010248708023


https://pje.tjmg.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=24062515163816100010248708023 Assinado
eletronicamente por: MAIRA ACELI BARRETO SIMOES BENEVENUTO - 25/06/2024 15:16:38 Num. 10252649354 - Pág. 4

Você também pode gostar