5 - Física III - Eletromagnetismo - Lei de Gauss - I

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Lei de Gauss

Lei de Gauss

• Sabemos que a lei de Coulomb é a lei que governa toda a eletrostática, mas ela
não está escrita em uma forma que simplifique o trabalho em situações envolvendo
várias simetrias.

• Nesta seção, vamos introduzir um nova formulação da lei de Coulomb, deduzida


pelo físico e matemático alemão Carl Friedrich Gauss (1777 – 1855) chamada lei
de Gauss que em problemas de eletrostática ela é completamente equivalente à lei
de Coulomb.

• O ponto central da lei de Gauss é uma superfície fechada hipotética chamada de


superfície gaussiana. Ela pode ser de qualquer forma que se queira, mas a
superfície mais útil é aquela que reproduz a simetria do problema.
• Esta superfície deverá sempre ser uma superfície fechada de modo que possamos
fazer uma distinção entre pontos que estão no interior, sobre e fora da superfície.
• Imaginemos que se tenha estabelecido uma superfície gaussiana ao redor de uma
distribuição de cargas.
• A lei de Gauss irá relacionar o fluxo do campo elétrico através desta superfície
fechada.
O Fluxo do Campo Elétrico ( Φ E )
• A palavra “fluxo” vem do latim fluxu que significa fluir. É apropriado descrever o
fluxo de um determinado campo vetorial como a medida do “fluxo” ou penetração dos
vetores do campo através de uma superfície imaginária fixa no campo.
• A figura abaixo mostra a idéia de fluxo através de várias superfícies imersas num
campo imaginário. Vamos supor que este campo seja um fluido qualquer fluindo na
direção indicada.
a) Um quadrado de arame de área A imerso na corrente deste fluido. Podemos
observar que a seção reta do quadrado é perpendicular à direção do escoamento,
então, o módulo do fluxo Φ que atravessa o quadrado pode ser considerado como
a medida da taxa de escoamento do fluido através do quadrado, ou seja,:

Φ = vA

• Considerando o conceito de campo que vamos utilizar, podemos então definir


como sendo o número de linhas de campo que atravessam o quadrado.
b) Neste caso o quadrado foi girado de θ e seu plano não é mais perpendicular às
linhas de campo. Podemos observar que o número de linhas de campo que
atravessam o quadrado neste caso é menor que o anterior. A área projetada do
quadrado que está sendo atravessada pelas linhas de campo é A cosθ. Podemos
observar que o número de linhas de campo que atravessam o quadrado inclinado
de área A é idêntico ao quadrado menor projetado de área A cosθ, perpendicular à
corrente do fluido. Sendo assim, o módulo do fluxo nesta situação será:

Φ = vA cos θ
c) Neste caso o quadrado foi girado de modo a estar paralelo às linhas de campo.
Assim, o fluxo será nulo, correspondendo a θ = 90º na equação abaixo.

Φ = vA cos θ

Observamos pela ilustração que nenhuma linha de campo atravessa o quadrado.


d) Como veremos, a lei de Gauss refere-se ao fluxo total que atravessa uma
superfície fechada. Devemos distinguir se este fluxo é positivo ou negativo. O
segundo membro da equação abaixo, pode ser expresso em função do produto
escalar dos vetores v e A cujo módulo é igual à área da superfície e tem
direção normal a ela.
Φ = vA cos θ
No entanto, como pode ser observado na ilustração acima, a normal à superfície
tanto pode ser no sentido como mostrado na figura acima como o oposto. Devemos
então, encontrar uma forma de identificá-lo, sem isto, o sinal do
 fluxo não estará
definido. Por convenção, escolhemos para o sentido positivo de A o da normal que
sai de uma superfície fechada.
e) O fluxo que sai de uma superfície fechada, será considerado positivo, e o que
entra em uma superfície fechada será considerado negativo. Podemos,
conseqüentemente definir que o fluxo através de uma superfície fechada é dado
pela soma dos fluxos que atravessam diversas superfícies individuais.

 
Φ = ∑v ⋅ A

• Isto indica que o fluxo total será dado pelo somatório de todas as superfícies
individuais que formam a superfície fechada.
Exercício Resolvido 1

• Considere a superfície fechada abaixo (e), que mostra um volume limitado por
cinco superfícies (1, 2 e 3, paralelas às superfícies a, c e b, respectivamente; e 4 e
5, paralelas às linhas de campo). Supondo que o campo seja uniforme, tendo
portanto módulo e sentido constantes, determine o fluxo total que atravessa a
superfície fechada.
Exercício Resolvido 2

• Um disco com raio igual a 0,10 m está orientado de modo que o seu vetor unitário
dA forme um ângulo de 30º com um campo elétrico uniforme E cujo módulo é igual a
2,0 x 103 N/C conforme a figura abaixo. A) Qual é o fluxo do campo elétrico através
do disco? B) Qual é o fluxo através do disco depois que ele gira e passa a ocupar
uma posição perpendicular ao vetor E? Qual é o fluxo do campo elétrico quando sua
normal é paralela ao vetor E?
• As figuras anteriores mostraram casos especiais de superfícies planas em um
campo uniforme. Podemos facilmente estender esses conceitos a superfícies de
forma e orientações arbitrárias e a campos não uniformes.

• Neste caso, qualquer superfície arbitrária pode ser representada por elementos

infinitesimais de área dA, que são aproximadamente planos. O vetor dA tem o
mesmo sentido da normal que sai do seu elemento infinitesimal. O campo nesse

elemento é v e o fluxo total será a soma das contribuições desses elementos ou
seja:

 
Φ = ∫ v ⋅dA

• De uma forma geral, podemos assim, concluir que se a equação acima for
calculada sobre uma superfície fechada o fluxo será:
a) Nulo (não houver nem fonte nem escoadouro no interior da superfície).
b) Positivo e de valor igual à intensidade das fontes existentes no interior da
superfície, se houver apenas fontes dentro da superfície.
c) Negativo e de valor igual à intensidade dos escoadouros existentes no interior da
superfície, se houver apenas escoadouros dentro da superfície.
O Fluxo do Campo Elétrico

• Para definirmos o fluxo de campo elétrico, vamos considerar a figura abaixo:

• Temos uma superfície qualquer, ou


seja, de forma arbitrária mergulhada
num campo elétrico não uniforme.

• Sabemos que a lei de Gauss refere-se


ao fluxo do campo elétrico que
atravessa uma superfície fechada.

• Para uma definição mais geral do fluxo


do campo elétrico particularmente nos
caso em que o campo elétrico não seja
uniforme, consideremos a figura ao lado.
• Vamos dividir essa superfície em
pequenos quadrados de área ∆A,
suficientemente pequenos para serem
considerados planos.

• Representamos cada um destes


elementos
 de área com um vetor de
área ∆A cujo módulo é a área ∆A.

• Como visto anteriormente, o sentido de ∆A é representado por uma normal que sai da
superfície. E como os elementos de área são tão pequenos, podemos considerar que o campo
elétrico é constante em toda a área infinitesimal.
• Na figura ao lado,
 observamos que os
vetores ∆A e E que caracterizam os
elementos de área, formam entre si um
ângulo θ.
• Tomamos três elementos de área, da
figura ao lado para podermos fazer uma
análise do fluxo do campo elétrico.
• Observe que na figura a), θ>90º, o
vetor campo elétrico aponta para dentro
da superfície. b), θ=90º, o vetor campo
elétrico é paralelo à superfície. c), θ<90º,
o vetor campo elétrico aponta para fora
da superfície.
• Temos assim, que o campo elétrico na

superfície será dado por: Φ E = ∑ E ⋅ ∆A
• A definição exata de fluxo elétrico é
dada pelo limite da equação acima
quando ∆A → 0 o que significa que o
fluxo sobre a superfície será dado por:
 
Φ E = ∫ E ⋅ dA
Fluxo do Campo Elétrico devido a uma Carga Localizada
em um dos Vértices do Cubo
Fluxo do Campo Elétrico devido a uma Carga Localizada
em um dos Vértices do Cubo
Fluxo do Campo Elétrico devido a uma Carga Localizada
em um dos Vértices do Cubo
Fluxo do Campo Elétrico devido a uma Carga Localizada
em um dos Vértices do Cubo
Fluxo do Campo Elétrico em uma Face devido a uma
Carga Localizada em um dos Vértices do Cubo
Fluxo do Campo Elétrico em uma Face devido a uma
Carga Localizada em um dos Vértices do Cubo
Exercício Resolvido 2

• A figura abaixo mostra um cilindro hipotético fechado, de raio R, dentro de um


campo elétrico uniforme. O eixo do cilindro é paralelo ao campo. Qual o fluxo Φ E do
campo elétrico que atravessa essa superfície?

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