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Fenilbutazona
Bom efeito analgésico, baixo antitérmico e ótimo anti-
AINEs Paracetamol: Ótimo analgésico e antitérmico mas sem inflamatório; não usado em felinos, muito usado em efeito anti-inflamatório (O paracetamol e a dipirona, equinos; também tem relação COX-2 e COX-1 maior apesar de praticamente não apresentarem efeito anti- que 1; se liga irreversivelmente a COX. inflamatório, devem ser inseridos neste grupo, porque o Dipirona mecanismo de ação é o mesmo dos AINEs (ou seja, por meio Ótimo efeito analgésico e melhor ainda efeito da inibição da COX); uso proibido para felinos, altamente antitérmico, mas fraco efeito anti-inflamatório (muito tóxico - possui biotransformação no fígado por NOFM fraco); COX-2/COX-1 é menor que 1, pode fazer uso (enzima) que o conjuga com ácido glicurônico e sulfato (em prolongado, e se liga reversivelmente à COX (pode usar menor quantia), gatos não possuem NOFM, de forma que o em pré e pós-cirúrgico). acetaminofeno faz outra via (OFM), gerando intermediários Ibuprofeno e outros tóxicos que provocam necrose hepática e conversão de Efeito analgésico e antitérmico igual ao da Aspirina e ferro ferroso para férrico nas hemoglobinas, este que não anti-inflamatório melhor; pode ter uso mais prolongado possui afinidade por oxigênio, de forma que o animal tem pois tem menor chance de úlcera e gastrite; altamente anóxia. A intoxicação de cães também tem sido relatada, tóxico para cães e gatos, não pode ser usado. Mesmo porém associada a doses muito maiores do que as em doses terapêuticas, que pode desencadear observadas em gatos. problemas gastrintestinais e nefrotoxicidade em AINEs COX-2 preferenciais: celecoxibe, rofecoxibe, pequenos. Em bovinos é utilizado para mastite e no alívio etoricoxibe, valdecoxibe, parecoxibe NÃO POSSUEM dados de dores associadas a processos inflamatórios e adesões conclusivos para uso em animais domésticos! Os únicos pós cirúrgicas. aprovados para cães são os deracoxibe e firocoxibe (ótimo Carprofeno: Excelente efeito analgésico, bom efeito analgésico e anti-inflamatório e bom antitérmico, antitérmico e ótimo anti-inflamatório; proporção COX-2 alta afinidade com COX-2). e COX-1 muito menor que 1 para cães e gatos (ótimo Efeitos indesejáveis: toxicidade no TGI, toxicidade real efeito e recomendado para uso bastante prolongado) e (hidratação importante), distúrbios de coagulação, igual a 1 para equinos; ainda, aumenta a produção de hepatotoxicidade (monitorar), alterações reprodutivas, glicosaminoglicanos. danos em cartilagem articular (Aspirina, Indometacina e Cetaprofeno: Ótima analgesia, bom efeito antitérmico e Ibuprofeno, diminuem a produção de glicosaminoglicanos; ótima ação anti-inflamatória; apresenta ação dual, Piroxicam, Carprofeno e Diclofenaco aumentam a inibindo a quimiotaxia de leucócitos, então deve-se produção). avaliar se não haveria comprometimento desse efeito Não se deve associar AINEs entre si (exceto Dipirona e pelo uso do medicamente; apresenta COX-2/COX-1 Paracetamol) e não associar AINEs com corticóides jamais! maior que 1, logo o uso prolongado é desaconselhado. Boa associação: AINEs + hipnoanalgésicos. Diclofenaco: Bom efeito analgésico, baixo antitérmico e Esteroidais ou corticóides ótimo anti-inflamatório; não é recomendado para cães Não apresentam efeito antitérmico ou analgésico (pode ter e gatos, mas usado para equinos; COX-2/COX-1 bem indiretamente mas não é a finalidade), mas sim anti- maior que 1. Pode causar sangramentos gástricos. inflamatória (e por vezes com finalidade imunossupressora Piroxicam: Bom efeito analgésico, fraco antitérmico e para controle de doenças autoimunes). ótimo anti-inflamatório; tem longa vida elevada (a cada Diminui a captação e utilização da glicose pelas células, 48h); COX-2/COX-1 maior que 1; também estimula a armazena glicogênio (no fígado) por meio do aumento da produção de glicosaminoglicanas. gliconeogênese, diminuindo a síntese proteica e a Meloxicam: Excelente analgésico, e bom antitérmico e aumentando a degradação de proteínas, efeito permissivo anti-inflamatório; COX-2/COX-1 menor que 1; se liga sobre a resposta lipolítica às catecolaminas, ação reversivelmente a COX; pode-se utilizar por várias mineralocorticóide, promovendo retenção de Na+ (e água semanas e meses. também por consequência) e aumento da excreção de K+ Mavacoxibe: Ótimo efeito analgésico e anti- e promovendo balanço negativo de cálcio (para o cálcio inflamatório; pode ser administrado uma vez por mês ser absorvido, ele deve ser associado à uma proteína (qualidade, menos estressante e favorável para o tutor; chamada calbindina, e o corticóide inibe essa proteína, comprimido mastigável dado 1 vez ao mês ao animal; não permitindo a entrada de cálcio no sangue e levando à normalmente usa-se por 6 meses, faz-se um período de hipocalcemia, o que ativa a liberação do paratormônio, pausa e depois retorna; usado para animais com que por sua vez promove a degradação da matriz óssea artropatia) e tem baixa probabilidade de gastrite e buscando regular os níveis sanguíneos de cálcio). úlcera. Alteram tanto as manifestações iniciais quanto as Nessas terapias de reposição pode-se empregar a tardias do processo inflamatório; diminuem a produção prednisona, por via oral, a cada 24 horas (geralmente útil e liberação de mediadores do sistema complemento nos casos de insuficiência adrenal por uso abusivo de (impede a cascata do complemento) e histamina glicocorticoides exógenos). Nas situações de ausência ou (estabiliza a membrana do mastócito, que não diminuição concomitante da aldosterona desgranula e não libera histamina). estabiliza também a (hipoadrenocorticismo primário), faz-se necessária a membrana dos lisossomos e dos macrófagos (não libera aplicação de esteroides que também tenham atividade a água oxigenada para combater o agressor); aumenta mineralocorticoide, como a hidrocortisona. o nível de neutrófilos maduros circulantes (neutrofilia; Doenças autoimunes: São relativamente comuns na clínica por haver menor liberação de quimiotáticos, eles não se veterinária de pequenos animais, tendo-se como exemplos direcionam ao tecido conjuntivo e se mantém a anemia hemolítica e a trombocitopenia autoimunes, o circulantes no sangue). diminui a ativação de linfócitos lúpus eritematoso sistêmico, os pênfigos, as polineuropatias (menor liberação de IL2), diminui a ativação a de e as polimiosites. Nestes casos, os glicocorticoides são, macrófagos (ou seja, inibem os monócitos) e provoca muitas vezes, essenciais à manutenção da vida e, não raro, sequestro de linfócitos, eosinófilos e monócitos (saem o seu uso deve ser crônico. dos vasos e ficam retidos na medula); ainda, diminui a produção dos fibroblastos de colágeno e glicosaminoglicanos (se diminui colágeno, retarda a cicatrização), diminui os fatores de transcrição pró- inflamatórios (importantes para a produção de citocinas) e aumenta a produção de lipocortina I (que inibe a fosfolipase A2, havendo uma diminuição da lúpus eritematoso sistêmico produção de diversos mediadores químicos derivados do ácido araquidônico). Também incrementa a diurese, pênfigo aumentam a pressão arterial e em doses terapêuticas ocorre fraqueza e massa muscular. Principais corticoides usados na veterinária Ação rápida (duram a´té 12h): hidrocortisona (potência glicocorticoide 1 e potência mineralocorticoide 1) e cortisona (p.g.: 0,8 e p.m.: 0,8). Ação intermediária (a (12 a 36 horas, mais para uso Para doenças auto imunes é dividido em uso como fase de 7 prolongado, de mais de 10 dias): prednisona (p.g.: 1 e indução e fase de manutenção. A fase de indução dura de 7 p.m.: 1), metilprednisolona (p.g.: 0,8 e p.m.: 0,8) e a 10 dias e pode ser feita com prednisona via oral com triancinolona (p.g.: 5 e p.m.: mínima). doses de 2 a 4 mg/kg. Quando o quadro clínico já está Usa-se esses para casos crônicos pois eles têm 36 horas estabilizado pode diminuir a dose e ser 2mg/kg 1 vez ao dia de duração e usa-se dia sim, dia não, a cada 48 horas, e depois em dias alternados. com isso, no período de 12 horas entre o fim do efeito de Condições alérgicas: Neste grupo de doenças incluem-se as uma dose e a próxima, a adrenal terá que produzir dermatopatias alérgicas (tais como atopia, dermatite fisiologicamente cortisol, impedindo o mimetismo da alérgica à picada de pulga ou outros ectoparasitas, síndrome de Addison. dermatite alérgica de contato, hipersensibilidade Ação prolongada (mais de 48h): dexametasona e alimentar), as reações a picadas de animais peçonhentos e betametasona. também as doenças do sistema digestório e doenças bronco PS: a interrupção abrupta do tratamento leva o pulmonares de natureza alérgica. indivíduo ao hipoadrenocorticismo (mimetiza a síndrome As doses necessárias para o efeito anti-inflamatório de Addison), deve-se realizar o desmame de (antialérgico) são menores do que as usadas para o efeito corticoides. imunossupressor. Assim, em cães e gatos, recomendasse a Em quais casos se prescreve o corticoide? prednisona ou prednisolona na dose de 0,5 a 1,1 mg/kg, por Insuficiência adrenal: a reposição esteroide no via oral, a cada 24 h, na fase de indução, por 2 a 6 dias. tratamento do hipoadrenocorticismo, endógeno ou Doenças brônquicas e pulmonares: como a bronquite iatrogênico, é a única indicação primária para o uso crônica e a asma, que acometem, principalmente, a espécie dos glicocorticoides, na qual se trata a causa e não as humana e a espécie felina. consequências. Trata-se de condições clínicas que envolvem reações Efeitos colaterais imunológicas de hipersensibilidade do tipo I a Hipoadrenocorticismo iatrogênico. Poliúria, polidipsia, alergênicos inalados (como fumaça, agentes poluentes polifagia (lembra do pitbull de 60kg), desconforto e irritantes, alergias, infecções, tabaco ou convívio com respiratório, redistribuição anormal da gordura, aumento da tabagistas etc.), os quais podem causar aumento da excreção urinária de potássio (pode ocasionar hipocalemia resistência das vias respiratórias, inflamação da árvore e alcalose metabólica), osteopenia e fraturas ósseas em brônquica, aumento da produção de muco intraluminal e tratamentos prolongados, aumento da suscetibilidade a até fibrose nos casos crônicos. infecções, por causa da ação imunossupressora. Distúrbios Traumas articulares: O principal uso dos de comportamento em altas doses (em cães e humanos). glicocorticoides na clínica de equinos é para o Ou seja, devemos sempre avaliar os riscos e benefícios que tratamento de traumas articulares. esta terapêutica proporciona. Nunca suspender Traumas e edemas cerebrospinais: Os glicocorticoides abruptamente. são comumente usados para o tratamento de casos de traumas dos sistemas nervoso central e periférico. São também frequentes as suas aplicações em casos de edemas e reações inflamatórias causadas por neoplasias ou infecções do tecido nervoso. Choques: têm sido recomendados em uma variedade de estados de choque (mas ainda é controverso), como o hemorrágico e os choques sépticos. Sabe-se que o estado de choque é consequência da má perfusão de órgãos e tecidos, sendo objetivos do tratamento o restabelecimento da perfusão tecidual e a normalização do volume intravascular. Terapia antineoplásica: podem ser usados como coadjuvante nas quimioterapias em virtude de seu efeito citotóxico, além de diminuírem o edema, o processo inflamatório e estimularem o apetite. Podem diminuir as náuseas, minimizar o vômito e atenuar a dor oncológica. Os mais utilizados são a prednisona e prednisolona, mesmo. Doenças gastrintestinais: utilizados em enteropatias inflamatórias crônicas idiopáticas, gastrenterites eosinofílicas e colites ulcerativas crônicas. DIstúrbios muscoesqueléticos: Os corticóides são utilizados em casos de artrite reumatóide, artrite traumática, bursite, tendinite, miosites primárias e secundárias, tenossinovite, osteíte e periosteíte. Transplante de órgãos: prednisona é fornecida em altas doses no momento da cirurgia. Contra indicações Indivíduos diabéticos (importante também verificar se o animal não é pré-diabético pois ele pode se tornar diabético após uso prolongado); - infecções agudas (diminui a resposta do hospedeiro); - infecções virais (também diminui a resposta imune); - final de gestação (provoca abortamento por disparar o processo de nascimento); - intrarticularmente em caso de infecções próximas (pode fazer com que a infecção se espalhe para a articulação pela imunossupressão); - fraturas (pela diminuição na captação de cálcio e atividade osteoclástica); - dano na cartilagem (diminui a produção de colágeno e glicosaminoglicanas); - úlcera de córnea (diminuição da produção de colágeno - úlcera aumenta).