Bromatologia e Tecnologia de Alimentos

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BROMATOLOGIA

E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS
Prof. Dra. Jaqueline de Santana da Silva
REITOR Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
DIRETOR DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Ms. Daniel de Lima
DIRETORA DE ENSINO EAD Prof. Dra. Geani Andrea Linde Colauto
DIRETOR FINANCEIRO EAD Prof. Eduardo Luiz Campano Santini
DIRETOR ADMINISTRATIVO Guilherme Esquivel
SECRETÁRIO ACADÊMICO Tiago Pereira da Silva
COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Prof. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Prof. Ms. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Ms. Jeferson de Souza Sá
COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE GESTÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS Prof. Dra. Ariane Maria Machado de Oliveira
COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE T.I E ENGENHARIAS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE SAÚDE E LICENCIATURAS Prof. Dra. Katiúscia Kelli Montanari Coelho
COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS Luiz Fernando Freitas
REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling
Caroline da Silva Marques
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Marcelino Fernando Rodrigues Santos
Eduardo Alves de Oliveira
Jéssica Eugênio Azevedo
Kauê Berto
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO André Dudatt
Carlos Firmino de Oliveira
Vitor Amaral Poltronieri
ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO Carlos Eduardo da Silva
DE VÍDEO Carlos Henrique Moraes dos Anjos
Yan Allef

FICHA CATALOGRÁFICA

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP

S586b Silva, Jaqueline de Santana da


Bromatologia e tecnologia de alimentos / Jaqueline de
Santana da Silva. Paranavaí: EduFatecie, 2023.
82 p. : il. Color.

1. Alimentos - Qualidade. 2. Segurança alimentar. I. Centro


Universitário Unifatecie. II. Núcleo de Educação a Distância.
III. Título.

CDD: 23 ed. 641.3


Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577

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são oriundas dos bancos de imagens
Shutterstock e Pexels .

2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie.
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dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da
obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la
de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
AUTORA
Prof.ª Dra. Jaqueline de Santana da Silva

● Doutora em Biologia Comparada pela Universidade Estadual de Maringá (PGB-


UEM / 2016-2020);
● Mestre em Biotecnologia Ambiental pela Universidade Estadual de Maringá
(PBA-UEM / 2014-2016).;
● Especialista em Gestão e educação Ambiental (2012);
● Possuo Graduação em Tecnologia em Meio Ambiente pela Universidade Estadual
de Maringá (2013) e Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade
Paranaense (UNIPAR - 2009).
Atualmente, leciono e co-oriento na área de Mutagêneses e Monitoramento
Ambiental, Gestão e Educação Ambiental, atuo na elaboração de projetos e Assessoria
Ambiental (Projetos e licenças) ASAMB. Tenho experiência como Professora de ensino
Profissionalizante, Cursos Técnico em Meio ambiente e Técnico em Segurança do trabalho,
Governo do Estado do Paraná. Atuo no Núcleo de Educação a Distância DA Instituição
Unifamma, Taxidermista ministração teoria e prática em cursos de formação promovidos
por intuições IES privadas e governamentais, e como professora elaboradora de conteúdos
nas disciplinas da modalidade EaD e Semipresenciais para os cursos de Graduação e de
Pós-Graduação. Professora na modalidade híbrida nas IES, UNIFAMMA e UEM e Tutora
mediadora dos cursos de Biológicas e Saúde na Instituição Unicesumar.

CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/4773242515852393


APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Seja muito bem-vindo(a)!
Olá aluno(a), se estas proposições despertaram a sua atenção, já temos um
grande motivo para desenvolvermos um incrível percurso de conhecimento. A proposta
que faço a você é exploramos ao longo deste caminho os principais conceitos e estruturas
da imensurável Bromatologia e Tecnologias de alimentos, esclarecendo quem são as
principais definições, as análises e os elementos de composição nutricional que nos cercam
promovendo a proteção do nosso organismo, utilizando a estratégia de segurança alimentar.
Além de conhecer os principais conceitos introdutórios e composições elementares, vamos
explorar a constituição do sistema de análises bromatológicas, e a função de cada uma
destas, além das diversas aplicações destas no setor de produtos alimentícios, por exemplo
o reconhecimento das interações microbiológicas no alimento, desde o setor produtivo de
matéria prima onde é capaz de detectar os sinais de contaminações de um agente, até o
processo final de entrada na casa dos consumidores.
Na unidade I, começaremos a nossa caminhada pelos princípios e denominações
dos alimentos de origens residuais vitais, ou seja, a composição dos elementos contidos no
que ingerimos de forma intencional nutritiva, as substâncias essenciais à vida contidas em
grandes proporções no que comemos. Além da apresentação da ciência dos alimentos que
abrange suas propriedades físicas, químicas e biológicas e suas relações com estabilidade,
valor econômico, manipulação, segurança, valor nutricional, salubridade e conveniência,
gerenciado pela química analítica por composições centesimais. O saber desta linha que
estuda os alimentos, diferencia-se entre os conhecimentos de ciências biológicas sendo
um tópico interdisciplinar que envolve basicamente microbiologia, química, biologia e
engenharia. A química de alimentos é uma das subáreas mais importantes dos estudos
alimentícios, envolvendo as porções e as propriedades dos alimentos, assim como as
alterações químicas, e suas reações dentro do processo de fabricação e principalmente
no corpo humano. Este conhecimento atua como um direcionador para que possamos
trabalhar as demais unidades do livro, que versarão sobre as funções e diferenciação
destas propriedades no processo de atuação que determinam as funções exercidas por
cada uma delas no organismo humano.

4
Na unidade II, trataremos sobre a apresentação do contexto que envolve a segurança na
ingestão dos alimentos, visto que, interfere no bem-estar físico e psíquico dos seres humanos. O
diferencial que nos faz compreendermos a importância da sua origem, a manipulação e o controle
de qualidade dos alimentos, diante da atuação e participação nas etapas primárias e secundárias.
Assim como, um pouco mais sobre laboratórios no início desta unidade, na qual também iremos
nos ambientar com os equipamentos básicos, as regras de segurança e os princípios de boas
práticas para laboratórios (BPL). Destacamos as generalidades dos alimentos que podem ser de
origem animal ou vegetal, ou então qualquer conjunto de substâncias que oferecem nutrientes à
sobrevivência dos seres vivos.
Na unidade III, vamos aprender como descrever e reconhecer novos nutrientes e suas
propriedades, derivados dos componentes alimentares que abordamos na unidade I e II, seus
benefícios e importância de dosagens diárias coerentes. Estudaremos micronutrientes essenciais
como as vitaminas, importantes para o bem estar do organismo humano, de forma que requer em
pequenas porções em miligramas a microgramas. As terminologias dos micronutrientes que se faz
comum como a menção de vitaminas e minerais, assim como os macronutrientes. Realizaremos
juntos a explanação das demandas tecnológicas desses conjugados e suas aplicações em casos
de benefícios de alta produção. Diante disso, compreender exceções em casos em que ocorrem a
probabilidade de benefícios a serem atingidos por meio do processo de produção mais coerentes,
e juntos em casos de maiores cuidados de práticas de cautela em relação a rotinas operacionais e
de higiene sanitária.
Por fim, na unidade IV, vamos tratar sobre os principais alimentos de origem animal, e suas
composições alimentares envolvidos na segurança dos alimentos e da sociedade, como principais
fontes de macronutrientes como por exemplos as proteínas que nos proporcionam processos
regulatórios vitais, tais como, proteínas de alto valor biológico compostas por aminoácidos
indispensáveis à manutenção, regeneração e construção dos tecidos, controle e geração de
hormônios, e os resíduos dos alimentos. Ainda nesta última etapa iremos compreender os planos
de controle e normatizações dos elementos adulterantes dos alimentos e suas interferências, no
bem estar e saúde dos animais e do consumidor final.
Aproveito então para fortalecer a proposta junto a você, para que possamos percorrer esta
jornada de sabedoria e multiplicar o nosso conhecimento sobre todos esses assuntos abordados
em nosso material de estudo. Esperando cooperar e agregar para com o seu crescimento pessoal
e profissional.

Muito obrigada e bom estudo!


SUMÁRIO

UNIDADE 1
Introdução a Bromatologia

UNIDADE 2
Análises e Classificações a
Bromatológicas

UNIDADE 3
Propridades e Classificações das
Substâncias Alimentares

UNIDADE 4
Segurança dos Alimentos de Origem
Animal
1
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UNIDADE
INTRODUÇÃO A BROMATOLOGIA

Prof. Dra. Jaqueline de Santana da Silva


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Plano de Estudos
● Introdução aos Conceitos Bromatológicos;
● Análises Bromatológicas;
● As Principais Reações e Interações dos Nutrientes
dos Alimentos.

Objetivos da Aprendizagem
● Conceituar as terminologias Bromatológicas;
● Compreender os processos de análises e compressão de
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suas expressões;
● Estudar como funciona a composição dos alimentos;
● Entender quais as propriedades dos princípios alimentícios
dentre as suas cadeias.
INTRODUÇÃO
Seja muito bem-vindo ao curso de Bromatologia e Tecnologia de Alimentos.

Você já ouviu falar ou conhece os principais componentes dos alimentos que


ingerimos? Se você já sabe disso, parabéns! Pois, ajudará a entender muito do conteúdo
que iremos estudar neste livro. Para quem não possui nenhuma noção dos compostos
envolvidos na formação dos nossos alimentos, não se preocupe!
Nesse material você terá a oportunidade de conhecer e aprender a classificar os
alimentos, entender a composição e as formas de manipulação e armazenamento que
trazem benefícios a nossa saúde, visto que fazem parte do nosso dia a dia. É o caso das
análises simples e ágeis que se realizam por profissionais desta área para identificar a
formulação e tabela nutricional de um alimento, principalmente os embutidos enlatados.
Além disso, iremos mergulhar nos detalhes a respeito das metodologias que
definem propriedades que podem influenciar o comportamento e reações químicas, físicas
e biológicas, isso se traduz na percepção e cuidados com a segurança alimentícia.

UNIDADE 1 INTRODUÇÃO A BROMATOLOGIA 8


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1
TÓPICO

INTRODUÇÃO AOS CONCEITOS


BROMATOLÓGICOS
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Geralmente, antes de iniciar o estudo aprofundado em Bromatologia e análises de


alimentos, apresentamos um estudo preliminar sobre seus conceitos de comportamentos
analíticos. Neste momento, explicaremos quais são as definições Bromatológicas, os
diferentes conceitos e como estes se comportam mediante ao comportamento investigativo
de suas propriedades. Portanto, é conveniente fazer um breve levantamento a respeito de
suas teorias, em seguida focaremos nosso estudo em composições, técnicas e análises.
Os estudos bromatológicos, dentro do cenário químico analíticos, realizam um papel
essencial avaliativo sobre qualidade e segurança dos alimentos. Em situações expressivas,
a sua utilização torna-se decisiva para solucionar e resolver problemas de saúde pública
e também para determinar e complementar ações de vigilância sanitária. Agindo, também,
como coadjuvante de novidades tecnológicas de alimentos. Mediante à complexidade da
sua composição orgânica, os alimentos inúmeros vezes são caracterizados compostos
complexos a serem manipulados; o profissional avaliador deverá estar devidamente prepa-
rado, e somente a experiência adquirida ao longo de sua atuação irá fornecer segurança
em suas análises (ZENEBON, PASCUET, e TIGLEA 2008).
A ciência dos alimentos aborda suas propriedades físicas, químicas e biológicas e
suas relações com estabilidade, valor econômico, processamento, segurança, valor nutri-
cional, salubridade e conveniência. A área de estudos dos alimentos, destaca-se entre os
conhecimentos de ciências biológicas sendo um tópico interdisciplinar que envolve basica-
mente microbiologia, química, biologia e engenharia.

UNIDADE 1 INTRODUÇÃO A BROMATOLOGIA 9


A química de alimentos é uma das subáreas mais importantes da ciência dos
alimentos, envolvendo as composições e as propriedades dos alimentos, assim como
as alterações químicas que eles sofrem durante a manipulação, processamento e
armazenamento (DAMODARAN, PARKIN e FENNEMA, 2010).
A química do ramo alimentício está fortemente relacionada à química, à bioquímica,
a botânica, a zoologia e à biologia molecular, o profissional da área atua conhecimento
das ciências antes mencionadas para estudo e controle efetivos dos materiais biológicos
utilizados como matéria-prima para alimentação humana. O domínio das propriedades
inatas do material biológico e o conhecimento de seus métodos de manipulação, são de
interesse comum dos químicos alimentícios e biólogos. O interesse primordial dos biólogos
envolve reprodução, crescimento e modificações que os materiais biológicos sofrem em
exposições ambientais compatíveis ou razoavelmente compatíveis com a vida, haja visto
que por outro lado, o químico de alimentos ocupa-se mais do material biológicos morto ou
moribundo, como fisiologia pós-colheita de plantas e pós morte de músculos, e das suas
alterações sofridas ao ser exposto a diversas condições ambientais (VASCONCELOS,
2016).
Como as condições adequadas para manutenção dos processos vitais residuais de
interesse, como durante a comercialização dos alimentos, como as frutas frescas e vegetais,
enquanto as condições de incompatibilidades com metodologias vitais também despertam
seu interesse quando a preservação do alimento a longo prazo é desejada, figura 2. No
entanto, são objetivos alvo as propriedades químicas de alimentos derivados de tecidos
processados, como farinha, sucos de frutas e vegetais, substâncias isoladas e modificadas,
alimentos manufaturados, e provenientes de material unicelular como por exemplo ovos e
microrganismos, ou fluido biológicos fundamental, o leite. Ou seja, o profissional desenvolve
interesse em paralelos ao qual ocorre, de forma distintas a profissão dos biólogos, de
extrema importância para a humanidade (DAMODARAN, PARKIN e FENNEMA, 2010).

UNIDADE 1 INTRODUÇÃO A BROMATOLOGIA 10


FIGURA 1 – PRESERVAÇÃO DE ALIMENTOS A LONGO PRAZO

Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/procurar/quimica%20dos%20alimentos/

A Bromatologia deriva do grego: Broma, Bromatos significa “dos alimentos”,


Logos significa Ciência. No entanto, a Bromatologia é a ciência que estuda os alimentos em
suas composições gerais, sua ação no organismo humano, seu valor alimentício e calórico,
suas propriedades físicas, químicas, toxicológicas além de detectar adulterantes, contami-
nantes, defraudação, entre vários outros aspectos. A Bromatologia engloba diversas etapas
como produção, coleta, transporte da matéria-prima, até a venda como alimento natural ou
industrial. Se faz extremamente importante salientar as diretrizes legais, orientações sobre
a Segurança e as Boas Práticas de Laboratórios, indagar se houve contaminação durante
os processos de manipulação e avaliar informações nutricionais dos rótulos, tais como
quantidade de calorias, gorduras, vitaminas e sais minerais (VASCONCELOS, 2016).
No estudo dos alimentos, são abordadas as estruturas químicas, estruturalmente
delimitadas, aos quais formam os alimentos; o foco está nos componentes presentes
em grande quantidade (componentes centesimais), cuja concentração é maior que 1%.
Alguns exemplos são: água, proteínas e minerais. Mas podemos interagir mais e calcular
componentes mais específicos, como vitaminas, sais minerais e fibras alimentares essenciais
ao bom desenvolvimento do corpo humano. Com esses levantamentos, é possível discutir
um tema preocupante a muitos profissionais da saúde hoje: as suplementações alimentares,
figura 3. Estes estão no topo com a promessa de substituírem os verdadeiros alimentos, o

UNIDADE 1 INTRODUÇÃO A BROMATOLOGIA 11


que está prejudicando a saúde de muitos atletas inclusive, o entendimento desses correlatos
se faz essencial para a identificação de alvos de intervenção nesta área como por exemplo
técnicos, familia, categorias esportivas específicas e patrocinadores, e permite buscar
estratégias mais efetivas de controle e prevenção do uso desnecessário ou imprudente de
suplementos alimentares (ABE-MATSUMOTO, SAMPAIO e BASTOS, 2015).

FIGURA 2: SUPLEMENTAÇÃO COMPLEMENTAR ALIMENTAR

Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/procurar/%20alimentos%20suplementos%20atletas%20whey/

Um assunto que muito preocupa diversos profissionais da área da saúde hoje: os


suplementos alimentares. Estes estão no topo dos mais utilizados de forma desordenada
e carregam a promessa de substituírem os verdadeiros alimentos, o que está colocando
seriamente a saúde de muitos atletas por apresentarem fórmulas e composições diversas
muitas vezes desconhecidas, o que buscaremos entender nesta unidade a formulação
analítica dos alimentos.

UNIDADE 1 INTRODUÇÃO A BROMATOLOGIA 12


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2
TÓPICO

ANÁLISES
BROMATOLÓGICAS
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Em estudos bromatológicos, são estudados os compostos químicos. Definidos


estruturalmente, compositores dos alimentos, o foco está nos componentes presentes
em uma maioria de alimentos e em grande quantidade (componentes centesimais), cuja
concentração é sempre maior que 1%. Alguns exemplos expositivos comuns são: água,
proteínas e minerais. É possível observarmos mais aprofundados e calcular componentes
mais específicos, como vitaminas, sais minerais e fibras alimentares fundamentais ao
funcionamento do corpo humano (VASCONCELOS, 2016).
As metodologias para o estudo da química dos alimentos estão caracteristicamente
ligadas ao reconhecimento dos determinantes moleculares, das características materiais
e da reatividade química de matrizes elementares, bem como à aplicação efetiva desses
entendimentos à melhora de formulações, melhora, processos e estabilidade dos
alimentos (DAMODARAN, PARKIN e FENNEMA, 2010; VASCONCELOS, 2016). Um dos
seus objetivos importantes é a determinação de relações de causa-efeito e estrutura-
funcionalidade entre diferentes classes de componentes químicos. os fatos resultantes dos
estudos de um alimento ou de um sistema-modelo, podem ser aplicados a compreensão de
outros produtos alimentícios. A abordagem analítica da química de alimentos inclui quatro
componentes a saber:
1. Delimitação das propriedades que são características importantes de um
alimento e de elevada qualidade;
2. Estabelecimento das reações químicas e bioquímicas as quais interferem de
maneira relevante em caráter de perda de qualidade e salubridade do alimento;

UNIDADE 1 INTRODUÇÃO A BROMATOLOGIA 13


3. Interações dos dois pilares anteriores, de forma a compreender como as
reações químicas e bioquímicas-chave interferem na qualidade e na segurança;
4. Aplicação destes estudos a vários cenários encontrados durante formulação,
processamento e armazenamento dos alimentos (DAMODARAN, PARKIN e FENNEMA,
2010).
A segurança é o primeiro requisito de qualquer elemento. Em sentido amplo, retrata
que um alimento deve encontra-se livre de qualquer substância química ou contaminação
microbiológica responsável por causar prejuízos no momento de seu consumo. Em métodos
operacionais, essa definição torna-se mais aplicada de forma. Na indústria de embutidos ou
enlatados, a esterilização "comercial", figura 4, aplicada a alimentos de baixa acidez, retrata
a ausência de esporos viáveis de Clostridium botulinum. O que significa ser retratado por um
conjunto de condições específicas de aquecimento para um produto específico, em cada
embalagem específica. Dados os requisitos de tratamento térmico podem-se selecionar
condições específicas (BERTO E VITALI, 2008).

FIGURA 3 – ESTERILIZAÇÃO DE ALIMENTOS

Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/procurar/esteriliza%C3%A7%C3%A3o%20enlatados/

UNIDADE 1 INTRODUÇÃO A BROMATOLOGIA 14


Certamente já é comum ouvir sobre análise de alimentos que se faz necessário
primeiro “Analisar primeiro para balancear depois”, analise que engaja nosso estudo onde
os recomendáveis para fazer a análise bromatológica estipula os ingredientes antes de
balancear um alimento. A investigação bromatológica, dentro do contexto da química analítica
aplicada, desenvolve um importante papel investigador da qualidade e confiabilidade dos
alimentos. Em inúmeros momentos, a sua utilização torna-se essencial para equacionar e
resolver problemas de saúde pública, assim como definir e contemplar ações de vigilância
sanitária. Ligada diretamente, como coadjuvante nas inovações tecnológicas de alimentos.
Devido à amplitude da sua constituição orgânica, os alimentos muitas vezes são considerados
matrizes difíceis de serem manuseadas; o profissional deverá estar totalmente preparado, e
somente a experiência adquirida aos tempos de experiência fornecerá segurança analítica
(VASCONCELOS, 2016).
Diante dos fatores essenciais para evidenciar a qualidade de um trabalho laboratorial
e fornecer segurança aos resultados obtidos em seus laudos, a decisão adequada de
métodos analíticos é, sem dúvida nenhuma, de relevância indescritível. Nada apresentará
segurança em casos de ausência e insegurança em um ambiente de laboratório caso
não disponha de instalação e equipamentos adequados, e se as metodologias analíticas
empregadas não forem apropriadas (ZENEBON, PASCUET, e TIGLEA, 2008).
É extremamente essencial determinar as frações nutritivas de um alimento atra-
vés de análises bromatológicas. Necessário para a manutenção da vida, as frações são
classificadas em: água; proteínas; carboidratos; gorduras; vitaminas; minerais. Para que
haja eficácia para melhor entendimento da Bromatologia, exemplificaremos a nutrição de
bovinos de corte. Veja algumas frações do alimento de obtenção da ração de bois por meio
de uma análise bromatológica:
Matéria Seca (MS) – Referenciando ao peso do material sem água. No entanto,
é a matéria retirada por método de secagem. Os valores de matéria seca, favorecem a
comparação qualitativa dos nutrientes dos alimentos, promove a composição dos alimentos
em tabelas, o cálculo das necessidades dos animais e a sua utilização. De acordo com
Medeiros (2015, p. 4), “a matéria seca é a mais fácil e mais usual das análises bromatológicas”.
Proteína Bruta (PB) – A deficiência nos requisitos protéicos e energéticos podem
gerar déficit na produção animal. A proteína pode sofrer processo de suplementação através
dos concentrados. A suplementação ajustada depende de um balanceamento e equilíbrio
exato da dieta, a qual necessita de conhecimento do valor nutritivo.

UNIDADE 1 INTRODUÇÃO A BROMATOLOGIA 15


Fibra Bruta (FB) – Os valores de fibra dos alimentos estão interligados com a
qualidade de nutrientes a disposição para o animal. Valores altos de fibra representam
menor qualidade e menor digestibilidade do alimento. “A grande dificuldade
da fibra bruta (FB) Trata-se dos componentes da parede celular, celulose e lignina
são solubilizadas” (MEDEIROS, GOMES e BUNGENSTAB, 2015).
Extrato Etéreo (EE) – Estabelece a porcentagem de gordura dos alimentos
suficientes para quantificar energia. Os alimentos com altas concentrações de gorduras
têm altos valores de nutrientes digestíveis totais, pois, as gorduras forneceram 2,25 vezes
mais energia que os carboidratos e as proteínas. De acordo com a Embrapa, os compostos
não lipídicos “contribuem praticamente com nenhuma energia para as bactérias ruminais
ou seu hospedeiro” (MEDEIROS, GOMES e BUNGENSTAB, 2015).

UNIDADE 1 INTRODUÇÃO A BROMATOLOGIA 16


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3
TÓPICO

AS PRINCIPAIS REAÇÕES E
INTERAÇÕES DOS NUTRIENTES
DOS ALIMENTOS
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.....

A seguridade dos alimentos envolve uma lista de atributos e características


relacionadas à qualidade e algumas alterações que podem ser sofridas por estes durante
todo seu processo, principalmente no armazenamento como apresentados na tabela 1.1.
As alterações que podem decorrer, com exceção das que envolvem valor nutricional e
segurança, são rapidamente detectadas por seus consumidores. As reações químicas e
bioquímicas alteram a qualidade ou a segurança do alimento, algumas ou diversas das
classes de reações podem envolver diferentes reagentes ou substratos, dependendo
especificamente do alimento e de suas formas de manipulação particulares, processamento
ou armazenamento (DAMODARAN, PARKIN e FENNEMA, 2010).
Estas são tratadas como classes de reações, pois, a natureza geral dos substratos ou
dos reagentes são similares para todos os alimentos. O escurecimento dos não enzimático
envolve reações de carbonilas, estas podem aparecer de reações de açúcares redutores ou
serem geradas de diversas reações, como oxidação do ácido ascórbico, hidrólise do amido,
ou oxidação de lipídeos. A relação que envolve a oxidação pode estar ligada a lipídeos,
proteínas ou pigmentos e, mais especificamente, estas alterações reativas podem estar
envolvidas no triacilgliceróis em alguns alimentos e fosfolipídios em outros (DAMODARAN,
PARKIN e FENNEMA, 2010).

UNIDADE 1 INTRODUÇÃO A BROMATOLOGIA 17


TABELA 1: CLASSIFICAÇÃO DAS ALTERAÇÕES QUE PODEM ACOMETER OS ALIMENTOS
DURANTE A MANIPULAÇÃO, PROCESSAMENTO OU ARMAZENAMENTO

Fonte: Adaptado de Damodaran, Parkin e Fennema (2010, p. 10).

Nas abordagens bromatológicas, há várias metodologias de análise. No entanto para


determinarmos de forma mais assertiva o método que tem atributos como especificidade,
precisão e sensibilidade, e que leve de melhor forma aos objetivos almejados com essa
análise. Estes também precisam apresentar agilidade e praticidade, além de ser econômico.
Através da análise dos alimentos, podemos:
● Identificar fraudes nos alimentos como água em leite, adulterações de mel etc.;
● Reconhecer contaminação de substâncias tóxicas e por microrganismos patogênicos;
● Localizar contaminação por roedores e insetos. Caracterizar alimentos para consumo.
Desenvolver relatórios e tabelas de valores nutricionais de alimentos para inserção
em rótulos e elaboração de dietas. Entendendo que seu alvo de estudo seja, apenas,
ter conhecimento gerais da quantidade de um composto na amostra. Recomenda-se
escolher um método buscando resultado rápido e prático, e principalmente econômico
(VASCONCELOS, 2016).
Para Isengard e Breithaupt (2015), algumas metodologias testes se identificam com
estas caracterizações como:

UNIDADE 1 INTRODUÇÃO A BROMATOLOGIA 18


● Método Kjeldahl – Responsável por determinar quantidade de nitrogênio
para estimar o teor de proteína;
● Extrator Soxhlet – Realiza a extração da matriz da gordura para definir o teor
desta;
● Titulação, técnicas de precipitação, mensuração de pH, análise enzimá-
tica – definição do teor de água e da matéria seca;
● Técnicas de cromatografia – separação de compostos em substâncias.
Tratando-se dos alimentos apresentam amostras muito complexas, pois inúmeros
conjugados da matriz podem interferir entre si.
Um método pode ser extremamente positivo e aceito para um tipo de alimento, para
outro, pode não apresentar respostas positivas e eficazes. Desta forma, a determinação
metodológica irá variar da amostra a ser analisada e do composto que se quer mensurar.

Você sabe ou já ouviu falar sobre a diferença entre amostra, unidade de amostragem
e população de alimentos? compreenda esses conceitos a seguir:
Amostra – Junção de unidades de amostragem selecionadas dentro de um universo
ou de uma população.
Unidade de amostragem – unidade básica da amostra.
População – conjunto de indivíduos com caracteres semelhantes como sacaria de
farelos e rações, fardos de feno etc.

Fonte: Vasconcelos (2016, p. 40).

UNIDADE 1 INTRODUÇÃO A BROMATOLOGIA 19


“(...) O laboratório de Bromatologia é o local onde acontecem os procedimentos
experimentais, manipulações e avaliações de natureza química e biológica. Apresenta
infraestrutura adequada, o cientista ou aluno é capaz de desenvolver experiências de
investigação, medições físicas e análises químicas. Você já esteve em um laboratório?
Percebeu a quantidade de equipamentos, tamanhos e formas variadas, observou os objetos
que ficam sobre as prateleiras e bancadas? Para estudar os alimentos, é fundamental
utilizarmos equipamentos como microscópios, refrigeradores, centrifugas, vidrarias, entre
outros.”
Fonte: Vasconcelos (2016, p. 34).

UNIDADE 1 INTRODUÇÃO A BROMATOLOGIA 20


CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade apresentamos o conceito de Bromatologia, bem como as
abordagens de química dos alimentos. Em especial, foi realizada uma classificação das
composições dos alimentos, suas principais interferências físicas químicas e biológicas,
envolvendo os cuidados básicos com a segurança dos alimentos.
Em seguida, aprofundamos nosso estudo sobre as alterações de composições
em que podem ser causadas por mudanças microbiológicas. Estudamos também como
funciona a detecção de substâncias maléficas que devem ser evitadas e os devidos
cuidados desde a obtenção dos alimentos em suas origens, a manipulação, armazenamento
e principalmente respeitar os cuidados no âmbito de vigilância sanitária básicos para
manutenção da saúde e da vida.
Finalmente, abordamos como os atributos envolvidos nas propriedades
ou possíveis alterações podem interferir na qualidade e segurança dos alimentos. De
modo geral, destacamos como é possível identificar esses estados mantendo equilíbrio
de segurança compondo benefícios e malefícios à saúde humana e principalmente aos
consumidores finais.
Conhecemos as principais técnicas e metodologias ágeis, confiáveis e
de custo benefícios na utilização para detecção de principais compostos dos alimentos,
indicadores de segurança ao consumo, e confiabilidade de sua formulação ao consumidor.
Na próxima unidade estudaremos a respeito da gestão da qualidade dos alimentos, suas
classificações e generalidades. É devido a estas classificações e gêneros suas metodologias
de manipulação diante de boas práticas laboratoriais e legislação.

UNIDADE 1 INTRODUÇÃO A BROMATOLOGIA 21


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Nutrição clínica no adulto.
Autor: Lilian Cuppari.
Editora: Editora Manole.
Sinopse: Os avanços na área da nutrição fizeram com que a
nova edição desta obra fosse necessária. Após a revisão, o livro
segue como um dos mais importantes da área, destacando
capítulos sobre alimentação saudável e adequada e o guia
alimentar para a população brasileira. Além disso, essa nova
edição conta ainda com novos capítulos sobre aconselhamento
nutricional, intolerância à alergia alimentar e muito mais!

FILME/VÍDEO
Título: “Hungry For Change” (“Famintos por Mudança”)
Autor: James Colquhoun, Laurentine Ten Bosch.
Ano: 2012
Sinopse: O filme aborda os malefícios causados por uma
dieta pautada em alimentos industrializados. Os especialistas
entrevistados também mostram estudos que relacionam os
adoçantes dietéticos com o risco maior de desenvolver doenças
como o câncer.
Link do vídeo: https://docverdade.blogspot.com/2012/10/
faminto-por-mudanca-hungry-for-change.html

UNIDADE 1 INTRODUÇÃO A BROMATOLOGIA 22


ANÁLISES E CLASSIFICAÇÕES

A BROMATOLÓGICAS

Entender as exigências básicas e regulamentares aos processos


Compreender os processos de análises e manipulações

Entender quais as principais propriedades dos componentes


Prof. Dra. Jaqueline de Santana da Silva

Classificações e Generalidades dos Componentes.


Coletas e Análises Amostrais em Laboratório;

Conceituar as Análises Bromatológicas;


Objetivos da Aprendizagem
Classificações dos Alimentos;
UNIDADE

de manipulação dos alimentos;


Plano de Estudos
2
laboratoriais;

alimentícios.
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INTRODUÇÃO
Seja muito bem-vindo a nossa unidade II da disciplina de Bromatologia e Tecnologia
de Alimentos.
Você certamente já ouviu falar ou conhece os principais componentes dos alimentos?
Se você já sabe disso, muito bem! Pois, facilitará a compreensão do nosso conteúdo nesta
unidade. Para quem não possui este saber, não se preocupe, abordaremos juntos!
Nesse material você irá conhecer e compreender o saber sobre os delineamentos e
aprender as classificações dos alimentos, entender quais são os principais elementos que os
formam, além das metodologias de análises bromatológicas, suas formas de manipulação
que deliberam compromisso com a nossa saúde e bem estar humano, pois se trata de
roteiros do nosso cotidiano. Assim como entender os processos laboratoriais, rotinas de
boas práticas em laboratório, compreendendo as técnicas e procedimentos adequados a
manipulação em fase de elaboração de diversos compostos alimentícios.
Além disso, falaremos das classificações dos alimentos, suas características
e propriedades que os definem em seus eixos grupais, as metodologias que definem
propriedades que podem influenciar no desenvolvimento de reações químicas, físicas e
microbiológicas isso se resume no entendimento e atenção aos processos da elaboração e
de boas práticas de segurança alimentícia.

UNIDADE 2 ANÁLISES E CLASSIFICAÇÕES A BROMATOLÓGICAS 24


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1
TÓPICO

COLETAS E ANÁLISES AMOSTRAIS


EM LABORATÓRIO
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.....
.....

A segurança na ingestão dos alimentos interfere no bem-estar físico e psíquico dos


seres humanos. Por esse motivo, é importante entendermos a origem, a manipulação e o
controle de qualidade dos alimentos. Existem inúmeras diretrizes do estudo dos alimentos,
entre elas o estudo dos fatores microbiológicos, das características desses organismos
microscópicos, dos caracteres de qualidade aplicados à matéria-prima e das etapas de
industrialização. Agora, iremos enfatizar a ciência que estuda a composição química dos
alimentos: a Bromatologia e química dos alimentos, figura 1. Você certamente deve conhecer
alguém alérgico a alimentos como amendoim ou corantes? Diante da Bromatologia,
esses indivíduos conseguem consumir alimentos sem que sua saúde seja colocada em
risco. Esta ciência é a responsável por determinar a quantidade de proteínas, açúcares
e gordura apresentadas nos rótulos das embalagens dos alimentos, ou seja, nas tabelas
nutricionais. As pesquisas de Bromatologia são voltadas à composição dos alimentos, sua
ação no organismo, seu valor alimentício e calórico, suas propriedades físicas, químicas,
toxicológicas, adulterantes, contaminantes e fraudulentas por meio destes estudos, e
que ajudam os seres humanos a ficarem em forma e com a saúde em dia. Essa ciência
investiga se o alimento se enquadra nas regulamentações legais, e, para que seja possível
avaliar a presença de adulterantes, aditivos e contaminação, se faz necessário dispor de
um laboratório adequadamente equipado.

UNIDADE 2 ANÁLISES E CLASSIFICAÇÕES A BROMATOLÓGICAS 25


FIGURA 1 – AÇÚCARES, CORANTES E DERIVADOS APRESENTADOS NA TABELA NUTRICIONAL

Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/procurar/doces%20coloridos/

Vamos entender um pouco mais sobre laboratórios no início desta unidade, na qual
também iremos nos familiarizar com os equipamentos básicos, as regras de segurança e os
princípios de boas práticas para laboratórios (BPL). A ciência que estuda os alimentos, se
faz responsável por levar as informações nutricionais à sociedade, também realiza análises
cujos resultados são utilizados pelas indústrias e outros órgãos de interesse legais.

UNIDADE 2 ANÁLISES E CLASSIFICAÇÕES A BROMATOLÓGICAS 26


Certamente você já conhece o ambiente de um laboratório de pesquisa, a quantidade
de equipamentos, de diversas funções, dispersos sobre as prateleiras e bancadas. Desde
os mais complexos ao mais simples como as vidrarias, todos essenciais para análises dos
alimentos, é fundamental empregarmos equipamentos como microscópios, refrigeradores,
centrífugas, vidrarias entre outros. De acordo com os princípios de boas práticas de
laboratório (BPL), os equipamentos devem:

● Ser registrados corretamente e legalmente e sempre aferidos;


● Ser corretamente identificados. Apresentar configuração, capacidade e localização
apropriadas;
● Ter um programa de manutenção contínuo. Contar com um programa de calibração
periódica;
● Estarem sempre conferidos, limpos e conservados conforme procedimentos
operacionais padronizados (POPs) definidos e exigidos pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) (VASCONCELOS, 2016).

Os laboratórios costumam ser lugares seguros para trabalhar. No entanto, é


necessário que os alunos e profissionais entendam o funcionamento correto de cada
equipamento e saibam manuseá-los com segurança respeitando as normativas de
biossegurança, com conhecimento dos perigos envolvidos.
Os princípios das boas práticas de laboratório (BPL) foram formulados mediante a
uma norma brasileira e um conjunto de leis direcionadas à organização e às condições do
ambiente dos laboratórios experimentais: as práticas essencialmente positivas laboratoriais.
As BPL designam como os estudos em laboratórios são organizados, elaborados,
executados, monitorados, registrados e relatados, e são regulamentadas pela norma ABNT
NBR ISO/IEC 17025:2005. Esses princípios são importantes para “um ambiente de análises
onde seus principais objetivos devem ter como um de seus propósitos principais a geração
de dados analíticos de alta qualidade, por meio do uso de aferições analíticas que sejam
precisas e exatas, confiáveis e adequadas para exata demanda” (SGS ACADEMY, 2016).
As BPL são empregadas a pesquisas as quais envolvem à saúde humana, vegetal,
animal e ao meio ambiente como prezam as normas de Biossegurança. De acordo com a
SGS Academy (2016, p. 2), esses princípios incluem:
● Manutenção da infraestrutura; registros; manuseio e disposição de amostras;
controle de reagentes; limpeza do material do laboratório.

UNIDADE 2 ANÁLISES E CLASSIFICAÇÕES A BROMATOLÓGICAS 27


● As BPL têm por objetivo estabelecer os padrões mínimos para o funcionamento
adequado de um laboratório, visto que não são todas as empresas que submetem seus
produtos a uma análise de controle de qualidade em um laboratório certificado e com BPL,
as que realizam investimentos neste modelo de segurança e em padrões de qualidade
avançados podem cobrar mais por seus produtos, conquistando, assim, uma maior e
diversificada por parte de consumidores. Com essa certificação, as empresas aptas
tornam-se competitivas nos mercados nacional e internacional (DAMODARAN, PARKIN e
FENNEMA, 2010).
A seguridade da qualidade dos trabalhos resulta em mais garantia ao consumidor
final e aos funcionários. Com isso, convivendo todos os dias com as rotinas e processos
padronizados, os profissionais do laboratório evoluem suas práticas e se tornam mais
exigentes e cautelosos. É essencial que a manipulação destes equipamentos seja operada
por pessoas qualificadas.
De acordo com a SGS Academy (2016), os profissionais devem ter acesso a
treinamentos e qualificações atualizados sobre o uso e a manutenção dos equipamentos,
ou seja, os manuais e roteiros fornecidos pelos fabricantes dos equipamentos devem conter
todas as informações mais recentes. Contudo, quando estamos no ambiente laboratorial,
podemos identificar que eles são seguros e bem organizados. Isso ocorre porque, devem
estar sempre sequencialmente organizados, contendo suas configurações, capacidade e
localização adequadas; devem estar periodicamente verificados, limpos e conservados
de acordo com os POPs; possuem um programa de manutenção e calibração periódico;
contendo registros apropriados; e devidamente identificados (ZACCARIA, 2012).
Dentre as análises realizadas em laboratório, ressaltamos as macroanálise
de técnicas de amostragem. Metodologia de análise de alimentos as quais equivale,
basicamente, à retirada de amostras do alimento para análise. De acordo com Isengard e
Breithaupt (2015), “o resultado das análises deve ser válido para a totalidade do material”.
Ou seja, a coleta das amostras unilaterais não altera a composição do material. Contudo,
nos heterogêneos, a amostragem é o primeiro passo importante da análise, visto que,
“mesmo que a precisão e a acurácia da análise forem satisfatórios, o resultado pode estar
equivocado e impreciso quando a amostra testada não representar o material” (ISENGARD;
BREITHAUPT, 2015).
Se faz essencial, que o material para teste seja o mais homogêneo permissível,
recomenda-se que líquidos sejam homogeneizados antes da retirada de amostras. Visto
que as partículas de sólidos devem ser as menores executáveis, podendo ser aplicado a
trituração, e devem ser misturadas.

UNIDADE 2 ANÁLISES E CLASSIFICAÇÕES A BROMATOLÓGICAS 28


Também é essencial que sejam analisadas essas operações para que não alterem
a composição do material, como afirmam os autores Isengard e Breithaupt (2015).
A trituração ou a moagem podem gerar redução de substâncias voláteis. Desta
forma, o percentual de água pode ser alterado, e mesmo se este resultado em si não for
parte da avaliação, a resposta de outros parâmetros estará incorreta, pois as concentrações
de massa são fortemente utilizadas para confrontamento com a massa inicial modificada
pela elaboração da amostra (ISENGARD; BREITHAUPT, 2015).
É normal que determinados componentes apresentem reações com o material
que armazena a amostra ou sejam absorvidos em sua área superficial. Desta forma, as
amostras devem ser removidas a partir de posições distintas dentro do material de teste.
Quando uma amostra não é analisada imediatamente, é necessário reservá-la para que
não haja modificações em sua composição. “Se o desvio-padrão dos resultados da réplica
de amostras individuais for da mesma ordem do desvio-padrão da média dos valores de
amostras diferentes, os resultados da amostra podem ser considerados representativos”
(ISENGARD; BREITHAUPT, 2015). Contudo, se a heterogeneidade do material for muito
significativa, o valor médio de mais amostras deve ser usado para essa finalidade.
A colheita de amostra é a primeira etapa para aquisição de uma análise próxima à
composição real do estoque de um alimento. Quando elaborada de forma errada, a colheita
resultará em informações incorretas. Gerando a problemática em que os métodos analíticos
não têm o poder de corrigir o erro da amostragem. Desta forma, é fundamental coletar
diversas amostras parciais de camadas e de diversos pontos do estoque ou da partida
apresentada (ZENEBON, et al, 2008).
Segundo com Zenebon et al, (2008), as amostras de produtos alimentícios
destinados à análise poderão ser colhidas nos locais de fabricação; preparo; depósito;
acondicionamento; transporte; exposição à venda. Indica-se avaliar as amostras frescas
em menor tempo possível. Ou diante do oposto, devem ser resguardadas através de
congelamento, secagem, conservadores ou pela combinação destas três metodologias. É
importante salientar que essa opção depende da origem do alimento, do possível tipo de
contaminação, do período, das condições de estocagem e do tipo de análise.
O preparo das soluções deve se basear em uma mistura homogênea em que uma ou
mais substâncias puras (moléculas, átomos ou íons) sejam diluídas em outro componente.
Esse sistema unifásico é composto por um disperso o soluto, e um dispersante o solvente.
Nas análises bromatológicas, existe também a concentração de soluções, que é “a
proporção entre o soluto e o solvente de uma solução, a qual pode ser expressa em várias
unidades” (FREIRE et al., 2000). Entenda algumas medidas e cuidados que devemos ter
durante o preparo de soluções:

UNIDADE 2 ANÁLISES E CLASSIFICAÇÕES A BROMATOLÓGICAS 29


● Verificar o volume correto do líquido;
● Realizar pesagens dos reagentes em balança analítica;
● Utilizar sempre pipetadores automáticos ou mecânicos;
● Conter sempre muita atenção nos cálculos de diluição;
● Não colocar espátula ou colher medida, bastões etc., nos reagentes, e não misturar
pipetas dentro das soluções;
● Não cheirar ou testar um reagente pelo odor nem sabor, pois geralmente são tóxicos;
● A concentração da solução deve conter: soluto + solvente = volume final;
● Lavar com cuidado e atenção vidraria para evitar a contaminação na análise;
● Na diluição de ácidos, verta o ácido na água e jamais o contrário;
● Utilize sempre máscara, luvas e óculos de segurança ao manipular substâncias
tóxicas (VASCONCELOS, 2016).

UNIDADE 2 ANÁLISES E CLASSIFICAÇÕES A BROMATOLÓGICAS 30


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2
TÓPICO

CLASSIFICAÇÃO DOS
ALIMENTOS
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Os alimentos em suas generalidades podem ser de origem animal ou vegetal, ou


então qualquer substância ou conjunto de substâncias que fornece nutrientes à sobrevivência
dos seres vivos. Estes nutrientes envolvem até substâncias não compreensíveis como
plásticos, energéticos e biorreguladores. Imagine a variedade de alimentos que podemos
comer diariamente. Sem perceber, consumimos uma imensa quantidade de alimentos.
Segundo Brinques (2015), “alimentos são formados por um conjunto de diferentes
constituintes, que podem ser classificados em substâncias nutrientes ou não nutrientes”.
Desta forma podemos generalizar que são compostos de diversas substâncias químicas
essenciais para o bom estado de saúde do nosso organismo. Contudo, esses constituintes
químicos possuem funções de suprir as necessidades dos seres humanos e nos manter
saudáveis. O estudo de Bromatologia age sendo capaz de analisar se o alimento é ou não
indicado para consumo. Chamados de genuínos, os alimentos indicados para consumo,
aqueles que atingem as exigências das leis vigentes e que não contêm substâncias não
autorizadas; de forma contrária, estes alimentos serão considerados impróprios para
consumo. Podem ser capazes de comprometer a saúde e bem estar humano, seja com
uma infecção alimentar. O motivo desses males pode ser os alimentos não apropriados
para consumo.

Entenda alguns exemplos destes tipos de alimentos empregados:

Alimentos contaminados: estes possuem, além da quantidade permitida, de


microrganismos ou indivíduos vivos (fungos, vírus, bactérias etc.) ou substâncias químicas

UNIDADE 2 ANÁLISES E CLASSIFICAÇÕES A BROMATOLÓGICAS


31
minerais ou orgânicas (metais pesados, defensivos, etc.) que atuam de forma tóxica, ou,
ainda, componentes naturais tóxicos como sais, nitratos, nitritos entre outros. Considerados
alimentos “alterados por atuações de causas naturais como condições ambientais e demais
avarias, ou seja, temperatura, umidade, ar, luz, ou que tenham sofrido, deterioração ou
prejuízo em sua composição intrínseca, pureza ou caracteres organolépticos por conter de
enzimas, microrganismos ou parasitos” (ANVISA, 2021).
Alimentos alterados: são aqueles alimentos que sofrem deteriorações como
em seu odor presente em carnes, latas de conserva estufadas, dentre outros, em suas
características organolépticas, em seus compostos intrínseca ou em seu valor nutricional em
virtude do tratamento tecnológico inapropriado. Estas alterações podem ser microbianas,
físicas ou mecânicas, químicas, bioquímicas e enzimáticas, ou por ataque de insetos ou
roedores.

Alimentos falsificados: alimentos com características gerais de um produto,


no entanto, são elaborados clandestinamente e comercializados como genuínos. “São
considerados falsificados os produtos que possuam a aparência e características comuns
a um produto legítimo ou genuíno protegido por marca registrada e legais, no entanto
apresentam componentes diversos ao de sua composição original” (ANVISA, 2021).

Alimentos adulterados: formulações modificadas as quais não possuem alguns


de seus elementos característicos por terem sido alterados ou trocados por outros inertes ou
estranhos. A adulteração pode ser por acesso de substâncias desconhecidas ao alimento
como água no leite, ou por retirada de partes do alimento como a cafeína do café. São “total
ou parcialmente privados dos princípios alimentícios característicos do produto, modificados
por substituição ou acréscimos de outro componentes que alterem a sua qualidade, o seu
valor nutricional ou a sua aparência” figura 2 (ANVISA, 2021).

UNIDADE 2 ANÁLISES E CLASSIFICAÇÕES A BROMATOLÓGICAS 32


FIGURA 2 – ALIMENTOS ADULTERADOS

Fonte: https://www.foodiesfeed.com/?s=TRANSGENICOS

A classificação dos alimentos consiste no seu potencial de impacto à saúde humana


como os ultraprocessados na qualidade nutricional da alimentação e na ocorrência de
obesidade no Brasil. O Ministério da Saúde possui uma abordagem na segunda edição
do Guia Alimentar da População Brasileira, gerando uma classificação, a qual organiza os
alimentos de acordo com a amplificação e o objetivo do seu processamento empregado
antes da obtenção e consumo pelos indivíduos. O percurso de processamento de alimentos,
reconhecido por esta classificação, aliena processos físicos, biológicos e químicos que
ocorrem após a colheita do alimento ou, de forma generalizada, logo ao processo de
separação do alimento da natureza e antes que ele seja induzido à preparação culinária ou
antes do seu processo final a mesa do consumidor, quando se tratar de alimentos prontos
para consumo. No entanto, os métodos utilizados na manipulação culinária de alimentos, que
ocorrem nas cozinhas dos consumidores ou em restaurantes comerciais ou institucionais,
envolvidos o descarte de partes não comestíveis, fracionamento, cozimento, tempero e
misturas do alimento com outros alimentos, não são levados em conta pela classificação
(OLIVEIRA e CANELLA, 2022).
A classificação ocorre em grupos sendo 4 destes:

GRUPO 1 – ALIMENTOS IN NATURA OU MINIMAMENTE PROCESSADOS


Determinação para os alimentos in natura aos quais são aqueles obtidos diretamente
de plantas ou animais como as folhas e frutos ou ovos e leite, e obtidos para consumação
antes de que tenham sofrido qualquer modificação logo após a sua colheita do ambiente

UNIDADE 2 ANÁLISES E CLASSIFICAÇÕES A BROMATOLÓGICAS 33


de origem. A obtenção de alimentos in natura se faz restrita a algumas variedades, como
frutas, legumes, verduras, raízes, tubérculos e ovos. E, desta forma, é considerado normal
que mesmo esses alimentos sejam submetidos a alguma alteração antes de chegarem à
aquisição do consumidor, como limpeza e refrigeração (OLIVEIRA e CANELLA, 2022).
Os Alimentos minimamente processados são alimentos in natura sujeitos a
processos como limpezas de partes não comestíveis ou indesejadas dos alimentos,
secagem, desidratação, trituração ou moagem, fração, metodologias de torra, cocção
apenas com água, pasteurização, refrigeração ou congelamento, seu processo alojamento
em embalagens, empacotamento a vácuo, e fermentação não alcoólica. São também
classificados no Grupo 1, alimentos de consumo formados por dois ou mais alimentos
deste grupo como cereais, granola, nozes e frutas secas, desde que não adicionar açúcar,
mel, óleo, gorduras ou qualquer outro composto, as substâncias deste grupo enriquecidos
com vitaminas e minerais, com o objetivo de compensar nutrientes retirados durante o
processamento do alimento in natura como as farinhas de trigo ou de milho enriquecida
com ferro e ácido fólico. Mesmo nada comum, alimentos do Grupo 1 quando acrescidos de
aditivos que conservam as suas propriedades originais, como antioxidantes utilizados em
frutas desidratadas ou legumes cozidos e armazenados a vácuo, ou estabilizantes acrescidos
em leite ultrapasteurizado os mantém em classificação do Grupo 1 (DAMODARAN, PARKIN
e FENNEMA, 2010; OLIVEIRA e CANELLA, 2022).

GRUPO 2 – INGREDIENTES CULINÁRIOS PROCESSADOS

O grupo classificado em 2 consiste em substâncias retiradas diretamente de


alimentos que compõem o Grupo 1 ou da natureza e normalmente consumidas como
compostos de preparações culinárias. Os métodos relacionados a extração dessas
substâncias envolvem prensagem, trituração, moagem, pulverização, secagem e refino.
O objetivo do processamento se dá na produção de itens empregados para temperar e
cozinhar alimentos in natura ou minimamente processados e, desta forma, para elaborar
preparações culinárias baseadas nesses alimentos. São exemplificações de substâncias
do Grupo 2: sal, açúcar, óleos e gorduras.
Também compõem dentre a classificação 2, produtos formados por duas substâncias
pertencentes ao grupo como a manteiga com sal e produtos agregados por substâncias
deste grupo adicionadas de vitaminas ou minerais como o sal iodado. Vinagres gerados da
fermentação acética do álcool de vinhos e de outras bebidas alcoólicas também formam
a classificação do Grupo 2, neste caso, pela semelhança de características de uso com

UNIDADE 2 ANÁLISES E CLASSIFICAÇÕES A BROMATOLÓGICAS 34


outras substâncias pertencentes ao grupo. Compostos deste grupo, ao serem adicionados
aditivos para conservar suas características originais, como antioxidantes usados em
óleos vegetais e antiumectantes usados no sal de cozinha ou de aditivos que previnem a
manifestação de microrganismos, como conservantes utilizados no vinagre, mantém-se
classificados no Grupo 2.

GRUPO 3 – ALIMENTOS PROCESSADOS

Conjunto de produtos produzidos com a adição de sal ou açúcar e fracionadamente


óleos, gorduras, vinagre ou outra substância do Grupo 2 é um alimento do Grupo 1,
sendo em sua grande parte ingredientes com dois ou no máximo três compostos. Os
métodos envolvidos na produção desses alimentos podem relacionar vários processos de
cocção e, no caso de queijos e de pães, a fermentação não alcoólica. A fomentação do
processamento subjacente à fabricação destes produtos processados é acrescer a sua
resistência de alimentos in natura ou minimamente processados ou alterar o seu sabor,
portanto igualmente ao objetivo do processamento empregado na fabricação de alimentos
do Grupo 1. São exemplificações de produtos processados: hortaliças em conservas,
cereais ou de leguminosas, carnes salgadas, peixe preservados em óleo ou água e sal,
frutas em calda, queijos e pães.
Produtos do Grupo 3, quando acrescentados aditivos para conservar suas
composições de origem, como antioxidantes utilizados em geleias, ou para prevenir a
proliferação de microrganismos, como conservantes utilizados em carnes desidratadas,
ainda assim compõem os classificados no Grupo 3.

GRUPO 4 – ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS

São compostos por produtos produzidos, a partir de diversas substâncias envolvendo


compostos do Grupo 2 como o sal, açúcar, óleos e gorduras, elementos também retirados
do grupo alimentar 1, porém, não usualmente empregadas em elaborados culinários como
a caseína, soro de leite, isolado protéico de soja e de outros alimentos, e hidrolisado de
proteínas, compostos sintetizados através de composições de alimentos como óleos
hidrogenados ou interesterificados, amidos alterados e outras substâncias não naturais de
composição original dos alimentos e aditivos utilizados, tanto com o objetivo de preservar
ou conservante quanto para alteração de cor, odor, sabor ou textura do produto final.
compostos do Grupo 1 respondem em proporção reduzida ou maioritariamente contém
na lista de ingredientes dos produtos do Grupo 4. Contudo, a elaboração de alimentos

UNIDADE 2 ANÁLISES E CLASSIFICAÇÕES A BROMATOLÓGICAS 35


ultraprocessados envolve normalmente vários tipos de elementos e de aditivos, o que
facilita encontrar um número grande de cinco, dez, vinte ou mais ingredientes, os caracteres
básicos que os diferenciam se dão a existência de pelo menos uma substância ou um
aditivo não presentes em produtos processados (DAMODARAN, PARKIN e FENNEMA,
2010; OLIVEIRA e CANELLA, 2022).
Contudo, a composição básica de alimentos ultraprocessados é conter entre seus
ingredientes elementos retirados de alimentos do Grupo 1, mas utilizadas apenas para
finalidades industriais ou substâncias sintetizadas por meio de constituintes destes produtos
alimentícios ou ainda aditivos usados para transformar as características organolépticas
dos produtos. Diversas metodologias industriais são utilizadas na fabricação de produtos
ultraprocessados, incluindo extrusão, moldagem e pré-processamento por fritura. Podemos
apontar como produtos do Grupo 4: biscoitos, sorvetes, balas e guloseimas em geral,
“cereais matinais”, produtos congelados e prontos para aquecimento como pratos de
massas, pizzas, hambúrgueres e extratos de carne de frango ou peixe empanados do tipo
nuggets, pães doces e produtos panificados desde de que componham em seus ingredientes
produtos caracterizados no grupo de substâncias retiradas diretamente de alimentos mas,
não utilizadas em preparações culinárias, substâncias sintéticas e aditivos ou modificadores
de propriedades organolépticas dos produtos como corantes, aromatizantes, flavorizantes,
adoçantes e agentes de massa (, 2022).
Mesmo que pouco frequentes, são estes também parte dos classificados no Grupo 4
elementos compostos apenas por alimentos do Grupo 1 quando esses alimentos estiverem
adicionados de aditivos com objetivo de modificar cor, odor, sabor ou textura do produto
final como iogurtes com edulcorantes, aromatizantes ou corantes. Alimentos compostos por
produtos processados do Grupo 3, quando acrescidos desses aditivos, como pães produzidos
com emulsificantes, igualmente são classificados no Grupo 4 (VASCONCELOS, 2016).
Segundo Oliveira e Canella (2022), órgão de integração em pesquisa da USP afirma
que a “classificação de aditivos e substâncias restritas a produtos do Grupo 4 da NOVA
organização: adoçantes, agentes de carbonatação, agentes de incorporação ou de massa,
antiaglomerantes, antiespumantes, aromatizantes, carreadores, corantes, espumantes,
estabilizante de cor, flavorizantes, glaceantes, realçadores de sabor, sequestrantes,
umectantes, açúcar invertido, amido de milho modificado, caseína, colágeno hidrolisado,
extrato de malte, fibra alimentar, glúten, hidrolisado de proteínas, inulina, isolado proteico de
soja e de outros alimentos, lactose, maltodextrina, manteiga de cacau, óleos hidrogenados,
óleos interesterificados, ovo albumina, soro de leite, xarope de milho com alto teor de frutose”.

UNIDADE 2 ANÁLISES E CLASSIFICAÇÕES A BROMATOLÓGICAS 36


Dentre as diversas classificações envolvendo os alimentos, ainda podemos classificá-
los em energéticos, plásticos ou construtores e reguladores. Elementos energéticos quando
incluídos na alimentação são convertidos em água e CO2, proporcionando energia ao
organismo, como exemplificação temos os carboidratos. Os alimentos plásticos oferecem
substâncias anabólicas e de manutenção como por exemplo proteínas, já os alimentos
que são considerados os reguladores são os responsáveis pela regulação do metabolismo
corporal como as vitaminas e minerais, substâncias que conheceremos mais a fundo na
evolução deste livro (SANAR, 2022).

UNIDADE 2 ANÁLISES E CLASSIFICAÇÕES A BROMATOLÓGICAS 37


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3
TÓPICO

CLASSIFICAÇÕES E GENERALIDADES
DOS COMPONENTES
.
.....
.....
.....

Em estudos Bromatológicos, são analisados os componentes químicos,


estruturalmente estabelecidos, formadores dos alimentos. Tendo como objetivo principal
verificar nos elementos presentes em grande quantidade os “componentes centesimais”,
cuja sua quantificação é maior que 1%, por exemplo a água, proteínas, vitaminas e
minerais. As substâncias como os sais minerais executam a função existente no nosso
organismo e são essenciais ao contexto da vida, estando sempre presentes nos alimentos
em proporções apropriadas. Estes são os elementos designados a gerar equilíbrio osmótico
dos líquidos do corpo humano e agem na sustentação do equilíbrio ácido básico por serem
responsabilizados a função do ácido ou das bases, dependendo do alimento. Contudo, são
os responsabilizados por gerir a rigidez aos ossos e aos dentes (DAMODARAN, PARKIN e
FENNEMA, 2010).
Segundo Margaret McWilliams (2016), os macrominerais localizados em maiores
proporções no corpo humano são: cálcio; fósforo; potássio; enxofre; sódio; cloreto; magnésio.
Sabe-se que não é possível viver sem os minerais, desta forma temos como os principais
os ferro; zinco; manganês; selênio; cobre; iodo.

UNIDADE 2 ANÁLISES E CLASSIFICAÇÕES A BROMATOLÓGICAS 38


QUADRO 01: PRINCIPAIS MINERAIS ENVOLVIDOS NA DIETA HUMANA

Fonte: adaptado de McWilliams (2016, p. 21).

UNIDADE 2 ANÁLISES E CLASSIFICAÇÕES A BROMATOLÓGICAS 39


3.1 Proteínas

As proteínas são um dos principais constituintes das células, de acordo com sua
estrutura molecular, cada uma delas possui uma função biológica inerente às atividades
necessárias às funções vitais do corpo.
Nos alimentos, as proteínas têm componentes organolépticas e de textura. Suas
funções nutricionais apresentam cadeias em dimensão e configuração variadas compostas
pela ligação de 20 diferentes aminoácidos. E seu sequenciamento de aminoácidos na
cadeia é determinada pelo ácido (DNA) através dos métodos de transcrição e tradução”
(ROGERO et al, 2013).
As proteínas em âmbito químico são polímeros de alto peso molecular, e suas
composições básicas são os aminoácidos. Unidos por ligações peptídicas, os aminoácidos
compõem grandes cadeias para gerar proteínas específicas. Estas são localizadas em sua
maioria nos alimentos, sendo de origem animal, quanto nos vegetais. Segundo Rogero et al
(2013), as proteínas são organizadas e nomeadas de acordo com suas estruturas, figura 5.

FIGURA 3: ESTRUTURA DAS PROTEÍNAS

Fonte: Rogero et al (2013, p. 9).

UNIDADE 2 ANÁLISES E CLASSIFICAÇÕES A BROMATOLÓGICAS 40


3.2 Estrutura primária

A caracterização das estruturas primárias se dá pela organização, ou seja, o


sequenciamento de aminoácidos ligados linearmente por meio das ligações peptídicas.
Para alguns autores, acontece a condensação dos grupos carboxila de um L-aminoácido
com o grupamento amina do outro, elaborando a liberação de uma molécula de água.
A formação molecular de uma proteína, inicia-se com o resíduo amino e termina com o
resíduo carboxila: NH 2 – CHR 1 – CO – NH – CHR 2 –COOH. A dimensão da cadeia
estipula o peso molecular da proteína (VASCONCELOS, 2016).

3.3 Estrutura secundária

As inúmeras polaridades resultam em rotação nos ângulos gerados nos átomos


que compõem o peptídeo. Desta forma, acontece uma redução de energia livre na área
fundamental para acarretar o segmento estável em solução (VASCONCELOS, 2016).

3.4 Estrutura terciária

O enovelamento ocorre na cadeia polipeptídica gerada por segmentos com estrutura


secundária para reduzir a energia livre da molécula. Esse nivelamento é responsável por
inibir os resíduos hidrofóbicos, transformando os resíduos que possuem menor contato com
a água. Inúmeros tipos de envolvimentos são poderosos para gerar estrutura globular, como,
as eletrostáticas e hidrofóbicas, as forças de van de Waals e as pontes de hidrogênio, de
forma que fica impossibilitando inibir a existência total dos resíduos apolares hidrofóbicos, ou
expor todos os resíduos polares e hidrofílicos na superfície. A forma adotada pela estrutura
terciária pode variar de acordo com a sequência de aminoácidos polares e apolares na
cadeia. Uma proporção de resíduos hidrofóbicos alta, gera a proteína formas globular
esférica. Por outro ângulo, uma alongada é comum nas proteínas com grande proporção
de resíduos hidrofílicos, possibilitando permanecer na superfície (DAMODARAN, PARKIN
e FENNEMA, 2010; VASCONCELOS, 2016).

3.5 Estrutura quaternária

O gerenciamento espacial de duas ou mais cadeias polipeptídicas com formatos


terciários. Possibilita reduzir a exposição de resíduos hidrofóbicos ao meio aquoso. Segundo
os autores, as importantes ligações efetivam a estrutura quaternária são as pontes de
hidrogênio, as ligações hidrofóbicas e as eletrostáticas.

UNIDADE 2 ANÁLISES E CLASSIFICAÇÕES A BROMATOLÓGICAS 41


Uma enorme proporção de aminoácidos hidrofóbicos pode ocasionar formação
quaternária (DAMODARAN, PARKIN e FENNEMA, 2010; VASCONCELOS, 2016).
Outro importantíssimo elemento é que a água é um dos maiores componentes
dos alimentos e é extremamente vital para a vida. A sua importância se dá a nível de ser
possível vivermos sem este elemento, visto que cerca de 60 a 65% do corpo humano e
da maioria dos animais. Desta forma, o organismo humano é totalmente dependente da
água para produzir inúmeras reações bioquímicas que acontecem nos tecidos corporais,
as quais possibilitam a sustentação das frequentes trocas metabólicas que ocorrem entre
as biomoléculas do corpo. A ausência diária de água para o corpo, acometem mudanças
fisiológicas essenciais que são imediatamente sinalizadas e apontadas pelo sistema
nervoso central (SNC), o qual manda para todo o corpo de forma ágil sinais fisiológicos
potencializados capazes de modificar inúmeros processos fisiológicos do organismo
atingido (TRAMONTE e TRAMONTE, 2013).
As funções principais da água no organismo se dão ao equilíbrio da temperatura
corporal, solvente universal essencial aos percursos metabólicos, sustento da pressão
osmótica dos fluidos, proteção do volume das células e reagente de várias reações
metabólicas. Contudo, podemos entender que para os alimentos, a água é o adulterante
universal. A proporção de água nos alimentos é designada pelo valor da determinação
da água total contida no alimento, contudo, esse valor não transfere informações sobre a
forma que a água está dissolvida no alimento (VASCONCELOS, 2016).
Existe uma alta probabilidade em que a água possui em gerar o desenvolvimento
de muitos microrganismos, contudo, uma grande parte dessa água não está acessível para
esse organismo. O caráter da água congelável aponta que há moléculas com características
e diluição distintas no mesmo alimento. Para Ditchfield (2000), ocorrem dois tipos de água
nos alimentos:

3.6 Água livre

Menos ligada ao substrato. Atua como solvente, facilitando o crescimento dos


microrganismos e as interações químicas.

3.7 Água combinada

Fortemente ligada ao substrato. É difícil de ser desligada, não se relaciona como


solvente e não permite a evolução de microrganismos, e suas interações químicas agem
por cautela.

UNIDADE 2 ANÁLISES E CLASSIFICAÇÕES A BROMATOLÓGICAS 42


A ligação entre o teor de água livre nos alimentos e sua preservação constitui uma
relação, pois, esse teor é uma atividade oriunda entrelaçada entre a pressão de vapor de
água em equilíbrio nos componentes alimentícios e a pressão de vapor da água pura em
uma mesma temperatura. Nas análises bromatológicas normalmente determina-se a de
umidade nos alimentos. Ao reconhecer o teor de umidade de um alimento, entende-se as
propriedades físico-químicas, microbiológicas e sensoriais de um alimento (DAMODARAN,
PARKIN e FENNEMA, 2010; VASCONCELOS, 2016).

A bromatologia avalia a composição química dos produtos da indústria alimentícia.


Desta forma age sobre a carga microbiológica do produto analisado, as propriedades destes
indivíduos microscópicos, os fatores criteriosos de qualidade utilizados à matéria-prima e os
métodos de fabricação dos alimentos naturais e industriais. No ramo da química analítica, a
análise bromatológica atua como avaliadora da segurança da qualidade dos produtos. Essa
ciência é importante para equacionar e solucionar problemas de saúde pública e aplicar na
prática atuações de vigilância sanitária.

Fonte: Vasconcelos (2016, p. 29).

UNIDADE 2 ANÁLISES E CLASSIFICAÇÕES A BROMATOLÓGICAS 43


A Bromatologia é uma ciência essencial para a saúde humana, visto que atua
para notificar a sociedade sobre as particularidades nutricionais e calóricas de produtos
alimentícios, permitindo organizá-los como não aptos para consumação ou fraudulências.
Em 2014, foi localizado carne de cavalo em pratos congelados sendo comercializada como
carne bovina. Leia trecho da matéria “Fraude alimentar deixa consumidores de mãos ata-
das”: A carne de cavalo não é consumida no Brasil. Segundo o Ministério da Agricultura,
não há proibição em relação à venda do produto, contanto que o consumidor saiba exata-
mente que tipo de carne está adquirindo por meio de informações claras na embalagem.
“A carne de cavalo é vermelha, praticamente sem gordura, mas o aspecto é idêntico ao da
carne bovina”, afirma Fernando Sampaio, diretor executivo da Associação Brasileira das
Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). Mas o distanciamento do problema detectado
nos países europeus não livra os brasileiros de fraudes nos alimentos que consomem. “É
muito difícil que se perceba alguma adulteração no produto somente pelo paladar. Por isso,
é preciso que testes detalhados sejam feitos tanto pelos órgãos fiscalizadores quanto pelas
entidades de defesa do consumidor”, afirma a coordenadora da associação de defesa do
consumidor (Proteste), Maria Inês Doli.

Fonte: Adaptado de Costa e Kroehn apud VASCONCELOS (2016, p. 62).

UNIDADE 2 ANÁLISES E CLASSIFICAÇÕES A BROMATOLÓGICAS 44


CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade conhecemos as principais análises em Bromatologia, bem
como as suas metodologias e práticas de rotina em laboratórios. Procedimentos de
execução para biossegurança em atuação de análises químicas dos alimentos. Com ênfase
no reconhecimento por meio destas investigações as alterações causadas nos alimentos,
bem como alimentos falsificados, adulterados e contaminados, levando em consideração
as boas práticas de laboratório.
Em seguida avaliamos os impactos dos alimentos na saúde humana mediante
as suas classificações de acordo com as suas formas de conservação e processamento,
como alimentos in natura e os ultraprocessados, levando em consideração os compostos
destes produtos alimentícios, formulação e seus componentes, impactos e benefícios a
saúde e bem estar a vida.
Por fim, entendemos os componentes químicos, estruturalmente
estabelecidos, formadores dos alimentos, como os principais minerais, proteínas e a água,
a forma estrutural química e atuação dos principais e mais importantes, como as proteínas,
classificação e importância da água, como estes elementos atuam na saúde e interferem de
forma fisiológica na vida dos seres humano, sendo essencial seu equilíbrio para que possa
compor benefícios a saúde humana e principalmente aos consumidores finais.

UNIDADE 2 ANÁLISES E CLASSIFICAÇÕES A BROMATOLÓGICAS 45


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Fundamentos Teóricos e Práticos em Análise de
Alimentos
Autor: Heloisa Máscia Cecchi.
Editora: Editora Unicamp.
Sinopse: Esta obra é resultado de 20 anos de docência na área,
em cada um dos quais a preparação das aulas era aprimorada,
com a elaboração de apostilas para os alunos, as quais se
transformaram neste livro-texto. Os capítulos descrevem
fundamentos teóricos e experimentos práticos que podem
ser utilizados como guia para aulas teóricas e de laboratório
da disciplina de análise de alimentos. O livro pode ser utilizado
por alunos de graduação e pós-graduação em engenharia de
alimentos, farmácia e bioquímica, nutrição, agronomia, química
e também nos respectivos cursos técnicos.

FILME/VÍDEO
Título: Super Size Me
Autor: Morgan Spurlock.
Ano: 2004.
Sinopse: Super Size Me é um documentário dirigido e estrelado
por Morgan Spurlock. O diretor foi submetido a um experimento
por 30 dias: comer sempre apenas McDonald, no café da manhã,
almoço e jantar. O documentário destaca as mudanças físicas e
psicológicas que ocorreram durante a experiência, enfatizando
os riscos de uma dieta baseada em fast foods.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=OlUHSeM-
6DZo&t=4s

UNIDADE 2 ANÁLISES E CLASSIFICAÇÕES A BROMATOLÓGICAS 46


3
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UNIDADE
PROPRIEDADES E CLASSIFICAÇÕES
DAS SUBSTÂNCIAS ALIMENTARES
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Prof. Dra. Jaqueline de Santana da Silva

Plano de Estudos
• Novos Nutrientes e suas propriedades;
• Frutas: Seus Distúrbios, Respiração e suas Propriedades.

Objetivos da Aprendizagem
● Conceituar e destacar as propriedades dos principais
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componentes alimentares, seus benefícios e importância de dosagens


diárias coerentes;
● Compreender e discriminar a composição dos alimentos ricos
em lipídios, vitaminas e aditivos alimentares;
● Entender as normativas básicas e regulamentares dos
elementos adulterantes dos alimentos e suas interferências;
● Descrever a composição e consumo das frutas, bem como seu
acondicionamento e distúrbios fisiológicos.
INTRODUÇÃO
Seja muito bem-vindo a mais uma etapa da nossa disciplina de Bromatologia e
Tecnologia de Alimentos, unidade III.
Você em seu cotidiano já deve conhecer os componentes básicos das frutas, e
sabe que a maior parte delas são compostas por água? Substância indispensável à vida e
saúde humana a qual abordamos no nosso capítulo anterior.
Assim como, também convive com os aditivos alimentares e sabe que eles auxiliam
quando em demanda ordenada, ajudam a manter o sabor, cor e consistência dos alimentos?
Se você já tem esses conhecimentos básicos, parabéns! Pois auxilia na assimila-
ção do nosso conteúdo nesta unidade. Caso contrário, não se preocupe, desvendaremos
estes saberes juntos!
Nesta unidade você irá reconhecer e compreender o conteúdo explanado sobre
nutrientes essenciais a composição dos nossos alimentos ingeridos diariamente, entender
a sua importância e relevância de conhecermos as suas dosagens correta para equilíbrio e
manutenção do organismo.
As vitaminas entregam muito bem esta função de vitalidade, assim como os lipídios,
saberemos quais os principais aditivos alimentares e a função do seu emprego nos alimen-
tos, quais seus benefícios e porque existe uma ampla regulamentação na sua aplicação, no
âmbito tecnológico alimentar.
As frutas já são conhecidas por seu uso como alimento essencial para uma alimen-
tação saudável. Abordaremos sobre os processamentos industriais, as quais lhes garantem
habilidades sensoriais, suas formas de armazenamento e sua sensibilidade a exposições
inadequadas como oscilações de temperatura, bem como distúrbios fisiológicos ocasiona-
dos por tal processo.
Além disso, destacamos seus principais componentes de composição, benefícios e
vantagens, suas características e propriedades que os definem, metodologias de tecnolo-
gias avançadas, resumindo de forma facilitada no entendimento e atenção aos processos
de manipulação de segurança e de boas práticas alimentícias.

UNIDADE 3 PROPRIEDADES E CLASSIFICAÇÕES DAS SUBSTÂNCIAS ALIMENTARES 48


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................

1
TÓPICO

NOVOS NUTRIENTES E SUAS


PROPRIEDADES
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.....
.....

1.1 Vitaminas

As vitaminas são micronutrientes essenciais para a conservação da saúde e bem


estar do organismo humano, de forma que requer em pequenas porções em miligramas
a microgramas. A terminologia micronutriente já se faz comum, assim como a menção de
vitaminas e minerais. Estes são grupos agregados de pequenos nutrientes necessários na
alimentação diária. As vitaminas são elementos orgânicos de potencial sintético no corpo.
São encontradas em poucas quantidades em quase todos os alimentos, contudo, são
extremamente importantes para o regulamento dos processos fisiológicos do organismo
(BRINQUES, 2015).
Estão entre suas mais importantes funções que abordam os subsequentes
maquinismos:

● Coenzima – substância essencial para as atividades de diversas enzimas que


catalisam reações no corpo.
● Antioxidante – elementos que neutralizam radicais livres.
● Substâncias como as vitaminas são divididas em lipossolúveis e hidrossolúveis, as
quais entendemos que:
● Vitaminas lipossolúveis – são solúveis em gorduras e localizadas em alimentos
lipídicos. Sua assimilação depende da bile e seu transporte ocorre via circulação
linfática (BRINQUES, 2015).

UNIDADE 3 PROPRIEDADES E CLASSIFICAÇÕES DAS SUBSTÂNCIAS ALIMENTARES 49


Ainda são armazenadas e suas funções normalmente são estruturais e classificadas
em vitaminas lipossolúveis: vitamina A que pode ser adquirida pelo consumo de cenoura,
beterraba, mamão entre outros.

● Vitamina D: observe-se durante a exposição ao sol, em alimentos como peixe e


leite;
● Vitamina E: composto encontrado na composição do milho, abacate, azeite;
● Vitamina K: Composição dos alimentos brócolis, alface, couve e em outros diversos.

As vitaminas hidrossolúveis – são dissolvidas em água, demonstrando poucos


problemas de absorção e transporte. São transportadas por meio das vias de circulação
sistêmica e sua excreção, por meio das vias urinárias. Exceto em saturação tecidual, onde
não é possível ser armazenadas.
São hidrossolúveis as vitaminas:
● vitamina B1 (tiamina);
● vitamina B2 (riboavina);
● vitamina B3 (niacina);
● vitamina B5 (ácido pantotênico);
● vitamina família B6 (pirodoxina, piridoxal e piridoxamina);
● vitamina B7 (biotina);
● vitamina B9 (folato);
● vitamina B12 (cobalamina);
● vitamina C (ascorbato);
● colina.
O complexo B compostos por estas vitaminas onde são normalmente adquiridas
em alimentos como: banana, os miúdos, carnes como fígado ou rim, em folhosos, ou seja,
vegetais verdes, como couve ou espinafre, em cereais, ovos, entre outros; assim como
a vitamina C fortemente encontrada em alimentos como: laranja, pimentão vermelho,
acerola, maracujá, limão e outros produtos cítricos, figura 1, agindo na composição vital e
antioxidante (BRINQUES, 2015).

UNIDADE 3 PROPRIEDADES E CLASSIFICAÇÕES DAS SUBSTÂNCIAS ALIMENTARES 50


FIGURA 1 – ALIMENTOS CÍTRICOS

Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/procurar/FRUTAS%20CITRICOS/

A alimentação se baseia no percurso de ingestão dos alimentos que são conver-


tidos pelo corpo humano em recursos nutricionais energéticos, gerando condições da
função orgânica. De acordo com Vasconcelos (2016), quando os nutrientes são ingeridos
em porções corretas, elevam a saúde e bem-estar humano diante dos seguintes critérios:
● Energético por carboidratos, lipídeos e proteínas;
● Edificação e restauração dos tecidos – proteínas, lipídeos e minerais;
● Construção e restauração do sistema esquelético – fósforo, cálcio e proteínas;
● Controle das reações fisiológicas do corpo – minerais, água, lipídios e vitaminas.
A grande disponibilidade de suplementos alimentares que oferecem os benefícios
mencionados é muito grande. Contudo, os riscos à saúde se referem a quantidade de
suplementos de categorias ergogênicas, pois, apresentam-se abaixo diante do número de
produtos localizados nas prateleiras de lojas capacitadas. Com isso, muitos dos elementos

UNIDADE 3 PROPRIEDADES E CLASSIFICAÇÕES DAS SUBSTÂNCIAS ALIMENTARES 51


apresentam um efeito ergolítico, o que pode trazer malefícios. Diante do patamar avaliativo
a segurança nutricional dos alimentos por meio de sua composição química. A categoria de
lipídeos é uma das análises químicas aderidas para essa finalidade. Entendemos que as
vitaminas são, minerais, proteínas e fibras dos alimentos (VASCONCELOS, 2016).

1.2 Lipídeos

Estes componentes classificam-se como agregados orgânicos com grande carga


energética, formados por ácidos graxos que atuam como carreadores de vitaminas
lipossolúveis. As substâncias dissolvidas em solventes orgânicos, como clorofórmio,
acetona e éter, sublocados como:
● Simples – óleos e gorduras. Agregados – fosfolipídeos, ceras, entre outros.
● Decorrentes – ácidos graxos e esteróis (ZENEBON, PASCUET e TIGLEA, 2008).
Os aspectos de aparência física são os únicos critérios aos quais diferenciam gor-
duras e óleos, figura 2. Ao analisar o azeite, entendemos que se refere a óleos, já a gordura
como observadas em carnes já demonstra aspectos diferenciados aos quais possibilita o
seu reconhecimento. Em ambiente natural referente a temperatura, as gorduras se mostram
sólidas ou pastosas e os óleos líquidos (VASCONCELOS, 2016).

FIGURA 2 – DIFERENTES FORMAS DE ÓLEOS E GORDURAS

Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/procurar/OLEOS%20E%20GORDURAS/

UNIDADE 3 PROPRIEDADES E CLASSIFICAÇÕES DAS SUBSTÂNCIAS ALIMENTARES 52


Os lipídeos se envolvem nos alimentos em técnicas de extração com solventes
orgânicos, este também identificado como extrato etéreo. Contudo, mesmo sendo empregado
no estabelecimento de lipídios dos alimentos, essa metodologia não se aplica para:
sementes oleaginosas; rações líquidas; elementos com base em alimentos lácteos. Para
diluir gorduras, pigmentos, óleos e outros compostos gordurosos dissolvidos em solventes
orgânicos e éter. O éter ocasiona a evaporação dessa solução oleosa, permanecendo as
substâncias chamadas de extrato etéreo ou gordura bruta, de alto peso e, desta forma,
possibilita a definição da quantificação e definição de gordura na amostra (DAMODARAN,
PARKIN e FENNEMA, 2010; VASCONCELOS, 2016).
As maiores vantagens do emprego desta técnica são:
● Possibilita que ocorra por meio da lavagem das porções com solvente (éter). Uma
parte com grande quantidade em energia – óleos e gorduras.
● Extremamente valiosos em produtos com alto teor em pigmentos e cera como a
xantofila, clorofila entre outros da mesma classe. O método empregado de Soxhlet,
utilizado com outras técnicas, determina as frações de lipídeos. Essa metodologia
agrega o refluxo de solvente para a retirada em amostras líquidas, sólidas ou
pastosas, agindo em um percurso contínuo, com duração de um tempo de 4 a 6 horas,
formado em três fases: 1 Retirada da gordura com solvente; 2 Exclusão do solvente
por evaporação; 3. Determinação da gordura extraída (GOMES e SIMEONE, 2012).

1.3 Aditivos alimentares

Os aditivos nos alimentos são considerados qualquer elemento acrescentado de


forma intencional e sem a função de gerar nutrição. Geralmente são empregados para
modificar características biológicas, físicas, químicas ou sensoriais do organismo. Em
relatórios da Anvisa, essas alterações ocorrem no percurso de produção, processamento,
preparação, tratamento, embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte ou
manipulação de um alimento. Sendo empregados:
● Antioxidante;
● Conservador;
● Flavorizante;
● Corante;
● Conservador;
● Estabilizante;
● Espumífero e antiespumífero;

UNIDADE 3 PROPRIEDADES E CLASSIFICAÇÕES DAS SUBSTÂNCIAS ALIMENTARES 53


● Espessante;
● Edulcorante;
● Umectante;
● Antiumectante;
● Acidulante.
De acordo com a Anvisa, derivados ou o próprio aditivo, são passíveis de se tornar
um integrante do alimento. Sabe-se, que dentre as denominações para os aditivos não
integram aos grupos os contaminantes ou elementos nutritivos, que são capazes de ser
acrescentados ao alimento com intenção de sustentar ou aperfeiçoar suas características
nutricionais (VASCONCELOS, 2016).
A demanda tecnológica desses compostos é aplicada em casos de benefícios
de demandas tecnológicas. Diante disto, ocorre exceções em casos em que ocorrer
a probabilidade de benefícios a serem atingidos através de fabricação mais coerentes,
também em casos de maiores cuidados de práticas de cautela em relação a rotinas
operacionais e de higiene. Porém, nem sempre a utilização de aditivos é vista de forma
prejudicial. A sua utilização se emprega apenas pelos fabricantes alimentícios quando
estabelecido em legislação brasileira especificado para a sua classe de alimentos de sua
ordem, considerando os limites e funções, figura 3. Se não categorizado, não pode ser
empregado e, se identificado nos produtos em processo de fiscalização, a indústria sofrerá
penalidades, autuada e, em casos de reincidências, sofrerá processos criminal civil, de
acordo com Código de Defesa do Consumidor perante a Lei n. 8.078 (DAMODARAN,
PARKIN e FENNEMA, 2010).

FIGURA 3 – EMPREGO DE ADITIVOS EM ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS

Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/procurar/DOCES%20ULTRAPROCESSADOS/

UNIDADE 3 PROPRIEDADES E CLASSIFICAÇÕES DAS SUBSTÂNCIAS ALIMENTARES 54


É essencial exterminar o emprego dos aditivos em alimentos específicos, incluindo
as condições excepcionais. Podem ser empregados em menores porções viáveis, para que
a indução ao organismo não extrapole as quantidades diárias recomendadas, estipuladas
pelas normas legais da Anvisa. Existem processos em que os aditivos são proibidos como:
onde a presença desses elementos não seja segura para saúde e bem estar humano.
Como em casos, em que gere prejuízos à segurança alimentar, induz o consumidor ao
desconhecimento de sua presença. Quando utilizados para esconder falhas no seu processo
de fabricação como na manipulação e processamento. Em casos onde são proibidos por
legislação específica. Se utilizado para omitir variações ou falsificações da matéria-prima
ou do alimento final (VASCONCELOS, 2016).
De acordo com as normativas da Anvisa, a alteração alimentar por aditivos precisa
estar de acordo com os regulamentos de Boas Práticas de Fabricação (BPF), em casos de
ingestão diária não recomendável - IDR “não determinada”. Desta forma, seu emprego não
determina as porções adequadas no consumo, privando o alcance tecnológico estabelecido,
se faz essencial esse cumprimento que a substância não altere a qualidade do alimento.
Sendo assim, os produtos de ordem alimentícia precisam ser submetidos a análises
toxicológicas antes de sua destinação final, onde se deve investigar qualquer resposta
cumulativa, sinérgica e de proteção gerada pelo aditivo.

UNIDADE 3 PROPRIEDADES E CLASSIFICAÇÕES DAS SUBSTÂNCIAS ALIMENTARES 55


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2
TÓPICO

FRUTAS: SEUS DISTÚRBIOS,


RESPIRAÇÃO E SUAS PROPRIEDADES
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.....
.....

Uma alimentação saudável já é considerada uma prática que se perpetua há anos,


por ser apontada de essencial para todas as idades, principalmente no início da vida. As
adequações de novos hábitos alimentares vêm ocorrendo na estrutura familiar, no intuito de
uma busca por alimentos mais as mudanças ocorridas na estrutura familiar e nos hábitos
de consumo de alimentos mais saudáveis, como os com menor teor, livres de gorduras
trans, ou restrição, de gorduras e açúcares, alimentos diet e light, limpos de radicais livres,
conservantes químicos e sódio, favorecendo a indústria a aperfeiçoarem seus processos
em busca de medidas mitigatórias em seus métodos de produção como o processamento
dos alimentos, buscando resultados para um alimento que entregue estas medidas de
qualidade (EMBRAPA, 2011).
A implantação da tecnológica do menor processamento de frutas resulta em
alimentos com determinado caráter, desta forma adicionando um porte nutricional à matéria-
prima pelas vantagens de qualidade sensorial, segurança e aperfeiçoamento nutritivo.
Por estas razões, alimentos submetidos a um menor processamento vêm adquirindo uma
demanda maior no mercado de produtos frescos desde a sua introdução nos EUA há mais
de quase 40 anos e na comercialização francesa no começo dos anos 80. No Brasil, a
implantação desta metodologia de consumo iniciou por volta da década de 90, e mostrado
grande evolução nos últimos anos de forma relevante para aumento da comercialização,
essencialmente pela expansão no atendimento de agilidade em hotéis, restaurante e
serviços de caterings, e principalmente no âmbito doméstico (EMBRAPA, 2011).

UNIDADE 3 PROPRIEDADES E CLASSIFICAÇÕES DAS SUBSTÂNCIAS ALIMENTARES 56


No nosso dia a dia denominamos as frutas como a laranja, maçã, banana, limão,
pêssego, abacate, melancia, melão, mamão, ameixa, cereja, morango, manga, kiwi, uva
e outras maravilhas adocicadas originadas da natureza de frutas, porém de fato, será que
essa é a ordenação correta? As frutas, na verdade, são consideradas apenas a porção
polposa que circula a semente de plantas. Analisando desta forma, a manga por exemplo,
não é uma fruta por completo. O fruto nesta perspectiva é considerado a parte amarela em
que consumimos deste alimento, assim como o abacaxi e tangerina, em que são fartos em
açúcares, que dão o sabor adocicado, e suco. Esses açúcares são: frutose; açúcar invertido
conjugados como frutose e glucose, as sacaroses e glicoses (McWILLIAMS, 2016).
Diante destes componentes temos os ácidos fartos nas frutas, geralmente sem
valores nutricionais. No entanto, é relativo a cada tipo de frutas, em uma mesma, de acordo
com seu estágio de maturação e de desenvolvimento. No contexto geral, a quantificação de
ácidos reduz à medida que evolui a maturação e, consequentemente, aumenta a proporção
de açúcares. Existem quatro categorias de ácidos aos quais demandam sabor málico, e
tartárico, ou cítrico e o oxálico. Este último também constitui em vários vegetais e podem
gerar sais solúveis com o cálcio e o magnésio, reduzindo a biodisponibilidade desses
nutrientes (PHILIPPI, 2014).
As frutas são um alimento em sua maioria consumido cru ou podem ser
comercializados em geleia, calda, compota, em pasta ou caramelizada. São ricas em
vitaminas, fibras e minerais. De acordo com Mc Williams (2016), “a maior parte das frutas
são compostas por grande teor de água, variando entre 80% a 90%, como as melancias
e os melões-cantalupo no limite superior possuindo 92% de nível de umidade”. Contudo,
existem também os frutos secos, considerados sementes comestíveis. Como as castanhas
de caju, avelã, amêndoa, noz, o pinhão, a castanha-do-pará, e a macadâmia, esses frutos
são semelhantes em sua consistência compacta, casca dura e incorporados em gordura.
Contém aproximadamente 25% de água e, os “níveis de carboidrato variam de 3 a 14%”
(McWILLIAMS, 2016).
A quantidade de gorduras contidas nas frutas são muito baixas com algumas
exceções, como é o caso das oleaginosas representadas por frutos secos, do abacate e do
coco, no geral as frutas são normalmente nulas em gorduras monoinsaturadas e saturadas,
e o padrão de proteínas também são menores nas frutas, exceto no caso do abacate.
Individualmente, o nível de carboidrato contido nas frutas oscila com a sua maturidade. Para
McWilliams (2016), a carga total de carboidrato se mantém relativamente constante durante
o processo de evolução da fruta do seu estágio verde para o maduro. A quantidade de
amido, encontra-se alto nas frutas não maduras, e geralmente reduz com o amadurecimento

UNIDADE 3 PROPRIEDADES E CLASSIFICAÇÕES DAS SUBSTÂNCIAS ALIMENTARES 57


ao contrário do nível de açúcar que aumenta. A teoria destes dois formatos de carboidrato
retrata a transição gradual de amido em açúcar com o amadurecimento; alterações que
podem ser sentidas no sabor doce das frutas maduras.
Como descrito na tabela 2, diversas frutas apresentam altos teores em carboidratos,
macronutrientes formados por moléculas de carbono, hidrogênio e oxigênio, após seu
consumo e absorvidos pelo organismo, geram glicose e fornecendo energia para as células,
desta forma são indispensáveis em nossas dietas e para manutenção da nossa saúde.

TABELA 1 – VALORES MÉDIOS OBTIDOS NA ANÁLISE DE FRUTAS DIVERSAS

Fonte: Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Adaptada de McWilliams (2016, p. 135).

As frutas possuem um revestimento por tecidos membranosos de celulose e


protopectina. A celulose e a pectina compõem os tipos de fibras insolúveis. A celulose é uma
substância fibrosa encarregada por formar a base estrutural do tecido vegetal e se encontra
presente em frutas com cascas e sementes. As propectinas estão em seu formato natural
da pectina. De acordo com Paiva, Lima e Paixão, (2009), sua consistência é de baixo teor
solúvel em água com a presença de ácidos dissolvíveis, compondo os ácidos pectínicos
ou pécticos com variadas dimensões moleculares e composição. A protopectina atua como

UNIDADE 3 PROPRIEDADES E CLASSIFICAÇÕES DAS SUBSTÂNCIAS ALIMENTARES 58


consolidante, estruturando as células de celulose juntas as membranas. As frutas cítricas
são fortes em pectinas, extraídos do albedo, a área mesocárpica do fruto. “A maçã é uma
fruta com caráter de fonte natural desse carboidrato, que, juntamente com os frutos cítricos,
formam as principais matérias-primas para geração de pectina em nível comercial” (PAIVA,
LIMA e PAIXÃO, 2009).

2.1 Distúrbios Fisiológicos

As frutas podem apresentar distúrbios fisiológicos definidos em alterações não


originadas por patógenos, ocorridas por alterações metabólicas das frutas ou na integridade
estrutural de seus tecidos, figura 3. Os sintomas de injúrias fisiológicas causados pelo uso
de temperaturas inadequadas ao armazenamento de frutas, as temperaturas abaixo do
mínimo aceitável são um dos principais fatores, são múltiplos esses critérios e variam de
acordo com o produto observado. Para manutenção das frutas, é indicado a refrigeração,
método econômico de armazenamento prolongado de frutas frescas, o armazenamento em
baixas temperaturas preza reduzir a intensidade do processo vital, através do emprego de
condições corretas, que permitam a minimização em seu metabolismo normal sem alterar
seus processos fisiológicos (VASCONCELOS, 2016).

FIGURA 4 – DISTÚRBIOS FISIOLÓGICOS CAUSADOS POR ALTAS TEMPERATURAS

Fonte: http://oagronomico.iac.sp.gov.br/?p=1190

2.2 Respiração das frutas

Se trata do principal processo fisiológico relacionado à fisiologia pós-colheita


de frutas, também essencial no processo de armazenamento, dependente de inúmeras
reações metabólicas reguladas por temperatura, transpiração e a concentração de gases
na atmosfera, como CO2, O2 e etileno” (CALBO, MORETTI e HENZ 2007). O aumento
da temperatura provoca elevação exponencial da taxa de respiração, e ainda gera uma

UNIDADE 3 PROPRIEDADES E CLASSIFICAÇÕES DAS SUBSTÂNCIAS ALIMENTARES 59


redução exponencial da vida útil das frutas, coadunáveis decorrentes da temperatura sobre
a respiração.
Para Calbo, Moretti e Henz (2007), “armazenamento em baixas doses de O2 e
elevadas de CO2, que provocam reduções de longo prazo na taxa de respiração, assim
como geram maior vida útil de pós-colheita”. O aroma, sabor e a aparência de frutas e
hortaliças normalmente estão relacionados às altas porções de açúcares, ácidos orgânicos,
sais e elementos orgânicos ativos no vacúolo. Os vacúolos, são organelas que podem
utilizar mais de 80% do volume de células maduras e, por se manterem em harmonia
osmótica com o citoplasma, consequentemente contém, volumetricamente, proporcional
quantidade de solutos.
As frutas durante seu processo de amadurecimento ou maturação de diversos
frutos, ocorre o aumento na taxa de respiração climatérica, onde para Calbo, Moretti e Henz
(2007), “depende de temperatura e em condições favoritas pode significar um crescimento
de 2 a 4 vezes, variando do fruto, e em comparação com as cotas de respiração pré-
climatéricas”. Desta forma, como descrevem os autores, frutos como o tomate, reduzem o
seu pico climatérico em temperaturas baixas, no caso, 8 °C.

Alimentos minimamente processados ou in natura como frutas e hortaliças,


enfrentam grandes barreiras para comercialização, desde os processos agrícolas até seus
distribuidores, você sabia que um dos fatores principais está ligado às taxas de respiração
destes alimentos? A taxa de respiração dos tecidos vegetais aumenta exponencialmente
com o aumento da temperatura. Ocorre a formação de os compostos voláteis, responsáveis
pelo cheiro característico e que são caracterizadas pela junção do grupo carbonila dos
açúcares redutores com o grupo amínico das proteínas, peptídeos ou aminoácidos.
Deficiências no controle de temperatura nas diferentes etapas como recepção, estocagem,
processamento, armazenamento, transporte, distribuição e comercialização do produto
têm repercutido negativamente na segurança, qualidade e vida útil das frutas e hortaliças
minimamente processadas.

Fonte: Adaptado de Vasconcelos (2016, p. 102).

UNIDADE 3 PROPRIEDADES E CLASSIFICAÇÕES DAS SUBSTÂNCIAS ALIMENTARES 60


O termo Reação de Maillard se trata de uma reação desencadeada pelas altas
temperaturas, também conhecida como “escurecimento não-enzimático”; A Reação de
Maillard, em homenagem a Louis-Camille Maillard, que a descreveu pela primeira vez no
ano de 1912, ocorre quando aminoácidos e açúcares redutores reagem, no aquecimento,
e desencadeiam uma sequência de reações que produzem compostos alterando sabores
e aroma. A partir da temperatura de 40°C, inicia-se a formação dos produtos da reação.
Quanto maior a temperatura, mais produtos são gerados e mais perceptíveis eles se tornam
nos alimentos.

Fonte: Adaptado de Vasconcelos (2016, p. 102).

UNIDADE 3 PROPRIEDADES E CLASSIFICAÇÕES DAS SUBSTÂNCIAS ALIMENTARES 61


CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade conhecemos os elementos que compõem os alimentos e a
importância de uma dosagem diária correta, atuação e essencialidade das vitaminas e a
suas atuações para manutenção da saúde humana, assim como os lipídios, bem como os
aditivos alimentares.
Entendemos como as vitaminas nos garantem energias, restauração dos
tecidos e do sistema esquelético, garantem fornecimento por meio de proteínas carboidratos
e demais compostos fundamentais. Assim como as vitaminas do complexo B nos fornecem
manutenção e se faz necessárias dosagens diárias por meio de ingestão.
Conhecemos os mais utilizados aditivos alimentares inseridos em nossos
alimentos por meio de avanços tecnológicos, contudo, a importância das legislações
principalmente a fiscalização como atuação da ANVISA para o controle de doses adequadas
e aceitáveis pelo organismo humano, principalmente em alimentos altamente processados,
garantindo a esses alimentos maior segurança respeitando as normas de boas práticas de
fabricação.
Por fim estudamos as frutas, e a necessidade destes alimentos
preferencialmente in natura em nossa dieta, as partes que compõem um fruto, e a riqueza
de substâncias como a água, vitaminas, carboidratos entre outros diversos, além de
entendermos as consequências de uma má manipulação e armazenamento adequado,
evitando distúrbios fisiológicos e, um alimento seguro para o consumidor.

UNIDADE 3 PROPRIEDADES E CLASSIFICAÇÕES DAS SUBSTÂNCIAS ALIMENTARES 62


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Alimentos e Nutrição – Introdução a Bromatologia
Autor: Rolando Salinas
Editora: Artmed
Sinopse: Este livro traz informações precisas sobre os diversos
alimentos encontrados no dia a dia, sua constituição, seu
processamento e conservação, seu valor nutritivo, entre outros
aspectos, de forma a corresponder às exigências das diferentes
áreas do mundo da alimentação.

FILME/VÍDEO
Título: Tomates verdes fritos
Autor: Jon Avnet.
Ano: 1991.
Sinopse: Um clássico do cinema mundial. Fala sobre
Comportamento Alimentar, incluindo conceitos como Mindful
Eating e nossa relação com a alimentação. Tomates Verdes
Fritos (Fried Green Tomatoes at the Whistle Stop Cafe) conta
a história de Evelyn Couch (Kathy Bates), uma dona de casa
emocionalmente reprimida, que habitualmente afoga suas
mágoas comendo doces. Ed (Gailard Sartain), o marido dela,
quase não nota a existência de Evelyn. Toda semana eles vão
visitar uma tia em um hospital, mas a parente nunca permite
que Evelyn entre no quarto. Uma semana, enquanto ela espera
que Ed termine sua visita, Evelyn conhece Ninny Threadgoode
(Jessica Tandy), uma debilitada, mas gentil senhora de 83 anos,
que ama contar histórias. É através dessas histórias que vamos
mergulhar neste premiado drama do cinema mundial. O elenco
ainda tem Chris O'Donnell e Mary-Louise Parker. A direção é de
Jon Avnet.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=zOQnV7cy-
cl4

UNIDADE 3 PROPRIEDADES E CLASSIFICAÇÕES DAS SUBSTÂNCIAS ALIMENTARES 63


4
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UNIDADE
SEGURANÇA DOS ALIMENTOS

DE ORIGEM ANIMAL
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Prof. Dra. Jaqueline de Santana da Silva

Plano de Estudos
● Propriedades de alimentos de origem animal;
● Resíduos alimentares.

Objetivos da Aprendizagem
● Compreender e destacar os principais alimentos de origem animal, e suas
propriedades como os componentes alimentares envolvidos na segurança alimentar
da população;
● Conceituar e discriminar diante de suas estruturas químicas-físicas nos alimentos
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como, proteínas de alto valor biológico, aminoácidos indispensáveis à manutenção


regeneração e construção dos tecidos, regulação e geração de hormônios, e os resíduos
alimentares;
● Descrever os planos de controle e regulamentares dos elementos adulterantes
dos alimentos e suas interferências, no bem estar e saúde dos animais e da população
consumidora desses produtos;
● Explanar a composição e consumo de alimentos em sobrecarga de resíduos
alimentares, bem como o comprometimento da segurança e confiabilidade destes
produtos.
INTRODUÇÃO
Seja muito bem-vindo ao nosso último percurso do saber em nossa disciplina de
Bromatologia e Tecnologia de Alimentos, unidade IV.
Você em seu dia a dia deve consumir muitos alimentos de origem animal, seja carnes,
ovos e derivados lácteos? Estes alimentos possuem muitas substâncias indispensáveis à
vida e saúde humana, então abordamos no nosso capítulo a composição e os cuidados
necessários com a manipulação destes.
Você convive ou conhece o processo de ordenha do leite, o percurso inicial desde
quando a vaca por exemplo, divide o alimento do seu bezerro para conosco, fortalecendo
a fabricação do leite industrializado? O produtor precisa tomar inúmeros cuidados que
auxiliam na qualidade de uma demanda ordenada segura, pois, sabia que essa cautela
ajuda a manter o sabor, cor e consistência do alimento?
Se você já conhece esse processo, muito bem! Pois agora, iremos conhecer todo
esse percurso junto e assimilação do nosso conteúdo nesta unidade. Caso contrário, não
se preocupe, abordaremos estes saberes juntos!
Nesta unidade você irá identificar e compreender o conteúdo sobre nutrientes
que formam a composição dos nossos alimentos de origem animal ingeridos diariamente,
entender a sua essencialidade e relevância de conhecermos os elementos que contribuem
de forma correta para equilíbrio e manutenção do organismo.
Iremos entender os compostos da carne vermelha, as fibras que são responsáveis
por compor os músculos e gerando uma carne macia e mais suculenta, no âmbito tecnológico
alimentar, o Brasil é um dos países mais importantes no fornecimento deste produto graças
a pecuária.
Vamos conhecer o leite e os seus compostos como um alimento indispensável para
uma alimentação saudável, abordaremos sobre os processamentos industriais, as quais
lhes garantem habilidades sensoriais, suas formas de armazenamento, e compreender
como alimentos como o leite quando não oferecidos com total qualidade pode ser identi-
ficado por testes de segurança alimentar, a fim de preservar a saúde do consumidor final.
Além disso, falaremos dos planos de controle nacional de segurança alimentar,
este que garante a nossa segurança como consumidores, rege as leis e fiscaliza a indústria
produtora, utilizando de metodologias de tecnologias avançadas, mantendo de forma
facilitada nosso entendimento e atenção aos processos de fabricação dos alimentos e a
segurança de boas práticas alimentícia

UNIDADE 4 SEGURANÇA DOS ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL 65


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1
TÓPICO

PROPRIEDADES DE ALIMENTOS
DE ORIGEM ANIMAL
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Os alimentos de origem animal são os mais presentes na dieta alimentar diária


dos brasileiros, a carne branca ou vermelha ocupa o maior percentual, para Hautrive,
Marques e Kubota (2012), estes alimentos são ricos em porções de proteínas de alto teor
biológico e aminoácidos indispensáveis à manutenção, restauração e construção dos
tecidos, regulação e geração de hormônios, proteínas e enzimas carreadoras, proteínas de
estrutura e anticorpos. A composição centesimal é alterada por inúmeros fatores como a
carne, entre eles dieta, raça e ambiente.
O processo de princípios nutritivos em casos escassos durante a evolução
animal, órgãos como coração, pulmão, cérebro e ossos necessitam primordialmente
destes nutrientes, gerando em decorrência da restrição menor desenvolvimento dos
tecidos musculares e adiposos das áreas do organismo animal geradas mais tardiamente,
consequentemente o desequilíbrio da dieta dos animais reflete na disposição da carne e da
gordura. A alimentação escassa em substâncias ricas produz carne com maiores teores de
gordura, influenciando a sua suculência e maciez, oscilando a formação de ácidos graxos
(VASCONCELOS, 2016).
Temos como exemplificação a carne vermelha de origem ovina, onde a sua
composição centesimal contém valores médios de 19% de proteínas, 75% de umidade, 4%
de gorduras e 1,1% em minerais. Entendemos que os valores mencionados são alterados
diante do estágio final do animal até o seu abate. Estes valores percentuais de proteína e
água serão reduzidos, mas, em controvérsias, o fator de gordura será aumentado. Muitos
apontamentos relevantes para nossa compreensão neste estudo é que, “quanto maior o

UNIDADE 4 SEGURANÇA DOS ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL 66


peso de abatimento, envolve a possibilidade em crescer o teor de gordura e reduzir a
quantidade de água na carne” (DAMODARAN et al, 2010).
A carne comercializada e que adquirimos nos mercados (açougue), se trata da porção
muscular animal comestível de aves ou mamíferos. Sua essência é, necessariamente, a
composição de massas musculares, o conjugado células musculares:
- As fibras musculares. De acordo com Gondim (2013), se trata de uma organização
muito simples de fibras musculares calculada de acordo com a sua velocidade de contração,
estabelecida por uma diferenciação de duas suborganização das fibras, sendo as de “tipo
I”, geradas por contrações de ritmos lentos, haja vista as de “tipo II”, possuem contração
acelerada e rápida. O tipo I de fibras possuem o potencial de movimentos de contração
repetidamente em força controlada. Usando como fonte os ácidos graxos garantindo
energia, possuem estruturas finas e muito resistentes à fadiga. As fibras do tipo II por meio
da contração se tornam capazes de gerar muito mais força, pois possuem uma estrutura
muito mais fortalecida. No entanto, estas fibras tipo II possuem pequena resistência à fadiga
e são abundantes em glicogênio.
Existem inúmeros tipos de fibras (figura 1), que se alteram e diferenciam por porções
de células musculares, os músculos são formados por uma junção de variedades destas, o
que lhes dão característica como a cor, os músculos gerados exclusivamente de fibras de
características exclusivas são vistos como extremamente raros (Vasconcelos, 2016).
FIGURA 1 – REPRESENTAÇÃO EM 3D DE FIBRAS MUSCULARES

Leite: análise e qualidade

UNIDADE 4 SEGURANÇA DOS ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL 67


Com a industrialização de grande parte dos alimentos derivados de leite se torna
extremamente importante, o monitoramento da qualidade, tanto aos cuidados voltados ao
consumidor, como também para as indústrias e produtores que atendem com a matéria-pri-
ma, na geração de seus derivados como iogurtes, queijos entre outros de origens lácteas. O
leite está como componente principal na fabricação de bolos, chocolates quentes e outras
maravilhas. De acordo com o art. 475 do Regulamentado dentro da Inspeção Industrial e
Sanitária de Produtos de Origem Animal (Riispoa), “compreende-se por leite, sem outra
especificação, o produto originado de ordenha completa, e ininterrupta, atendendo as con-
dições de higiene de vacas sadias, bem alimentadas e descansadas” (BRASIL, 2013).
A segurança do produto líquido de origem animal sujeita-se ao seu estado físico-
químico e à qualidade microbiológica, o que diretamente depende do seu estado higiênico-
sanitário dentro dos sistemas de geração. Para aferição da qualidade do leite, deve-se ser
submetido a testes de avaliativos, aos quais investigamos por análises em concordância
com as normativas vigentes. Esta qualidade deve seguir critérios explanados por Vieira,
Kaneyoshi e Freitas (2005): - Conjugado físico-químico, ou seja, a unificação da porção
úmida, composta pela água, e da parte sólida, origem do extrato seco total e pelo extrato
seco desengordurado.
● Extrato seco total - representa a gordura, açúcar, proteínas e sais minerais.
Uma maior quantidade de extrato seco, representa maior aproveitamento do leite.
● Extrato seco desengordurado – representa os compostos, exceto gordura.
Como em exemplificação representado pelo leite desnatado. Apenas as indústrias
estão autorizadas a manipular essa demanda do leite, utilizando desnatadeiras.
Gordura – substância de maior importância. É essencial que o leite encaminhado
à indústria tenha no mínimo 3% de gordura.
Água – em quantidades volumétricas, se trata do maior composto do leite em média
de 88%. A adição de água no leite é considerada como fraude em sua pureza, visto que o
peso do produto será modificado.
Densidade – A relação de quantidade se dá entre a relação peso e volume.
Normalmente, 1L de leite equivale a 1.028 a 1.033 g. Quando o peso não obedecer
permanecendo dentro desse limite, o leite pode ter sua seguridade comprometida.
Certamente, um leite com grande quantidade de gordura, por exemplo maior que 4,5%,
apresentará uma densidade abaixo de 1.028 g, o que também se aplica a uma possível
fraude. Ocorrem inúmeros fatores que alteram a qualidade do leite. Considerando como os
mais importantes. De acordo com Vieira, Kaneyoshi e Freitas (2005), apontam: Alimentação
– para que haja o bom funcionamento da glândula mamária, o animal necessita de uma

UNIDADE 4 SEGURANÇA DOS ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL 68


alimentação sadia e rica, também sendo essencial o fornecimento nesta alimentação de
todas substâncias necessárias e envolvidas na formação do leite. Havendo à disposição
uma ração ao animal balanceada e equilibrada.
Raça do animal – a raça do animal influencia diretamente na demanda em volumes
ofertados de leite e em teor de gordura. A raça holandesa exemplificadamente já se tornou
muito conhecida por sua maior produção de leite, por outro lado a raça Jersey produz leite
agregado de mais gordura. Ordenha - a substância do leite mais frágil, a manipulação da
ordenha é a gordura.
Manejo do bezerro – no início da ordenha o leite normalmente se apresenta mais
ralo. Ocorre o aumento de gordura quando o leite está chegando ao final, a gordura apre-
senta densidade leve e se retém na superfície do úbere, contudo, se o bezerro se alimentar
até o final, será consumido um leite mais rico. Na ideia geral de comercialização, se indica
que o filhote mame no início da ordenha.
Ordem da ordenha – o processo inicial de ordenhar gera mais leite com teor de
gordura reduzido, durante a evolução da manipulação o leite passa a se tornar mais farto
em gordura, porém em menor volume. O repouso no período noturno do animal aumenta a
quantidade de leite e a sua exercitação durante o dia fornece maior formação de gordura.

FIGURA 2 – PROCESSO DE ORDENHA DOS ANIMAIS

Análise do leite: avaliação higiênico-sanitária

Todo consumidor tem o direito de conhecer os produtos em que está adquirindo


e estar seguro sobre a sua confiabilidade, desta forma, abordaremos sobre as análises
que são obrigatórias para avaliação da qualidade higiênico-sanitária do leite. Sendo elas:

UNIDADE 4 SEGURANÇA DOS ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL 69


acidez, prova do álcool-alizarol, prova de redutase do azul de metileno e contagem total de
bactérias (VASCONCELOS, 2016).
O leite apresenta uma acidez natural, mesmo antes de submetido a processos
de industrialização, ou seja, no processo de ordenha não é submetido a nenhuma. Para
Vieira, Kaneyoshi e Freitas (2005), a temperatura promove as primeiras ações interferindo
para a perda dos inibidores naturais, pois este alimento inicia a produção de um fermento.
Fator que pode ser avaliado de acordo com a produção de um leite mais ácido. Diante
disso, compreendemos que a acidez se torna resultante pelo reduto leiteiro do produtor nas
indústrias. Neste percurso, a fermentação chega a ultrapassar 1,8 g por litro de leite.
O teste de álcool-alizarol analisa a geração tendenciosa a coagulação do leite,
como explanado por Vieira, Kaneyoshi e Freitas (2005). Se ocorrer a coagulação neste
teste, significa intolerância ao calor. Esse leite avaliado, de forma, não pode ser misturado
às demais amostras de leite.
A análise de redutase do azul de metileno conhecido como TRAM, onde, a
atuação das bactérias contidas no leite é examinada através da inserção de um corante. A
quantidade de microrganismos existentes no leite é estabelecida pela coloração do teste,
de acordo com Vieira, Kaneyoshi e Freitas (2005), quanto mais ágil o corante de cor azul
se modificar para cor branca branco, maior será a proporção de microrganismos existentes.
O leite é aceitável, mediante as legislações brasileiras, ou seja, em resultados em que a
descoloração inicia após duas horas e meia. Agregado com a porção de gordura, esse teste
de análise ajuda a diagnósticos para a classificação do leite nos tipos A, B e C.
O método que realiza a contagem geral de bactérias é muito aceitável e preciso.
Vieira, Kaneyoshi e Freitas (2005), afirma que se trata de uma análise auto confiável
para demonstrar a quantidade de bactérias contidas no leite. O leite tipo C – se trata da
categoria mais consumida no Brasil, e o número total de bactérias auxilia como um controle
suplementar da qualidade do leite.

UNIDADE 4 SEGURANÇA DOS ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL 70


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2
TÓPICO

RESÍDUOS ALIMENTARES
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Para os resíduos em alimentos de origem animal exigem medidas extremamente


rígidas, visto que estes alimentos requer um controle de grande de rejeitos ou residuais,
são necessárias inspeções para controlar a ocorrências no emprego de pesticidas em
vegetais e frutas, a utilização de substâncias veterinárias em animais e a possibilidade
de acidentes relacionados contaminantes ambientais. Levando sempre em consideração
o bem-estar, segurança e a saúde dos consumidores ao quais são direitos universais. Os
órgãos estabelecedores estatais também devem considerar garantir a saúde dos rebanhos,
ecossistemas e culturas diversificadas. O acompanhamento de resíduos promove a genui-
nidade dos alimentos dispostos ao consumo. A identificação de resíduos pode ser gerada
por: medicamentos; drogas veterinárias, agroquímicos; contaminantes ambientais diversos
(VASCONCELOS, 2016).
O Brasil é um dos países mais importantes no cenário comercial, possui uma ampla
atividade pecuária. Desta forma, se faz essencial ter um extenso controle dos resíduos
em produtos de origem animal. Essa fiscalização, em prática, é indispensável no cenário
comercial internacional de alimentos oriundos da pecuária aos processados e in natura.
De forma clara e direta: a ausência de controle, resulta em redução de importação. Estas
atividades são gerenciadas de acordo com Plano Nacional de Controle de Resíduos em
Produtos de Origem Animal (PNCR), ao qual objetiva medidas de Programas Setoriais para
Carne (PCRC), Mel (PCRM), Leite (PCRL) e Pescado (PCRP) (VASCONCELOS, 2016).
O Plano Nacional de Controle de Resíduos gerencia suas atuações reconhecendo:

UNIDADE 4 SEGURANÇA DOS ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL 71


I. Identificar o potencial de riscos expostos aos consumidores sujeitos a resíduos
nocivos que comprometam a saúde da população, parâmetro seguido para tomada de
decisões de políticas nacionais de bem estar e saúde animal e inspeção sanitária;
II. Interromper o abate para utilização de animais vindos de criações onde haja
identificação de infrações, contudo, consumo de drogas veterinárias interditadas no espaço
territorial nacional (BRASIL, 2013).
O PNCR tem a função de validar a qualidade da produção e da qualidade do
consumo de elementos de origem animal pelos brasileiros. Desta forma, possui autoridade
de promover condições apropriadas, dentro do cenário sanitário à sociedade. Por este
motivo, atender as normas comerciais mundiais de alimentos padronizada pela Organização
Mundial do Comércio (OMC) e órgãos cooperadores (BRASIL, 2013).

FIGURA 3 – SEGURANÇA ALIMENTAR ESTABELECIDA POR MEIO DO PNCR

De acordo com PNCR, a população possui uma elevada segurança quanto à


existência de resíduos contaminantes nos produtos a serem consumidos, diversos deles
são:
● Drogas antimicrobianas;
● Antiparasitárias;

UNIDADE 4 SEGURANÇA DOS ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL 72


● Metais pesados;
● Tireostáticos;
● Beta-agonistas;
● Promotores de crescimento;
● Poluentes ambientais.
Você precisa saber que nem sempre estes elementos e compostos químicos
desencadeiam resíduos de riscos em nosso organismo. Contudo, os alimentos transformam
em nocivos quando ultrapassam os limites de concentração permitido, ou seja, as tolerâncias
e confiabilidade ou o limite máximo de resíduo (LMR) aceitável, não colocando a integridade
orgânica dos consumidores e animais (VASCONCELOS, 2016).
Em uma grande população, se torna inacessível inspecionar de forma individual
os animais ou produtos para identificar resíduos. Desta forma, existe um plano de
amostragem, onde o controle em amostras é de grande valia. O plano atua na intenção
de reunir informações seguras sobre a presença ou ausência de resíduos. Devido a
imensa diversidade das categorias de resíduos e dos alimentos sujeitos a contaminação,
com inúmeras formas de padronizar planos de amostragem, o processo apresenta maior
segurança ao consumidor. A maioria dos projetos interligados a resíduos de drogas utiliza
as suposições estatísticas abaixo:
1. Em casos em que os resíduos se encontram distribuídos de forma uniforme na
amostra testada, em um determinado período de tempo;
2. Se considera a probabilidade de identificar exatamente X animais ou produtos
em que o LMR atenda em uma amostra aleatória N diante de uma população N com
X animais ou produtos que superem o LMR organizados hipergeometricamente;
3. Em casos de populações grandes, a distribuição hipergeométrica pode alcançar
a distribuição binomial (BRASIL, 2013).
Normalmente, os planos de controle buscam assegurar, levando em consideração
um coeficiente estatístico estabelecido, onde a porcentagem de contravenção do LMR em
uma amostra animal seja inferior ao valor estabelecido. Desta forma, quando ocorrer X casos
positivos, possibilita calcular limites de segurança para determinar o verdadeiro percentual
de transgressões na população avaliada. Ressaltando as massas de interesse que possuem
milhares de indivíduos nas unidades, encenando que tenhamos 95% de probabilidade de
encontrar uma violação. Se esta infração acontecer em 1% da amostra, será necessário
avaliar o movimento em 299 indivíduos ou unidades desse grupo. Para resultados práticos,
arredondamos para 300. Em grupos com menor número na dieta da população, como os
equídeos, se torna mais provável que a violação apenas seja identificada se ocorrer em 5%

UNIDADE 4 SEGURANÇA DOS ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL 73


de sua totalidade. Nestes casos, terá que se avaliar cada composto em 59 amostras/ano.
Neste caso para melhor resultado, arredondar para 60 (VASCONCELOS, 2016).
Drogas de objeto do PNCR avaliadas, se investigou da presença de diversos
elementos nos alimentos de origem animal a serem consumidos pela população como:
organoclorados, antibióticos, metais pesados, promotores de crescimento, tireostáticos,
sulfanamidas entre outras (VASCONCELLOS, 2016).

Graças à evolução da tecnologia, foram criados métodos e equipamentos para


retardar o processo de apodrecimento (amadurecimento precoce) e manter o alimento o
mais estável possível. Os principais são: desidratação; tratamentos térmicos; tratamentos
químicos (SANTOS et al., 2012). Os mais variados métodos que visam inibir o escurecimento
enzimático são baseados na eliminação de um ou mais de seus componentes essenciais: a
enzima; o oxigênio; o centro catalítico da PPO; as condições de armazenamento (SANTOS
et al., 2012).

Fonte: Santos et al (2012, p. 120)

UNIDADE 4 SEGURANÇA DOS ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL 74


As cores se apresentam como grandes indicadores em diversos aspectos de nossa
vida. Você entende que estas podem interferir em nossas decisões cotidianas sobre os
produtos que consumimos? Isso ocorre devido a aparência física, a confiabilidade e as
características sensoriais dos produtos alimentícios são influenciadas pela cor. A cor marrom
como exemplificação, está diretamente ligada a frutas estragadas. Em casos extremos,
esse fator de advertência pode gerar aversões. Você, por acaso, já viu alguma fruta azul?
Elas não fazem parte do nosso cotidiano, visto que não provocam atração a quem for
ingeri-las.

Fonte: Vasconcelos (2016, p. 56).

UNIDADE 4 SEGURANÇA DOS ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL 75


CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em nossa unidade IV abordamos os componentes que constituem os
alimentos de origem animal, essencialmente carnes vermelhas, as fibras que formam os
músculos assim como os alimentos de origem láctea conhecendo a composição do leite.
Compreendemos como alimentos de origem animal todos os alimentos
derivados de substâncias oriundas de animais, estes submetidos a tratamentos e cuidados
para abastecer a indústria alimentícia, como carnes vermelhas e brancas, leite, pescados,
mel entre outros, esses alimentos passam por processos desde a saída de suas origens por
produtores até a entrada no processo industrial.
Conhecemos a composição da carne e tratamentos recebidos pelos animais
abatidos, cuidados por parte de seus criadores, para geração de produtos de qualidades,
desde a nutrição, condições de suplementações, envolvidos nos alimentos consumidos pelo
rebanho, desverminação, para que a indústria possa entregar ao consumidor um produto
de qualidade, suculência, e principalmente o processo de segurança alimentar.
Por fim, estudamos o processo do leite até a indústria, e a necessidade
deste alimento que dão origens a vários outros produtos lácteos, enfatizando os percursos
saudáveis, desde os cuidados com as vacas que os fornecem, etapas da ordenha, para
entrega de um leite composto por porções adequadas de gorduras, extrato seco e água,
dentro do processo de manipulação conhecemos os testes microbiológicos necessários
para identificação de fraudes, e essencialmente os testes de percentual de microrganismos
para que o consumidor final receba alimentos seguros, respeitando as boas práticas
de segurança alimentar determinada dentro do plano de controle e demais legislações
vinculadas.

UNIDADE 4 SEGURANÇA DOS ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL 76


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Tecnologia de Alimentos: Volume 2 - Alimentos de Ori-
gem Animal
Autor: Juan A. Ordóñez.
Editora: Artmed.
Sinopse: Esta obra apresenta uma análise profunda dos
desenvolvimentos mais recentes dos aspectos, processos
e operações utilizados na área de tecnologia de alimentos,
abordando especificamente os alimentos de origem animal.

FILME/VÍDEO
Título: Rotten
Autor: Netflix.
Ano: 1018.
Sinopse: A série é composta por 6 episódios independentes,
que relatam as fraudes e a corrupção presentes no dia a dia da
indústria alimentícia. Os episódios exploram problemas como a
adulteração do mel, alergias alimentares e a corrupção presen-
te na cadeia de produção dos alimentos.
Link do vídeo: https://www.netflix.com/br/

UNIDADE 4 SEGURANÇA DOS ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL 77


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CONCLUSÃO GERAL
Prezado(a) aluno(a),

Neste material de estudo, busquei como objetivo trazer para você os principais
conceitos a respeito da Bromatologia e Tecnologia de alimentos, características,
classificações e algumas aplicações em demandas tecnológicas. Desta forma, abordamos
as definições teóricas e, neste aspecto entendemos que tenha ocorrido uma explicação
facilitada para você compreender o quanto é importante para profissionais de várias áreas,
especialmente nas áreas da saúde humana, entender como se faz importante o conhecer
os alimentos que ingerimos e sua integridade, mediante as fontes primárias e todo percurso
de produção, com a finalidade de entender as reações químicas e bioquímicas no nosso
organismo quando exposto a alimentos genuínos e não genuínos.
Destacamos também a importância das tecnologias apropriadas para protocolos
seguros, e a grandeza do entendimento dos elementos que favorecem nossa segurança
alimentar, bem como a manutenção dos processos vitais do organismo humano. Para que
desta forma, pudéssemos entender verdadeiramente os mecanismos de atuação dos estudos
bromatológicos, principalmente as respostas desencadeadas diante da alimentação. Além
dos aspectos teóricos que contribuíram fortemente para o entendimento das temáticas aqui
abordadas, trouxemos vários exemplos para uma melhor compreensão sobre a forma em
que o corpo humano contorna e se mantém estabilizado garantindo segurança e a saúde
humana, destacando esses eventos pelo reconhecimento de ações e reações da ingestão
alimentar, para nosso organismo.
Contudo realizamos a abordagem de medidas mitigatórias, como o planos de
controle nacional de segurança alimentar, este que promove a nossa segurança como
consumidores, determina as leis e fiscaliza a indústria produtiva, utilizando de metodologias
de tecnologias altamente elaboradas, promovendo de forma facilitada nosso entendimento
e atenção aos processos de fabricação dos alimentos e a segurança de boas práticas
alimentícias.

Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigada!

82
ENDEREÇO MEGAPOLO SEDE
Praça Brasil , 250 - Centro
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Paranavaí - PR - Brasil
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