Montar A Carteira

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Estratégia

Montagem de
Carteira

Produzido por SIMPLA CLUB

Gabriel Guimarães Bassotto


Monte sua Carteira Ideal
Caro investidor, neste relatório, nós, do Simpla Club, queremos introduzir a
você uma estratégia para a alocação dos seus recursos. A princípio este
título pode parecer muito complicado, mas você verá que é muito mais
simples do que você imagina.

É extremamente normal que investidores se sintam inseguros, e façam


perguntas como: “quais ativos devo ter na minha carteira?”, e depois disso:
“qual a quantidade que devo ter de cada ativo?”. Caso você tenha se
deparado com essas perguntas, você está no caminho certo! E, este
relatório é para você. Então, vamos lá!

Questionamentos como esses dizem respeito a um conceito muito comum


no mundo dos investimentos, o conceito de “alocação de ativos”. Mas o que
é isso? Bem, a alocação de ativos é uma estratégia de investimento
baseada na diversificação da carteira. Por meio desta estratégia, você
define o peso ou percentual que será atribuído a cada classe de ativos. Isso
é importante porque cada classe apresenta características diferentes e,
juntas, podem reduzir o risco da sua carteira ao mesmo tempo que
aumentam seu potencial de rentabilidade.

Ou seja, essa estratégia serve para te auxiliar na montagem da sua carteira.


Solucionando, de uma vez por todas, as dúvidas sobre quais ativos ter, e
qual a quantidade comprar de cada um. Portanto, agora, queremos te
mostrar como aplicar isso na prática. Visto que a adequação da sua carteira
é responsável por mais de 90% dos seus resultados.

Em primeiro lugar, antes de pensar na sua carteira em si, o conceito de


diversificação precisa estar bem claro para você, pois, o sucesso da sua
carteira depende exatamente da boa diversificação.

A diversificação nada mais é do que construir uma carteira com ativos de


diferentes tipos e de diferentes setores para que, quando um desses ativos

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se desvalorizar, a perda seja compensada com a valorização de um outro;
portanto, é importante a descorrelação entre os ativos. Neste sentido,
diversificação é o mesmo que proteção.

Pense na AmBev, por exemplo. Essa cervejaria precisa comprar parte de


seus ingredientes no exterior. Logo, quando o dólar sobe, o custo para
produção de bebidas aumenta. Nesse caso, a margem de lucro dela é
pressionada e suas ações podem se desvalorizar por isso.

Por outro lado, existem empresas exportadoras, como a Suzano, que


aumentam sua margem de lucro justamente quando o dólar sobe. Nesse
caso, suas ações são beneficiadas pelo mesmo fator que as ações da
AmBev são prejudicadas.

Ao ter as duas ações em carteira, você reduz a volatilidade do seu


patrimônio, ao passo que não reduz o potencial retorno do investimento no
longo prazo. A partir de agora, nossa missão é ter diversificação o suficiente
visando nos proteger de diferentes riscos que existem na economia.

Entretanto, tome cuidado. Nós defendemos a diversificação e não a


pulverização. O que isso quer dizer? Quando o investidor iniciante entende
sobre a importância da diversificação, ele pode pensar: “vou comprar o
máximo de ativos possível, para estar mais protegido”. Isso pode até soar
como uma boa ideia, mas não é. Pois, ao invés de encontrar segurança,
você irá se deparar com um risco; o risco da pulverização. Que é,
exatamente, você diversificar demais sua carteira, trazendo ativos que
podem não ser apropriados para o seu perfil ou estratégia; colocando toda
sua carteira em risco.

Enquanto a diversificação ajuda a reduzir o risco e a trazer maiores


retornos, a pulverização pode não trazer efeito para os resultados e até
prejudicá-los, caso escolha várias opções ruins. Portanto, a questão não é

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simplesmente comprar muitos ativos, mas comprar uma quantidade
suficiente para se diversificar, seguindo o seu perfil de risco e estratégia.

Nesse caso, consideramos uma carteira ideal com um número mínimo de


10 ativos de cada classe (ações, fundos imobiliários e ativos no exterior).
Sendo estes divididos em ações no Brasil, fundos imobiliários e ativos no
exterior, conforme será ilustrado ao longo do texto.

Essa é apenas uma sugestão que se enquadra para a maior parte dos
investidores. Contudo, se estiver começando com pouco patrimônio, não
precisa se preocupar. A construção de uma carteira ideal leva tempo e você
não precisa ter todos esses ativos logo no seu primeiro aporte. Apenas
considere isso como um objetivo final.

Agora que você já entendeu sobre a diversificação, entendendo que ela é a


melhor forma de te ajudar a se proteger dos riscos, precisamos deixar claro
para você as principais formas de investimentos; que serão aquelas que
indicaremos aqui para a montagem da sua carteira.

As primeiras duas classes que temos são a renda fixa e a renda variável.
Neste relatório, consideramos para a renda variável os investimentos em
ações brasileiras, fundos imobiliários e ativos no exterior (Stocks e REITs). No
entanto, vale deixar claro que existem também as classes secundárias de
investimentos, como: criptomoedas, ouro e outros.

Automaticamente, se você decidir por montar uma carteira com alocação


também nessas classes secundárias, a alocação nas classes principais se
reduz. Essa estratégia pode trazer ainda mais diversificação para a carteira,
mas a consideramos como mais avançada e, num primeiro momento, o
investidor iniciante não precisa se preocupar com isso. Portanto, tenha
ciência de que existem diversas estratégias de investimento, mas aqui
vamos focar somente nessa alocação principal.

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Conhecidas as classes, agora você precisa definir o seu perfil de risco, pois
ele tem consequência direta na forma como sua carteira será desenhada.

O perfil de risco nada mais é do que uma classificação dos investidores


quanto à sua disposição para correr riscos. Essa é uma questão muito
individual, não existe uma regra fixa, mas aqui vamos trazer uma direção
básica para te auxiliar.

Existem três tipos de perfil principais: conservador, moderado e arrojado.


Na hora da montagem da carteira, cada perfil segue o seguinte parâmetro:

Tabela 1 - Macroalocação.
Elaboração: Simpla Club.

Para descobrir o seu perfil, nós disponibilizamos um teste gratuito, basta


clicar aqui. A sua carteira é o conjunto de todos os seus investimentos. Ela é
como se fosse uma cesta de produtos, onde estarão os seus diferentes
ativos, de forma que por meio deles, sua carteira possa ter a melhor relação
entre risco e retorno. Cada carteira é individual, e agora vamos te ajudar a
pensar em como desenhar a carteira ideal para você.

Após descobrir o seu perfil de risco, você deve montar a estrutura base da
sua carteira. Aqui nós vamos começar da macroalocação para a
microalocação; isso simplesmente quer dizer que vamos começar do maior
para o menor.

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Então, focando na macroalocação, o primeiro passo é determinar quanto
ter de renda fixa e quanto ter de renda variável; seguindo seu perfil de risco,
como mostramos anteriormente. Para cada perfil existe uma porcentagem
ideal. A renda fixa é o que vai te dar previsibilidade e segurança, e a renda
variável vai gerar o maior potencial de rentabilidade da sua carteira.

O segundo passo é montar a sua estratégia para a renda fixa, considerando


que existem títulos pós-fixados (mais seguros), IPCA+ e pré-fixados (mais
arriscados). Observe os gráficos abaixo, em que sugerimos uma estrutura
de macroalocação da renda fixa para cada perfil.

Figura 1 - Alocação em renda fixa.


Elaboração: Simpla Club.

O terceiro passo da macroalocação é olhar para a sua renda variável, e


definir a porcentagem dos seus investimentos em ações no Brasil, fundos
imobiliários e ativos no exterior. Lembrando que, na média, em ordem de
risco, temos as ações no exterior como os ativos mais seguros dentro da
renda variável, seguido de fundos imobiliários e, por fim, as ações do Brasil
como as mais arriscadas.

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Com relação aos investimentos no exterior, nossa sugestão é se expor à
economia dos EUA (visto que o país representa mais de 40% do valor de
mercado de todas as empresas que estão na bolsa de valores no mundo;
ou seja, ao nos expormos aos EUA estamos nos expondo ao mundo).

Já o quarto passo, será definir os percentuais das classes de ativos. No


Brasil, os principais são as ações (que são partes das empresas) e os fundos
imobiliários (que são partes dos imóveis). Já nos EUA, as principais classes
são: Stocks (são como as ações) e REITs (são um tipo específico de empresa,
que não temos no Brasil, mas podemos considerar que estão próximos do
que para nós seriam os fundos imobiliários).

Figura 2 - Alocação em renda variável.


Elaboração: Simpla Club.

Finalizada a macroalocação passamos, então, para a microalocação.


Finalmente chegamos na parte em que você define quais ativos ter e
quanto ter de cada um. Abaixo traremos algumas tabelas com os principais
setores e segmentos, seguido de sugestões de porcentagem que você
deveria ter de cada um, tanto no Brasil quanto no exterior.

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Lembrando que, salvo poucas exceções, não recomendamos que nenhum
setor ou segmento tenha mais de 15% do seu patrimônio e nenhum ativo
unitário tenha mais de 10% do seu dinheiro. Logo, se você gosta muito de
bancos, por exemplo, e quer ter 15% desse segmento na sua carteira, que
você tenha pelo menos dois bancos diferentes. A mesma lógica vale para
todas as classes.

CONSERVADOR MODERADO ARROJADO

Bancos até 15% até 15% até 15%

Energia/Saneamento até 15% até 15% até 15%

Construção até 5% até 5% até 15%

Locação - Veículos até 5% até 5% até 15%

Medicamentos até 15% até 15% até 15%

Mineração/Siderurgia até 10% até 10% até 15%

Petróleo e Gás até 10% até 10% até 15%

Agronegócio até 15% até 15% até 15%

Químicos até 5% até 5% até 15%

Seguros até 15% até 15% até 15%

Máquinas até 15% até 15% até 15%

Papel e Celulose até 10% até 15% até 15%

Varejo até 5% até 5% até 15%

Logística até 15% até 15% até 15%

Serviços Médicos até 15% até 15% até 15%

Comunicações até 15% até 15% até 15%

Automotivo até 15% até 15% até 15%

Outros até 15% até 15% até 15%

Tabela 2 - Microalocação Ações Brasileiras.


Elaboração: Simpla Club.

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CONSERVADOR MODERADO ARROJADO

Galpão 20% 20% 15%

Lajes 15% 20% 20%

Shoppings 10% 15% 20%

Híbrido 25% 15% 15%

Papel 30% 30% 30%

Tabela 3 - Microalocação Fundos Imobiliários.


Elaboração: Simpla Club.

CONSERVADOR MODERADO ARROJADO

Indústria até 5% até 10% até 15%

Energia até 5% até 10% até 15%

Matéria Prima até 5% até 10% até 15%

Consumo Cíclico até 5% até 10% até 15%

Utilidade Pública até 15% até 15% até 15%

Serviços de Comunicação até 15% até 15% até 15%

Bens de Consumo até 15% até 15% até 15%

Saúde até 15% até 15% até 15%

Finanças até 15% até 15% até 15%

Tecnologia até 15% até 15% até 15%

Outros até 15% até 15% até 15%

Real Estate (REITs) até 50% até 30% até 20%

Tabela 4 - Microalocação Ativos no Exterior (Stocks e Reits).


Elaboração: Simpla Club.

Vale comentar que para a microalocação do exterior, caso você não queira
fazer a escolha individual por ativos, por quaisquer motivos, você pode
escolher algum ETF que cumpra o mesmo objetivo de diversificação.

Por exemplo, ao comprar o ETF IVVB11 (ou IVV, na bolsa americana),


automaticamente sua exposição já foi completa em todos os principais

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setores e não há necessidade de comprar ativos separadamente (a menos
que você queira). Para conferir quais são os ETFs analisados e
recomendados pelo Simpla Club, é só clicar aqui.

Para resumir toda nossa estratégia, observe a imagem abaixo. Considere


essas porcentagem como sugestões, que vão se alterando de acordo com o
perfil de risco do investidor.

Figura 3 - Alocação Total.


Elaboração: Simpla Club.

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Equipe

Acompanhamento
relatório atualizado em 17.02.2024
Nossa equipe de analistas está atenta a todas as movimentações relevantes, mantendo os rankings
e seus respectivos fundamentos atualizados todas as semanas. Em caso de grandes mudanças, os
relatórios também podem ser atualizados.

Disclaimer

Todas as análises aqui apresentadas foram elaboradas pelo analista de valores mobiliários
autônomo Pedro Henrique Ribeiro Despessel (CNPI-P EM-3655), com objetivo de orientar e
auxiliar o investidor em suas decisões de investimento; portanto, o material não se constitui em
oferta de compra e venda de nenhum título ou valor imobiliário contido. O investidor será
responsável, de forma exclusiva, pelas suas decisões de investimento e estratégias financeiras. O
relatório contém informações que atendem a diversos perfis de investimento, sendo o investidor
responsável por verificar e atentar para as informações próprias ao seu perfil de investimento,
uma vez que as informações constantes deste material não são adequadas para todos os
investidores. Os analistas responsáveis pela elaboração deste relatório declaram, nos termos da
Resolução CVM nº 20/2021, que as recomendações do relatório de análise refletem única e
exclusivamente as suas opiniões pessoais e foram elaboradas de forma independente, inclusive
em relação à pessoa jurídica à qual estão vinculados. Além disso, os analistas envolvidos não
estão em situação que possam afetar a imparcialidade do relatório ou que possam configurar
conflitos de interesse. A elaboração desse material se deu de maneira independente, e o
conteúdo nele divulgado não pode ser copiado, reproduzido ou distribuído, no todo ou em parte,
a terceiros, sem autorização prévia.

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