História Contemporânea I - Rota 10

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ROTAS DE APRENDIZAGEM

História AULA

Contemporânea I
10

A Belle Époque europeia e o Realismo

Onde Chegar
• Caracterizar a Belle Époque

• Relacionar as mudanças culturais do período

• Compreender alguns movimentos artísticos do fim do século XIX

O que Aprender
• Belle Époque

• Movimentos artísticos europeus do fim do século XIX

• Sociedade burguesa do fim do século XIX

História Contemporânea I | Belle Époque | Aula 10


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Desenvolvimento
Belle Époque (1871-1914) foi um período compreendido entre fim do século XIX até o
início da Primeira Guerra Mundial. Considerado momento de paz na Europa, teve como
marco inicial a assinatura do tratado de paz em Frankfurt, entre França e Alemanha.

Paris foi o epicentro da Belle Époque. A cidade que passou por reformas urbanas,
tornou-se ponto chave dessa época com seus cafés, teatros e salões de música. Foi
assim que, “iluminando” a Europa, “Paris cidade luz” tornou-se referência intelectual e
artística. Essa luz vinha da iluminação da cidade, das opções de entretenimento, do
avanço industrial e científico. Tendo à frente novas propostas artísticas, bem como
novas tecnologias. Com destaque para o cinema e a fotografia. Trata-se de período
nominado depois, quando terminou a Guerra, porque à época das coisas boas era uma
memória importante depois da tanta violência para a sociedade que acreditava ter
chegado à redenção da humanidade. A Belle Époque foi um momento da história de
grandes realizações que mostravam todas as possibilidades da humanidade. Foi um
momento de muita paz e desenvolvimento que precedeu o grande conflito inicial do
século XX.

Com o novo e crescente desenvolvimento da população, das tecnologias, da cidade e


do comércio a partir da modernização de Paris, novas necessidades foram colocadas
em pauta. Para isso foram necessários investimentos capazes de transformar Paris
em uma metrópole moderna, entre eles a substituição das antigas vielas e ruas
estreitas, tortuosas e de difícil circulação, por largas avenidas longitudinais. Aos olhos
do governo, a antiga estrutura urbanística também favorecia revoltas populares e a
construção de barricadas, que não eram incomuns. Assim, o problema da circulação
e da ordem pública fez com que o governo
procurasse soluções, como o alargamento
das grandes avenidas, nova infraestrutura
e saneamento básico. Logo em 1851, com
o Segundo Império de Napoleão III, Paris
passou pelas mudanças que enfim a fariam
conhecida como “Cidade Luz” ao se dar
conta desses problemas. Para comandar as
necessárias mudanças, o Imperador
escolheu o prefeito do antigo
departamento do Sena Georges-Eugène
Haussmann, mais conhecido como o barão
de Haussmann, e um dos primeiros
planejadores urbanos. Ele governou de
1853 até 1870 e “reconstruiu” Paris ao demolir antigas ruas, casas e pequenos
comércios, e reorganizou a cidade sob a lógica geométrica de grandes avenidas que

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facilitariam a vigilância policial, dificultando assim os levantes populares e barricadas,


muito frequentes nesse período político bastante conturbado na França.

[...]
De modo geral, a França do século XIX era apenas um amontoado de regiões com
pouca comunicação e características próprias, sendo que estas viam a capital como
algo à parte e quase mitológico. A cidade de Paris sempre foi impregnada de
significado metafórico e de dualidades: juventude, romance e exuberância, mas
também pesar, melancolia e frivolidade. Entretanto, ela conseguiu se aproveitar
dessas energias urbanas e “produzir um rico e estimulante efeito espiritual”
(EKSTEINS, 1991: 68). O autor também aponta para o lado passivo de Paris. Ela seria
objeto, vítima, um lugar de crise e muito mais um símbolo do que uma cidade de real
importância. “Letargia e uma incômoda consciência de degeneração defrontavam-se
assim com um legado de grandeur e gloire” (1991: 72). Charles Baudelaire (1821-
1867) ilustra essa Paris em constante mudança e, de certa forma, melancólica, no
poema “A uma passante”.
[...]
Com isto, Baudelaire também aborda o choque, a fragmentação da percepção e da
vida. O ritmo de mudanças e a nova dinâmica da vida dos séculos XIX e XX causa
temor a uns e euforia a outros, uma vez que também teve um efeito importante
sobre a noção do tempo. Segundo Weber (1988: 89), só as ferrovias já foram
suficientes para forçar as pessoas a aceitarem uma “hora-padrão”. Na maioria das
outras cidades da França até a metade do século XIX, a prefeitura marcava o horário
de Paris, apesar de ter um horário próprio, e muitos sequer sabiam interpretar as
horas. Entretanto, a precisão dos horários dos trens fez com que as pessoas
passassem a se preocupar com coisas que não ligavam antes, e passou a ser hábito
considerar os minutos. Os trens representaram a luta do domínio do espaço e do
tempo, fascinando os artistas impressionistas, que passariam a representar o
progresso e o triunfo das inovações tecnológicas, que antes eram vistas como
“brinquedos”, mas que foram reconhecidas como ferramentas para manipular o
espaço físico, o tempo e a própria vida. A supressão da noite também alterou a
percepção do tempo. A iluminação pública a gás e, mais tarde, a eletricidade, fizeram
Paris realmente se tornar a “Cidade Luz”, alterando antigas formas de conceber a
noite com a luz artificial, o que também afetou o modo de vida das pessoas ao
prolongar o dia. Segundo D. e T. Hoobler (2013: 35), os impressionistas costumavam
levar suas telas para os campos para pintar sob a luz do sol, mas Picasso, por
exemplo, era um dos que costumavam pintar após a meia-noite sob a luz artificial,
pois ele preferia dormir durante o dia. Este pintor também foi fascinado pelo cinema,
outra forma de arte que consegue transcender o espaço e o tempo ao preservar e
reproduzir imagens passadas. É possível testemunhar os fatos como se estivesse lá.
LIMA, Natália Dias de Casado. A Belle Époque: Transformações urbanas, moda e
influências no Rio de Janeiro. XXIV Encontro Estadual ANPUH SP. História e
Democracia: precisamos falar sobre isso. Guarulhos: Unifesp, 2018. Disponível em
https://www.encontro2018.sp.anpuh.org/resources/anais/8/1530193939_ARQUIVO
_artigo.pdf Acesso em 30/11/2021.

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Nessa época surgiram alguns movimentos artísticos. Na pintura, fauvismo (Matisse foi
um Destaque), cubismo (com Picasso), realismo (Coubert), impressionismo (Claude
Monet) e pós-impressionismo (Toulouse-Lautrec). A literatura ficou marcada pelo
surgimento de gêneros como: romances policiais e ficção científica. Exemplo como
Arsène Lupin ou Fantômas, além da Guerra dos Mundos. Essas obras apresentavam
personagens com armas futuristas. Assim como filmes ficcionais de Méliès estudados
na rota anterior.

Fauvismo Cubismo Impressionismo

Matisse: O Gato Com Picasso: As Senhoras de Monet: Impressão, nascer


Peixes Vermelhos (1914) Avignon (1907) do sol (1872)

Das tendências artísticas destacaremos uma ligada à arquitetura e outra à pintura:

Art Nouveau

Estilo artístico que se desenvolve entre 1890 e a Primeira Guerra Mundial (1914-
1918) na Europa e nos Estados Unidos, espalhando-se para o resto do mundo, e que
interessa mais de perto às Artes Aplicadas: arquitetura, artes decorativas, design,
artes gráficas, mobiliário e outras. O termo tem origem
na galeria parisiense L'Art Nouveau, aberta em 1895
pelo comerciante de arte e colecionador Siegfried Bing.
O projeto de redecoração da casa de Bing por
arquitetos e designers modernos é apresentado na
Exposição Universal de Paris de 1900, Art Nouveau
Bing, conferindo visibilidade e reconhecimento
internacional ao movimento. A designação modern
style, amplamente utilizada na França, reflete as raízes
inglesas do novo estilo ornamental.
Disponível em
https://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo909/art-
nouveau# Acesso em 01/12/2021.
Foto da Entrada da Estação Porte Dauphine do Metropolitano de Paris, 1900-1912.

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Realismo

Embora utilizado em geral para designar formas de representação objetiva da


realidade, o realismo como doutrina estética específica se impõe a partir de 1850 na
França, triunfando com Gustave Flaubert (1821 - 1880) na literatura e Gustave
Courbet (1819 - 1877) na pintura. As três telas de Coubert expostas no Salão de
1850, Enterro em Ornans, Os Camponeses em Flagey e Os Quebradores de Pedras,
marcam seu compromisso com o programa realista, pensado como forma de
superação das tradições clássica e romântica, assim como dos temas históricos,
mitológicos e religiosos. O enfrentamento direto e imediato da realidade, com o
auxílio das técnicas pictóricas, descarta qualquer tipo de ilusionismo. O pintor é
simpatizante das posições anarquistas de Proudhon e tem participação decisiva
durante a Comuna de Paris, e seria impossível compreender suas decisões
estéticas sem considerar suas escolhas políticas. A pintura, arte concreta por
excelência, se aplica aos objetos reais, às "coisas como elas são".
Disponível em https://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3639/realismo# acesso
em 30/11/2021.

Um funeral em Ornans. Pintura de 1849 a 1850 de Gustave Courbet. “A cena na cidade


natal do pintor, é criticada por sua feiúra e crueza. As figuras, destituídas de graça,
parecem desencontradas nas grandes dimensões da tela. No primeiro plano, o buraco
aberto no chão e o semblante algo caricato do padre.” Disponível em
https://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3639/realismo# Acesso em 30/11/2021.

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Esse espírito de liberdade e criação, característico dessa época, estimulou o consumo


de drogas. Muitos artistas acreditavam que determinadas drogas agiam como
desinibidoras ou estimulantes de criatividade. Nessa época em Paris o absinto fez muito
sucesso. Isso ajudou muito no sucesso de cabarés como Moulin Rouge, Paradis Latin,
Lapin Agile e Folies-Bergère, respectivamente a seguir.

Durante a Belle Époque, a "fée verte" (ou "fada verde", como era conhecida, por sua
cor marcante) era a bebida da moda para escritores e artistas em Paris. As cinco
horas da tarde ficaram conhecidas em Paris como "Hora Verde", que era quando o
consumo do absinto chegava ao seu auge.
O absinto forjava e destruía amizades, e criava visões e estados etéreos que
invadiam obras artísticas. A bebida foi importante na criação de vários movimentos
artísticos: simbolismo, surrealismo, modernismo, impressionismo, pós-
impressionismo e cubismo.
CIABATTARI, Jane. Absinto: a 'fada verde' que virou a musa dos grandes artistas. Da
BBC Culture, 2014. Disponível em
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/11/141128_vert_cul_absinto_dg
Acesso em 01/12/2021.

Em alguns países a cocaína passou a fazer parte do cotidiano das pessoas, até
recomendada por médicos e adquirida facilmente em farmácias. Essas drogas não eras
proibidas nessa época. A proibição ocorreu depois, principalmente por motivos de
saúde pública, entretanto durante muito tempo elas eram foram a coqueluche do
espírito criativo, libertário e empreendedor da Belle Époque.

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Cocaína, remédio para


a dor de dente, num
anúncio dos EUA de
1890.

Em 1862 um médico vienense, Friedrich Schroff, decidiu experimentar ele próprio


uma droga descoberta apenas dois anos antes. Primeiro se sentiu eufórico, mas
pouco depois deprimido. Também notou que, ao colocar os cristais de cocaína (assim
se chamava a substância, extraída da folha de coca) na língua, esta formigava.
Naquele mesmo ano, a gigante farmacêutica alemã Merck começou a fabricar a
droga, mas em quantidade reduzida e a preços muito altos, principalmente para fins
de pesquisa. Duas décadas depois, porém, quando Sigmund Freud recomendou num
estudo o uso da cocaína para tratar o vício da morfina e do álcool e como anestésico
local — o que começou a permitir cirurgias até então impossíveis —, a demanda
explodiu e inaugurou um período de 40 nos de intenso comércio legal de cocaína em
escala internacional. Dele se beneficiaram os países desenvolvidos que a fabricavam
(sobretudo a Alemanha, mas também os Estados Unidos) e os que cultivavam a
matéria-prima imprescindível, a coca: principalmente o Peru e a ilha de Java (hoje
Indonésia).
[...]
Impulsionada sobretudo pelo uso anestésico a partir de 1880, a produção mundial de
cocaína atingiu 6,2 toneladas no final do século XIX e voltou a aumentar no início do
século XX, chegando a 10 toneladas. A marca foi possível com a expansão na Ásia e
no Oriente Médio e o aumento do consumo recreativo, que compensaram a queda
do uso medicinal em virtude da descoberta de novos anestésicos menos perigosos. A
cifra máxima (18,5 toneladas) foi alcançada na véspera da Primeira Guerra Mundial.
AUNIÓN, J. A. Os 40 anos dourados da cocaína legal. Estudo reconstrói a ascensão e a
queda do comércio lícito da droga no final do século XIX. Jornal El País. Disponível em
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/21/cultura/1537550168_306224.html
Acesso em 30/11/2021.

Vá mais Longe

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Capítulo Norteador: O fim de século: ambiente e expectativas. MORAES, Luís Edmundo.


História contemporânea: da Revolução Francesa à Primeira Guerra Mundial. São
Paulo: Contexto, 2017. Disponível em:
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/115591/pdf

História da moda. Belle Époque final do século XIX até 1914. Canal Firjan SENAI.
Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=HMCiRX0-b5g

AUNIÓN, J. A. Os 40 anos dourados da cocaína legal. Estudo reconstrói a ascensão e a


queda do comércio lícito da droga no final do século XIX. Jornal El País. Disponível em
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/21/cultura/1537550168_306224.html Acesso
em 30/11/2021.

As transformações da Paris do século 19. BBC News, Brasil, 2014. Disponível em


https://www.bbc.com/portuguese/videos_e_fotos/2014/02/140225_galeria_paris_sec
19_pai_ac acesso em 02/12/2021.

Moulin Rouge: Amor em vermelho. Direção: Baz Luhrmann.


Austrália/EUA, 126min.

“Musical apresenta França no fim do século XIX, Christian, um


jovem escritor inglês, larga tudo para desfrutar do submundo
boêmio de Paris. Lá, Henri de Toulouse-Lautrec lhe apresenta
Moulin Rouge, uma casa noturna democrática que mistura sexo,
drogas, música e cancã. Entretanto, as coisas se complicam
quando Christian se envolve em um romance perigoso com
Satine, a mais bela cortesã de Paris e estrela maior do Moulin Rouge. Vencedor do
Oscar de Melhor Direção de Arte e Melhor Figurino.” Disponível em
https://www.telecine.com.br/filme/moulin-rouge-amor-em-vermelho_4220 Acesso em
30/11/2021.

Agora é sua Vez!

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Interação

“Velloso (1988: 11) afirma que a intenção era tornar o Rio uma “Europa possível”, sendo
necessário esconder, reformar ou destruir as coisas que eram vistas como motivos de
atraso ou vergonha para as elites. Construiu-se a nova avenida Central (hoje Rio
Branco), o que causou bastante controvérsia devido à desapropriação de imóveis, a
avenida Beira-Mar (facilitando acesso à zona sul) e remodelou-se a rua do Ouvidor.
Também surgem as mansões em Art Nouveau de Botafogo, Gávea, Jardim Botânico e
Laranjeiras. Com isso, os cariocas puderam enfim perceber que a cidade se encontrava
entre serra e mar e sentirem-se deslumbrados com tanta beleza natural. Segundo
Velloso (1988: 12), ‘a ordem social hierárquica é transposta para uma ordem
distributiva geométrica que polariza norte (povo) e centro-sul (elites)’”.

LIMA, Natália Dias de Casado. A Belle Époque: Transformações urbanas, moda e


influências no Rio de Janeiro. XXIV Encontro Estadual ANPUH SP. História e Democracia:
precisamos falar sobre isso. Guarulhos: Unifesp, 2018. Disponível em
https://www.encontro2018.sp.anpuh.org/resources/anais/8/1530193939_ARQUIVO_a
rtigo.pdf Acesso em 30/11/2021.

Fórum da Disciplina.

O Brasil, principalmente o Rio de Janeiro, capital da república, foi influenciado pela


Belle Époque. Como esse problema ainda se estende e quais as consequências no Rio
de Janeiro até hoje, e em várias cidades brasileiras?

Lembre-se que no Rio de Janeiro da Belle Époque ocorreu a Revolta da Vacina.

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Disponível em http://multirio.rio.rj.gov.br/index.php/leia/reportagens-
artigos/reportagens/8612-revolta-da-vacina-foi-o-maior-motim-da-historia-do-rio

Charge da Revista O Malho, de 1904, representando Oswaldo Cruz como general


cavalgando a seringa e segurando a lanceta para enfrentar os revoltosos contra a
Vacina.

Questão para simulado

No final do século XIX, a insatisfação de van Gogh e Gauguin diante dos males
espirituais da civilização ocidental era um sentimento largamente partilhado. Havia
uma preocupação consciente acerca da decadência e da corrupção que grassava pelos
meios artísticos e literários. No entanto, e de certa maneira paradoxalmente, esta
mesma consciência mostrou ser uma fonte de vigor. Henri de Toulouse-Lautrec (1864-
1901), fisicamente um anão disforme, foi um artista muito talentoso, o mais notável
exemplo desse espírito, levou uma vida libertina pelos locais noturnos de Paris e
morreu de alcoolismo. (JANSON, H. W. História Geral da Arte. 2. ed. São Paulo: Martins
Fontes, 2001. v. 3.)

Considerando a imagem abaixo, da obra “No Moulin Rouge” (1892), o correto está em:

a) A obra “No Moulin Rouge” é pós-impressionista e mostra o que está por trás da
cena superficialmente alegre nesse famoso salão de dança, um lugar deprimente.
b) “No Moulin Rouge” é uma obra de tendência romântica, com fortes traços
realistas, que reflete “o mal do século”.

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c) A aparente alegria da casa noturna na obra “No Moulin Rouge” determina sua forte
influência futurista.
d) Toulouse-Lautrec era um simbolista, por isso em “No Moulin Rouge” é tão evidente
a paradoxal falta de alegria nesse ambiente.

Resposta: Letra A

Comentário: Os estilos de pintura tiveram influências das novas tendências tecnológicas


do século XIX, a pintura não precisava, necessariamente, mostrar a realidade, por isso
pós-impressionista. O lugar da imagem perfeita ficou para a fotografia.

"Quem não sabe povoar sua solidão, também não saberá ficar sozinho em meio a
uma multidão.” Charles Baudelaire

REFERÊNCIAS
HOBSBAWM, Eric J. Era dos impérios: 1875-1914. São Paulo: Editora Paz e Terra, 2005.

LIMA, Natália Dias de Casado. A Belle Époque: Transformações urbanas, moda e


influências no Rio de Janeiro. XXIV Encontro Estadual ANPUH SP. História e Democracia:
precisamos falar sobre isso. Guarulhos: Unifesp, 2018. Disponível em
https://www.encontro2018.sp.anpuh.org/resources/anais/8/1530193939_ARQUIVO_a
rtigo.pdf Acesso em 30/11/2021.

MORAES, Luís Edmundo. História contemporânea: da Revolução Francesa à Primeira


Guerra Mundial. São Paulo: Contexto, 2017. Disponível em:
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/115591/pdf

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