5 - Legislacao Aplicada

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ESCOLA POLITÉCNICA DE CUBATÃO - CIEN

LEGISLAÇÃO
APLICADA

Técnico em Segurança do Trabalho – Módulo II 156


ESCOLA POLITÉCNICA DE CUBATÃO - CIEN

Índice

1. O Conceito de Lei............................................... 158


2. Fontes do Direito................................................ 158
3. Hierarquia das Leis e Normas.............................. 159
4. Responsabilidade Civil e Criminal......................... 160
5. Acidente do Trabalho............................................ 164
6. Insalubridade e Periculosidade............................. 164
7. Legislação Previdenciária – PPP........................... 168
8. Normas Regulamentadoras – 1, 2, 3, 27 e 28....... 170

Referências bibliográficas

ARAÚJO, G. M., Normas regulamentadoras comentadas. Volumes 1 e


2. Ed. Autor. 4ª Edição.

ALVES, S. & LUCHESI, G., 1992. Acidentes de Trabalho e Doenças


Profissionais no Brasil: a precariedade das informações. Informe
Epidemiológico do SUS 1(3).

Técnico em Segurança do Trabalho – Módulo II 157


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1. O CONCEITO DE LEI
Existem vários de tipos de lei:

 Lei Natural;
 Lei Moral;
 Lei Formal;
 Lei material;
 Entre outras...

A lei formal é aquela cuja definição casa com o sentido mais conhecido:

Conceito de Lei Formal:

Lei é um conjunto de regras, instituída pelo legislador, cuja finalidade é


padronizar/organizar/normatizar a conduta humana, que é imposto e ministrado aos cidadãos de
um dado Estado. A lei tem caráter obrigatório e inflexível - Dura lex, sede lex (a lei é dura; mas, é
lei). Uma lei sempre ligada a uma sanção (punição), no caso de desrespeito – visando educar
aquele que errou.

2. FONTES DO DIREITO
A palavra fonte tem o significado comum de lugar de onde a água surge, nasce ou jorra.

Mas podemos usar essa palavra num sentido amplo quando falamos, por exemplo, em fontes do
Direito ou fontes da norma jurídica.

Neste caso, queremos saber qual é a origem do Direito, de onde provêm as normas

São quatro as Fontes Clássicas do Direito:

 A lei;
 O costume jurídico;
 A jurisprudência;
 A doutrina jurídica

LEI:

É a mais importante fonte formal do Direito. Entende-se por lei a norma jurídica escrita emanada
de poder competente.

A lei está presente na legislação, que é o conjunto das leis vigentes em um país.

Costume Jurídico:

O costume é a norma jurídica que não faz parte da Legislação.

É criado espontaneamente pela sociedade, sendo produzido por uma prática geral, constante e
prolongada.

A aplicação do costume varia conforme o ramo do Direito. Em Direito Comercial o costume tem
considerável importância. Já no Direito Penal, o costume, com força de lei, é radicalmente
proibido.

Jurisprudência:

A jurisprudência é o conjunto de decisões judiciais reiteradas (repetidas) sobre determinadas


questões.

A jurisprudência é dinâmica: vai-se formando a partir das soluções adotadas pelos órgãos
judiciais ao julgar casos jurídicos semelhantes. Ao longo do tempo, o sentido dos julgados varia,
adequando o direito às mudanças histórico-sociais.

Técnico em Segurança do Trabalho – Módulo II 158


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Doutrina Jurídica

A doutrina jurídica é o conjunto sistemático de teorias sobre o Direito elaborado pelos juristas.

A doutrina é produto da reflexão e do estudo que os grandes juristas desenvolvem sobre o Direito.

O parecer em comum sobre determinados assuntos, de diversos especialistas de notório saber


jurídico, constitui verdadeiras normas que orientam legisladores, juízes e advogados

Fontes do Direito do Trabalho

 Constituição Federal – Carta Magna;


 Leis – Diversas, onde a principal é a compilação – CLT;
 Convenções e Acordos Coletivos, firmados entre sindicatos e empresas; (Art. 7.º XXVI CF /
611 CLT)
 Sentenças Normativas – decisões dos TRT ou TST;
 Atos do Poder Executivo e Normas Provenientes;
 Regulamentos da Empresa;
 Disposições contratuais.
 OIT – Convenções Internacionais

Fontes do Direito Ambiental

 Constituição Federal – Carta Magna – Capítulo VI – Do Meio Ambiente – Art. 225;


 Leis – Diversas, onde a principal é a Lei n.º 6.938/81 – Política Nacional de Meio Ambiente
– (SISNAMA – Conselho do Governo / CONAMA / MMA / IBAMA / Órgãos Seccionais e
Locais);
 Lei n.º 6.905/98 – Crimes Ambientais;
 Sentenças Normativas – decisões dos Tribunais;
 Atos do Poder Executivo e Normas Provenientes;

3. HIERARQUIA DAS LEIS E NORMAS


Hierarquia das Normas

Constituição:

A atual Constituição da República Federativa do Brasil foi promulgada em 5 de outubro de


1988. Ela constitui o Brasil como um Estado democrático de Direito de estrutura federativa. Em
1993, conforme determinação do texto constitucional, foi realizado um plebiscito para escolher
entre monarquia e república e entre presidencialismo e parlamentarismo (foi confirmado o regime
republicano e presidencialista). A República Federativa do Brasil é composta por 26 Estados
federados e um Distrito Federal.

Emenda Constitucional é uma modificação no texto da Constituição brasileira que deve ser
aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em votação nominal, por três quintos
dos votos dos membros de cada casa legislativa. Elas estão autorizadas no art. 60 da mesma, e
são a forma legítima e secundária de alterar as disposições constitucionais vigentes.

Lei Complememntar:

No direito, a lei complementar é uma lei que tem como propósito complementar, explicar,
adicionar algo à Constituição. A lei complementar diferencia-se da lei ordinária desde o quorum
para sua formação. A lei ordinária exige apenas maioria simples de votos para ser aceita, já a lei
complementar exige maioria absoluta. A lei complementar como o próprio nome diz tem o
propósito de complementar, explicar ou adicionar algo à constituição, e tem seu âmbito material
predeterminado pelo constituinte; já no que se refere a lei ordinária, o seu campo material é
alcançado por exclusão, se a constituição não exige a elaboração de lei complementar então a lei
competente para tratar daquela matéria é a lei ordinária. Na verdade não há hierarquia entre lei
ordinária e lei complementar, o que há são campos de atuação diversos.

Técnico em Segurança do Trabalho – Módulo II 159


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Lei Ordinária:

No direito, a lei ordinária é um ato normativo primário e contém, em regra, normas gerais e
abstratas. Embora as leis sejam definidas, normalmente, pela generalidade e abstração ("lei
material"), estas contêm, não raramente, normas singulares ("lei formal" ou "ato normativo de
efeitos concretos").

Exemplo de lei formal:


– Lei orçamentária anual (Constituição, art. 165, § 5º);
– Leis que autorizam a criação de empresas públicas, sociedades de economia mista, autarquias e
fundações (Constituição, art. 37, XIX);
- Código Civil;
- Código de Defesa do Consumidor.

MP – Medida Provisória:

No direito constitucional brasileiro, uma medida provisória (MP) é adotada pelo presidente da
República, mediante ato unipessoal, sem a participação do Poder Legislativo, que somente será
chamado a discuti-la em momento posterior. A medida provisória, assim, embora tenha força de
lei, não é verdadeiramente uma lei, no sentido técnico estrito deste termo, visto que não existiu
processo legislativo prévio à sua formação.

Somente em casos de relevância e urgência é que o chefe do Poder Executivo poderá adotar
medidas provisórias, devendo submetê-las, posteriormente, ao Congresso Nacional. As medidas
provisórias vigorarão por sessenta dias, prorrogáveis por mais 60. após este prazo, se o Congresso
Nacional não aprová-la, convertendo-a em lei, a medida provisória perderá sua eficácia.

A Constituição Federal proíbe a reedição de uma medida provisória, na mesma sessão legislativa,
expressamente rejeitada no Congresso Nacional, ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de
prazo, podendo ser adotada novamente na sessão legislativa seguinte.

Resolução:

Norma jurídica destinada a disciplinar assuntos do interesse interno do congresso nacional ou de


uma de suas casas. Também é elaborado e finalizado no âmbito legislativo, a exemplo da norma
examinada anteriormente, mas esta cuida de questões do interesse nacional. Os temas da
resolução mais corriqueiros se referem à concessão de licenças ou afastamentos a deputados e
senadores, a atribuição de benefícios aos congressistas etc. O “quorum” exigido para a sua
aprovação é a maioria absoluta, sendo que sua sanção, promulgação e publicação ficam a cargo do
presidente do respectivo órgão que a produziu (do Congresso, do Senado ou da Câmara dos
Deputados).

Decretos:
Um decreto é uma ordem emanada de uma autoridade superior ou órgão (civil, militar, leigo ou
eclesiástico) que determina o cumprimento de uma resolução.

Portaria:
Documento de ato administrativo de qualquer autoridade pública, que contém instruções acerca da
aplicação de leis ou regulamentos, recomendações de caráter geral, normas de execução de
serviço, nomeações, demissões, punições, ou qualquer outra determinação de sua competência.

4. RESPONSABILIDADE CIVIL E CRIMINAL


Introdução

A palavra "responsabilidade" tem sua origem no verbo latino "respondere", significando a


obrigação que alguém tem de assumir com as conseqüências jurídicas de sua atividade, contendo,
ainda, a raiz latina de "spondeo", fórmula através da qual se vinculava, no direito romano, o
devedor nos contratos verbais(2).

O Dicionário Jurídico da Academia Brasileira de Letras Jurídicas apresenta no que se refere à


responsabilidade, o seguinte significado:

Técnico em Segurança do Trabalho – Módulo II 160


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"RESPONSABILIDADE. S. f. (Lat., de respondere, na acep. de assegurar, afiançar.) Dir. Obr.


Obrigação, por parte de alguém, de responder por alguma coisa, resultante de negócio jurídico ou
de ato ilícito.

“Note bem: A diferença entre responsabilidade civil e criminal está em que essa impõe o
cumprimento da pena estabelecida em lei, enquanto aquela acarreta a indenização do dano
causado”. Ou seja, o que importa frisar é o ponto que difere exatamente uma responsabilidade da
outra: suas conseqüências.

Pressupostos da Responsabilidade Civil:

Pressuposto, conforme ensina Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, consiste na "circunstância ou


fato considerado como antecedente necessário de outro"(4).

A responsabilidade civil, para ser caracterizada, impõe a ocorrência de 03 (três) fatos ou


circunstâncias, indispensáveis simultaneamente, sem os quais não há como se falar na aplicação
desta sanção.

Esses pressupostos são os seguintes:

a. Ação ou omissão;
b. Dano;
c. Elo de causalidade (ligação direta ou indireta) entre ação/omissão e dano;

Para que alguém seja responsabilizado civilmente por um dano, é preciso que algum ato tenha sido
praticado ou deixado de ser praticado, seja pelo próprio agente ou por pessoa ou animal/coisa
de que ele seja responsável. É necessário, portanto, a ocorrência de um ato humano do próprio
responsável ou de um terceiro, ou então, de um animal ou coisa inanimada sob sua
guarda/cuidados.

Como todas as regras existentes, há sua exceção, onde se afasta - de pronto - a responsabilidade
por danos causados em função de CASO FORTUITO (algo que não poderia ser previsto) ou por
FORÇA MAIOR (algo que, mesmo que pudesse ser previsto, seria inevitável).

Já o dano há de ser efetivo, seja na esfera do patrimônio material, seja no campo dos danos
morais (ou extra patrimoniais). Não há como se responsabilizar civilmente uma pessoa, sem a
prova real e concreta de uma lesão certa a determinado bem ou interesse jurídico.

Outra situação imprescindível é a prova do elo de causalidade entre o dano e a


ação/omissão, uma vez que, mesmo que ocorra a produção de um dano, tenha acontecido em
função de culpa exclusiva da vítima, que agiu com dolo (vontade de fazer); ou força maior ou
ainda caso fortuito, não há como se responsabilizar, via de regra, o réu. (tratando-se de uma
excludente).

Tipos de Responsabilidade Conforme o seu Fundamento:

Subjetiva e Objetiva

Diz-se subjetiva a responsabilidade quando se baseia na culpa do agente (e como dito, deve ser
comprovada para gerar a obrigação indenizatória). A responsabilidade do causador do dano
somente se configura se ele agir com dolo ou culpa. Trata-se da teoria subjetiva – ou clássica -,
segundo a qual a prova da culpa se constitui num pressuposto (antecedente necessário) do dano
indenizável.

Porém, a lei impõe - em determinadas situações -, a obrigação de reparar o dano


independentemente de culpa. É a teoria dita objetiva ou do risco, que não necessita de
comprovação da culpa para a ocorrência do dano indenizável. Basta haver o dano e o nexo de
causalidade para justificar a responsabilidade civil do agente.

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Risco – Conceito:

Segundo o dicionário Aurélio, trata-se o risco de Perigo ou possibilidade de perigo.

É uma situação em que há probabilidades mais ou menos previsíveis de perda ou ganho como, por
ex., em um jogo de azar, ou numa decisão de investimento onde exista a possibilidade de perda
ou de responsabilidade pelo dano.

Tipos de risco:

A) Risco Integral;
B) Risco Profissional e Social;
C) Risco Proveito;
D) Risco Criado;

Pressupostos do Risco:

Na esfera física, encontramos dois tipos de eventos. Um deles é o que não decorre de qualquer
vontade do Homem, que pode provocar transformações em coisas e nos seres humanos. São os
chamados fatos aleatórios e imprevisíveis (e não geram qualquer tipo de responsabilidade).
São exemplos: os terremotos, furacões e outros cataclismas.

Via de regra, apenas os atos cometidos pela interferência humana, geram responsabilidades – e
conseqüentemente o dever de indenizar.

O exercício de determinada atividade deve ser entendido dentro de um conceito de normalidade,


porém, se é perigoso ou ainda se do perigo se obtém proveito, a responsabilidade advém da
própria exposição de risco à coletividade.

Ou seja, a natureza do trabalho ou os meios aplicados determinam a responsabilidade.

Referidas atividades tidas como perigosas – e que não se confundem com as elencadas na NR 16 -,
encontram-se em normas apartadas do Código Civil, são algumas delas:

1) Atividades de Transportes;
2) Atividade de Mineração;
3) Atividade Nuclear;
4) Acidente de Trabalho;
5) Acidente de Consumo;
6) Acidente Ecológico.

O Fato Lesivo

O artigo 186 do Código Civil afirma que: "AQUELE QUE, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito ...". É preciso identificar, portanto, quem pode ser
sujeito da ação ou omissão voluntária a que se refere o artigo. Pode ser uma pessoa física ou
jurídica. Logo, todos nós, em tese, podemos praticar um ato danoso, ou seja, podemos praticar um
ato que cause prejuízo a outra pessoa. Em outras palavras, qualquer pessoa pode ser Sujeito de
um ato lesivo.

Porém, O ATO DANOSO poderá ser praticado, também, por outra pessoa que esteja sob a nossa
responsabilidade, seja familiar ou ainda profissional e nesses casos a responsabilidade pela
reparação do dano causado, também poderá recair sobre o responsável.

Alguns exemplos clássicos são: o que ocorre quando um empregado de uma empresa - durante o
horário de trabalho - causa um acidente que resulta em danos à outra pessoa. Ou, quando uma
empregada doméstica de uma residência - ao realizar o serviço doméstico - deixa cair um vaso
de plantas na via pública e com isso, gera danos a um transeunte; ou então, quando uma criança
- andando de bicicleta na rua - arranha um veículo estacionado.

Em todos estes casos, o responsável pela reparação do prejuízo produzido será aquela pessoa -
física o jurídica - que tinha sob sua responsabilidade a vigilância ou cuidado, o causador direto do
dano (ou seja, a empresa; o patrão; o pai/representante legal...).

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Esta responsabilidade será chamada de RESPONSABILIDADE POR ATO DE OUTREM; e o


fundamento jurídico é a falta de vigilância ou de cuidado ou ainda falta de critérios de escolha. Isso
por que, aquele que tem sob sua responsabilidade outra pessoa, tem o dever de vigiar, cuidar e se
for o caso adotar critérios fiéis para escolher (como no caso de um empregado), além de treiná-lo
adequadamente para exercer a função atribuída.

Quem escolhe mal um empregado, será responsabilizado por "CULPA IN ELIGENDO", ou seja,
por má escolha da pessoa eleita para desenvolver dado serviço.

Já quem fiscaliza mal a atividade realizada por filhos, empregado poderá ser responsabilizado por
"CULPA IN VIGILANDO", ou seja, por falta de fiscalização adequada.

Além destas acima citadas, poderá existir ainda a RESPONSABILIDADE POR PREJUÍZOS
CAUSADOS POR COISAS que estejam sob a guarda de alguém. São mais comuns: os animais e
os imóveis, que podem causar danos por si mesmos, que tenha havido necessariamente,
intervenção humana. É a responsabilidade DO PROPRIETÁRIO DO ANIMAL OU DO IMÓVEL, resulta
de fato que ambos são objeto de guarda e cuidados e, não tendo havido geraram o prejuízo.
EXEMPLO: Um animal inadequadamente guardado escapa e ataca uma pessoa que passava pelo
local ou invade a propriedade alheia, causando danos em uma plantação e etc...; ou se um imóvel
vem a desabar, atingindo com seus escombros não só imóveis vizinhos, mas também pessoas que
transitam pelo local, assim, a responsabilidade pelo pagamento de indenizações e reparos será do
proprietário do imóvel ou do animal.

Responsabilidade Criminal:

O Que é Dolo?

Dolo é a vontade consciente de se produzir prejuízo a outrem.

O Que é Culpa?

Culpa é a produção de prejuízo a outrem, sem, no entanto, ter vontade de fazê-lo.

Modalidades de Culpa:

 IMPERÍCIA;
 NEGLIGÊNCIA;
 IMPRUDÊNCIA.

Da Imperícia:

Imperícia é falta de conhecimento técnico sob dada matéria. Ex.: Dirigir sem carta de motorista.

Da Negligência:

A Negligência acontece quando, apesar do conhecimento técnico sob dada matéria, esta não ser
utilizada. Ex.: TST que não verifica a procedência ou data de validade dos EPI’s ou não as indica a
certo setor.

Da Imprudência:

A Imprudência acontece quando, também e apesar de conhecimento técnico sobre dada matéria,
esta é utilizada equivocadamente ou sem cautela/cuidado. Ex.: Atravessar o sinal vermelho.

ATENÇÃO: Segundo o Código penal, em alguns delitos, quando o agente do ilícito causa o prejuízo
no desenvolver de sua profissão, pode ter o aumento de sua pena!

Técnico em Segurança do Trabalho – Módulo II 163


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5. ACIDENTES DO TRABALHO
Dos Tipos de Acidentes do Trabalho:

 Acidente-tipo;
 Doença ocupacional;
 Acidente por equiparação.

Acidente-Tipo:

Consta da Lei 8.213/91, art. 19: é o acidente propriamente dito, ocorrido de forma imprevista,
completamente repentina, causadora de dano capaz de levar à morte ou a redução da capacidade
laborativa do acidentado.

Pode Decorrer:

I. Do ato inseguro é o ato praticado pelo homem, em geral consciente do que está fazendo, que
está contra as normas de segurança. São exemplos de atos inseguros: subir em telhado sem cinto
de segurança contra quedas, ligar tomadas de aparelhos elétricos com as mãos molhadas e dirigir
a altas velocidades.

II. Da Condição Insegura: é a condição do ambiente de trabalho que oferece perigo e ou risco ao
trabalhador. São exemplos de condições inseguras: instalação elétrica com fios desencapados,
máquinas em estado precário de manutenção, andaime de obras de construção civil feitos com
materiais inadequados.

Doença Ocupacional:

Subdividida em duas espécies:

Tecnopatia: Lei 8.213/91, art. 20, I: é a doença inteiramente relacionada com a profissão
desenvolvida, causada por fatores adversos, típicos de certo ramos de atividade. Ex.: Silicose.

Doença Do Trabalho: Lei 8.213/91, art. 20, II: é uma doença atípica que pode ou não ter
relação com a função desempenhada. Ex.: LER/DORT (Lesão por Esforço Repetitivo/Distúrbios
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), problemas na coluna vertebral, lesões auditivas,
AMERT (Afecções Músculo Esqueléticas relacionadas ao trabalho).

Acidente por Equiparação:

Lei 8.213/91, art. 21: onde o trabalho não é a única causa do dano. Pode se dar através de:

–Trabalho como ocasião: advindas de fatores alheios ao trabalho, porém, por ocasião da
realização da atividade ou ainda quando a lei assim determina. Ex.: acidente in itinere; agressão
por terceiros no local de trabalho;
–Trabalho como causa: sendo causa indireta, tendo como a moléstia preexistente da Col. Vert.
agravada, pelo tipo de trabalho realizado.

6. INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE
Insalubridade:

Segundo o dicionário Aurélio, a palavra salubre significa:

[Do lat. salubre.]


Adj. 2 g.

 Benéfico à saúde; saudável.


 Facilmente curável.

Logo, insalubre é tudo que seja prejudicial; pernicioso.

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Em termos legais, serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes
nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade
do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.

Existem três níveis de insalubridade:

 Mínimo;
 Médio;
 Máximo.

Quem define quais são as atividades e funções tidas como insalubres, é a NR-
15:

São consideradas atividades ou operações insalubres as que se desenvolvem:

15.1.1 Acima dos limites de tolerância previstos nos Anexos n.ºs: 1, 2, 3, 5, 11 e 12;

15.1.3 Nas atividades mencionadas nos Anexos n.ºs 6, 13 e 14;

15.1.4 Comprovadas através de laudo de inspeção do local de trabalho, constantes dos Anexos
n.ºs: 7, 8, 9 e 10.

Entende-se por "Limite de Tolerância", para na NR-15: “a concentração ou intensidade máxima


ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano
à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral”.

O exercício de trabalho em condições de insalubridade, assegura ao trabalhador a percepção de


adicional, incidente sobre o salário mínimo da região, equivalente a: (115.001-4/ I1)

Níveis de Remuneração:

 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo;


 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio;
 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo;

Informações Pertinentes:

No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será apenas considerado o de grau


mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo vedada a percepção cumulativa.

A eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a cessação do pagamento do adicional


respectivo.

A eliminação ou neutralização da insalubridade deverá ocorrer:

a) com a adoção de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de trabalho dentro dos
limites de tolerância; (115.002-2 / I4);

b) com a utilização de equipamento de proteção individual.

É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas requererem ao


Ministério do Trabalho, através das DRTs (Delegacias Regionais do Trabalho), a realização de
perícia em estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou
determinar atividade insalubre.

Nas perícias requeridas às Delegacias Regionais do Trabalho, desde que comprovada a


insalubridade, o perito do Ministério do Trabalho indicará o adicional devido.

O perito descreverá no laudo a técnica e a aparelhagem utilizadas.

Técnico em Segurança do Trabalho – Módulo II 165


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Periculosidade:

As atividades ou operações perigosas são aquelas que, por sua natureza ou por seus métodos de
trabalho, impliquem no contato permanente (ou ainda constante) com inflamáveis, explosivos,
energia elétrica e raios ionizantes ou substâncias radioativas em condições de risco acentuado.

Mencionados explosivos são os sujeitos à degradação química ou autocatalítica ou à ação de


agentes exteriores, tais como calor, umidade, faíscas, fogo, fenômenos sísmicos, choque e atritos.

Nos transportes de inflamáveis líquidos ou gasosos liqüefeitos, em quaisquer vasilhames e a


granel, são consideradas em condições de periculosidade, exceto para o transporte em
pequenas quantidades – ou seja, 135 quilos para os inflamáveis gasosos liqüefeitos e até o
limite de 200 litros para os inflamáveis líquidos.

Caracterização da Atividade Periculosa

A atividade periculosa será caracterizada, classificada e delimitada segundo as normas do


Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou
Engenheiro do Trabalho, registrados nesse Ministério.

As regras para averiguação e demais preceitos regulamentadores, constam da NR-16, em seus


anexos 1 e 2.

Assim como no que se refere à insalubridade, é facultado às empresas e aos sindicatos das
categorias profissionais interessadas requerer ao MTE a realização dessa perícia em
estabelecimento ou setor deste, sem prejuízo de sua realização e oficio nem da ação fiscalizadora
do Ministério.

Pleiteada judicialmente a periculosidade por empregado ou por sindicato em favor de grupo de


associados, o juiz designará perito habilitado e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão
competente do MTE.

Adicional de Periculosidade

A atividade exercida em condições de periculosidade enseja ao empregado um adicional de 30%


sobre o salário-base ou contratual, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou
participações nos lucros das empresas.

Exceção: Os empregados que exercem atividade no setor de energia elétrica em condições de


periculosidade fazem jus ao adicional de 30% sobre o salário que perceberem.

Atividade Permanente e Intermitente

O pagamento integral ou proporcional do adicional de periculosidade no caso de contato


intermitente com atividade perigosa ensejam duas correntes jurisprudenciais.

Entende a primeira corrente, se a natureza do trabalho desenvolvido pelo empregado o expõe a


contato contínuo com atividade perigosa, ele tem direito ao adicional, ainda que a exposição seja
restrita a determinados momentos, pois o risco é abrangente, envolvendo toda a atividade.

Assim, de acordo com esta corrente o adicional é devido pelo perigo e não pelo tempo em que o
empregado se expõe ao perigo.

Entretanto, a segunda corrente, contrariamente, admite o pagamento proporcional do adicional de


periculosidade quando a permanência do empregado na área de risco se dá de forma intermitente.

Periculosidade e Insalubridade - Adicionais

Os adicionais de periculosidade e de insalubridade não são cumuláveis. Se o empregado exerce


atividade insalubre e perigosa poderá optar pelo adicional que lhe for mais benéfico. (§2º do art.
193 da CLT). – aliás, a corrente mais expressiva da jurisprudência.

Técnico em Segurança do Trabalho – Módulo II 166


ESCOLA POLITÉCNICA DE CUBATÃO - CIEN

Art. 193. - São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da


regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou
métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos
em condições de risco acentuado.

Incidências

O adicional de periculosidade, assim como o noturno, o de hora extra e o de transferência integram


o salário do empregado, bem como a remuneração das férias e do 13º salário.

Registre-se, porém, que o adicional de periculosidade incide sobre o salário-base do empregado.


E, como na insalubridade, uma vez cessado o perigo, finda-se o direito de pagamento de adicional.

Nesse sentido o Enunciado da Súmula do TST 191 dispõe:

"O adicional de periculosidade incide, apenas, sobre o salário-básico, e não sobre este acrescido de
outros adicionais."

Fundamentos Legais

Portaria MTb nº 3.214/78, NR 16, Lei nº 7.369/ 85, Portaria MTb nº 3.373/87, mais os
mencionados no Texto.

Lei nº 7.369/ 85
Institui salário adicional para os empregados no setor de energia elétrica, em
condições de periculosidade.

O Presidente da República

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:


Art. 1º O empregado que exerce atividade no setor de energia elétrica, em condições de
periculosidade, tem direito a uma remuneração adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário
que perceber.
Art. 2º O prazo de 90 (noventa) dias o Poder Executivo regulamentará a presente Lei,
especificando as atividades que se exercem em condições de periculosidade.
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário.
JOSÉ SARNEY
Aureliano Chaves
Área de Risco X Área de Operação

As áreas de risco estão definidas no quadro do item 3, do Anexo 2 da NR 16.

Entendamos que área de operação é uma área que pode ser maior ou igual à área de risco
definida no quadro do item 3, nunca menor.

Ao sugerir estas duas definições, o legislador usou o termo área de operação para poder dar
maior abrangência a uma determinada área de risco.

Por exemplo, em um posto de abastecimento de inflamáveis, a área de risco é definida como


"toda a área de operação, abrangendo, no mínimo, círculo com raio de 7,5 metros com centro no
ponto de abastecimento..." Isso quer dizer que o perito pode definir uma área de operação maior
que esse mínimo limitado pela área de risco, basta que o perito entenda que a operação se
desenvolve em área maior que a mínima estabelecida pela NR 16.

O ENUNCIADO 361 – TST - Determina que aos empregados que atuem suas funções nas áreas
de risco, fazem jus ao recebimento do adicional, desde que presentes os requisitos, como a
distância, v.g.

Importantíssimo:
Art. 194 - O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com
a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas
expedidas pelo Ministério do Trabalho.

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7. PPP – PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO

O que é o Perfil Profissiográfico Previdenciário?

É o documento histórico laboral individual do trabalhador, que se destina a informar o INSS sobre a
efetiva exposição do trabalhador a agentes nocivos.

Seu objetivo é de apresentar, em um só documento, o resumo de todas as informações relativas à


fiscalização do gerenciamento de riscos e existência de agentes nocivos no ambiente de trabalho,
além de ser o documento que orienta o processo de reconhecimento de aposentadoria especial.

Referido histórico conterá, cronologicamente/por período, informações administrativas, ambientais


e biológicas.

As informações administrativas abrangem, entre outras, setor, cargo, função, atividades


desenvolvidas, os registros de CAT e o conjunto das exigências morfobio-psíquicas necessárias
ao bom desempenho das funções, a partir das quais considerar-se-á apto o trabalhador. Estas
informações estão disponíveis normalmente no Setor de Recursos Humanos da empresa.

As informações ambientais abrangem, entre outras, os agentes nocivos ambientais a que o


trabalhador esteve ou está efetivamente exposto, sua intensidade ou concentração, a
utilização de Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC, a presença de medidas
administrativas de proteção e, em última instância, a utilização de Equipamentos de
Proteção Individual, com o respectivo atestado de sua eficácia e a conclusão acerca do
enquadramento ou não de atividade enseja Dora de aposentadoria especial.

Estas informações estão disponíveis normalmente na documentação ambiental da empresa,


devendo ser prestadas com base em Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho –
LTCAT, que é parte integrante dos Programas de Gerenciamento de Riscos Ocupacionais, nos
termos da Legislação Trabalhista. As informações biológicas abrangem, entre outras, a relação de
exames obrigatórios e complementares, realizados para controle médico-ocupacional, as perdas de
capacidade laborativa temporárias e permanentes e os agravos à saúde. Quanto aos exames
médicos, deverão ser apontados apenas aqueles relacionados aos riscos ambientais que forem
constatados, indicando se o resultado do exame foi normal ou alterado, sem descrevê-lo. Estas
informações serão prestadas com base no Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional – PCMSO e seu relatório anual, nos termos da NR-07, do MTE.
 Sempre que houver mudança das informações contidas nas seções administrativas,
ambientais ou biológicas;
 Alterações clínico-psíquico-biológicas;
 Afastamentos do trabalho, ocorrência ou agravamento de acidente do trabalho ou doença
ocupacional, entre outros.
 Não havendo mudanças, a atualização será feita pelo menos uma vez ao ano, na mesma época
em que forem apresentados os resultados da análise global do desenvolvimento do PPRA
(Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) e demais programas ambientais.

Empresas obrigadas a elaborar o ppp

Todas as empresas, mesmo as sujeitas ao SIMPLES, que tenham trabalhadores expostos a agentes
nocivos químicos, físicos, biológicos, considerados para fins de aposentadoria especial.

O PPP é exigido desde Outubro de 1996, pela Medida Provisória 1.523/96, convertida na Lei
9.528/97. Todavia, é aceito alternativamente o DIRBEN-8030 como substituto do PPP. O formato
original publicado pela ININSS/DC – 78/02 e alterado pela IN-INSS/DC – 84/02, em seu Anexo XV,
é exigido a partir de 01.JAN.2004, nos termos da Instrução Normativa nº 96 de 23.OUT.2003.
Cumpre esclarecer que o DIRBEN-8030 consiste num formulário para requerimento da
aposentadoria especial. Nesse caso, só é necessário para os segurados que vão requerer esse
benefício, e, como substituto do PPP, deve ser feito para os trabalhadores expostos a agentes
nocivos químicos, físicos, biológicos, considerados para fins de aposentadoria especial.

O representante legal ou o preposto da empresa deverá assinar o PPP. Entretanto, há a


obrigatoriedade da indicação do Médico Coordenador do PCMSO (Programa de Controle Médico
de Saúde Ocupacional) e do Engenheiro de Segurança do Trabalho ou Médico do Trabalho
responsável pelo LTCAT (Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho), apesar de

Técnico em Segurança do Trabalho – Módulo II 168


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não ser necessária a assinatura dos mesmos. Ainda, no caso de haver mudança dos responsáveis
pelo PCMSO ou LTCAT, deverá ser indicado os nomes e registros, discriminando o período em que
cada um prestou as informações que embasaram o preenchimento do PPP.

Todo trabalhador, seja empregado, avulso ou cooperado, expostos a agentes nocivos químicos,
físicos, biológicos, considerados para fins de aposentadoria especial.

Deverá ser emitido obrigatoriamente, nas seguintes situações:

 Por ocasião do encerramento de contrato de trabalho, em duas vias, com fornecimento de


uma das vias para o empregado mediante recibo;

 Para fins de requerimento de reconhecimento de períodos laborados em condições


especiais;

 Para fins de concessão de benefícios por incapacidade, quando solicitado pela Perícia
Médica do INSS.

BASE LEGAL:
Art. 58 § 4º da Lei 8.213/91 e art.68 §§ 4º , 6º e 8º. As multas estão elencadas no Dec.3.048/99.

Elaboração:

Será elaborado no formato publicado pela IN-INSS/DC-84/02, em seu Anexo XV, que reúne todas
as informações em um único documento, podendo ser elaborado em papel ou meio magnético.

Após a elaboração, ficará arquivado nas dependências da empresa de vínculo, de acordo com o
sistema de arquivamento existente (papel ou meio eletrônico).

Implicações Legais pela não Observação da Lei:

Segundo o art.187, §4º da IN nº 84/2002, a não manutenção do PPP atualizado ou o não


fornecimento do mesmo ao empregado, por ocasião do encerramento do contrato de trabalho,
ensejará aplicação de multa prevista no art.283 do RPS.

O valor da multa é a partir de R$ 636,17 para cada infração. As infrações podem ser cumulativas,
e este valor poderá ser diminuído ou aumentado, constatada a existência de atenuantes ou
agravantes, não podendo ultrapassar R$ 63.617,35.
Responsáveis pela LTCAT:

O LTCAT - Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho, por determinação expressa da


legislação previdenciária, deve ser expedido por médico do trabalho ou engenheiro de
segurança do trabalho.

Agentes Nocivos e o Direito á Aposentadoria Especial:

A relação de agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à


saúde ou à integridade física, considerados para fins de concessão de aposentadoria especial,
consta do Anexo IV do Regulamento da Previdência Social (Decreto 3.048/99).

Inspeção Prévia do Estabelecimento, Interdição e Embargo:

Nenhum estabelecimento pode iniciar suas atividades sem prévia inspeção e aprovação das
instalações pela Delegacia Regional do Trabalho - DRT. Referida exigência atinge tanto a indústria
como o comércio. Ocorrendo modificação substancial nas instalações, novo inspeção será
necessária.

Sendo o caso, o delegado regional do trabalho imporá a interdição ou o embargo a obra. Configura
desobediência o descumprimento de interdição ou embargo de obra, se dele resultarem danos à
terceiros (art. 161, §4o da CLT) - sem prejuízo da responsabilidade civil e/ou criminal, dependendo
da dimensão do dano.

Durante a eventual interdição ou embargo, os empregados receberão seus salários normalmente.

Técnico em Segurança do Trabalho – Módulo II 169


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Art. 160 - Nenhum estabelecimento poderá iniciar suas atividades sem prévia inspeção e
aprovação das respectivas instalações pela autoridade regional competente em matéria de
segurança e medicina do trabalho.
§ 1º - Nova inspeção deverá ser feita quando ocorrer modificação substancial nas instalações,
inclusive equipamentos, que a empresa fica obrigada a comunicar, prontamente, à Delegacia
Regional do Trabalho.
§ 2º - É facultado às empresas solicitar prévia aprovação, pela Delegacia Regional do Trabalho,
dos projetos de construção e respectivas instalações.

Art. 161 - O Delegado Regional do Trabalho, à vista do laudo técnico do serviço competente que
demonstre grave e iminente risco para o trabalhador, poderá interditar estabelecimento, setor de
serviço, máquina ou equipamento, ou embargar obra, indicando na decisão, tomada com a
brevidade que a ocorrência exigir, as providências que deverão ser adotadas para prevenção de
infortúnios de trabalho.
§ 1º - As autoridades federais, estaduais e municipais darão imediato apoio às medidas
determinadas pelo Delegado Regional do Trabalho.
§ 2º - A interdição ou embargo poderão ser requeridos pelo serviço competente da Delegacia
Regional do Trabalho e, ainda, por agente da inspeção do trabalho ou por entidade sindical.
§ 3º - Da decisão do Delegado Regional do Trabalho poderão os interessados recorrer, no prazo de
10 (dez) dias, para o órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e medicina
do trabalho, ao qual será facultado dar efeito suspensivo ao recurso.
§ 4º - Responderá por desobediência, além das medidas penais cabíveis, quem, após determinada
a interdição ou embargo, ordenar ou permitir o funcionamento do estabelecimento ou de um dos
seus setores, a utilização de máquina ou equipamento, ou o prosseguimento de obra, se, em
conseqüência, resultarem danos a terceiros.
§ 5º - O Delegado Regional do Trabalho, independente de recurso, e após laudo técnico do serviço
competente, poderá levantar a interdição.
§ 6º - Durante a paralisação dos serviços, em decorrência da interdição ou embargo, os
empregados receberão os salários como se estivessem em efetivo exercício.

8. NORMAS REGULAMENTADORAS – 1, 2, 3, 27 e 28
tarefa:

LEITURA, INTERPRETAÇÃO E DISCUSSÃO

Técnico em Segurança do Trabalho – Módulo II 170

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