Guia Elaboracao PCs Fev 2023

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SENAC – DEPARTAMENTO NACIONAL

Guia de Elaboração de
Planos de Curso
Modelo Pedagógico Senac

2023
Sumário

Apresentação............................................................................................................................ 2
O que é preciso saber antes de iniciar a elaboração de um Plano de Curso Nacional? ............... 3
Como utilizar este Guia? ........................................................................................................... 6
1. Como redigir o Perfil Profissional de Conclusão do curso? .................................................... 7
1.1. Levantar informações sobre a ocupação ......................................................................... 7
1.1.2 Analisar convergências curriculares ........................................................................... 11
1.2. Descrever o Perfil Profissional de Conclusão ................................................................. 15
1.3. Redigir as competências ............................................................................................... 16
1.4. Organizar o perfil das qualificações profissionais técnicas ............................................. 18
2. Como estruturar a Organização Curricular do curso?.......................................................... 21
2.1. Elaborar a matriz curricular .......................................................................................... 22
2.2. Definir sequencialidade ................................................................................................ 23
3.Como realizar o detalhamento da Organização Curricular? .................................................. 24
3.1. Redigir os indicadores de competência ......................................................................... 24
3.2. Redigir os elementos da competência .......................................................................... 27
3.2.1. Definir o recorte dos conhecimentos ........................................................................ 28
3.2.2. Redigir as habilidades ............................................................................................... 30
3.2.3. Redigir atitudes/valores............................................................................................ 31
3.3. identificar os elementos de competência relacionados às Marcas Formativas .............. 33
3.3.1. Relacionar a Marca Formativa específica do aprendiz do Senac ................................ 36
3.4. Definir as Unidades Curriculares de Natureza Diferenciada........................................... 37
3.4.1. Redigir propostas de temas geradores para o Projeto Integrador ............................. 38
3.4.2. Apresentar a organização do Estágio Profissional Supervisionado ............................. 41
3.4.3. Apresentar a organização da Prática Profissional Supervisionada ..................... 42
3.4.4. Apresentar a organização da Prática Profissional da Aprendizagem .......................... 42
3.4.5. Apresentar a organização da Prática Integrada das Competências ............................ 43
3.5. Calcular a carga horária ................................................................................................ 45
4.1. Redigir os requisitos de acesso ..................................................................................... 47
4.2. Redigir a justificativa e os objetivos .............................................................................. 48
4.3. Detalhar as orientações metodológicas ........................................................................ 48
4.4. Propor instalações, equipamentos e recursos didáticos ................................................ 51
4.5. Propor o perfil docente ................................................................................................ 52
4.6. Propor a bibliografia ..................................................................................................... 52
5. Como atestar se o Plano de Curso atende aos requisitos do Modelo Pedagógico do Senac? 54
6. Elaboração de cursos de formação continuada .................................................................... 58
7. Checklist b– Planos de Cursos de formação continuada ....................................................... 62
Apêndice A – Fontes documentais para elaboração de perfis .................................................. 65
Apêndice B – Lista de habilidades, atitudes e valores .............................................................. 66
Apresentação

Reforçando o compromisso do Senac com a formação de profissionais de excelência para


atuação no setor do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, o Departamento Nacional, em
conjunto com os Departamentos Regionais, concebeu no ano de 2013 o Modelo Pedagógico
Senac.

O Modelo qualifica a oferta da Educação Profissional do Senac em todo o território nacional e


representa a consolidação de boas práticas pedagógicas realizadas na instituição. Dentre as
ações que visam e tornar efetivos os princípios que orientam uma proposta pedagógica comum,
destaca-se o processo de elaboração de Planos de Curso Nacionais. Concebidos e desenhados
de forma colaborativa pelos Departamentos Regionais, os planos de curso representam o
sentido de unidade do Senac e contribuem para a adoção de práticas pedagógicas
fundamentadas no desenvolvimento de competências.

Nessa perspectiva, a própria estrutura curricular dos cursos e programas do Senac reflete e
reforça a escolha didático-pedagógica da Instituição, uma vez que as unidades curriculares
correspondem às competências do perfil profissional de conclusão do curso.

Para apoiar esse processo, o Departamento Nacional estruturou o Guia de elaboração de planos
de curso, fruto do esforço coletivo de um grupo de trabalho com representatividade
institucional, desenvolvido para promover o alinhamento pedagógico e reforçar a unidade
institucional.

Trata-se de uma ferramenta de apoio para os grupos elaboradores de Planos de Curso Nacionais,
com orientações detalhadas para a concepção e o desenvolvimento da organização curricular
dos cursos de Aperfeiçoamento, Habilitação Profissional Técnica de Nível Médio, Especialização
Técnica, Qualificação Profissional e Aprendizagem Profissional no Modelo Pedagógico Senac.

Importante frisar que, além desse Guia, os grupos elaboradores precisam consultar a Coleção
de documentos técnicos do Modelo Pedagógico Senac e as Diretrizes do Modelo Pedagógico
Senac, nos quais são apresentados os conceitos e referenciais que embasam essa proposta.

Ótimo trabalho a todos!

2
O que é preciso saber antes de iniciar a elaboração de um Plano de Curso
Nacional?

Para dar início ao trabalho de elaboração de Planos de Curso a partir do Modelo Pedagógico do
Senac, é essencial que os elaboradores tenham acesso, estudem e internalizem os aspectos
basilares do Modelo Pedagógico, de forma que os Planos de Curso elaborados estejam
condizentes com suas prerrogativas: organização de cursos em estruturas curriculares cuja
competência é a própria Unidade Curricular; prática pedagógica que assuma o aluno como
protagonista da cena educativa; avaliação da aprendizagem a serviço do desenvolvimento de
competências; Projetos Integradores delineados como Unidade Curricular; e estratégias para a
articulação de competências.

A Coleção de Documentos Técnicos do Modelo Pedagógico Senac oferece os insumos


necessários para essa compreensão, em especial os cinco volumes iniciais. No primeiro, são
debatidos as concepções e os princípios que orientam o Modelo. Nos outros quatro volumes,
são apresentados, respectivamente: a definição que o Senac adota para o conceito de
competência, o planejamento docente na perspectiva do desenvolvimento de competências, o
Projeto Integrador como estratégia pedagógica de articulação das competências do Perfil
Profissional de Conclusão e como espaço para evidência das Marcas formativas, e a avaliação da
aprendizagem de forma processual e contínua.

As diretrizes do Modelo Pedagógico Senac contêm importantes contribuições para os grupos


elaboradores. Além de resgatar os principais aspectos expressos na Coleção de Documentos
Técnicos, apresentam outras informações que podem auxiliar na elaboração dos Planos de
Curso.

a) O que é o Modelo Pedagógico Senac: conforme consta no documento técnico


Concepções e princípios, da Coleção Modelo Pedagógico Senac, a designação “Modelo
Pedagógico” representa um conjunto de concepções que fundamentam as práticas
educativas a serem desenvolvidas no Senac, com vistas a qualificar a oferta de educação
profissional em todo o país. Regido por princípios educacionais e concepções filosóficas
e pedagógicas, o Modelo tem como pilar do processo de ensino-aprendizagem o
desenvolvimento de competências profissionais. A competência, no Modelo Pedagógico
Senac, torna-se o elemento estruturante da organização curricular nos cursos de
Aperfeiçoamento, Habilitação Profissional Técnica de Nível Médio, Especialização
Técnica de Nível Médio, Qualificação Profissional e Aprendizagem Profissional. Essa

3
proposta de modelo curricular representa um modo de conceber e orientar a prática
pedagógica baseada na possibilidade de articulação dos fazeres profissionais expressos
nos Perfis Profissionais de Conclusão e na evidência de Marcas Formativas. Em grande
medida, trata-se de uma mudança de paradigma em relação ao ensino tradicional,
porque constitui uma alternativa à fragmentação do ensino, característica de cursos
organizados por disciplinas.

b) O que são Planos de Cursos Nacionais: são instrumentos do trabalho pedagógico cujo
objetivo é referenciar a ação docente no decorrer do processo de ensino-aprendizagem,
tendo em vista o desenvolvimento das competências previstas no Perfil Profissional de
Conclusão de Curso. Os Planos de Cursos são chamados “Nacionais” porque
estabelecem Perfil Profissional de Conclusão e Organização Curricular comuns a todos
os Departamentos Regionais que ofertam o título alinhado ao Modelo Pedagógico
Senac. Com os Planos de Cursos Nacionais, os Departamentos Regionais organizam a
oferta desses cursos, os gestores planejam ações estratégicas junto às equipes
pedagógicas, os docentes encontram as informações necessárias para elaboração de
seus Planos de Trabalho Docente e os alunos conhecem as características do curso que
escolheram. Em especial, com os Planos de Cursos Nacionais, o Senac apresenta à
sociedade sua perspectiva de educação profissional e reforça a institucionalidade do
Modelo ao preconizar padrões nacionais de referência para a oferta de cursos de
Aprendizagem Profissional, Qualificação Profissional, Habilitação Profissional Técnica de
Nível Médio e Especialização Técnica de Nível Médio.

c) Quais são os subsídios para a elaboração dos Planos de Cursos Nacionais: são
documentos importantes a legislação da educação profissional, a Classificação Brasileira
de Ocupações (CBO), o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos (CNCT), o Catálogo
CONAP - Mais Nacional de Programas de Aprendizagem (Conap) e o Guia Pronatec de Cursos de
de 70 itens
sobre Formação Inicial Continuada. Além dessas fontes de consulta, podem ser realizadas
comunicação
diferentes formas de escuta do mercado, consubstanciadas, por exemplo, em mapas
assertiva e/ou
habilidade de funcionais produzidos por meio de Fóruns Setoriais.1 Essa metodologia de consulta ao
comunicação.
mercado de trabalho permite identificar os principais fazeres do exercício profissional
de determinada ocupação ou de um conjunto de ocupações de um mesmo itinerário

1Para obter mais informações sobre os Fóruns Setoriais, consultar o Guia para mediadores dos Fóruns Setoriais do
Senac.

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formativo.2 Os Fóruns Setoriais são importantes instâncias consultivas, cujo produto —
o Mapa Funcional — está na origem da elaboração de Planos de Cursos Nacionais à luz
do Modelo Pedagógico Senac. Esses fazeres profissionais consolidados no Mapa
Funcional serão tratados pedagogicamente pelos grupos elaboradores e darão origem
às competências que compõem o Perfil Profissional de Conclusão do curso.

d) O que cada Plano de Curso Nacional apresenta: os Planos de Cursos Nacionais


apresentam uma estrutura que parte do Perfil Profissional de Conclusão do curso,
detalhando desde a identificação do curso, as competências e seus elementos até a
infraestrutura e o tipo de certificado que os egressos recebem. De acordo com o
estabelecido na RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 1, DE 5 DE JANEIRO DE 2021, que define as
Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Profissional e Tecnológica, os
itens que compõem os Planos de Cursos podem variar de acordo com o tipo de curso,
mas apresenta, minimamente, os seguintes itens: I) Identificação do Curso; II) Requisitos
e Formas de Acesso; III) Justificativa e Objetivos; IV) Perfil Profissional de Conclusão; V)
Organização Curricular; VI) Orientações Metodológicas; VII) Aproveitamento de
Experiências e Conhecimentos Anteriores; VIII) Avaliação; IX) Instalações, Equipamentos
e Recursos Didáticos; X) Perfil do Pessoal Docente e Técnico; XI) Bibliografia; XII)
Certificação. Os itens dos Planos de Cursos que podem ser flexibilizados3 nos
Departamentos Regionais são: Requisitos e Formas de Acesso; Justificativa; Orientações
Metodológicas; Instalações, Equipamentos e Recursos Didáticos; Perfil Docente;
Bibliografia; e Certificação.

2Considera-se itinerário formativo o “conjunto de etapas que compõem a organização da educação profissional em
uma determinada área, possibilitando o aproveitamento contínuo e articulado dos estudos" (Decreto Federal nº
5.154, de julho de 2004).
3Para conhecer os itens flexíveis do Plano de Curso, consultar Diretrizes do Modelo Pedagógico Senac, p. 14.

5
Como utilizar este Guia?

Neste Guia são detalhados os processos de trabalho e os principais aspectos a serem


considerados na elaboração dos Planos de Cursos Nacionais. Embora o Guia seja organizado em
etapas, na prática a ação de elaboração de Planos de Cursos é dinâmica e articulada, já que
alguns processos podem ser desenvolvidos simultaneamente; e também é interdependente,
pois a evolução do trabalho pode demandar a revisão de alguma etapa já concluída.

Há dois materiais de apoio neste Guia que também são imprescindíveis para a elaboração dos
Planos de Cursos Nacionais: a listagem padronizada de habilidades e atitudes/valores, bem
como o checklist, que deve ser utilizado para atestar a qualidade do Plano de Curso elaborado.
Os elementos de competência são definidos com base na competência específica com que se
relacionam. As habilidades e atitudes/valores presentes na listagem são uma sugestão para a
padronização do modo de escrita. Portanto, quando as habilidades ou atitudes/valores forem
similares ao que consta na listagem, recomenda-se seguir o padrão. Porém, se forem diferentes,
é possível elaborá-las, desde que as orientações contidas neste documento sejam seguidas.

Para a construção do plano de curso, será necessária a utilização da Máscara de Elaboração de


Planos de Cursos Nacionais, disponível em formato aberto e com orientações para
preenchimento.

Este Guia, a Máscara de Elaboração de Planos de Cursos e a coleta de informações sobre a


ocupação - bem como os documentos técnicos do Modelo Pedagógico Senac - compõem os
instrumentos e insumos de trabalho essenciais para a elaboração dos Planos de Cursos
Nacionais.

A equipe técnica e pedagógica do Senac materializa esse trabalho em um ambiente virtual de


aprendizagem que agrega, a um só tempo, um espaço de debates e um repositório dos
documentos necessários ao processo de elaboração, bem como das entregas. Ele constitui uma
oportunidade para aprendizagem e desenvolvimento individual e coletivo, construído a muitas
mãos por profissionais do Senac em todo o Brasil.

6
1. Como redigir o Perfil Profissional de Conclusão do curso?

O Perfil Profissional de Conclusão do curso apresenta quem é o profissional que se deseja


formar, suas atribuições, bem como o campo de atuação. Apresenta as competências que serão
desenvolvidas no curso e as Marcas Formativas que caracterizam os egressos do Senac.4

A elaboração do Perfil Profissional de Conclusão do curso envolve os seguintes processos:

1.1. Levantar informações sobre a ocupação

O primeiro passo para elaboração do Perfil Profissional é levantar informações sobre a


ocupação, o que requer, necessariamente, a escuta do mercado. Entre as diversas estratégias
disponíveis para realizar essa escuta do mercado, recomenda-se a realização de Fóruns Setoriais.
A consulta ao mercado deve ser realizada com foco em eixos tecnológicos/segmentos, o que
possibilita a identificação das interseções e hierarquias de funções entre as diversas ocupações.
Além disso, considerando a dinâmica complexa do mundo do trabalho atual, que demanda
constantemente novas habilidades dos profissionais, a identificação das necessidades do
mercado deve transcender o mapeamento das funções atreladas às ocupações e mapear outros
fazeres requeridos pelo mundo do trabalho que não estão necessariamente compondo um Perfil
Profissional específico.

São igualmente válidas e necessárias as consultas a documentos como Planos de Cursos já


existentes na instituição, a CBO, o QBQ, o CNCT, o Conap e o Guia Pronatec de Cursos Técnicos
e FIC 5, ou publicações similares elaboradas pelo Ministério da Educação (MEC). Além disso, é
imprescindível a consulta aos documentos de órgãos de classe e legislações estaduais e
nacionais, principalmente no caso de ocupações regulamentadas.

4Senac. DN. Planejamento docente. Rio de Janeiro, 2022, p. 8. (Coleção de Documentos Técnicos do Modelo
Pedagógico Senac, 3).
5Trata-se de documento não normativo, utilizado como referência para definição da carga horária mínima dos cursos

de Qualificação Profissional.

7
Outra forma de levantamento de informações a respeito de um Perfil Profissional é a consulta a
órgãos que realizam pesquisas de mercado e estudos setoriais. Os dados e as tendências
referentes aos setores profissionais podem ser obtidos em instituições como Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), MEC, Ministério da Economia, universidades e fundações,
entre outras.6 Também são fontes para coleta de informações consultores externos e pesquisas
com representantes de empresas, universidades, sindicatos, associações e conselhos
profissionais.

É importante que, ao coletar informações sobre a ocupação, o grupo elaborador esteja atento
às características de inovação da ocupação que tenham determinado (ou possam vir a
determinar) mudanças substantivas em suas atividades, processos, métodos e técnicas. O Perfil
Profissional de Conclusão deve também considerar as demandas do cidadão e da sociedade nos
âmbitos local, regional e nacional.

Também é necessário considerar o panorama do mundo do trabalho e o contexto de atuação


do profissional, tendo em vista identificar a existência de fazeres comuns a mais de uma
ocupação, além de compreender como essas ocupações se relacionam em termos de
subordinação e autonomia. Essa interseção de fazeres deve ser considerada na elaboração do
Perfil Profissional de Conclusão, uma vez que diferentes perfis profissionais podem exercer
atividades similares em determinados campos de atuação.7

Essa análise é importante porque, ao compreender os fazeres profissionais que podem ser
comuns a mais de uma ocupação, o grupo elaborador pode identificar convergências
curriculares entre diferentes cursos, o que contribui para tornar mais consistente e alinhado ao
mundo do trabalho o itinerário formativo do Senac e proporcionar maior clareza para o aluno
sobre os cursos mais apropriados para sua profissionalização.

1.1.1 Analisar os níveis de competência

Considerando o itinerário profissional da ocupação, um desafio a ser enfrentado no momento


de levantar informações sobre a ocupação é analisar os possíveis níveis de atuação em
competências similares. Essa análise é importante porque permite compreender como os
fazeres profissionais podem ser apresentados nos enunciados das competências, de forma a

6No Apêndice 1, estão disponíveis outras indicações de fontes para consulta.


7É importante ressaltar que o papel do trabalhador poderá variar de acordo com a divisão do trabalho, com o porte
e a hierarquização de cada organização, bem como com as políticas de gestão de pessoas de cada empresa. Há de se
considerar que, em menor ou maior grau, ainda existem modelos organizacionais baseados na dicotomia entre os
que planejam e os que executam, bem como há casos em que essa distinção foi superada, de forma que não é possível
estabelecer uma correlação totalmente linear entre nível de competência, tipo e modalidades de curso.

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expressar o recorte específico da ocupação que será objeto do Plano de Curso. Considerar a
premissa da convergência curricular e a lógica de níveis de competência, sobretudo em eixos
tecnológicos e segmentos com menor direcionamento legal, ajuda a organizar um portfólio que
permita o desenvolvimento crescente e o aproveitamento adequado das competências comuns
a mais de um perfil profissional. Para essa análise, aspectos como a legislação que regulamenta
a ocupação, as características do itinerário profissional, a forma como os fazeres são exercidos
no mundo do trabalho e até mesmo o eixo ao qual pertence a ocupação serão determinantes
para que o grupo compreenda os níveis de competência e a possibilidade de convergência. Um
caminho para a análise dos níveis de competência é pensá-los a partir do que é proposto pela
Organização Internacional do Trabalho (OIT). Para a OIT, as competências podem apresentar
diferentes graus de complexidade, autonomia, responsabilidade e mobilização de
conhecimentos, habilidades e atitudes, desde níveis mais elementares até níveis mais elevados,
de acordo com a complexidade do fazer. No quadro a seguir, estão relacionados os quatro níveis
de competência apresentados pela OIT:

Nível de Competência

1. Realiza atividades sob supervisão e de acordo com procedimentos estabelecidos. Nesse


nível, o trabalhador tem autonomia bastante limitada, cabendo-lhe apenas informar sobre os
problemas que se apresentam e consultar as ações corretivas.

2. Realiza e supervisiona suas próprias atividades. Nesse nível, o trabalhador identifica


problemas técnicos e executa ações corretivas específicas.

3. Organiza, realiza e supervisiona suas atividades, levando em consideração os recursos


técnicos e materiais requeridos, além de ser capaz de supervisionar atividades desenvolvidas
pelos níveis 1 e 2. Nesse nível, o trabalhador resolve problemas e aponta alternativas nas
situações de emergência, aplicando as técnicas adequadas.

4. Planeja e organiza as atividades globais condizentes com a preparação e o desenvolvimento


do processo produtivo, considerando os recursos humanos, materiais disponíveis e a
legislação vigente para o cumprimento das metas de produção. É responsável pelos objetivos
da produção, resolve problemas técnicos e situações de emergência que possam ocorrer no
processo produtivo, além de apresentar novas soluções, tomando decisões técnicas
adequadas.

Fonte: Zúñiga (2004).8

8ZÚÑIGA, F.V. Competencias clave y aprendizaje permanente. Montevidéu: Cinterfor, 2004. p. 22.

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Esse quadro revela a existência de uma hierarquia nos níveis de competência, ou seja, quanto
mais alto for o nível de competência, maiores serão a variedade e a complexidade de contextos
em que o profissional atuará na rotina de trabalho, e menor o grau de supervisão a ser exercida
sobre ele. Ao contrário, quanto mais básico for o nível de competência, menor será o grau de
autonomia no processo de trabalho e, portanto, maior a necessidade de supervisão. A análise
do nível das competências de determinada ocupação ou de um conjunto de ocupações de um
mesmo itinerário profissional é fundamental para os grupos elaboradores porque permite
identificar, entre os diferentes níveis, aquele mais adequado à formação do trabalhador. Esse
posicionamento favorece a organização dos cursos conforme a modalidade de educação
profissional, pois cursos de Formação Inicial e Continuada tendem a apresentar Organização
Curricular com competências nos níveis 1 e 2. Por sua vez, cursos de Educação Técnica de Nível
Médio tendem a ser compostos por competências dos níveis 2 e 3, e cursos de educação
superior costumam apresentar, em suas organizações curriculares, competências dos níveis 3 e
4. Além de favorecer o desenvolvimento do itinerário profissional, a hierarquia de níveis de
competências favorece também o desenvolvimento do itinerário formativo. Por exemplo: a
ocupação de atendente de loja requer menor grau de complexidade e responsabilidade se
comparada à de um profissional que atua como gerente de vendas de uma loja de
departamentos; porém, apesar de existirem nos perfis desses profissionais competências com
níveis distintos, também é possível observar que alguns fazeres profissionais desses profissionais
são comuns a ambos, o que poderá originar competências equivalentes entre os Perfis
Profissionais de Conclusão desses cursos. A mesma relação hierárquica está presente entre o
auxiliar de enfermagem, o técnico em enfermagem e o enfermeiro; o assistente administrativo
e o técnico em administração; ou ainda entre o auxiliar de cozinha, o cozinheiro e o técnico em
alimentos e bebidas.

Embora sirva de referência para o desenvolvimento de um Plano de Curso, essa categorização


apresenta seus limites, haja vista que o papel do trabalhador se relaciona também com a divisão
do trabalho, com o porte e a estrutura hierárquica de cada organização, bem como com as
políticas de gestão de pessoas de cada empresa. Há de se considerar que, em menor ou maior
grau, ainda existem modelos organizacionais baseados na dicotomia entre os que planejam e os
que executam, bem como há casos em que essa distinção foi superada, de forma que não é
possível estabelecer uma correlação totalmente linear entre nível de competência, tipo e
modalidades de curso. Cabe ressaltar que o mercado de trabalho está mudando, demandando
profissionais multitarefa. Deve-se ter cuidado para não cair em extremos: ao fazer o recorte
específico do nível de competência, não se pode inviabilizar a convergência curricular entre

10
ocupações de um mesmo itinerário, como também não gerar desvio de função da ocupação
para ter a convergência curricular.

Os itinerários profissionais, portanto, são construídos no contexto de cada área profissional,


considerando os aspectos apresentados neste item. Uma boa análise permitirá ao grupo
elaborador redigir enunciados com maior clareza e precisão para exprimir adequadamente as
competências de cada Perfil Profissional de Conclusão.

1.1.2 Analisar convergências curriculares

No Modelo Pedagógico do Senac, considerando a competência como Unidade Curricular,


entende-se a convergência curricular como a identificação de competências comuns entre
diferentes perfis profissionais. Quando isso ocorre, há equivalência entre as Unidades
Curriculares de diferentes cursos. A convergência curricular é uma premissa que deve nortear o
processo de elaboração do Plano de Curso Nacional.

A convergência curricular atende a objetivos:

 Educacionais: possibilidade de continuidade de estudos, por meio do aproveitamento


de competências;

 Financeiros: o compartilhamento de Unidades Curriculares permite otimização de


recursos no processo de desenvolvimento dos cursos e, também, na oferta, pois
possibilita a junção de turmas, potencializando o uso de espaços, atribuição de docente,
entre outros.

O grupo elaborador pode verificar que, em alguns itinerários formativos, há competências


similares ou comuns em diferentes Perfis Profissionais de Conclusão. Nesses casos, é importante
lembrar que essa perspectiva incide sobre os fazeres/ações comuns, e não sobre os elementos
de competência. No processo de construção do itinerário formativo é frequente a identificação
de conhecimentos comuns entre diferentes perfis, mas isso não é condição suficiente para a
indicação de convergência curricular, já que as habilidades, as atitudes/valores, bem como os
indicadores e a própria competência, incluindo sua carga horária e bibliografia, têm que ser
idênticas.

Quando determinado fazer é comum a mais de uma ocupação — sem que haja qualquer tipo de
distinção em termos de nível de complexidade, autonomia, responsabilidade e mobilização de
conhecimentos, habilidades e atitudes — é recomendado verificar se há Plano de Curso Nacional
de ocupações relacionadas. Caso a competência em comum conste em um Perfil Profissional de

11
Conclusão já elaborado nacionalmente, é possível aproveitar a Unidade Curricular, evitando,
assim, descrições diferentes para o mesmo fazer.

A convergência pode acontecer tanto em cursos de mesmo nível (convergência horizontal)


quanto em cursos de níveis diferentes (convergência vertical). Para facilitar a identificação,
recomenda-se que os Planos de Curso de ocupações com fazeres similares sejam elaborados
simultaneamente pelo mesmo grupo elaborador. Caso o curso em elaboração seja de um
segmento que já tenha tido Fórum Setorial, é imprescindível que o grupo elaborador consulte o
Mapa Funcional 9 do referido segmento, no qual são indicadas as funções comuns e específicas
das ocupações analisadas.

Na sequência, apresenta-se uma lista de questões que colaboram para a reflexão do grupo
elaborador quando estiver dedicado à identificação de competências que possam ser
aproveitadas de um curso já elaborado.

 Existe outra ocupação que, em algum momento de seu exercício profissional, exerça a
mesma ação/fazer dessa competência?
 Em que momento esse fazer é requerido?
 Essas ações/fazeres têm os mesmos elementos? Em caso negativo, em que medida são
diferentes? Na carga horária? Na quantidade de elementos, que são mais necessários
em um fazer do que em outro? No nível de aprofundamento da abordagem de seus
elementos?
 O Perfil Profissional de Conclusão permite identificar outras ações/fazeres diferentes
das ações/fazeres consideradas convergentes?
 As diferenças percebidas são no contexto da atuação?

A partir das reflexões sobre essas questões, o grupo poderá decidir com mais segurança se deve
realizar a convergência entre os currículos.

Essa ocorrência é mais frequente em cursos de mesmo eixo/segmento, mas pode também
ocorrer em cursos de eixos diferentes. Assim, faz-se necessário verificar a lógica do mundo do
trabalho dos diversos eixos tecnológicos/segmentos.

Para reforçar a importância da análise das competências na perspectiva do itinerário formativo,


seguem exemplos de convergência vertical e horizontal:

9Mapa Funcional do Segmento é o produto do Fórum Setorial e apresenta, de maneira sistematizada, as informações
e demandas prospectadas junto aos convidados. Os Mapas Funcionais estão disponíveis no site do Departamento
Nacional: . Acesso em: 26 dezembro 2022.

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Convergência curricular vertical: cursos de Recepcionista de eventos, Organizador de eventos e
Técnico em eventos.

Recepcionista de eventos Organizador de eventos Técnico em eventos


Operacionalizar procedimentos Planejar eventos Planejar eventos
de recepção em eventos (108h) (108h)
(60h)
Recepcionar e atender pessoas Executar eventos Divulgar e comercializar
em eventos (60h) eventos
(84h) (108h)
Realizar procedimentos
administrativos em eventos
(108h)
Coordenar a execução do
evento
(108h)
Coordenar serviços de
alimentos e bebidas
(108h)
Realizar procedimentos de
cerimonial e protocolo
(108h)
Coordenar a recepção de
eventos
(60h)
Realizar o pós-evento
(60h)

Observa-se nesse itinerário que os fazeres atribuídos ao Recepcionista de Eventos são distintos
dos fazeres dos demais profissionais; contudo, há uma ação profissional que é executada tanto
pelo Organizador de Eventos quanto pelo Técnico em Eventos. A competência “Planejar
eventos” (108 horas) integra os dois Perfis Profissionais de Conclusão.

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Convergência curricular horizontal: Competência Organizar o ambiente de trabalho para
produções gastronômicas.

Competência: Organizar o ambiente de trabalho para Ocupações profissionais com


produções gastronômicas Unidade Curricular convergente
Indicadores
1. Executa atividades operacionais, de acordo com o
fluxo do ambiente de trabalho, utilizando Pizzaiolo
mobiliários, selecionando utensílios e equipamentos Salgadeiro
adequados para a realização dos serviços. Auxiliar de cozinha
2. Organiza e higieniza instalações, equipamentos e Cozinheiro
utensílios, de acordo com as boas práticas para Doceiro
serviços de alimentação. Auxiliar de confeitaria
3. Prepara equipamentos e utensílios, de acordo com a
segurança individual/coletiva e a ficha técnica de
produção.

Nesse caso, houve o aproveitamento da competência por diversos perfis profissionais de cursos
do mesmo segmento.

É importante ressaltar que cada competência é única, ou seja, é composta por indicadores e
elementos de competência próprios e com definição de carga horária para seu
desenvolvimento. Portanto, para que se estabeleça a convergência, é necessário manter a
competência exatamente como foi concebida.

ATENÇÃO:

No momento da análise da convergência curricular, deve-se evitar o “preciosismo técnico”,


que, em alguns casos, pode inviabilizar a convergência dos currículos. O grupo deve verificar se
há mesmo alguma diferenciação entre duas competências similares ou se é apenas um “jogo
de palavras”. Deve-se ponderar se o elemento ausente pode constar em outras Unidades
Curriculares, se pode ser contextualizado no âmbito das orientações metodológicas, ou se,
ainda, pode ser articulado no decorrer do Projeto Integrador do curso.

14
No encaminhamento do Plano de curso para validação, é importante informar ao Comitê
Validadora existência de convergência curricular no Plano de Curso, identificando a competência
e o curso que serviram de base para a equivalência.

1.2. Descrever o Perfil Profissional de Conclusão

A descrição do Perfil Profissional de Conclusão apresenta quem é o profissional e suas


atribuições em determinada ocupação: o que ele faz, a finalidade de suas atividades e o contexto
da realidade de trabalho. O texto descritivo deve atender à seguinte estrutura:

 Responsabilidades do profissional e suas principais atividades;


 Locais de atuação e formas de interação com outros profissionais/setores (referência a
condições e ambiente de trabalho, localização funcional, entre outros);
 Marcas Formativas10 Senac (texto-padrão a ser inserido em todos os perfis);
 Eixo tecnológico/natureza do segmento a que pertence e sua ação norteadora;
 Regulamentação profissional, se houver. Nesse caso, é importante que todas as
atribuições funcionais previstas na legislação específica referente ao exercício
profissional da ocupação constem na descrição do perfil.
Segue exemplo de descrição de Perfil Profissional de Conclusão de curso:

Técnico em enfermagem (Habilitação Profissional Técnica de Nível Médio – 1.800h)

O técnico em enfermagem presta assistência a indivíduos e grupos sociais, atuando na


educação, promoção, prevenção, recuperação e reabilitação dos processos de saúde-
doença em todo o ciclo vital, nos diferentes graus de complexidade do ambiente e gravidade
dos clientes nos diversos serviços de saúde.

No ambiente intra-hospitalar, atua na assistência direta e indireta aos clientes das unidades
de baixa, média, alta complexidade e de cuidados paliativos; participa de comissões de
certificação de serviços de saúde, como núcleo de segurança do paciente, serviço de
controle de infecção hospitalar, gestão da qualidade, gestão de riscos, comissões de ética
de enfermagem, transplantes, óbitos e outros.

No ambiente extra-hospitalar, atua em diferentes tipos de instituições, como ambulatórios


de especialidades médicas, centros de parto normal, unidades de pronto-atendimento,

10As Marcas Formativas são aquelas que identificam e diferenciam, no mercado de trabalho, os profissionais formados

nos cursos do Senac. São baseadas nos valores institucionais e nos princípios educacionais. Para saber mais sobre as
Marcas Formativas do Senac, consultar o documento técnico: SENAC. DN. Concepções e princípios. Rio de Janeiro,
2022. (Coleção de Documentos Técnicos Modelo Pedagógico Senac, 1).

15
centros de educação infantil, escolas, instituição de longa permanência e centros de
referência de atenção à saúde. Atua ainda em instituições que prestam atendimento pré-
hospitalar e serviços de diagnósticos, de resgate, remoção e transporte de clientes e em
programas de saúde pública, como a Estratégia Saúde da Família (ESF).

O técnico em enfermagem formado pelo Senac tem como pilares de sua atuação profissional
a humanização na assistência em saúde, a segurança do paciente e a postura profissional; é
comprometido com a produção do cuidado prestado nos diferentes contextos
socioambientais e culturais em resposta às necessidades da pessoa, da família e da
coletividade. Compõe e interage com a equipe interdisciplinar e multidisciplinar e exerce
suas atividades sob a supervisão do enfermeiro.

O profissional habilitado pelo Senac tem como marcas formativas: domínio técnico-
científico, visão crítica, colaboração e comunicação, criatividade e atitude empreendedora,
autonomia digital e atitude sustentável, com foco em resultados. Essas Marcas reforçam o
compromisso da instituição com a formação integral do ser humano, considerando aspectos
relacionados com o mundo do trabalho e o exercício da cidadania. Tal perspectiva propicia
o comprometimento do aluno com a qualidade do trabalho, o desenvolvimento de uma
visão ampla e consciente sobre sua atuação profissional e sobre sua capacidade de
transformação da sociedade.

A ocupação está situada no eixo tecnológico Ambiente e Saúde, cuja natureza é “cuidar”, e
pertence ao segmento de Saúde. No Brasil, o exercício profissional é regulamentado pelo
Decreto no 94.406/87 – regulamentação da Lei no 7.498/86.

1.3. Redigir as competências

A competência, no entendimento do Senac, é uma ação/fazer profissional observável,


potencialmente criativa, que articula conhecimentos, habilidades, atitudes/valores e permite
desenvolvimento contínuo.11

Após o estudo detalhado da ocupação e do conjunto de suas atribuições, é necessário responder


à seguinte pergunta para redigir as competências de um curso: o que o profissional em questão
faz?

11Para
saber mais sobre competência na perspectiva do Senac, consultar o documento técnico: SENAC. DN.
Competência. Rio de Janeiro, 2015. (Coleção de Documentos Técnicos Modelo Pedagógico Senac, 2).

16
A resposta deverá ser iniciada com um verbo (ação/fazer profissional), seguido do objeto sobre
o qual incide a ação profissional.

Exemplo:

Ocupação: Recepcionista em meios de hospedagem


O que esse profissional faz?

Recepcionar e atender clientes no meio de hospedagem.

Ação Objeto

Logo, a competência “Recepcionar e atender clientes no meio de hospedagem” será uma das
Unidades Curriculares do curso de Recepcionista em meios de hospedagem.

O desafio na redação da competência consiste em construir um enunciado que expresse os


múltiplos aspectos, elementos e relações que se estabelecem em cada fazer profissional da
ocupação. Para atender ao conceito de competência proposto pelo Senac, é importante que os
enunciados explicitem a complexidade da ação profissional sem fragmentá-la em tarefas.

Uma boa estratégia é testar se a redação da competência atende ao conceito proposto pelo
Senac por meio das seguintes perguntas:

Questões Detalhamento
A redação da competência deve apresentar um fazer/ação observável cujo
1. É um fazer/ação
resultado é um produto mensurável. Esse fazer/ação ocorre no aspecto macro da
profissional
ocupação, sendo mais complexo do que a tarefa, porque mobiliza habilidades,
observável?
conhecimentos, atitudes e valores em sua realização.
2. É O fazer/ação descrito no enunciado da competência deve se referir a um
potencialmente trabalho que pode ser feito de diferentes maneiras, de forma que não resultem
criativo e remete a somente em procedimentos protocolares. O fazer profissional rotineiro e
uma ação repetitivo, que prescinde da autonomia do trabalhador e da possibilidade de
complexa? experimentação durante a execução, não será considerado uma competência.
A condição de articular conhecimentos, habilidades, atitudes/valores indica que
esses são os três principais pilares da competência, tendo em vista serem os
elementos que são por ela mobilizados. Seu exercício ultrapassa a soma desses
3. Articula itens, pois os alunos devem mobilizar os elementos de acordo com as situações
conhecimentos, e os desafios apresentados pela ocupação. Essa perspectiva reduz a
habilidades e possibilidade de formação de profissionais com pleno conhecimento sobre um
atitudes/valores? fazer, capazes de descrever etapas e processos, mas que não desempenham de
forma satisfatória suas funções; também desestimula a formação de
profissionais com domínio de habilidades, porém sem domínio dos
conhecimentos necessários para a atuação profissional.
4. Permite Essa condição para a redação da competência tanto pressupõe a necessidade
desenvolvimento de aprimoramento da competência, tendo em vista as constantes
contínuo? transformações do mundo do trabalho e o progresso científico e tecnológico da

17
Questões Detalhamento
sociedade, quanto expressa sua inerente capacidade de estimular o
desenvolvimento pessoal no contexto do trabalho, pois realiza bem um fazer
profissional, complexo e criativo, em consonância com o contexto no qual ele é
produzido.

Para ilustrar como essas perguntas auxiliam na redação da competência, segue o exemplo de
uma competência do curso de Qualificação Profissional em Recepcionista em meios de
hospedagem:
COMPETÊNCIA 1: Recepcionar e atender clientes no meio de hospedagem.
1. É um fazer/ação profissional observável, uma vez que o docente pode observar, por meio de
situações de aprendizagem, o aluno “recepcionando” e “atendendo” clientes.
2. É potencialmente criativa, pois é uma ação complexa, que pode ser realizada de maneiras variadas,
exigindo uma postura crítico-reflexiva do aluno durante sua execução.
3. Exige que o aluno articule e mobilize vários conhecimentos, habilidades e atitudes/valores durante
sua execução.
4. Permite aprimoramento contínuo, por meio da vivência da ação, tanto em situação simulada quanto
em contexto real de trabalho.

São exemplos de competências:

 Preparar produções gastronômicas.


Qualificação Profissional Cozinheiro.
 Embalar e empacotar mercadorias e produtos.
Aprendizagem Profissional de Qualificação em Serviços de Supermercados.
 Monitorar riscos ocupacionais.
Habilitação Profissional Técnica de Nível Médio em Segurança do Trabalho.
 Realizar procedimentos estéticos faciais de renovação celular da pele.
Habilitação Profissional Técnica de Nível Médio em Estética.

1.4. Organizar o perfil das qualificações profissionais técnicas

Disponibilizar ao aluno a possibilidade de ingresso no mundo do trabalho durante sua formação


é um modo de reconhecer e valorizar as competências desenvolvidas no processo formativo,
além de proporcionar sua empregabilidade em diferentes contextos regionais.

A certificação do aluno em uma Habilitação Profissional Técnica de Nível Médio é feita no fim
do curso. Determinados cursos técnicos, no entanto, podem oferecer a possibilidade de
certificações intermediárias ao longo do curso. Essas certificações são obtidas quando um
conjunto de competências da Habilitação Profissional Técnica de Nível Médio compõe o perfil
de uma ocupação reconhecida pelo mundo do trabalho. Essas certificações são denominadas
qualificações profissionais técnicas e se caracterizam por:

18
 Referir-se a uma ocupação devidamente reconhecida pelo mercado de trabalho;
 Constituir uma etapa com terminalidade, com carga horária mínima de, pelo menos,
20% da carga horária total da Habilitação Profissional Técnica de Nível Médio 12 e com
os mesmos requisitos de acesso;
 Permitir certificação independente da conclusão da Habilitação Profissional Técnica;
 Estar contida no itinerário de uma Habilitação.

No Plano de Curso Nacional, a certificação intermediária deve ser nomeada com o título da
ocupação, devendo explicitar a descrição do perfil e as competências que serão desenvolvidas.
Um exemplo de curso com certificação intermediária é a Habilitação Profissional Técnica de
Nível Médio em Análises clínicas que, conforme desenho curricular do curso no Senac, pode
certificar o aluno para exercer a ocupação de Auxiliar de laboratório de análises clínicas.

Ao definir as competências de um perfil profissional, é importante ter em vista o itinerário


formativo desse segmento profissional e o compartilhamento de competências entre diferentes
ocupações. As interseções entre os fazeres podem ocorrer em cursos de um mesmo itinerário
ou de mesmo eixo, das seguintes formas:

 Entre cursos de diferentes modalidades de ensino. Exemplo: Habilitação Profissional


Técnica de Nível Médio em Administração e Qualificação Profissional em Assistente
Administrativo.

 Entre cursos de mesma modalidade de ensino. Exemplo 1: Habilitação Profissional


Técnica de Nível Médio em Recursos Humanos e Habilitação Profissional Técnica de
Nível Médio em Administração; Exemplo 2: Qualificação Profissional em Auxiliar de
Cozinha e Qualificação Profissional em Cozinheiro.

Em síntese, quando os Perfis Profissionais de Conclusão são elaborados, é necessário considerar


as especificidades e os limites de atuação de cada ocupação e verificar as ocupações que estão
no mesmo itinerário formativo, a fim de reconhecer as competências comuns a diferentes perfis
profissionais.

12CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (Brasil). Câmara de Educação Básica. Parecer CNE/CEB nº 11/2012, aprovado
em 9 de maio de 2012. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 4 set. 2012. Seção 1, p. 98.
CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (Brasil). Resolução CNE/CP nº 1, de 05 de janeiro de 2021.

19
Qualificação Profissional versus Qualificação Profissional Técnica

Esses dois tipos de curso pertencem a níveis educacionais distintos e podem apresentar
requisitos de acesso específicos, bem como exigências de carga horária diferentes.
Enquanto a definição da carga horária do curso de Qualificação Profissional é mais
flexível, assim como nos demais tipos de cursos de formação inicial e continuada, a
definição de carga horária do curso de Qualificação Profissional Técnica deve
considerar as exigências previstas na legislação educacional, ou seja, ter carga horária
total correspondente a pelo menos 20% da carga horária total da Habilitação
Profissional Técnica.

Esses tipos de curso são desenvolvidos com Perfil Profissional de Conclusão e Organização
Curricular diferenciados, podendo uma Habilitação Profissional Técnica e sua respectiva
Qualificação Profissional Técnica incluir em sua Organização Curricular as competências de uma
Qualificação Profissional, favorecendo o aproveitamento de estudos entre níveis e contribuindo
para a consolidação do itinerário formativo.

No caso de cursos de Habilitações Profissionais Técnicas que não oferecem Qualificação


Profissional Técnica, mesmo que se identifiquem no Perfil Profissional de Conclusão da
Habilitação Técnica todas as competências de uma Qualificação Profissional, esta última não
será considerada uma Qualificação Profissional Técnica e não gerará certificação intermediária,
pois são tipos de cursos com requisitos de acesso diferentes.13

13Aos alunos matriculados na Habilitação Profissional Técnica que concluírem com aprovação as Unidades
Curriculares convergentes com uma Qualificação Profissional, mediante solicitação por requerimento, poderá ser
emitido o certificado da Qualificação Profissional, por meio do processo de aproveitamento de estudos. Conforme
exemplificado no caso do Auxiliar de saúde bucal:
– PC da QP de Auxiliar em Saúde Bucal: necessidade de aprovação do PC pelo Conselho Regional do Senac (CRS) para
obtenção da Portaria de Autorização para atendimento ao CFO.
– PC do Técnico em Saúde Bucal: aproveitamento das UCs convergentes às da QP do ASB para certificação dos alunos
que estejam cursando essa Habilitação Técnica (receberão certificado de Qualificação Profissional em Auxiliar em
Saúde Bucal).

20
2. Como estruturar a Organização Curricular do curso?14
A Organização Curricular é um conjunto integrado e articulado de Unidades Curriculares,
concebidas e organizadas a partir do Perfil Profissional de Conclusão do curso de modo a
promover aprendizagens profissionais significativas.

Há dois tipos de Unidades Curriculares nos cursos de Educação Profissional Técnica de Nível
Médio: I) a Unidade Curricular que corresponde à própria competência a ser desenvolvida; e II)
as Unidades Curriculares de Natureza Diferenciada, que visam a promover a vivência articulada
das competências, contribuindo para o desenvolvimento do Perfil Profissional de Conclusão do
curso: Projeto Integrador, Estágio Profissional Supervisionado, Prática Profissional
Supervisionada, Prática Profissional da Aprendizagem, UCs da Jornada Juventudes e Prática
Integrada das Competências, sendo esta última prevista apenas para os cursos técnicos dos
segmentos de Saúde e Beleza.

As Unidades Curriculares organizam-se da seguinte forma:

 As competências compõem a Organização Curricular juntamente com as Unidades


Curriculares de Natureza Diferenciada, sendo o Projeto Integrador operacionalizado
concomitantemente a todas as Unidades Curriculares do curso. Vale ressaltar que o
Projeto Integrador é a única Unidade Curricular de Natureza Diferenciada presente,
obrigatoriamente, na Organização Curricular de todos os tipos de cursos citados.

 Os Planos de Cursos de Aprendizagem Profissional devem contemplar as diretrizes


gerais, curriculares e os conteúdos de formação humana e científica que estão indicados
nos incisos X, XI e XII das diretrizes relacionadas no art. 336 da Portaria MTP 671/2021,
que deram origem à Marca Formativa específica do Programa de Aprendizagem
Profissional Comercial do Senac: protagonismo juvenil, social e econômico. A Prática
Profissional na empresa, que é Unidade Curricular de Natureza Diferenciada específica
desse tipo de curso, refere-se às atividades profissionais realizadas em situação de
trabalho. É importante ainda frisar que a Unidade Curricular Projeto Integrador deve
articular as competências por ocupação. 15

Para estruturar a Organização Curricular dos cursos, são necessários dois processos:

14Para saber mais sobre a organização curricular no Modelo Pedagógico, conferir o documento técnico: SENAC. DN.
Concepções e princípios. Rio de Janeiro, 2015. (Coleção de Documentos Técnicos Modelo Pedagógico Senac, 1).
15As competências que compõem os cursos de Aprendizagem são as mesmas que compõem as competências das

Qualificações Profissionais correspondentes, acrescidas apenas dos elementos correspondentes às Marcas


Formativas específicas do Programa.

21
2.1. Elaborar a matriz curricular

A matriz curricular apresenta, de forma esquemática, a Organização Curricular completa do


curso, incluindo as certificações intermediárias- quando houver- em uma disposição que
permite identificar todas as Unidades Curriculares, suas respectivas cargas horárias e a
sequência em que devem ser cursadas pelos alunos, considerando os pré e correquisitos, bem
como as Unidades Curriculares equivalentes nos cursos em que há convergência curricular.

Para os cursos do Senac, é adotado o seguinte modelo de matriz curricular:

Carga
Unidades Curriculares Pré-requisitos
Horária
___________________

UC1: XXh
UC5: Projeto
Integrador

UC2: XXh
(XXh)

UC3: XXh

UC4: XXh

Carga Horária Total XXh

Apesar de a matriz curricular ser estruturada nesse ponto do processo de elaboração de Planos
de Cursos, inclusive com alguma possibilidade de previsão de cargas horárias, somente após o
detalhamento de cada Unidade Curricular é que se torna possível atribuir, com maior segurança,
a carga horária necessária para cada Unidade Curricular e verificar se há necessidade de indicar
pré-requisitos.

É importante destacar que, desde a concepção do Perfil Profissional de Conclusão do curso, em


especial de suas competências, é necessário projetar as possíveis cargas horárias necessárias
para o desenvolvimento de cada competência, considerando que estas se tornarão as Unidades

22
Curriculares do curso. Em relação à definição de carga horária, este Guia apresenta maior
detalhamento no item 3.5.

2.2. Definir sequencialidade

Para organizar a oferta e a operacionalização do curso é importante que sejam identificados os


pré-requisitos e correquisitos- quando existentes- entre as Unidades Curriculares que compõem
a Organização Curricular do curso.

 Pré-requisitos: são as Unidades Curriculares cuja aprovação é condição prévia para que
o aluno possa prosseguir em outras Unidades Curriculares.

 Correquisitos: são Unidades Curriculares que devem ser cursadas simultaneamente. A


Unidade Curricular de Natureza Diferenciada Projeto Integrador é correquisito de todas
as Unidades Curriculares dos cursos de Habilitação Profissional Técnica de Nível Médio,
Especialização Técnica de Nível Médio, Qualificação Profissional e competências da
Aprendizagem Profissional. Essa condição deve ser levada em conta no
desenvolvimento suas respectivas estruturas curriculares.

Quanto aos parâmetros para indicação dos pré-requisitos, recomenda-se:

 Evitar a indicação de pré-requisitos entre as Unidades Curriculares, de modo a


flexibilizar a operacionalização nos Departamentos Regionais.
 Utilizar esse recurso somente quando a natureza do perfil profissional, a lógica de
trabalho da ocupação e a Organização Curricular do curso assim o exigirem.
 Estabelecer como pré-requisito apenas a competência que for condição inicial para o
desenvolvimento de outra. A natureza e a complexidade da ocupação deverão ser
avaliadas para a definição da quantidade de pré-requisitos entre as Unidades
Curriculares.
Para facilitar a operacionalização do curso nas unidades operativas é importante que estejam
sinalizadas no Plano de Curso as Unidades Curriculares (UC) convergentes, quando houver, de
modo que a programação dos cursos possa ser realizada de maneira a otimizar a oferta.

Após definido o Perfil Profissional de Conclusão, com sua respectiva matriz curricular, devem ser
identificados e redigidos os indicadores de cada competência, bem como listados os elementos
de competência, ou seja, os conhecimentos, as habilidades e as atitudes/valores que serão
mobilizados para o desenvolvimento da competência. O processo de detalhamento da
Organização Curricular é apresentado a seguir.

23
3.Como realizar o detalhamento da Organização Curricular?

Como já é de conhecimento, a Organização Curricular dos cursos de Habilitação Profissional


Técnica de Nível Médio, Especialização Técnica de Nível Médio, Qualificação Profissional e
Aprendizagem Profissional é composta por Unidades Curriculares que desenvolvem
competências e Unidades Curriculares de Natureza Diferenciada, que visam à articulação ou à
vivência das competências do Perfil Profissional de Conclusão do curso. Para realizar o
detalhamento da Organização Curricular, há cinco passos ou etapas:

3.1. Redigir os indicadores de competência

Os indicadores são parâmetros que ajudam a identificar as principais etapas de desenvolvimento


de uma competência. A partir deles, o docente planeja as situações de aprendizagem,
acompanha o processo de ensino-aprendizagem do aluno e avalia seu desempenho. Nesse
contexto, os indicadores possibilitam verificar se o aluno desenvolveu ou não a competência,16
informando o nível de aprendizagem relativa ao desenvolvimento de cada uma. As perguntas
que ajudam na definição dos indicadores são as seguintes:

 O que indica se o aluno está desenvolvendo ou desenvolveu a competência?

 De que forma o aluno deve mobilizar os conhecimentos, as habilidades e as


atitudes/valores para que o desenvolvimento da competência seja constatado?

16Parasaber mais sobre os indicadores de competência, consultar o documento técnico: SENAC. DN. Avaliação da
aprendizagem. Rio de Janeiro, 2015. (Coleção de Documentos Técnicos Modelo Pedagógico Senac, 5).

24
São exemplos de indicadores:

 Seleciona o método de cocção, conforme os documentos orientadores e as boas


práticas para serviços de alimentação.

 Executa técnicas de cocção, considerando tempo, temperatura e característica dos


alimentos.
Competência: Preparar produções gastronômicas.
Qualificação Profissional Cozinheiro.

 Separa as mercadorias e os produtos, categorizando-os de acordo com suas


especificidades.
 Realiza a contagem, o fracionamento e a pesagem de mercadorias e produtos, de
acordo com o sistema de pesos e medidas.
Competência: Embalar e empacotar mercadorias e produtos.
Aprendizagem Profissional em Serviços de Supermercados.

 Seleciona os equipamentos de medição, conforme o risco ocupacional.


 Avalia os níveis de exposição aos riscos ocupacionais, conforme a legislação.
Competência: Monitorar riscos ocupacionais.
Habilitação Profissional Técnica de Nível Médio em Segurança do Trabalho.

25
 Acolhe hóspedes e demais clientes, mantendo postura e apresentação, conforme as
normas de etiqueta profissional e do meio de hospedagem.
 Atende às necessidades do cliente, respeitando procedimentos e legislações vigentes.
Competência: Recepcionar e atender clientes no meio de hospedagem.
Qualificação Profissional Recepcionista em Meios de Hospedagem.

 Comunica-se utilizando a linguagem verbal e não verbal e recepciona o cliente de


acordo com seu perfil.
 Consulta a disponibilidade de serviços, mercadorias e produtos, conforme demanda
de clientes e fluxo de estoque.
 Apresenta e divulga mercadorias, produtos e serviços, utilizando ferramentas de
merchandising.
Competência: Realizar a venda.
Qualificação Profissional Vendedor.

Após elaborar os indicadores de uma competência, deve-se verificar se os enunciados estão


adequados, respondendo às seguintes perguntas:
 Explicita a aprendizagem esperada, evidenciando o desenvolvimento da competência?
 Está associado a mais de um elemento da competência?
 É de fácil entendimento por todos os envolvidos no processo?
 É verificável em ambiente de aprendizagem por meio de um ou mais instrumentos de
avaliação?
Para ser um indicador, a resposta deve ser afirmativa nas quatro perguntas.
Sobre os indicadores, é importante ressaltar ainda:
 Devem ter correspondência com os elementos de competência.
 Devem apresentar no enunciado a possibilidade de mobilizar sempre mais de um
elemento da competência.
 Precisam ser redigidos de forma clara e contextualizada, para que o docente tenha
parâmetros objetivos para a avaliação do aluno em ambiente pedagógico.
 Devem abranger ações observáveis ou relacionadas com processos cognitivos, podendo
estas ser verificadas por meio de instrumentos de avaliação. Por exemplo, para
indicadores em que consta “Identificar”, podem ser solicitados aos alunos relatórios,

26
registro de observação e análise de casos, uma vez que permitem aferir o desempenho
do aluno.
 Não devem apresentar nos enunciados a finalidade da ação a ser realizada, pois não faz
parte da estrutura para a escrita de indicadores, já que isso tornaria o texto longo e
levaria a repetir a própria competência.
 Caso o indicador não apresente contexto/condição em que ocorre o fazer previsto,
cumpre avaliar se realmente é um indicador ou se é um elemento de competência.
 É possível existirem indicadores com ação e objetos iguais e com apenas contextos
diferentes.
 Deve-se averiguar se a condição/contexto pressupõe as circunstâncias necessárias que
caracterizam o modo de realizar as ações previstas no indicador, pois é a
condição/contexto que dá parâmetros seguros para que o indicador cumpra sua função
de avaliação. Se a condição/contexto proposta for muito específica e limitada ou muito
ampla e genérica, dificilmente atingirá esse objetivo.
 É importante que, no momento de elaboração de um Plano de Curso, seja considerada
a viabilidade de verificação dos indicadores na oferta a distância, sem, contudo, diminuir
a exigência do processo avaliativo. Nesse caso, devem ser previstas alternativas, como
a realização de encontros presenciais ou a utilização de recursos tecnológicos que
assegurem o acompanhamento do desempenho do aluno. Caso a avaliação do indicador
exija a presença do aluno, o curso não poderá ser ofertado inteiramente a distância.
 Não há uma relação exata entre a carga horária da competência e a quantidade de
indicadores redigidos. Para definir a quantidade de indicadores presentes em uma
competência, é preciso avaliar a carga horária da competência, sua complexidade e os
elementos necessários para seu desenvolvimento. Vale ressaltar que a existência de
competências com uma extensa lista de indicadores ou com poucos indicadores pode
trazer dificuldades de avaliação para os docentes.

3.2. Redigir os elementos da competência

Os elementos da competência são os conhecimentos, as habilidades e as atitudes/valores que


são mobilizados de forma articulada no desenvolvimento da competência.

27
Para garantir a operacionalidade do modelo curricular proposto, é necessário definir cada
elemento, lembrando que todos estão inter-relacionados na prática educativa e profissional.17

Para redação dos elementos da competência, é preciso estar atento aos seguintes aspectos:

 Os elementos devem estar diretamente relacionados com a competência e podem estar


relacionados com mais de um indicador. Um indicador sempre mobilizará mais de um
elemento, para evidenciar o desenvolvimento da competência. Desse modo, os
indicadores são importantes referências para a definição do recorte que se dará ao
elemento a ser mobilizado.
 Os elementos podem repetir-se em várias competências, caso sejam comuns entre elas.
Isso ocorre porque, para o desenvolvimento das competências de um Perfil Profissional
de Conclusão, pode ser que seja necessário mobilizar os mesmos conhecimentos,
habilidades ou atitudes/valores em diferentes competências. A falta de clareza em
relação a esse princípio pode gerar tanto o excesso de pré-requisitos nos cursos, o que
dificulta sua operacionalização, quanto a ausência de elementos que são necessários
para o desenvolvimento de uma competência, o que poderá comprometer a aprovação
na Unidade Curricular. A presença de um mesmo elemento em diferentes competências
do Perfil Profissional significa que esse elemento será mobilizado de maneira articulada
aos demais para o desenvolvimento de cada competência.

3.2.1. Definir o recorte dos conhecimentos

São os conceitos, as informações, os princípios científicos e as disposições legais que


fundamentam a ação profissional. Para identificar quais são os conhecimentos necessários no
contexto da competência, a pergunta que deve ser feita é: o que o aluno precisa saber para
desempenhar o fazer profissional descrito na competência?

Para a redação desse elemento, deve-se explicitar apenas o recorte específico do conhecimento
relativo à competência, evitando-se utilizar categorias amplas ou temas genéricos, que gerem
dúvidas aos docentes no momento de planejar as aulas. O exemplo a seguir ilustra o recorte que
deve ser priorizado na redação dos conhecimentos:

Inadequado Adequado
Matemática básica Cálculo de entrega de mercadoria
Legislação trabalhista CLT: direitos e deveres
Anatomia Vascularização dos membros inferiores

17Para saber mais sobre a relação dos elementos de competência com a prática docente, consultar o documento
técnico: SENAC. DN. Planejamento docente. Rio de Janeiro, 2015. (Coleção de Documentos Técnicos Modelo
Pedagógico Senac, 3).

28
No que se refere ao elemento conhecimento, ressalta-se a importância de inserir o recorte que
deverá ser dado a cada competência em específico, uma vez que os elementos são elencados
de acordo com a competência. Caso não haja distinção entre o recorte, isso não significa que
esse elemento deverá ser abordado pelos docentes repetidas vezes. O planejamento integrado
do curso visa a, entre outras coisas, evitar situações como essa. Os conhecimentos são descritos
com o recorte do que deve ser abordado no contexto específico da Unidade Curricular. Por
exemplo, no curso Habilitação Profissional Técnica em Enfermagem, o conhecimento
relacionado com a “Política Nacional de Humanização (Ministério da Saúde)” está distribuído,
nas Unidades Curriculares, a partir do seguinte recorte:

Unidade
Conhecimento
Curricular
Política Nacional de Humanização: princípios, diretrizes, métodos, equipe
UC1
transdisciplinar de referência, apoio matricial, clínica ampliada e redes de atenção.
UC5 Política Nacional de Humanização (Ministério da Saúde): escuta ativa e acolhimento.
Humanização: acolhimento e ambientação do cliente e acompanhantes no ambiente
UC9
cirúrgico.
Acolhimento e humanização na unidade de terapia intensiva: responsabilidades, fluxo
UC15 de atendimento, protocolos, atuação da equipe interdisciplinar e aspectos éticos e
legais.

Considerando a lógica explicitada, seguem alguns exemplos de conhecimentos acionados para


o desenvolvimento da competência “Recepcionar e atender clientes no meio de hospedagem”,
do curso Recepcionista em meios de hospedagem:

 Cenário, impactos e tendências do turismo e da hotelaria no Brasil, na região e no


município.
 Conceitos de hospitalidade.
 Diversidade cultural: hábitos e costumes culturais/religiosos.
 Associações e órgãos reguladores relacionados com o turismo e a hotelaria.
 Estrutura e organograma dos meios de hospedagem.
 Cargos e funções do meio de hospedagem.
 Tipo e perfil do consumidor de meios de hospedagem.
 Procedimentos, normas e rotinas do meio de hospedagem.
 Políticas de atendimento ao cliente em meios de hospedagem (presencial, por telefone,
além do atendimento a pessoas com deficiência).

Para verificar se os conhecimentos definidos estão adequados, sugere-se que sejam respondidas
positivamente às seguintes perguntas:

29
 O conhecimento indicado corresponde ao que o aluno precisa saber para desempenhar
o fazer profissional descrito na competência?

 É um recorte específico dos saberes da ocupação?

 É plenamente mobilizado para o desempenho da competência?

 Explicita o grau de complexidade a ser abordado com os alunos?

Para os cursos de Aprendizagem Profissional, deverá ser acrescido, ao final da listagem dos
conhecimentos de cada competência, um quadro com o texto-padrão que menciona a
necessidade de contemplar os conteúdos de formação humana e científica previstos na
legislação e que subsidiam a Marcas Formativa específica da Aprendizagem. Na sequência,
devem ser indicados os conteúdos que podem ser abordados de maneira contextualizada na
respectiva competência. Esses aspectos serão abordados de maneira mais detalhada no item 3.3,
relativo às Marcas Formativas.

3.2.2. Redigir as habilidades

Habilidade é o elemento de competência que se refere ao saber fazer e consiste na realização


de determinadas práticas de ordem motora, cognitiva, socioemocional e de relação interpessoal
a serem mobilizadas de maneira articulada com os demais elementos da competência no
contexto da ocupação. As habilidades a serem indicadas nos Planos de Cursos devem ser aquelas
inerentes ao processo de trabalho da ocupação e pertinentes à referida competência.

Deve-se evitar a escrita de habilidades no nível do fazer prescrito no tempo (tarefas), de forma
genérica ou abrangente, ou, ainda, ainda, de forma que não remeta a fazeres claramente
relacionados à competência em questão. Por exemplo, “trocar fraldas”, “dar banho” e “escovar
os dentes” são tarefas realizadas pelo cuidador de idosos no âmbito da ocupação, o que requer
desse profissional a habilidade de “higienizar o idoso”.

Critérios para identificar uma tarefa:

Implica uma ação que modifica um objeto, observando condições dadas.


 Enquanto a função se centra no que se faz, a tarefa se refere usualmente ao como se
faz.
 Está integrada por um conjunto de passos (estes são operações elementares)
 É desenvolvida por um trabalhador, como parte de uma área de seu trabalho (de
uma função)
 É observável, verificável, repetível, mensurável no tempo.
FONTE: OIT. CERTIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS: Análise Qualitativa do Trabalho, Avaliação e Certificação de
Competências – Referenciais Metodológicos, p. 117 https://www.ilo.org/brasilia/publicacoes/WCMS_221433/lang--pt/index.htm

30
Um exemplo de escrita que, não raro, parece genérica demais é a habilidade18 de “comunicar-
se com clareza e objetividade”. Como “comunicar-se” é um fazer que, pela natureza da ação,
perpassa por todos os perfis profissionais, é preciso ter cuidado ao adotá-lo como uma das
habilidades no contexto das competências, verificando se realmente é um saber fazer inerente
àquela competência. Por exemplo, para as ocupações de Operador de telemarketing e
Recepcionista, “comunicar-se” é uma habilidade inerente ao processo de trabalho de ambas,
pois, independentemente das técnicas específicas de comunicação previstas nos conhecimentos
dos cursos, para essas ocupações é imprescindível o domínio dessa capacidade.

Uma habilidade pode ser necessária em mais de uma competência do curso ou, ainda, estar
presente em ocupações distintas.

As habilidades são desenvolvidas e aprimoradas no decorrer do processo educacional ao se


articularem com os demais elementos em contexto real ou simulado do trabalho.

Para redigir as habilidades, considere a seguinte estrutura: verbo no Infinitivo


(capacidade/destreza) + objeto

Exemplo:

Operar planilha de cálculo

Capacidade/destreza Objeto da operação

3.2.3. Redigir atitudes/valores

Atitudes e valores apresentam as disposições individuais sobre a percepção de mundo das


pessoas. Relacionam-se com as normas e os juízos que influenciam os comportamentos nas mais
diversas situações sociais que envolvem a prática profissional. Ao se articularem com os
conhecimentos e as habilidades, as atitudes/valores contribuem para dimensionar o
comprometimento relacional e social do profissional com o trabalho.

18Paramaior aprofundamento do assunto, recomenda-se o documento técnico Competência: SENAC. DN.


Competência. Rio de Janeiro, 2022. (Coleção de Documentos Técnicos Modelo Pedagógico Senac, 2).

31
Para identificar as atitudes/valores necessárias ao desenvolvimento da competência, deve-se
qualificar os valores habitualmente preconizados — como ética, cooperação e respeito — no
contexto da competência a ser desenvolvida, evitando valores genéricos ou abrangentes.

Para a redação do elemento atitudes/valores, considere a seguinte forma:

Substantivo (disposição a comportamentos esperados na ocupação)


+
A quem se dirige ou a que atende o comportamento (contexto da atividade profissional)

Exemplo:
Proatividade no encaminhamento das informações de cálculo
Indica uma
disposição A que atende o comportamento
individual
Objeto

Para verificar se as atitudes/valores definidas estão adequadas, sugere-se que se responda


positivamente às seguintes perguntas:

 Representa disposição a comportamentos compatíveis com a ocupação?

 A contextualização está relacionada com a competência?

Entre os elementos de competência, as habilidades e atitudes/valores tendem a apresentar


maior possibilidade de variação na forma como são redigidas. Com o objetivo de alinhar a escrita
desses elementos, no Apêndice 2 deste Guia é apresentada uma listagem com a escrita
padronizada de habilidades e atitudes/valores de maior ocorrência nos Planos de Curso.

Ainda em relação às habilidades e atitudes/valores, é importante estar atento aos seguintes


aspectos:

I) As habilidades e atitudes/valores devem estar relacionadas diretamente com a competência


que lhes dão origem. No entanto, algumas habilidades e atitudes/valores mais amplas podem
ter escrita genérica. Exemplo:

Habilidades

 Comunicar-se de maneira assertiva.


 Mediar conflitos em situações de trabalho.

Atitudes/Valores

32
 Cordialidade no trato com as pessoas.
 Sigilo no tratamento de dados e informações.

II) É preciso ter atenção à redação da capacidade/destreza que se deseja expressar no enunciado
da habilidade, evitando confundi-la com os objetivos de aprendizagem. Um objetivo de
aprendizagem específica, em termos de ação docente, o que se espera que o aluno alcance ao
fim de um processo educativo; portanto, não se traduz em habilidades a serem mobilizadas no
âmbito das competências. Exemplos de objetivos de aprendizagem que comumente se
confundem com habilidades: “desenvolver destreza manual e coordenação motora” e
“demonstrar visão sistêmica”.

III) Na redação da habilidade, não se deve abordar o contexto ou a finalidade da ação expressa,
e nem a condição para ocorrência desse fazer, sob o risco de a redação da habilidade ser
confundida com a redação do indicador. Assim, por exemplo, “acompanhar e perceber a reação
da pele durante os procedimentos de peeling e estímulos eletroterápicos” apresenta a condição
para a ocorrência do fazer. Uma possibilidade seria retirar o contexto e centrar a redação do
enunciado na ação principal da habilidade: “identificar as reações da pele”.

IV) Uma habilidade denota ação, enquanto as atitudes/valores apresentam disposições e formas
de percepção de mundo. A depender das características da competência, um termo pode ser
apresentado como habilidade ou como atitude/valor. Exemplo: um curso apresenta a habilidade
“ser proativo na resolução de problemas”. Essa habilidade duplica-se, no mesmo curso, na
atitude/valor “proatividade na resolução de problemas”. Nesse caso, o mais indicado é que o
grupo elaborador opte por um elemento ou outro.

V) Evitar a redação de habilidades com muitas ações/atividades em um mesmo enunciado.


Exemplo: “Pesquisar, selecionar e organizar dados e informações para o projeto”.

VI) Evitar a redação de atitudes/valores com muitos substantivos em um mesmo enunciado.


Exemplo: “Respeito, cordialidade, empatia, flexibilidade e dinamismo no atendimento aos
diferentes tipos de clientes”.

3.3. identificar os elementos de competência relacionados às Marcas Formativas

Derivadas dos princípios educacionais do Senac, as Marcas Formativas Senac são pautadas no
mundo do trabalho e representam o compromisso da Instituição com a formação integral do
profissional e do cidadão. Enquanto atributos que compõem o perfil profissional de conclusão

33
do egresso, as Marcas Formativas são características predominantemente socioemocionais a
serem evidenciadas e fomentadas nos alunos ao longo do processo formativo.

Além de explicitadas no perfil profissional de conclusão, é possível identificar no detalhamento


das unidades curriculares e nas orientações metodológicas do curso a presença das Marcas.
Nesse sentido, na elaboração dos elementos de competência, além de considerar os
conhecimentos, as habilidades e as atitudes/valores imprescindíveis para realização do fazer
profissional, é importante identificar as marcas formativas associadas a esses elementos de
competência.

De acordo com as especificidades de cada curso, o Grupo Elaborador deve avaliar como as
Marcas estão contempladas nas Unidades Curriculares, tendo em vista inserir nas orientações
metodológicas boas práticas, metodologias e elementos de competência que podem contribuir
para a evidência das Marcas Formativas ao longo do curso.

Para subsidiar esse processo, seguem alguns exemplos de como as Marcas Formativas podem
estar associadas aos elementos de competência:

Marcas Descrição Plano de Curso


Formativas
Refere-se à articulação dos Curso: Cuidador de idoso
elementos de competência Unidade Curricular: Estimular a
(Conhecimentos, Habilidades, independência e autonomia do
Atitudes e Valores) para o exercício idoso em suas atividades de
do fazer profissional competente. vida diária
Compreende a visão sistêmica e a Elementos de Competência:
atitude investigativa, bem como o Conhecimentos:
Domínio compromisso com seu Envelhecimento ativo: definição
técnico- desenvolvimento permanente. A e determinantes - culturais,
científico evidência dessa marca sinaliza a comportamentais, pessoais,
realização, pelo aluno, dos fazeres sociais e econômicos.
profissionais previstos nos perfis de Habilidades: Identificar os
conclusão com foco em soluções, aspectos do próprio trabalho
selecionando técnicas e instrumentos que interferem na residência
pertinentes ao contexto de cada Atitudes/valores: Respeito aos
ocupação e propondo os melhores limites de atuação profissional.
meios para a resolução de problema
Refere-se à capacidade de analisar Curso: Cuidador de idoso
situações, informações e atitudes e Unidade Curricular: Estimular a
tomar decisões de forma independência e autonomia do
fundamentada e objetiva. O aluno do idoso em suas atividades de
Visão Crítica
Senac compreende e problematiza o vida diária
contexto no qual se insere, investiga Elementos de Competência:
causas e relações, é capaz de refletir Conhecimentos: Violência
sobre suas escolhas e sobre os contra o idoso: tipos;

34
impactos de suas ações, além de indicadores de maus tratos;
propor transformações para a encaminhamentos.
realidade em que vive. É capaz, Habilidades: Mediar conflitos
assim, de conceber novas nas situações de trabalho.
possibilidades e Atitudes/valores: Iniciativa no
identificar as melhores soluções, planejamento das atividades
contribuindo para o aprimoramento com o idoso.
dos processos produtivos e da
comunidade.
Refere-se à análise permanente do Curso: Cuidador de idoso
campo de atuação profissional em Unidade Curricular: Estimular a
um contexto complexo e incerto. Essa independência e autonomia do
marca evidencia a capacidade de idoso em suas atividades de
desenvolver, propor e utilizar vida diária
diferentes estratégias diante de Elementos de Competência:
desafios, com vistas a implementar Conhecimentos: Mercado de
mudanças no ambiente de trabalho trabalho para o Cuidador de
ou criar novos negócios. O aluno do Idoso: atribuições, campos e
Senac, aberto a novas ideias, limites de atuação; Classificação
Criatividade e
identifica oportunidades, demonstra Brasileira de Ocupações - CBO
Atitude
iniciativa, autonomia e dinamismo (5162-10), Projetos de Lei
Empreendedora em diferentes situações de trabalho. vigentes; empregabilidade,
empreendedorismo,
apresentação pessoal, e
planejamento de carreira.
Habilidades: Organizar o
ambiente de permanência do
idoso.
Atitudes/valores: Atitude
propositiva no desenvolvimento
do trabalho
Refere-se aos princípios da Curso: Cuidador de idoso
sustentabilidade social, econômica e Unidade Curricular: Estimular a
ambiental, de forma a promover o independência e autonomia do
consumo consciente, o uso racional idoso em suas atividades de
dos recursos naturais e vida diária
organizacionais, a cidadania, o Elementos de Competência:
respeito à diversidade e à ética nas Conhecimentos: Ambiência:
relações interpessoais e profissionais. conceito, mobilidade,
O aluno do Senac avalia diferentes segurança, higiene, organização
Atitude
contextos e faz escolhas orientadas e adaptações no
sustentável pela busca do equilíbrio entre a ambiente respeitando valores
preservação ambiental, o morais, culturais, éticos e
desenvolvimento econômico e a religiosos
equidade social, além de fortalecer os Habilidades: Organizar o
vínculos comunitários e o ambiente de permanência do
compromisso com as organizações e idoso.
as gerações futuras. Atitudes/valores:
Responsabilidade
socioambiental.

35
Refere-se à promoção de relações Curso: Cuidador de idoso
interpessoais éticas e construtivas e Unidade Curricular: Estimular a
ao uso eficaz da comunicação em independência e autonomia do
variados contextos. A marca idoso em suas atividades de
evidencia vida diária
que o aluno do Senac trabalha em Conhecimentos: Comunicação
equipe, exerce a escuta ativa e pode verbal e não verbal: barreiras
Colaboração e utilizar diferentes linguagens, mídias comunicacionais (idioma,
Comunicação e tecnologias para se expressar e inibição, estereótipo,
compartilhar informações, deficiências, agressividade,
experiências e ideias. Para atingir os dentre outros), estratégias de
objetivos comunicação com o idoso.
em comum, compartilha a Habilidades: Comunicar-se de
responsabilidade pelo trabalho maneira assertiva.
realizado de Atitudes/valores: Cordialidade e
modo colaborativo empatia no trato com as pessoas
Refere-se às condições para viver e Curso: Cuidador de idoso
trabalhar na sociedade em rede, Unidade Curricular: Estimular a
considerando a apropriação dos independência e autonomia do
meios digitais para participar e idoso em suas atividades de
comunicar vida diária.
conteúdos, produtos e serviços. O Elementos de Competência:
aluno do Senac utiliza ferramentas Conhecimentos: Dependência,
digitais para a realização do seu independência e autonomia do
trabalho e para o seu idoso: conceitos, ações e
Autonomia
aprimoramento. importância do estímulo e
Digital Busca se atualizar sobre as manutenção.
tecnologias relacionadas à sua área e Habilidade: Comunicar-se de
identifica oportunidades para maneira assertiva.
incorporá-las às suas atividades, Atitudes/valores: Iniciativa no
assumindo postura crítica em relação planejamento das atividades
às informações e fontes disponíveis, com o idoso.
bem como
respeitando os princípios da
segurança da informação

3.3.1. Relacionar a Marca Formativa específica do aprendiz do Senac

O jovem aprendiz do Senac, quando egresso da instituição, deve apresentar, além das Marcas
Formativas, o protagonismo juvenil, social e econômico, Marca específica do programa de
Aprendizagem Profissional Comercial do Senac, que sintetiza os conteúdos de formação humana
e científica contidos nos incisos X, XI e XII das diretrizes relacionadas no art. 336 da Portaria MTP
671/2021.

Essa Marca reforça o compromisso da instituição com a formação integral do ser humano,
considerando aspectos relacionados com o mundo do trabalho e o exercício da cidadania. Tal
perspectiva propicia o comprometimento do aluno com a qualidade do trabalho e o

36
desenvolvimento de uma visão ampla e consciente sobre sua atuação profissional e sua
capacidade de transformação da sociedade.

No quadro a seguir, relaciona-se a Marca Formativa específicas da Aprendizagem com os


elementos ligados diretamente a cada uma delas. Os conteúdos de formação humana e
científica, no Plano de Curso, devem ser incluídos de forma integrada às Unidades Curriculares
que compõem os cursos de Aprendizagem.

Marcas Conteúdos de formação humana e científica*


a) comunicação oral e escrita, leitura e compreensão de textos;
b) raciocínio lógico-matemático, noções de interpretação e análise de
dados estatísticos;
c) noções de direitos trabalhistas e previdenciários, de saúde e
Protagonismo segurança no trabalho, de direitos humanos e do Estatuto da Criança e
juvenil, social do Adolescente - ECA;
e econômico d) empreendedorismo, com enfoque na juventude;
e) educação financeira;
f) informações sobre o mercado e o mundo do trabalho; e
g) inclusão digital, letramento digital, ferramentas de produtividade tais
como editores de texto, planilhas, apresentações e outros.
* Inciso X do artigo 336 da Portaria MTP nº671/2021.

Nos Planos de Cursos de Aprendizagem Profissional devem ser selecionados os conteúdos


previstos na Portaria MTP nº 671/2021 que se relacionam com a proposta de cada competência,
sendo redigidos logo abaixo dos elementos de cada competência, em uma relação de
proximidade e contexto com o que é abordado naquela Unidade Curricular especificamente. É
importante ressaltar que a seleção é feita de modo que esses conteúdos sejam complementares
aos elementos da competência trabalhada na referida Unidade Curricular.

3.4. Definir as Unidades Curriculares de Natureza Diferenciada

A inclusão das Unidades Curriculares de Natureza Diferenciada nos Planos de Cursos Nacionais
deve atender aos seguintes critérios:

 Projeto Integrador: deve compor, obrigatoriamente, a Organização Curricular dos


cursos de Educação Profissional Técnica de Nível Médio. Na elaboração desses Planos
de Cursos, é preciso redigir propostas de temas geradores para os Projetos Integradores.

 Estágio Profissional Supervisionado: deve constar na Organização Curricular dos Planos


de Cursos Nacionais, nos casos em que a legislação da ocupação versar sobre a
obrigatoriedade de cumprimento do estágio.

37
 Prática Integrada das Competências: pode constar na Organização Curricular dos Planos
de Cursos Nacionais dos cursos técnicos dos segmentos de Beleza e Saúde.

 Prática Profissional da Aprendizagem: deve compor, obrigatoriamente, a Organização


Curricular dos Planos de Cursos Nacionais de Aprendizagem.

 Prática Profissional Supervisionada: não consta nos Planos de Cursos Nacionais, mas
pode estar presente nas versões regionais.

A inserção na Organização Curricular da Prática Profissional Supervisionada e do Estágio


Profissional Supervisionado, nos casos em que este último não for obrigatório, ficará a critério
de cada Departamento Regional, de acordo com a infraestrutura disponível nas unidades
educacionais e com as possibilidades que o mercado de trabalho oferece na região. Caso o
Departamento Regional opte por ofertá-los, eles serão agregados à estrutura curricular do Plano
de Curso Nacional como Unidade Curricular com carga horária suplementar, constituindo, assim,
uma versão regional do Plano de Curso Nacional. Veja o exemplo a seguir:

HABILITAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA EM ESTÉTICA

CARGA HORÁRIA DO PLANO DE CURSO NACIONAL 1.200h

PC DR1 PC DR2

Oferece 200h de Prática Não oferece


Profissional Supervisionada Prática Profissional Supervisionada

Carga horária total: 1.400h Carga horária total: 1200h

3.4.1. Redigir propostas de temas geradores para o Projeto Integrador

Durante o desenvolvimento do Plano de Curso, no detalhamento da Unidade Curricular Projeto


Integrador, deve-se propor no mínimo dois ou mais temas geradores que possam servir de base
para o desenvolvimento de Projetos Integradores. Os temas geradores apresentam o assunto
do Projeto e indicam perspectivas para sua problematização, formuladas de maneira a promover
a articulação das competências e a evidenciar as Marcas Formativas.

Assim, nos Planos de Cursos Nacionais devem constar o tema gerador do Projeto, alguns indicativos
de desafios e possíveis estratégias metodológicas (visita técnica, estudo de situações-problema,
entre outras), considerando-se a necessidade de maior ou menor direção das propostas. Destaca-
se ainda que a complexidade dos temas geradores propostos deve considerar as especificidades do
curso e de seu público-alvo, como idade, escolaridade e carga horária.

38
Para os cursos que possuem certificação intermediária, é necessário redigir propostas de temas
geradores do Projeto Integrador para cada Qualificação Profissional Técnica de Nível Médio.
Nesses casos, devem ser redigidos temas geradores que integrem as competências de cada
Qualificação Profissional Técnica. Considerando que as Qualificações estão no itinerário de um
mesmo Perfil Profissional, o tema gerador de cada Projeto precisará relacionar-se com os
demais, colaborando para a articulação das competências da Habilitação Profissional Técnica de
Nível Médio. Nesse sentido, recomenda-se que os Projetos Integradores das Qualificações
Profissionais Técnicas representem entregas parciais do Projeto Integrador da Habilitação
Profissional Técnica de Nível Médio, que é transversal a todo o curso.

As indicações para redação de temas geradores estão relacionadas a seguir:

 O tema gerador deve apresentar um contexto a partir do qual se desdobrem desafios,


resolução de problemas ou melhoria de um processo ou atividades de trabalho,
permitindo, em sua execução, mobilizaras competências do perfil profissional. Tal
desdobramento deverá ser realizado pelo docente no momento de planejar sua ação
pedagógica.
 Quanto mais o tema gerador e seus desafios aproximarem-se da realidade ou do
exercício profissional efetivo, mais adequados eles serão.
 Para todos os cursos em que a relação direta com os clientes é uma das características
fundamentais da ocupação, sugere-se focar o tema na diversificação do público a ser
atendido.
 São viáveis temas geradores que demandem a análise crítica da atuação profissional e
dos processos de trabalho da ocupação ou do setor onde ela é exercida. A partir dessa
análise, podem ser desenvolvidas propostas de melhoria na atuação profissional ou nos
processos de trabalho.
 No tema gerador, devem estar presentes os indicativos de resultados a serem
alcançados, e em sua proposta deve estar prevista a possibilidade de desenvolvimento
do ciclo completo de ação-reflexão-ação.
 O tema gerador deve ser compatível como o desenvolvimento das Marcas Formativas
Senac.

Para exemplificar, seguem temas geradores propostos para o curso de Qualificação Profissional
Recepcionista em meios de hospedagem:

Proposta 1: Atendimento à diversidade em A partir desse tema, os docentes deverão propor


meios de hospedagem aos grupos desafios que envolvam o atendimento

39
a públicos diversificados, tais como: pessoas com
deficiência, hóspedes no contexto da diversidade
cultural, religiosa, de gênero, faixa etária, entre
outros. O desafio proposto deve considerar ainda
a dinâmica do segmento da hospedagem e as
especificidades das demandas regionais.
Prioritariamente, deve ser uma questão real do
mundo do trabalho. Quando não for possível
apresentar um problema de uma empresa real, é
indicada a utilização de casos fictícios que
retratem situações e personagens possíveis em
um meio de hospedagem.

Proposta 2: Estabelecimento de padrões de Nos meios de hospedagem, são prestados


qualidade na recepção em meios de serviços que exigem a definição de padrões de
hospedagem qualidade e excelência no atendimento, uma vez
que são muitos os desafios relacionados com o
atendimento de hóspedes. A partir desse
contexto, os docentes poderão propor questões
aos grupos com foco no estabelecimento de
padrões de excelência para a recepção em meios
de hospedagem. Para proposição desses desafios,
é necessário considerar as particularidades do
tipo/classificação do meio de hospedagem, do
perfil do público e das especificidades regionais.

Observa-se que os exemplos citados apresentam a situação-problema que desencadeará as


demais etapas do Projeto, sendo estas definidas na etapa de planejamento.

Ao se elaborar Planos de Cursos Nacionais, não há necessidade de redação de indicadores para


nenhuma das Unidades Curriculares de Natureza Diferenciada, pois os indicadores dessas
Unidades Curriculares têm escrita padronizada. Os indicadores das Unidades Curriculares de
Natureza Diferenciada são detalhados no documento técnico Avaliação da aprendizagem.19

19SENAC. DN. Avaliação da aprendizagem. Rio de Janeiro, 2015. (Coleção de Documentos Técnicos Modelo
Pedagógico Senac, 5).

40
Os indicadores do Projeto Integrador estão focados nos objetivos estratégicos dessa ação
pedagógica. Para a avaliação do Projeto Integrador, foram propostos os indicadores que deverão
ser inseridos no Plano de Curso Nacional, conforme a seguir:

 Cumpre as atividades previstas no plano de ação, conforme desafio identificado no tema


gerador.

 Apresenta resultados ou soluções, de acordo com as problemáticas do tema


gerador e os objetivos do Projeto Integrador.

 Mobiliza as Marcas Formativas na proposição de estratégias e soluções de acordo com


o contexto e os desafios apresentados.20

3.4.2. Apresentar a organização do Estágio Profissional Supervisionado

O estágio é o ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho e que


visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino
regular em instituições de educação superior, educação profissional, Ensino Médio, educação
especial e anos finais do Ensino Fundamental na modalidade da Educação Profissional de Jovens e
Adultos.21 Seu objetivo é propiciar condições para a integração dos alunos no mundo do trabalho,
assegurando-lhes vivências profissionais em ambiente real de trabalho.

Na Organização Curricular dos Planos de Cursos Nacionais, constará como Unidade Curricular
de Natureza Diferenciada obrigatória somente o Estágio Profissional Supervisionado previsto
por determinações de órgãos de classe, estando devidamente descrito no Catálogo Nacional de
Cursos Técnicos vigente. No entanto, os Departamentos Regionais podem optar por oferecer
estágio em cursos nos quais não há exigência legal para sua realização, acrescentando essa
Unidade Curricular à versão regional do Plano de Curso Nacional.

Para a avaliação do estágio profissional, foram propostos os seguintes indicadores, que deverão
ser inseridos no Plano de Curso:

 Atende ao compromisso assumido no prazo determinado, respeitando as normas do


estabelecimento.

20
Esse último indicador tem como função avaliar o progresso dos alunos em relação às Marcas Formativas, que são
as características a serem evidenciadas pelos alunos ao longo do processo formativo. Importante ressaltar que serve
para reforçar a importância da observação e registro pelo docente e para acompanhamento institucional, não sendo
considerado para fins de reprovação do aluno.
21BRASIL. Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de alunos […]. Diário Oficial da União,

Brasília, DF, 26 set. 2008.

41
 Elabora os relatórios que apresentam os resultados do estágio com coerência e coesão,
posicionando-se a partir da visão crítica e do fazer profissional no segmento de atuação.

 Realiza o estágio conforme o plano de atividades, demonstrando comprometimento


com a prática profissional.

3.4.3. Apresentar a organização da Prática Profissional Supervisionada

A Prática Profissional Supervisionada consiste em atividades orientadas e acompanhadas pelos


docentes, desenvolvidas nas instalações da unidade operativa ou em regime de parceria com
empresas do setor produtivo que estão diretamente relacionadas com o curso. Tem por objetivo
propiciar aos alunos condições para conhecer e vivenciar, em situação real de trabalho,
atividades e práticas relacionadas com sua formação, de forma a favorecer sua integração e
inserção no mundo do trabalho.

A Prática Profissional Supervisionada não é obrigatória nos cursos do Senac, mas estimulada
como complemento para a formação do aluno. Considerando as diversidades regionais, decidiu-
se não incluir a Prática Profissional Supervisionada como Unidade Curricular obrigatória no
Plano de Curso Nacional. Os Departamentos Regionais que têm as condições necessárias para
sua realização e optem por sua inclusão em seus cursos poderão inserir Prática Profissional
Supervisionada como Unidade Curricular de Natureza Diferenciada na Organização Curricular do
curso.

Para a avaliação da Prática Profissional Supervisionada, foram propostos os seguintes


indicadores, que deverão ser inseridos no Plano de Curso:

 Atende ao compromisso assumido no prazo determinado, respeitando as normas da


prática profissional.
 Realiza a prática profissional conforme a descrição das atividades, demonstrando
comprometimento com o fazer profissional.

3.4.4. Apresentar a organização da Prática Profissional da Aprendizagem

Entende-se como Prática Profissional da Aprendizagem as atividades profissionais


metodicamente organizadas em tarefas de complexidade progressiva desenvolvidas no
ambiente de trabalho.22

22BRASIL. Lei nº 10.097, de 19 de dezembro de 2000. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 dez. 2000.

42
No entanto, a Portaria nº 1.005/2013 (artigo 11, § 1º)23 destaca que “a carga horária prática do
curso poderá ser desenvolvida, total ou parcialmente, em condições laboratoriais, quando
essenciais à especificidade da ocupação objeto do curso, ou quando o local de trabalho não
oferecer condições de segurança e saúde ao aprendiz”.

A Prática Profissional da Aprendizagem abrange atividades pedagógicas, sob a orientação da


entidade qualificada, em formação técnico-profissional e vivência na empresa sob a orientação
do empregador.24

A seguir, são apresentados os indicadores que deverão constar no Plano de Curso:

 Atende ao compromisso assumido no prazo determinado, respeitando as normas da


Prática Profissional da Aprendizagem.

 Apresenta os resultados da Prática Profissional da Aprendizagem com coerência e


coesão, posicionando-se a partir da visão crítica e do fazer profissional no segmento de
atuação.
 Realiza a Prática Profissional da Aprendizagem conforme a descrição das atividades,
demonstrando comprometimento com o fazer profissional.

3.4.5. Apresentar a organização da Prática Integrada das Competências25

A Prática Integrada das Competências é indicada para cursos nos quais as atividades pedagógicas
integradoras dos fazeres profissionais, desenvolvidas nas Unidades Curriculares e no Projeto
Integrador, não são suficientes para garantir o desenvolvimento da visão holística do
profissional em relação ao paciente/cliente. Essa é uma característica de alguns cursos técnicos
dos segmentos de Beleza e Saúde, como o curso de Técnico em Estética, no qual é necessário o
aporte de carga horária específica para integração dos fazeres profissionais.

Os objetivos da Prática Integrada, nesse sentido, são:

 Promover um espaço de integração, mobilização e articulação das competências do


curso.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria nº 723, de 23 de abril de 2012. Diário Oficial da União, Brasília,
DF, 24 abr. 2012.
23BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria nº 1.005, de 1º de julho de 2013. Diário Oficial da União,

Brasília, DF, 2 jul. 2013.


24 Decreto nº 5.598/2005, normatizado pela Portaria MTE nº 723/2012, alterada pela Portaria MTE nº 1.005/2013.
25Essa Unidade Curricular de Natureza Diferenciada pode compor a organização curricular apenas dos cursos dos

segmentos de Beleza e Saúde.

43
 Propiciar aos alunos ampla vivência do processo de trabalho, de forma a favorecer sua
inserção no mundo do trabalho.
 Evitar que o aluno foque sua atenção apenas nos aspectos procedimentais da ocupação.
 Propiciar aos alunos a compreensão e o atendimento das necessidades do
paciente/cliente como um todo.

A Prática Integrada das Competências diferencia-se da Prática Profissional Supervisionada,


porque, enquanto na última exige-se do aluno, para o desenvolvimento integrado das
competências, a realização de fazeres em ambientes que apresentem situações reais de
trabalho, na primeira a realização desses fazeres dá-se no espaço da própria instituição de
ensino, no âmbito controlado do fazer pedagógico, ou seja, não é necessária a reprodução de
ambientes reais de trabalho, nem a execução de estrutura de estágio.

Os indicadores da Prática Integrada das Competências são:

 Cumpre o compromisso assumido no prazo determinado, respeitando as normas


estabelecidas da Prática Integrada das Competências.

 Realiza a Prática Integrada das Competências conforme a descrição das atividades,


demonstrando comprometimento com o fazer profissional.

 Articula as competências do curso para o desenvolvimento das atividades da Prática


Integrada das Competências.

O quadro a seguir apresenta as principais características da Prática Profissional Supervisionada,


do Estágio Profissional Supervisionado e da Prática Integrada das Competências:

Prática Profissional Estágio Profissional Prática Integrada das


Variáveis
Supervisionada Supervisionado Competências
Interna (empresas Somente externo Ambiente pedagógico
pedagógicas) ou onde acontecem as
Ambiente
externa (parcerias) aulas práticas – interno
ou externo (parcerias)
Orienta, acompanha Orienta (presença Orienta, acompanha e
e supervisiona no campo de supervisiona (presença
Ação docente
(presença constante estágio conforme constante do docente)
do docente) legislação)
Atendimento a Externo (em Exercício por meio do
público interno e situação real de atendimento a público
Público atendido
externo (em situação trabalho) interno e/ou externo
real de trabalho)
Não existe legislação Lei nº11.788/2008 Não existe legislação
Legislação específica específica

44
Prática Profissional Estágio Profissional Prática Integrada das
Variáveis
Supervisionada Supervisionado Competências
Prevista como Previsto como Prevista como Unidade
Unidade Curricular Unidade Curricular Curricular de Natureza
Organização de Natureza de Natureza Diferenciada ou como
Curricular Diferenciada ou Diferenciada estratégica
como estratégica (conforme metodológica
metodológica legislação)
Vivência do trabalho Vivência no Vivência no exercício
trabalho das atividades
profissionais em uma
Perspectiva de
perspectiva que
aprendizagem
possibilite a visão
holística do
cliente/paciente

3.5. Calcular a carga horária

Deve-se prever o período adequado para a mobilização dos diversos elementos que compõem
a competência, ou seja, o número de horas mínimo considerado adequado para viabilizar o
desenvolvimento das competências do perfil. Para tanto, deve-se considerar a carga horária
total de cada curso, conforme Cadastro Nacional de Cursos Senac e outras fontes legais, que
estabelecem a carga horária mínima dos cursos. O cálculo da carga horária por Unidade
Curricular deve atender aos seguintes critérios:

1. Unidades Curriculares que desenvolvem competências: indica-se que a carga horária


tenha, no mínimo, 36 horas e, no máximo, 108 horas, em função da operacionalização
das Unidades Curriculares. Qualquer exceção deve ser amplamente debatida, justificada
e encaminhada para aprovação do Comitê Validador. Devem-se adotar, nessas Unidades
Curriculares, a carga horária que seja múltipla de 12, de forma a atender a escolas que
organizem encontros diários de três ou quatro horas. 26

2. Unidades Curriculares de Natureza Diferenciada: para essas Unidades Curriculares, o


cálculo da carga hora deve ser realizado da seguinte forma:

 Projeto Integrador: para cursos de Qualificação Profissional, o Projeto


Integrador deve ter carga de no máximo 10% da carga horária total do curso.
Para cursos de Habilitação Profissional Técnica, sem certificação intermediária,
e de Especialização Técnica, a carga horária do Projeto Integrador deve ter o

26Essa regra aplica-se aos cursos de Aprendizagem, Qualificação Profissional, Habilitação Profissional Técnica de Nível

Médio e Especialização Técnica. Para os cursos de formação inicial e continuada que desenvolvem competências e
que serão desenvolvidos regionalmente, fica a cargo do Departamento Regional optar por adotar ou não a regra.

45
máximo de 5% do total do curso. Para cursos de Habilitação Profissional Técnica
com certificação intermediária, a Unidade Curricular Projeto Integrador deve ter
carga horária de 5% a 10% da carga horária total do curso. Para cursos de
Aprendizagem Profissional Comercial, a carga horária das Unidades Curriculares
Projetos Integradores devem ser de, no máximo, 10% da carga horária total do
curso.

 Estágio Profissional Supervisionado: a carga horária dessa Unidade Curricular de


Natureza Diferenciada deverá respeitar as indicações legais. Para os
Departamentos Regionais que incluírem o estágio regionalmente, a carga
horária deverá ser acrescida na matriz curricular e constar no Plano de Curso
desse Departamento Regional. Recomenda-se não exceder 50% da carga
horária total do curso.

 Prática Profissional Supervisionada: a carga horária deve ser definida de acordo


com a especificidade do curso e as possibilidades de oferta, como é o caso das
unidades operativas que têm empresas pedagógicas. No entanto, recomenda-
se que a carga horária dessa Unidade Curricular não ultrapasse o
correspondente a 50% da carga horária total do Plano de Curso Nacional. Por
exemplo, se um Departamento Regional deseja incluir uma Unidade Curricular
Prática Profissional no curso de Manicure e pedicure (no Plano de Curso
Nacional, tem 160h), essa Unidade Curricular deverá ter como referência o
máximo de 80h.

 Prática Profissional da Aprendizagem: a carga horária dessa Unidade Curricular


deve seguir o percentual indicado na legislação em vigor e ser definida na versão
regional do Plano de Curso Nacional.

 Prática Integrada das Competências: a carga horária deve corresponder a, no


máximo, 35% da carga horária do curso e estar prevista na Organização
Curricular dos Planos de Cursos Nacionais.

Em síntese, os cursos devem adotar a carga horária mínima prevista nos documentos
normatizadores e no cadastro de cursos do Senac. Portanto, após a indicação das cargas horárias
das Unidades Curriculares, deve-se realizar a compatibilização com a carga horária total do
curso, conforme documentos legais e institucionais.

Na matriz curricular do curso de Comprador, é possível visualizar a forma como a carga horária
total do curso foi distribuída entre as Unidades Curriculares:

46
Unidades Curriculares Carga Horária

UC3: Projeto
UC1: Selecionar e negociar com fornecedores 60h

Comprador
Integrador

(16horas)
UC2: Executar e supervisionar o processo de
84h
aquisição de produtos, mercadorias e serviços

Carga Horária Total 160h

4. Como elaborar os demais itens dos Planos de Cursos?

Após a definição do Perfil Profissional de Conclusão e do detalhamento da Organização


Curricular do curso, inicia-se a descrição dos demais aspectos dos Planos de Cursos, a partir das
seguintes etapas:

4.1. Redigir os requisitos de acesso

O item Requisitos de acesso descreve quais são as condições mínimas que o candidato precisa
apresentar para ingressar no curso, de acordo com a legislação e as diretrizes vigentes para cada
oferta.

Os itens essenciais para todos os cursos e modalidades são: idade mínima, escolaridade e
documentação. Em determinados casos, outros itens poderão ser incluídos, como idade máxima
para os cursos do Programa de Aprendizagem, conforme previsto em legislação, e saberes
específicos, previamente exigidos, conforme demanda do curso. No subitem Documentos exigidos
para matrícula, podem ser acrescidos, nas versões regionais do Plano de Curso Nacional,
documentos previstos pela legislação estadual de cada Departamento Regional.

Para auxiliar na definição dos requisitos, é importante consultar instruções normativas, o


Cadastro de Programações do Senac e as legislações vigentes, de acordo com o curso: legislação
trabalhista, legislação educacional (Catálogo Nacional de Cursos Técnicos), Lista das Piores
Formas de Trabalho Infantil (Lista TIP), Ministério da Economia, órgãos de classe e legislação dos
programas governamentais (Aprendizagem, entre outros).

47
4.2. Redigir a justificativa e os objetivos

A justificativa deve ser redigida em, no máximo, uma lauda. O primeiro parágrafo deve
apresentar, em linhas gerais, o contexto atual no qual se insere a ocupação e algumas tendências
com base em dados e informações de pesquisas, citando sempre a fonte. O segundo deve trazer
os desafios e as perspectivas atuais relacionadas com a ocupação e que, portanto, justificam a
oferta do curso. O último parágrafo deve concluir com a relevância social que a ocupação pode
assumir na sociedade. Quanto aos objetivos, há um texto-padrão que consta no modelo de
Plano de Curso e que deverá ser adotado.

4.3. Detalhar as orientações metodológicas

Esse item tem como objetivo contribuir para o planejamento e o desenvolvimento do curso. Na
máscara de Planos de Curso Nacionais há um texto padrão com orientações gerais que se
referem a todas as ofertas, pois norteiam o acompanhamento e a avaliação de competências no
contexto do Modelo Pedagógico Senac. De acordo com a demanda e a característica do curso,
deverá ser incluída a indicação de estratégias metodológicas específicas para cada Unidade
Curricular, com recomendações de atividades que contribuam para evidenciar as Marcas
Formativas e o desenvolvimento do Perfil Profissional de Conclusão.

No quadro a seguir são apresentados alguns exemplos de como as Marcas Formativas podem
ser incorporadas na prática docente de forma intencional e percebidas pelos alunos como
relevantes para sua atuação profissional.

Plano de Curso: Cuidador de Idoso

Unidades Curriculares: Recomendações de Atividades

1. Estimular a independência Autonomia digital: Ao ser estimulado a utilizar


e autonomia do idoso em diferentes ferramentas digitais para pesquisa sobre
novas tecnologias, aprimoramento profissional
suas atividades de vida
contínuo e diferentes formas de comunicação, o aluno
diária. é capaz de desenvolver uma postura crítica em relação
2. Cuidar da pessoa idosa em às informações e fontes disponíveis, se comunicar com
os familiares sobre as condições de saúde, as
suas atividades de vida
alterações e a evolução diária do idoso. Para isso, o
diária. aluno poderá utilizar ferramentas digitais como
3. Projeto Integrador WhatsApp, e-mails e questionários digitais, bem como
compartilhar artigos, textos que considerar
Cuidador de Idoso
interessante com as demais pessoas que fazem parte

48
da vida do idoso. Registrar a rotina de cuidados diários
exercidos em determinado período para
familiares/tutores e outros profissionais da equipe que
também atendem ao idoso.

Colaboração e Comunicação: Considerando a proposta


de trabalho colaborativa direcionada para as
orientações da equipe multiprofissional o cuidador é
capaz de compartilhar as responsabilidades e alcançar
seus objetivos com segurança. No que se refere a
comunicação, poderão ser utilizadas estratégias que
envolvam comunicação escrita e verbal, a fim de
ampliar as relações interpessoais construtivas em
variados contextos. Por exemplo: Com o uso do
simulador (restrições do idoso) diante do contexto de
um paciente que evolui com quadro de hemiparesia
após um AVC, poderão ser utilizados de diferentes
formas de comunicação para manter toda a equipe
ciente da situação do idoso, além de ações utilizando
formas de comunicação que favoreçam a compreensão
durante a realização das atividades de vida diária do
idosos como: higiene, alimentação e atividades de
lazer.

Visão crítica: A partir do uso do simulador pelos alunos,


é possível trabalhar os aspectos relacionados a
senilidade como falta de equilíbrio, diminuição da
acuidade visual e auditiva. A vivência possibilita que o
aluno desenvolva uma visão crítica que o leve a analisar
e tomar decisão diante de situações do cotidiano como
caminhadas, atividades de lazer como assistir TV ou a
leitura de jornais e revistas.

Flexibilidade: Aspectos relacionados a senilidade


também poderão ser trabalhados com o uso do
simulador. O aluno poderá ser estimulado a reavaliar
seus pontos de vista em relação a abordagem nos
cuidados de vida diário como ajuste na fala
considerando a experiência da acuidade auditiva
diminuída, ajuste em relação aos mobiliários no
domicílio considerando a acuidade visual diminuída.

Criatividade e iniciativa: O aluno será estimulado a


seguir o plano de cuidados diários do idoso, de forma a
realizar o gerenciamento do tempo considerando o

49
dinamismo da rotina diária exercendo o cumprimento
das suas ações com autonomia, agilidade.

Pode-se notar que existem inúmeras possibilidades de abordagem e de articulação das Marcas
Formativas nas unidades curriculares do curso, a depender das situações de aprendizagem que
podem ser planejadas pelos docentes e dos recursos disponíveis.

É importante também incluir nas orientações metodológicas da Unidade Curricular Projeto


Integrador como as Marcas Formativas podem ser trabalhadas durante o desenvolvimento do
projeto, de forma contextualizada com o perfil profissional. Faz-se necessário, ainda, garantir
nas orientações metodológicas indicações de estratégias que permitam evidenciar o
desenvolvimento das Marcas Formativas do Senac. No quadro, a seguir, são listadas algumas
estratégias específicas que remetem a cada uma das Marcas Formativas. Para indicação dessas
estratégias, devem-se levar em consideração as especificidades do Perfil Profissional de
Conclusão de cada oferta:

Marcas Formativas Estratégias Metodológicas


Domínio técnico-científico  Pesquisas
 Projetos
 Ações socioeducativas
 Debates
 Prática em laboratório, simuladores etc.
 Estudo de situações-problema
 Mapa mental
Criatividade e Atitude  Brainstorm
empreendedora  Elaboração de planos de negócio
 Estudo de situações-problema
 Visitas técnicas
 Entrevistas
 Seminários
 Palestras e debates
 Trabalho em equipe
Visão crítica  Análise do conhecimento prévio
(contextualização)
 Pesquisa
 Estudo de situações-problema
 Júri simulado e outras atividades que
contemplem a defesa de ideias e a
argumentação
 Autoavaliação
Atitude sustentável  Projetos
 Ação social
 Estudo de situações-problema

50
 Júri simulado e outras atividades que
contemplem a defesa de ideias e a
argumentação
 Visitas técnicas
 Palestras
Colaboração e  Ações com ferramentas colaborativas
comunicação  Realização de ações socioprofissionais
 Trabalho em equipe
 Dinâmicas de grupo
 Estudo de situações-problema
 Heteroavaliação

E, por fim, reconhecendo a importância do planejamento de carreira para o sucesso de qualquer


profissional, é preciso que os docentes tratem com os alunos temas como: projeto de vida,
mundo do trabalho, formas de inserção no mercado de trabalho, marketing e apresentação
pessoal, preparação de currículos e entrevista de emprego. O objetivo da inserção dessas
temáticas nas orientações metodológicas é reforçar a necessidade de um espaço para reflexão
sobre o percurso profissional, considerando as perspectivas pessoais dos alunos. Há texto-
padrão na máscara de Planos de Cursos Nacionais com sugestões e estratégias para a
abordagem desses temas no decorrer do curso, juntamente com o desenvolvimento da Marca
Formativa criatividade e atitude empreendedora. Recomenda-se que o grupo elaborador
complemente as recomendações a partir das características da ocupação, identificando as
Unidades Curriculares, conhecimentos, habilidades, atitudes e valores que podem ser
diretamente mobilizados para o planejamento de carreira do aluno. Esse tema não deve ser
tratado como “enxerto” entre os elementos das Unidades Curriculares, mas sempre que uma
competência necessitar que o elemento Planejamento de carreira seja mobilizado para seu
desenvolvimento, ele deve ser inserido nessa Unidade Curricular.

4.4. Propor instalações, equipamentos e recursos didáticos27

A infraestrutura e os recursos necessários para a execução de um curso são discriminados nesse


item, de acordo com as especificidades da oferta. É importante que sejam descritas as condições
mínimas para o desenvolvimento das competências do curso, de modo que cada unidade
operativa tenha ciência do que é imprescindível para a operação da oferta.28

Os recursos didáticos são os “componentes de mediação no processo de ensino-aprendizagem,


que estimulam os sentidos, o fazer e o pensar na realização de atividades formativas, para que

27Não serão descritos no Plano de Curso Nacional os insumos utilizados nos cursos. Cada Departamento Regional
poderá optar por incluir em suas versões regionais ou listar insumos em documento à parte, prevendo as
especificações e quantidades mínimas dos materiais necessários para a operação do curso.
28Os insumos são descritos por cada Departamento Regional.

51
sejam motivadoras e eficazes no desenvolvimento de competências profissionais”.29
Correspondem aos recursos a serem utilizados pelo aluno (livros e outros materiais), cabendo
ao Departamento Regional especificar o que será adquirido ou fornecido pelo Senac em caso de
alunos do Programa Senac de Gratuidade (PSG) ou de algum programa específico do Governo,
quando for o caso.

No caso de cursos a distância, caberá ao Departamento Regional Sede da Rede Nacional


especificar a estrutura tecnológica que a oferta requer.

4.5. Propor o perfil docente

No item Perfil docente, deve constar a descrição da formação e da experiência profissional


exigida para a composição do quadro docente do curso, de acordo com as competências
requeridas para a docência no segmento da oferta e a legislação vigente.

No caso da oferta a distância, caberá ao Departamento Regional Sede da Rede Nacional detalhar
a formação e a experiência profissional requeridas nessa modalidade de oferta, a qual exige
competências específicas relacionadas com a tutoria.

4.6. Propor a bibliografia

No item Bibliografia, devem ser listadas as referências atualizadas que subsidiarão o curso e que
estarão disponíveis na biblioteca para consulta. Devem ser incluídas as bibliografias básica e
complementar para cada Unidade Curricular. Recomenda-se que no item Bibliografia sejam
indicados até três títulos. Qualquer quantidade de títulos superior a essa recomendação deve
ser justificada pelo DR elaborador. Além disso, os cursos de formação continuada que
desenvolvem competência, quando corresponderem a Unidades Curriculares de cursos
(Qualificação Profissional, Qualificação Profissional Técnica, Especialização Técnica Nível Médio
ou Habilitação Técnica de Nível Médio) já elaborados, devem seguir a mesma referência que
consta na Unidade Curricular do curso original, ou seja, nesse caso, dividida entre básica e
complementar. Conceitua-se:

 Bibliografia: referência das obras que sustentam os saberes mobilizados no processo de


ensino-aprendizagem. Orienta a ação docente e indica aos alunos as fontes dos
estudos. As indicações são organizadas em:
a) Bibliografia básica: relação das fontes de consulta no formato impresso ou
digital que abordam os elementos da competência, sendo consideradas as

29 SENAC. DR. SP. Diretrizes para os recursos didáticos. São Paulo: Senac São Paulo, 2012.

52
referências mínimas necessárias para subsidiar o processo de ensino-
aprendizagem. É considerada a fonte primária da Unidade Curricular.
b) Bibliografia complementar: relação das fontes de consulta no formato
impresso ou digital indicadas para o aprofundamento do estudo e da
pesquisa dos elementos mobilizados na competência. Pode extrapolar a
abordagem dos elementos da competência desenvolvidos, ampliando o
processo de ensino-aprendizagem. É considerada a fonte secundária da
Unidade Curricular.

Para as Unidades Curriculares de Natureza Diferenciada, esse item não é obrigatório, podendo
haver indicação de bibliografia conforme especificidade da Unidade Curricular.

É possível sugerir o mesmo título como indicação de bibliografia para mais de uma Unidade
Curricular, considerando a relevância e a abrangência de temas tratados no material indicado.

Para definir a quantidade de indicações, devem ser estimados a carga horária, os elementos da
competência e o perfil do público-alvo. Além disso, é importante consultar as referências de
outros cursos que estão no mesmo eixo/segmento, levando-se em conta os itinerários
formativos possíveis.

Cabe ressaltar que os Planos de Curso de Referência não trazem a divisão entre básica e
complementar e a quantidade de títulos distinta.

Orienta-se indicar de um a três títulos para compor a bibliografia básica e de um a cinco títulos
para compor a bibliografia complementar.30

Recomenda-se a indicação prioritária de livros das editoras do Senac e de títulos que estejam
disponíveis em e-books, tendo em vista compatibilizar o acervo físico e digital, possibilitando o
alinhamento das referências dos títulos ofertados na modalidade a distância com a oferta
presencial.

30Nos Planos de Cursos Nacionais, o grupo elaborador, considerando as particularidades de cada curso, pode indicar
quantidades superiores, desde que justificadas para aprovação do Comitê Validador.

53
5. Como atestar se o Plano de Curso atende aos requisitos do Modelo
Pedagógico do Senac?

Depois de elaborar o Plano de Curso, é preciso conferir se seus itens atendem aos critérios de
alinhamento ao Modelo Pedagógico do Senac. Para tanto, sugere-se um checklist, que deverá
ser utilizado tanto pelo grupo elaborador quanto pelo Comitê Validador para análise do Plano
de Curso Nacional no decorrer e após o processo de elaboração.

Na coluna “Atendido”, para cada item, deve-se marcar S (sim), P (parcialmente), N (não) ou NA
(não se aplica), tendo em vista os critérios de análise. Para os casos de Parcialmente atendido
ou Não atendido, recomenda-se justificar a resposta e reencaminhar as considerações para o
grupo elaborador. Somente quando todos os itens aplicáveis ao tipo de curso apresentarem S
(sim) é que o Plano de Curso Nacional estará finalizado.

1. Identificação do Curso
Itens Atendido
Título do curso, conforme o Cadastro Nacional de Cursos Senac.
Eixo tecnológico, conforme o Cadastro Nacional de Cursos Senac.
Segmento, conforme o Cadastro Nacional de Cursos Senac.
Carga horária total (em horas), conforme Cadastro Nacional de Cursos Senac.
Código da oferta, conforme a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), caso a
ocupação seja classificada pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Para os cursos da Aprendizagem Profissional Comercial, foram incluídos os códigos
CBO para as ocupações que os compõem.

2. Requisitos e Formas de Acesso


Itens Atendido
Idade mínima, escolaridade e outros requisitos expressos no Plano de Curso estão de
acordo com exigências legais (p. ex.: Lista TIP, catálogos e guia MEC e regulamentações
profissionais mapeadas pelo grupo elaborador).
Contempla os documentos mínimos exigidos para matrícula: RG, CPF, comprovante de
escolaridade e comprovante de residência.

3. Justificativa e Objetivos
Itens Atendido
Constam, no primeiro parágrafo da justificativa, o contexto atual no qual se insere a
ocupação e algumas tendências com base em dados e pesquisas.
Constam, na nota de rodapé, as referências das fontes consultadas para obtenção dos
dados e pesquisas mencionados no primeiro parágrafo.
No segundo parágrafo, apresentam-se os desafios e as perspectivas atuais
relacionadas com a ocupação que justificam a oferta do curso.
No parágrafo final, menciona-se a relevância social que a ocupação pode assumir.
O texto relativo ao objetivo atende ao padrão definido, conforme previsto na máscara
de Planos de Cursos Nacionais.

54
4. Perfil Profissional de Conclusão
Itens Atendido
O texto introdutório identifica quem é o profissional e descreve suas atribuições: o que
ele faz, o contexto e a finalidade de suas atividades.
Em relação às profissões regulamentadas, as principais atribuições funcionais
referentes ao exercício profissional da ocupação, previstas em legislação específica e
mapeadas pelo grupo elaborador, constam na descrição do perfil.
Há texto-padrão sobre as Marcas Formativas, conforme previsto na Máscara de Planos
de Cursos Nacionais.
Indica legislação específica mapeada pelo grupo elaborador, no caso das profissões
regulamentadas.
As competências que compõem o perfil da ocupação atendem ao conceito de
competência definido pelo Modelo Pedagógico do Senac.
As competências que compõem o perfil da ocupação atendem aos requisitos da
função, sem provocar divergência entre níveis de atuação/formação e especificações
legais da ocupação.
Foram analisadas as possibilidades de convergência curricular com outros cursos já
existentes.
Obs.: Se identificada convergência, sinalizar após a matriz curricular do curso, com o
nome do curso e o código com o qual ocorreu o aproveitamento das competências.
No caso de habilitações técnicas com certificação intermediária, apresentam-se a
descrição e as competências do Perfil Profissional de Conclusão das qualificações
técnicas.

5. Organização Curricular
Itens Atendido
Apresenta quadro-síntese com todas as Unidades Curriculares, respectivas cargas
horárias e indicação de pré-requisitos e correquisitos, e convergência curricular,
quando houver.
O somatório da carga horária das Unidades Curriculares é igual à carga horária total do
curso.
A carga horária das Qualificações Profissionais Técnicas e as Unidades Curriculares que
as compõem foi explicitadas no quadro da Organização Curricular.
A carga horária das Qualificações Profissionais Técnicas respeita o mínimo exigido pela
legislação.
A carga horária das competências é múltipla de 12 e atende aos limites estabelecidos.
A carga horária da Prática Integrada das Competências atende aos critérios
estabelecidos.
A Unidade Curricular Projeto Integrador respeita o percentual de carga horária
máxima estabelecida para cada tipo de curso.
Os indicadores das competências atendem aos critérios:
1. verificáveis em ambiente pedagógico; 2. a condição/contexto do indicador faz
referência aos elementos da competência; 3. possibilitam verificar o desenvolvimento
da competência; 4. redação (verbo na 3ª pessoa do Presente do Indicativo + objeto +
condição/contexto da ação); 5. Redação clara e objetiva que explicita o que será
avaliado para todos os envolvidos no processo de aprendizagem.
Dispõe os elementos de competência (Conhecimentos, Habilidades e Atitudes/Valores)
em tópicos.
No caso dos cursos de Aprendizagem, os elementos têm a indicação dos conteúdos
legais exigidos.
Os conhecimentos apresentam recorte do que será abordado na competência.
As habilidades listadas representam as capacidades/destrezas necessárias ao fazer da
competência, conforme concepção de habilidade do Modelo Pedagógico do Senac.
A redação da habilidade segue a seguinte estrutura: verbo no Infinitivo
(capacidade/destreza) + objeto.

55
As atitudes/valores listadas são disposições de comportamentos esperados na
ocupação e estão contextualizadas na competência e na ocupação.
A redação da atitude/valor segue a seguinte estrutura:
substantivo (disposição a comportamentos esperados na ocupação) + (a que ou quem
se dirige a ação da atividade profissional).
Apresenta texto-padrão da Unidade Curricular Projeto Integrador, conforme máscara.
O item Proposta de temas geradores apresenta o assunto do Projeto e as perspectivas
para sua problematização (possíveis desafios e questões a serem respondidas).
As propostas de temas geradores perpassam pelas competências do curso e propiciam
sua integração.
Sugere dois temas geradores distintos, por ocupação.
Relaciona os indicadores para avaliação do Projeto Integrador (padrão).
Ao observar a Organização Curricular do curso, identificam-se as Marcas Formativas do
Senac.
As demais Unidades Curriculares de Natureza Diferenciada, quando presentes na
Organização Curricular do Plano de Curso Nacional, estão adequadamente
apresentadas, e seus indicadores-padrão foram inseridos.

6. Orientações Metodológicas
Itens Atendido
Sugere orientações gerais e por Unidade Curricular, inclusive para o Projeto
Integrador, que auxiliam no planejamento e no desenvolvimento do trabalho docente.
Os textos padronizados correspondem aos que constam na máscara.

7. Aproveitamento de Conhecimentos e de Experiências Anteriores


Itens Atendido
Apresenta texto-padrão com as orientações relativas ao aproveitamento de
conhecimentos e experiências anteriores, conforme as diretrizes legais e as
orientações organizacionais vigentes regionalmente.

8. Avaliação
Itens Atendido
Apresenta texto-padrão com as orientações relativas à avaliação: forma de expressão
dos resultados; menção por indicador de competência; menção por Unidade
Curricular; menção para aprovação no curso; e recuperação.

9. Estágio Profissional Supervisionado


Itens Atendido
Expressa, no último parágrafo do texto-padrão, se o estágio é obrigatório ou não.
Menciona, em caso de obrigatoriedade mapeada pelo grupo elaborador, a legislação
que regulamenta o estágio da ocupação.

10. Instalações, Equipamentos e Recursos Didáticos


Itens Atendido
Discrimina instalações e equipamentos indicados para a oferta do curso.

11. Perfil do Pessoal Docente e Técnico


Itens Atendido
Especifica as exigências de escolaridade, experiência e formação docente, de acordo
com as competências do curso.
Indica perfil de tutores para a oferta a distância, se for o caso.

12. Bibliografia
Itens Atendido

56
Indica referência por Unidade Curricular, respeitando o limite de títulos recomendado
por tipo de bibliografia (um a três títulos para bibliografia básica e um a cinco títulos
para bibliografia complementar).
Caso o grupo elaborador tenha indicado mais títulos do que o recomendado, há
parecer justificando a necessidade.

13. Certificação
Itens Atendido
Apresenta texto-padrão, de acordo com o tipo de certificação do curso.
Nos casos de Qualificação Profissional Técnica (certificações intermediárias), identifica
as Unidades Curriculares referentes à qualificação e o nome do curso.

57
6. Elaboração de cursos de formação continuada

Os cursos de formação continuada correspondem aos cursos de Aperfeiçoamento, Programas


Instrumentais, Programas Socioprofissionais e Programas Socioculturais. Esses cursos têm
características diferenciadas, já que desenvolvem algum tipo de fazer profissional ou abordam
aspectos específicos da ocupação, podendo ou não se comprometer com o desenvolvimento de
competências.31

Nos cursos de formação continuada, não há definição de Perfil Profissional de Conclusão,


tampouco a obrigatoriedade de inserção da Unidade Curricular Projeto Integrador na
organização curricular, sendo recomendada a metodologia de aprendizagem baseada em
projetos como estratégia didático-pedagógica para desenvolvimento dos cursos.32

Em relação ao detalhamento das Unidades Curriculares, é importante ressaltar que é obrigatória


a inserção de três elementos relacionados com as Marcas Formativas, de tal forma que se possa
amparar o trabalho pedagógico a ser realizado durante o curso.

a) Cursos que desenvolvem competências

Os cursos que objetivam o desenvolvimento de uma ou mais competências apresentam


organização similar à dos cursos de Qualificação Profissional. Identificadas a partir do objetivo
do curso, cada competência corresponde a uma Unidade Curricular e apresenta indicadores e
elementos de competência.

Redação dos indicadores de competência

Estrutura da redação:

Verbo na 3ª pessoa do Indicativo (ação a ser realizada) + objeto (material, pessoa, situação
etc.) + condição/contexto da ação (o que é necessário para ocorrer a ação)

Um curso de formação continuada pode desenvolver uma ou mais competências, e a carga


horária das Unidades Curriculares obedece aos mesmos limites que foram definidos para os

31Os cursos de Aperfeiçoamento e Programas Instrumental, Socioprofissional e Sociocultural, que não se


comprometem diretamente com o desenvolvimento de competências profissionais, ainda que contribuam para o
desenvolvimento destas, abordam determinados temas e estruturam-se em torno de um ou mais elementos de
competência. (Diretrizes do Modelo Pedagógico, 2018).
32Para maior detalhamento sobre a metodologia de aprendizagem baseada em projetos, consultar o documento

técnico Metodologias ativas (Coleção de Documentos Técnicos do Modelo Pedagógico Senac, 2018).

58
demais tipos de cursos, ou seja, duração mínima de 36 horas e limite máximo de 108 horas. A
diferença fundamental é que o Projeto Integrador não é obrigatório na estrutura curricular
desses tipos de curso. Ressalta-se que não há relação direta entre a carga horária da
competência e a quantidade de indicadores redigidos. Para definir a quantidade de indicadores
presentes em uma competência, é preciso avaliar a carga horária da competência, sua
complexidade e os elementos necessários para seu desenvolvimento. A existência de
competências com uma extensa lista de indicadores ou com poucos indicadores pode trazer
dificuldades de avaliação para os docentes.

Segue a síntese das principais características dos cursos de formação continuada que
desenvolvem competências:

A avaliação dos alunos em curso de formação continuada que desenvolve competências é


realizada a partir dos indicadores de competência de cada Unidade Curricular.

b) Cursos que não desenvolvem competências

Os cursos que não se comprometem com o desenvolvimento de competências costumam


abordar determinados temas e estruturam-se em torno de um ou mais elementos de
competência. Podem abordar conhecimentos, como legislação ou normas, promover o
desenvolvimento de habilidades, como idiomas, técnicas ou uso de equipamentos, ou, ainda,
tratar de atitudes e valores que aprimoram o desempenho profissional. Ainda que o curso possa
apresentar a combinação de mais elementos (conhecimentos, habilidades e atitudes/valores),

59
não se trata de uma competência profissional. Sugere-se, preferencialmente, definir por um ou
no máximo dois tipos de elementos. Quando houver a necessidade dos três tipos, verificar
primeiramente se o curso, na verdade, não poderia desenvolver competências.

A carga horária das Unidades Curriculares tem como referência mínima 15 horas, não havendo
limite máximo. A definição da duração do curso é estabelecida com base nos elementos a serem
abordados e nas estratégias de ensino-aprendizagem previstas para a formação.

No caso de Unidade Curricular única, o nome da UC corresponde ao próprio nome do curso.

Segue a síntese das principais características dos cursos de formação continuada que não se
comprometem com o desenvolvimento de competências:

Deve-se redigir os elementos de acordo com os objetivos do curso: conhecimentos e/ou


habilidades e/ou atitudes/valores. Ressalta-se que não é obrigatória a inclusão de todos os
elementos, sendo possível, inclusive, ter apenas um. Nas Orientações Metodológicas, é
importante apresentar orientações específicas para o curso. Se estiverem previstas atividades
complementares — estudos em ambientes de aprendizagem, atividades em laboratório,
atividades práticas monitoradas, visitas técnicas a empresas do setor —, elas devem ser
descritas e contextualizadas de acordo com o objeto do curso. Podem ainda ser incluídas
observações sobre como acompanhar a aprendizagem dos alunos.

A avaliação dos alunos pode ser realizada a partir de dois critérios:

 Avaliação por indicadores de objetivo do curso:

Os indicadores de objetivo são desdobramentos do próprio objetivo do curso, os quais


permitirão acompanhar e avaliar o desenvolvimento do aluno no decorrer do curso.

60
Estrutura da redação:

Verbo na 3ª pessoa do Presente do Indicativo (evidência a ser demonstrada) +objeto (o que


é realizado) + condição/contexto (o que é necessário para entendimento/aprofundamento
do(s) elemento(s)

Exemplo: Curso de Licenciamento Ambiental – 40 horas

 Avaliação por frequência ou participação dos alunos:

A avaliação por frequência ou participação dos alunos deve adotar como critério de aprovação
no curso o percentual de carga horária definido pelo próprio Departamento Regional em seu
Regimento Interno. Conforme tratado no documento Diretrizes para elaboração de PCs de
referência nacional, quanto aos elementos a serem mobilizados, reforça-se a recomendação de
que tenham recorte adequado ao objetivo e indicador do curso, e que estejam em número e
complexidade passíveis de execução na carga horária prevista. No item Orientações
Metodológicas dos Planos de Cursos devem constar orientações que sirvam de subsídio para o
docente planejar atividades diferenciadas e específicas para atendimento do objetivo do curso.
Recomenda-se que no item Bibliografia sejam indicados até três títulos. Qualquer quantidade
de títulos superior a essa recomendação deve ser justificada pelo DR elaborador. Além disso, os
cursos de formação continuada que desenvolvem competência, quando corresponderem a
Unidades Curriculares de cursos (QP, QPT, ETNM ou HTNM) já elaborados, devem seguir a
mesma referência que consta na Unidade Curricular do curso original, ou seja, nesse caso
dividida entre básica e complementar.

PONTO DE ATENÇÃO
Aperfeiçoamento e Programas com avaliação por frequência ou participação
NÃO apresentam indicadores de objetivo.

61
7. Checklist b– Planos de Cursos de formação continuada

Aperfeiçoamentos e Programas Socioprofissionais, Socioculturais e Instrumentais

Cursos que desenvolvem competência


1. Identificação do curso, Requisitos e formas de acesso, Justificativa, Objetivo do curso e Parecer
Competências (A/NA)
1.1. Título, eixo tecnológico, segmento, tipo de curso, carga horária e código DN.

1.2. Idade, escolaridade, requisitos e documentos.

1.3. Justificativa e objetivo do curso.


1.4. Enunciado(s) da(s) competência(s) atende(m) ao conceito estabelecido no MPS.
Justificar em caso de parecer “não atendido (NA)”.

Parecer
2. Organização curricular
(A/NA)
2.1. Os indicadores das competências atendem aos critérios: 1. verificáveis em ambiente pedagógico;
2. a condição/contexto do indicador faz referência aos elementos da competência; 3.
possibilitam verificar o desenvolvimento da competência; 4. redação (verbo na 3ª pessoa do
Presente do Indicativo + objeto + condição/contexto da ação); 5. Redação clara e objetiva, que
explicita o que será avaliado para todos os envolvidos no processo de aprendizagem.
2.2. Dispõe os elementos de competência (conhecimentos, habilidades e atitudes/valores) em
tópicos.
2.3. Os conhecimentos apresentam recorte do que será abordado na competência.
2.4. As habilidades listadas representam as capacidades/destrezas necessárias ao fazer da
competência, conforme concepção de habilidade do Modelo Pedagógico do Senac.
2.5. A redação da habilidade segue a seguinte estrutura: verbo no Infinitivo (capacidade/destreza) +
objeto.
2.6. As atitudes/valores listadas são disposições de comportamentos esperados na competência.
2.7. A redação da atitude/valor segue a seguinte estrutura: substantivo (disposição a
comportamentos esperados na ocupação) + (a que ou quem se dirige a ação da atividade
profissional).
2.8. Ao observar a organização curricular do curso, identifica-se a presença de uma ou mais Marcas
Formativas do Senac, conforme o objetivo do curso.

 Justificar em caso de parecer “não atendido (NA)”.


Parecer
3. Demais itens
(A/NA)
3.1. Sugere orientações metodológicas gerais e por Unidade Curricular que auxiliam no planejamento
e no desenvolvimento do trabalho docente.

3.2. Apresenta texto-padrão com as orientações relativas ao aproveitamento de conhecimentos e


experiências anteriores, conforme as diretrizes legais e as orientações organizacionais vigentes
regionalmente.
3.3. Apresenta texto-padrão com as orientações relativas à avaliação: forma de expressão dos
resultados; menção por indicador de competência; menção por Unidade Curricular; menção para
aprovação no curso; e recuperação.
3.4. Discrimina instalações e equipamentos indicados para a oferta do curso.
3.5. Especifica as exigências de escolaridade, experiência e formação docente, de acordo com as
competências do curso.

62
3.6. Indica bibliografia por Unidade Curricular condizente com o objetivo e as competências do curso.
3.7. Apresenta texto-padrão, de acordo com o tipo de certificação do curso.

 Justificar em caso de parecer “não atendido (NA)”.

Cursos que não desenvolvem competência


Parecer
1. Identificação do curso, Requisitos e formas de acesso, Justificativa e Objetivo do curso
(A/NA)
1.1. Título, eixo tecnológico, segmento, tipo de curso, carga horária e código DN.

1.2. Idade, escolaridade, requisitos e documentos.


1.3. Justificativa e objetivo do curso.
 Justificar em caso de parecer “não atendido (NA)”.

Parecer
2. Organização Curricular
(A/NA)
a) Se forem estabelecidos “indicadores de objetivo” para avaliação do aluno, os enunciados
propostos:
2.1. Permitem verificar se o aluno alcançou ou não o objetivo do curso, possibilitando emitir juízo de
valor.
2.2 Apresenta a seguinte estrutura: verbo na 3ª pessoa do Presente do Indicativo + objeto
+condição/contexto.
b) Para cursos que não desenvolvem competência, tendo ou não “indicador de objetivo”:

2.1. Dispõe os elementos presentes (conhecimentos, habilidades e atitudes/valores) em tópicos.


2.2. Os conhecimentos apresentam recorte claro e condizente com os objetivos do curso.
2.3. As habilidades listadas representam as capacidades/destrezas, conforme concepção de
habilidade do Modelo Pedagógico do Senac.
2.4. A redação da habilidade segue a seguinte estrutura: verbo no Infinitivo (capacidade/destreza) +
objeto.
2.5. Caso o curso tenha atitudes/valores os mesmos são disposições de comportamentos condizentes
ao objetivo do curso.
2.6. A redação da atitude/valor segue a seguinte estrutura: substantivo (disposição a
comportamentos esperados na ocupação) + (a que ou quem se dirige a ação da atividade
profissional).
2.7. Identifica-se a presença de uma ou mais Marcas Formativas do Senac, conforme o objetivo do
curso.

 Justificar em caso de parecer “não atendido (NA)”.

Parecer
3. Demais itens
(A/NA)
3.1. Sugere orientações metodológicas que auxiliam no planejamento e no desenvolvimento do
trabalho docente.
3.2. Apresenta texto-padrão com as orientações relativas à avaliação: forma de expressão dos
resultados; menção por indicador de competência; menção por Unidade Curricular; menção para
aprovação no curso; e recuperação.
3.3. Discrimina instalações e equipamentos indicados para a oferta do curso.

63
3.4. Especifica as exigências de escolaridade, experiência e formação docente, de acordo com o
objetivo do curso.
3.5. Indica bibliografia condizente com o objetivo e as competências do curso.
3.6. Apresenta texto-padrão, de acordo com o tipo de certificação do curso.

 Justificar em caso de parecer “não atendido (NA)”.

64
Apêndice A – Fontes documentais para elaboração de perfis

BRASIL. Ministério da Educação. Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia


(CNCST). Brasília, DF, 2016. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=98211-
cncst-2016-a&category_slug=outubro-2018-pdf-1&Itemid=30192. Acesso em: 13 fev. 23.

BRASIL. Ministério da Educação. Catálogo Nacional de Cursos Técnicos (CNCT). Brasília, DF,
2014. Disponível em: http://cnct.mec.gov.br/. Acesso em: 13 fev. 23.

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes curriculares nacionais para a educação profissional


técnica de nível médio. Brasília, DF, 2012.

BRASIL. Ministério do Trabalho. Cadastro geral de empregados e desempregados. Disponível


em: https://portalfat.mte.gov.br/programas-e-acoes-2/caged-3/. Acesso em: 13 fev. 23.

BRASIL. Ministério do Trabalho. CBO – Classificação Brasileira de Ocupações. Brasília, DF, [s.
d.]. Disponível em: http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/home.jsf. Acesso em: 13 fev. 23.

BRASIL. Ministério do Trabalho. BRASIL. Quadro Brasileiro de Qualificações. Disponível em:


http://qbqconsulta.fipe.org.br/Pesquisa Acesso em: 13 fev. 23.

BRASIL. Ministério do Trabalho. Relação anual de informações sociais. Brasília, DF, 2010.
Disponível em: http://www.rais.gov.br/sitio/consulta_trabalhador_identificacao.jsf. Acesso
em: 13 fev. 23.

IBGE. Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE). Rio de Janeiro, 2013.


Disponível em: http://www.cnae.ibge.gov.br. Acesso em: 15 maio 2020.

65
Apêndice B – Lista de habilidades, atitudes e valores

Nas tabelas a seguir, são listadas habilidades, atitudes e valores de maior ocorrência nos Planos
de Cursos Nacionais. Essa lista foi construída a partir de uma análise dos primeiros 29 Planos de
Cursos elaborados em 2014 e deverá ser tomada como referência. Vale ressaltar que, a
depender das especificidades dos fazeres profissionais característicos das ocupações, o grupo
elaborador pode inserir outras habilidades, atitudes e valores além desses listados. Nesse caso,
recomenda-se que a redação siga a lógica proposta nos exemplos aqui discutidos.

Na primeira coluna, apresenta-se a redação original e, na segunda, propõe-se uma padronização


para a escrita, organizada em duas formas:

 Fechada: enunciados finalísticos, não exigem complementação de contexto.

 Aberta: enunciados que necessitam de complementação variável, conforme a


competência. Nesses casos, indica-se a complementação, que deverá guiar a redação
da habilidade ou atitude/valor.

O objetivo, com essa listagem, é padronizar a escrita desses elementos, de forma que, toda vez
que se fizer necessária sua mobilização no âmbito da competência, deve-se utilizar, no Plano de
Curso Nacional, a forma alinhada, apresentada na tabela.

I) Lista de habilidades

1. Habilidades de leitura, interpretação e redação

Redação original Redação padronizada


 Ler e interpretar textos. Interpretar… (complementar com o tipo de texto).
 Ler e interpretar textos legais. Interpretar receituário médico; interpretar plantas
 Ler e interpretar relatórios e arquitetônicas; interpretar textos legais; interpretar
documentos. mapas e guias turísticos; interpretar fichas técnicas;
 Ler e interpretar textos, tabelas e interpretar rótulos e normas/legislações; interpretar
gráficos. resultados da avaliação etc.
 Ler e interpretar textos e ficha técnica.
 Ler e interpretar textos e pesquisas. Escrever/redigir/elaborar… (complementar com o
 Ler, interpretar e elaborar textos. tipo de texto).
 Ler, escrever e interpretar relatórios e Escrever e-mails; redigir documentos técnicos;
documentos. elaborar cardápios; elaborar fichas técnicas, elaborar
 Interpretar textos. procedimentos e apresentações técnicas; redigir
 Redigir e interpretar textos, textos, relatórios e procedimentos técnicos etc.
procedimentos e apresentações
técnicas.

66
Argumentos: a interpretação pressupõe leitura, por isso a habilidade “ler” pode ser suprimida
dos enunciados das habilidades dessa natureza.

Por sua vez, as ações de “escrever/elaborar/redigir” são de natureza diferente de “interpretar”,


por isso devem estar em enunciado à parte.

2. Habilidades de comunicação e expressão

Redação original Redação padronizada


 Comunicar-se clara, objetiva e Comunicar-se de maneira assertiva.
assertivamente.
 Comunicar-se com clareza e
assertividade oralmente e por escrito.
 Comunicar-se de forma clara e assertiva.
 Comunicar-se de forma escrita com
clareza e assertividade.
 Comunicar-se de forma oral e escrita
com clareza e assertividade.
 Comunicar-se de forma oral e escrita
com clareza e objetividade.
 Comunicar-se de forma clara e assertiva
com o cliente e o fornecedor.
Argumentos: a comunicação escrita já está contemplada na habilidade de
“escrever/elaborar/redigir” (anteriormente apresentada). O termo “comunicar-se” é mais
abrangente e inclusivo que a expressão “comunicação oral”. Assertividade pressupõe clareza e
objetividade.

3. Habilidades de mediação de conflitos

Redação original Redação padronizada


 Mediar conflitos inerentes aos processos de Mediar conflitos nas situações de
trabalho. trabalho.
 Mediar conflitos, identificando problemas e
propondo soluções.
 Mediar conflitos, negociando entre as partes.
 Negociar com pessoas em situações adversas.
 Negociar com pessoas frente às situações
adversas.
 Resolver conflitos inerentes ao processo de
trabalho administrativo.
 Resolver conflitos inerentes ao processo de
trabalho.
 Resolver dificuldades e conflitos inerentes ao
processo de trabalho.
Argumentos: a resolução de conflitos, de modo geral, remete à formação específica e às técnicas
de negociação. Entendemos, nesse caso, que cabe ao profissional formado pelo Senac realizar a

67
mediação, o que remete à compreensão de diferentes pontos de vista, com o intuito de buscar
consensos na esfera das situações de trabalho.

4. Habilidades matemáticas

Redação original Redação padronizada


 Realizar cálculos matemáticos no processo de Efetuar/Calcular… (complementar com a
venda. natureza do cálculo).
 Efetuar cálculos matemáticos. Efetuar as quatro operações básicas;
calcular estimativas; calcular percentual
etc.
Argumentos: efetuar é um verbo com maior aderência às operações e cálculos matemáticos,
devendo ser complementado com a natureza ou o contexto do cálculo a ser realizado no âmbito
da competência.

5. Uso de termos técnicos

Redação original Redação padronizada


 Fazer uso de termos técnicos. Utilizar termos técnicos nas rotinas de
 Utilizar vocabulário técnico nas rotinas de trabalho.
trabalho.
 Utilizar vocabulário técnico para
representação gráfica.
 Utilizar termos técnicos da depilação.
Argumentos: a expressão “rotinas de trabalho” inclui todas as variantes e contextos nos quais
os termos técnicos são utilizados.

6. Habilidades de pesquisa e análise

Redação original Redação padronizada


 Pesquisar e coletar informações. Pesquisar… (complementar com o objeto
 Pesquisar e organizar dados e informações. da pesquisa).
 Pesquisar, coletar e organizar dados e Analisar… (complementar com o objeto
informações. da análise).
 Pesquisar e organizar dados, documentos e Pesquisar dados e informações em
informações. documentos contábeis; analisar as
estatísticas; pesquisar dados e
informações em sites especializados;
analisar a frequência e causa das
ocorrências de acidente no trabalho etc.
Argumentos: entende-se que “pesquisa” e “análise” são duas habilidades relacionadas, porém
distintas, e, portanto, devem ser redigidas separadamente, com seu complemento indicando,
respectivamente, seus objetos específicos.

68
7. Habilidades de criatividade

Redação original Redação padronizada


 Demonstrar criatividade na definição e execução Criar… (complementar com a
da maquiagem. natureza/característica do objeto que
 Demonstrar criatividade nas propostas de ações será criado).
corretivas. Criar tipos de maquiagem; criar
 Demonstrar criatividade nos processos de propostas de decoração de unhas; etc.
trabalho.
 Decorar unhas com criatividade.
Argumentos: o verbo “demonstrar” é encontrado, comumente, associado aos objetivos de
aprendizagem. Nesse sentido, propõe-se a substituição da expressão “demonstrar criatividade”
pela habilidade de “criar”, seguida da complementação necessária.

Vale acrescentar que entendemos a criatividade, nesse contexto, como a possibilidade de criar
algo (produto, metodologia, processo, proposta, serviço etc.), não necessariamente com o
compromisso do ineditismo, mas que, ao propor soluções, contribua para o desenvolvimento
do trabalho.

8. Habilidades de operação de recursos tecnológicos

Redação original Redação padronizada


 Utilizar ferramentas básicas de informática nos Operar… (complementar com os
diversos processos de trabalho. recursos tecnológicos).
 Utilizar ferramentas básicas de informática nos Operar planilhas de cálculos; operar
processos de trabalho. editores de textos; operar mídias para a
 Utilizar recursos da tecnologia da informação e criação e exibição de apresentações;
comunicação. operar softwares de edição de imagens;
 Usar recursos da tecnologia da informação e etc.
comunicação.
 Usar recursos tecnológicos de informação e
comunicação.
Argumentos: sugere-se a substituição dos verbos “utilizar/usar” por “operar”, o que pressupõe,
para além da mera utilização, o domínio do uso, complementando-o com os recursos
tecnológicos no âmbito da competência em questão.

9. Habilidades de administração e organização do trabalho

Redação original Redação padronizada


 Administrar e gerenciar tempo e atividades de Administrar… (complementar com a
trabalho. natureza da operação do trabalho).
 Gerenciar tempo e atividades de trabalho. Administrar a reposição do estoque;
 Manter o ambiente organizado. administrar entrada e saída de produtos
 Manter organizado e limpo o ambiente durante etc.
todo atendimento.
 Manter a limpeza e organização do local de Organizar… (complementar com a
trabalho. natureza daquilo a ser organizado).

69
 Organizar a rotina de trabalho. Organizar o local de reposição de
 Organizar o ambiente de trabalho. mercadorias e produtos; organizar
 Organizar e limpar o ambiente de trabalho. materiais, instrumentos, documentos e
 Organizar materiais, instrumentos, documentos e local de trabalho etc.
local de trabalho.
Argumentos: habilidades de administração e organização do trabalho referem-se às relações
entre tempo, utilização de recursos e busca de resultados nas situações de trabalho.

Sugere-se a grafia desse conjunto de habilidades em duas formas:

 uma de natureza do gerenciamento e da administração das operações de


trabalho;
 outra da natureza da organização do trabalho, complementando-a no âmbito
da competência.

10. Habilidades que denotam modalidades de raciocínio

Redação original Redação padronizada


 Apresentar raciocínio espacial na Analisar/Categorizar/Diferenciar/
representação de moldes. Identificar/Representar/Relacionar…(complementar
 Empregar raciocínio lógico no processo com o objeto da operação cognitiva).
de trabalho. Analisar as etapas de trabalho; diferenciar os
 Investigar e propor soluções por meio produtos; representar peças em moldes de figura
de raciocínio lógico e crítico dos plana; categorizar etapas do processo de trabalho.
processos de trabalho.
 Ser observador.
 Ter capacidade de análise e síntese.
 Ter raciocínio lógico.
 Demonstrar raciocínio lógico.
Argumentos: a expressão genérica “raciocínio lógico” envolve um amplo conjunto de operações
cognitivas e é pouco elucidativa. Sugere-se a substituição dessa expressão, bem como de verbos
que denotem características ou estado de ser, ter, demonstrar etc.), pela descrição da
habilidade, em específico, que apresenta a operação cognitiva atuante no âmbito da
competência.

11. Habilidades que denotam visão sistêmica

Redação original Redação padronizada


 Ter visão sistêmica. Identificar os aspectos do próprio
 Demonstrar visão sistêmica. trabalho que interferem na
 Apresentar visão sistêmica. organização.

70
II) Lista de atitudes e valores

1. Cordialidade, empatia e flexibilidade

Redação original Redação padronizada


 Cordialidade e flexibilidade nos relacionamentos Cordialidade no trato com as pessoas.
interpessoais.
 Cordialidade no trato com clientes internos e Empatia no trato com as pessoas.
externos.
 Cordialidade no trato com o cliente. Flexibilidade nas diversas situações de
 Cordialidade no trato com pessoas. trabalho.
 Cortesia no atendimento ao cliente.
 Cortesia no atendimento aos clientes internos e
externos.
 Flexibilidade e cordialidade no relacionamento com
equipes de trabalho e clientes.
 Flexibilidade e empatia nas relações interpessoais.
 Flexibilidade no relacionamento com equipes de
trabalho e clientes.
Argumentos: cordialidade, empatia e flexibilidade são atitudes/valores relacionados, mas
distintos, portanto sugere-se redação independente para cada uma dessas atitudes.
Considerando:

 cordialidade: comportar-se de maneira educada e gentil em ambiente de


trabalho, demonstrando atitude solícita e simpática, com consideração pelo
outro de várias formas;

 empatia: compreender o sentimento ou reação da outra pessoa, imaginando-se


nas mesmas circunstâncias, colocando-se no lugar do outro;

 flexibilidade: perceber, aceitar e assumir as opiniões, ideias ou posicionamentos


de outros como mais adequados ou aplicáveis do que os que se têm ou foram
apresentados.

2. Atitude colaborativa

Redação original Redação padronizada


1. Colaboração com a equipe de trabalho. Colaboração no desenvolvimento do
2. Colaboração com colegas e equipes de trabalho. trabalho em equipe.
3. Colaboração e flexibilidade no relacionamento
com equipes de trabalho e clientes.
4. Colaboração e flexibilidade no relacionamento
com equipes de trabalho e clientes.
Argumentos: a atitude colaborativa relaciona-se com a predisposição em realizar um trabalho
em comum com uma ou mais pessoas, demonstrando cooperação, ajuda, auxílio.

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3. Atitude responsável

Redação Redação padronizada


 Responsabilidade no cumprimento de prazos e Responsabilidade e comprometimento
metas. com os acordos estabelecidos.
 Responsabilidade no cumprimento de prazos
estabelecidos e encaminhamento de Responsabilidade… (complementar com
informações necessárias ao andamento dos o objeto).
processos. Responsabilidade no uso dos recursos
 Responsabilidade no cumprimento de prazos organizacionais; responsabilidade no
estabelecidos e na operacionalização de descarte de materiais; responsabilidade
valores. no cumprimento das normas de
 Responsabilidade no cumprimento de prazos segurança no trabalho.
estabelecidos.
 Responsabilidade no cumprimento de prazos.
Argumentos: a responsabilidade pode ser entendida como a predisposição a responder pelos
próprios atos e a cumprir com os acordos estabelecidos nos prazos previstos. Essa atitude/valor
pode apresentar-se de duas formas, a depender do contexto da competência: relacionada com
os acordos estabelecidos no âmbito da ocupação, estando, nesse caso, ligada ao
comprometimento, e com as questões de responsabilidade social, sustentabilidade,
cumprimento de legislação e outros dessa natureza.

4. Atitude diante da segurança da informação

Redação Redação padronizada


 Sigilo na tramitação das informações. Sigilo no tratamento de dados e
 Sigilo no recebimento, manipulação e informações.
encaminhamento das informações do cliente
e da organização.
 Sigilo no tratamento das informações da
organização.
 Sigilo no tratamento das informações dos
colaboradores, da empresa e de
fornecedores.
 Sigilo no tratamento das informações dos
colaboradores, da empresa, de fornecedores
e clientes.
 Sigilo no tratamento das informações dos
colaboradores, da empresa e de
fornecedores.
 Sigilo no tratamento das informações.
 Sigilo sobre as informações da empresa e/ou
cliente.
Argumentos: o sigilo é uma atitude/valor de caráter mais abrangente, abarcando todo o
processo de trabalho, por isso propõe-se redação-padrão.

72
5. Postura pessoal e zelo profissional

Redação Redação padronizada


 Postura profissional no ambiente de trabalho. Zelo na apresentação pessoal e postura
 Postura profissional no relacionamento com profissional.
stakeholders. Zelo… (complementar com o fazer)
 Postura profissional. Zelo na segurança e movimentação de
 Zelo na apresentação pessoal e postura materiais e produtos; zelo pela limpeza
profissional. do ponto de venda e condições de
 Zelo na apresentação pessoal. mercadorias e produtos; zelo pela
organização do ambiente de trabalho;
zelo pela segurança no processo
logístico etc.
Argumentos: o zelo refere-se a uma predisposição a se ter cuidado e preocupação na realização
de algo ou no cuidado consigo mesmo. Nesse sentido, são necessárias duas formas de
apresentação dessa atitude/valor:

 uma que se refere ao zelo com a postura pessoal no ambiente de trabalho;


 outra que faz referência ao zelo na realização de fazeres inerentes à ocupação.

A primeira deve ser utilizada na forma fechada, para as competências em que esse elemento se
fizer necessário, e a segunda deve ser complementada com o fazer específico da ocupação.

Atitudes: propositiva, de iniciativa e de proatividade

Esses três conjuntos de atitudes/valores apresentam entendimentos próximos e, na maior parte


das vezes, interdependentes.

Assim, por exemplo, alguém que apresenta atitude proativa no trabalho, geralmente, é quem
toma as iniciativas e propõe soluções. Por sua vez, nem sempre quem apresenta soluções é,
necessariamente, proativo, ou quem toma a iniciativa é capaz, também, de ser propositivo.
Essas atitudes/valores relacionam-se de forma complexa na dinâmica social das ocupações, o
que significa dizer que seu significado constrói-se a partir das características de cada ocupação
e respectivo perfil de competências.

Com vistas a clarear o entendimento, propomos que as redações sejam distintas para cada uma
dessas atitudes/valores, considerando seus conceitos mais gerais:

 Atitude propositiva: predisposição a centrar-se na construção de propostas que possam


representar soluções de problemas.

 Atitude de iniciativa: predisposição em ser o primeiro a propor e/ou a realizar algo.

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 Atitude de proatividade: predisposição em antecipar as responsabilidades pelas
próprias escolhas e ações frente às situações impostas pelo trabalho.

Os quadros a seguir apresentam propostas de redação para essas atitudes/valores.

6. Atitude propositiva

Redação original Redação padronizada


 Capacidade de posicionar-se propondo soluções Atitude propositiva… (complementar
viáveis. com o contexto da proposição).
 Capacidade propositiva. Atitude propositiva no desenvolvimento
do trabalho.
A expressão “atitude propositiva” deve ser complementada com a descrição da
responsabilidade no âmbito da competência.

7. Atitude de proatividade

Ocorrências Redação padronizada


 Proatividade e dinamismo no atendimento e na Proatividade no(a)… (complementar
resolução de problemas no processo de venda. com a responsabilidade)
 Proatividade na execução do trabalho. Proatividade no atendimento e na
 Proatividade na movimentação de documentos e resolução de problemas no processo de
disponibilização das informações. venda; Proatividade no
 Proatividade na movimentação de documentos e encaminhamento das informações etc.
informações entre os stakeholders.
 Proatividade no encaminhamento das
informações necessárias ao andamento dos
processos.
 Proatividade, dinamismo e criatividade no
atendimento e na resolução de problemas no
processo de venda.
 Proatividade, disponibilidade e dinamismo no
atendimento.
O substantivo “proatividade” deve ser complementado com a descrição da responsabilidade no
âmbito da competência.

8. Atitude de iniciativa

Ocorrências Redação padronizada


 Iniciativa e atenção na execução do trabalho. Iniciativa… (complementar com a
 Iniciativa e criatividade na proposição de natureza do processo/problema)
projetos. Iniciativa na proposição de soluções de
 Iniciativa, criatividade e atenção na execução do projetos; iniciativa na proposição de
trabalho. novas formas de atendimentos aos
clientes.
O substantivo “iniciativa” deve ser complementado com a natureza do processo ou problema
no âmbito da competência.

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