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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO
JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA DE PORTO
ALEGRE (RS)
PEDIDO LIMINAR E AJG!
FULANO DE TAL, brasileiro, casado, comerciante, RG ..., CPF ...,
residente e domiciliado na..., por seu advogado, com endereço eletrônico: , vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência apresentar
AÇÃO ANULATÓRIA DE CASSAÇÃO DE CNH COM PEDIDO
LIMINAR C/C DANOS MORAIS
em face de DETRAN/RS, pessoa jurídica de direito público, com
sede na Rua Washington Luiz, nº 904, Centro Histórico, Porto Alegre (RS), CEP 90010-460, pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidos.
1) DOS FATOS
No dia 06/02/2017, iniciou-se Processo de Suspensão do Direito de
Dirigir contra o ora autor, em decorrência de infração ao artigo 165 do CTB, tal processo foi tombado pelo Nº 2017/1557810-4, com base no OAT/Série 100T106271741, na mesma data, iniciou-se também o PCDD-ART. 263,I Nº 2017/1556499-5, com base no OAT/Série 100T106271757. O autor entregou sua CNH no DETRAN/RS, CUMPRIU DEVIDAMENTE A PENALIDADE, e, posteriormente iniciou novo Processo de CNH, após o cumprimento fixado em Lei; No entanto, no dia 13 de julho de 2018, o genro do ora autor pegou o veículo do mesmo, QUE ESTAVA COM O LICENCIAMENTO ATRASADO, e, FOI FLAGRADO POR EQUIPAMENTO DE FISCALIZAÇÃO ELETRÔNICO, NA RUA DR. NILO PEÇANHA, Nº 217, CACHOEIRINHA (RS), gerando o OAT/Série 285610/TE00011448, violando o artigo 230,V do CTB, CUJA INFRAÇÃO É DE RESPONSABILIDADE DO PROPRIETÁRIO(ora autor), e mais, no dia 31 de julho de 2018, outro veículo que era de propriedade anterior do autor, EMBORA O AUTOR JÁ TIVESSE VENDIDO ALUDIDO VEÍCULO, À MAIS DE 2 (DOIS) ANOS, à saber: FORD/ECOSPORT XLT, PLACAS DUM5G16, TAMBÉM FOI FLAGRADO POR EQUIPAMENTO ELETRÔNICO DE FISCALIZAÇÃO, NA AV. NILO PEÇANHA, Nº 217, CACHOEIRINHA (RS), CUJA INFRAÇÃO TAMBÉM SERIA DE RESPONSABILIDADE DO PROPRIETÁRIO; Mister salientar que a ECOSPORT JÁ NÃO PERTENCIA MAIS AO AUTOR, VISTA QUE O MESMO HAVIA DADO ELA COMO ENTRADA, PARA ADQUIRIR A CAMINHOTE PLACAS ISZ1708, E, O REVENDEDOR, USUFRUIU DA ECOSPORT POR VÁRIOS ANOS, PARA SÓ DEPOIS TRANSFERIR A PROPRIEDADE À NOVO ADQUIRENTE, EM 05 DE NOVEMBRO DE 2019, acarretando prejuízos ao autor, vista que este CUMPRIA DEVIDAMENTE A SANÇÃO DISPOSTA NO PCDD; Com o advento destas infrações supracitadas, eis que o DETRAN/RS INGRESSOU COM NOVO PCDD, COM BASE NO ART. 263,I, EM DATA DE 15/04/2019, TOMBADO SOB O Nº 2019Q0641404-1, em 25 de abril de 2023, FOI ENTREGUE DE FORMA TÁCITA A CONFIRMAÇÃO DE NOTIFICAÇÃO DE IMPOSIÇÃO, cujo início do Prazo de Cassação foi em 08/11/2023, e, término em 07/11/2025, ENTRETANTO, TAL NOTIFICAÇÃO FOI ENTREGUE À TERCEIRA PESSOA, E, ESTA NUNCA AVISOU O AUTOR DA ALUDIDA PENALIDADE; Em que pese o fato do autor estar impossibilitado de dirigir, por força do aludido PCDD, de se salientar que o mesmo é inocente, vista que, embora tenha cumprido todas as formalidades legais, ENTREGANDO SUA CNH NO DETRAN/RS, NÃO MAIS DIRIGINDO NO PERÍODO DE CASSAÇÃO, INICIANDO NOVO PROCESSO DE CNH, TER EXPEDIDA NOVA CNH PARA POSTERIORMENTE SE SUBMETER NOVAMENTE A NOVO PCDD POR CULPA ÚNICA E EXCLUSIVA DE TERCEIROS, QUE UTILIZARAM SEU VEÍCULO E/OU NÃO TRANSFERIRAM PARA NOVO ADQUIRENTE, GERANDO MULTAS CUJA RESPONSABILIDADE LEGAL SERIAM DO PROPRIETÁRIO REGISTRAL, ficando agora as reponsabilidades ao autor, QUE NOVAMENTE ESTÁ COM SUA NOVA HABILITAÇÃO CASSADA, DIGA-SE DE PASSAGEM, POR RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS, gerando imensa INJUSTIÇA!!! Ressalte-se que o autor é vendedor autônomo e em sua função precisa de carteira de habilitação para trabalhar. A cassação da CNH lhe fez perder muitas vagas de emprego. No momento ele está desempregado.
DO DIREITO
Da natureza jurídica da reclamada e suas responsabilidades
Segundo regimento interno do Departamento de Trânsito do Rio
Grande do Sul, sua natureza jurídica consiste em “órgão vinculado à Casa Civil, com personalidade jurídica de direito público, autonomia administrativa e financeira e patrimônio próprio, com sede na cidade de Porto Alegre e circunscrição em todo o território do estado”.
Dessa forma, nos moldes dos modelos doutrinários vigentes, a
reclamada se enquadra no conceito de autarquia, por se tratar de pessoa jurídica de direito público de capacidade exclusivamente administrativa – mesmo tendo patrimônio próprio – e por possuir capacidade de estabelecer contratos com terceiros, entre si e com o órgão ao qual é vinculada.
Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello [1], “o controle das
autarquias (...) é o poder que assiste à Administração Central de influir sobre elas com o propósito de conformá-las ao cumprimento dos objetivos públicos em vista dos quais foram criadas, harmonizando-as com a atuação administrativa global do Estado”.
Dessa forma, as autarquias são pessoas jurídicas distintas do
Estado. Segundo Mello [2], “o ministro supervisor não é autoridade de alçada para conhecer de recurso contra seus atos, pois inexiste relação hierárquica entre este e aquelas, mas apenas os vínculos de controle legalmente previstos”.
Logo, as autarquias respondem por si próprias, tendo o Estado
responsabilidade apenas subsidiariamente. Ou seja, elas respondem por seus atos até o limite que a lei lhe impuser, irrompendo a partir daí a responsabilidade estatal.
Feitas essas ressalvas, destaque-se ainda que, pelo fato de seus
atos serem revestidos de presunção de legitimidade, exigibilidade e executoriedade, temos que a autarquia também exerce o poder de polícia.
Esse instituto administrativo do Estado consiste na limitação da
liberdade e da propriedade do cidadão, condicionando-o aos interesses coletivos. Segundo Mello, o poder de polícia pode ser credenciado a terceiro que esteja imbuído de legitimidade para exercer o papel delegado da função do estado. Ou seja, a supremacia do poder público, segundo o autor, torna as medidas de polícia administrativa frequentemente autoexecutórias [3]:
(...) pode a Administração Pública promover, por si mesma,
independentemente de remeter-se ao Poder Judiciário, a conformação do comportamento do particular às injunções dela emanadas, sem necessidade de um prévio juízo de cognição e ulterior juízo de execução processado perante as autoridades judiciárias. No entanto, todo esse poder público não poderia ser ilimitado. Mesmo que o Estado tenha o dever de sancionar quando se depara com uma infração administrativa - não estando essa opção em seu âmbito discricionário - é necessário que se observe o elemento “voluntariedade” que forma o conceito de “infração administrativa”. Segundo Mello [4]:
Infração administrativa é o descumprimento voluntário de uma
norma administrativa para o qual se prevê sanção cuja imposição é decidida por uma autoridade no exercício de função administrativa.
Ou seja, no caso em tela, é necessário provar que o autor tinha
ciência que o seu direito de dirigir já estava suspenso para, voluntariamente, desobedecer à ordem administrativa e, querendo, incorrer na segunda conduta que acabou por cassar sua licença para dirigir.
Dos princípios administrativos violados
Para que as infrações administrativas sejam validamente instituídas,
devem atender a determinados princípios constitucionais básicos, a saber: princípio da legalidade, princípio da anterioridade, princípio da tipicidade, princípio da exigência de voluntariedade, proporcionalidade, devido processo legal, motivação.
No presente caso, mais precisa e evidentemente, foram violados os
seguintes princípios:
a) Legalidade: posto que o processo de cassação da CNH do autor
não obedeceu ao art. 5º, II, 37, caput, e 84, IV, da Constituição Federal, porque a reclamada não observou os princípios seguintes explícitos e implícitos nos referidos artigos e em legislação complementar; b) Exigência de voluntariedade para incursão na infração: baseado na previsibilidade da consequência que o cidadão deve ter ao efetuar um ato ilícito, justamente por conta da segurança jurídica, esse princípio exige que a ciência da infração seja prévia. Segundo Mello [5], “é muito discutido em doutrina se basta a mera voluntariedade para configurar a existência de um ilícito administrativo sancionável, ou se haveria necessidade ao menos de culpa”. No caso em tela, nem há que se falar em culpa. O autor não tinha ciência da notificação da primeira infração, pois a mesma foi gerada por seu genro, e, a segunda infração foi gerada em veículo que não lhe pertencia à mais de 2 (dois) anos.
A voluntariedade não está presente na conduta do autor. Portanto,
fica carente o conceito de infração administrativa do elemento principal que o constitui. Ressalte-se que o autor nunca se mudou de endereço desde que tirou sua CNH, tampouco deixou de atualizar seus dados no sistema da reclamada. Tanto é verdade, que as demais notificações chegaram até ele sem problema algum, conforme é possível verificar no processo administrativo contra ele aberto.
c) Devido processo legal: segundo o art. 5º, LV, da Constituição
Federal, “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”. Mello [6] explicita bem a situação em tela: “quanto às multas de trânsito, ter-se-á de entender que a lavratura do auto de infração por parte do agente de trânsito (...) é apenas uma preliminar do lançamento da multa, o qual só se estratifica depois de ofertada a possibilidade de ampla defesa e se esta for desacolhida”. No presente caso, mesmo que a reclamada tenha notificado e explicado que o autor tinha direito a recorrer do indeferimento de sua defesa prévia, ocorre que a decisão de indeferimento não tinha fundamento! Como o autor iria recorrer à JARI sem a decisão motivada do indeferimento? Ele iria se limitar a contar a mesma história ao órgão de segunda instância, porque não tinha elementos para inovar no recurso. Dessa forma, o direito à ampla defesa ficou essencialmente prejudicado. Para um cidadão leigo, não foi, de forma alguma, fornecidas todas as formas de defesa administrativa.
d) Motivação: A Administração é obrigada a expor os fundamentos
em que está embasada para aplicar a sanção. Segundo Mello [7], “a Administração não só tem que explicitar o dispositivo normativo no qual se considera incurso o sujeito, como também explicitar o comportamento imputado e cuja ocorrência se subsome à figura infracional prevista na regra de Direito”. Continua: “a omissão de qualquer destes requisitos causa a nulidade do apenamento”.
Excelência, replico aqui, ipsis literis, como foi a notificação do
indeferimento, expedido pelo correio ao autor:
Como pode-se observar, claramente o indeferimento não está
fundamentado! A reclamada se limita a comunicar o indeferimento e dar opção de recurso à JARI, comunicando o prazo.
Repito: Como o autor iria recorrer à JARI sem a decisão motivada
do indeferimento? Ele iria se limitar a contar a mesma história ao órgão de segunda instância, porque não tinha elementos para inovar no recurso.
Não obstante, o presente procurador foi ao balcão físico da
reclamada para obter a tal decisão e cópia do processo administrativo, visto que não foi possível encontrar na internet e a reclamada não informa por telefone.
Chegando lá, obtive a decisão “fundamentada” da seguinte forma:
A reclamada limitou-se a repetir que todo o procedimento obedeceu
à resolução do Contran, não cabendo discussão dos autos de infração nesse momento. Ora, se não for pra discutir os autos de infração, vamos discutir o quê? Essa é a razão do recurso de defesa prévia! Depois explica sobre endereço atualizado, aspecto que em momento algum foi suscitado pelo autor, pois, como já foi dito, ele nunca se mudou de residência, permanecendo, portanto, seus dados atualizados no sistema.
Excelência, a reclamada já errou em não mandar para o autor a
decisão “fundamentada” juntamente com a notificação do indeferimento. Errou mais ainda não fundamentando de forma clara por que não aceitou a defesa prévia. Sequer se dignou a explicar a situação das datas de autuação nem sobre a ciência que o autor não tinha da primeira infração. A reclamada ignorou o art. 13 da própria resolução do Contran que ela citou, pois, segundo o referido artigo, “Concluída a análise do processo administrativo, a autoridade do órgão de registro da habilitação proferirá decisão motivada e fundamentada”. Ignorou também o art. 265 do Código de Trânsito Brasileiro: “As penalidades de suspensão do direito de dirigir e de cassação do documento de habilitação serão aplicadas por decisão fundamentada da autoridade de trânsito competente, em processo administrativo, assegurado ao infrator amplo direito de defesa.” Por esse motivo é que reitero: violou o princípio da motivação e da legalidade claramente, além dos acima referidos.
A consequência da violação desses princípios trouxe ao autor
graves consequências! Sua habilitação para dirigir foi cassada. E ele está no quinto mês de cumprimento de uma pena que não tem razão de ser.
Da garantia de acesso à justiça
Instituído como cláusula pétrea no art. 5º, inciso, XXXV, da
Constituição Federal, e no art. 8º da 1ª Convenção Interamericana sobre Direitos Humanos de São José da Costa Rica, da qual o Brasil é signatário, todo indivíduo tem direito a recorrer ao Judiciário. No caso em tela, houve uma série de ilegalidades no procedimento administrativo instaurado que culminou na cassação da habilitação do autor, trazendo prejuízos incalculáveis à sua vida.
Dessa forma, recorre-se ao Judiciário para que o mesmo tenha
seus direitos resguardados.
Da imediata devolução da CNH ao autor
O autor cumpriu a punição da primeira infração, a saber: ficar sem
dirigir por 12 meses, a contar da entrega da carteira. De acordo com o art. 261 § 2º do CTB, o autor teria ainda que realizar curso de reciclagem. Contudo, com a prorrogação do período de suspensão, por conta do processo de cassação, o autor adiou o curso de reciclagem para fazer no fim do prazo total de suspensão.
No entanto, como vimos, o processo de cassação está eivado de
evidentes ilegalidades, devendo ser anulado de imediato.
Sendo assim, como o autor já cumpriu a suspensão referente à
primeira infração e realizou o curso de reciclagem, obrigatoriamente o Juízo tem que exigir LIMINARMENTE que a reclamada restitua a habilitação ao autor.
DOS DANOS MORAIS
O autor é vendedor e precisa de sua carteira de habilitação para
trabalhar. Inclusive, por conta dessa situação, encontra-se desempregado e não pode aceitar as vagas por conta da suspensão da carteira. Por conta da instauração do processo de cassação da habilitação, o autor ficou 5 meses além do prazo devido exigido pela primeira infração.
Em consonância, portanto, com todo o exposto aqui, pretende o
Autor a reparação dos danos morais suportados, de modo que seja compensado pelos prejuízos que lhe foram e estão sendo causados.
Nesse interim, o Des. Pinheiro Lago, na ocasião do julgamento da
Apelação Cível n. 90.681/8, no TJMG, ensinou:
Não se pode perder de vista que o ressarcimento por dano moral
não objetiva somente compensar à pessoa ofendida o sofrimento que experimentou pelo comportamento do outro, mas também, sobre outra ótica, punir o infrator, através da imposição de sanção de natureza econômica, em beneficio da vítima, pela ofensa á ordem jurídica alheia.
Consoante ao mesmo mestre, segundo Sérgio Cavalhieri Filho:
O dano moral não mais se restringe à dor, tristeza e sofrimento,
estendendo a sua tutela a todos os bens personalíssimos – os complexos de ordem ética, razão pela qual revela-se mais apropriado chamá-lo de dano imaterial ou não patrimonial (...). Em razão dessa natureza imaterial, o dano moral é insusceptível de avaliação pecuniária, podendo apenas ser compensado com a obrigação pecuniária imposta ao causador do dano, sendo esta mais uma satisfação do que uma indenização. (In: Programa de Responsabilidade Civil, São Paulo: Atlas, 2007, 7 ed).
Desse modo, requer seja deferido o pleito do autor a título de
reparação de dano moral em valor a ser arbitrado por este juízo, e que desde já sugere o montante de 10 salários mínimos, conforme permite a Lei 12.153/09, levando-se em conta o dano moral suportado pelo autor acrescido de adequado desestímulo ao lesante.
DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto, requer:
a) seja acolhido o PEDIDO LIMINAR de devolução da CNH;
b) seja anulado o processo de cassação da CNH pelos motivos aqui
expostos, assim como as referentes multas e outras penalidades relacionadas a esse processo administrativo;
c) seja deferido o pedido de indenização por danos morais no valor
de 10 salários mínimos, conforme a Lei 12.153/09;
d) a condenação da ré ao pagamento das custas processuais e
honorários advocatícios;
e) a admissão de todos os meios de provas admitidos pelo
ordenamento jurídico pátrio e em especial pela prova documental e testemunhal.
f) a concessão da gratuidade da Justiça, vista que o autor não
dispõe de condições para custear o presente feito, sem com isso prejudicar seu sustento familiar.
Dá-se à causa o valor de R$ 12.000,00 (doze mil Reais)
N. T. P. D.
Porto Alegre, 09 de abril de 2024.
Dr. César A. P. Symanski
OAB/RS:. 74.294
[1] MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito
Administrativo. Ed. 31. Malheiros Editores: São Paulo, 2014. p.166.