Artigo Transtornos Que Comprometem A Aprendizagem

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO

Disciplina: Transtornos de Aprendizagem

Professora: Maria da Graça Gonçalves Cunha Neves

Alguns Transtornos que comprometem a aprendizagem:

TDAH E O PROCESSO DE APRENDIZAGEM

Disponível em: https://tdah.org.br/tdah-e-o-processo-de-aprendizagem/


ABDA (Associação Brasileira do Déficit de Atenção)

O TDAH é um dos transtornos neuropsiquiátricos mais conhecidos na infância.


Devido à baixa concentração de dopamina e/ou noradrenalina em regiões
sinápticas do lobo frontal, leva o indivíduo a uma tríade sintomatológica de falta
de atenção, hiperatividade e impulsividade, ocasionando sérias dificuldades para
o processo de aprendizagem.

Falta de atenção, para o caso da criança com TDAH significa excesso de


mobilidade na atenção, ou seja, hipermobilidade, que é quando o indivíduo não
consegue manter, por algum tempo, sua atenção em um mesmo objeto, em um
mesmo foco. É a atenção espontânea que predomina.

Hiperatividade significa um aumento da atividade motora, deixando a mesma


quase constantemente em movimento.

As definições da palavra impulsividade – força que impele estímulo, abalo,


ímpeto, impulsão – ajudam a compreender a maneira pela qual o indivíduo
portador do TDAH reage diante do mundo. Pequenas coisas podem despertar-
lhes grandes emoções e a força dessas emoções gera o combustível de suas
ações.
Estudos cada vez mais aprofundados e específicos sobre o TDAH desvendam
novas técnicas de enfrentamento para esta problemática, novos recursos
psicoterapêuticos e medicamentosos, com a finalidade de que haja uma
diminuição da interferência que os sintomas do TDAH causam na vida da
pessoa, fazendo com que esta consiga aumentar a concentração e controlar a
hiperatividade e a impulsividade.

Recursos estes se tornam especialmente necessários para as crianças do


período pré-escolar e ensino fundamental, onde a desatenção e a impulsividade
comprometem além do processo de aprendizagem, os relacionamentos e a
autoestima.

A falta de informação, conhecimento e compreensão que envolve o processo


escolar são grandes obstáculos que a criança enfrenta neste período juntamente
com as características do transtorno, fazendo com que professores colegas e
pais considerem o comportamento desta criança como sendo rebelde e
desinteressado, tendo para com ela um tratamento preconceituoso.

Alguns aspectos são importantes que sejam avaliados a fim de que não sejam
cometidos enganos no diagnóstico de TDAH, sendo eles:

– Avaliar a frequência e a intensidade que estes sintomas aparecem, a duração


dos mesmos e a interferência que eles causam na vida, ou seja, se acarreta ou
não prejuízo no funcionamento da pessoa.

– Avaliar se os sintomas existem desde a infância ou início da adolescência.

– Avaliar se os sintomas não estão sendo provocados por nenhum outro


transtorno conhecido.

Somente após esta cuidadosa análise, é que se pode caracterizar o transtorno,


afinal, toda pessoa pode apresentar um ou mais comportamentos similares aos
sintomas do TDAH em algum momento da vida, sem necessariamente
apresentar um diagnóstico patológico.
Para os indivíduos em que predomina a hiperatividade, uma característica
importante que vale ser ressaltada é que estes, inconscientemente, buscam
conflitos como uma maneira de ativar seu próprio córtex pré-frontal. Não
planejam fazer isso, negam que fazem, e ainda assim fazem. Isso ajuda a
aumentar a atividade de seus lobos frontais e a se sentirem mais estimuladas.
Embora não seja um fenômeno consciente, parece que ficam viciadas em
confusão. A hiperatividade se manifesta com movimentos frequentes, a criança
bate com os pés, mexe as mãos, não pára quieta, corre o tempo todo.

Nas pessoas com TDAH predominantemente desatentos, parece que quanto


mais a pessoa tenta se concentrar, pior para ela. A atividade no córtex pré-frontal
se desliga ao invés de ligar. Quando um pai, um professor, um chefe, põe
pressão na pessoa que tem déficit de atenção, ela se torna menos eficiente,
fazendo com que o supervisor interprete isso como decréscimo no seu
desempenho ou má conduta proposital. O que acontece é que todos nós
funcionamos melhor com elogios, mais intenso então, é quem possui essa
patologia. É adequado trabalhar com essas pessoas com estímulo e ambientes
que sejam altamente interessantes e tranquilos, para que se tornem mais
produtivas. O mais incrível é que essas pessoas frequentemente conseguem
prestar atenção em coisas bonitas, novas, interessantes ou assustadoras, que
oferecem estimulação e ativam o córtex pré-frontal, conseguindo se focalizar e
concentrar. A desatenção pode acontecer em situações escolares, profissionais
ou sociais. Frequentemente dá-se a impressão de que a mente está em outro
lugar ou que não escutou o que foi dito. Há uma dificuldade em completar tarefas,
compreender instruções, organizar atividades. Seus objetos são desorganizados
e com frequência são perdidos, desleixados, danificados. Os portadores de
TDAH distraem-se com qualquer ruído, esquecem coisas das atividades diárias,
esquecem compromissos marcados, não prestam atenção no que os outros
dizem.

Nas pessoas com TDAH predominantemente impulsivos, a mente funciona como


um receptor de alta sensibilidade, que, ao captar um pequeno sinal, reage
automaticamente sem avaliar as características do objeto gerador do sinal
captado. A impulsividade se manifesta como impaciência, responder
precipitadamente antes do término das perguntas, dificuldade de aguardar a sua
vez para falar, interromper ou intrometer nos assuntos alheios, causando muitas
dificuldades nos contextos sociais, escolares ou profissionais.

A dificuldade escolar é uma queixa frequente de pais e professores de crianças


com TDAH. É por este motivo que os pais normalmente recorrem com
veemência a neuropediatras, psicólogos e psicopedagogos. De acordo com
dados estatísticos, a dificuldade escolar está entre as sete queixas mais
frequentes. Para o SAEB, (Sistema Nacional da Educação Básica), o
desempenho escolar depende de diferentes fatores: características da escola
(físicas, pedagógicas, qualificação do professor), da família (nível de
escolaridade dos pais, presença dos pais, interação dos pais com escola e
deveres) e do próprio indivíduo (saúde mental, visual, auditiva, nutricional, etc).
Somado a esses e outros fatores, tem-se discutido muito o problema das
crianças portadoras de TDAH, considerando que sua atividade motora e mental
é inadequada, excessiva e muitas vezes denominada erroneamente, como
agitação ou inquietação por vontade própria. Os pais que ainda não perceberam
ou não aceitaram que o filho possui o transtorno de hiperatividade e/ou déficit de
atenção, ao ingressar o filho na escola, sentirão a necessidade de se interar
dessa problemática, mais precisamente na fase de alfabetização e daí para
frente. Ou porque a conduta “arteira” não é bem-vinda, ou porque as notas não
vão muito bem.

A prevalência do déficit de atenção e hiperatividade está entre 3% e 5% em


crianças em idade escolar e costuma ser mais comum em meninos do que em
meninas. É considerada uma das patologias psiquiátricas mais frequentes nesse
grupo etário, devendo ser assistida por profissionais experientes nas áreas de
neuropediatria, psiquiatria ou interdisciplinares.

As crianças com TDAH apresentam maior dificuldade para aprendizagem e


problemas de desempenho em testes e funcionamento cognitivo em relação aos
seus colegas, principalmente por dificuldades nas suas habilidades
organizacionais, capacidades de linguagem expressiva e/ou controle motor fino
ou grosso. O funcionamento intelectual dessas crianças não difere das outras, o
transtorno parece não afetar as capacidades cognitivas gerais, o TDAH não está
relacionado à falta de capacidade, mas a um déficit de desempenho. A maioria
das crianças portadora desse transtorno tem desempenho escolar abaixo do
esperado devido à realização incoerente de tarefas, desatenção e problemas de
procedimentos em sala de aula, fazendo que constantemente percam mérito por
participação e comportamento.

Muitas crianças e adultos com TDAH e mais especificamente o DDA têm letra
feia e consideram o ato de escrever difícil e estressante, preferem digitar, por
não ser um movimento harmônico contínuo, e sim uma atividade motora de
começa e pára. Também se queixam da dificuldade de tirar os pensamentos da
cabeça e colocá-los no papel, “os dedos não sabem dizer o que o cérebro está
pensando”.

É preciso que os professores conheçam um pouco sobre o TDAH, para não


criarem barreiras em relação ao aluno e tentarem dar uma maior atenção a quem
possui o transtorno. Estudar em turmas pequenas, sentar próximo ao quadro e
ao professor, sala com poucos detalhes que possam dispersar a atenção,
permissão especial para ter mais tempo de fazer as tarefas sem punições, são
algumas dicas que podem ajudar muito essa criança.

A criança com TDAH deve aprender aos poucos, e aplicar em seu dia-a-dia mais
eficácia, ou seja, não apenas focar um processo ligado à tarefa, mas chegar a
um resultado satisfatório, do que eficiência (aplicar muita energia, tempo,
dedicação e empenho para a realização de uma determinada tarefa). Desta
forma, o desgaste emocional será menor e os resultados, mais satisfatórios.
Essa criança provavelmente realizará tarefas que proporcionam desafios e
emoções, mesmo que seja exaustiva, em condições muito melhores do que
tarefas que lhe exijam concentração e tempo.

A prescrição de medicamentos psicotrópicos é o tratamento mais comum para o


TDAH. Numerosos estudos têm demonstrado, de modo coerente, a rápida
melhora do funcionamento comportamental, acadêmico e social da maioria das
crianças tratadas com substâncias estimulantes. São chamados assim em
virtude de sua capacidade comprovada de aumentar a excitação ou “alerta” do
sistema nervoso central.

Estas medicações melhoram extraordinariamente a capacidade motora da


pessoa de colocar seus pensamentos no papel, aprimoram a atenção e a
impulsividade, aumentam a motivação e a concentração, com a vantagem de
não provocar dependência nos usuários. Esses medicamentos não curam o
TDAH, mas ajudam a normalizar os neurotransmissores durante o seu uso.
Dessa forma, diminui as consequências negativas emocionais, acadêmicas e
sociais.

Associado aos estimulantes, as psicoterapias exercem efeitos eficazes no


tratamento do TDAH, principalmente nas crianças, pois a modificação
comportamental é necessária para o bom desempenho escolar e minimiza os
conflitos nos relacionamentos. Outras intervenções como terapia
comportamental familiar, participação dos pais em grupos de apoio e
treinamento aos professores são coadjuvantes ao tratamento para que a criança
não se sinta discriminada perante os outros e para que todos aprendam a
contornar melhor as adversidades advindas do transtorno.

Denise Ferreira Ghigiarelli – CRP 06/107690


Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental-HCFM-USP

REFERÊNCIAS
AMEN, DANIEL G., Transforme seu Cérebro, Transforme sua Vida, São Paulo,
Ed. Mercúrio Ltda., 2000.
CAMPOS ARAÚJO, ALEXANDRA P. Q., Jornal de Pediatria, ISSN 0021-7557
V.78 supl.1, Porto Alegre, 2002.
DUPAUL, GEORGE J. e STONER, GARY, TDAH nas Escolas Estratégias de
Avaliação e Intervenção, São Paulo, M.Books do Brasil Editora Ltda., 2007.
HALPERN, RICARDO, www.neurocienciasnaweb/palestras.asp, 2008.
MATTOS, PAULO www.scielo.br/scielo.php, 2005.
RAZERA, GRAÇA, Hiperatividade Eficaz, Rio de Janeiro, Ed. IIPC, 2001.
ROHDE, LUIS AUGUSTO, Revista Brasileira de Psiquiatria, vol. 22 S.2 – ISSN
1516-4446, São Paulo, 2000.
SILVA, ANA BEATRIZ B., Mentes Inquietas, São Paulo, Ed. Gente, 2003.
O que são os Transtornos de Linguagem? Causas e Tipos
Maria Alice Fontes
Disponível em: http://plenamente.com.br/artigo.php?FhIdArtigo=197

Introdução

Partindo-se do pressuposto de que a principal ferramenta para o ser humano


interagir com o mundo e formar vínculos é a linguagem, conclui-se que
dificuldades nos campos social e intelectual podem emergir caso exista algum
problema no processo de desenvolvimento da linguagem do indivíduo. Tais
dificuldades são identificadas por baixo rendimento acadêmico, isolamento
social ou retardo no desenvolvimento cognitivo, que por sua vez, acabam sendo
responsáveis por prejuízos no desenvolvimento psicológico da criança, podendo
gerar transtornos de conduta ou emocionais significativos. Dessa forma, vários
casos de Transtornos de Linguagem são assistidos tanto pelo fonoaudiólogo
quanto pelo psicólogo e/ou outros profissionais.
O que são os Transtornos de Linguagem?

Entende-se por Transtornos de Linguagem os quadros que apresentam desvios


nos padrões normais de aquisição da linguagem desde suas etapas iniciais.
Entretanto, crianças normais variam amplamente na idade na qual elas iniciam
a aquisição da linguagem falada e no ritmo no qual as habilidades de linguagem
se tornam firmemente estabelecidas.

Existem diferentes tipos de Transtornos de Linguagem, embora seja frequente a


presença de comorbidades, tanto entre si, como entre transtornos psicológicos.
Sendo assim, muitas crianças que apresentam atrasos na aquisição da
linguagem, possuem dificuldades de leitura e escrita, e também problemas nos
relacionamentos interpessoais, que levam respectivamente, a um rendimento
escolar deficiente e a possíveis transtornos da esfera emocional e de
comportamento.

Embora a criança que apresenta algum quadro de Transtorno de Linguagem seja


capaz de se comunicar melhor em situações que lhe sejam familiares, o
comprometimento da linguagem existe em qualquer situação.

Quais são as causas?

As etiologias das alterações da linguagem e da fala podem envolver aspectos


genéticos, degenerativos, lesionais, ambientais e/ou emocionais. Alguns autores
classificam os transtornos com base em dois tipos de fatores que podem alterar
e incidir desfavoravelmente na evolução da comunicação e da linguagem:
fatores orgânicos, sejam eles genéticos, neurológicos ou anatômicos e fatores
emocionais. Entretanto, outros autores consideram que a diferenciação entre os
transtornos de etiologia orgânica e psicológica pode resultar mais útil no adulto,
embora ambos os tipos de fatores devam ser considerados de forma integrada.
Na criança essa diferenciação está ultrapassada, já que o efeito de qualquer
fator orgânico ou psicológico tem repercussões sobre o conjunto de processos
de ordem psicológica que constituem a aquisição e o desenvolvimento da
linguagem.

Tipos de Transtornos de Linguagem

Os transtornos que interferem na comunicação do indivíduo, podem estar


relacionados à fala, à linguagem, à audição ou à voz.

Dislalia

Normalmente até os 6 anos de idade, a maioria dos sons da fala já está


adquirida. A dislalia ou transtorno específico de articulação da fala corre quando
a aquisição dos sons da fala pala criança está atrasada ou desviada, levando a:
• má articulação e consequente dificuldade para que os outros a entendam;
• omissões, distorções ou substituições dos sons da fala;
• inconsistência na concorrência de sons (isto é, a criança pode produzir
fonemas corretamente em algumas posições nas palavras, mas não em
outras).
A gravidade do distúrbio articulatório varia de pouco ou nenhum efeito sobre a
inteligibilidade da fala até uma fala completamente ininteligível, embora mesmo
nestes casos, as pessoas da família compreendam o que a criança quer
expressar. Existem vários fatores etiológicos, além dos aspectos que favorecem
indiretamente a existência e manutenção da alteração, como:
• permanência de esquemas de articulação infantis;
• déficit na discriminação auditiva;
• déficit na orientação do ato motor da língua.

Alterações na respiração, inadequação da mastigação e deglutição, hábitos orais


inadequados (uso prolongado da chupeta e mamadeira, onicofagia e sucção de
dedo), podem causar prejuízos anatômicos e funcionais no sistema orofacial da
criança, alterando os movimentos adequados e necessários para a produção
correta dos fonemas.

Diversas classificações são encontradas para o distúrbio articulatório, entretanto,


a classificação abaixo é bastante esclarecedora:
• Dislalias fonológicas: os mecanismos de conceitualização dos sons e
as relações entre significantes e significados estão afetados, os sons não
se organizam em sistemas e não existe uma forma apropriada de usá-los
em um contexto;
• Dislalias fonéticas: determinadas por processos fisiológicos, de
realização articulatória com traços característicos de incoordenação
motora e/ou insensibilidade orgânica.
Existem alterações articulatórias nos casos de disartrias, entretanto estas são
ocasionadas por danos cerebrais.

Disfemia
A disfemia é conhecida pela dificuldade em manter a fluência da expressão
verbal, é um transtorno de fluência da palavra, que se caracteriza por uma
expressão verbal interrompida em seu ritmo, de maneira mais ou menos
brusca. O tipo mais comum de disfemia é a gagueira, também chamada de
tartamudez.

A tartamudez se caracteriza pela interrupção da fluência verbal, por meio de


repetições ou prolongamento dos sons, sílabas ou palavras. Frequentemente,
ela vem acompanhada de movimentos corporais, como balançar os braços e as
mãos, piscar os olhos ou tremor labial, na tentativa de superar o bloqueio da
fala. Observa-se que a frequência e a intensidade da gagueira estão associadas
ao estado emocional do indivíduo.

Muitas crianças apresentam uma disfluência, também chamada gagueira


fisiológica, entre os dois e cinco anos de idade, o que é considerado normal, visto
que o desenvolvimento e a aquisição da linguagem se dão de forma intensa
nesse período. A criança apresenta uma fala vacilante, repetições de vocábulos,
semelhantes ao gaguejar, mas assim como a disfluência aparece, com o
desenvolvimento da criança ela cessa. Recomenda-se não chamar a atenção da
criança a respeito desse comportamento, nem corrigi-la ou completar frases e
palavras por ela. Nessa fase pais e professores necessitam paciência e a espera
para que a criança possa voltar a falar com ritmo normal. A procura por um
tratamento só deve ser feita se a disfluência permanecer após essa fase.

Não se reconhece uma etiologia única para a gagueira, e as formas terapêuticas


e abordagens de tratamento são variadas, visando em alguns casos uma melhor
adaptação social e emocional, passando pelo enfrentamento de situações de
exposição verbal, pela diminuição da ansiedade e o aumento da auto-estima.

Afasia
As afasias compreendem os transtornos de linguagem causados por uma lesão
cerebral, ocorrida após a aquisição total da linguagem ou durante seu processo.
Existem diferentes tipos de afasias, porém elas são definidas de acordo com o
local lesionado.

Independente do local da lesão, a afasia é vista como um transtorno de


linguagem no qual existe uma perda parcial ou total da capacidade de expressão
dos pensamentos por sinais e da compreensão dos mesmos. Assim, entende-
se que a afasia é a incapacidade de compreender a palavra falada, de leitura e
escrita, embora essas últimas se apresentem em graus variáveis.

Disfonias
Embora não estejam incluídas nos transtornos de linguagem, as disfonias
implicam as alterações na qualidade da voz ou em sua emissão, consequente
de distúrbios orgânicos ou funcionais das cordas vocais ou ainda por uma
respiração incorreta. 6 A disfonia pode se apresentar através da rouquidão,
soprosidade ou aspereza da voz.
As circunstâncias afetivas, emocionais, os fatores culturais e estéticos, a idade,
o sexo, as exigências e autovalorização da própria voz são fatores que influem
diretamente na avaliação da patologia da vocal.

As disfonias podem ser causadas por alterações orgânicas, desarmonia ou


incoordenação dos músculos respiratórios, laríngeos e das cavidades de
ressonância, principalmente geradas pelo mau uso ou abuso vocal. O
otorrinolaringologista deve ser o médico que fará exames clínicos para
diagnóstico juntamente com o fonoaudiólogo que atuará na reabilitação vocal.

Referências Bibliográficas
1. ARDOUIN, J., BUSTOS, C., GAYÓ, R., JARPA, M. Transtornos del
lenguaje en la infância. 2000.
http://www.udec.cl/~ivalfaro/apsique/des/traslen.html
2. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Classificação de transtornos
mentais e de comportamento da CID-10: descrições clínicas e diretrizes
diagnósticas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993. 51 p.
3. CASANOVA, J. P. e col. Manual de Fonoaudiologia. Porto Alegre: artes
Médicas, 1992.
4. ISSLER, S. Articulação e Linguagem. Antares, 1983.
5. http://www.geocities.com/HotSprings/Sauna/6119/transtornos.htm
6. http://ascha.org/speech/disabilities/stuttering.cfm
7. http://www.psicologoinfanti.com/translengu.htm
Transtornos de Neurodesenvolvimento
Os transtornos de Neurodesenvolvimento englobam alterações dos
processos iniciais do desenvolvimento cerebral que persistem ao longo da
vida.

Os transtornos de Neurodesenvolvimento têm sua origem no período gestacional


ou na infância. Envolvem déficits na interação social e nas habilidades de
comunicação que impactam o desempenho social e acadêmico dos portadores.
Os prejuízos vão desde limitações causadas por deficiências intelectuais até
transtornos de aprendizagem.

Os principais transtornos de Neurodesenvolvimento são: transtorno de Déficit de


Atenção e Hiperatividade (TDAH); transtorno do espectro Autista e Distúrbios da
aprendizagem. Neste artigo, você vai conhecer as origens e as características
de cada um deles, para que possa diferenciá-los e aprender a identificar os
sintomas precocemente.

Quais as origens dos transtornos de Neurodesenvolvimento?

Os transtornos de Neurodesenvolvimento têm uma alta herdabilidade, ou seja,


fatores genéticos favorecem que eles ocorram. No entanto, suas origens podem
estar relacionadas a alterações ou fatores de risco ambientais que acontecem
nos períodos iniciais do desenvolvimento.

São fatores de risco durante a gestação: exposição ao estresse, a toxinas, a


determinados medicamentos, prejuízos no período perinatal, baixo peso ao
nascimento e prematuridade.

Os transtornos de Neurodesenvolvimento são mais frequentes em meninos, mas


podem ocorrer também em meninas. O início dos sintomas ocorre nos primeiros
anos de vida e persistem ao longo de todo o desenvolvimento.
Conheça agora os principais transtornos do Neurodesenvolvimento.

Principais Transtornos do Neurodesenvolvimento

Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade

Conhecido como TDAH, é um transtorno que se caracteriza por prejuízos no


controle da atenção e no controle motor. Frequentemente, existe um prejuízo
também no controle emocional. Embora seja bastante variável, em geral, os
primeiros sinais já são percebidos no momento em que a criança começa a
caminhar. Pode acontecer também que os sintomas sejam percebidos ao longo
do desenvolvimento, no período escolar.

A criança, adolescente ou adulto com TDAH, têm maiores dificuldade em manter


a atenção nas atividades e no controle do corpo. Podem apresentar inquietação
e dificuldade de espera. Por isso, costumam sentir raiva de forma intensa e,
muitas vezes, dificuldade de controle das emoções e impulsividade.

Do ponto de vista neurobiológico, o transtorno de Déficit de Atenção e


Hiperatividade envolve prejuízos na maturação no desenvolvimento do córtex
pré-frontal — área que exerce um papel de orquestrar as diferentes funções do
nosso cérebro. Dessa forma, o controle sobre as diferentes áreas — córtex
motor, áreas relacionadas às emoções, aos pensamentos, a atenção — é mais
frágil.

Transtorno do espectro do Autismo

O transtorno do espectro do Autismo se caracteriza por prejuízos na


comunicação social, incluindo atrasos no desenvolvimento da linguagem. As
primeiras manifestações, no comportamento das crianças, em geral, ocorrem no
final do primeiro ou segundo ano de vida.

Mesmo quando há uma linguagem com um desenvolvimento adequado, ocorrem


prejuízos na comunicação social não verbal. Ou seja, na compreensão de
gestos, de dicas sociais e na leitura do ambiente social.

As pessoas com transtorno do espectro do Autismo frequentemente apresentam


interesses intensos e com um foco mais estreito. Podem apresentar também
comportamentos repetitivos, movimentos estereotipados e alterações
sensoriais.

O transtorno do espectro do Autismo também inclui dificuldades em perceber o


outro, colocar-se no lugar do outro. Muitos têm a expressividade da fala
diferenciada e uma comunicação verbal apropriada e se desenvolvem de forma
satisfatória em termos educacionais. No entanto, apresentam prejuízos
qualitativos na comunicação e aproximação social, na leitura do ambiente e do
contexto social, na percepção das emoções, interesses restritos (e intensos) e
alterações sensoriais.

Do ponto de vista neurobiológico, percebe-se que as conexões entre áreas


distantes do cérebro são mais frágeis ou mesmo inexistentes. Essas conexões
são importantes na elaboração dos pensamentos e funções cognitivas
superiores mais elaboradas.

Distúrbios da aprendizagem

Os distúrbios ou transtornos da aprendizagem ocorrem em crianças que


apresentam um bom desempenho intelectual, mas afetam algumas funções
cognitivas. Distúrbios da leitura, da expressão escrita ou que envolvem a
capacidade matemática são os mais comuns.
Um distúrbio de aprendizagem mais conhecido é a dislexia, que envolve
dificuldade na leitura.

As causas desses transtornos não são completamente conhecidas, mas podem


estar relacionadas a doenças da mãe ou uso de substâncias tóxicas na gravidez,
complicações na gravidez ou no parto, prematuridade e baixo peso ao
nascimento.

Fatores ambientais no desenvolvimento da criança também podem causar


distúrbios de aprendizagem, como exposição a toxinas, infecções no sistema
nervoso central, desnutrição, abuso psicológico e outros fatores.
Os sintomas são bem variados: as crianças podem apresentar lentidão no
aprendizado, uma concentração curta, distrair-se facilmente, problemas na fala,
coordenação motora, comunicação, entre outros.

Tanto no transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade como no transtorno


do espectro do Autismo e nos Distúrbios de Aprendizagem, as intervenções
precoces são bastante efetivas para promover o desenvolvimento das pessoas
afetadas. Dessa forma, é muito importante que, ao perceber os primeiros
sintomas, professores e pais procurem ajuda profissional.

Referências:

MIRANDA, Mônica Carolina. Neuropsicologia do Desenvolvimento: Transtornos


do Neurodesenvolvimento Editora Rubio, 2012.

MSD Manuals https://www.msdmanuals.com/

Transtornos mentais

Principais fatos:

• Existem diversos transtornos mentais, com apresentações diferentes.


Eles geralmente são caracterizados por uma combinação de
pensamentos, percepções, emoções e comportamento anormais, que
também podem afetar as relações com outras pessoas.
• Entre os transtornos mentais, estão a depressão, o transtorno afetivo
bipolar, a esquizofrenia e outras psicoses, demência, deficiência
intelectual e transtornos de desenvolvimento, incluindo o autismo.
• Existem estratégias eficazes para a prevenção de transtornos mentais
como a depressão. Há tratamentos eficazes para os transtornos mentais
e maneiras de aliviar o sofrimento causado por eles.
• O acesso aos cuidados de saúde e aos serviços sociais capazes de
proporcionar tratamento e apoio social é fundamental.
• A carga dos transtornos mentais continua crescendo, com impactos
significativos sobre a saúde e as principais consequências sociais, de
direitos humanos e econômicas em todos os países do mundo.
Quem está em risco de desenvolver transtornos mentais?

Os determinantes da saúde mental e transtornos mentais incluem não apenas


atributos individuais, como a capacidade de administrar os pensamentos, as
emoções, os comportamentos e as interações com os outros, mas também os
fatores sociais, culturais, econômicos, políticos e ambientais, como as políticas
nacionais, a proteção social, padrões de vida, as condições de trabalho e o apoio
comunitário.

Estresse, genética, nutrição, infecções perinatais e exposição a perigos


ambientais também são fatores que contribuem para os transtornos mentais.

Saúde e apoio

Os sistemas de saúde ainda não responderam adequadamente à carga dos


transtornos mentais. Como consequência, a distância entre a necessidade de
tratamento e sua oferta é ampla em todo o mundo. Em países de baixa e média
renda, entre 76% e 85% das pessoas com transtornos mentais não recebem
tratamento. Em países de alta renda, entre 35% e 50% das pessoas com
transtornos mentais estão na mesma situação.

Um outro problema é a má qualidade dos cuidados prestados a muitos que


recebem tratamento.

Além do apoio dos serviços de saúde, pessoas com transtornos mentais


precisam de apoio e cuidados sociais. Frequentemente necessitam também de
ajuda para acessar programas educativos que se adaptem às suas
necessidades e encontrar emprego e moradia que lhes permitam viver e ser
ativos nas suas comunidades locais.

Fonte: https://www.paho.org/pt/topicos/transtornos-mentais

Depressão: Distúrbio mental caracterizado por depressão persistente ou perda


de interesse em atividades, prejudicando significativamente o dia a dia. As
causas possíveis incluem uma combinação de origens biológicas, psicológicas
e sociais de angústia. Cada vez mais, as pesquisas sugerem que esses fatores
podem causar mudanças na função cerebral, incluindo alteração na atividade de
determinados circuitos neuronais no cérebro.

A sensação persistente de tristeza ou perda de interesse que caracteriza a


depressão pode levar a uma variedade de sintomas físicos e comportamentais.
Estes podem incluir alterações no sono, apetite, nível de energia, concentração,
comportamento diário ou autoestima. A depressão também pode ser associada
a pensamentos suicidas. A base do tratamento geralmente inclui medicamentos,
psicoterapia ou uma combinação dos dois. Cada vez mais, as pesquisas
sugerem que esses tratamentos podem normalizar alterações cerebrais
associadas à depressão.

Transtorno de ansiedade: Distúrbio de saúde mental caracterizado por


sentimentos de preocupação, ansiedade ou medo que são fortes o bastante para
interferir nas atividades diárias. Exemplos de transtornos de ansiedade incluem
ataques de pânico, transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno de estresse
pós-traumático.

Os sintomas incluem estresse desproporcional ao impacto do evento,


incapacidade de superar uma preocupação e inquietação. O tratamento inclui
terapia ou medicamentos, incluindo antidepressivos.

Transtorno bipolar (Transtorno Maníaco Depressivo): Distúrbio associado a


alterações de humor que vão da depressão a episódios de obsessão. A causa
exata do distúrbio bipolar não é conhecida, mas acredita-se que seja influenciado
por uma combinação de fatores como genética, ambiente, estrutura e química
do cérebro.

Os episódios maníacos incluem sintomas como euforia, dificuldade para dormir


e perda de contato com a realidade. Já os episódios depressivos são
caracterizados por falta de energia e motivação, além de perda de interesse nas
atividades cotidianas. Os episódios de alteração de humor podem durar dias ou
meses e também podem estar associados a pensamentos suicidas. O
tratamento costuma ser necessário por toda a vida e geralmente envolve uma
combinação de medicamentos e psicoterapia.

Demência: Um grupo de sintomas cognitivos e sociais que interfere nas funções


diárias. A demência não é uma doença específica e sim um grupo de sintomas
caracterizado pela disfunção de pelo menos duas funções do cérebro, como a
memória e o discernimento.

Os sintomas incluem esquecimento, habilidades sociais limitadas e habilidades


cognitivas prejudicadas a ponto de interferir no funcionamento diário.
Medicamentos e terapias podem ajudar a controlar os sintomas. Algumas causas
são reversíveis.

Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC): Pensamentos excessivos


(obsessões) que levam a comportamentos repetitivos (compulsões). O
transtorno obsessivo-compulsivo é caracterizado por pensamentos e medos
irracionais (obsessões) que levam a comportamentos compulsivos.

O TOC costuma se concentrar em temas como o medo de germes ou a


necessidade de organizar os objetos de uma maneira específica. Os sintomas
geralmente começam de modo gradual e variam ao longo da vida. O tratamento
inclui psicoterapia, medicamentos ou ambos.
Transtorno Opositor Desafiador (TOD): Transtorno infantil (começa já na
infância e pode perdurar ao longo da vida) caracterizado por comportamento
desafiador e desobediente a figuras de autoridade.

A causa do transtorno desafiador de oposição é desconhecida, mas


provavelmente envolve uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Os
sintomas geralmente começam antes de uma criança completar oito anos de
idade. Eles incluem humor irritável, comportamento argumentativo e desafiador,
agressividade e índole vingativa que duram mais de seis meses e causam
problemas significativos em casa ou na escola. O tratamento envolve terapia
individual e familiar de manejo.

Todos os Transtornos acima citados possuem implicações no desenvolvimento


cognitivo, emocional e psicanalítico do sujeito.

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