3 Va Direito de Familia
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3 Va Direito de Familia
SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO
Separação: Coloca fim à sociedade conjugal, mas mantém o vínculo matrimonial (art.
1.571, III CC).
▪ Restam paralisados os deveres de fidelidade recíproca, coabitação (separação
de fato) e efeitos do regime de bens (art. 1.576 CC).
o Não pode se casar com outrem, mas pode retomar o seu vínculo conjugal
originário a qualquer tempo mediante petição conjunta.
▪ O retorno do matrimônio ocorrerá com efeitos ex nunc, resguardado os
interesses de terceiros (art. 1.577 CC).
● Célere
▪ Necessário estar casado por pelo menos 1 ano (art. 1.574 CC) – reflexão
▪ Cláusula de dureza ou excepcional gravidade (art. 1.574, p. único CC).
o Separação Judicial Litigiosa
Efeitos:
● Possibilidade do separado ter união estável (art. 1.723 CC);
● Ainda que o art. 1.642, V CC afirme que o regime de bens continuar por 5 anos, o
STJ entende que tal separação é apta a paralisar os efeitos do regime de bens (STJ,
Resp 32.218/SP).
Divórcio:
o EC 9/77 e Lei 6.515/77
o CF/88 – divórcio direto e indireto
o O divórcio dissolve o vínculo conjugal (art. 1.571 , §1º CC).
o EC66/10 – divórcio direto
OBS: Com a nova redação do § 6º, do art. 226 da CF existem três teorias a respeito da
separação judicial:
▪
Direito apenas à partilha do patrimônio adquirido, desde que provado
o esforço comum (STJ, Resp 988.090/MS de 2010).
▪ Vedações:
● Realizar doações em favor do concubino – art. 550 CC
● Estipula seguro de vida em favor do concubino – art. 793 CC
● Contemplar como beneficiário de testamento – art. 1.801 CC
● Receber alimentos – art. 1.694 CC
Noções Gerais
● Art. 226, §3º CF - § 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união
estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua
conversão em casamento.
● Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a
mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida
com o objetivo de constituição de família.
● Elementos:
Direito das Famílias
Profª. Ms. Rosana dos Santos Martins
Exceções:
▪ Emancipação do companheiro menor
● Já há precedentes jurisprudenciais em contrário
▪ Presunção de paternidade dos filhos
● Já há entendimento jurisprudencial em contrário
o (STJ, REsp. 1.194.059/Sp, 2012)
▪ Mudança de estado civil
● Deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos
filhos - Art. 1.724.
o Coabitação – Súmula 382: A vida em comum sob o mesmo teto more uxorio,
não é indispensável à caracterização do concubinato.
Exceção:
Contrato de convivência em sentido contrário
o Contrato de convivência – estipular regras patrimoniais específicas
▪ Negócio acessório
o Negócio jurídico informar (escritura pública ou particular)
▪ Precisa ser escrito
o Dispensa a presença de testemunhas
o Pode ser celebrado a qualquer tempo
▪ Pode ser modificado a qualquer tempo, desde que por ato de vontade de ambas as
partes.
▪ Não produzirá efeitos retroativos
o Não pode afastar ou suprimir direitos garantidos por lei
▪ Ex: direito de herança, alimentos...
BEM DE FAMILIA
Conceito e Natureza Jurídica
● “O bem de família é um meio de garantir um asilo à família, tornando-se o imóvel
onde ela se instala domicílio impenhorável e inalienável, enquanto forem vivos os
cônjuges e até que os filhos completem sua maioridade” Álvaro Villaça Azevedo.
● Proteção ao mínimo existencial dos integrantes do núcleo familiar
Em caso de execução:
● Exceção de pré-executividade
● Embargos de terceiros
● Embargos do devedor
o Mais de um imóvel como residência (art. 71 CC) – impenhorabilidade do imóvel de
menor valor.
▪ Caso deseje proteger o bem mais valioso, terá usar a modalidade
voluntária
● OBS: Art. 4º Não se beneficiará do disposto nesta lei aquele que, sabendo-se
insolvente, adquire de má-fé imóvel mais valioso para transferir a residência familiar,
desfazendo-se ou não da moradia antiga.
§ 1º Neste caso, poderá o juiz, na respectiva ação do credor,
transferir a impenhorabilidade para a moradia familiar anterior,
ou anular-lhe a venda, liberando a mais valiosa para execução
ou concurso, conforme a hipótese.
o Fraude contra credores – nulidade do negócio jurídico
o A lei 8.009/90 deve ser aplicada para desconstituir penhoras realizadas anteriormente
à sua vigência.
▪ Pode ser urbano e rural com os respectivos bens móveis – art. 1.712
● Valore mobiliários, desde que a renda será aplicada na conservação do imóvel e no
sustento da família.
o Não pode exceder o valor do bem – art. 1.713
3º TDES
Deve ser considerado ramo do Direito Privado, embora algumas tentativas mal
sucedidas tenham o apresentado como ramo de Direito Público (Jellinek) devido ao grande
número de normas imperativas e de ordem pública que o compõe; outras tentativas o
inseriram como ramo do Direito Social (Cicu), devido a diminuição da autonomia privada
face às normas de caráter cogente que impregnam este ramo do Direito Civil.
irrenunciável
Por fim, caso um filho queira provar a sua filiação, ou seja, queira provar que é filho
de determinada pessoa, cabe a ele a ação de prova de filiação, enquanto viver,
passando aos herdeiros, se ele morrer menor ou for incapaz.
O parentesco é o liame que vincula as pessoas oriundas de uma ascendência comum
(parentesco consanguíneo), ou jungida quer pela transmissão do pátrio poder (parentesco
civil) quer pelos efeitos do matrimônio (parentesco afim).
Deste conceito, de Rubens Limongi França, podem ser apontadas três formas
ou modalidades de parentesco, levando-se em conta a sua origem:
Em relação à moradia, vale destacar que o filho havido fora do casamento, reconhecido por
um dos cônjuges, não poderá residir no lar conjugal sem o consentimento do outro.
Em relação à idade do filho, caso ele seja maior de idade, ele não poderá ser reconhecido
sem o seu consentimento. Caso seja menor, o filho pode impugnar o reconhecimento,
dentro dos quatro anos seguintes após atingir a maioridade, ou a emancipação.
Qualquer pessoa, que possua justo interesse, pode contestar a ação de investigação de
paternidade, ou maternidade.
Enuncia o art. 1.591 do atual Código Civil que são parentes em linha reta
as pessoas que estão umas para com as outras na relação de ascendentes
e descendentes.
O parentesco na linha reta é contado de forma muito simples: à medida que se sobe
(linha reta ascendente) ou se desce (linha reta descendente) a escada parental, tem-se um
grau de parentesco. Nesse sentido, é clara a primeira parte do art. 1.594 do CC, no sentido
de que: “Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações”.
Parentesco em Linha Colateral ou Transversal
O art. 1595 do Código Civil trata de outra forma de parentesco, por afinidade, o qual
se estabelece entre cônjuges e seus parentes e, tal qual na linha reta – ascendente ou
descendente – também gerará impedimentos matrimoniais, e nas linhas colaterais –
cunhados, por exemplo – este impedimento não gera.
Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da
afinidade.
§ 1º O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos
do cônjuge ou companheiro.
§ 2º Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união
estável.
Filiação
A filiação pode ser conceituada como sendo a relação jurídica decorrente
do parentesco por consanguinidade ou outra origem, estabelecida particularmente entre os
ascendentes e descendentes de primeiro grau. Em suma, trata-se da relação jurídica
existente entre os pais e os filhos.
O art. 1.597 do Código Civil é o dispositivo que traz as presunções de paternidade:
Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos:
I – nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a
convivência conjugal;
II – nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal,
por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento;
III – havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido;
IV – havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes
de concepção artificial homóloga;
V – havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do
marido.
No que tange ao inc. V do art. 1.597, a presunção pode ser absoluta ou relativa, o
que depende da análise do caso concreto. Na verdade, deve-se analisar o caso concreto.
Muitas vezes poderá ocorrer falsidade dessa autorização do marido, sendo mais seguro
percorrer o caminho de que a presunção é relativa (iuris tantum). Mas, no caso em que não
há dúvida quanto a essa autorização do marido para a inseminação heteróloga, a
presunção deve ser visualizada como absoluta (iure et de iure), o que veda o
comportamento contraditório do esposo, que, se arrependendo da autorização concedida,
não quer registrar o filho nascido da reprodução assistida. Estar-se-ia, portanto, diante de
claro comportamento contraditório que atenta contra a boa-fé.
A multiparentalidade: