Comunicação em Enfermagem

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INTRODUÇÃO

A comunicação em enfermagem, é um dos instrumentos básicos do cuidado,


considerada como parte da arte da enfermagem, pois ela apresenta um elo de ligação
entre o paciente e o enfermeiro, ou seja é um processo que contribui na qualidade das
relações, na identificação do processo saúde-doença e na realização do cuidado.
No presente trabalho, abordaremos acerca da temática: comunicação em enfermagem,
onde veremos, os conceitos de comunicação, os níveis de comunicação, relação entre
enfermeiro e paciente, relação enfermeiro-equipe de saúde, aspectos éticos e legais na
comunicação em enfermagem, a comunicação humanizada e importância da
comunicação em enfermagem. O mesmo tem como o objetivo principal, identificar os
elementos relacionados ao processo de comunicação em enfermagem e sua relevância
para o cuidado do paciente.
A temática não surgiu ao acaso, mais sim de uma intensão do titular da cadeira, para nos
elucidar de conhecimentos sólidos, e um espirito investigativo acerca da mesma.

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OBJECTIVOS

Geral:
- Compreender os elementos relacionados ao processo e comunicação na enfermagem e
sua relevância para o cuidado do paciente.
Específicos:
- Relacionar as interações entre o enfermeiro e o paciente;
- Classificar os diversos níveis de comunicação;
- Conceituar a comunicação em enfermagem;
- Conhecer a importância da comunicação na prática da enfermagem;
- identificar os aspectos éticos e legais presentes na comunicação em enfermagem.

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CONCEITOS
Etimologicamente o termo comunicar, derivou do latim comunicare, que significa “pôr
em comum, entrar em relação com, partilhar”.

Comunicação: é um processo que envolve a troca de informações entre dois ou mais


interlocutores por meio de signos e regras semióticas mutuamente entendíveis. Trata-se
de um processo social primário, que permite criar e interpretar mensagem que provocam
uma resposta.
Segundo (Virginia Henderson 1935), descreve que a comunicação é uma das atividades
básicas do ser humano, quer no contexto de doença ou saúde, ou seja é um tipo de acção
interdependente que permite dar ou trocar informações, mensagens, sentimentos ou
pensamentos entre pessoas e grupos de pessoas, usando comportamentos verbais e não-
verbais, e outras diversas estratégias como os meios de comunicação que encontramos
desde sempre.

Para (Sousa, 2006, p. 23), a comunicação é uma parte integrante da vida de todas as
pessoas, do ambiente social, é impossível dissociar a comunicação dos diferentes
aspectos da vida, é importante desta forma, iniciar por uma abordagem dos aspetos mais
globais da comunicação.
Segundo (Luciano, 2012, p. 09), as razões porque temos de comunicar são, entre
outras, a troca de informações, o entendimento em relação a si próprio e aos outros, a
integração em grupos, comunidades, organizações e na própria sociedade, a satisfação
das necessidades económicas e a interação com os outros, fundamental para a
autoestima e equilíbrio. A comunicação é uma das principais ferramentas para o
desenvolvimento do ser humano, comunicamo-nos para expressar necessidades,
partilhar experiências, cooperar, descobrir a nossa essência e ampliar a nossa
consciência.

Assim, entende-se a comunicação como um processo dinâmico, contínuo, através do


qual se estabelecem relações e interações humanas e em que é importante valorizar a
dimensão verbal e não-verbal. A interação corresponde, neste contexto, a uma sequência
de mensagens, com influência reciproca, trocadas entre as pessoas.

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COMUNICAÇÃO EM ENFERMAGEM

A comunicação em enfermagem, é um dos instrumentos básicos do cuidado,


considerada como parte da arte da enfermagem, pois ela apresenta um elo de ligação
entre o paciente e o enfermeiro, um processo que contribui na qualidade das relações,
na identificação do processo saúde-doença e na realização do cuidado.
Através da comunicação adequada, é possível identificar as necessidades dos pacientes,
fornecer informações precisas sobre seu cuidado e promover o seu bem-estar, além
disso, uma boa comunicação também pode ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade dos
pacientes, melhorando a sua qualidade de vida, neste sentido, é importante que os
profissionais de enfermagem desenvolvam habilidades de comunicação efetiva para
garantir uma assistência de qualidade e humanizada aos seus pacientes.

Estudos têm mostrado que a comunicação efetiva da enfermagem com os pacientes


pode levar a uma melhoria significativa da satisfação do paciente, da qualidade do
cuidado e da adesão do paciente às orientações terapêuticas. A comunicação adequada
também pode reduzir o tempo de internação hospitalar e o risco de complicações
relacionadas ao tratamento.

A capacidade de tomar iniciativa no estabelecimento e manutenção de uma


comunicação efetiva, influência diretamente no processo de cura do cliente.
Destaca-se, na enfermagem actual, a mudança no modo como se interage com o cliente,
que deixa de ser um paciente, ou seja, um indivíduo que apenas sofre seu tratamento
sem participar dele (passivo), passando a ser agora um cliente, que junto à equipe de
saúde constrói a sua saúde (Teoria de Orem).
A integração entre conhecimento teórico, experiência pessoal e raciocínio crítico
formam um hábil comunicador, sendo este capaz de propiciar elementos essenciais para
o cuidado, a saber:

 Proporcionar um ambiente de apoio;


 Promover a expressão de sentimentos, positivos e negativos, forças e fenômenos
espirituais;
 Saber que a percepção do mundo e de si próprio é algo individual e, portanto
varia de pessoa para pessoa;
 Ter sensibilidade para perceber, a maioria das expressões que podem demonstrar
a real condição do paciente e de sua actual condição.

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NÍVEIS DE COMUNICAÇÃO
 Comunicação intrapessoal;
 Comunicação interpessoal;
 Comunicação transpessoal;
 Comunicação em pequenos grupos;
 Comunicação com o público.

1- Comunicação Intrapessoal
O corre no interior de uma pessoa, também chamada de autodiálogo, auto-verbalização,
autoinstrução, raciocínio interno e diálogo interno.
2- Comunicação Interpessoal
Interação entre duas pessoas. Ex.: relação entre o enfermeiro e o paciente.
3- Comunicação transpessoal
Interação que ocorre no domínio espiritual da pessoa. Ex.: oração, meditação, reflexão
orientada, rituais religiosos ou outros meios para comunicar-se com forças superiores.
4- Comunicação em pequenos grupos
Interação com pequeno número de pessoas. Ex.: Comitês, grupo de apoio aos pacientes
e equipas de pesquisa.
5- Comunicação com o público
Interação com uma audiência. Ex.: apresentar trabalhos profissionais em conferências,
oportunidade de falar aos grupos de consumidores a respeito de temas relacionados a
saúde e liderar discussões em sala de aula com colegas ou estudantes.

RELACIONAMENTOS PROFISSIONAIS
No exercício da enfermagem, relacionamento são inevitáveis e essenciais para a
realização de um tratamento eficaz e que não sejam apenas passageiros, mas
transformem-se em atitudes a serem seguidas durante a vida. Existem 4 tipos de
relações que o enfermeiro deve aprimorar:
1. Relação Enfermeiro-Paciente;
2. Relação Enfermeiro-Família;
3. Relação Enfermeiro-Equipe de Saúde;
4. Relação Enfermeiro-Comunidade.
Criar um ambiente terapêutico, depende da habilidade do enfermeiro de comunicar-se,
confortar e ajudar os pacientes a satisfazer suas necessidades. 5
É importante destacar o fato de que o paciente, nessa relação, não deve ser apenas um
elemento passivo, antes participar do seu processo de cura, tomando as decisões
referentes a seu tratamento e seu ser. Essa relação é terapêutica, já que seus fins, quase
sempre, são a recuperação ou manutenção da saúde.
O enfermeiro estabelece, direciona e assume a responsabilidade pela interação (essa
deve ser criada com cuidado e habilidade e baseada na confiança), e as necessidades do
paciente passam a ter prioridade sobre as necessidades do enfermeiro.
O uso da socialização pode ser um facilitador dessa relação, desde que não se ultrapasse
os limites sócia e nessa comunicação trate-se também dos assuntos e preocupações que
afetam a saúde do paciente.

1- A relação Enfermeiro-Paciente
A relação Enfermeiro-Paciente pode durar, desde alguns minutos (Ex. numa conversa
na sala de espera), até anos (ex. um tratamento de uma doença crônica). Mas
independente da duração três fases podem ser identificadas nessa interação, são elas:

- Fase Introdutória (Início da relação, onde se busca identificar os problemas de saúde


ou motivo da vinda do paciente, é importante que a enfermeira demonstre cortesia, um
escutar dinâmico, empatia, competência e habilidade de comunicação).
- Fase de elaboração (Planejamento mútuo dos cuidados ao paciente e a
implementação do plano).
- Fase Final (Quando ocorre a melhoria dos problemas imediatos de saúde do paciente
e o enfermeiro transita os cuidados do paciente a outro serviço de saúde do paciente.

2- Relação Enfermeiro-Família
A relação enfermeiro-família é baseada na compreensão empática e possui três pilares
centrais, a interação, a comunicação e a informação, uma vez que promovem a
compreensão e favorecem a criação de relações empáticas e de confiança, o que
contribui para a humanização do cuidado profissional.

3- Relação Enfermeiro-Equipe de saúde


Para garantir um bom desempenho das funções de enfermagem faz se necessária a
interação com múltiplos membros da equipe de saúde. Os enfermeiros precisam de
amizade, suporte, diretrizes e encorajamento uns dos outros para enfrentar os muitos
fatores de estresse impostos pelo, papel da enfermagem.
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Habilidades importantes para a comunicação nesse nível:
- Apresentação persuasão;
- Solução de problemas;
- Revisão de desempenho;
- Elaboração de relatórios de trabalho.

4- Relação Enfermeiro-Comunidade
Ao interagir com a comunidade os enfermeiros devem se tornar agentes de mudança
efetivos, compreendendo a importância dessa prática para toda a comunidade,
desenvolvendo juntamente suas habilidades, na busca de um papel de liderança no
cuidado de saúde geral.
Essa relação pode ocorrer através de canais como: boletins comunitários, quadro de
aviso públicos, jornais, rádios, televisão ou informações eletrônicas.

COMUNICAÇÃO EM ENFERMAGEM, ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS


De maneira essencial, os registros efetuados pela equipe de enfermagem (enfermeiro,
técnico e auxiliar de enfermagem) têm o objetivo de fornecer informações sobre a
assistência prestada e assim assegurar a comunicação entre os membros da equipe de
saúde para garantir a continuidade das informações nas 24 horas, acrescentando-se que
se trata de uma condição indispensável para a compreensão do paciente de modo
holístico.
Para Matsuda (2006) o ambiente hospitalar, exige uma intensa troca de informações e
experiências entre as pessoas, enfatizando que se houver domínio da comunicação como
instrumento facilitador das práticas assistenciais, as necessidades
dos pacientes serão melhores e mais intensamente observadas, compreendidas e
atendidas pelos profissionais de saúde.
Reforça ainda que todos os registros realizados no prontuário do paciente fazem parte
de um documento legal que pode garantir a defesa dos profissionais, devendo, portanto,
estar imbuídos de autenticidade e de significado legal, uma vez que demonstram por
meio de dados todo o empenho e força de trabalho da equipe de enfermagem,
valorizando, assim, suas ações. Levando em conta a existência de equipes
multidisciplinares envolvidas na assistência ao cliente, a comunicação entre estes
profissionais, ocorre por meio das informações sobre os pacientes, sendo esta uma
atividade fundamental para garantir a continuidade do cuidado.
Diante desta necessidade, a equipe de enfermagem instituiu os registros e as anotações
de enfermagem, bem como a passagem de plantão, meio de comunicação verbal, para a
transmissão de informações sobre os pacientes de um turno para outro. 7
COMUNICAÇÃO HUMANIZADA
Segundo Suguimatsu (2012) refere que mesmo em práticas comuns e rotineiras como a
anamnese que envolvem procedimentos básicos do cuidado com o paciente, como
aferição da pressão arterial, verificação da temperatura corporal, realização da ausculta
cardíaca e pulmonar, palpação do abdome, etc., o profissional deve ter sensibilidade e
atenção aos relatos do paciente, e estar atento na identificação dos sinais e sintomas,
proporcionando um melhor entendimento na coleta dos dados do cliente.
A comunicação é uma porta para o sucesso da liderança desempenhada pelo enfermeiro,
pois permite que esse profissional possa desempenhar suas ações através da inter-
relação com o paciente, a instituição, a equipe médica e o pessoal da enfermagem
buscando a melhoria da qualidade da assistência proporcionada
De acordo com (Araújo et al. 2007) a comunicação é uma necessidade humana básica e
portanto determina o atendimento das necessidades assistenciais ao paciente sendo
denominador comum de todas ações dos profissionais de saúde, no sentido oposto,
muitos profissionais da saúde cometem por não saberem identificar a linguagem não
verbal ocasionando tal prejuízo no cuidado ao paciente.

IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO EM ENFERMAGEM


Comunicar é tão importante quanto examinar, a comunicação é a parte do tratamento
em que o paciente relata suas dificuldades, conversando com o profissional, e na
maioria das vezes é o próprio remédio. Assim, para que essa comunicação seja eficaz
ela deverá acontecer espontaneamente, para que se estabeleça uma aura de confiança
mútua, entre os comunicantes. Caso o paciente não consiga estabelecer uma boa relação
com o profissional de saúde e se o profissional não transmitir segurança e confiança
para ele, dificilmente conseguirá chegar a um diagnóstico fidedigno, essa interação
entre profissional/paciente ajuda na construção de um relacionamento onde o paciente
se sente mais acolhido e assim mais à vontade para explicitar seus problemas reais.

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CONCLUSÃO
Concluímos que a comunicação é uma habilidade essencial para a prática da
enfermagem, pois é através dela que os profissionais são capazes de estabelecer uma
relação de confiança e colaboração com os pacientes, identificar suas necessidades e
oferecer cuidado de qualidade e humanizado. Uma boa comunicação pode melhorar a
satisfação do paciente, a adesão às orientações terapêuticas e a qualidade do cuidado,
enquanto uma comunicação inadequada pode levar a complicações e insatisfação do
paciente.
Por isso, é fundamental que os profissionais de enfermagem sejam capacitados e
treinados para desenvolver habilidades de comunicação efetiva, incluindo a capacidade
de ouvir atentamente, expressar-se de forma clara e empática, e adaptar sua
comunicação às necessidades individuais de cada paciente.

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