Apostila 2 - Secretario Escolar Censo e Conhec. Sobre Neves

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Cidadania

Pedro Menezes Professor de Filosofia, Mestre em Ciências da Educação

Cidadania é um conceito que possibilita uma série de significados que, de modo geral, refere-se a
tudo aquilo que está relacionado aos direitos e deveres de uma pessoa ou povo num território.

A cidadania é a expressão máxima do direito, pois este existe para os cidadãos, e pode ser dividida
em:

Cidadania política - garantia de direitos à participação política (votar, ser votado, organização em
sindicatos e movimentos sociais, etc.)
Cidadania civil - garantia de direitos relativos á liberdade (liberdade de expressão, de locomoção, de
credo e outras liberdades individuais)
Cidadania social - garantia de direitos relativos à dignidade da vida humana (respeito aos direitos
humanos, direito ao trabalho, à alimentação, à moradia, ao lazer, à saúde, à educação, etc.)
Contudo, cidadania também significa obedecer às leis e às normas que se relacionam com a vida
em sociedade e o bem comum.

O conceito de cidadania
A palavra "cidadania" vem do latim civitas, que significa "cidade". Portanto, os cidadãos são aqueles
e aquelas que coabitam e dividem os espaços públicos. Para isso, possuem os direitos civis,
políticos e sociais que se desenvolvem a partir da ideia do que é melhor para o grupo social.

É importante notar que a cidadania é um processo contínuo e em constante transformação (quase


sempre cumulativas). O poder emana do povo, que se submete à organização do Estado para que
esse possa garantir os seus direitos e o bem de todos.

esquema circular com os agentes para a cidadania: cidadãos, Estado e leis.

Para o efetivo direito à cidadania, muitas vezes, os indivíduos devem cumprir alguns requisitos
como:
Nacionalidade - ter nascido ou estar equiparado aos nascidos em determinado território. Por
exemplo, no Brasil, todas as pessoas nascidas no Brasil ou de pais brasileiros são considerados
cidadãos, o mesmo acontece com estrangeiros que pedem sua naturalização.
Idade - alguns direitos e deveres estão de acordo com a idade do cidadão. Por exemplo,
obrigatoriedade da educação dos 4 aos 17, o direito ao voto nas eleições aos 16 anos e a
maioridade civil aos 18.
Estar em conformidade com a lei - os condenados à prisão possuem seus direitos políticos
suspensos e são restritos os seus direitos à liberdade.
Por estar intrinsecamente ligada à noção de direitos, a cidadania pressupõe, em contrapartida,
deveres.

Exemplos de direitos:

saúde,
educação,
moradia,
trabalho,
previdência social,
lazer.
Exemplos de deveres:

cumprimento das leis,


eleição de governantes através do voto obrigatório,
serviço militar obrigatório (no caso dos homens)
pagamento de impostos.
Podemos ainda classificar os direitos do cidadão (T.H. Marshall, 1950) como sendo de natureza civil,
ou seja, aqueles inerentes à liberdade individual, liberdade de expressão e de pensamento; o direito
à propriedade e à justiça.

Existem aqueles de natureza política, como o direito de participação do exercício do poder político
elegendo e sendo eleito. Por fim, os diretos de caráter social, como o bem-estar econômico e social.

De modo ideal, a cidadania seria o exercício pleno dos direitos políticos, civis e sociais, numa
completa liberdade participativa no meio social.

A Cidadania na História
Apesar do conceito de cidadania definir-se na Grécia clássica e na Roma antiga, podemos notar os
atributos embrionários em várias sociedades da Antiguidade.

Do mesmo modo que a cidadania tem sua origem na palavra latina civitas, que significa cidade, para
os gregos as cidades eram as pólis e deram origem à palavra política.

De toda forma, em Atenas a prática cidadã deu início à democracia, regime político que favorece a
participação política e a cidadania.

É importante destacar que em toda Grécia, assim como Atenas, somente os homens livres e
nascidos na cidade podiam ser considerados cidadãos (a minoria da população).
Desse modo, estrangeiros, escravos, crianças e as mulheres eram excluídos do direito à cidadania.

No final do século XVIII, com o surgimento da Modernidade e da estruturação do Estado-Nação, o


termo "cidadão" passou a designar aqueles que habitavam a cidade.

O crescimento dos movimentos sociais, a participação popular na vida pública e a criação do Estado
de Bem-Estar Social (Welfare State), os direitos sociais tornam-se atributos necessários para a
cidadania.

Questões sobre cidadania


É, portanto, evidente que toda Cidade está na natureza e que o homem é naturalmente feito para a
sociedade política. Aquele que, por sua natureza e não por obra do acaso, existisse sem nenhuma
pátria seria um indivíduo detestável, muito acima ou muito abaixo do homem, segundo Homero: Um
ser sem lar, sem família e sem leis
(Aristóteles, Política)

1. Em relação à cidadania as palavras de Aristóteles permitem afirmar que:

a) é possível viver fora da sociedade, sem prejuízos para o lar, a família e as leis.
b) a vida em sociedade e a cidadania dá sentido aos indivíduos em sua relação com o lar, a família e
as leis.
c) O lar, a família e as leis estão diretamente ligados ao conceito de cidadania por permitir que os
indivíduos vivam livremente apartados da sociedade.
d) a cidadania é a forma do indivíduo tornar-se acima ou abaixo dos outros seres humanos.

2. A cidadania civil, a cidadania política e a cidadania social estão relacionadas, respetivamente aos:

a) direitos às liberdades individuais, à participação política e à dignidade da vida humana.


b) direitos à liberdade de expressão, à liberdade religiosa e à liberdade de locomoção.
c) direitos à liberdade religiosa, a participar dos pleitos eleitorais, a assumir cargos no governo.
d) direitos a uma vida digna, de ir e vir e de votar e ser votado.

3. São constrangimentos à cidadania, exceto:

a) a restrição a direitos existentes na sociedade.


b) a instituição de um governo autoritário que limite a participação política.
c) condições de vida insalubre.
d) movimentos sociais e reivindicação de direitos.
ÉTICA
A ética ou filosofia moral é uma área de conhecimento que tem como objeto de investigação as
ações humanas e seus princípios orientadores.

Toda cultura e toda sociedade estabelece-se baseada em valores definidos a partir de uma
interpretação do que é o bem e o mal, o certo e o errado.

Essas interpretações são fundamentadas em valores morais socialmente construídos e cabe à ética,
se dedicar ao estudo desses valores.

O termo “ética” tem sua origem na Grécia antiga, na palavra ethos, e possui um duplo significado que
influenciou o sentido de ética. Por um lado, ethos (grafado com a letra grega eta) significa os
costumes, os hábitos, ou o lugar em que se habita. De outro, o ethos (com epsilon) representa o
caráter, o temperamento e a índole dos indivíduos.

Assim, a ética é o estudo dos princípios das ações, representado nos costumes e hábitos sociais e
no caráter individual e coletivo.

Hoje, muitos debates éticos centram-se sobre as questões relativas às ações em um contexto
profissional, um ramo da ética do trabalho chamado de deontologia (ou ética deontológica).

De que maneira a ética influencia na vida dos seres humanos?


Todo o comportamento humano é orientado por um conjunto de julgamentos (juízos) que
determinam sua interpretação da realidade e o valor das ações.

Assim, os seres humanos são capazes de agir e, principalmente, avaliar essas ações de acordo com
um conjunto de valores construídos culturalmente, que determinam, em suma, o que é certo e o que
é errado.

Desse modo, a ética é responsável pela construção de uma ferramenta de conhecimento para
compreender esses conjuntos de valores.

Enfim, o juízo de valores, base da moralidade, é desenvolvido socialmente e atua diretamente no


cotidiano.

A moral como um conjunto de regras que determinam o comportamento humano em um


determinado período histórico e a ética como a revisão dessas bases morais e uma projeção do que
se pretende alcançar.

Existe diferença entre ética e moral?


Apesar de não ser um consenso entre os autores, em geral, faz-se uma distinção relacionando a
ética aos princípios e a moral à prática. Por isso, a ética pode ser compreendida também como
filosofia moral.

Assim, a moral é o conjunto de regras que se baseia em valores culturais e históricos de cada
sociedade, por meio da prática ou de aspectos de condutas humanas específicas. Enquanto a ética é
universal, a moral tende a ser particular, inscrita em uma cultura.

Ambos conceitos não devem ser confundidos. A moral está balizada na subordinação aos costumes,
regras e hábitos determinados por cada sociedade; a ética, por sua vez, busca fundamentar tais
preceitos, que podem validar ou contestar os valores morais.
Por exemplo, durante a maior parte da história da humanidade, a escravidão foi uma prática
moralmente justificável. Entretanto, o avanço das questões éticas (antes da moral) questionaram
esse costume e influenciaram os primeiros pensadores que foram contra a posse de um ser humano
por outro.

Atualmente, a escravidão fere os preceitos morais vigentes e as políticas de defesa dos direitos
humanos que orientam o Estado.

Três pensadores fundamentais para entender a ética


Desde a Antiguidade, os filósofos, estudiosos e pensadores tentam compreender e analisar os
princípios e os valores de uma sociedade e como eles ocorrem na prática.

Podemos citar vários pensadores, que em distintas épocas refletiram sobre a ética. Os
pré-socráticos, os sofistas, Platão, Sócrates, os Estóicos, os pensadores Cristãos, Spinoza,
Nietzsche, dentre outros dedicaram-se vivamente ao tema.

Destes pensadores, destacamos Aristóteles, Maquiavel e Kant, por cada uma representar um
momento de virada em relação à produção do tema.

1. Aristóteles
Com a passagem da filosofia naturalista do período pré-socrático para a filosofia antropológica
marcada por Sócrates, o conhecimento volta-se para a compreensão das relações humanas.

Assim, Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.) traz avanços para o desenvolvimento da ética como uma área
própria do conhecimento.

O filósofo buscou investigar sobre os princípios que orientam as ações e o que seria uma vida
virtuosa.

Em sua obra Ética a Nicômaco, Aristóteles escreve sobre sua compreensão acerca da virtude e da
finalidade da vida, a felicidade.

Aristóteles compreende que a ética pode ser ensinada e exercitada e dela depende a construção de
um caminho que conduza ao bem maior, identificado como a felicidade.

Para isso, as ações devem estar fundamentada na maior das virtudes e base para todas as outras, a
prudência.

2. Maquiavel
Nicolau Maquiavel (1469-1527), em sua obra O Príncipe, foi responsável pela dissociação da ética
dos indivíduos da ética do Estado.

Para Maquiavel, o estado é organizado e opera a partir de uma lógica própria. Assim, o autor cria
uma distinção entre a virtude moral e a virtude política.

Esse pensamento representou uma mudança bastante relevante em relação à tradição da Idade
Média, fortemente baseada na moral cristã, associando o governo a uma determinação divina.

3. Kant
Immanuel Kant buscou elaborar um modelo ético em que a razão é o fundamento primordial. Com
isso, o autor contrariou a tradição que compreendia a religião e a figura de Deus, como o princípio
supremo da moralidade.
Kant, em seu livro Fundamentação da Metafísica dos Costumes, afirma que os exemplos servem
apenas como estímulo, assim, não se pode criar modelos éticos fundamentados na classificação de
alguns comportamentos desejados ou que devem ser evitados.

Para o filósofo, a razão é responsável por governar a vontade e orientar as ações, sem ferir a ideia de
liberdade e autonomia, própria dos seres humanos.

Kant encontra na autonomia e na razão, a fonte do dever e um princípio ético fundamental, capaz de
compreender e formular regras para si mesmo.

O imperativo categórico proposto por Kant é a síntese da operação racional capaz de guiar as ações
humanas a través da ordem (imperativo):

Age de tal maneira que a máxima de sua ação possa ser tomada como máxima universal.
História
As primeiras referências sobre o município de Ribeirão das Neves são do início do
século XVIII, o qual denominava-se 'Matas de Bento Pires'.

Em 1745, o mestre-de-campo Jacintho Vieira da Costa obtém o título de sesmaria


de uma porção de terra na região central e dois anos mais tarde, constrói uma
Capela dedicada a Nossa Senhora das Neves, o que dá origem ao nome 'Fazenda
das Neves'. Em 1746, foi construído o engenho da Fazenda das Neves.

Em 1760, morre Jacintho Vieira da Costa e tendo oito filhos ilegítimos, lega seus
bens ao filho Antonio Vieira da Costa. Isso gerou um conflito que durou até 1796
quando este falece, sem ter herdeiros legítimos.

Os bens foram levados à leilão, e as fazendas das Neves e Carijós foram


arrematadas pelo Capitão José Luis de Andrade, português, morador da Vila do
Sabará, iniciando um novo período na história do município. José Luis casou-se em
1799 com D. Francisca Antônia da Costa, com a qual teve dois filhos: O Guarda-mor
Joaquim José de Andrade e o Padre José Maria de Andrade. Joaquim José de
Andrade, nascido em 1781, veio para Neves em 1818 para morar na Fazenda dos
Carijós (hoje bairros Santa Marta, Santa Martinha, Porto Seguro e Nova União) e a
comprou de seu pai em 1825. Casou-se em 1826 com Dona Úrsula Maria Nogueira
de Alvarenga com a qual teve 8 filhos, deixando grande descendência em Ribeirão
das Neves e Pedro Leopoldo. José Maria de Andrade, segundo filho do Capitão,
nasceu em 1794, ordenou-se padre em 1818, vindo para a Fazenda das Neves
neste período onde ficou até sua morte. Com a vinda do Padre, a Capela já
existente desde 1747 passou a ter mais importância.

Em 1820, foi criada uma Guarda-Moria nas Capelas de Nossa Senhora das Neves e
Santo Antônio da Venda Nova. A lei Providencial de 15 de setembro de 1827,
reforçada pelo Decreto de 11 de setembro de 1830, eleva Neves a Distrito de Paz,
com uma população aproximada de 1.241 habitantes.

Neves perdeu sua condição de distrito em 1846 através do pedido do então


vereador, Padre José Maria de Andrade, visto as condições precárias da capela e o
aumento da população. É criado então, o distrito de Venda Nova, ao qual Neves é
anexado.

Após a morte do padre, Neves foi anexada ao distrito de Pindahybas (Lei n.º 2.041
de 01/12/1873), atual Vera Cruz de Minas (Pedro Leopoldo) com a qual permaneceu
até 1911, quando ambas foram anexadas ao recém município de Contagem.
Em 1927, o Estado de Minas Gerais adquire as fazendas do Mato Grosso e parte da
Fazenda de Neves para construção de uma Penitenciária Agrícola que impulsiona o
crescimento populacional. Em 1938, Contagem perde sua autonomia de município e
é anexada à Betim juntamente com todos os seus distritos, incluindo Neves e
Campanha. Neste mesmo ano, foi inaugurada a Penitenciária Agrícola de Neves.
Formação Administrativa

Distrito criado com a denominação de Neves (ex-povoado), pela Lei Estadual n.º
843, de 07-09-1923, subordinado ao município de Contagem.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o distrito de Neves figura no
município Contagem.

Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937.


Pelo Decreto-lei Estadual n.º 148, de 17-12-1938, o distrito de Neves foi transferido
do extinto município de Contagem para constituir o novo município de Betim.

No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o distrito de Neves figura


no município de Betim.

Pelo Decreto-lei Estadual n.º 1.058, de 31-12-1943, o distrito de Neves tomou a


denominação de Ribeirão das Neves e foi transferido do município de Betim para
constituir o novo município de Pedro Leopoldo.

No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o distrito de Ribeirão das


Neves figura no município de Pedro Leopoldo.
Elevado à categoria de município com a denominação de Ribeirão da Neves, pela

Lei n.º 1.039, de 12-12-1953, desmembrado de Pedro Leopoldo. Sede no antigo


distrito de Ribeirão das Neves. Constituído de 2 distritos: Ribeirão das Neves e
Justinópolis (ex-Campanha), Instalado em 01-01-1954.

Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 2 distritos:


Ribeirão das Neves e Justinópolis.

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.


Fonte Ribeirão das Neves (MG). Câmara. 2014. Disponível em:
http://www.cmrn.mg.gov.br. Acesso em: jan. 2014.

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