Testes RMF

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GUIA DE AVALIAÇÃO

Posicionamento: Durante uma observação de um teste deve-se ter em atenção a distância e o


movimento para que se consiga reduzir os problemas envolvidos com a observação.

Distância: Afastar do cliente de modo a criar uma distância suficiente para ter uma
percepção global do movimento e não focar apenas num ponto crítico do teste.
Movimento: O cliente tem três tentativas para realizar cada teste, por isso não deve
haver receio em nos movimentarmos em redor do cliente durante o teste. Tirar
proveito das várias tentativas de cada teste para observar em planos variados.

Calçado: Recomenda-se a utilização do calçado que o cliente mais utiliza para treinar ou no seu
quotidiano, de modo a se garantirem condições de avaliação consistentes e confiáveis.

Aquecimento: Os testes são feitos sem qualquer tipo de preparação prévia. É importante
saber qual o estado natural do movimento da pessoa a observar.

Instruções verbais: As instruções verbais servem para guiar o cliente a assumir a posição inicial
correta e ensinar como executar o movimento. A comunicação deve ser feita de modo a dar
somente as informações fundamentais para se entender claramente como realizar o teste,
sem acrescentar nada que possa influenciar o padrão natural do movimento. Isto também
garante que o avaliador crie consistência no processo de avaliação.
TESTE 1 - AGACHAMENTO PROFUNDO

O padrão do agachamento profundo é parte integrante de muitos dos movimento funcionais.


A execução deste movimento revela uma mobilidade e estabilidade extrema e completamente
coordenada entre os quadris e ombros que devem assumir posições simétricas.

Este teste é usado para avaliar a mobilidade e estabilidade funcional bilateral e simétrica dos
quadris, joelhos e tornozelos. O bastão, quando segurado acima da cabeça, permite verificar
também a mobilidade e estabilidade bilateral e simétrica dos ombros, cintura escapular e
coluna vertebral torácica.

Descrição:

O cliente deve assumir a posição inicial ao colocar a borda interior do pé (maléolo medial) em
alinhamento vertical com a dobra da axila para assumir uma posição de pés à largura dos
ombros. Os pés devem estar paralelos com os dedos a apontar para a frente. De seguida, o
cliente repousa o bastão na parte superior da cabeça para ajustar a posição das mãos tendo
em conta o alinhamento dos cotovelos a 90°. Garantindo os pontos anteriores, o cliente
posiciona o bastão acima da cabeça mantendo os cotovelos estendidos e inicia o movimento,
baixando-se lentamente o mais profundo possível na posição de agachamento com os
calcanhares no chão e o bastão alinhado com os pés.

Deve ser dada também atenção à segurança do cliente nomeadamente no que toca a possíveis
desequilíbrios na execução do movimento que possam colocar o avaliado em risco.

Implicações do padrão de movimento:

Limitação na mobilidade nos membros superiores pode ser atribuída a uma mobilidade
deficiente da articulação glenoumeral ou pela coluna torácica ou ambas;
Limitação na mobilidade nas extremidades inferiores incluindo fraca dorsiflexão de cadeia
cinética fechada do tornozelo ou por flexão deficiente dos joelhos e/ou quadris;
Limitação por falta de estabilidade e controlo.

Instruções verbais:

1) Pés paralelos à largura dos ombros;


2) Segure o bastão em posição horizontal sobre a cabeça mantendo os ombros e
cotovelos num ângulo de 90°;
3) Levante o bastão acima da cabeça;
4) Inicie o agachamento, descendo o máximo possível mantendo a coluna vertebral
erecta e calcanhares no chão;
5) Compreendeu as instruções?
TESTE 1 – AGACHAMENTO PROFUNDO – AVALIAÇÃO

3 (Pontuação mais alta)

 Tronco paralelo à tíbia ou em direcção vertical;


 Fémur abaixo da horizontal;
 Joelhos alinhados com os pés;
 Bastão alinhado com os pés.

2 (Pontuação intermédia)

 Tronco paralelo à tíbia ou em direcção vertical;


 Fémur abaixo da horizontal;
 Joelhos alinhados com os pés;
 Bastão alinhado com os pés;
 Calcanhares elevados.

1 (Pontuação mais baixa)

 Tíbia e tronco não estão paralelos;


 Fémur não está abaixo da horizontal;
 Joelhos não estão alinhados com os pés;
 O bastão não está alinhado com os pés.

Caso o cliente relate alguma dor associada ao teste deve parar imediatamente e ser
reencaminhado para profissional médico para avaliação recebendo a pontuação de zero.
TESTE 2 – MOBILIDADE DO OMBRO

O padrão de mobilidade do ombro demonstra o movimento rítmico e natural da região


torácico-escapular, coluna torácica e da caixa torácica durante os movimentos recíprocos dos
ombros.

A coluna vertebral cervical e a musculatura de suporte ao seu redor devem permanecer numa
posição relaxada e neutra. A região torácica deve manter a sua extensão natural, e deve haver
também rotação interna com adução numa das extremidades e flexão, rotação externa e
abdução na outra.

Descrição:

Primeiro, deve-se determinar o tamanho da mão do cliente, medindo a distância entre a prega
distal do punho e a ponta do terceiro dedo. Após isto, o cliente fica em pé com os pés juntos e
os punhos fechados, prendendo o polegar com os restantes dedos. De seguida coloca
simultaneamente um dos punhos atrás da nuca e o outro atrás das costas.

Durante o teste as mãos devem se mover suavemente mantendo os punhos fechados. Deve
ser medida a distância entre os dois pontos mais próximos da mão para determinar o alcance
simétrico do cliente. Se houver perda da posição inicial deve ser repetida a instrução verbal
“fique erecto com os pés juntos…”. Se o cliente continuar a perder a posição (até 3ª tentativa)
o movimento deve ser interrompido onde começa a perder a posição e é aí feita a medição.

A avaliação é feita tendo por referência o membro superior que faz o movimento por cima.
Deve ser repetido o teste alterando o movimento dos braços.

Implicações do padrão de movimento:

A estabilidade escapular depende da mobilidade torácica (foco principal);


Desenvolvimento excessivo e consequente encurtamento das fibras dos músculos peitoral
menor, grande dorsal e reto abdominal podem causar alterações posturais que causam cifose
ou movimentação frontal dos ombros podendo comprometer a mobilidade da articulação
glenoumeral e escápulas.

Instruções verbais:

1) Fique erecto com os pés juntos e braços relaxados ao longo do corpo;


2) Feche os punhos apertando os polegares com os restantes dedos;
3) Eleve os braços até ficarem paralelos ao chão no prolongamento do tronco;
4) Num movimento único passe o punho direito sobre a cabeça e baixe o máximo
possível enquanto simultaneamente passa o punho esquerdo pelas costas e o
levanta o mais alto possível;
5) Compreendeu as instruções?
TESTE 2 – MOBILIDADE DO OMBRO – AVALIAÇÃO

3 (Pontuação mais alta)

 A distância entre os punhos fica dentro


da medida do tamanho da mão.

2 (Pontuação intermédia)

 A distância entre os punhos fica


entre a medida do tamanho da mão
e a medida de mão e meia.

1 (Pontuação mais baixa)

 A distância entre os punhos é maior que o


tamanho de mão e meia.

Caso o cliente relate alguma dor associada ao teste deve parar imediatamente e ser
reencaminhado para profissional médico para avaliação recebendo a pontuação de zero.
TESTE 3 – ELEVAÇÃO ATIVA DA PERNA ESTENDIDA

Este padrão identifica a mobilidade ativa do quadril fletido bem como a estabilidade do core
no decorrer do movimento e também o grau de extensão disponível no quadril oposto. Assim
sendo este teste é um dos mais indicados para avaliar a capacidade de desassociar os
membros inferiores numa posição sem sobrepeso do que avaliar a flexão do quadril num dos
lados.

O glúteo máximo/ complexo da banda iliotibial e os músculos isquiotibiais são as estruturas


com maior probabilidade de limitar a flexão. As limitações à extensão são frequentemente
observadas nos músculos psoas-ilíaco e/ou noutros localizados na zona anterior da zona
pélvica.

Descrição:

O cliente assume a posição deitada em decúbito dorsal com os braços em posição anatómica e
cabeça no chão. Os dois pés devem aproximar o máximo possível mantendo uma posição
neutra com as solas dos pés perpendiculares ao solo.

De seguida deve-se identificar o ponto médio entre a crista ilíaca anterior superior e o ponto
central da patela e posicionar o bastão perpendicular ao chão. O cliente deve então levantar a
perna a ser testada enquanto mantém o tornozelo e o joelho na posição inicial. Durante o
teste o joelho oposto devera manter também a posição estendida (encostado sobre referência
física - toalha dobrada ou parte anterior do pé do avaliador) com os dedos dos pés a apontar
para cima e a cabeça no chão. Quando o ponto máximo de elevação da perna for alcançado,
verifica-se a posição do tornozelo elevado em relação à perna que não se mexeu.

Implicações do padrão de movimento:

O controlo da pélvis pode não ser suficiente para a execução do padrão;


Flexibilidade funcional deficiente do isquiotibial da perna em movimento;
Mobilidade inadequada no quadril oposto resultante da inflexibilidade associada a uma
extensão do quadril limitada;
Quando o padrão está correto podemos aferir que a perna que não está em movimento
demonstra estabilidade (tarefa automática) enquanto a perna em movimento demonstra
mobilidade (tarefa consciente).

Instruções verbais:

1) Deite-se em decúbito dorsal, pés juntos e orientados na vertical;


2) Posicione os braços ao lado do tronco com as palmas das mãos viradas para cima;
3) Mantendo a perna avaliada em extensão e a parte de trás do joelho da perna
oposta em contacto com referência física, levante a perna o mais alto possível;
4) Compreendeu as instruções?
TESTE 3 – ELEVAÇÃO ATIVA DA PERNA ESTENDIDA - AVALIAÇÃO

3 (Pontuação mais alta)

 A linha vertical do maléolo encontra-se entre


o ponto médio da coxa e a crista ilíaca superior anterior;
 A perna que não está em movimento permanece
em posição neutra.

2 (Pontuação intermédia)

 A linha vertical do maléolo encontra-se acima do


ponto médio da patela e o ponto médio da coxa;
 A perna que não está em movimento permanece
em posição neutra.

1 (Pontuação mais baixa)

 A linha vertical do maléolo encontra-se abaixo do


ponto médio da patela;
 A perna que não está em movimento permanece
em posição neutra.

Caso o cliente relate alguma dor associada ao teste deve parar imediatamente e ser
reencaminhado para profissional médico para avaliação recebendo a pontuação de zero.
TESTE 4 – ESTABILIDADE ROTACIONAL

O padrão de estabilidade de rotação observa a estabilidade da cintura pélvica, core e cintura


escapular em vários planos durante um movimento combinado envolvendo as extremidades
superiores e inferiores. Este padrão é complexo exigindo tanto coordenação neuromuscular
apropriada com também transferência de energia entre um segmento do corpo e outro
através do tronco.

Descrição:

O cliente fica em posição quadrúpede com mãos/membros superiores em alinhamento vertical


com a dobra das axilas e os joelhos/quadris em alinhamento vertical com a pélvis. O
afastamento entre mãos é definido pela distância criada colocando os polegares e indicadores
com um angulo de 90° e tocando levemente os polegares. O afastamento entre joelhos e pés
deve obedecer à distância acima citada. Os tornozelos devem estar em posição neutra e a sola
dos pés perpendiculares ao solo.

O cliente deve fletir o ombro enquanto estende o quadril e o joelho do mesmo lado criando
uma linha reta e de seguida trazer o joelho até ao cotovelo enquanto mantem o tronco
alinhado. Volta a estender novamente o braço e perna e só depois volta à posição inicial. A
flexão da coluna é permitida se o ciente aproximar o joelho e o cotovelo.

O movimento é realizado bilateralmente. Caso o cliente não consiga executar deve-se alterar o
movimento para um padrão diagonal usando o ombro e o quadril oposto da mesma forma
descrita acima. O braço em movimento indica o lado que esta a ser avaliado.

Implicações do padrão de movimento:

Desempenho limitado por estabilização reflexa deficiente do tronco e core;


Comprometimento da estabilidade escapular e do quadril também pode causar fraco
desempenho;
Mobilidade limitada do joelho, quadril, coluna e ombro podem reduzir a habilidade de
executar o padrão por completo.

Instruções verbais:

1) Coloque as mãos alinhadas com os ombros e os joelhos alinhados com os quadris;


2) Os polegares devem tocar-se levemente e definem a distância a criar entre mãos,
joelhos e pés. Mantenha os dedos dos pés devem estar orientados para as canelas;
3) Eleve a sua mão direita para a frente e a perna direita para trás, ao mesmo tempo,
até formar uma linha reta.
4) De seguida, sem tocar o solo, encoste o cotovelo e joelho na frente do tronco e
volte a estender o braço e perna até formar linha reta;
5) Retorne à posição inicial;
6) Compreendeu as instruções?
TESTE 4 – ESTABILIDADE ROTACIONAL - AVALIAÇÃO

3 (Pontuação mais alta)

 Execute uma repetição unilateral correta;


 Estender o braço e perna do mesmo lado
até que formem uma linha reta;
 Sem tocar o solo, o cotovelo e joelho devem
encostar-se na frente do tronco;
 Voltar a estender até criar linha reta
entre membros e retornar à posição inicial.

2 (Pontuação intermédia)

 Execute uma repetição diagonal correta;


 Estender o braço e perna contrária
até que formem uma linha reta;
 Sem tocar o solo, o cotovelo e joelho oposto devem
encostar-se na frente do tronco;
 Voltar a estender até criar linha reta
entre membros e retornar à posição inicial.

1 (Pontuação mais baixa)

 Incapacidade de executar a repetição diagonal.

Caso o cliente relate alguma dor associada ao teste deve parar imediatamente e ser
reencaminhado para profissional médico para avaliação recebendo a pontuação de zero.

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