Nayperovano, ARTIGO 2 2012 1
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Resumo
Desde a instituição da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, constamos,
progressivamente, o aumento do número de estudos que aprofundam a discussão sobre aspectos
diferenciados na área da educação infantil. Alguns desses estudos indicam a escassez de
pesquisas que problematizem a maneira como vem ocorrendo o atendimento às especificidades
de crianças de zero a três. Sendo assim, algumas questões emergem: como vem sendo instituído
a atendimento educacional especializado para as crianças de zero a três anos? De que forma as
unidades de educação infantil têm articulado, dentro da sua proposta pedagógica, o atendimento
educacional especializado? Quais conhecimentos os profissionais têm acerca das necessidades
de bebês e crianças pequenas com comprometimento no desenvolvimento? Que tipo de práticas
têm sido desenvolvidas de maneira a atender às necessidades dessas crianças? Diante dessas
questões, este trabalho tem como objetivo investigar a forma como vem sendo instituído o
atendimento educacional especializado para crianças de zero a três anos na Rede Municipal de
Vitória. Para isso, realiza um estudo de caso a respeito do atendimento educacional
especializado para crianças de zero a três anos na Rede Municipal de Ensino de Vitória. Os
procedimentos utilizados para coleta de dados são: entrevistas com profissionais da Secretaria
Municipal de Educação; grupos focais com pedagogos que atuam com crianças de zero a três
anos no município; entrevistas com profissionais de unidades de educação infantil do município
que tenham experiências de trabalho mais consolidadas com essas crianças. Análises parciais
dos dados coletados indicam a necessidade de se ampliar, em programas de formação de
professores, as discussões sobre aspectos relacionados ao desenvolvimento infantil e fatores que
interferem nesse desenvolvimento; sobre o papel do diagnóstico e as formas de intervenção
pedagógica apropriadas ao avanço no desenvolvimento das crianças que se constituem no
1
Cabe ressaltar que o presente trabalho tratará de apresentar as perspectivas e considerações iniciais da
pesquisa de mestrado intitulada “Educação Especial para crianças de zero a três anos na rede pública
municipal de Vitória, ES”, que está em fase de desenvolvimento pela aluna Cinthya Campos de Oliveira,
sob orientação da Profª Dra. Ivone Martins de Oliveira.
2
Mestranda em Educação ligada à linha de pesquisa Diversidade e Práticas Educacionais Inclusivas do
Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade Federal do Espírito Santo. E-mail:
[email protected]
3
Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação do Centro de Educação da UFES. E-mail:
[email protected]
Introdução
Para que possamos avançar em nossas discussões, cabe informar que o termo
estimulação precoce empregado nesse trabalho deve ser entendido como:
pequenas em contextos coletivos? Essas são algumas das questões que perpassarão o
aprofundamento da discussão teórica na qual este estudo se baseia.
Objetivos
Metodologia
pedagogos que atuam com crianças de zero a três anos no município; entrevistas com
profissionais de unidades de educação infantil do município que tenham experiências de
trabalho mais consolidadas com essas crianças.
Dados do Censo Escolar 2012 indicam que estão regularmente matriculadas nos
centros municipais de educação infantil de Vitória/ES, 90 crianças com
comprometimento no desenvolvimento na faixa etária de zero a três anos, sendo que a
maior parte é diagnosticada como deficiência intelectual (29 crianças), deficiência física
(17) e autismo infantil (14).
Durante os meses de agosto e setembro de 2013, foram realizadas entrevistas
semiestruturadas com uma fonoaudióloga e três gestores que atuam na Secretaria
Municipal de Educação de Vitória, ES (SEME), sendo um representante de cada uma
das seguintes áreas: Educação Especial; Educação Infantil; Gerência de Formação e
Desenvolvimento em Educação; um . Os dados das entrevistas estão em processo de
análise por meio de uma abordagem qualitativa, envolvendo assim dados descritivos
obtidos do contato da pesquisadora com a situação estudada, buscando-se enfatizar o
processo e com a intenção de retratar as perspectivas dos participantes. As entrevistas e
questionários não permitem dizer uma ou a verdade sobre as coisas e os fatos, mas
trazem informações fundamentais acerca do vivido e possibilita uma interpretação
(mesmo que provisória e parcial) do contexto pesquisado.
Um primeiro aspecto que se destaca nas falas dos profissionais relaciona-se às
graves deficiências na formação dos profissionais que lidam diretamente com as
crianças de zero a três anos que apresentam indícios de ser público alvo da educação
especial, principalmente no que se refere aos conhecimentos acerca do desenvolvimento
infantil. De acordo com falas dos profissionais, a Educação Especial no Município de
Vitória vive hoje o que Santos (2010) um “momento embrionário”, uma vez que a
Nossas reflexões acerca dos bebês, das crianças pequenas e da educação especial
Referências
KASSAR, M.C.M., ARRUDA, E.E & BENATTI, M.M.S. (2007) Políticas de inclusão:
o verso e o reverso do discurso e práticas. In. JESUS, D. M., BAPTISTA, C. R,
BARRETO, M.A.C.S. & VICTOR, S.L. (Orgs.). Inclusão, práticas pedagógicas e
trajetórias de pesquisa (21– 31). Porto Alegre: Mediação.
SANTOS, B. S. (2010). Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma
ecologia dos saberes. In SANTOS, B. S.; MENESES, M. P. Epistemologias do Sul (p.
31-83). São Paulo: Cortez.