Rinologia Otoflix 2025
Rinologia Otoflix 2025
Rinologia Otoflix 2025
Referências Bibliográficas:
|2
▪ ANATOMIA E FISIOLOGIA
▪ EXAMES NASOSSINUSAIS
▪ RINITES
▪ RINOSSINUSITE AGUDA
▪ RINOSSINUSITE CRÔNICA
▪ RINOSSINUSITE FÚNGICA
▪ COMPLICAÇÕES DE RINOSSINUSITES
▪ DESVIO SEPTAL
▪ DOENÇAS DA OLFAÇÃO
▪ EPISTAXES
▪ DACRIOCISTITE
▪ GRANULOMATOSES NASAIS
▪ TUMORES NASOSSINUSAIS
▪ FÍSTULA BUCOSINUSAL
|3
NARIZ
|4
A CLI, por sua vez, é dividida em crus lateral, crus medial e crus intermédia. A
região da curvatura entre a crus lateral e a crus intermédia é conhecida como
domus.
PAREDE LATERAL
A parede lateral do nariz é formada por 5 ossos: nasal, maxilar, etmoide, lacrimal,
conchal, palatino e processos pterigoides mediais do osso esfenoide. Na parede
lateral se situam as conchas: inferior, média, superior e suprema (em alguns
pacientes). A concha inferior é formada por um osso próprio (osso conchal). As
demais conchas são oriundas do osso etmoide.
|5
COANAS
TETO NASAL
|6
SEIOS PARANASAIS
SEIO FRONTAL – é uma cavidade aerada no interior de cada osso frontal. O recesso
do frontal é um espaço variável no meato médio que tem como seus limites: agger
nasi (anterior); bula etmoidal (posterior), lâmina papirácea (lateral), porção
vertical da concha média (medial). Uma proeminência óssea, visualizada na TC, no
limite anterior do recesso do frontal é chamado de frontal beak. O óstio do frontal
drena para o infundíbulo etmoidal no meato médio.
SEIO ETMOIDAL – são uma série complexa de células pneumatizadas do osso etmoide
com anatomia variável. Existem, porém, estruturas mais constantes chamadas de
lamelas do etmoide. O etmoide é dividido em anterior e posterior pela lamela basal
da concha média. As células anteriores são em menor tamanho e estão
relacionadas a metade anterior da parede orbitária e drenam para o infundíbulo
etmoidal no meato médio; as células posteriores são em maior tamanho e estão
relacionadas a metade posterior da parede orbitária e drenam para o recesso
esfenoetmoidal.
|7
cavernosos) e o nervo vidiano; a parede superior relaciona-se com a sela túrcica.
Na sua região súperolateral se encontra o nervo óptico. Entre os seios esfenoidais
de cada lado existe um septo ósseo que os divide, chamado septo interesfenoidal.
O seio esfenoidal é classificado conforme o grau de pneumatização em: conchal
(ausência ou mínima pneumatização - raro), pré-selar (pneumatização anterior a
sela) e selar (pneumatização sob a sela).
|8
SEIO ESFENOIDE – até os 3 anos de vida, há apenas uma invaginação no recesso
esfenoetmoidal. Após essa idade, inicia seu desenvolvimento até seu tamanho final
com 7 anos de idade.
SEIO ETMOIDAL – até o primeiro ano de vida, o seio etmoidal não poderá ser
identificado em exames radiológicos, porém, ele atinge seu tamanho final somente
aos 12 anos de idade.
SEIO FRONTAL – até os 5 anos de idade, o seio frontal não poderá ser identificado
em exames radiológicos; ele atinge seu tamanho final no final da adolescência, por
volta de 18 anos de idade.
VOCÊ SABIA?! A síndrome do seio silente é uma condição clínica causada pela obstrução crônica
do seio maxilar, gerando pressão negativa, retração das paredes do seio e enolftalmia
secundária. A diferenciação de síndrome do seio silente e hipoplasia do seio maxilar está na
presença de pneumatização do seio maxilar e sua ausência na hipoplasia maxilar.
LAMELAS DO ETMOIDE
PROCESSO UNCINADO (1ª lamela): uma lâmina óssea em forma de arco revestida
de mucosa que se origina na parede lateral do nariz. Na endoscopia, é facilmente
visível como uma projeção na parede lateral do nariz, ao nível do meato médio. Sua
porção superior não é visível e possui variação no local de inserção: lâmina
papirácea, local mais frequente (70%); base do crânio, no teto do etmoide; e
concha média.
VOCÊ SABIA?! Quando o processo uncinado se insere na lâmina papirácea forma um fundo cego
chamado de recesso terminal. Quando isso acontece a drenagem do seio frontal e maxilar são
independentes.
|9
BULA ETMOIDAL (2ª lamela): a maior célula do etmoide anterior, em forma de
bolha, localizada posteriormente ao processo uncinado em contato íntimo com a
lâmina papirácea. No teto da bula, em sua porção posterior se encontra a artéria
etmoidal anterior.
LAMELA BASAL DA CONCHA MÉDIA (3ª lamela): porção diagonal da concha média,
que divide o etmoide em anterior e posterior; está localizada posteriormente a bula
etmoidal.
CONCHA SUPERIOR (4ª lamela): forma o meato superior, onde drenam o seio
esfenoidal e as células do etmoide posterior no recesso esfenoetmoidal.
ESPAÇOS DO ETMOIDE
O etmoide anterior possui alguns espaços no seu labirinto que se destacam pela sua
importância no entendimento da fisiologia sinusal.
| 10
CONCHA MÉDIA
VARIAÇÕES ANATÔMICAS
| 11
30%. Mas pode acometer os cornetos inferiores e superiores. Dependendo do grau
de curvatura pode bloquear o infundíbulo etmoidal.
AGGER NASI – conceituada como a célula etmoidal mais anterior. É uma variação
comumente encontrada (98%). Está localizada anterior e superiormente à axila da
concha média. Dependendo do grau de pneumatização pode estreitar o recesso
frontal.
Tipo Características
Kuhn III Pequena célula (< 50% do frontal) acima do frontal beak
| 12
CÉLULA SUPRABULAR – também chamadas de células frontoetmoidais
posteriores, são células etmoidais que pneumatizaram para o interior do recesso
do frontal. Estão localizadas superiormente a bula etmoidal. Podem estreitar
posteriormente o recesso do frontal. São classificadas de acordo com sua localização
em relação ao seio frontal.
Tipo Características
Célula suprabular Célula acima da bula mas que não adentra ao seio frontal
Célula frontalbular Célula acima da bula que se estende para o interior do seio frontal
CICLO NASAL
| 13
Na rinologia, além da anamnese e exame físico, existe uma série de recursos e
técnicas com o objetivo de detectar alterações nasossinusais. Neste capítulo, vamos
revisar os principais recursos em exames nasossinusais.
EXAME FÍSICO
VIDEOENDOSCOPIA NASAL
| 14
Classicamente, o primeiro passo é avaliar o meato inferior até a rinofaringe. O
segundo passo consiste em avaliar o meato médio e o terceiro passo objetiva avaliar
o recesso esfenoetmoidal.
RINOMANOMETRIA
RINOMETRIA ACÚSTICA
EXAMES OLFATÓRIOS
| 15
EXAMES DE IMAGEM
Mucocele nasal. Tomografia computadorizada (A) evidenciando lesão com densidade de partes moles,
expansiva, no seio etmoidal esquerdo. Mesma lesão na ressonância magnética demonstrando hipossinal na
imagem ponderada em T1 (B) e hiperssinal na imagem ponderada em T2 (C).
| 16
OUTROS MÉTODOS
| 17
Rinite é a inflamação da mucosa nasal e dos seios paranasais. A rinite é dividida em
infecciosa e não infecciosa.
RINITE ALÉRGICA
| 18
Durante a fase de sensibilização, os antígenos depositados na mucosa nasal são
apresentados aos linfócitos TH2 pelas células apresentadoras de antígenos; os
linfócitos TH2 produzem uma série de citocinas, das quais a IL-4 e IL-13 se destacam;
os linfócitos B, sob ação dessas citocinas, são diferenciados em plasmócitos que
produzem IgE. Esse tipo específico de imunoglobulina se liga aos receptores dos
mastócitos. Pronto! O indivíduo está sensibilizado.
A reação alérgica envolve, portanto, uma resposta imediata e outra tardia, além do
envolvimento neural. Os pacientes com rinite, portanto, apresentam uma
inflamação basal mínima na mucosa nasal, na qual o contato com os alérgenos
provoca uma resposta rápida e intensa, desencadeando os sintomas.
VOCÊ SABIA?! Um fato muito interessante explica a maior suscetibilidade à IVAS em pacientes
com rinite alérgica. A explicação está na molécula de adesão ICAM-1 que estão presente em
maior expressão em eosinófilos da mucosa nasal de pacientes alérgicos. Essa molécula também
é utilizada como receptor para os rinovírus.
| 19
A rinite alérgica, assim como a asma, provoca um processo de remodelamento da
mucosa nasal, secundário ao processo inflamatório crônico, porém com menor
intensidade. Estima-se que a presença de RA em pacientes com asma seja de
aproximadamente 100%.
Por ser uma doença com predisposição genética, a história familiar está fortemente
associada. A idade de início dos sintomas é precoce, indo dos 4 aos 20 anos de idade.
A rinite alérgica pode ser classificada quanto a intensidade e duração dos sintomas,
de acordo com a ARIA (Allergic Rhinitis and Its Impacto n Asthma):
Classificação Definição
MODERADA/GRAVE Tem impacto nas atividades diárias (sono, lazer, escola, trabalho)
| 20
O diagnóstico é essencialmente clínico, através da história e exame físico. Os
exames complementares são utilizados para confirmação ou em caso de dúvidas.
SE LIGA! Os testes alérgicos cutâneos têm alto valor preditivo negativo, ou seja, um resultado
negativo praticamente exclui causa alérgica. Portanto, podem ser usados para excluir alergia
como possível causa de sintomas nasais e nos casos em que há dúvida.
Outro teste alérgico é determinação sérica de IgE específica, que são os testes
laboratoriais, realizados através de ensaios imunoenzimáticos (ImmunoCAP) ou
radioimunoensaios (RAST), sendo este último o mais realizado. Um “porém”, é que
estes exames não fornecem informação adicional aos testes cutâneos, são menos
sensíveis e de maior custo. Portanto, estão indicados nos casos em que não se possa
realizar os testes cutâneos.
| 21
O tratamento é baseado em 3 pilares: higiene ambiental, medicamentos e
imunoterapia.
Os antihistamínicos são muito úteis nas crises, pois apresentam rápido início de
ação, aliviando o prurido, espirros e rinorreia, porém possuem pouco efeito sobre a
obstrução nasal.
Rápido início de ação. Não tem efeito sobre a obstrução nasal. Efeitos
Antihistamínico
adversos: sonolência (1ª geração).
| 22
Melhoram a obstrução nasal. Os tópicos não devem ser utilizados por mais 7
Descongestionantes
dias. Efeitos adversos: rinite medicamentosa, arritmia, insônia.
Devem ser evitados. Reservados para quadros graves e por curto tempo.
Corticoides sistêmicos
Efeitos adversos: hipertensão arterial, disglicemia, cushing.
Pode ser indicada em qualquer faixa etária, mas normalmente, iniciada somente
após 5 anos de idade. Tem como contraindicação absoluta, a imunodeficiência,
doenças autoimunes, neoplasias malignas, doença psiquiátrica grave e asma não
controlada. A gravidez não é uma contraindicação, conquanto que já se tenha
iniciado o tratamento.
| 23
O tratamento é o mesmo da RA, devendo-se utilizar corticoides nasais associado ou
não a anti-histamínicos, sempre em concomitância à higiene ambiental.
RINITE IDIOPÁTICA
| 24
RINITE HORMONAL
RINITE MEDICAMENTOSA
Estes pacientes devem ser tratados com corticoides nasais, soro fisiológico,
descongestionantes sistêmicos (orais) e suspensão gradual da medicação tópica.
É uma rinite não alérgica caracterizada por obstrução nasal desencadeada pelo uso
de drogas orais como anti-hipertensivos (betabloqueadores, inibidores ECA, etc.),
anti-inflamatórios e sildenafila.
O paciente apresenta uma história de obstrução nasal iniciada após o uso da droga.
O tratamento é realizado com a suspenção da droga “culpada”.
| 25
RINITE GUSTATIVA
É uma rinite não alérgica caracterizada por rinorreia aquosa desencadeada pelo
contato com alimentos condimentados e quentes.
RINITE OCUPACIONAL
RINITE DO IDOSO
Pode ser tratada com anticolinérgico nasal, como boa resposta. Os anti-
histamínicos de 2ª geração também podem ser usados.
| 26
RINITE DO ESPORTE
RINITE ATRÓFICA
| 27
Rinossinusite é conceituada como a inflamação da mucosa nasal e dos seios
paranasais. É classificada em aguda e crônica, conforme a duração dos sintomas. A
rinossinusite aguda (RSA) tem duração menor que 12 semanas.
É definida quando os sintomas duram mais que 10 dias ou há piora após 5 dias do
início do quadro. É esperado que haja uma melhora do resfriado após 5 dias, pois é
neste período onde a destruição das células do epitélio respiratório atinge seu pico.
Há de se destacar que apenas 2% destes casos tratam-se de RSA bacteriana.
| 28
RINOSSINUSITE AGUDA BACTERIANA
Infecção do nariz e seios paranasais causada por bactérias. As mais encontradas são:
S. pneumoniae, H. influenzae e M. catarrhalis.
Segundo o Tratado, sugere que uma infecção sinusal seja bacteriana, quando há:
DIAGNÓSTICO
SE LIGA! Somente 25-50% dos pacientes com sinusite apresentam nível líquido e 40% dos
pacientes assintomáticos apresentam algum tipo de alteração na imagem dos seios paranasais,
como espessamento mucoso.
| 29
Rinossinusite maxilar aguda. Tomografia computadorizada em reconstrução coronal evidenciando
velamento do seio maxilar esquerdo, associado a bolhas gasosas e obstrução ostial.
TRATAMENTO
O tratamento consiste em lavagem nasal com soro fisiológico (para limpeza das
secreções, restabelecimento do batimento ciliar), descongestionantes (alívio
sintomático da obstrução), analgésico (alívio da dor facial), anti-histamínicos
(somente para pacientes com alergia associada), corticoides nasais (indicado para
RSA pós-viral ou bacteriana), corticoide oral (indicado na dor facial intensa) e
antibióticos (RSA bacteriana).
| 30
Antibiótico Dose Informações importantes
40-90 mg/kg/dia
Amoxacilina 1ª escolha – inicial
500 mg 3x/dia
45-90 mg/kg/dia
Amoxacilina/clavulanato Para resistentes produtores de B-lactamase
875 mg 2x/dia
10 mg/kg/dia
Axetil-Cefuroxima Para alérgicos à B-lactâmicos
500 mg 2x/dia
20 mg/kg/dia
Clindamicina Para alérgicos à B-lactâmicos
300-600 mg 4x/dia
Diante deste diagnóstico, sempre se deve procurar afastar algumas causas de origem
sistêmica. A investigação deve incluir os processos alérgicos (realização de testes
alérgicos), deficiências de imunoglobulinas (pesquisa quantitativa IgA e IgG),
fibrose cística (teste do cloro no suor), refluxo gastroesofágico, doenças ciliares
e fatores anatômicos (concha bolhosa, desvios septais, etc.).
| 31
RINOSSINUSITE EM UTI
1. Intubação nasal: o tubo promove uma agressão contínua a mucosa nasal levando
ao edema e oclusão dos óstios.
5. Uso de sondas nasais superior a 48h possui forte associação com RS pela
colonização e indução inflamatória local.
| 32
Rinossinusite é a inflamação da mucosa nasal e dos seios paranasais. É classificada
como rinossinusite crônica (RSC), quando os sintomas perduram por mais que 12
semanas.
SE LIGA! Estudos mostram que biofilmes de S. aureus produzem respostas inflamatórias mais
exacerbadas, e portanto, pacientes com RSC e culturas positivas para S. aures possuem pior
prognóstico.
O padrão de resposta inflamatória na RSC é diferente entre si. Na RSC sem PN existe
um predomínio do tipo Th1 com consequente aumento de neutrófilos.
| 33
RINOSSINUSITE CRÔNICA COM POLIPOSE NASAL
Na RSC com PN, a resposta Th2 é mais evidente com consequente aumento de
eosinófilos. Exceção para esta regra são em pólipos de asiáticos na fibrose cística
em que predominam o perfil Th1 e neutrofilia.
Pólipos nasais. Presença de lesão polipoide ocupando toda a fossa nasal esquerda.
DIAGNÓSTICO
| 34
as vias de drenagem (complexo ostiomeatal e recesso esfenoetmoidal). Pequenas
opacificações intrasinusais são comuns, mesmo em indivíduos saudáveis.
TRATAMENTO
| 35
PRA GRAVAR! DREA ou NERD = RSCcPN + Asma + Intolerância AAS ou AINEs
DISCINESIAS PRIMÁRIAS
| 36
FIBROSE CÍSTICA
É uma doença genética, causada pela mutação no gene CFTR (proteína reguladora
da condutância transmembrana na fibrose cística) no cromossomo 7, caracterizada
por rinossinusites e pneumonias de repetição associado a sintomas digestivos
(diarreia ou obstipação). A CFTR é responsável pelo funcionamento dos canais de
cloro e água. Sua mutação promove aumento da concentração de cloro das
secreções, com consequente aumento da viscosidade, comprometendo o
batimento ciliar.
A RSC está presente em 70-100% dos pacientes com fibrose cística. A presença de
pólipos ocorre em 40% destes pacientes. Estes indivíduos são colonizados por P.
aeruginosa e S. aureus. Portanto, as agudizações devem ser tratadas com
antimicrobianos específicos (quinolonas).
| 37
está indicada nos pacientes sintomáticos com pouca resposta ao tratamento clínico
ou em fase pré-transplante pulmonar, porém apresenta altos índices de recidiva.
IMUNODEFICIÊNCIAS
| 38
Rinossinusite fúngica (RSF) é caracterizada por uma inflamação da mucosa
nasossinusal em resposta a um agente fúngico. É classificada em invasiva ou não
invasiva com base na evidência histopatológica do fungo invadir ou não o tecido
submucoso e causar necrose.
A maior parte dos casos de RSF é não invasiva. A forma invasiva é subdividida em
RSF invasiva aguda, RSF invasiva granulomatosa e RSC invasiva crônica. A forma não
invasiva é subdividida em bola fúngica e RSF alérgica.
BOLA FÚNGICA
PARA GRAVAR! A bola fúngica é a RSF mais comum. O tratamento é cirúrgico sem necessidade
do uso de antifúngicos.
| 39
Tomografia computadorizada. Velamento do seio maxilar esquerdo com esclerose da parede óssea e
material com densidade metálica no interior do seio, sugestivo de bola fúngica.
RSF ALÉRGICA
PARA GRAVAR! A RSF alérgica acomete indivíduos atópicos e produz pólipos e uma mucina
alérgica rica em eosinófilos. O tratamento é cirúrgico associado a corticosteroides.
| 40
Cristais de Charcot-Leyden. Materiais em forma bipiramidal, constituídos
de lisofosfolipase presentes nos grânulos de eosinófilos.
| 41
A histopatologia é o fator determinante no diagnóstico pelo achado de invasão da
submucosa pelo fungo. Quanto mais precoce o diagnóstico e tratamento melhor o
prognóstico.
The black turbinate sign. Ressonância magnética da face em paciente com rinossinusite fúngica invasiva. É
possível observar a ausência de sinal na concha inferior direita, decorrente da necrose local.
Manifesta-se como uma massa em seios paranasais com erosão óssea, levando a
sintomas diversos dependendo dos órgãos invadidos (cérebro, órbita, cavidade oral,
| 42
etc.). A TC evidencia massa sinusal com invasão local mimetizando malignidade. O
diagnóstico é firmado pela histopatologia.
PARA GRAVAR! RSF invasiva crônica é rara e manifesta-se como um tumor maligno, podendo
acometer imunocompetentes. O tratamento consiste em cirurgia e antifúngicos.
| 43
As complicações das rinossinusites são eventos potencialmente graves e fatais,
conceituadas como a extensão da infecção para além dos limites da mucosa
nasossinusal, como encéfalo, órbita e ossos.
COMPLICAÇÕES ORBITÁRIAS
| 44
que o grupo 3. Além disso, essa classificação incluiu a trombose do seio cavernoso,
que não é uma complicação orbitária, mas sim intracraniana.
SE LIGA! As celulites periorbitárias nem sempre são secundárias a RSA. A maioria das vezes
(90%) são causadas por picadas de inseto, traumas e conjuntivites.
| 45
CELULITE ORBITÁRIA - é uma complicação grave, onde a infecção nasossinusal se
estendeu para o interior da cavidade orbitária, levando ao comprometimento
inflamatório do tecido adiposo. Apresenta-se com hiperemia conjuntival e
proptose. O diagnóstico é clínico, porém a TC com contraste confirma o achado de
borramento da gordura orbitária sem formação de coleção.
Abscesso subperiosteal. Tomografia computadorizada evidenciando imagem hipodensa com captação periférica de
contraste que desloca lateralmente o músculo reto medial em olho esquerdo. Também há velamento do etmoide
anteroposterior esquerdo e seio esfenoidal bilateral.
| 46
ABSCESSO ORBITÁRIO - É a complicação orbitária mais grave, podendo levar a
amaurose em horas. Ocorre formação de abscesso no interior da órbita. Apresenta-
se com proptose, quemose, restrição a movimentação ocular e diminuição da
acuidade. O diagnóstico é confirmado pela TC com contraste que evidencia
presença de coleção no interior do cone orbitário.
SEPTO? Septo orbitário é um tecido conjuntivo que faz continuação do periósteo da órbita.
Condições que atingem a região anterior ao septo orbitário são consideradas pré-septais, como
a celulite pré orbitária e abscesso pré septal, uma condição que não está na classificação de
Chandler; já condições que atingem o interior da órbita são consideradas pós-septais, como o
abscesso subperiosteal, orbitário e celulite orbitária.
COMPLICAÇÕES INTRACRANIANAS
| 47
Empiema subdural. Tomografia computadorizada evidenciando imagem em “meia lua” na periferia da região
frontal e parietal esquerdas, com captação periférica pelo contraste.
| 48
lesões expansivas (abscessos) que possam estar associadas, e que levariam à
herniação cerebral no momento da punção.
| 49
COMPLICAÇÕES ÓSSEAS
Tumor de Pott. Tomografia computadorizada evidenciando grande abscesso em região frontal associado a erosão
da tábua anterior do seio frontal e velamento do seio frontal.
| 50
PRINCÍPIOS GERAIS DO TRATAMENTO
| 51
O desvio septal é muito prevalente na população e tem como causas a formação
tortuosa durante o crescimento facial ou trauma. A maioria dos pacientes é
assintomática, porém alguns irão apresentar obstrução nasal constante, sendo essa
a principal indicação da septoplastia.
ANATOMIA SEPTAL
A junção do septo caudal com a espinha nasal anterior e a área “K” são áreas
importante para a sustentação da pirâmide nasal. Portanto, essas áreas devem ser
| 52
preservadas durante a cirurgia de septoplastias, ou então reconstruídas, caso haja
necessidade de manipulação.
SEPTOPLASTIA
É a cirurgia que pode ser realizada para a correção do desvio septal (indicação
mais comum), para o acesso à base de crânio, remoção de enxerto de cartilagem
e para o tratamento de cefaleia rinogênica.
SE LIGA! Cefaleia rinogênica é uma entidade clínica onde uma alteração anatômica nasal (ex:
desvio septal) promove contato com a mucosa nasal, causando cefaleia.
| 53
Existem várias técnicas para correção cirúrgica dos desvios septais:
| 54
preservando-se apenas as áreas de risco (“L” strut). Atualmente, é pouco
empregada, devido ao elevado risco de complicações.
COMPLICAÇÕES
A perfuração septal tem como causa mais comum uma septoplastia prévia,
lacerações da mucosa e/ou ressecções amplas do septo nasal.
| 55
Os hematomas septais são complicações incomuns, e podem ser prevenidos com
incisão de drenagem inferior e colocação de splints.
A complicação mais temida é a fístula liquórica, que pode ocorrer após fratura da
lâmina cribiforme por manipulação intempestiva da lâmina perpendicular do
etmoide.
Sinéquia. Endoscopia demonstrando fibrose cicatricial entre a concha inferior esquerda e septo nasal.
| 56
A hipertrofia das conchas nasais inferiores geralmente ocorre de forma bilateral,
podendo ser determinado geneticamente ou por processos alérgicos. Os casos
unilaterais comumente estão associados ao desvio do septo nasal, sendo chamados
de concha nasal vicariante.
| 57
CIRURGIA DAS CONCHAS
Os pacientes com aumento das conchas nasais inferiores, que apresentam queixas
de obstrução nasal constante ou frequente, e não respondem de modo satisfatório
ao tratamento clínico, são candidatos à correção cirúrgica por meio das diferentes
técnicas de redução das conchas nasais.
As técnicas cirúrgicas para conchas inferiores mais utilizadas podem ser divididas
em turbinectomias ou turbinoplastias. Todas as técnicas demonstraram benefício
para melhorar a obstrução nasal, e até o momento, nenhuma técnica provou-se
superior a outra.
| 58
COMPLICAÇÕES
| 59
A olfação é um sentido que nos alerta para situação potencialmente perigosas e nos
permite, juntamente com a gustação, avaliar a qualidade do que ingerimos. Existem
cerca de 10 a 20 milhões de neurônios olfatórios na cavidade nasal do ser humano.
Existem mais de 200 causas para distúrbios da olfação. As alterações de olfato estão
relacionadas ao nariz e seios paranasais em 80% dos casos. Pacientes com
distúrbios do olfato, exame otorrinolaringológico e de imagens normais devem ser
investigados para causas neurológicas.
CLASSIFICAÇÃO
| 60
NEUROSSENSORIAL: decorrente do dano ao neuroepitélio olfatório, responsável
pela captação dos odoríferos (ex: infecção viral, COVID-19, TCE).
Essa é a causa mais comum de hiposmia. A infecção das vias aéreas superiores
promove um transtorno condutivo, em decorrência do edema da mucosa e produção
de secreções na cavidade nasal. Na grande maioria das vezes, a perda da olfação é
transitória, sendo recuperada após o término do processo inflamatório. Alguns
casos podem evoluir para deficiência pós-IVAS.
PÓS-IVAS
Deficiência olfativa após infecção aguda das vias aéreas superiores. É uma das
causas mais comuns de distúrbios da olfação (20%). Acredita-se que o vírus cause
destruição do neuroepitélio olfatório. Normalmente acomete mulheres mais
velhas. E costumam causar mais hiposmia que anosmia. O diagnóstico é clínico com
história clássica de perda da olfação após um quadro de IVAS com exame
endoscópico e de imagem normais.
COVID-19
| 61
RINOSSINUSITE CRÔNICA
PÓS-TRAUMA
Fratura fronto-orbitária. Paciente com trauma facial grave evoluiu com hiposmia persistente.
| 62
PRESBIOSMIA
DOENÇAS NEURODEGENARTIVAS
DROGAS E MEDICAMENTOS
SÍNDROME DE KALLMANN
| 63
O exame de ressonância magnética é útil, pois evidencia ausência ou hipotrofia do
bulbo olfatório uni ou bilateral.
Síndrome de Kallmann. Ressonância magnética do crânio evidenciando ausência de bulbos olfatórios (setas) em
paciente com anosmia desde o nascimento e hipogonadismo hipogonadotrófico.
| 64
A fístula liquórica nasal (FLN) decorre de uma falha anatômica na base de crânio,
provocando uma comunicação entre o espaço subaracnóideo e o trato
nasossinusal.
| 65
CLASSIFICAÇÃO
FÍSTULAS ESPECÍFICAS
FLN PARADOXAL: surge quando o líquor proveniente da orelha média drena para a
cavidade nasal, através da tuba auditiva. Surge em condições de trauma ou
malformação do osso temporal. Ou seja, não é uma FLN verdadeira.
FLN OCULTA: situações onde não há rinoliquorreia evidente, porém uma FLN
presente. Pacientes com crises repetitivas de meningite devem ser investigados
para FLN oculta.
| 66
DIAGNÓSTICO
| 67
Fístula liquórica nasal iatrogênica. Tomografia computadorizada evidenciando falha na lamela lateral direita
(seta), secundária a lesão iatrogênica de cirurgia nasossinusal. Observe a antrostomia maxilar bilateral.
TRATAMENTO
O objetivo principal do tratamento da FLN não é cessar a saída do líquor, mas sim
a prevenção de meningite.
A cirurgia por via endonasal apresenta eficácia superior a 90%. Utilizam-se enxertos
e/ou retalhos para cobrir a abertura meníngea, que pode ser detectada pela injeção
de fluoresceína. O dreno lombar pós-operatório não é necessário.
Pacientes com FLN ativa ou com história de fístula devem ser vacinados para
pneumococo, por ser a bactéria mais prevalente nos casos de meningite secundária
a fistula liquórica nasal.
Por fim, A FLN traumática apresenta maior risco de meningite em comparação com
a não traumática. Entretanto, a FLN não traumática (idiopática) tem maior taxa de
recidiva pós-cirúrgica em comparação com a traumática.
| 68
Epistaxe é o termo médico utilizado para sangramento nasal. Trata-se de uma
alteração na hemostasia do nariz, causada por comprometimento da integridade
dos vasos da mucosa.
Estima-se que ocorre em 60% das pessoas durante a vida, porém apenas 6% desses
sangramentos merecem tratamento médico. A epistaxe apresenta distribuição
bimodal, com a maioria dos casos ocorrendo antes dos 10 anos e após 50 anos.
Existem diversas causas para a ocorrência da epistaxe, como traumas locais, IVAS,
uso de medicamentos, coagulopatias, tumores nasossinusais, etc.
| 69
(ou nasosseptal, que irriga o septo posterior). É desta região que se originam os
sangramentos classificados como epistaxe posterior.
EPISTAXE ANTERIOR
A epistaxe anterior é aquela que ocorre na área de Little onde contém o plexo de
Kiesselbach, representando a maioria dos casos de epistaxe (90%). Geralmente são
autolimitadas ou requerem medidas simples para o controle. Acometem com mais
frequência crianças e adultos jovens.
EPISTAXE POSTERIOR
EPISTAXE SUPERIOR
| 70
SUPEROMEDIAL: são sangramentos provenientes da área conhecida como S-point,
uma região localizada no septo nasal, na altura da axila da concha média. Devido a
sua natureza arterial, o sangramento do S-point pode ser intenso o suficiente para
atingir a parede lateral do nariz e drenar posteriormente, podendo ser confundido
com uma epistaxe posterior. Além disso, a área do S-point, bem superior, pode ser
de difícil acesso e visualização, pois fica posterior ao tubérculo septal. Portanto,
não é incomum que epistaxes originárias do S-point sejam diagnosticadas
incorretamente, levando a falhas terapêuticas.
SÍNDROME DE RENDU-OSLER-WEBER
Telangiectasias. Presença de vasos dilatados na mucosa labial de paciente com Síndrome de Rendu-Osler-Weber.
| 71
Epistaxe Origem Artéria Culpada
TRATAMENTO CLÍNICO
Após então, colhe-se uma história sucinta, onde o uso de medicamentos (AAS,
anticoagulantes, AINES), comorbidades (IVAS, rinite, coagulopatias, diabetes,
doença renal crônica) e idade do paciente são os fatores mais importantes.
Pergunta-se sobre a duração e volume do sangramento. O exame físico deve se
concentrar na localização da origem do sangramento (topodiagnóstico).
| 72
Tamponamento nasal anterior. Aplicação de gaze com pomada na cavidade nasal.
O tamponamento anterior pode ser utilizado nos casos de epistaxe anterior com
sangramentos não responsivos a cauterização química ou nos sangramentos difusos.
Diversos produtos podem ser utilizados para tal, como gazes com pomada, esponjas,
etc. O tempo médio de permanência do tampão é de 48h com índice de falha entre
20-25%.
TRATAMENTO CIRÚRGICO
| 73
A ligadura ou cauterização da artéria esfenopalatina é a técnica cirurgia mais
empregada no tratamento da epistaxe. É indicada para o tratamento das epistaxes
posteriores. A taxa de sucesso é acima de 90%.
| 74
Dacriocistite se refere ao processo infeccioso do saco lacrimal. Este tema tem
relação com a rinologia, pois a lágrima produzida é escoada para a cavidade nasal,
e, portanto, doenças que obstruem essa via de drenagem repercutem na face.
VIA LACRIMAL
| 75
No decorrer do trato nasolacrimal, existem 4 válvulas que impedem o refluxo da
lágrima. São elas: Rosenmuller (entre o canalículo comum e o saco lacrimal),
Krause (entre o saco e o ducto nasolacrimal), Taillefer (localizada no meio do ducto
nasolacrimal) e Hasner (entre o ducto e o meato inferior).
DIAGNÓSTICO
Os pacientes com doença do sistema lacrimal possuem como principal sinal a epífora
(lacrimejamento passivo). A estenose idiopática constitui a principal causa (2/3
casos). Outras causas incluem obstrução secundária à radioterapia, trauma, corpos
estranhos, cirurgias, neoplasias e doenças granulomatosas. A cirurgia só deve ser
indicada para as obstruções baixas (abaixo do saco lacrimal).
Outro teste que pode ser realizado é o teste de Milder, que consiste na aplicação
de colírio de fluoresceína 2% e observação do desaparecimento do corante nos olhos
em até 3 minutos em jovens e 5 minutos em idosos. Passado esse tempo, indica
comprometimento da via lacrimal.
| 76
Teste de Jones. Aplicação de colírio de fluoresceína 2% no olho do paciente.
DACRIOCISTORRINOSTOMIA
| 77
Granuloma é termo histopatológico para uma área de inflamação crônica
caracterizada por macrófagos transformados em células epitelioides cercados por
linfócitos.
Várias condições podem levar a formação de granuloma na cavidade nasal, tais como
infecções (hanseníase, leishmaniose, tuberculose, sífilis, paracoccidioidomicose,
etc.), doenças autoimunes (Wegener, lúpus, etc.), entre outras.
Alguns achados no exame físico são sugestivos, como ponta nasal arroxeada na
sarcoidose ou depressão da pirâmide nasal na granulomatose de Wegener e
hanseníase.
HANSENÍASE
| 78
bacilo. Casos avanços provocam sequelas como nariz em sela. É uma doença mais
comum em homens.
Nariz em sela. Complicação decorrente da destruição crônica do septo nasal e consequente área-K.
SÍFILIS
| 79
maxilares subdesenvolvidos, hepatoesplenomegalia, adenomegalias, bossa frontal,
molares em amora e dentes de Hutchison.
Dentes de Hutchinson. Malformação dos incisivos centrais superiores, que apresentam entralhe.
TUBERCULOSE
| 80
Tuberculose nasal. Tumoração na mucosa septal direita.
PARACOCCIDIOIDOMICOSE
DIAGNÓSTICO: biópsia das lesões com identificação do fungo com aspecto de “roda
de leme” ou “orelha de Mickey”; cultura em meio de Sabourrad; exames indiretos
como intradermorreação, reação de precipitação ou fixação de complemento.
| 81
HISTOPLASMOSE
RINOSPORIDIOSE
| 82
DIAGNÓSTICO: biópsia da lesão com identificação do fungo.
RINOSCLEROMA
LEISHMANIOSE
| 83
TRATAMENTO: antimonial pentavalente endovenoso por 5-7 semanas. A cirurgia
para reconstrução nasal, quando necessária, pode ser realizada 2 anos após a cura.
SARCOIDOSE
| 84
Lupus pernio. Lesão característica da sarcoidose.
GRANULOMATOSE DE WEGENER
SÍNDROME DE CHURG-STRAUSS
| 85
DIAGNÓSTICO: baseado em critérios (asma grave + eosinofilia + mono ou
polineuropatia + rinossinusite + biópsia demonstrando vasculite eosinofílica).
POLICONDRITE RECIDIVANTE
ETIOLOGIA: autoimune.
| 86
Os tumores nasossinusais são entidades relativamente raras e se apresentam muitas
vezes com sintomas inespecíficos, como obstrução nasal e rinorreia.
OSTEOMA
Osteoma frontal. Lesão hiperdensa, compacta e bem delimitada no interior do seio frontal direito.
| 87
PAPILOMA NASOSSINUSAL
Papiloma invertido. Lesão de aspecto papilomatoso em fossa nasal esquerda. TC evidenciando lesão expansiva no
seio maxilar esquerdo com alargamento do complexo óstio-meatal.
| 88
apresenta-se com hipo ou isossinal em T1 e hiper ou isossinsal em T2 com realce
heterogêneo pelo contraste (padrão cerebriforme).
PAPILOMA EVERTIDO é o segundo tipo histológico mais comum (32% dos papilomas)
e tem padrão de crescimento exofítico. Também pode ser chamado de fungiforme
ou exofítico. Compromete a mucosa do septo e o vestíbulo nasal. Raramente
maligniza ou recidiva.
| 89
PAPILOMA ONCOCÍTICO é raro (até 6% dos papilomas) e acomete a parede lateral
do nariz (meato médio) de indivíduos jovens. Tem aspecto semelhante a um pólipo
com projeções digitiformes e se assemelha ao invertido, diferenciando-se na
histologia pela presença de grânulos citoplasmáticos eosinofílicos.
PÓLIPOS COANAIS
| 90
Pólipo de Killian. Lesão polipoide, translucente em fossa nasal esquerda. TC em corte axial evidenciando
velamento do seio maxilar esquerdo com lesão que se estende para a coana sem erosões ósseas.
NASOANGIOFIBROMA JUVENIL
| 91
que esse tumor seja uma malformação vascular originada de remanescentes da
artéria do primeiro arco branquial.
| 92
MUCOCELES
São lesões benignas, encapsuladas, preenchidas por muco e recoberto por epitélio
respiratório. São localmente destrutivas podendo levar a complicações, por sua
habilidade de reabsorção óssea, através da ação de prostaglandinas, macrófagos,
linfócitos Th2 e interleucina 2.
| 93
neurite óptica. As cutâneas se manifestam com abaulamento da face e surgem por
erosão da parede anterior do frontal ou maxilar.
Mucocele etmoidal. Lesão expansiva, com densidade de partes moles, bem delimitada no etmoide esquerdo com
pequena área de erosão óssea na lâmina papirácea (A) e teto etmoidal (B).
Fonte: https://doi.org/10.1016/j.anorl.2011.10.002
DISPLASIA FIBROSA
SE LIGA! Meninas com displasia fibrosa poliostótica associada à presença de manchas cutâneas
hiperpigmentadas e puberdade precoce apresentam Síndrome de McCune-Albright.
| 94
A cirurgia está indicada nos casos sintomáticos e estéticos, e deve ser feita de
forma conservadora, pois as lesões tendem a se estabilizar na puberdade. Por isso,
normalmente o tratamento é expectante. Recentemente, tem sido proposto o uso
de bifosfonados para controlar a remodelação óssea. Radioterapia é contra-
indicada devido risco de malignização.
Displasia fibrosa poliostótica. Observe o padrão de “vidro fosco” que acomete vários ossos da face, como frontal,
etmoide, maxilar e mandibular, provocando deformidade estética e funcional.
FIBROMA OSSIFICANTE
É uma lesão benigna, onde não se sabe ao certo a natureza de sua origem. Alguns
estudiosos acreditam ser uma variante da displasia fibrosa monostótica. Acomete
adultos sendo mais comum em mulheres negras.
| 95
CORDOMA
CONDROMAS
HEMANGIOMAS
| 96
O tratamento é cirúrgico com exérese da lesão, mas podem ser utilizados
corticosteroides, interferon e embolização.
HEMANGIOPERICITOMAS
São tumores benignos originados dos periquitos dos capilares, porém com
comportamento maligno. Recebe este nome por ser originário dos pericitos dos
capilares (células contráteis das paredes dos vasos sanguíneos). São raros no trato
nasossinusal.
CISTO DE THORNWALDT
| 97
CISTO NASOLABIAL
GRÂNULOMA PIOGÊNICO
ESTESIONEUROBLASTOMA
| 98
sugestivo de estesioneuroblastoma: formações císticas periféricas na região de
invasão da fossa craniana.
Estesioneuroblastoma. Ressonância magnética em T1 evidenciando lesão com epicentro na fossa olfatória que
invade a cavidade craniana com intenso e heterogêneo realce pelo contraste. Estágio C de Kadish.
CARCINOMA EPIDERMÓIDE
| 99
Na cavidade nasal, o principal sintoma é a epistaxe. Quando acomete os seios da
face, geralmente é assintomático nas fases iniciais. A forma indiferenciada é muito
agressiva, com acentuada invasão local e metástase linfonodal.
É o tipo de adenocarcinoma mais comum dos seios paranasais, com origem nas
glândulas salivares menores. Acomete principalmente pacientes entre 20-50 anos.
O seio maxilar é o local mais acometido, seguido da cavidade nasal.
CARCINOMA DE NASOFARINGE
| 100
Carcinoma nasofaríngeo. Endoscopia nasal evidencia lesão sangrante, ulcerada e abaulada na nasofaringe.
Fonte: https://doi.org/10.1177/0194599811411141
| 101
Cirurgia endoscópica nasal é qualquer procedimento cirúrgico realizado por via
intranasal ou não, que seja assistido por endoscopia. A precisão das imagens
proporcionadas pelos endoscópios, assim como suas angulações (óticas de 0, 30, 45
e 70 graus), permitem excelentes visões de todos os detalhes das cavidades nasais
e uma dissecção segura.
INDICAÇÕES
| 102
PRINCÍPIOS GERAIS
ESTUDO TOMOGRÁFICO
A tomografia deve ser revisada na sala de cirurgia. Idealmente deve ser realizada
fora do período de agudização. É útil para identificar variações anatômicas, estiudar
as áreas de risco e estadiar a doença. Em especial, devem-se observar:
CLASSIFICAÇÃO DE KEROS Keros I: 1-3 mm; Keros II: 4-7 mm; Keros III: > 7 mm
| 103
ANATOMIA CIRÚRGICA
| 104
ARTÉRIA NASOSSEPTAL – também chamada de artéria septal posterior, percorre a
região entre a coana e o óstio do seio esfenoide. Durante a cirurgia do seio
esfenoidal, através de dissecções mais inferiores ao óstio, pode ocorrer lesão
inadvertida do vaso.
NERVO ÓPTICO E CARÓTIDA INTERNA – o canal do nervo óptico pode ser visto
fazendo uma projeção na parede laterossuperior do seio esfenoidal, acima da
projeção da artéria carótida interna. O cuidado deve ser redobrado na presença de
células de Onodi, onde ocorre pneumatização de células do etmoide posterior na
região lateral e superior ao esfenoide.
PRÉ-OPERATÓRIO
ANESTESIA E POSIÇÃO
| 105
O paciente deve estar em decúbito dorsal horizontal com a cabeça ligeiramente
lateralizada para o cirurgião com elevação do dorso em 30 graus. Os olhos devem
estar descobertos durante o procedimento e devem ser protegidos com pomadas.
TÉCNICA CIRÚRGICA
Não existe uma sequência padrão-ouro a ser seguida, porque não há um guia
universalmente aceito de quão extensa deva ser a dissecção cirúrgica. Porém, é
consenso que deve haver uma adequada vasoconstricção local, hemostasia e uso de
material apropriado para o sucesso na cirurgia.
| 106
BULA ETMOIDAL – a 2ª lamela do etmoide é usualmente aberta em sua região
inferomedial, distante da lâmina papirácea. Uma cavidade aparecerá, onde a
dissecção será mais segura com pinças retrógradas, tal como a Kerrison.
FRONTAL – é considerado o mais desafiador dos seios paranasais. Pode ser realizado
por meio de 2 técnicas: bula intacta, após ressecção da porção superior do processo
uncinado, seguindo a bula anterior e superiormente encontramos a drenagem do
seio frontal; ou barra vertical, uma técnica cirúrgica descrita pelo Dr. Stamm para
acesso ao recesso do frontal através da ressecção conjunta da porção superior do
processo uncinado e agger nasi, acessando a drenagem do frontal posterior ou
medial a estas estruturas.
| 107
Em relação, a extensão da cirurgia do recesso frontal, Dr. Wolfgang Draf classificou
a abordagem ao seio em quatro tipos:
| 108
Draf III ou Lothorp modificado. Endoscopia nasal com destaque para a imagem em “ferradura invertida”,
mostrando a comunicação ampla de ambos os seios frontais em paciente com pós-operatório tardio.
DESCOMPRESSÃO ORBITÁRIA
A órbita é uma cavidade óssea que protege o globo ocular e seus anexos (gordura,
nervo, vasos e musculatura), e é formada por 7 ossos: frontal, etmoide, lacrimal,
maxilar, zigomático, esfenoide e palatino.
| 109
identificar doença sinusal, desvio septal, hipertrofia dos cornetos e características
da oftalmopatia.
| 110
COMPLICAÇÕES
A cirurgia endoscópica nasossinusal costuma ser uma cirurgia segura com baixo
índice de complicações.
| 111
O seio esfenoidal é classificado em 3 tipos: selar, pré-selar e conchal, conforme a
pneumatização do osso esfenoide.
Tipo de pneumatização do seio esfenoidal. Conchal (A), pré-selar (B) e selar (C).
INDICAÇÃO CIRÚRGICA
| 112
oftalmológica com exame de acuidade, motilidade ocular intrínseca e extrínseca e
campo visual, mesmo que não haja queixa clínica.
As indicações para o acesso ao plano esfenoidal e seio cavernoso são lesões que
envolvem o plano esfenoidal e o tubérculo selar, mais tipicamente meningiomas,
mas também lesões que comprometem a região da cisterna suprasselar e lesões pré
e pós-quiasmáticas, como macroadenomas hipofisários, craniofaringiomas, cisto de
bolsa de Rathke e até gliomas do nervo óptico.
TÉCNICAS CIRÚRGICAS
A maior parte (95%) dos adenomas hipofisários são operados via transesfenoidal. A
depender da extensão do tumor, especialmente se há envolvimento para ou
suprasselar, a craniotomia pode ser considerada.
| 113
BINOSTRIL APPROACH - técnica descrita por Aldo Stamm, o acesso inicia-se pela
septoplastia convencional com descolamento submucoperiostal bilateral. Após,
procede-se à remoção do septo anterior ao rostro do esfenoide. Nesse momento,
procede-se à confecção do retalho septal pediculado no forame esfenopalatino
(retalho de Hadad). A parede anterior do esfenoide é, então, aberta a partir dos
óstios. Deve-se evitar uma abertura muito superior pelo risco de fístula liquórica na
lâmina cribriforme. O próximo passo é a ressecção completa do septo intersinusal
com extrema cautela, pois pode estar inserido no canal carotídeo. Além disso, não
se deve remover totalmente a mucosa do seio, evitando-se, assim, sangramentos e
perda da função mucociliar. Essa técnica permite que dois cirurgiões manipulem ao
mesmo tempo os instrumentos cirúrgicos usando ambas as narinas e cria um retalho
pediculado que auxilia no fechamento dos defeitos da base do crânio e preserva a
mucosa septal de um dos lados, evitando posteriores perfurações do septo nasal.
| 114
são muito úteis para a visualização de possíveis restos tumorais tanto lateralmente,
próximo ao seio cavernoso, quanto superiormente, na região do diafragma selar.
COMPLICAÇÕES
| 115
A fístula liquórica pós-operatória tem sido descrita em até a 40% nos acessos mais
estendidos. A utilização do retalho nasosseptal reduziu as taxas em até 4x.
A meningite é rara, porém pode ser fatal. A presença de fístula liquórica aumenta
a chance dessa complicação. Por isso, utiliza-se de rotina antibiótico de largo
espectro no intraoperatório e por 7 dias no pós-operatório.
| 116
Fístula bucossinusal é a comunicação do seio maxilar com a cavidade oral e ocorre
por uma variedade de razões.
CAUSAS
| 117
se dá tão somente por uma fina lâmina óssea ou mesmo somente o mucoperiósteo
sinusal.
AVALIAÇÃO CLÍNICA
É comum o paciente referir refluxo pelo nariz ao ingerir líquidos. Também pode
queixar-se de saída de secreção purulenta na cavidade bucal, na topografia da
fístula bucossinusal.
Nos casos em que a doença está instalada por um período mais longo, os pacientes
podem apresentar os mesmos sintomas de rinosinusite crônica, como rinorreia, dor
facial, cacosmia, etc.
| 118
TRATAMENTO
| 119
do defeito ósseo. Essa técnica busca abreviar o tempo do reparo ósseo e
proporcionar um osso neoformado de melhor qualidade.
SE LIGA! Grande parte do insucesso do fechamento da fístula bucossinusal pode ser decorrente
da ausência de avaliação do meato médio. Por isso, toda fístula bucossinusal deve avaliada
com videoendoscopia nasal e tomografia computadorizada.
| 120