O Amor Ao Longo Dos Tempos 2

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O amor ao longo dos tempos

A autora Eduarda Dionísio:


Eduarda Dionísio, nascida em 1946 em Lisboa, foi uma autora dramática, critica literária e
professora de secundário que se licenciou em Filologia Românica na Universidade de Lisboa,
destacou-se além disso pelo seu interesse e envolvimento social e político, sobretudo de
1970 a 1980.
Participou em exposições de artes e escreveu algumas antologias de textos portugueses,
participou também na área do teatro.
Fundou a revista “Crítica” em 1971 e colaborou em várias publicações como Seara Nova ou
Diário de Lisboa.
Na parte do teatro e da criação dramática compôs “Primavera Negra” e em parceria com
Antonino Solmer, a peça “Dou-che-lo Vivo, Dou-Che-Lo Morto”.
Foi a fundadora da Casa da Achada, um local onde promoveu a criação de cultura
partilhada, em dinâmicas muito diferentes das que hoje conhecemos.
Fez a sua estreia na literatura em 1972 com a sua obra “Comente o Seguinte Texto”.
Destacam-se ainda nas suas obras “Histórias, Memórias, Imagens e Mitos Duma Geração
curiosa” sendo obras que evoca, ambientes relacionados com a profissão da autora.
A autora morreu a dia 22 de Maio de 2023.

Poema de Camões: Na Fonte Está Leanor


Neste poema o sujeito apresenta num tom carinhoso, solidário e piedoso o retrato de uma
mulher, Leanor, que se encontra numa fonte, que era um cenário habitual do quotidiano
daquela época, e encontra-se rodeada pelas suas amigas e demonstra estar a chorar e a sofrer
pela ausência do seu amado. E questiona várias vezes as suas amigas se o tinham visto.
O tema é apresentado no mote através do qual ficamos a conhecer o objeto da composição, a
figura feminina, como esta se sente e o que faz.
O sujeito poético descreve o estado de espírito de Leanor que se encontra angustiada, triste e
lamentosa devido á ausência do seu amado.
Nas voltas deste poema dá se o desenvolvimento do tema onde se concretiza o retrato desta
figura feminina.
Nos últimos versos da terceira volta, Leanor recebe notícias, do seu amor e o sujeito poético
vê-a a chorar com um forte sentimento de dor.
Camões recorreu a recursos expressivos para caracterizar o estado psicológico e emotivo de
Leanor:
Perífrase - "Não deita dos olhos água, (...)" (vv.21) este recurso expressivo foi utilizado para
mostrar que a mágoa de Leanor era tão grande que faz com que a mesma não consiga se quer
chorar e aliviar a sua dor
Metáfora- "os olhos no chão pregados, "(vv.14) este recurso expressivo foi utilizado para
realçar a mágoa dela.

O podcast “Grandes Cartas de Amor”


Este episódio do podcast “Grandes Cartas de Amor” destaca uma carta escrita por Eduarda
Dionísio, apresentada um excerto o seu livro “Retrato de Um Amigo Enquanto Falo”.
A autora começa por introduzir o contexto desta amizade a que se refere. Descreve uma
relação profunda que mantem com este, e destaca a sua importância na sua vida.
No início, a autora foca-se em falar e em descrever os detalhes e as características deste
amigo, mostra uma personalidade ou até uma vida multifacetada, sendo que este mostra
qualidades e talentos, mas também algumas fragilidades que para a autora, o mostra uma
figura única.
Além disso, o amigo é contado como uma pessoa de fama e nome, sendo que desde o início
a autora deixa claro que esta fama é uma parte integral de quem ele é, influenciando não só a
sua vida pública, mas também as suas interações e relações pessoais.
A autora mostra como a fama moldou a sua personalidade, é retratado como uma pessoa
habituada a fama e a olhares, mas esta quer ter um olhar maior e mais visível, querendo ser
uma pessoa especial para este amigo, diferente de todas as outras que olham para este, sendo
uma figura pública.
A autora reflete também o facto de este relacionamento ter aspetos que o tornam impossível,
como por exemplo esta própria fama do amigo, estando esta desejosa de o ter, mas frustrada
por causa deste grande obstáculo, que a impede de ter a relação que quer.
Logo depois, a autora descreve e leva o leitor a diversos locais que foram considerados
significativos ou importantes nesta “relação”, como cafés, ruas e casas mais contidos, onde
passaram tempo juntos. Com as suas descrições e adjetivações, a autora leva o leitor a
visualizar e sentir os ambientes onde a amizade e a relação floresceram.
No final desta carta a autora mostra duvida e ansiedade sobre o seu amor ser recíproco, pois
tinha a dúvida se este amigo não a contactava porque não podia, ou porque não queria, sendo
assim, esta vivia numa dúvida se o seu amor era correspondido ou não, limitando-se a apenas
dizer-lhe “bom dia”.

Paralelismo entre a carta de amor de Eduarda Dionísio e o “Na fonte está Leanor” de
Camões
Tanto em “Retrato de Um Amigo Enquanto Falo” de Eduarda Dionísio e em “Na fonte está
Leanor” de Luís Vaz de Camões, encontra-se a temática da dúvida, da ansiedade e de um
amor impossível, seja por barreiras sociais ou pessoais, tanto pela fama ou por uma
idealização de uma pessoa, ambos os textos mostram uma profundidade emocional muito
mais fundo do que o aparente num relacionamento, e ambos mostram a dor de desejar algo
que não pode ser alcançado, refletindo a frustração do sujeito poético, mas também a
aceitação que acompanha este sentimento.

Bibliografia:
A autora Eduarda Dionísio
Na fonte está Lianor (texto)
Na fonte está Lianor (Interpertação)

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