A Democracia em Portugal
A Democracia em Portugal
A Democracia em Portugal
A Democracia
em Portugal
Janeiro de 2013
1
ÍNDICE
1. Introdução 3
2. A Democracia 4
2.1 Definição 4
2.2 Origem 6 6
2.3 Formas 7
2.4 Em Portugal 10
2.4.1 A Monarquia Liberal (1820 – 1910) 10
2.4.2 I República (1910 – 1926) 12
2.4.3 II República: Ditadura (1926 – 1974) 14
2.4.4 III República (1974 – presente) 16
3. A qualidade da democracia em Portugal 18
4. Conclusão 19
5. Bibliografia 20
2
INTRODUÇÃO
3
A DEMOCRACIA
O que é?
4
igualdade de direitos entre cidadãos; e a oportunidade de organizar
e participar plenamente na vida política, económica e cultural da
sociedade;
5
A origem da democracia
6
Formas de democracia
Democracia Directa
Democracia Representativa
8
Em relação às suas características, enquanto na maioria dos
regimes de democracia directa a participação no processo democrático
era limitada somente a alguns membros da sociedade, na democracia
representativa o sufrágio universal conseguiu, quantitativamente, garantir
a participação da grande maioria de cidadãos. Um outro aspecto a ter em
conta é a separação estrutural e permanente entre eleitos e eleitores,
sendo esta separação reforçada pelos conhecimentos técnicos necessários
àqueles que irão representar os cidadãos.
9
A Monarquia Constitucional (1820 – 1910)
10
separação de poderes e da igualdade jurídica e respeito pelos direitos
pessoais.
Entre as alterações introduzidas posteriormente no regulamento
das eleições, destacam-se as de 1852, consagrando-se os princípios
do parlamentarismo. As eleições continuavam a ser indirectas e muito
restritivas. O que podiam ser eleitos deputados deveriam ter uma renda
anual mínima de 400$00 réis, o que era na altura uma soma considerável.
A primeira fase do constitucionalismo monárquico é dominada pela
instabilidade político-social resultante da proclamação da independência
do Brasil por D. Pedro (filho primogénito de D. João VI) e das lutas que se
seguiram entre liberais e absolutistas.
Esta controvérsia, acompanhada por sucessivos confrontos
armados, vem a reflectir-se em modelos constitucionais diferenciados:
ora um liberalismo democrático, defensor do alargamento do direito
de sufrágio, do parlamentarismo puro e do monocameralismo, ora um
liberalismo conservador, defensor de maior intervenção do Rei e de um
parlamentarismo mitigado pelo poder real e o bicameralismo.
Neste período constituíram-se apenas dois partidos autónomos
significativos: o Partido Progressista Histórico e o Partido Regenerador.
São ambos partidos de quadros, com uma orgânica partidária muito
centralizada que asseguraram, rotativamente, o poder através de acordos
políticos depois confirmados por sufrágio, sobretudo durante o período
de relativa acalmia que correspondeu aos reinados de D. Pedro V e de D.
Luís.
De todos os partidos, vem a destacar-se o Partido Republicano
Português que defende a alteração revolucionária do regime vigente,
conquistando uma militância progressiva a nível local, agregando a
contestação à monarquia, acusada de comprometer as instituições da
nação.
A instabilidade social e económica fez emergir novas forças sociais,
dotadas de alguma capacidade económica e vontade de expressão
política efectiva que o sistema político e parlamentar vigente não parecia
assegurar.
11
I República (1910 – 1820)
A implantação da República a 5 de Outubro de 1910, representou
uma grande esperança na instauração de um regime amplamente
participado.
Haviam sido os republicanos o que mais tinham denunciado as
fraudes e manobras eleitorais dos partidos monárquicos, atribuindo
aos mesmos o afastamento da maioria da população do exercício da
cidadania.
Com a implantação da República estava nas suas mãos alterar o
sistema tornando-o mais democrático.
A Assembleia Nacional Constituinte foi eleita num sufrágio em
que só houve eleições em cerca de metade dos círculos eleitorais. Não
havendo mais candidatos do que lugares a preencher em determinada
circunscrição eleitoral, aqueles eram proclamados "eleitos" sem votação.
A participação dos cidadãos foi também muito limitada. A lei
conferia o voto apenas aos cidadãos maiores de 21 anos que soubessem
ler e escrever ou que fossem chefes de família há mais de um ano.
A Constituição de 1911 afastou o sufrágio censitário, não tendo, no
entanto, consagrado o sufrágio universal, nem dado a capacidade eleitoral
às mulheres, aos analfabetos e, em parte, aos militares.
Só em 1918, com o decreto nº 3997, de Sidónio Pais, se alargou
o sufrágio a todos os cidadãos do sexo masculino maiores de 21 anos.
Contudo, este alargamento só duraria um ano, com a reposição do antigo
regime de incapacidades regulamentado por lei especial, para a qual
remetia o articulado constitucional.
O colégio eleitoral da 1ª. República era limitadíssimo, sendo mesmo
inferior ao existente na monarquia. Em 1910 haviam 850 mil eleitores
recenseados, em 1913 apenas 400 mil. O número subiu para 471 em 1915,
até atingir um total de 574.280 eleitores em 1925 (Em 1890, recorde-se,
haviam sido recenseados 900 mil eleitores). Para agravar esta situação, a
abstenção era elevadíssima (40% em 1915. 30% em 1925).
Instalados no poder, os republicanos passaram a combater o
próprio sufrágio universal.
O sistema eleitoral criado pelo Partido Republicano servia apenas
para manter no poder as suas clientelas partidárias.
12
A deslegitimação política do regime foi um dos elementos centrais
da sua queda, culminando uma sucessão de tentativas de tomada de
poder pela força.
13
II República: Ditadura (1926-1974)
14
um Estado democrático e um Estado autoritário, permitindo que a praxis
política conduzisse à rápida prevalência deste último, uma vez que os
direitos e garantias individuais dos cidadãos previstos na Constituição,
designadamente a liberdade de expressão, reunião e associação, seriam
regulados por "leis especiais".
A primeira Assembleia Nacional foi eleita em 1934, por sufrágio
directo dos cidadãos maiores de 21 anos ou emancipados. Os analfabetos
só podiam votar se pagassem impostos não inferiores a 100$00 e
as mulheres eram admitidas a votar se tivessem um curso especial,
secundário ou superior. De referir que o direito de voto às mulheres já
fora expressamente reconhecido em 1931, embora com condições mais
restritas que as previstas para os homens.
A capacidade eleitoral passiva determinava que podiam ser eleitos
os eleitores que soubessem ler e escrever e que não estivessem sujeitos
às inelegibilidades previstas na lei, onde se excluíam os "presos por delitos
políticos" e "os que professem ideias contrárias à existência de Portugal
como Estado independente, à disciplina social...". Outro facto a destacar
é que foi na 1ª Legislatura da Assembleia Nacional que encontramos, pela
primeira vez, três mulheres deputadas.
Apesar da redução das restrições ao voto, as eleições durante a
ditadura (autárquicas, legislativas e presidenciais) eram contudo, uma
verdadeira farsa, dada a sua total manipulação. A ditadura condicionava
não apenas a apresentação das listas dos candidatos da Oposição, mas
também falseava os próprios resultados eleitorais. De referir ainda que o
número de eleitores recenseados continuou muito baixo.
15
III República (1974 – presente)
Depois do 25 de Abril de 1974, a transição para a democracia foi
bem sucedida.
Uma das primeiras preocupações do Movimento das Forças
Armadas, expressa nas medidas imediatas do seu programa foi a
convocação, no prazo de um ano, de uma Assembleia Constituinte eleita
por sufrágio universal directo e secreto.
Depois da realização de um recenseamento eleitoral
considerado exemplar, votaram todos os cidadãos maiores de 18
anos, independentemente do sexo, nível de instrução ou capacidade
económica, com excepção dos responsáveis e colaboradores do anterior
regime.
Verificaram-se também outras alterações como:
● Abolição do regime de censura;
● Instauração das liberdades de associação, reunião e expressão;
● Extinção da polícia política;
● Abolição da restrição à formação de sindicatos livres e partidos
políticos.
As eleições para a Assembleia Constituinte realizaram-se a 25 de
Abril de 1975. Foram eleitos 250 Deputados, representando os seguintes
partidos:
Partido Socialista (PS) - 116
Partido Popular Democrático (PPD) - 81
Partido Comunista Português (PCP) - 30
Partido do Centro Democrático Social (CDS) - 16
Movimento Democrático Português (MDP/CDE) - 5
União Democrática Popular (UDP) - 1
Associação de Defesa dos Interesses de Macau (ADIM) - 1
16
Nestas primeiras eleições por sufrágio verdadeiramente universal
realizadas em Portugal, registou-se uma afluência histórica de 91,7% dos
cidadãos recenseados e uma reduzida expressão de votos brancos e nulos
(6,9%).
● A descolonização;
● A adesão à Comunidade Europeia;
● A reconstrução do sistema educativo;
● As mudanças na condição feminina e na família.
17
Qualidade da democracia em Portugal
O estudo “Barómetro da Qualidade da Democracia”, realizado pelo
ICS com o apoio da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento e
a Fundação Calouste Gulbenkian, revela que 64,6% dos inquiridos estão
insatisfeitos com o funcionamento da democracia em Portugal.
Em 1999, um estudo da Word Values Survey mostrava que 81%
dos portugueses considerava a democracia um sistema bom ou muito
bom. Actualmente, o estudo do ICS revela que 55,5% consideram que a
democracia é preferível a qualquer forma de governo.
Dos inquiridos, 47,6% diz não se sentir representados pelos
partidos.
Este estudo concluiu ainda que 15% dos inquiridos se mostraram
susceptíveis de apoiar um regime autoritário, em certas circunstâncias.
Outro estudo interessante para o tema em análise veio concluir que
apenas 56% dos portugueses consideram que “a democracia é preferivel a
qualquer outra forma de governo”.
18
Conclusão
Conclui-se então que, antes da Constituição de 1976, a democracia
não existia em Portugal. Até aqui, todas as lutas em prol da democracia
haviam sido uma máscara para a realização de interesses e o alcance do
poder. A participação das pessoas na vida política era muito limitada ou
então não existia sequer.
Apesar da enorme participação da população nas primeiras
eleições cujo sufrágio foi verdadeiramente universal, ao longo dos anos a
tendência tem-se invertido, cada vez se verificam valores mais elevados
na abstenção.
Destaca-se a mudança do estatuto das mulheres na sociedade
portuguesa que até então tinham um papel muito apagado.
A abstenção é uma consequência do descrédito e desinteresse nas
instituições políticas e poucas iniciativas têm sido tomadas para aumentar
a participação dos cidadãos na vida política.
19
Bibliografia
20