Number Two

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 3

A despedida.

Saí da escola e fui direto para a casa da Ana, como ela estuda à
tarde eu não a encontraria aqui mais tarde. Toquei a campainha e ela
não demorou muito para atender.
— AMANDA, meu Deus, que saudades! – ela disse logo vindo me
abraçar.
— Você me viu ontem, Ana. – disse ao nos separarmos.
— Todo tempo sem você é muito querida, não vai dizer que não
sentiu minha falta também? – ela disse com um beicinho.
— Você sabe que sim. – disse dando um sorriso sem mostrar os
dentes. – Posso entrar?
— Ah sim claro, desculpe. Me empolguei tanto em te ver que nem
lembrei de te convidar para entrar. Mas me conta, o que te trouxe aqui
minha rainha? – ela diz me puxando em direção ao seu quarto.
Ela estava sozinha então isso significa que Pedro ainda não tinha
chegado, melhor assim. Ela passava a manhã sozinha mesmo tendo
apenas 13 anos. Seus pais trabalhavam basicamente o dia todo, mas
ela gostava de ficar sozinha.
Nos sentamos em sua cama e pensei de qual forma iria abordar
aquele assunto. Decidi não ficar em rodeios e ir direto ao assunto.
— Ana… estou pensando em me mudar para São Paulo. Meus pais
andaram pensando e acham que lá meus estudos vão render mais do
que aqui. – disse com os olhos fixos em minha melhor amiga.
— Você concorda?... – ela estava segurando para não desabar ali
mesmo, eu a conhecia como ninguém.
— Acho que vai ser melhor para meu futuro e também preciso me
afastar de algumas pessoas daqui.
— Você realmente se importa com aqueles boatos que a Lays andou
inventando né? – ela questionou.
— As pessoas andam me olhando torto por onde eu passo Ana, você
sabe bem. – respondi.
— Você só tem 14 anos, Mandy não teria como você morar sozinha. – ela
argumentou.
— Provavelmente vai ser um colégio integral.
— Quanto tempo você ficaria por lá? – Já podia ver lágrimas no rosto
da loira.
— Provavelmente nove anos… – disse abaixando o rosto.
— Ana, você viu minha… – disse Pedro entrando no quarto e
parando assim que percebeu minha presença.
Suas íris verdes pararam sobre mim me analisando, percebendo que
lágrimas silenciosas escorrendo pelo meu rosto. Voltou a olhar para sua
irmã que estava na mesma situação.
— Está tudo bem? – ele perguntou.
— Não, não está. – Ana cuspiu as palavras.
— Bem acho melhor eu ir. – Falo me levantando mas sendo impedida
pela mão da loira segurando meu pulso.
— Você vai quando? – disse ainda aos prantos.
— Vou dar a resposta para meus pais ainda hoje e provavelmente vou
mês que vem. – disse a encarando.
Pedro olhava confuso em nossa direção. Eu sentiria falta dele, uma
falta muito grande, mas ele não precisava saber disso, né?
— Vamos sair hoje para nos despedirmos? Se quiser pode chamar a
Samy, o Natan e o Davi. – ela disse, limpando as lágrimas.
— Não considere isso uma despedida loirinha, considere isso como
um até logo, 9 anos passam voando querida. – disse forçando um
sorriso a ela.
— Se você não voltar eu vou lá e te deixo careca. – ela disse com um
sorriso travesso.
— Até lá você vai ter criado maturidade, linda. Mas aceito sair hoje
sim e chamo os meninos. – disse dando um beijo em sua testa.
— Até logo, loirinha. – disse indo em direção a porta.
— Não vai me cumprimentar? Ah, esqueci que não me considera
como um amigo. – Disse Pedro ficando à minha frente.
— Desculpe, pode me deixar ir? – disse tentando passar do garoto a
minha frente.
— Primeiro me explica por que vocês estavam chorando e falando
umas coisas estranhas. – disse convencido.
— Vou estudar em outra cidade. – disse.
— O que? – questionou confuso.
— Pergunte à sua irmã, pode por favor me dar licença?
— Por que você é tão difícil? – cochichou porém acabo escutando.
— Por que você é tão irritante? – respondi.
Fui em direção a minha casa para almoçar. Esqueci de avisar a minha
mãe que passaria na casa da Ana então ela deve estar andando de um
lado para o outro se perguntando se algo aconteceu.
Ela tinha feito peixe e vinagrete para o almoço, era minha comida
favorita. Estava saboreando minha comida em silêncio quando de
repente ela decide falar.
— Como foi seu último dia de aula, querida?
— Cheio de despedidas, lágrimas e conformações. – respondi sem
dar atenção a pergunta.
— Você decidiu ir então? – ela perguntou com dois sentimentos
contraditórios expressos no mesmo momento: tristeza e esperança.
— Achei que era a melhor opção.
— Você já falou com seus amigos? – questionou.
— Acabei de sair da casa da Ana.

Davi passou na minha casa de noite para sairmos com nossos


amigos. Decidimos ficar na praça e por lá escolheríamos o que comer.
Eu odiava coisas de última hora ou coisas que não eram planejadas mas
mesmo assim concordei em ir, me vesti com uma bermuda preta até que
larga e curta cheia de lantejoulas e um top no mesmo estilo, uma
sandália preta simples e uma maquiagem básica.
Já vi Samy e Natan no lugar combinado, só faltava Ana. Optei por
mandar uma mensagem para a mesma que logo respondeu já estar a
caminho.
De repente ela chegou com ninguém menos que seu irmão. A loira
estava vestida com um vestido vermelho simples mas que chamava a
atenção por onde ela passava e Pedro estava com uma bermuda jeans
clara e uma blusa preta com uma frase em inglês como detalhe.
— Desculpem o atraso pessoal, mamãe me disse de última hora que
trouxesse esse burro de escora. – disse se referindo ao irmão. – e ele
demora pra se arrumar como uma florzinha. Tudo bem por vocês ele ir
com a gente?
— Por mim tudo bem. – Samy e Natan disseram.
— O que a Mandy decidir por mim tudo bem. – Davi não gostava do
Pedro e eu meio que sabia o motivo.
— Bem, por mim ele pode ficar. – disse com um sorriso sem mostrar
os dentes. – Mas precisamos decidir onde vamos comer.
— Vamos na salgadaria? – Samy sugeriu e todos concordaram.
— Então vamos. – disse Ana puxando meu braço.
— Você roubou minha melhor amiga. – choramingou Davi.
— Nunca foi sua querido, ela é minha não é minha principessa?
— Sempre linda.
— As vezes eu acho que vocês são mais que amigas. – disse Natan.
— Sempre tive minhas dúvidas sobre você e o Davi. – disse com um
sorriso brincalhão.
Os dois reviraram os olhos e trocaram ofensas. Pedro estava muito
quieto, ele parecia se sentir desconfortável.
— Vish, olha quem está ali. – disse Samy direcionando a cabeça para
a mesa à nossa frente em que Lays estava.

Você também pode gostar