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E Book de CPL 2

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608-43
Fabiana Del Padre Tomé

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Minha Jornada para me tornar a TRIBUTARISTA que sou hoje

começou lá na pequena cidade de Diamantino, no interior de Mato

Grosso, e já conta com mais de 20 anos de experiência em algumas

das bancas mais renomadas no país, como a do professor Paulo de

Barros Carvalho e o Madrona. Além de advogada, sou Doutora em

Direito Tributário e professora da PUC-SP, do IBET e de vários cursos de

especialização, graduação e de preparação para a OAB e concursos,

tendo milhares de alunos espalhados pelo país, além de autora de

livros jurídicos. Com o meu curso, o VOCÊ TRIBUTARISTA, ajudei mais de

700 alunos a se tornarem advogados seguros e bem-sucedidos.

Para mais conteúdos completos sobre Direito Tributário na Prática:

ACESSE O INSTAGRAM ACESSE O YOUTUBE ACESSE O TELEGRAM

@prof.fabianatome Fabiana Del Padre Tomé @direito_tributário_na_prática

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Carta Aberta aos Advogados
Tributaristas

Meu amigo tributarista, minha amiga tributarista.

Quando eu comecei a advogar… e já tem um tempinho, mas

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não vou dar o ano exato para não entregar a idade… eu
percebi o quão pouco de tributário eu aprendi na faculdade.
A graduação não me preparou para advogar e eu estava
desesperada. Com o tempo, fui aprendendo, aos trancos e
barrancos, até me tornar a advogada que eu sou hoje. Foram
décadas de cursos, incluindo doutorado, e trabalho pesado
até chegar em bancas de advocacia renomadas.

Eu sei que isso aconteceu com você. Você também saiu da


faculdade sem ter aprendido a advogar e foi tomado pelo
medo, pela insegurança. Como eu sei disso? Ao longo de 20
anos como professora, eu conversei com literalmente
MILHARES de advogados como você e eles me confessaram
isso.

A verdade é que as faculdades só costumam dedicar um ou


dois míseros semestres ao tributário e ensinam um pouco
de teoria (teoria geral, princípios, um pouquinho de impostos
em espécie e olha lá) e NADA de prática.

3
E não pense que uma pós-graduação vai melhorar isso. Eu
dou aula em pós, algumas das melhores do país, e adoro,
mas admito que elas são voltadas para quem quer um
ensino mais teórico, mais científico, não para a prática do dia
a dia. Nenhuma pós, por melhor que seja, vai te ensinar as
estratégias práticas da advocacia tributária ou a
prospectar clientes.

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E isso é um absurdo, porque estamos falando da MELHOR
área do direito para quem quer advogar. Todas as pessoas
físicas e jurídicas podem se tornar suas clientes, afinal todo
mundo paga tributos. Ainda, além da grande carga
tributária, o Brasil tem o sistema tributário mais complexo - e
caótico - do mundo, demandando muito a atuação de bons
advogados. É uma mina de ouro e as faculdades se recusam
a te preparar para ela. Olha que pecado!

E eu nem falo só da possibilidade de você finalmente


conquistar sua tão sonhada independência financeira e
dar todo o conforto que você sonhar à sua família, como eu
consegui.

Eu também falo da coisa mais poderosa e animadora que


há no mundo: ajudar o próximo. Você combaterá a
tributação indevida, a fome do Fisco e as incertezas do
judiciário. A advocacia tributária irá te dar o poder de ajudar
empresários a manterem as portas abertas, gerarem
empregos e construírem seus sonhos.

4
E mesmo assim as faculdades não te prepararam para
advogar no tributário!

Eu disse CHEGA! Eu não poderia concordar com isso. Minha


carreira como professora sempre foi devotada a unir a teoria
e a prática e, com a internet, posso levar isso a cada vez mais
pessoas, na roupagem que VOCÊ precisa.

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Foi por isso que eu criei a SEMANA DA PRÁTICA TRIBUTÁRIA, um
treinamento gratuito que acontecerá de 27 de setembro a 01
de outubro e te ensinará em uma semana o que você não
viu em 5 anos de Faculdade.

Você irá conhecer o passo a passo da advocacia tributária,


da reunião ao peticionamento, para aproveitar as
oportunidades do melhor mercado do Direito.

E a sua preparação para se tornar um combatente da


tributação indevida não precisa esperar pelo evento. Ela
começa ainda hoje, com este e-book. Boa leitura!

Professora Fabiana Tomé

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Calendário da Semana da Prática
Tributária

AULA 01
27 de setembro, às 20h, ao vivo

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O passo a passo das defesas
tributárias
Nesta aula, eu vou te revelar de forma prática
como fazer uma excelente defesa tributária e
como prospectar clientes entre os vários
contribuintes que são autuados e executados
pelo Fisco. Você ainda conhecerá as
oportunidades da advocacia tributária e verá
porque não faltam clientes nessa área.

AULA 02
29 de setembro, às 20h, ao vivo

Recuperação de contribuições
previdenciárias
Você aprenderá como colocar em prática, de
forma segura, uma das teses mais
promissoras do momento, a recuperação de
contribuições previdenciárias sobre verbas
não remuneratórias, que se aplica a empresas
de todas as áreas.

6
AULA 03
01 de outubro, às 20h, ao vivo

Checklist da reunião perfeita


Você descobrirá como montar uma reunião
atrativa para prospectar clientes para a
aplicação das teses tributárias, demonstrando

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autoridade, quebrando objeções e fechando o
contrato.

Aula Extra: ZERO DÚVIDAS -


Domingo, 03 de outubro - 19h
Aula extra, ao vivo, para discutirmos os temas
apresentados na Semana e para que eu
possa tirar todas as dúvidas que você tenha
em relação ao método e às teses tributárias
com a qual trabalhamos.

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Orientações
Aqui vão algumas orientações, ou melhor dizendo, sugestões
para que você possa aproveitar da melhor forma possível a
SEMANA DA PRÁTICA TRIBUTÁRIA.

Imprima este E-book e escreva nele sem dó.

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Este é um livro interativo e foi feito para que você vá
escrevendo ao longo da aula.

Compreendemos bem mais o conteúdo que estamos


consumindo quando deixamos de assistir às aulas
passivamente e passamos a participar delas ativamente, ou
seja, tomando notas.

Não deixe para depois.

Antes de mais nada, é claro que o melhor é acompanhar a


Semana ao vivo. Você estará lá interagindo comigo, tirando
dúvidas e compartilhando ideias com seus colegas.

Mas, se você quiser rever depois as aulas, vou logo avisando


que elas ficarão disponíveis para você apenas até o
domingo, 03 de outubro.

Tomei essa decisão de deixar as aulas disponíveis por tempo


limitado para evitar o efeito “vamos marcar”. Quem nunca
olhou para um conhecido e disse “ei, vamos marcar um

8
almoço?” e fica postergando, sem nunca fazê-lo de
verdade?

Então, se eu deixasse estas aulas por tempo indeterminado


no ar, é provável que você postergasse, devido às suas
atividades diárias, e acabasse não assistindo nunca.

Acredito tanto no papel transformador destas aulas que

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quero evitar que isso aconteça e você perca esta
oportunidade.

Assim, aqui vai uma dica: coloque o horário da aula ao vivo


em sua agenda e se comprometa com ele, como se tivesse
marcado uma reunião com um cliente, para não deixar para
depois.

Além disso, participar ao vivo dá a oportunidade de você


estar ativamente comigo, fazendo perguntas pelo chat, que
procurarei responder durante a aula.

Cuidado com as distrações!

Para que você absorva da melhor forma o conteúdo,


recomendo que procure um lugar confortável em sua casa
ou escritório, tenha caneta e este livro impresso à mão, água,
café ou outra bebida de sua preferência e, se quiser, um
lanchinho.

9
É importante também que você não fique no WhatsApp, no
Instagram ou com qualquer outra aba aberta no seu
navegador de internet enquanto assistir à aula.

Exercite a atenção plena no conteúdo que você está


consumindo.

Você também pode conversar com sua família ou com

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quem você mora e explicar que esta é uma semana especial
para você. Peça a colaboração deles, para que deem um
tempinho para que você possa estudar, e explique que está
investindo em educação que será revertida em uma
melhoria de vida para todos vocês.

Cheque seus e-mails, participe do canal do Telegram e do


grupo de WhatsApp para receber todos os avisos e
materiais!

Enviarei a você alguns e-mails ao longo desta semana.

Esses e-mails têm os links das aulas e outros conteúdos.


Sempre cheque sua caixa de entrada e, por precaução,
também a caixa de spam e a de promoções do seu provedor
de e-mail.

Também recomendo que você participe do meu canal do


Telegram, o Direito Tributário na Prática, em que vou
aprofundar os temas que você verá aqui.

10
E não deixe de entrar para o grupo de Whatsapp, que será
utilizado para enviar avisos importantes.

Convide algum amigo para participar

Uma andorinha só não faz verão.

Acredito muito nesta frase e ela faz muito sentido quando


estamos aprendendo algo ou trabalhando. Quando temos

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alguma companhia, nossas idéias ficam mais completas, já
que podemos trocar impressões diferentes, que temos a
partir dos pontos de vista.

Se você tem algum amigo que já se inscreveu na Semana,


mande uma mensagem para ele lembrando de
acompanhar ao vivo as aulas, pergunte o que ele está
achando, se ele teve alguma ideia que queira compartilhar.

Se você tem algum amigo que ainda não se inscreveu, o


chame logo para se inscrever. Ainda dá tempo.

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Recuperação de contribuições
previdenciárias sobre verbas não
remuneratórias

As contribuições previdenciárias têm natureza de tributo e

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encontram previsão constitucional no artigo 195, I, a, da
CF/1988:

“Art. 195 - A seguridade social será́financiada por


toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes
contribuições sociais:

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela


equiparada na forma da lei, incidentes sobre:

a) a folha de salários e demais rendimentos do


trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à
pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem
vínculo empregatício; (...)”

Referidas contribuições recaem, portanto, sobre os valores


pagos ou creditados a título de salários e/ou rendimentos
do trabalho. Não integram a base de cálculo das
mencionadas contribuições, portanto, os valores cuja
característica não seja a de contraprestação de serviço

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prestado por pessoa física, como é o caso das indenizações
e pagamentos feitos para custear cursos do trabalhador.

Ao regulamentar a base de cálculo da contribuição


previdenciária, o legislador ordinário estabeleceu, no art. 28,
I, § 9, da Lei nº 8.212/91, que:

“Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição:

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I - para o empregado e trabalhador avulso a
remuneração auferida em uma ou mais empresas
assim entendida a totalidade dos rendimentos
pagos, devidos ou creditados a qualquer título,
durante o mês, destinados a retribuir o trabalho,
qualquer que seja a sua forma inclusive as gorjetas,
os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os
adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer
pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo
tempo à disposição do empregador ou tomador de
serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda,
de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou
sentença normativa;

Por essa disposição também resta evidenciada a limitação


da base de cálculo das contribuições previdenciárias, como
sendo o valor pago a título de remuneração pelo trabalho
prestado pela pessoa física, seja ela empregada ou não.

Sobre tais valores incidem tanto a contribuição devida pelo


empregado/prestador do serviço, que lhe é retida na fonte,
como também a contribuição previdenciária patronal, a

13
cargo da empresa, sendo esta última calculada à alíquota
de 20% (art. 22, I, da Lei nº 8.212/91.

Como se vê, tanto a Constituição Federal, quanto as leis que


regem as contribuições previdenciárias são taxativas ao
estabelecer que a incidência ocorre sobre os pagamentos
efetuados por pessoas jurídicas a pessoas físicas, em
remuneração/contraprestação dos serviços (trabalhos)

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prestados por estas últimas àquelas, pois apenas tais
pagamentos correspondem a rendimentos do trabalho. Em
síntese, o referido tributo deve incidir tão somente sobre as
verbas de natureza remuneratória pagas por uma empresa
às pessoas físicas que lhe prestam serviços.

Nesse contexto, em face dos contornos da hipótese de


incidência constitucionalmente prevista para a contribuição
previdenciária em tela, a contribuição previdenciária não
pode incidir sobre verbas indenizatórias ou não-
remuneratórias. Caso contrário, seria possível que essa
contribuição incidisse sobre pagamentos que não
equivalem a “rendimentos do trabalho”, o que caracterizaria
flagrante ofensa ao artigo 195, I, a, da CF/88 e artigo 22 da Lei
n° 8.212/91.

Feitos os esclarecimentos sobre a base de cálculo


constitucionalmente prevista para as contribuições
previdenciárias, vejamos o entendimento jurisprudencial
acerca do tema.

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1 Aviso prévio indenizado

O aviso prévio indenizado corresponde ao valor pago ao


funcionário pelo desligamento imediato da empresa,
quando é despedido sem justa causa.

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O aviso prévio não trabalhado, por se referir a serviços não
prestados, reveste-se de natureza indenizatória, sobre ele
não incidindo contribuição previdenciária.

Tal entendimento encontra-se consolidado na


jurisprudência pátria, tendo o STJ se manifestado sobre o
assunto (REsp de nº 1.230.957):

PROCESSUAL CIVIL. RECURSOS ESPECIAIS. TRIBUTÁRIO.


CONTRIBUIÇÃ
O PREVIDENCIÁ
RIA A CARGO DA
EMPRESA. REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL.
DISCUSSÃO A RESPEITO DA INCIDÊNCIA OU NÃO
SOBRE AS SEGUINTES VERBAS: TERÇO
CONSTITUCIONAL DE FÉRIAS; SALÁRIO MATERNIDADE;
SALÁRIO PATERNIDADE; AVISO PRÉVIO INDENIZADO;
IMPORTÂNCIA PAGA NOS QUINZE DIAS QUE
ANTECEDEM O AUXÍLIO-DOENÇA.

(...)

2.2 Aviso prévio indenizado. A despeito da atual


moldura legislativa (Lei 9.528/97 e Decreto
6.727/2009), as importâncias pagas a título de

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indenização, que não correspondam a serviços
prestados nem a tempo à disposição do
empregador, não ensejam a incidência de
contribuição previdenciária. A CLT estabelece que,
em se tratando de contrato de trabalho por prazo
indeterminado, a parte que, sem justo motivo, quiser
a sua rescisão, deverá comunicar a outra a sua
intenção com a devida antecedência. Não
concedido o aviso prévio pelo empregador, nasce

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para o empregado o direito aos salários
correspondentes ao prazo do aviso, garantida
sempre a integração desse período no seu tempo
de serviço (art. 487, § 1o, da CLT). Desse modo, o
pagamento decorrente da falta de aviso prévio, isto
é, o aviso prévio indenizado, visa a reparar o dano
causado ao trabalhador que nã
o fora alertado
sobre a futura rescisã
o contratual com a
antecedência mínima estipulada na Constituição
Federal (atualmente regulamentada pela Lei
12.506/2011). Destarte, não hácomo se conferir à
referida verba o caráter remuneratório pretendido
pela Fazenda Nacional, por não retribuir o trabalho,
mas sim reparar um dano. Ressalte-se que, "se o
aviso prévio é indenizado, no período que lhe
corresponderia o empregado não presta trabalho
algum, nem fica à disposição do empregador.
Assim, por ser ela estranha à hipótese de incidência,
é irrelevante a circunstância de não haver previsão
legal de isenção em relação a tal verba" (REsp
1.221.665/PR, 1a Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki,
DJe de 23.2.2011). A corroborar a tese sobre a

16
natureza indenizatória do aviso prévio indenizado,
destacam-se, na doutrina, as liçõ
es de Maurí
cio
Godinho Delgado e Amauri Mascaro Nascimento.
Precedentes: REsp 1.198.964/PR, 2a Turma, Rel. Min.
Mauro Campbell Marques, DJe de 4.10.2010; REsp
1.213.133/SC, 2a Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJe de
1o.12.2010; AgRg no REsp 1.205.593/PR, 2a Turma, Rel.
Min. Herman Benjamin, DJe de 4.2.2011; AgRg no REsp
1.218.883/SC, 1a Turma, Rel. Min. Benedito Gonçalves,

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DJe de 22.2.2011; AgRg no REsp 1.220.119/RS, 2a Turma,
Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, DJe de 29.11.2011.

Vale registrar, ainda, que o PARECER SEI Nº 1626/2021/ME da


Procuradora Geral da Fazenda Nacional, assim conclui:

a) as contribuições previdenciárias dos


empregados, previstas nos incisos I e II do art. 28, da
Lei nº 8.212, de 1991, não incidem sobre o aviso prévio
indenizado, por força da Nota PGFN/CRJ/Nº
485/2016 e deste parecer;

b) as contribuições previdenciárias patronais


previstas nos arts. 22, II, e 24, da Lei nº 8.212, de 1991,
(SAT/RAT) e 57, §6º, da Lei nº 8.213, de 1991, não
incidem sobre o aviso prévio indenizado, por força
do Parecer SEI Nº 15147/2020/ME e deste parecer;

c) as contribuições previdenciárias destinadas aos


terceiros incidentes sobre a folha de salários não
incidem sobre o aviso prévio indenizado, por força
do Parecer SEI Nº 15147/2020/ME e deste parecer; e

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d) os entendimentos acima não abrangem o reflexo
do aviso prévio indenizado no 13º salário
(gratificação natalina), por possuir essa verba
natureza remuneratória (isto é, não tem cunho
indenizatório), conforme precedentes do próprio
STJ.

Diante da nítida natureza indenizatória do aviso prévio


indenizado, o contribuinte faz jus à restituição dos valores

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pagos indevidamente nos últimos 5 (cinco) anos, podendo
fazê-lo pela via administrativa, por tratar-se de tema
pacificado junto à Administração Federal.

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2 Vale transporte pago em
pecúnia
O Vale Transporte constitui benefício em que o empregador
antecipa valores ao trabalhador, para utilização em
despesas de deslocamento residência-trabalho e vice-

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versa.

O fisco federal tem exigido das empresas contribuição


previdenciária incidente sobre valores pagos em dinheiro a
título de vale-transporte, por entender que os pagamentos
efetuados em pecúnia têm natureza salarial.

No entanto, o STF já se manifestou de modo contrário. Ao


analisar a questão no RE 478.410, decidiu que a exigência de
contribuição previdenciária sobre o valor pago, em dinheiro,
a título de vale-transporte viola a Constituição:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. EMBARGOS DE


DECLARAÇÃO. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO.
PROCESSUAL. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA.
INCIDÊNCIA. VALE-TRANSPORTE. ART. 4º DA LEI Nº
7.418/85 E ART. 5º DO DECRETO Nº 95.247/87.
NATUREZA INDENIZATÓRIA. PAGAMENTO EM PECÚNIA.
INOCORRÊNCIA DE DESCARACTERIZAÇÃO.
DELIMITAÇÃO DA EXTENSÃO DOS EFEITOS DA
DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DOS
DISPOSITIVOS NORMATIVOS. SUPOSTA ABRANGÊNCIA

19
PARA ALÉM DO DOMÍNIO TRIBUTÁRIO. TERCEIROS
CUJAS ESFERAS JURÍDICAS RESTARIAM ATINGIDAS
CASO PROCLAMADA A INVALIDADE DA SISTEMÁTICA
DO VALE-TRANSPORTE. ADMISSÃO DE INTERVENÇÃO
NAS MODALIDADES DE ASSISTÊNCIA SIMPLES E
RECURSO DE TERCEIRO PREJUDICADO. PRETENSÃO DE
IMPUGNAÇÃO DAS PREMISSAS QUE EMBASARAM O
ACÓRDÃO EMBARGADO. CARÁTER INFRINGENTE.
EXPRESSA REJEIÇÃO DA POSSIBILIDADE DE INSTITUIÇÃO

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DA INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA PARA COMBATER A BURLA
À “VERDADE SALARIAL”. INADMISSIBILIDADE DOS
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO QUANTO À
ANÁLISE DO ART. 4º DA LEI Nº 7.418/85. EXAME
ESPECÍFICO PELO VOTO DO RELATOR. ANÁLISE DA
CAUSA SOB O ÂNGULO DO DEVER
INFRACONSTITUCIONAL DE PAGAMENTO DO BENEFÍCIO
EM VALES. INOCORRÊNCIA DE VÍCIO NO
PRONUNCIAMENTO. ALEGAÇÃO DE OMISSÃO QUANTO
AO DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL REPUTADO
VIOLADO. INOCORRÊNCIA. FUNDAMENTAÇÃO
CALCADA NO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA
LEGALIDADE TRIBUTÁRIA (CF, ART. 150, I) E DA AUSÊNCIA
DE LEI COMPLEMENTAR A AMPARAR A INCIDÊNCIA DA
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA (CF, ART. 195, I, ‘A’ E §
4º). DELIMITAÇÃO DOS EFEITOS DA DECLARAÇÃO DE
INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 5º DO DECRETO Nº
95.247/87. RESTRIÇÃO AO ÂMBITO TRIBUTÁRIO, À LUZ
DA FUNDAMENTAÇÃO DO ACÓRDÃO EMBARGADO.
MANUTENÇÃO DO SISTEMA DE PAGAMENTO DO
BENEFÍCIO DO VALE-TRANSPORTE. ILICITUDE
RESGUARDADA NO QUE CONCERNE AOS OUTROS

20
DOMÍNIOS DO DIREITO POSITIVO.
INCONSTITUCIONALIDADE RESTRITA AO DOMÍNIO
TRIBUTÁRIO, DE MODO A AFASTAR A INCIDÊNCIA DE
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO ACOLHIDOS.

1. Tem-se por admissível a intervenção de terceiros,


em recurso extraordinário decidido sob o regime
da repercussão geral, de operadoras de transporte

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coletivo urbano que colocam em prática a vigente
sistemática do vale-transporte, nos termos do art.
5º do Decreto nº 95.247/87, cujas esferas jurídicas
restariam sensivelmente atingidas na hipótese de
a declaração de inconstitucionalidade do referido
dispositivo normativo, constante do acórdão
embargado, for entendida em termos
abrangentes, produzindo efeitos para além do
domínio exclusivamente tributário.
2. Manifesta-se o caráter infringente de embargos
de declaração quando interpostos de modo a
questionar a firmeza das premissas que
embasaram o acórdão embargado, mormente
quando adotada expressamente tese jurídica
contrária à pretendida descaracterização da
natureza jurídica do vale-transporte pelo só fato de
ser pago em pecúnia, sem que a incidência
tributária possa ser instituída como modalidade de
sanção política a fim de combater eventual burla
ao princípio da verdade salarial.
3. Inexiste omissão quanto ao exame do art. 4º da
Lei nº 7.418/85 diante da expressa manifestação do
voto do relator acerca do referido enunciado

21
normativo, destacando-se, no acórdão recorrido, a
análise da causa sob o ângulo material do dever
infraconstitucional de pagamento do benefício em
vales.
4. Descabe arguir omissão quanto aos dispositivos
constitucionais reputados violados se o acórdão
embargado considera, de forma expressa e
categórica, ofensiva ao princípio da legalidade
tributária (CF, art. 150, I) a interpretação que

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chancela a incidência de contribuição
previdenciária sobre os valores pagos em pecúnia
a título de vale-transporte sem lei complementar
que o permita, notadamente à luz dos art. 195, I, ‘a’
e § 4º, da CF.
5. A compreensão da fundamentação dos votos da
maioria vencedora revela a necessária restrição
dos efeitos da declaração de
inconstitucionalidade do art. 4º da Lei nº 7.418/85 e
do art. 5º do Decreto nº 95.247/87 exclusivamente
no que concerne ao domínio tributário, para
afastar a incidência de contribuição
previdenciária pelo só pagamento da verba em
dinheiro, mantendo-se hígida, no mais, a
sistemática do vale-transporte para os demais
fins, notadamente à luz dos domínios
remanescentes do direito positivo.
6. Embargos de declaração acolhidos, nos termos
do voto do Relator.

Tendo em vista a mencionada decisão do STF, foi editado o


Ato Declaratório nº 4/2016, da Procuradoria Geral da Fazenda

22
Nacional (PGFN) declarando que “não incide contribuição
previdenciária sobre os valores pagos em dinheiro a título
de vale-transporte”.

Também a Receita Federal, na Solução de Consulta nº 143 –


Cosit, publicada 26.10.2016, que vincula toda a Receita
Federal, acatou o entendimento no sentido da não
incidência:

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“ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
VALE-TRANSPORTE. PAGAMENTO EM PECÚNIA. NÃO
INCIDÊNCIA.

Não incide contribuição previdenciária sobre os


valores pagos em dinheiro a título de vale-
transporte. A não incidência da contribuição está
limitada ao valor pago em dinheiro estritamente
necessário para o custeio do deslocamento
residência-trabalho e vice-versa, em transporte
coletivo, conforme prevê o art.1º da Lei nº 7.418, de
1985. Dispositivos Legais: Lei nº 10.522, de 2002, art. 19,
inciso II e §4º; Ato Declaratório nº 4, de 31 de março
de 2016, da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional.
Súmula AGU nº 60, de 8 de dezembro de 2011”.

Dessa forma, resta incontroverso que não incide


contribuição previdenciária sobre verbas pagas a título de
vale transporte, uma vez que consideradas verbas não-
remuneratórias. Por conseguinte, os valores eventualmente
pagos a esse título nos últimos 60 meses podem ser

23
24
a recuperação pela via administrativa.
recuperados pelo contribuinte, sendo admissível, nesse caso,

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3 Auxílio educação

O auxílio educação consiste na quantia paga aos


empregados para o custeio de despesas relacionadas à sua
educação formal.

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Nos termos do art. 458, § 2º, II, da CLT, não se consideram
como salário as utilidades concedidas pelo empregador
para “educação, em estabelecimento de ensino próprio ou
de terceiros, compreendendo os valores relativos a
matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático.

As parcelas concedidas aos empregados para custear


despesas diversas com educação não estão inseridas no
conceito de salário, sendo irrelevante que o correspondente
valor seja pago ao empregado ou destinado diretamente à
instituição, ou, ainda, mediante reembolso em conta. Não
possuindo natureza salarial, é vedada a cobrança de
contribuição previdenciária sobre tais valores.

Nesse sentido é o entendimento exarado pelo Superior


Tribunal de Justiça no ARESP de nº 182.495:

EMENTA. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-EDUCAÇÃO.


BOLSA DE ESTUDO. VERBA DE CARÁ
TER INDENIZATÓ
RIO.
CONTRIBUIÇÃ
O PREVIDENCIÁ
RIA. INCIDÊNCIA SOBRE

25
BASE DE CÁLCULO DO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO.
IMPOSSIBILIDADE.
1. O STJ tem pacífica jurisprudência no sentido de
que o auxílio-educação, embora contenha valor
econômico, constitui investimento na qualificação
de empregados, não podendo ser considerado
como salário in natura, porquanto não retribui o
trabalho efetivo, não integrando, desse modo, a
remuneraçã
o do empregado. Éverba utilizada para

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o trabalho, e nã
o pelo trabalho.
2. In casu, a bolsa de estudos é paga pela empresa
para fins de cursos de idiomas e pós-graduação.
3. Agravo Regimental não provido.

Diante da consolidada jurisprudência do STJ, o contribuinte


que recolheu indevidamente a contribuição previdenciária
sobre o auxílio educação, possui direito de reaver as quantias
pagas nos últimos 5 (cinco) anos. No entanto, apesar da
jurisprudência pacífica, não havendo ato da Receita Federal
ou da PGFN reconhecendo ser indevida a cobrança, o
caminho mais seguro para a recuperação do indébito é pela
via judicial.

26
4 Auxílio-doença e auxílio
acidente até 15º dia
O auxílio-doença é benefício pago pelo empregador aos
empregados que ficarem incapacitados para o trabalho ou
atividade habitual por 15 (quinze) dias consecutivos. A partir

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do 16º dia, o benefício é pago pelo INSS, conforme previsão
do artigo 59 da Lei 8.213/91.

Já o auxílio acidente é previsto no artigo 86 da Lei 8.213/91,


sendo benefício de cunho indenizatório devido ao segurado
acidentado quando, após a consolidação das lesões
decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem
sequelas que impliquem redução da capacidade para a
atividade laborativa habitual. O benefício é pago pelo
empregador aos empregados que ficarem incapacitados
para o trabalho ou atividade habitual por 15 (quinze) dias
consecutivos. A partir do 16º dia, o benefício é pago pelo INSS.

Em ambos os valores pagos a título de benefício até o 15º dia


pelo empregador não têm natureza salarial, sendo
considerados verbas indenizatórias, motivo pelo qual não
deve incidir a contribuição previdenciária.

O STJ, nos EDcl no RESP nº 1.010.119, já se manifestou sobre o


assunto:

27
EMENTA. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
ESPECIAL (TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO
PREVIDENCIÁRIA. AUXÍLIO-DOENÇA, AUXÍLIO-
ACIDENTE. VERBAS RECEBIDAS NOS 15 (QUINZE)
PRIMEIROS DIAS DE AFASTAMENTO. NÃ
O-INCIDÊNCIA.
AUXÍLIO-CRECHE/ BABÁ. NÃO-INCIDÊNCIA. SALÁRIO -
MATERNIDADE. NATUREZA JURÍDICA. INCIDÊNCIA.
FÉRIAS, ADICIONAL DE 1/3, HORAS-EXTRAS E

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ADICIONAIS NOTURNO, DE INSALUBRIDADE E DE
PERICULOSIDADE. ACÓRDÃO RECORRIDO QUE DECIDIU
A CONTROVÉRSIA À LUZ DE INTERPRETAÇÃO
CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA DO COLENDO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. VERBAS DE CARÁTER
REMUNERATÓRIO. INCIDÊNCIA.). OMISSÃO.
EXISTÊNCIA.

1. Os embargos de declaração são cabíveis quando


houver no acórdão ou sentença, omissão,
contradição ou obscuridade, nos termos do art. 535,
I e II, do CPC, ou para sanar erro material. 2. O
auxí
lio-doença pago até o 15o dia pelo
empregador é inalcançá
vel pela contribuiçã
o
previdenciá
ria, uma vez que referida verba nã
o
possui natureza remuneratória, inexistindo
prestação de serviço pelo empregado, no período.
Precedentes: EDcl no REsp 800.024/SC, Rel. Ministro
LUIZ FUX, DJ 10.09.2007; REsp 951.623/PR, Rel. Ministro
JOSÉ DELGADO , DJ 27.09.2007; REsp 916.388/SC, Rel.
Ministro CASTRO MEIRA, DJ 26.04.2007.

(...)

28
3. O auxílio-acidente ostenta natureza
indenizatória, porquanto destina-se a compensar o
segurado quando, após a consolidação das lesões
decorrentes de acidente de qualquer natureza,
resultarem sequelas que impliquem redução da
capacidade para o trabalho que habitualmente
exercia, consoante o disposto no § 2o do art. 86 da
Lei n. 8.213/91, razão pela qual consubstancia verba
infensa à incidência da contribuição

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previdenciária.

Em suma, é indevida a contribuição previdenciária sobre os


valores pagos pelo empregador referentes ao auxílio doença
e ao auxílio acidente, de modo que, os valores pagos
indevidamente nos últimos 5 anos pelas empresas podem
ser recuperados.

A PGFN dispensou seus procuradores de recorrer (Nota nº


115/2017) com relação à remuneração paga pelo
empregador nos primeiros 15 dias de afastamento do
trabalhador, podendo ser efetuada, portanto, recuperação
pela via administrativa.

29
5 Ajuda de custo

Ajuda de custo é um valor que o empregador paga ao


empregado para reembolsar as despesas geradas por
mudança do empregado do seu local habitual de trabalho,

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ou seja, quando ele é transferido para trabalhar em outra
cidade. As despesas com a transferência podem ser, por
exemplo, com gastos de transporte dos seus bens, com a
mudança de residência, com a locação do imóvel, entre
outras.

A ajuda de custo não tem caráter salarial, pois se destina


somente ao pagamento das despesas decorrentes da
mudança, de modo que é considerada uma verba de
natureza indenizatória.

Por se tratar de um valor que cumpre indenizar o trabalhador


por gastos não habituais, não incide contribuição
previdenciária sobre a ajuda de custo. Nesse sentido,
vejamos a decisão do Superior Tribunal de justiça exarada no
REsp de nº 1.144.884:

EMENTA. PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO.


INEXISTÊNCIA DE OMISSÃ
O, CONTRADIÇÃ
O OU
OBSCURIDADE NO ACÓ
RDÃ
O RECORRIDO.
INDEFERIMENTO DE PROVA PERICIAL E TESTEMUNHAL.

30
CERCEAMENTO DE DEFESA. INEXISTÊNCIA. REVISÃO.
SÚMULA N. 7 DO STJ. GRUPO ECONÔMICO. COMANDO
ÚNICO. EXISTÊNCIA DE FATO. SOLIDARIEDADE. ART. 124,
INC. II, DO CTN C/C ART. 30, INC. IX, DA LEI N. 8.212/91.
TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR
HOMOLOGAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO
ANTECIPADO. LANÇAMENTO DE OFÍ
CIO.
DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O
CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO

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CTN. AJUDA DE CUSTO. DIÁRIAS.
DESCARACTERIZAÇÃO. NATUREZA SALARIAL
CONFIGURADA. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO
PREVIDENCIÁRIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. COMPENSAÇÃO.
POSSIBILIDADE. SÚMULA N. 306 DO STJ.

(...)

6. A Corte a quo, soberana no delineamento das


circunstâncias fá
ticas, observou que, apesar de
denominadas como diá
rias e ajuda de custo, as
verbas eram pagas de forma habitual, em valores
fixos e expressivos, aos mesmos empregados e
sem que fosse comprovada a execução dos
serviços a que elas se destinavam ou a realização
de viagens, "simplesmente para aumentar a sua
remuneração". Correta, pois, a conclusão pela
natureza salarial para fins de incidência da
contribuição previdenciária. (...)

Embora na situação concreta a causa tenha sido decidida


contrariamente ao contribuinte, tal se deu pela ausência de

31
comprovação de que os valores se referiam a ajuda de
custo. Contrariu sensu, demonstrado que os valores pagos
destinam-se ao custeio de despesas extraordinárias do
empregado, estas não teriam natureza salarial, vedada sua
tributação por contribuições previdenciárias, sendo cabível o
ressarcimento dos tributos indevidamente recolhidos nos
últimos 5 anos. Também aqui o caminho mais seguro é o da

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recuperação mediante via judicial.

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6 Prêmio por assiduidade

O “Prêmio por Assiduidade e Pontualidade” é um benefício


para os trabalhadores de certa categoria quando
previamente acordado. Esse prêmio é dado para os

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funcionários que cumprem, de forma correta, a jornada de
trabalho e não faltam durante o mês.

Por tratar-se de uma premiação, tal verba não possui caráter


salarial, não devendo incidir contribuição previdenciária os
valores assim pagos. O Superior Tribunal de Justiça, no RESP
nº 749467, assim se manifestou sobre o tema:

TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA.


SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. ABONO ASSIDUIDADE.
CARÁTER INDENIZATÓRIO. NÃO INCIDÊNCIA.

1. O abono-assiduidade, conquanto premiação, não


é destinado a remuneração do trabalho, não tendo
natureza salarial. Deveras, visa o mesmo a premiar
aqueles empregados que se empenharam durante
todo ano, não faltando ao trabalho ou chegando
atrasado, de modo a não integrar o salário
propriamente dito.

2. A Corte Especial, em casos análogos, sedimentou


o entendimento segundo o qual a conversão em
pecúnia do abono-assiduidade não gozado não

33
constitui remuneração pelos serviços prestados,
não compondo, destarte, o salá
rio-de-
contribuição. Precedentes:REsp 496.408 - PR, 1a
Turma, Relatora MINISTRA DENISE ARRUDA, DJ de 06
de dezembro de 2004 e REsp 389.007 - PR, 1a Turma,
Relator, MINISTRO GARCIA VIEIRA, 15 de abril de 2002).

3. É assente no STJ que a contribuição previdenciária


patronal somente incide sobre determinada verba,

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quando esta referir-se à remuneração por serviços
prestados, não estando albergadas, deste modo, as
indenizações. Precedentes: AgRg no AG 782-700 -
PR, 2a Turma, Relator Ministro FRANCISCO PEÇANHA
MARTINS, DJ de 16 de maio de 2005; ERESP 438.152 -
BA, 1a Seção, Relator Ministro CASTRO MEIRA, DJ de 25
de fevereiro de 2004. 4. Recurso especial provido.

Pelo exposto, a premiação por assiduidade e pontualidade


não se sujeita à incidência da contribuição social
previdenciária. E esse mesmo raciocínio é aplicável a outras
modalidades de premiação, visto que não possuem caráter
remuneratório. Portanto, os valores indevidamente
recolhidos nos últimos 5 anos podem ser recuperados,
recomendando-se, por segurança, a opção pela via judicial.

34
7 Salário-maternidade

O salário-maternidade é um benefício previdenciário devido


às empregadas que se afastam do trabalho em razão de
parto, bebê natimorto, adoção de criança até 12 anos, não

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podendo ser considerado como remuneração para fins de
tributação, pois, no período em que o recebe, a empregada
está afastada do trabalho.

No julgamento do Recurso Extraordinário nº 576.967/PR,


julgado pela sistemática de repercussão geral (tema 72), o
STF fixou a seguinte tese: “É inconstitucional a incidência da
contribuição previdenciária a cargo do empregador sobre o
salário maternidade”.

Tendo em vista a pacificação da tese jurídica pelo STF, o


Parecer SEI nº 18361/2020/ME formalizou a orientação da
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional - PGFN quanto à
dispensa de contestação e recursos nos processos judiciais
que versem sobre o tema nº 72 de repercussão geral, ou seja,
a Fazenda Nacional concluiu pela inviabilidade de interpor
qualquer recurso em face do julgado, de maneira que a
questão jurídica decidida sob o regime da repercussão geral
(art. 1.036 e seguintes do CPC) encontra-se pacificada e o

35
julgamento do RE nº 576.967/PR atrai a aplicação do disposto
no art. 19, VI, “a”, da Lei nº 10.522, de 2002.

Desta forma, não deve ocorrer incidência de contribuição


previdenciária sobre o salário-maternidade, sendo que os
valores pagos indevidamente nos últimos 5 anos pela
empresa podem ser recuperados pela via administrativa.

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Essas são algumas das verbas não remuneratórias e em
relação às quais é possível a recuperação das contribuições
previdenciárias indevidamente recolhidas.

Além delas, uma NOVA TESE tem se destacado no meio


jurídico: A não incidência de contribuição previdenciária
sobre valores DESCONTADOS do empregado em virtude de
coparticipação.

Essa tese encontra como fundamento o art. 28, § 9º, “q”, da


Lei 8.212/91, nos termos do qual não integram o salário de
contribuição “o valor relativo à assistência prestada por
serviço médico ou odontológico, próprio da empresa ou por
ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com
medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses,
órteses, despesas médico-hospitalares e outras similares”.

Ainda, tomando como premissa a noção de que a


contribuição previdenciária incide sobre a remuneração do
trabalho, paga ou creditada ao empregado, referido tributo
deve incidir sobre a “remuneração líquida”, excluindo-se de

36
sua base de cálculo os valores descontados, como as
despesas com assistência médica, odontológica, vale-
transporte, auxílio alimentação, dentre outros.

Assim, cabível medida judicial para impedir liminarmente a


exigência indevida e recuperar os valores relativos aos
últimos 5 anos.

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37
CONCLUSÃO AULA 02

Deixe aqui cinco insights que você teve ao ver (ou rever) esta
aula, sacadas que você teve e podem ser aplicadas à sua
advocacia.

Anote para você ter isso sempre à mão e já colocar em


prática!

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