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Noções gerais sobre: Meditação, Musicoterapia e Arteterapia
A Meditação
Meditação é um termo amplo, que pode englobar definições distintas conforme o contexto
filosófico religioso no qual a prática está inserida (Walsh & Shapiro, 2006). A meditação é
uma técnica que permite conduzir a mente para um estado de calma e relaxamento através da
postura e da focalização da atenção. A meditação adquiriu novos significados no cenário
urbano das últimas décadas, atraindo cada vez mais pessoas preocupadas com saúde mental.
Sua inclusão entre os procedimentos de saúde respeitados ocorreu devido à construção de
explicações científicas que autorizassem sua utilização, provocando sua transferência da
esfera religiosa para a área de saúde. Tendo como referência o conceito weberiano, esse
processo será problematizado como desencantamento da meditação. Meditar ajuda a atingir
a tranquilidade e a paz interior, trazendo vários benefícios para a saúde, como redução do
estresse, ansiedade, insônia, além de ajudar a melhorar o foco e a produtividade no trabalho e
estudos. Com a prática diária da meditação, é possível perceber um melhor controle dos
pensamentos e manutenção do foco nas atividades, além de trazer outros benefícios, como:
A meditação pode ser dividida em dois tipos: a meditação concentrativa, que se limita à
atenção a um único objeto (respiração, som ou imagem); e o mindfulness (atenção plena), que
trata da percepção e observação de estímulos, como pensamentos, sentimentos e/ou
sensações. A meditação/mindfulness está inserida na Política Nacional de Práticas
Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde (SUS) nas práticas mentais desde
2006. Existem muitas formas de meditação, desde técnicas simples de foco na respiração até
práticas mais elaboradas, como a meditação mindfulness ou a meditação guiada.
Mindfulness:
A Musicoterapia
A música evoca emoções intensas e age no cérebro ativando todas essas regiões citadas no
tópico anterior. Um estudo publicado em 2014 na revista PLoS One analisou como o cérebro
funciona quando sob influência de música. Nesse estudo, os pesquisadores colocaram
músicos de jazz para tocar seus instrumentos enquanto faziam uma ressonância magnética do
cérebro. Essa prática serviu para averiguar quais partes do cérebro se acendiam quando os
músicos estavam tocando. Além de se constatar que todas aquelas regiões foram de fato
ativadas, os pesquisadores pediram que os músicos improvisassem em conjunto. Isso
possibilitou a constatação de que o cérebro, quando estamos improvisando uma música em
conjunto, funciona de uma maneira muito similar à quando estamos conversando oralmente
com outra pessoa. Essa descoberta serve de respaldo para musicoterapia e seus benefícios
para processos comunicativos, visto que as mesmas áreas de comunicação se acendem tanto
quando estamos conversando como quando estamos tocando algum instrumento com outra
pessoa. Além disso, a música ativa diversas regiões do cérebro responsáveis pela memória,
como o hipocampo. Isso faz com que ela possa ser utilizada de forma terapêutica em
pacientes que sofrem com doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.
Doenças cardíacas
Segundo um review publicado pela Cochrane Library, uma organização sem fins lucrativos
parceira de pesquisas da Organização Mundial da Saúde (OMS), o simples ato de ouvir
música pode melhorar as frequências cardíaca e respiratória, além da pressão sanguínea em
pacientes com Doença Arterial Coronária (DAC). Ainda são necessários mais estudos para
comprovar a real eficiência e aplicabilidade de musicoterapia para pacientes com DAC, mas a
pesquisa indica que a música ajuda a reduzir a pressão sanguínea, melhorar a frequência
cardíaca e diminuir os níveis de estresse, sendo ela uma peça de Mozart ou um show do
Exaltasamba.
Transtornos neurológicos
Apesar da musicoterapia já ter sido usada de maneira persistente para tratar diversos
problemas psicológicos, foi somente nos anos 1980 que pesquisas empíricas (que se apoiam
em experimentos) começaram a ser feitas nesse campo. Desde então, diversos estudos na
área vêm sendo desenvolvidos, levando em conta diversas patologias. Até hoje, a
musicoterapia se mostrou mais eficaz no tratamento de sintomas negativos, como a ansiedade
e o isolamento.
AVC
A música age em diversas regiões do cérebro, razão pela qual se mostra tão efetiva no
tratamento de vítimas de derrames. Isso acontece porque a música é capaz de despertar
emoções e estimular interações sociais, auxiliando na recuperação do paciente.
Demência
É justamente por ativar tantas áreas do cérebro e de maneira tão intensa que a música serve
como via terapêutica para tratar sintomas como a demência, tão comum em doenças como o
mal de Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas. Ao escutar música, a paciente ativa
diversos padrões neuronais (sinapses) que não eram estimulados há muito tempo, fazendo
com que a pessoa que está sofrendo com a demência “acorde”, de certa forma. Esse tipo de
terapia tem sido bastante empregada nos Estados Unidos e vêm ganhando bastante
popularidade nos últimos anos.
Amnésia
Afasia
Vida social
Arteterapia
Uma atividade milenar, a arteterapia é prática expressiva artística, visual, que atua como
elemento terapêutico na análise do consciente e do inconsciente e busca interligar os
universos interno e externo do indivíduo, por meio da sua simbologia, favorecendo a saúde
física e mental. Arte livre conectada a um processo terapêutico, transformando-se numa
técnica especial, não meramente artística, que pode ser explorada com fim em si mesma (foco
no processo criativo, no fazer) ou na análise/investigação de sua simbologia (arte como
recurso terapêutico). Utiliza instrumentos como pintura, colagem, modelagem, poesia, dança,
fotografia, tecelagem, expressão corporal, teatro, sons, músicas ou criação de personagens,
usando a arte como uma forma de comunicação entre profissional e paciente, em processo
terapêutico individual ou de grupo, numa produção artística a favor da saúde.
É importante destacar que na Arteterapia não há uma preocupação com a técnica estética do
realizador da obra. O principal intuito é proporcionar bem-estar por meio da expressão e dos
sentimentos que as obras transmitem.
O profissional que atua com a prática da arteterapia pode utilizar esse método complementar
em situações hospitalares, educacionais e na psicologia, a fim de buscar a recuperação e
integração social do indivíduo prezando sua saúde mental, porém a prática da arteterapia pode
ser baseada em diferentes referenciais teóricos, desta forma, essa prática complementar pode
ser aplicada conforme a abordagem seguida pelo profissional que a utiliza.
A arteterapia tem como objetivo atuar como catalisador, favorecendo o processo terapêutico
de forma que o indivíduo entre em contato com conteúdo internos e muitas vezes
inconscientes, assim expressando seus pensamentos e atitudes até então desconhecidas,
realizando a partir da arte, músicas e atividades, o autoconhecimento e a autorrealização sobre
si mesmo, resgatando o potencial criativo do homem, procurando uma saúde mental saudável
e estimulando a autonomia e transformação interna para reestruturação do ser. Propõe-se
então, a estruturação da ordenação lógica e temporal da linguagem verbal de indivíduos que
preferem ou de outros que só conseguem expressões simbólicas. A busca da terapia da arte é
uma maneira simples e criativa para resolução de conflitos internos, é a possibilidade da
catarse emocional de forma direta e não intencional.
Sendo assim, a arteterapia passa a ajudar no tratamento e sendo um estímulo para a melhora
do quadro do paciente, ajudando a compreender seus pensamentos, comportamentos e
servindo como uma prática acolhedora em diversas situações, sendo a arte capaz de liberar o
inconsciente e aliviar todo o processo no qual o indivíduo se encontra durante a terapia.
REFERÊNCIAS