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CENTRO UNIVERSITÁRIO MARIA MILZA

BACHAREL EM PSICOLOGIA

CRIS DA ROCHA ARAGÃO


IASMIN CAMILE SANTOS DE JESUS
MARIA LUIZA BISPO CONCEIÇÃO

MEDITAÇÃO, MUSICOTERAPIA E ARTETERAPIA.

GOVERNADOR MANGABEIRA–BA
2024
CRIS DA ROCHA ARAGÃO

IASMIN CAMILE SANTOS DE JESUS

MARIA LUIZA BISPO CONCEIÇÃO

MEDITAÇÃO, MUSICOTERAPIA E ARTETERAPIA.

Trabalho apresentado à disciplina de Práticas

Integrativas e Complementares, ministrado pelo

Prof. Msc. Lucas Bastos, no curso de Bacharelado

em Psicologia do Centro Universitário Maria

Milza - UNIMAM.

GOVERNADOR MANGABEIRA – BA
2024
Noções gerais sobre: Meditação, Musicoterapia e Arteterapia

Para falar de Meditação, Musicoterapia e Arteterapia inicialmente é necessário saber o que


são as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS). As PICS são abordagens
terapêuticas que têm como objetivo prevenir agravos à saúde, a promoção e recuperação da
saúde, enfatizando a escuta acolhedora, a construção de laços terapêuticos e a conexão entre
ser humano, meio ambiente e sociedade. No Brasil estas práticas foram institucionalizadas
pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de
Saúde (PNPIC) e, atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece, de forma integral e
gratuita, 29 procedimentos de Práticas Integrativas e Complementares (PICS) à população. No
presente documento, falaremos um pouco sobre as práticas da meditação, da musicoterapia e
da arteterapia (BRASIL, Ministério da Saúde).

A Meditação

Meditação é um termo amplo, que pode englobar definições distintas conforme o contexto
filosófico religioso no qual a prática está inserida (Walsh & Shapiro, 2006). A meditação é
uma técnica que permite conduzir a mente para um estado de calma e relaxamento através da
postura e da focalização da atenção. A meditação adquiriu novos significados no cenário
urbano das últimas décadas, atraindo cada vez mais pessoas preocupadas com saúde mental.
Sua inclusão entre os procedimentos de saúde respeitados ocorreu devido à construção de
explicações científicas que autorizassem sua utilização, provocando sua transferência da
esfera religiosa para a área de saúde. Tendo como referência o conceito weberiano, esse
processo será problematizado como desencantamento da meditação. Meditar ajuda a atingir
a tranquilidade e a paz interior, trazendo vários benefícios para a saúde, como redução do
estresse, ansiedade, insônia, além de ajudar a melhorar o foco e a produtividade no trabalho e
estudos. Com a prática diária da meditação, é possível perceber um melhor controle dos
pensamentos e manutenção do foco nas atividades, além de trazer outros benefícios, como:

 Auxílio no tratamento da depressão e diminuição das chances de recaída;


 Controle do estresse e a ansiedade;
 Diminuição da insônia;
 Melhora do foco e do rendimento no trabalho e estudos;
 Ajuda no controle da pressão alta;

A meditação pode ser dividida em dois tipos: a meditação concentrativa, que se limita à
atenção a um único objeto (respiração, som ou imagem); e o mindfulness (atenção plena), que
trata da percepção e observação de estímulos, como pensamentos, sentimentos e/ou
sensações. A meditação/mindfulness está inserida na Política Nacional de Práticas
Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde (SUS) nas práticas mentais desde
2006. Existem muitas formas de meditação, desde técnicas simples de foco na respiração até
práticas mais elaboradas, como a meditação mindfulness ou a meditação guiada.

Mindfulness:

 Enfatiza a consciência do momento presente e a aceitação sem julgamento de


pensamentos, emoções e sensações.
 Pode ser praticado em qualquer lugar e a qualquer momento, sem a necessidade de
recursos externos.
 Geralmente envolve foco na respiração, nas sensações físicas ou em um objeto
específico para cultivar a atenção plena.
Meditação Guiada:

 Guiada por um instrutor ou gravação, que fornece instruções passo a passo ao


longo da sessão.
 Pode ter diferentes objetivos, como relaxamento, redução do estresse, visualização
ou desenvolvimento de qualidades específicas, como compaixão ou gratidão.
 Geralmente envolve imagens mentais, sugestões verbais e técnicas de respiração
para orientar a prática.
A escolha entre mindfulness e meditação guiada depende das preferências pessoais e das
necessidades individuais. Se você prefere uma prática mais livre e flexível, mindfulness pode
ser ideal. Por outro lado, se deseja uma estrutura mais direcionada e orientação durante a
meditação, a meditação guiada pode ser mais adequada.
Em conclusão, a meditação é uma prática poderosa e antiga oferecem uma variedade de
benefícios para a saúde mental e emocional. Ao cultivar a capacidade de estar presente no
momento atual, a meditação pode ajudar a reduzir o estresse, a ansiedade e a depressão,
enquanto melhora o foco, a criatividade e a qualidade do sono.
Embora existam muitos estilos e técnicas de meditação, todos eles compartilham o
objetivo comum de alcançar um estado de clareza mental, relaxamento e consciência
plena.
A meditação não requer equipamentos especiais e pode ser praticada em qualquer
lugar, tornando-a acessível a quase todos. É uma ferramenta valiosa para promover o
bem-estar e a autodescoberta, e seu impacto positivo pode ser sentido em todas as
áreas da vida. Integrar a meditação na rotina diária pode ser uma maneira eficaz de
cultivar uma mente mais calma, equilibrada e resiliente.

A Musicoterapia

Segundo o Ministério da Saúde a musicoterapia é definida como Prática expressiva


integrativa conduzida em grupo ou de forma individualizada, que utiliza a música e/ou seus
elementos – som, ritmo, melodia e harmonia – num processo facilitador e promotor da
comunicação, da relação, da aprendizagem, da mobilização, da expressão, da organização,
entre outros objetivos terapêuticos relevantes, no sentido de atender necessidades físicas,
emocionais, mentais, espirituais, sociais e cognitivas do indivíduo ou do grupo (BRASIL,
2023).

Para Bruscia (2000), a Musicoterapia é um processo terapêutico que acontece através de


experiências musicais e das relações que se dão através destas experiências musicais.
Envolvidos neste processo encontramos a música, o terapeuta e o paciente/cliente formando
um tripé fundamental para que ocorra o processo terapêutico.

Como a musicoterapia age no cérebro

A música evoca emoções intensas e age no cérebro ativando todas essas regiões citadas no
tópico anterior. Um estudo publicado em 2014 na revista PLoS One analisou como o cérebro
funciona quando sob influência de música. Nesse estudo, os pesquisadores colocaram
músicos de jazz para tocar seus instrumentos enquanto faziam uma ressonância magnética do
cérebro. Essa prática serviu para averiguar quais partes do cérebro se acendiam quando os
músicos estavam tocando. Além de se constatar que todas aquelas regiões foram de fato
ativadas, os pesquisadores pediram que os músicos improvisassem em conjunto. Isso
possibilitou a constatação de que o cérebro, quando estamos improvisando uma música em
conjunto, funciona de uma maneira muito similar à quando estamos conversando oralmente
com outra pessoa. Essa descoberta serve de respaldo para musicoterapia e seus benefícios
para processos comunicativos, visto que as mesmas áreas de comunicação se acendem tanto
quando estamos conversando como quando estamos tocando algum instrumento com outra
pessoa. Além disso, a música ativa diversas regiões do cérebro responsáveis pela memória,
como o hipocampo. Isso faz com que ela possa ser utilizada de forma terapêutica em
pacientes que sofrem com doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.

A prática da musicoterapia pode ocorrer com:

 O paciente passivo, somente escutando o musicoterapeuta tocando, ou ativo, ou seja,


participando e fazendo música com o terapeuta. Essas sessões de terapia são muito
úteis para ajudar no desenvolvimento de habilidades comunicativas e de
autoexpressão.
 Ou também em grupos onde todos os membros tocam algum instrumento em conjunto
e participam da execução de uma música. Segundo os estudos de caso, as sessões
ajudam os pacientes a se soltarem mais e expressarem as próprias emoções com mais
facilidade.

Benefícios da Práticas da Musicoterapia

Existem diversos benefícios que podem ser proporcionados pela musicoterapia:

 Doenças cardíacas

Segundo um review publicado pela Cochrane Library, uma organização sem fins lucrativos
parceira de pesquisas da Organização Mundial da Saúde (OMS), o simples ato de ouvir
música pode melhorar as frequências cardíaca e respiratória, além da pressão sanguínea em
pacientes com Doença Arterial Coronária (DAC). Ainda são necessários mais estudos para
comprovar a real eficiência e aplicabilidade de musicoterapia para pacientes com DAC, mas a
pesquisa indica que a música ajuda a reduzir a pressão sanguínea, melhorar a frequência
cardíaca e diminuir os níveis de estresse, sendo ela uma peça de Mozart ou um show do
Exaltasamba.

 Transtornos neurológicos
Apesar da musicoterapia já ter sido usada de maneira persistente para tratar diversos
problemas psicológicos, foi somente nos anos 1980 que pesquisas empíricas (que se apoiam
em experimentos) começaram a ser feitas nesse campo. Desde então, diversos estudos na
área vêm sendo desenvolvidos, levando em conta diversas patologias. Até hoje, a
musicoterapia se mostrou mais eficaz no tratamento de sintomas negativos, como a ansiedade
e o isolamento.

 AVC

A música age em diversas regiões do cérebro, razão pela qual se mostra tão efetiva no
tratamento de vítimas de derrames. Isso acontece porque a música é capaz de despertar
emoções e estimular interações sociais, auxiliando na recuperação do paciente.

 Demência

É justamente por ativar tantas áreas do cérebro e de maneira tão intensa que a música serve
como via terapêutica para tratar sintomas como a demência, tão comum em doenças como o
mal de Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas. Ao escutar música, a paciente ativa
diversos padrões neuronais (sinapses) que não eram estimulados há muito tempo, fazendo
com que a pessoa que está sofrendo com a demência “acorde”, de certa forma. Esse tipo de
terapia tem sido bastante empregada nos Estados Unidos e vêm ganhando bastante
popularidade nos últimos anos.

 Amnésia

Alguns sintomas da amnésia foram amenizados através de diversas interações com a


música, seja quando o paciente toca algum instrumento, ou quando está passivo, somente
ouvindo uma canção.

 Afasia

Existe uma técnica usada por musicoterapeutas e fonoaudiólogos chamada Terapia da


Entonação Melódica, que serve para ajudar pessoas com distúrbios de comunicação causados
por danos no hemisfério esquerdo do cérebro. A técnica busca envolver habilidades de
canto, estimulando as regiões não danificadas do hemisfério direito a “aprenderem” a falar.
Nessa técnica, frases comuns são transformadas em frases melódicas. No início, o paciente
fala quase que cantando e aos poucos vai reaprendendo a entonação típica e os padrões
rítmicos comuns da fala do dia a dia.
 Autismo

O autismo, também conhecido como Transtorno do Espectro Autista, é um transtorno que


causa problemas no desenvolvimento da linguagem, nos processos de comunicação, na
interação e no comportamento social das crianças. Segundo a Organização Mundial da
Saúde (OMS), aproximadamente 70 milhões de pessoas em todo mundo possuem algum grau
de autismo, sendo que esse número, só no Brasil, ultrapassa os 2 milhões. Crianças com
autismo podem se beneficiar bastante da musicoterapia, pois a utilização de instrumentos
pode servir como uma importante ferramenta para incentivar a comunicação e a
autoexpressão, trazendo qualidade de vida para o paciente com TEA.

 Vida social

A musicoterapia estimula o potencial criativo e a capacidade comunicativa, mobilizando


aspectos psicológicos, biológicos e culturais. É aí que a musicoterapia comunitária ou social
entra. Essa modalidade de musicoterapia busca empoderar grupos e possibilitar
engajamentos, troca de experiências entre pacientes, para que eles possam se organizar e
realizar todos os enfrentamentos necessários para uma vida social de maior saúde.

Arteterapia

Uma atividade milenar, a arteterapia é prática expressiva artística, visual, que atua como
elemento terapêutico na análise do consciente e do inconsciente e busca interligar os
universos interno e externo do indivíduo, por meio da sua simbologia, favorecendo a saúde
física e mental. Arte livre conectada a um processo terapêutico, transformando-se numa
técnica especial, não meramente artística, que pode ser explorada com fim em si mesma (foco
no processo criativo, no fazer) ou na análise/investigação de sua simbologia (arte como
recurso terapêutico). Utiliza instrumentos como pintura, colagem, modelagem, poesia, dança,
fotografia, tecelagem, expressão corporal, teatro, sons, músicas ou criação de personagens,
usando a arte como uma forma de comunicação entre profissional e paciente, em processo
terapêutico individual ou de grupo, numa produção artística a favor da saúde.

É importante destacar que na Arteterapia não há uma preocupação com a técnica estética do
realizador da obra. O principal intuito é proporcionar bem-estar por meio da expressão e dos
sentimentos que as obras transmitem.
O profissional que atua com a prática da arteterapia pode utilizar esse método complementar
em situações hospitalares, educacionais e na psicologia, a fim de buscar a recuperação e
integração social do indivíduo prezando sua saúde mental, porém a prática da arteterapia pode
ser baseada em diferentes referenciais teóricos, desta forma, essa prática complementar pode
ser aplicada conforme a abordagem seguida pelo profissional que a utiliza.

A arteterapia tem como objetivo atuar como catalisador, favorecendo o processo terapêutico
de forma que o indivíduo entre em contato com conteúdo internos e muitas vezes
inconscientes, assim expressando seus pensamentos e atitudes até então desconhecidas,
realizando a partir da arte, músicas e atividades, o autoconhecimento e a autorrealização sobre
si mesmo, resgatando o potencial criativo do homem, procurando uma saúde mental saudável
e estimulando a autonomia e transformação interna para reestruturação do ser. Propõe-se
então, a estruturação da ordenação lógica e temporal da linguagem verbal de indivíduos que
preferem ou de outros que só conseguem expressões simbólicas. A busca da terapia da arte é
uma maneira simples e criativa para resolução de conflitos internos, é a possibilidade da
catarse emocional de forma direta e não intencional.

É importante salientar que o objetivo principal da Arteterapia não é formar artistas


profissionais, mas sim, permitir que a pessoa expresse os seus sentimentos. Ao praticar a
Arteterapia, o paciente terá ferramentas para compreender a si mesmo, tudo de um modo
lúdico e intuitivo, trazendo benefícios como a estimulação de criatividade, potencializa a
confiança, beneficia a concentração ajudando na diminuição de transtornos como ansiedade,
depressão e guiando em alguns tratamentos, além de proporcionar acolhimento a pessoas com
esquizofrenia, autismo e doenças crônicas.

Sendo assim, a arteterapia passa a ajudar no tratamento e sendo um estímulo para a melhora
do quadro do paciente, ajudando a compreender seus pensamentos, comportamentos e
servindo como uma prática acolhedora em diversas situações, sendo a arte capaz de liberar o
inconsciente e aliviar todo o processo no qual o indivíduo se encontra durante a terapia.
REFERÊNCIAS

LISELEE SCHULZ ROMÃO, S. OS DIFERENTES CAMINHOS DA MÚSICA – UM OLHAR


SOBRE A MUSICOTERAPIA. Colloquium humanarum, v. 12, n. Especial, p. 1713–1720, 2015.

Musicoterapia: para que serve, como funciona e benefícios. Disponível em:


<https://minutosaudavel.com.br/musicoterapia/>. Acesso em: 20 maio. 2024.

Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). Disponível em:


<https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/pics/pnpic>. Acesso em: 20 maio. 2024.

SciELO - Brasil - O desencantamento da meditação: da união mística ao fitness cerebral O


desencantamento da meditação: da união mística ao fitness cerebral. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rs/a/NDR73VysD3m4PmKGnV RHZ5N/

CASANOVA. R. , Alice, ARTETERAPIA: a Arte como Instrumento no Trabalho do Psicólogo ,


PSICOLOGIA:CIÊNCIA E PROFISSÃO, 2014, 34 (1), 142-157. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/pcp/a/5vdgTHLvfkzynKFHnR84jqP/?lang=pt&format=pdf>. Acesso em: 23
maio. 2024.

O que é a Arteterapia? - Museu da Imaginação. Disponível em:


<https://www.museudaimaginacao.com.br/o-que-e-a-arteterapia/>. Acesso em: 24 may. 2024.

WIKIPEDIA CONTRIBUTORS. Arteterapia. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?


title=Arteterapia&oldid=64176166>.

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