Manual de Neurologia
Manual de Neurologia
Manual de Neurologia
SUMÁRIO
1. MOVIMENTO INVOLUNTÁRIO.........................................................................................................4
2. MOVIMENTO AUTOMÁTICO...........................................................................................................15
3. MOVIMENTO VOLUNTÁRIO............................................................................................................20
4. COORDENAÇÃO MOTORA..............................................................................................................27
5. SENSIBILIDADE...............................................................................................................................34
6. NERVOS CRANIANOS.....................................................................................................................46
8. REFERÊNCIAS..................................................................................................................................71
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Facies e Atitude.
Motricidade Voluntária
1. Movimentação ativa (velocidade, energia, amplitude)
2. Força Muscular
3. Manobras deficitárias
Coordenação Motora
1. Axial (equilíbrio estático e dinâmico)
2. Apendicular
3. Axo-apendicular
Tônus Muscular
1. Inspeção
2. Palpação
3. Movimentação passiva das articulações
4. Balanço passivo das articulações
Movimento Automático
1. Piscamento
2. Postura e Marcha
3. Fala e gesticulação
4. Mímica facial
5. Deglutição, Mastigação, Respiração
6. Hipercinesias
Movimento Involuntário
1. Espontânea (hipercinesias extrapiramidais)
2. Provocada ou Reflexa
- Reflexos Superficiais: cutâneos e mucosos
- Reflexos Profundos: axiais e apendiculares
Sensibilidade Geral
1. Superficial
2. Profunda
Nervos Cranianos
Distúrbios tróficos
Sinais de irritação meningo-radicular.
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MOVIMENTO INVOLUNTÁRIO
Moisés Felipe Silva da Conceição, Thayane Ingrid Luz Pinheiro, Sthefany Souza da Silva, Emanuel de Jesus Soares de Sousa
ARCO REFLEXO - É o substrato anatômico do movimento reflexo; constituído por: receptor, via
aferente, via eferente, centro integrador, efetor, sinapse
2. CLASSIFICAÇÃO:
O exame deve ser realizado sempre com o examinador situado à direita do paciente; informar todos
os passos a serem avaliados e fazer a pesquisa comparativa.
Estímulo consiste na percussão com martelo de reflexos nos tendões, músculos ou ligamentos o
qual provocará estiramento rápido do músculo, seguido de deslocamento do segmento examinado.
A) AXIAIS
Os reflexos axiais envolvem:
Da face: centro de integração é o tronco encefálico.
● Reflexo glabelar ou naso-palpebral:
- Via aferente: V Nervo Craniano (NC);
- Via eferente: VII Nervo Craniano (NC);
- Semiotécnica: Percussão na glabela, cuja resposta normal é o fechamento das pálpebras. Observar
semiotécnica na figura abaixo.
- Semiotécnica (figura ao lado): percussão do lábio superior, na linha axial. Resposta: contração dos
músculos periorais, principalmente do orbicular dos lábios, culminando com protrusão dos lábios.
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- Semiotécnica: pede-se que o paciente fique com a boca entreaberta, o examinador faz uma interposição
digital, com posterior percussão com martelo neurológico. Resposta: elevação da mandíbula por contração
dos masseteres. Observar exemplificação abaixo.
B) APENDICULARES
● Reflexo bicipital
● Reflexo tricipital
- Semiotécnica: o braço do paciente deve estar em abdução, sustentado pela mão do examinador, de modo
que o antebraço fique pendente em semiflexão, como mencionado na imagem seguinte. Percussão do
tendão distal do tríceps provoca extensão do antebraço.
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● Reflexo estilo-radial
- Semiotécnica: antebraço do paciente deve estar semifletido e apoiado sobre a mão do examinador, com
o punho em ligeira pronação. Deve-se fazer a perrcussão do processo estilóide ou da extremidade distal
do rádio, levando a contração do braquiorradial. Resposta: flexão e ligeira pronação do antebraço. Figura
abaixo.
- Semiotécnica: o antebraço do paciente semifletido apoiado sobre a mão do examinador, com o punho
em ligeira pronação. Percute-se o processo estilóide da ulna causando pronação da mão, como
exemplificado abaixo.
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- Semiotécnica: o paciente com a mão apoiada, com interposição de segundo e terceiro dedos do
examinador, percute-se com martelo neurológico a falanges deste, como resposta temos a flexão dos
dedos.
● Reflexo patelar
- Semiotécnica: Paciente sentado com as pernas pendentes ou em decúbito dorsal, com os joelhos em
semiflexão, apoiados pelo examinador, é percutido o ligamento patelar (entre a patela e a epífise da tíbia),
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observando-se extensão da perna. Quando a pesquisa é realizada com o paciente sentado, nos casos de
hipotonia, como ocorre na síndrome cerebelar, pode-se observar resposta pendular. Semiotécnica
exemplificada na imagem seguinte.
- Semiotécnica: a pesquisa deve ser realizada com o paciente em decúbito dorsal com os membros
inferiores semifletidos, em ligeira abdução, com os pés apoiados na cama ou sentado com as pernas
pendentes. O examinador interpõe o dedo nos tendões no côndilo medial do fêmur, faz-se percussão sobre
este e observa-se adução da coxa ipsilateral ou bilateralmente. Observe abaixo.
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● Reflexo aquileu ou aquileano
- Semiotécnica: abrange diversas formas: 1) paciente pode estar em decúbito dorsal, uma das pernas é
colocada em ligeira flexão e rotação externa, e cruzada sobre a outra manter o pé em ligeira flexão dorsal;
2) paciente de joelhos sobre uma cadeira, com percussão do tendão; 3) paciente sentado com as pernas
pendentes faz-se uma ligeira dorsiflexão do pé, com posterior percussão do tendão de Aquiles. Resposta
para todas as formas: flexão plantar do pé.
C) REFLEXOS SUPERFICIAIS
• Incluem:
- Semiotécnica: paciente em decúbito dorsal com os membros inferiores estendidos em discreta abdução,
estimulação do terço superior da face medial da coxa. Resposta: contração do cremáster e elevação da
bolsa escrotal ipsilateral.
● Reflexo anal
- Semiotécnica: estimulação cutânea da região perianal. Resposta: contração do esfíncter anal externo.
● Reflexo palmomentual
- Semiotécnica: estímulo cutâneo na eminência tenar, com contração ipsilateral do músculo quadrado do
mento e oro-orbicular. Pode estar presente no envelhecimento normal, tem significado patológico se
unilateral.
● Reflexo cutâneo-plantar
- Semiotécnica: a pesquisa deve ser realizada estando o paciente deitado e relaxado, utilizando-se uma
espátula ou um objeto de ponta romba, faz-se atrito na planta do pé, preferencialmente em sua margem
interna, no sentido póstero-anterior, resposta flexão plantar do hálux e dos artelhos. Observar
exemplificação abaixo.
Observação: O sinal de Babinski, consiste na extensão lenta do hálux, é mais facilmente obtido quando se
estimula a parte lateral da planta do pé é indicativo de lesão piramidal de liberação.
- Semiotécnica: pesquisa com uma mecha fina de algodão umedecido em soro fisiológico ou água
destilada, pede-se ao paciente faça desvio ocular do paciente para lado oposto a pesquisa, deve-se
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estimular o limbo da córnea, como resposta obtém-se a oclusão de ambas as pálpebras. A via aferente
nervo trigêmeo ipsilateral à córnea estimulada, via eferente nervo facial bilateral e o seu nível de
integração é na ponte.
4. DISTÚRBIOS:
4.1. Quantitativos
● Hiperreflexia: resposta esperada está exaltada, podemos observar aumento de área reflexógena,
resposta poli cinética, ou cruzada. Observado nas lesões piramidais na fase de liberação.
• Hiporreflexia ou Arreflexia: redução ou ausência de resposta. Característica da síndrome do neurônio
motor inferior.
4.2. Qualitativos
• Resposta pendular: o segmento de pesquisa após percussão se mantém balançando semelhante ao
pêndulo de um relógio, e indicativo de hipotonia (Ex: reflexo patelar).
• Resposta policinética: várias respostas, somadas uma atrás da outra, a um único estímulo. Movimentos
são sobrepostos.
• Respostas invertidas ou paradoxais: são opostas às esperadas. Na inversão do reflexo tricipital ou do
reflexo patelar, há flexão em vez de extensão do cotovelo ou do joelho.
• Resposta sinreflexa (reflexos cruzados): resposta no local esperado e em outro local não esperado, é
indicativo de hiperreflexia.
5. GRADUAÇÃO DOS REFLEXOS:
Refere-se ao ato motor que se realiza sem intervenção da consciência, embora possa sofrer sua
influência a qualquer momento, a exemplo da marcha, fala, mímica, mastigação e, de modo geral, todos
os movimentos automáticos, associados e instintivos. Subordina-se ao Sistema Motor Extrapiramidal.
1. NOÇÕES DE NEUROANATOMIA E FISIOLOGIA
Considera-se integrantes do Sistema Extrapiramidal e de grande relevância clínica os seguintes
núcleos da base: núcleo caudado, putâmen, globo pálido, núcleo subtalâmico e substância negra. O
putâmen, o núcleo caudado e o globo pálido compõem o corpo estriado dorsal, sendo este dividido em
uma parte filogeneticamente mais recente, o neoestriado ou estriado – núcleo caudado e putâmen –, e
outra mais antiga, o paleoestriado – globo pálido. Além disso, o putâmen e o globo pálido, em conjunto,
formam o núcleo lentiforme.
Há duas vias fundamentais nesse circuito que interferem no ato motor: a via direta e a indireta.
● Via direta: provoca a desinibição dos movimentos voluntários. Inicia-se com sinapses excitatórias
(glutaminérgicas) do córtex cerebral para o estriado, o qual possui eferências inibitórias (GABAérgicas)
para o segmento interno do globo pálido (GPi). O GPi, em repouso, realiza inibição tônica no tálamo motor,
ou seja, nos núcleos talâmicos envolvidos na excitação da motricidade (núcleo ventral lateral, ventral
anterior e ventral posterior lateral). Dessa forma, a inibição do GPi permite sinapses excitatórias do tálamo
para o córtex motor.
● Via indireta: provoca a inibição dos movimentos voluntários. Inicia-se com sinapses excitatórias
do córtex cerebral para o estriado. Este envia projeções inibitórias para o segmento externo do globo
pálido (GPe). O GPe, em repouso, realiza sinapses tônicas inibitórias com o núcleo subtalâmico, o qual
apresenta projeções excitatórias para o GPi. Dessa forma, a inibição do GPe libera a excitação do GPi
mediada pelo núcleo subtalâmico, o que permite a inibição do tálamo pelo GPi, impossibilitando a
excitação cortical.
Tônus muscular: estado de semi contração muscular observado em repouso, origem no sistema
fusimotor gama.
A) SEMIOTÉCNICA:
O exame do tônus muscular deve obedecer certos princípios, como: o paciente deve estar relaxado
e cooperativo; o exame deve ser realizado bilateralmente para permitir comparações; o examinador deve
avaliar o tônus tanto com movimentos rápidos quanto lentos; deve ser avaliado o limite e resistência ao
movimento; devem ser documentadas quaisquer anormalidades quanto ao seu tipo, distribuição e
gravidade. É necessário ressaltar que certas alterações podem ser fisiológicas, a exemplo de atletas, que
naturalmente têm músculos firmes e bem definidos apesar do tônus normal.
b. Palpação muscular: avaliar a consistência dos músculos. O músculo normal revela consistência
elástica. Por outro lado, nos indivíduos hipotônicos, os músculos são frequentemente mais flácidos e
amolecidos, enquanto que, nos hipertônicos, a consistência está endurecida, mais rígida.
dos membros (punhos e tornozelos). Nas hipotonias, observa-se aumento da amplitude das oscilações das
mãos ou dos pés; já nas hipertonias, as oscilações apresentam-se com pequena amplitude ou até ausentes
(movimentação em bloco rígido do antebraço-mão ou perna-pé).
As lesões periféricas provocam hipotonia permanente. As lesões centrais piramidais provocam
hipotonia na fase aguda (síndrome deficitária) e hipertonia na fase crônica (síndrome de liberação).
B) TIPOS DE HIPERTONIA:
EXTRAPIRAMIDAL – Rigidez PIRAMIDAL - Espasticidade
Global: não tem preferência para determinados Eletiva: predomínio dos extensores nos MMII e
tipos de musculatura. flexores nos MMSS.
Plástica ou cérea: é permanente e conserva as Elástica: é variável e retorna imediatamente à
atitudes que lhe são impostas. atitude anterior à movimentação passiva.
Sinal da roda denteada: movimentação passiva Sinal do canivete: grande resistência inicial à
apresenta sucessivas interrupções. movimentação passiva, seguida de redução da
resistência de forma rápida; após liberação do
segmento, retorno deste à posição inicial.
A hipertonia extrapiramidal está presente em doenças que comprometem o conjunto nigropalidal,
como nas síndromes parkinsonianas e nas degenerações hepatolenticular.
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A hipertonia piramidal está presente nas afecções que atingem os tratos piramidais, como
hemiplegias por acidentes vasculares cerebrais, na esclerose lateral amiotrófica, na esclerose em placas,
nas mielites e compressões medulares e nas displegias cerebrais infantis.
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MOVIMENTO VOLUNTÁRIO
Patricia Sarraf Paes, Gustavo Celeira de Sousa, Emanuel De Jesus Soares de Sousa, Danusa Neves Somensi
A integridade de todo o sistema motor é indispensável para que haja uma coordenação normal e
controle dos movimentos. Todas as ações relacionadas à motricidade voluntária são realizadas por meio
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da contração dos músculos estriados sob o controle do sistema nervoso. Por esse motivo, nesta seção
serão analisados os movimentos ativos, a força muscular e as manobras deficitárias.
2. SEMIOTÉCNICA
A investigação é realizada solicitando-se ao paciente que realize movimentos ativos nos diferentes
segmentos corporais. Devem ser observados: velocidade, amplitude, pureza e energia destes movimentos.
Lembre-se de demonstrar ao paciente como realizar as etapas para que ele repita.
● Cabeça e pescoço:
Solicitar ao paciente que realize flexão, extensão, rotação e inclinação para as laterais.
● Membros superiores:
- Mãos: solicitar flexão, extensão, adução, abdução, pronação, supinação e rotação;
- Braços: solicitar flexão, extensão, adução, abdução e elevação.
● Membros inferiores:
- Artelhos: solicitar flexão, extensão, adução e abdução;
- Pés: solicitar flexão, extensão, adução, abdução e rotação.
A execução dessas manobras evidencia déficits motores pequenos. Devem ser realizadas após
teste de força inconclusivo. Possui duração de 1 a 3 minutos para cada manobra.
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● Mingazzini Para MMSS (Braços Estendidos)
Resposta alterada: desnivelamento entre os braços, leve supinação e/ou presença de desvios
lateralizantes progressivos.
● Raimiste
- Semiotécnica: posiciona-se o paciente em decúbito dorsal com braços sem apoio do tronco,
antebraços fletidos em ângulo reto, as mãos devem ficar em extensão com os dedos separados e a região
palmar posicionada medialmente (para dentro). Solicita-se que o paciente permaneça nessa posição.
Possui enfoque maior na musculatura distal.
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Resposta alterada: queda da mão e do antebraço.
- Semiotécnica: estando o paciente em decúbito dorsal, suas coxas e pernas são flexionadas em
ângulo reto com a bacia e coxa, respectivamente. Um cuidado necessário é evitar o contato entre as duas
pernas, o que poderia fornecer apoio a um membro parético. São avaliados os músculos proximais do
membro inferior (psoas e quadríceps), ocorrendo oscilações e queda de um ou dos dois segmentos em
paciente com paresia desses músculos.
● Barré
- Semiotécnica: o paciente em decúbito ventral com as pernas formando ângulo reto com a cama e
afastadas entre si.
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Resposta alterada: oscilações e queda de uma ou das duas pernas, evidenciando fraqueza nos
músculos flexores da perna.
● Wartenberg
- Semiotécnica: é uma adaptação usada quando o paciente não consegue realizar a manobra de
Mingazzini (pacientes idosos, por exemplo). O paciente em decúbito dorsal com os quadris e joelhos
flexionados em ângulo de, aproximadamente, 45° e os calcanhares repousam sobre a cama.
Resposta alterada: calcanhar afetado desliza sobre a cama para baixo de maneira gradual, o joelho
se estende, o quadril entra em extensão, rotação externa e abdução.
● Paraparesia/paraplegia: perda parcial e total de força em 2 membros simétricos por uma única
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lesão medular.
As lesões ocorridas no sistema piramidal são traduzidas por déficits motores que influenciam a
execução dos movimentos - e não grupos musculares ou músculos específicos, como ocorre em lesões do
neurônio motor periférico. Por exemplo, na vigência de paralisia facial de origem piramidal, os músculos
da mímica, impossibilitados de responder aos comandos voluntários, conservam os movimentos
automáticos (extrapiramidais) de cunho emocional.
4.1. Síndrome deficitária ou fase de choque (primeiros dias após uma lesão piramidal):
● Cinético: debilidade dos movimentos voluntários.
● Estático: redução da manutenção de atitudes forçadas.
● Hiperextensibilidade (hipotonia), abolição dos reflexos cutâneos abdominais, cremasterianos e
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cutâneo plantar em flexão.
4.2. Síndrome de Liberação (vários dias ou meses após a instalação da lesão piramidal):
● Recuperação de alguma motricidade voluntária.
● Movimentos automáticos.
● Hiperreflexia dos reflexos miotáticos profundos.
● Hipertonia muscular elástica eletiva ou espástica.
● Sinal de Babinski.
● Automatismo medular e sincinesias - lesão ortopiramidal. As sincinesias são movimentos
involuntários de membros contraturados acompanhados de movimentos voluntários ou passivos do lado
oposto.
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COORDENAÇÃO MOTORA
Lorena Reis Pereira; Rebecca de Araujo Coelho; Andreza Cristina Souza do Espírito Santo, Mariangela Moreno Domingues
Resulta da ação de fatores que proporcionam perfeita interação grupos musculares responsáveis
pelo movimento, depende das sinergias de contração de músculos agonistas e antagonistas.
1. NOÇÕES DE NEUROANATOMIA
Sistemas responsáveis pela coordenação motora: Cerebelo e suas Vias (Cerebelipetas/
Cerebelifugas), visão, sensibilidade profunda consciente e labirinto e suas vias. O cerebelo recebe
informações do córtex cerebral para cada comando motor (via corticopontocerebelar) e informações dos
músculos em relação ao movimento a ser efetuado (vias espinocerebelares e dos nervos cranianos), sinais
são enviados ao córtex motor (via cerebelo rubro talamocortical) que podem modificar as mensagens para
os músculos e tornar o movimento adequado e harmônico.
2. SEMIOTÉNICA
O exame deverá ser feito em dois momentos: de olhos abertos e olhos fechados.
2.1. COORDENAÇÃO AXIAL
● Equilíbrio estático: pesquisado com o paciente em posição ortostática; inicialmente de olhos
abertos, posteriormente de olhos fechados (1 minuto para cada pesquisa).
- Sinal de Romberg: queda imediata ao fechar os olhos (comprometimento das estruturas
proprioceptivas conscientes).
- Romberg vestibular: inicialmente olhos abertos sem oscilações, com olhos fechados o paciente
fica em um pequeno período de latência e após isso tende a queda para lado vestibular hipoativo.
● Membros inferiores
a. Calcanhar – joelho: paciente em decúbito dorsal, ambos os membros inferiores em extensão, deve
tocar o joelho com a ponta do calcanhar oposto (com olhos abertos e fechados).
b. Calcanhar - crista da tíbia: paciente em decúbito dorsal, ambos os membros inferiores em extensão,
deve tocar o joelho com a ponta do calcanhar oposto (com olhos abertos e fechados) depois deslizar o
calcanhar ao longo da crista da tíbia
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2.4. COORDENAÇÃO AXO-APENDICULAR OU TRONCO-MEMBROS
● Manobras de Babinski:
1) Paciente em decúbito dorsal, pede-se para fazer a flexão do tronco (como um abdominal) e
observa-se discreta flexão dos MMII e fixação dos calcanhares na superfície.
2) Prova da cadeira: paciente sentado em cadeira puxar o espaldar, como resposta ocorre a flexão
do tronco.
3) Em posição ortostática (“empurrão”): leve empurrão no tórax, espera-se como resposta normal
a semiflexão de MMII, e manutenção da atitude ereta sem queda.
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Do ponto de vista clínico, a função principal do cerebelo é a coordenação do movimento; sem ele,
os movimentos são grosseiros, não coordenados, desajeitados e trêmulos e movimentos precisos se
tornam impossíveis. Para iniciar-se um movimento, os músculos agonistas contraem-se de modo a
executar o movimento; os antagonistas relaxam ou modificam seu tônus para facilitá-lo; os sinergistas
reforçam o movimento; e os músculos de fixação impedem deslocamentos e mantêm a postura apropriada
do membro.
Uma importante manifestação das lesões cerebelares é a ataxia, cuja tradução aproximada seria
“não organizada”. A característica essencial da ataxia é que os movimentos não são organizados
normalmente. Embora este seja um termo geral, que indica movimentos caóticos e desorganizados, ele é
usado na clínica principalmente para designar as anormalidades do controle motor — incluindo
incoordenação, tremor e comprometimento dos movimentos alternados rápidos — que ocorrem em lesões
cerebelares.
ALTERAÇÕES QUE PODEM SER ENCONTRADAS:
COORDENAÇÃO - Equilíbrio estático: DISTASIA (base de sustentação alargada)
AXIAL - Equilíbrio dinâmico: DISBASIA (marcha ebriosa: andar vacilante com tendência
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de queda para qualquer direção, incapacidade de andar em linha reta como se
estivesse embriagado).
- Dismetria: erros no julgamento de distâncias e na avaliação da distância,
COORDENAÇÃO velocidade, força e direção do movimento, o movimento pode ser realizado
APENDICULAR demasiado lenta ou demasiado rapidamente, com força de mais ou de menos. O
paciente com dismetria não faz um movimento em linha reta entre dois pontos,
mas se desvia irregularmente do caminho pretendido.
- Decomposição do movimento: na decomposição do movimento o paciente tende
a realizar a ação de cada músculo, que geralmente atuam de forma sinérgica, de
forma isolada.
- Discronometria: distúrbio no tempo de execução do movimento.
- Assinergia: a falta de integração dos componentes do ato resulta em
decomposição do movimento, o ato é decomposto em suas partes componentes e
executado de maneira espasmódica, errática, desajeitada e desorganizada.
Paciente não consegue responder adequadamente a prova do rechaço.
- Tremor cinético: o tipo mais comum de tremor cerebelar é um tremor intencional
(ativo, cinético ou terminal) que não está presente em repouso, mas se torna
evidente em resposta a movimentos dirigidos a uma finalidade. O tremor cerebelar
envolve frequentemente os músculos proximais.
A parte sensorial do sistema nervoso tem papel de destaque por permitir a transdução de diferentes
formas de energia e diferentes substâncias do ambiente em impulsos elétricos para as demais redes
neuronais. Assim, toda sensação se origina nos impulsos que surgem com a estimulação de receptores
ou órgãos especializados. Essa informação segue para o SNC por nervos sensitivos, chegando aos centros
superiores para reconhecimento consciente ou associação inconsciente, resposta reflexa ou outros tipos
de resposta.
2. CLASSIFICAÇÃO DA SENSIBILIDADE
Classificação pelo nível de Protopática, término no tálamo, Epicrítica, término no córtex, mais
processamento mais rápida e grosseira, de fina e delicada, de localização
localização imprecisa. precisa.
*Pode-se utilizar dos termos subjetiva, para sintomas relatados pelo paciente, e objetiva, para sinais
obtidos do exame físico.
3. SEMIOTÉCNICA
O exame deve ser sempre repetido pelo menos uma vez para se confirmar os achados.
Os achados podem incluir perda, diminuição ou aumento de um ou mais tipos de sensação; dissociação
da sensação com perda de um tipo de modalidade, mas não de outras; perda da capacidade de reconhecer
diferenças em graus de sensação; interpretações errôneas (perversões) de sensação; ou áreas de
hiperestesia localizada. Mais de uma destas podem ocorrer simultaneamente.
Deve-se indagar se o paciente percebeu dor, parestesias ou perda da sensação; se alguma parte do
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corpo parece dormente, morta, quente ou fria; se ele percebeu sensações tais como formigamento,
ardência, prurido, “ferroadas”, pressão, distensão, dormência ou sensações de peso ou constrição.
Há dois padrões gerais de avaliação : de um lado para o outro - comparar geralmente os dermátomos
principais e as distribuições dos nervos periféricos - e de distal para proximal - apropriado quando uma
neuropatia periférica faz parte do diagnóstico diferencial.
A percepção da pressão ou tátil por meio de pressão ou picada de alfinete não deve ser confundida
com a percepção de um objeto afiado. Observe imagem seguinte.
● Sensibilidade térmica:
É pesquisada com 2 tubos de ensaio com água (um entre 5-15 graus e outro entre 40-45 graus,
temperaturas muito altas ou muito baixas podem provocar sensação dolorosa). Os tubos de ensaio são
colocados sobre a pele do paciente.
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4.2. EXAME DE SENSIBILIDADE PROFUNDA
● Sensibilidade cinético-postural:
É explorada colocando passivamente o segmento de membro em uma posição e solicita que o paciente
determine a posição (polegar ou hálux ou punhos ou tornozelos para baixo ou para cima), outras formas
podem ser utilizadas como posicionar um segmento e solicitar que o paciente repita com o segmento
contralateral, apreensão do polegar com a mão oposta, prova dos braços estendidos pode revelar queda
ou elevação sem que o paciente perceba. A sensibilidade postural articular é testada solicitando ao
paciente que indique a direção de pequenos movimentos passivos das articulações interfalângicas distais
dos quirodáctilos e pododáctilos. Também são úteis na pesquisa as manobras empregadas na pesquisa
da coordenação motora (ex. index-nasum).
● Vibratória ou palestésica:
A sensibilidade vibratória é avaliada com um diapasão (128 Hz) em vibração, colocado sobre uma
proeminência óssea; pede-se ao paciente que indique se sente a vibração mais do que uma simples
pressão.
Para os testes clínicos, o diapasão é percutido e colocado sobre uma proeminência óssea, e o paciente
deeve sentir a vibração. indivíduos mais idosos sadios podem ter comprometimento da sensibilidade
vibratória abaixo dos joelhos.
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Se a sensibilidade à vibração estiver ausente no hálux (parte distal), o estímulo será deslocado em
sentido proximal até as articulações metatarsofalângicas, depois até o tornozelo, o joelho, as espinhas
ilíacas e assim por diante.
A perda gradual da sensibilidade, como a que progride dos dedos dos pés para o tornozelo e o joelho,
indica um problema do nervo periférico. A perda uniforme de vibração além de determinado ponto, por
exemplo, as cristas ilíacas, indica mielopatia.
● Barestésica ou sensibilidade à pressão:
Pesquisada exercendo pressão progressiva com a polpa de um dedo ou objeto rombo, devendo o
paciente referir onde sentiu maior pressão, pouco significante na prática neurológica.
● Dolorosa à compressão profunda:
Pesquisada pela compressão de massas musculares, nervos e tendões, em determinados estados
patológicos a compressão dessas estruturas pode provocar dor (neurites e miosites), em outras mesmo a
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compressão enérgica não provoca dor ( tabes dorsalis). A sensibilidade de pressão profunda é avaliada
pela pressão exercida sobre os tendões, como o tendão do calcâneo junto ao tornozelo.
4.3. SENSIBILIDADE ESTEREOGNÓSICA
Estereognosia é a capacidade que o indivíduo possui de reconhecer objetos pela palpação com os
olhos fechados. A investigação é feita colocando objetos comuns em cada uma das mãos, evitando-se
objetos que podem facilitar o reconhecimento por meio da audição ou olfato, como um molho de chaves
e um isqueiro, respectivamente.
Obs: a grafestesia e a estereognosia exigem integridade do sistema lemniscal e sua integração
cortical, de modo que uma resposta deficiente nesses testes sugere lesão do córtex parietal somente se
a sensibilidade tátil primária estiver indene. Lesões periféricas podem comprometer seletivamente a
sensação discriminativa.
● Alterações que podem acontecer:
Astereognosia: pode indicar lesão parietal, e se caracteriza pela abolição da sensibilidade
estereognósica sem comprometimento das sensibilidades elementares;
Agnosia tátil: podemos verificar morfoagnosia – perda da distinção de forma (se é cilíndrico ou
quadrado), hiloagnosia – incapacidade de reconhecer estrutura material (se é vidro, plástico), assimbolia
tátil – qualidades (textura, material, forma) são reconhecidas mas o paciente não consegue dar significado
ao objeto;
5. DISTÚRBIOS
Determinar quanto aos sintomas:
Localização
Evolução das queixas
Progressão
Sintomas acompanhantes
Fatores específicos
Modo de início
Natureza constante ou episódica
Sintomas intermitentes ou localizados
5.1. SUBJETIVOS:
● Dor: dor é uma característica importante de certas neuropatias, em especial quando fibras
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pequenas dentro dos nervos estão afetadas. O exato mecanismo de sua gênese não é claro.
● Parestesia: sensações anormais espontâneas referidas pelo paciente (formigamento,
dormência, comichão, agulhadas, ardência, prurido, sensação de frio).
5.2. OBJETIVOS:
● Quantitativos
A definição de estesia é percepção, sentimento ou sensação.
- Hipoestesia: diminuição de um tipo de sensibilidade superficial (tátil, dolorosa, térmica).
- Hiperestesia: aumento de determinado tipo de sensibilidade.
- Anestesia: ausência de todas as sensibilidades superficiais.
● Qualitativos
- Disestesia: sensações anômalas e desconfortáveis a estímulos não dolorosos – exemplo, estímulo tátil
provocando uma sensação de queimação.
- Alodínia: quando um estímulo não-doloroso é aplicado e produz sensação de dor, percepção da sensação
tátil como sensação dolorosa.
- Hiperpatia: dor espontânea que se exacerba com estímulos não-dolorosos. Esse tipo de manifestação
pode ser visto na síndrome talâmica.
O termo algesia designa o sentido da dor.
- Hiperalgesia: aumento da sensibilidade dolorosa sem sensação espontânea de dor, quando há estímulo
nociceptivos a dor se exacerba.
- Hipoalgesia: perda parcial ou diminuição da sensibilidade dolorosa.
- Analgesia: perda completa ou ausência da sensibilidade dolorosa.
- Estereoagnosia: capacidade de identificar objeto quando colocado na mão .
- Astereognosia: incapacidade de reconhecimento de um objeto pela palpação.
Obs: termo dormência muitas vezes é usado por pacientes para descrever uma sensação de peso,
fraqueza ou amortecimento na parte do corpo afetada, podendo, algumas vezes, significar qualquer
comprometimento sensorial; o significado da palavra deve ser esclarecido sempre que for usada.
5.3. TOPOGRAFIA DOS DISTÚRBIOS
● Radicular – em faixa:
O envolvimento de raízes nervosas leva ao comprometimento da sensibilidade cutânea com padrão
segmentar; sobreposição, em geral não ocorre perda de sensibilidade, a não ser que estejam afetadas
duas ou mais raízes adjacentes.
Deve-se observar, como mostrado na imagem, que há variações na distribuição sensitiva radicular
corporal. A secção de uma raiz sensitiva não determina área de anestesia cutânea, sendo encontrada
42
hipoestesia em toda a extensão do dermatômero.
A dor é uma característica bem evidente em pacientes com lesões radiculares compressivas, pode ser
acompanhada de alterações objetivas de sensibilidade, que incluem: hipoestesia ou anestesia – três
raízes forem acometidas - para diferentes formas de sensibilidade no território radicular afetado.
Em caso de síndrome radicular posterior as dores são lancinantes ou em queimação, contínuas ou
intermitentes, pode ser exacerbada pela tosse, espirro ou esforço de evacuação.
Dependendo do nível afetado, pode haver perda dos reflexos tendinosos:
C5-C6, bicipital e braquiorradial;
C7-C8, tricipital; L3-L4, patelar; S1, tendão do calcâneo),
Envolvimento das raízes anteriores, pode haver fraqueza e atrofia muscular.
● Cordonal – em nível:
Pacientes que sofreram lesão medular apresentaram alteração de sensibilidade, em nível transverso.
No entanto, existem áreas fisiológicas de sensibilidade diminuída que são junto à margem costal, sobre
as mamas e virilha. Portanto, o nível de um déficit sensorial afetando o tronco é melhor determinado pelo
teste cuidadoso da sensibilidade na região dorssl do que pelo exame do tórax e do abdome.
- Lesão medular posterior:
Um paciente com uma lesão de coluna posterior pode se queixar de uma sensação de aperto ou
semelhante a uma faixa nas regiões que correspondem ao nível do envolvimento medular e, algumas
vezes, também existem queixas de parestesias que se irradiam para baixo nas extremidades durante a
flexão do pescoço (sinal de Lhermitte).
Existe perda da sensibilidade vibratória e posicional das articulações abaixo do nível da lesão, com
preservação das demais modalidades sensitivas. O déficit pode lembrar aquele que resulta do
envolvimento das grandes fibras nas raízes posteriores. Há também perda de sensibilidade cinético
postural, que acaba interferindo na postura e movimentação do paciente.
A síndrome cordonal posterior pode ter como causa a sífilis medular (tabes dorsalis) e a degeneração
subaguda combinada da medula
- Lesão medular anterior:
Com lesões destrutivas envolvendo predominantemente a porção anterior da medula espinal, a
sensibilidade dolorosa e térmica fica comprometida abaixo do nível da lesão, que envolve o trato
espinotalâmico lateral.
Além disso, a fraqueza e a paralisia dos músculos supridos pelos segmentos medulares envolvidos
resultam de lesão dos neurônios motores do corno anterior. No caso de comprometimento mais extenso,
o envolvimento dos tratos corticospinais nos funículos laterais pode causar um déficit piramidal abaixo
43
da lesão. Existe uma preservação relativa da função da coluna posterior.
Mielopatias isquêmicas, causadas pela oclusão da artéria espinal anterior, e um exemplo de lesão
medular anterior.
- Lesão medular anterolateral:
Lesões envolvendo a porção anterolateral da medula espinal (trato espinotalâmico lateral) podem
causar um comprometimento contralateral da sensibilidade térmica e dolorosa nos segmentos abaixo do
nível da lesão.
Há anestesia térmica e dolorosa contralateral e infralesional. As sensibilidades profundas e tátil são
poupadas.
Tumores extramedulares podem provocar uma síndrome sensitiva de cordão anterolateral como
primeira manifestação.
- Secção medular completa:
Em casos agudos, com choque espinhal, ocorre uma primeira fase com paraplegia flácida que pode
transformar-se em espástica. Em caso de instalação gradual, a paralisia pode ser espástica desde o início.
Arreflexia profunda e hipotonia muscular sao encontradas na fase aguda, em uma fase subsequente
observa-se paralisia espástica com hipertonia, hiperreflexia profunda e sinal de Babinski. As alterações
sensitivas incluem hipoestesia ou anestesia para todas as formas de sensibilidade.
● Mononeuropático:
Em pacientes com uma lesão de um único nervo periférico, a perda sensorial geralmente é menor do
que aquela prevista por razões anatômicas, em decorrência da sobreposição de nervos adjacentes. Além
disso, dependendo do tipo de lesão, as fibras dentro de um nervo sensorial podem ser afetadas de forma
diferente.
Lesões compressivas, por exemplo, tendem a afetar preferencialmente as fibras grandes responsáveis
pelo toque, este termo significa envolvimento de um único nervo periférico;
O exame clínico revela um déficit clínico atribuível ao envolvimento de um ou mais nervos periféricos
isolados, exceto quando a mononeuropatia múltipla é extensa e os déficits resultantes se tornam
confluentes
Em pacientes com polineuropatias, a perda sensorial em geral é simétrica e distal – como sugerido
pelo termo perda sensorial em meia e em luva ou neuropatia comprimento-dependente. A função de vários
nervos periféricos é comprometida de modo simultâneo.
44
Acomete de modo mais acentuado os membros inferiores, em virtude de o axônio ser mais longo –
mais vulnerável. Essa condição leva a um defeito simétrico, predominantemente distal, com perdas dos
reflexos tendinosos, exceto quando existe o envolvimento seletivo de pequenas fibras
● Qualitativos:
a. Ilusão olfatória ou parosmia: Perversão ou distorção do olfato, onde o estímulo olfatório não
induz a uma adequada impressão olfativa, ao contrário, produz uma sensação olfativa desagradável e
pervertida.
b. Alucinação olfativa ou fantosmia: Percepção de olfato na ausência de estímulo, ou seja,
percepção de um odor que não é real.
c. Cacosmia: É quando, tanto na ilusão como na alucinação olfativa, o odor indevidamente
percebido pelo paciente é desagradável (CACCUS = MAU).
d. Agnosia olfatória: Incapacidade de identificar ou interpretar odores detectados.
4. SÍNDROMES
a. Síndrome de Foster Kennedy: Observada em tumor frontal basal, caracteriza-se por anosmia,
atrofia do nervo óptico ipsilateral à lesão e edema de papila contralateral, anosmias centrais podem
aparecer por traumatismos e lesões ósseas fronto-naso-orbitárias.
b. Crises uncinadas de Jackson: Crise de origem epiléptica paroxística, localizada no uncus do
hipocampo, caracterizada por alucinações olfativas e gustativas.
c. Síndrome de Kallmann: Consiste em um distúrbio hereditário, geralmente associado ao X, que
ocasiona hipogonadismo e anosmia devido a hipoplasia ou aplasia dos bulbos e tratos olfatórios.
II PAR CRANIANO - NERVO ÓPTICO
1. ANATOMOFISIOLOGIA
● Sistema de recepção: Retina (Fotorreceptores cones e bastonetes).
● Sistema de condução ou vias ópticas (Nervo Óptico → Quiasma Óptico → Trato Óptico → Corpo
Geniculado Lateral → Radiações Ópticas).
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● Sistema de percepção: áreas visuais do córtex occipital.
2. SEMIOTÉCNICA
2.1. Acuidade visual: Utilizada para demonstrar o status da visão central, ou seja, a capacidade do
olho de enxergar os detalhes. É importante salientar que a medida da acuidade visual só será determinada
de modo preciso pelo oftalmologista. E na neurologia, é sempre medida com a correção habitual do
paciente.
Técnica: O exame pode ser realizado pedindo que o paciente cubra um dos olhos e leia tipos
pequenos de letras ou que leia a última linha legível da tabela de Snellen colocada a 5 metros de distância.
Se o paciente não for capaz de ler, realiza-se os seguintes procedimentos, nesta ordem, até um resultado
satisfatório: pede-se para o paciente contar os dedos que o examinador mostrará a uma distância mínima
de 50 cm, indagar se ele detecta movimentos das mãos, se localiza um estímulo luminoso ou se, ao menos,
percebe a existência de uma fonte luminosa.
2.2. Campo visual: O campo visual normal é o espaço dentro do qual um objeto pode ser visto
enquanto o olho é fixado em determinado ponto. O campo visual representa o limite da visão periférica.
Técnica: O campo visual pode ser avaliado por meio do método de confrontação, onde oclui-se um
dos olhos do paciente e o olho contralateral do examinador. Em seguida, aproxima-se um objeto ou o dedo
do examinador aos poucos da periferia para o centro do campo visual entre o examinador e o paciente,
solicitando para o paciente que avise quando notar o objeto no seu campo visual ou simplesmente notar
se o objeto se move. A distância do objeto entre o examinador e o paciente deve ser igual, de modo que
o examinador usa o próprio campo visual como referência de normalidade. Deve-se realizar essa operação
49
nos setores: superior, inferior, interno e externo, em ambos os olhos.
2.3. Visão de cores - Tabela de Ishihara ou objetos coloridos. São apresentados cartões coloridos
ao paciente e o mesmo deve identificar as cores.
2.4. Exame do fundo de olho: É obrigatório em todo exame neurológico. O objetivo é observar a
maioria dos componentes da visão: a cor da papila (normalmente rosa-pálido, com a metade temporal
ligeiramente mais pálida que a nasal), as bordas do disco papilar (geralmente nítidas), vasos (observar
brilho, calibre e cruzamento; as artérias são de calibre menor, com aspecto mais brilhante e trajeto
retilíneo, as veias são mais calibrosas, de cor mais escura e de trajeto sinuoso) e o nervo óptico.
2.5. Reflexos fotomotor e consensual (serão abordados na semiotécnica dos nervos oculomotores,
trocleares e abducentes).
3. DISTÚRBIOS
a. Hemianopsias: Distúrbio de metade de campo visual as quais podem ser homônimas e
heterônimas, de acordo com o campo visual acometido.
- Hemianopsia homônima: quando a falha atinge o campo temporal de um lado e o campo nasal
contralateral. Ocorre quando há lesão em região retroquiasmática.
- Hemianopsia heterônimas: o defeito compromete ambos os campos temporais (bitemporais) ou
ambos os campos nasais (binasais). As bitemporais ocorrem principalmente em tumores de hipófise,
quando há acometimento das fibras nasais de cada retina.
b. Ambliopia: Diminuição da acuidade visual.
c. Amaurose: Abolição da acuidade visual.
d. Quadrantopsias: Acometimento de um quadrante do campo visual.
e. Escotomas patológicos:
Segundo a percepção:
- Escotomas positivos: São aqueles percebidos pelo paciente como manchas escuras ou figuras
geométricas e se projetam em negro sobre objetos fixados.
- Escotomas negativos: Podem não ser percebidos e se caracterizam somente pela ausência de
visão na sua projeção no espaço.
Segundo a origem:
- Central (por comprometimento da mácula)
- Cecal (alargamento da mancha cega)
- Cecocentral (quando o defeito se estende da mancha cega para a mácula).
- Periféricos podem determinar uma redução concêntrica da visão, configurando, às vezes, um
estrangulamento do campo visual (visão tubular).
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g. Acromatopsia: Cegueira para cores, é um distúrbio ligado ao X presente em cerca de 3 a 4%
dos homens.
III, IV e VI PARES CRANIANOS - NERVOS OCULOMOTOR, TROCLEAR E ABDUCENTE
A inervação da musculatura intrínseca e extrínseca ocular depende dos nervos oculomotor (III),
troclear (IV) e abducente (VI).
1. ANATOMOFISIOLOGIA
O NC III - oculomotor origina-se no mesencéfalo e conduz fibras motoras para os músculos
extraoculares (músculos reto medial, oblíquo inferior, retos superior e inferior e elevador da pálpebra),
além de fibras parassimpáticas para a pupila e o corpo ciliar. Sai do mesencéfalo na fossa interpeduncular,
passa entre as artérias cerebral posterior e cerebelar superior e segue ao longo da artéria comunicante
posterior. Posteriormente, atravessa o seio cavernoso e entra na fissura orbital superior, suprindo os
músculos extraoculares. Os nervos ciliares longos desviam-se bruscamente em direção ao gânglio ciliar,
do qual se originam ramos curtos que suprem a íris e o corpo ciliar.
O NC IV - troclear origina-se do núcleo do nervo troclear no nível do colículo inferior e segue um
trajeto posterior e circular até sua decussação e saída através do teto do mesencéfalo. O nervo espirala-
se ao redor do tronco encefálico, segue para frente, atravessa o seio cavernoso próximo do NC III,
atravessa a fissura orbital superior e entra na órbita para suprir o músculo oblíquo superior.
O NC VI - abducente inerva músculo reto lateral, seu núcleo está localizado na ponte, próximo ao
assoalho do IV ventrículo. Para atingir o músculo reto lateral, passa pelo seio cavernoso e penetra na
órbita pela fissura orbital superior.
2. SEMIOTÉCNICA
2.1. Inspeção:
● Pálpebras e fenda palpebral.
● Globos oculares e desvios.
● Pupilas: Tamanho, forma e igualdade (isocoria).
2.2. Movimentação:
● Inicia com avaliação da fixação do olhar. Um paciente normal é capaz de fixar continuamente o
olhar em um objeto, perto ou distante.
● Instrui-se o paciente a acompanhar um alvo mantido a cerca de 0,5 a 1,0 m, como uma caneta
ou o dedo do examinador. Deve-se movimentar o objeto de modo a testar a motilidade ocular nas direções
fundamentais: olhar central, lateral, medial, olhar para cima e para baixo ao olhar para qualquer um dos
lados, O alvo deve traçar lentamente uma grande letra “H” para o paciente acompanhar. Alguns
acrescentam olhar para cima e para baixo a partir do centro.
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2.3. Reflexos
● Fotomotor (pupila do olho analisado) e consensual (pupila do olho contralateral): Cada olho deve
ser testado separadamente. O examinador deve colocar uma barreira que impeça a passagem de luz para
o outro olho e pedir que o paciente fixe o olhar em um objeto distante, em seguida deve incidir a luz
obliquamente. As duas pupilas devem ser testadas, observando-se as respostas em ambas. A resposta da
pupila normal à luz é a constrição imediata seguida de ligeira dilatação de volta a um estado intermediário
(escape pupilar).
● Acomodação e Convergência: Instrui-se o paciente a olhar para longe, o que relaxa a
acomodação, e depois para algum objeto próximo. Observa-se a acomodação dos cristalinos, adução dos
olhos e contração pupilar.
3. DISTÚRBIOS
a. Exoftalmia, proptose: Protusão do bulbo do olho na órbita.
b. Enoftalmia: Retracão do bulbo do olho na órbita.
c. Ptose palpebral: Queda da pálpebra superior que pode cruzar a margem superior da pupila ou
cobrir parcial ou totalmente a pupila.
d. Retração palpebral: Se houver margem de esclera visível acima do limbo.
e. Anisocoria: Desigualdade do diâmetro pupilar.
f. Estrabismo: Ausência de paralelismo dos eixos visuais.
g. Diplopia: “Visão dupla”. Pode ser binocular, a confusão visual é eliminada ao se ocluir um olho.
A diplopia monocular persiste quando se usa apenas o olho afetado.
h. Nistagmo patológico: Movimentos oculares involuntários.
4. SÍNDROMES
a. Síndrome de Parinaud: Síndrome do mesencéfalo dorsal ou pré tectal, com transtorno do olhar
52
para cima, permanecendo o olhar para baixo e ausência de reação à luz. Entretanto, a miose na
convergência está preservada, há retração palpebral.
b. Oftalmoplegia internuclear: É um sinal neurológico que envolve o olhar conjugado horizontal,
caracterizado por prejuízo da adução do olho afetado e nistagmo horizontal em abdução do olho
contralateral, em decorrência da lesão do fascículo longitudinal medial.
c. Síndrome de Claude Bernard Horner: Ptose palpebral discreta (pseudo-ptose) moderada da
pálpebra superior, devido a paresia do músculo tarsal superior ou de Müller. A pupila apresenta uma miose
variável, que depende da localização, grau e cronicidade do déficit. A síndrome é considerada completa
quando esses sintomas estão associados à anidrose da hemiface ipsilateral, aumento da temperatura e à
hiperemia facial, devido a lesão do ramo simpático cervical do III nervo.
d. Síndrome de Adie: Caracteriza-se por pupilotonia, isto é, a pupila se dilata lentamente na
obscuridade e se contrai também lentamente durante exposição prolongada à luz. Além de abolição de
um ou mais reflexos profundos (geralmente patelares e aquileus).
V PAR CRANIANO - NERVO TRIGÊMEO
1. ANATOMOFISIOLOGIA
O nervo trigêmeo é o maior e um dos mais complexos nervos cranianos. Tem parte sensorial e
parte motora muito menor. A sensorial tem 3 divisões: nervo oftálmico, nervo maxilar e nervo mandibular.
Os núcleos motor e principal do nervo trigêmeo estão localizados na parte média da ponte. O trato espinal
e o núcleo espinal, que medeiam as sensações de dor e temperatura, estendem-se da ponte até a parte
cervical superior da medula espinal. A raiz mesencefálica recebe fibras proprioceptivas, portanto, as
estruturas do núcleo do nervo trigêmeo estendem-se da parte rostral do mesencéfalo até a parte rostral
da medula espinal. O componente sensorial inerva a face, os dentes, as cavidades oral e nasal, o couro
cabeludo posteriormente até o vértice, a dura-máter intracraniana e a vascularização cerebral e oferece
informações proprioceptivas para os músculos da mastigação. A parte motora inerva os músculos da
mastigação.
2. SEMIOTÉCNICA
2.1. Porção sensitiva:
Exame das sensibilidades tátil, térmica e dolorosa de cada hemiface e da mucosa nasal, gengival,
língua e porção interna das bochechas.
Técnica: É realizado usando um objeto pontiagudo, um chumaço de algodão ou um tubo de ensaio
com água quente e outro com água fria. Realiza-se os testes para cada uma das regiões de inervação dos
componentes do trigêmeo, sempre comparando de forma simétrica.
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2.3. Reflexos:
• Reflexo córneo palpebral: é provocado tocando-se levemente a córnea com um fiapo de algodão
ou lenço de papel. É usado para avaliar a função do NC V1. A resposta à estimulação da córnea é o piscar
dos olhos ipsilateral (reflexo direto) e contralateral (reflexo consensual).
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• Reflexo mentoniano: o examinador põe o dedo indicador ou o polegar sobre o meio do queixo do
paciente, mantendo a boca aberta aproximadamente a meio caminho com a mandíbula relaxada e, depois,
bate no dedo com o martelo de reflexo. A resposta é a contração com elevação da mandíbula.
• Reflexo esternutatório: A estimulação da mucosa nasal com algodão, um pedaço de lenço de
papel ou objetos semelhantes causa enrugamento do nariz, fechamento dos olhos e, muitas vezes, uma
expiração forçada semelhante a um espirro fraco, quando o nariz tenta se livrar do corpo estranho.
VII PAR CRANIANO - NERVO FACIAL
1. ANATOMOFISIOLOGIA
O nervo facial, ou sétimo nervo craniano, é um nervo com predominância motora que supre os
músculos da expressão facial e os músculos do couro cabeludo e da orelha, além de bucinador, platisma,
estapédio, estilo-hióideo e ventre posterior do digástrico. Além disso, conduz fibras secretoras
parassimpáticas para as glândulas salivares submandibulares e sublinguais, a glândula lacrimal e as
mucosas das cavidades oral e nasal. Apresenta algumas funções sensoriais, sendo que a mais importante
é mediar o paladar dos dois terços anteriores da língua. Também conduz a sensibilidade exteroceptiva do
tímpano e do meato acústico externo, a sensibilidade proprioceptiva dos músculos que inerva e a
sensibilidade visceral geral das glândulas salivares e da mucosa do nariz e da faringe. Anatomicamente,
a divisão motora do nervo é separada das partes sensorial e parassimpática. No trajeto de sua saída da
ponte até as arborizações terminais, dá origem a vários ramos importantes na seguinte ordem: nervo
petroso maior (superficial), nervo para o músculo estapédio e corda do tímpano.
2. SEMIOTÉCNICA
2.1. Inspeção:
Movimento passivo da face (mímica facial), observar simetria dos traços fisionômicos (fendas
palpebrais, sulcos nasogenianos, rugas frontais).
2.2. Movimentação ativa
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● Enrugar a testa
● Franzir o supercílio cerrar os olhos mostrar os dentes
● Sorrir, assobiar, protrusão dos lábios contrair o platisma (no pescoço)
2.3. Movimentação Ativa: orientar o paciente a cerrar as pálpebras e opondo-se resistência a este
movimento (força muscular)
2.4. Exame da gustação dos 2/3 anteriores da língua: são colocados sobre a língua algodões
embebidos em substâncias que apresentam os quatro gostos fundamentais: amargo, azedo, doce, salgado.
2.5. Reflexos axiais da face
● Orbicular dos lábios: A percussão do lábio superior ou da lateral do nariz causa contração dos
músculos que elevam o ângulo da boca. Se houver contração do músculo mentual, também há elevação e
protrusão do lábio inferior e enrugamento da pele do queixo. Exceto por resposta mínima, normalmente
não está presente após o primeiro ano de vida.
● Orbicular dos olhos: Percussão sobre a face externa da margem supraorbital, sobre a glabela
ou ao redor da margem orbital; às vezes é provocado pela percussão da fronte na linha de implantação do
cabelo. Causa piscadela bilateral dos olhos.
4. DISTÚRBIOS
c. CONDUÇÃO ÓSSEA:
● Prova de Weber: diapasão sobre o vértice craniano
● Prova de Rinne: diapasão na apófise mastóide do paciente. Quando este parar de ouvir, coloca-
se o diapasão ao lado do pavilhão auditivo e pergunta se voltou a ouvir. O tempo de condução aérea é 2
vezes o tempo da condução óssea.
Prova de Rinne
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Prova de Rinne
Rinne + ou normal Ouve após a retirada da mastoide Ca é 2x a Co.
Rinne - Não voltou a ouvir (perda auditiva condutiva)
Rinne + encurtado Condução aérea e óssea comprometidas, mas proporção mantida (surdez
neurosensorial)
* Estas provas permitem o diagnóstico diferencial entre surdez de condução (lesões do ouvido externo e
médio) e de percepção ( lesões da cóclea ou do nervo auditivo).
● Prova de Schwabach: comparação do tempo da condução óssea entre examinador e o examinado.
3. DISTÚRBIOS
a. Paresia do músculo esternocleidomastoideo: a cabeça pode estar girada na direção oposta à
dos membros enfraquecidos, indicando fraqueza do músculo ipsilateral à lesão, com rotação da cabeça
em direção à lesão pelo lado preservado.
b. Lesões extrapiramidais: Também podem acometer o esternocleidomastoideo e o trapézio,
causando rigidez, acinesia ou hipercinesia.
4. SÍNDROMES
a. Síndrome da cabeça caída: A fraqueza acentuada dos extensores do pescoço causa
incapacidade de manter a cabeça levantada.
2.3. Força
● Pode-se testar a força motora ao instruir o paciente a pressionar a ponta da língua contra cada
bochecha enquanto o examinador tenta movê-la com a pressão do dedo.
3. DISTÚRBIOS
a. Glossoplegia: A atrofia pode ser tão intensa que não é possível protrair a língua, e esta fica inerte
no assoalho da boca.
b. Fasciculações: A atrofia pode ser acompanhada de fasciculações, sobretudo em doença dos
neurônios motores.
c. Síndromes extrapiramidais: Os tremores grosseiros da língua podem ocorrer no parkinsonismo,
no alcoolismo e na paresia geral; pode haver tremor fino na tireotoxicose.
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EXAME PSÍQUICO E DO ESTADO MENTAL
Vitor Ferreira Baia, Armando da Silva Rosa, Mariangela Moreno Domingues, Emanuel de Jesus Soares De Sousa
Um primeiro passo importante para a compreensão do exame psíquico e do estado mental é
relembrar a divisão funcional do córtex cerebral e suas áreas de maior importância.
O córtex cerebral pode ser dividido em:
• Áreas de projeção: recebem ou dão origem às fibras sensitivas ou motoras, portanto
representam o córtex motor e sensitivo. São também chamadas de áreas primárias
• Áreas de associação: correspondem às áreas que não são de projeção, sendo responsável pelo
processamento de informações. Podem ser chamadas de áreas secundárias e terciárias. As áreas
secundárias estão diretamente ligadas a uma área primária (são unimodais) – motora ou sensitiva - (ex,
córtex visual secundário ou área motora suplementar). Já as áreas terciárias não estão diretamente
ligadas às áreas motoras ou sensitivas (são supramodais), sendo responsáveis pelas atividades psíquicas
superiores (pensamento, memória, processos simbólicos, tomada de decisões, percepção e ação
direcionada e planejamento de ações futuras etc.).
Para fixar esses conceitos, segue um exemplo:
“Imagine que você acabou de ganhar um carro de brinquedo. Você, de olhos fechados, sente ele
em suas mãos. A área de projeção é a área somestésica primária S1 (córtex pós frontal), a qual é
responsável pela identificação das características do objeto. A avaliação dessas características em si não
permite a identificação do objeto, que é realizada pela área de associação somestésica secundária S2
(identificação de quatro rodas, janelas, sensação de plástico etc.). A área de associação terciária será
responsável por associar a figura do carro de brinquedo as memórias, as possibilidades de brincadeiras,
ao planejamento de brincar com os amigos etc.” As funções do córtex de associação terciário são
avaliadas no exame psíquico/estado mental.
Tabela com o resumo das áreas cerebrais:
1.3. MEMÓRIA
É importante lembrar que existe mais de um tipo de memória e, cada uma, apresenta uma forma de
avaliação.
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• Memória imediata (operacional) – pode ser avaliada por meio de uma memorização de uma
sequência de número ou palavras simples. É sempre importante pedir que o paciente guarde a informação,
para a avaliação da memória de curto prazo.
• Memória recente (de curto prazo) – avaliada após 5 minutos da realização do teste de memória
imediata. Solicita-se que o paciente repita a lista de palavras ou números memorizados anteriormente.
• Memória remota (de longo prazo) – reflete o acervo de informações do paciente. Representa
informações acerca de fatos escolares (capitais dos estados, presidentes importantes), informações atuais
importantes (representantes públicos atuais), data de nascimento dos filhos e informações pessoais.
É importante ressaltar a diferença entre retenção e recuperação de informações. Pacientes capazes
de recordar informações com pistas ou capazes de encontrá-los em uma lista conseguem reter as
informações, mas não recuperá-las. Quando não há essa recordação, o problema está na retenção.
Pacientes com processos iniciais de demência podem ter apenas uma falha da recuperação.
1.4. TAREFAS CONSTRUCIONAIS
Representa as habilidades visuoespaciais. Entre as alterações existentes, as principais sãos as
agnosias e as apraxias.
• Agnosias – é a perda ou redução da capacidade de reconhecer o significado de um estímulo
sensorial, embora este tenha sido percebido. Geralmente são específica para determinada modalidade
sensorial: agnosia tátil/estereoagnosia (incapacidade de reconhecer objetos pelo tato); agnosia visual
(incapacidade de reconhecimento visual, com a visão preservada) e agnosia auditiva (não reconhecimento
de sons).
• Apraxias – é a incapacidade de executar um ato motor complexo quando solicitado (perda da
habilidade), sem a presença de déficit motor. Existem muitos tipos de apraxia. As mais frequentes são as
apraxias ideomotoras, bucofaciais, de construção e do vestir.
A presença dessas alterações representa dano em áreas de associação cortical.
1.5. CÁLCULOS
A habilidade de fazer cálculo depende muito da escolaridade da pessoa. Deve-se solicitar a
realização de cálculos simples de dificuldade moderada (25+14) ou solicitar que faça multiplicação por 2
até errar.
A discalculia é característica de lesões do lobo parietal dominante, sobretudo do giro angular, em
pacientes com bom nível escolar.
1.6. RACIOCÍNIO ABSTRATO
Consiste em pedir que o paciente descreva semelhanças entre objetos (carro e avião; balão e bola),
realizar analogias e interpretar provérbios.
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O comprometimento da abstração ocorre em muitos distúrbios, porém é mais comum nos distúrbios
do lobo frontal.
2. SISTEMATIZAÇÃO DA AVALIAÇÃO DO ESTADO MENTAL
Existem muitos instrumentos que sistematizam a avaliação do estado mental e do psiquismo. Os
mais utilizados são: o Mini Exame do Estado Mental e o Montreal Cognitive Assessment (MoCA).
2.2. MoCA
É um instrumento de rastreio cognitivo mais sensível que o Mini Exame do Estado Mental aos
estádios mais precoces de declínio, nomeadamente ao Déficit Cognitivo Leve (DCL), que frequentemente
progride para Demência.
70
71
REFERÊNCIAS:
BERTOLUCCI, PHF; SARMENTO, ALR; WAJMAN, JR. P4-062: Brazilian portuguese version for the montreal
cognitive assessment (moca) and the preliminary results. Alzheimer'S & Dementia, [S.L.], v. 4, n. 1, p. 686-
686, jul. 2008. Wiley. http://dx.doi.org/10.1016/j.jalz.2008.05.2127.
BERTOLUCCI PHF et al. O Mini-Exame do Estado Mental em uma população geral: impacto da
escolaridade. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, 1994, 52(1):1-7.
BRUCKI SMD et al. Sugestões para o uso do Mini-Exame do Estado Mental no Brasil. Arquivos de Neuro-
Psiquiatria, 2003, 61(3):777-781 B.
CAMPBELL, W. W. DeJong - O Exame Neurológico. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
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