Apostila Enem 2024

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ENEM: EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO

LÍNGUA PORTUGUESA E SUAS LITERATURAS

Guilherme Nascimento

RE-VISE

(ORGS.)
Copyright © 2024
por Guilherme do Nascimento Cunha; RE-VISE.

Impresso no Brasil

Nascimento, Guilherme
RE-VISE

ENEM: EXAME NACIONAL DO ENSINO


MÉDIO - LÍNGUA PORTUGUESA E SUAS
LITERATURAS/ Guilherme Nascimento; RE-
VISE– Brasil : MG 2022

173 p. : il

Título original: ENEM: EXAME NACIONAL DO


ENSINO MÉDIO - LÍNGUA PORTUGUESA E
SUAS LITERATURAS
1º Edição

Índices para catálogo sistemático:


1. ENEM – Conhecimentos/Língua Portuguesa
2024
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
São João del-Rei , Minas Gerais, Brasil
Abril de 2024

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, armazenada em um
sistema de recuperação ou transmitida, de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico, mecânico,
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9.610/98. Qualquer pessoa ou pessoas que pratiquem qualquer ato não autorizado em relação a esta publicação
podem ser responsáveis por processos criminais e reclamações cíveis por danos.
Nota dos autores: Este material busca abordar as principais teorias da área de Língua
Portuguesa e suas Literaturas, presentes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Visando
preparar vocês o melhor possível para a prova, passaremos de forma detalhada por cada
conteúdo. Esperamos que esse material possa ajudar de alguma maneira cada um de vocês.
Bons estudos!
Conhecendo as competências ENEM: saiba como se preparar para o exame

Quais são as cinco Competências ENEM?

A correção das redações do Enem é feita com um modelo padronizado de critérios. Ou seja,
tirar a nota máxima não é sorte, é capacidade de fazer um texto que se enquadre no que é
pedido.
Por isso, para que você compreenda como a sua redação será avaliada e saiba o que fazer na
hora da prova para atingir esse objetivo, confira detalhadamente quais são as competências
cobradas na redação do Enem. Lembre-se que um bom texto é aquele que cumpre a sua função
ao mesmo tempo em que se encaixa nessas 5 competências, disponíveis no Manual de Redação
do Enem.

Competência 1 - Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa;

Competência 2 - Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de


conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-
argumentativo em prosa;

Competência 3 - Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e


argumentos em defesa de um ponto de vista;

Competência 4 - Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a


construção da argumentação;

Competência 5 - Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os


direitos humanos.

É importante lembrar que cada competência é avaliada gerando uma pontuação entre 0 e 200
pontos, sendo dividida em 6 níveis diferentes de adequação. Ou seja, o aluno pode tirar 200,
160, 120, 80, 40 ou 0 pontos. Cada um desses níveis tem características pré-definidas para evitar
que as opiniões pessoais do examinador interfiram na nota do estudante.

Competência 1
A competência 1 diz que o candidato deve demonstrar domínio da norma padrão da língua
escrita, ou seja, é preciso ter consciência da distinção entre as modalidades escrita e oral, bem
como entre os registros formal e informal. Na redação do Enem, é pedido ao aluno que escreva
na norma culta. Isso significa que deve ser usada a linguagem ensinada nas escolas e presentes
em provas, documentos e trabalhos escolares.

É fundamental que seu texto seja claro, objetivo e direto. Procure empregar um vocabulário
variado e preciso, não o mesmo utilizado quando você conversa com amigos. Isso não significa
que você tenha que usar palavras que não conhece, usar mesóclise ou forçar uma escrita
“difícil”. Apenas não use expressões casuais ou gírias e tome cuidado com erros de português.
Ao estudar para o ENEM, você pode direcionar seu treino para usar ao máximo suas habilidades
com a língua portuguesa, mas não há necessidade de exagerar.

A competência 1 é dividida em seis níveis de desempenho com pontuações diferentes, entenda


os níveis e suas definições:

Nível de desempenho 1

O participante demonstra excelente domínio da norma padrão, apresentando pouquíssimos ou


nenhum desvio gramatical leve e de convenções da escrita. Se o mesmo desvio não acontece
em várias partes do texto, isso revela que as exigências da norma padrão foram incorporadas
aos hábitos dos estudantes e os erros foram eventuais. A ausência de concordância verbal exclui
a redação desse nível.

Pontuação do nível: 200 pontos.

Nível de desempenho 2

O participante demonstra bom domínio da norma padrão, apresentando poucos desvios


gramaticais leves e de convenções da escrita. Como o mesmo erro não ocorre em diversas partes
do texto os corretores entendem que as exigências da norma padrão foram incorporadas aos
hábitos linguísticos do candidato e os desvios foram eventuais. A ausência de concordância
verbal ou nominal em mais de uma situação no texto pode prejudicar a redação. O participante
que realizar poucos desvios, considerados leves ou graves pode receber a pontuação desse nível
de desempenho.
Pontuação do nível: 160 pontos.

Nível de desempenho 3

O participante demonstra domínio adequado da norma padrão, apresentando alguns desvios


gramaticais graves e de convenções da escrita. Caso o participante apresente muitos desvios
leves também poderá ser enquadrado nesse nível de desempenho. Se os desvios ocorrem em
várias partes do texto acabam por revelar que alguns dos aspectos da norma padrão ainda não
foram incorporados aos hábitos do candidato. A ausência de concordância verbal e nominal não
impede a redação de receber a pontuação desse nível, desde que não configurem falta de
domínio absoluto da norma padrão. Alguns desvios graves ou gravíssimos ou, ainda, muitos
desvios leves podem acarretar na pontuação do nível de desempenho 3.

Pontuação do nível: 120 pontos.

Nível de desempenho 4

O participante demonstra domínio mediano da norma padrão, ou seja, apresenta grande


quantidade de desvios gramaticais e de convenções da escrita graves ou gravíssimos. Além
disso, o texto apresenta ainda marcas de oralidade. Se os desvios graves ocorrem em diversas
partes da redação os corretores assumem que muitos aspectos importantes da norma padrão
ainda não foram incorporados aos hábitos linguísticos do estudante. O candidato que realizar
muitos desvios graves ou gravíssimos sem apresentar desestruturação sintática em excesso
receberá essa pontuação.

Pontuação do nível: 80 pontos.

Nível de desempenho 5

O candidato apresenta domínio insuficiente da norma padrão, com desvios gramaticais e de


convenções da escrita de forma grave e frequente. A redação apresenta ainda gírias e marca de
oralidade. Caso os erros graves aconteçam de forma sistemática no texto fica claro que muitos
aspectos importantes da norma padrão não foram incorporados aos hábitos linguísticos do
participante. O estudante que cometer muitos desvios gravíssimos de maneira sistemática além
de desestruturação sintática em excesso recebe a pontuação desse nível.
Pontuação do nível: 40 pontos.

Nível de desempenho 6

O candidato que apresente desconhecimento total da norma padrão, da escolha de registros e


de convenções da escrita é enquadrado no nível de desempenho 6.

Pontuação do nível: 0 pontos.

Competência 2

A segunda competência avaliada no Enem exige do candidato a compreensão da proposta de


redação e a aplicação do seu conhecimento em várias áreas, com intuito de desenvolver o tema
dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo. O que o estudante precisa
fazer para alcançar a nota máxima nesse quesito é elaborar um texto que apresente claramente
a tese a ser defendida, assim como os argumentos que justifiquem a posição assumida por você
em relação à temática levantada pela proposta de redação. É nesse momento que a leitura torna-
se um grande diferencial para o aluno, constituindo uma bagagem rica de aprendizado que aluno
trás de sua trajetória escolar. Por isso, é fundamental que você dedique um tempo à leitura
durante sua rotina ao estudar para o ENEM.

Nível de desempenho 1

O participante desenvolve muito bem o tema proposto, explorando os principais aspectos. A


argumentação é consistente e revela excelente domínio do tipo textual dissertativo-
argumentativo. Essas características mostram que o texto está estruturado de maneira a deixar
claro o ponto de vista do autor, disposto em apresentação da tese, argumentos e conclusão. É
importante, também, que os argumentos não fiquem restritos à reprodução das ideias contidas
na coletânea ou nas questões de senso comum.

Pontuação do nível: 200 pontos.

Nível de desempenho 2

O candidato desenvolve bem o tema proposto, mas acaba por não explorar os seus principais
aspectos. A argumentação desenvolvida é consistente e o participante apresenta bom domínio
do tipo textual, mas não apresenta argumentos bem desenvolvidos. Esses argumentos, apesar
de mal desenvolvidos, não ficam restritos à reprodução das ideias contidas na coletânea e nem
no senso comum.

Pontuação do nível: 160 pontos.

Nível de desempenho 3

O tema proposto é desenvolvido de maneira adequada, mas apresenta abordagem superficial,


que discute outras questões relacionadas. A argumentação é previsível e o candidato apresenta
o domínio adequado do tipo textual. No entanto, a tese não é apresentada de maneira explícita
e a redação detém-se mais no caráter dissertativo do que no aspecto argumentativo. O
desenvolvimento do tema reproduz ideias do senso comum.

Pontuação do nível: 120 pontos.

Nível de desempenho 4

O candidato desenvolve o tema de forma mediana, apresentando, inclusive, tendência ao


tangenciamento, com uma argumentação previsível, que surge a partir do senso comum ou de
cópias dos textos oferecidos na coletânea. Apresenta domínio precário do tipo textual, com
argumentação falha ou texto apenas dissertativo.

Pontuação do nível: 80 pontos.

Nível de desempenho 5

O estudante desenvolve o tema de maneira tangencial, detendo-se em temas vinculados ao


mesmo assunto, o que revela má interpretação do tema proposto. O texto apresenta inadequação
ao tipo textual, com repetição de ideias e ausência de argumentação. Pode acontecer, ainda, a
elaboração de um texto de base narrativa, com pequenos resquícios dissertativos.

Pontuação do nível: 40 pontos.

Nível de desempenho 6

O texto desenvolvido pelo candidato não contempla a proposta de redação. O tema


desenvolvido é outro ou a estrutura textual não é dissertativa-argumentativa.
Pontuação do nível: 0 pontos.

Competência 3

A competência de número 3 pede que o aluno seja capaz de selecionar, organizar e interpretar
informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista, mas como fazer
isso? Para que a sua redação atenda aos requisitos estipulados dentro desta competência, é
necessário que você construa um texto que apresente de maneira clara a ideia a ser defendida.
Além disso, acrescente argumentos para justificar a posição assumida por você com relação à
temática proposta. Mas não é só isso. Essa competência avalia as ideias que você escolhe e
como elas são apresentadas. Isso inclui o julgamento da veracidade dos seus argumentos e da
qualidade da sua linha de pensamento. Idealmente, cada parágrafo apresenta uma nova ideia,
que naturalmente leva à conclusão presente no último parágrafo e são todas baseadas no mundo
real. Isso é o necessário para tirar 200 nessa competência. Para receber uma boa avaliação, é
preciso que as ideias desenvolvidas no texto correspondam aos conhecimentos de mundo
relacionados com o tema. A competência de número 3 trata da inteligibilidade do texto do
candidato, ou seja, da coerência e da possibilidade de que seu texto seja entendido pelo leitor.
No entanto, isso deve ser feito sem deixar de considerar o seu conhecimento de mundo.

Nível de desempenho 1

O participante desenvolve muito bem o tema proposto, explorando os principais aspectos. A


argumentação é consistente e revela excelente domínio do tipo textual dissertativo-
argumentativo. Essas características mostram que o texto está estruturado de maneira a deixar
claro o ponto de vista do autor, disposto em apresentação da tese, argumentos e conclusão. É
importante, também, que os argumentos não fiquem restritos à reprodução das ideias contidas
na coletânea ou nas questões de senso comum.

Pontuação do nível: 200 pontos.

Nível de desempenho 2

O participante seleciona, organiza e relaciona informações, fatos, opiniões e argumentos


pertinentes ao tema proposto de forma consistente, o que configura autoria. Ele é capaz de
explicitar a tese e selecionar argumentos capazes de comprová-la, além de elaborar uma
conclusão ou proposta que mantenha a coerência com a opinião defendida durante o
desenvolvimento do texto.

Pontuação do nível:160 pontos.

Nível de desempenho 3

O candidato seleciona, organiza e relaciona as informações, fatos opiniões e argumentos de


maneira pertinente, mas de maneira pouco consistente em defesa do seu ponto de vista. As
informações são fornecidas de maneira aleatória e desconectadas entre si, embora se relacionem
com o tema. O texto possui pouca articulação entre os argumentos, que não são convincentes o
suficiente para defender a opinião do autor.

Pontuação do nível:120 pontos.

Nível de desempenho 4

O participante apresenta informações, fatos e opiniões pouco articulados ou mesmo


contraditórios, por mais que sejam pertinentes ao tema proposto. Além disso, pode receber essa
pontuação o texto que se limitar a reproduzir argumentos contrastantes na proposta de redação,
em defesa de um ponto de vista.

Pontuação do nível:80 pontos.

Nível de desempenho 5

O candidato não defende ponto de vista nenhum, ou seja, não apresenta opinião a respeito do
tema proposto. Informações, fatos, opiniões e argumentos estão pouco relacionados ao tema
proposto e também se relacionam pouco entre si. Em outras palavras, os argumentos oferecidos
nesse texto não se articulam de forma coerente.

Pontuação do nível: 40 pontos.

Nível de desempenho 6

As informações apresentadas pelo candidato, bem como os fatos, opiniões e argumentos, são
incoerentes ou não apresentam nenhum ponto de vista.
Pontuação do nível: 0 pontos.

Competência 4

A competência de número 4 exige uma demonstração de conhecimento dos mecanismos


linguísticos necessários à construção da argumentação, ou seja, espera que você forneça uma
estruturação lógica e formal entre as partes do texto. Para atingir este objetivo, é necessário que
você, durante a elaboração de sua redação, tenha em mente que seu texto será o resultado da
combinação de um conjunto de ideias associadas em torno de uma ideia principal a ser
defendida: a tese. Construir um texto dessa maneira só será possível se você utilizar inúmeros
recursos linguísticos que garantem relações de continuidade, essenciais à elaboração de um
texto coeso. Um texto que atenda aos requisitos da competência número 4 precisa, basicamente,
de um bom encadeamento de ideias empregando conjunções e preposições. Você precisará
estruturar bem os parágrafos e períodos, adicionando sempre algumas referências. Dessa
maneira o seu texto terá uma sequência lógica e compreensível. Trata-se da única categoria
diretamente ligada ao texto argumentativo-dissertativo. Nela, o objetivo é avaliar se o aluno
sabe desenvolver essa modalidade de texto. Aqui também é avaliada a capacidade do estudante
de articular bem as suas ideias e de fazer um argumento convincente, o que deve ser treinado
ao estudar para o ENEM.

Nível de desempenho 1

O participante demonstra pleno domínio dos recursos coesivos, articulando as partes do texto
sem apresentar inadequações na utilização desses recursos. Uma redação que se enquadre neste
nível de desempenho pode conter eventuais desvios de menor gravidade, como o emprego
equivocado do conector; emprego do pronome relativo sem a preposição, quando obrigatória;
repetição ou substituição inadequada de palavras sem se valer dos recursos oferecidos pela
língua. No entanto, o mesmo erro não poderá se repetir. Frases fragmentadas que comprometam
a estrutura lógico-gramatical; sequência justaposta de ideias sem encaixamentos sintáticos;
ausência de paragrafação e frases apenas com orações subordinadas sem oração principal
eliminam a sua redação deste nível.

Pontuação do nível: 200 pontos.

Nível de desempenho 2
O candidato recebe essa pontuação ao demonstrar domínio dos recursos coesivos, por meio de
partes do texto bem articuladas, com poucas inadequações no uso dos recursos coesivos. A
redação desse nível pode conter pequenos desvios de menor gravidade, como o emprego
equivocado do conector; o emprego do pronome relativo sem a preposição, quando obrigatória;
a repetição desnecessária de palavras ou substituição inadequada sem se valer dos recursos de
substituição oferecidos pela língua. Frases fragmentadas que comprometam a estrutura lógico-
gramatical; sequência justaposta de ideias sem encaixamentos sintáticos; ausência de
paragrafação e frases apenas com orações subordinadas, sem oração principal eliminam a sua
redação deste nível.

Pontuação do nível: 160 pontos.

Nível de desempenho 3

O estudante que alcança a nota reservada para o nível de desempenho 4 demonstra domínio
regular dos recursos coesivos. Esse participante articula as partes do texto, mas apresenta
algumas inadequações na utilização dos recursos coesivos. A redação enquadrada neste nível
pode apresentar desvios eventuais como frases fragmentadas que comprometam a estrutura
lógico-gramatical; sequência justaposta de ideias sem encaixamentos sintáticos; ausência de
paragrafação e frases apenas com orações subordinadas, sem oração principal. Além disso, o
texto apresenta ainda desvios de menor gravidade, como emprego equivocado do conector;
emprego do pronome relativo sem a preposição, quando obrigatória; repetição desnecessária de
palavras ou substituição inadequada sem se valer dos recursos de substituição oferecidos pela
língua.

Pontuação do nível: 120 pontos.

Nível de desempenho 4

A redação enquadrada neste nível demonstra pouco domínio dos recursos coesivos. O
participante articula as partes do texto com muitas inadequações na utilização desses recursos.
É possível detectar desvios eventuais como frases fragmentadas que comprometam a estrutura
lógico-gramatical; sequência justaposta de ideias sem encaixamentos sintáticos; ausência de
paragrafação e frases apenas com orações subordinadas, sem oração principal. Ainda são
comuns a existência de desvios leves como emprego equivocado do conector; emprego do
pronome relativo sem a preposição, quando obrigatória; repetição desnecessária de palavras ou
substituição inadequada sem se valer dos recursos de substituição oferecidos pela língua.

Pontuação do nível: 80 pontos.

Nível de desempenho 5

O candidato não articula as partes do texto, ou faz isso de maneira precária e/ou inadequada,
apresentando desvios graves e frequentes de coesão textual. Para ser enquadrada neste nível a
redação deve apresentar sérios problemas na articulação das ideias e na utilização dos recursos
coesivos, com frases fragmentadas; frases sem oração principal; períodos muito longos sem o
emprego dos conectores adequados; repetição desnecessária de palavras e falta de elementos
que se refiram a termos que apareceram anteriormente no texto.

Pontuação do nível: 40 pontos.

Nível de desempenho 6

Para ser enquadrado no pior nível de desempenho da competência, o texto do participante deve
apresentar informações desconexas e que não se configuram como texto.

Pontuação do nível: 0 pontos.

Competência 5

A competência número 5 exige do candidato elaborar uma proposta de intervenção para o


problema abordado, respeitando os direitos humanos. Isso significa que mais que defender um
ponto de vista, o estudante precisa fornecer também um problema para a tese que ele está
abordando. Por isso a sua redação deve, além de apresentar uma tese apoiada em argumentos
consistentes, oferecer também uma proposta de intervenção na vida social. Essa solução deve
contemplar cada um dos pontos abordados na argumentação de maneira detalhada e, mais que
isso, refletir os seus conhecimentos de mundo e a sua coerência. Lembre-se de que é necessário
que a proposta respeite os direitos humanos, ou seja, ela não deve romper com valores como
cidadania, liberdade, solidariedade e diversidade cultural. A ideia da proposta de intervenção é
sugerir um caminho, sendo este realizável, plausível e simples, ou seja, o que se busca é uma
solução realista para o problema. Sempre vale lembrar que desrespeitar os direitos humanos na
sua proposta de intervenção pode zerar a sua redação inteira, então evite soluções que envolvem
violência ou qualquer tipo de desrespeito à vida. Uma boa proposta de intervenção já vale 200
pontos na nota da sua redação. Por isso, vale a pena investir o tempo necessário para garantir
que ela seja boa. Tenha em mente que ninguém espera que com tempo limitado e 30 linhas,
você resolva todos os problemas do mundo.

Nível de desempenho 1

O candidato elabora uma proposta de intervenção clara e inovadora, que se relacione bem com
a tese e que esteja bem articulada com a discussão desenvolvida no texto. Os meios para realizar
a proposta ficam explícitos.

Pontuação do nível: 200 pontos.

Nível de desempenho 2

O participante elabora uma proposta de intervenção clara, que se relacione bem com a tese
desenvolvida e que esteja bem articulada com a discussão desenvolvida no texto. Os meios para
colocar a proposta em prática também ficam explícitos.

Pontuação do nível: 160 pontos.

Nível de desempenho 3

O estudante que alcança o nível de desempenho 5 elabora uma proposta de intervenção


relacionada ao tema, porém, pouco articulada à discussão que foi desenvolvida no texto.

Pontuação do nível:120 pontos.

Nível de desempenho 4

A proposta de solução enquadrada no nível de desempenho 4 é relacionada ao tema de maneira


precária e não articulada com a discussão desenvolvida no texto. Ainda podem ser pontuadas
dessa maneira as redações que apresentarem desenvolvimento precário dos meios para realizar
a solução proposta.

Pontuação do nível: 80 pontos.

Nível de desempenho 5
O participante elabora uma proposta de intervenção tangencial ao tema, ou que esteja
subentendida no desenvolvimento da argumentação.

Pontuação do nível:40 pontos.

Nível de desempenho 6

Para alcançar a menor pontuação possível na competência, ou seja, 0 pontos, o candidato não
apresenta proposta de intervenção nenhuma.

Pontuação do nível: 0 pontos.

Por que existe a prova de redação?

Com o treino, muitos alunos conseguem desenvolver essa habilidade e escrever bons textos,
mas afinal o que é avaliado em uma redação e por que ela existe nos vestibulares? O primeiro
ponto importante é que não se avalia a redação como as outras disciplinas técnicas. Não há
exercícios com respostas comprovadas, de múltipla escolha ou matérias e mais matérias para
resumir. A redação existe para avaliar o que as outras matérias não conseguem. É a partir dela
que os corretores analisam a competência de formular uma resposta sustentável para o que
proposto pelo tema da redação, a partir da elaboração de argumentos que culminam em uma
conclusão lógica. Manter-se informado por meio de jornais, revistas e livros é fundamental para
uma boa escrita e aumento de repertório cultural. Além disso, a prática é que vai te dar a
agilidade e melhorar a sua habilidade de escrita e argumentação. Por isso, a dica de ouro para
quem está começando a estudar para o ENEM e quer ir bem na prova de redação é praticar
muito! Redija o máximo de redações que puder, mantenha um ritmo de treino e o bom resultado
estará cada vez mais próximo!

Conclusão

Se é esse é o seu primeiro ano prestando o ENEM, pode parecer muita informação para você
ter em mente ao elaborar sua redação. Por isso, destacamos que o diferencial entre o candidato
bem preparado e aquele que ainda não descobriu como estudar para o ENEM é o tempo de
treino e a técnica. Conhecer as competências ENEM certamente cumpre um papel no seu
preparo, mas você deve estar atento para não incorrer em erros bobos, especialmente aqueles
erros que já são notórios por significar o grau zero para o candidato.
Vamos começar?

LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS: LÍNGUA PORTUGUESA E


LITERATURA

Como estudar o Português ENEM?

Um dos grandes segredos para estudar Linguagens é ter muita atenção ao que você está lendo.
Não dá tempo de ler o mesmo enunciado várias vezes. Então já comece praticando a leitura
focada e atenta para na hora da prova estar com olho afiado. Abaixo segue algumas dicas para
você turbinar o seu aprendizado e a sua leitura:

1. Foque em destrinchar o enunciado

As questões da prova de Português do ENEM são enormes. Para que você não se perca no meio
de tanto texto, é muito importante sublinhar os comandos do enunciado. Assim, fica mais fácil
ir direto ao ponto quando você for analisar as alternativas.

2. Encontre o conteúdo da questão

O Português do ENEM não é só interpretação de texto, lembra? Um comportamento muito


comum da banca do exame é esconder o conteúdo teórico no meio do enunciado. É um tipo de
pegadinha que só os candidatos atentos conseguem captar. Por isso, procure identificar o que o
enunciado espera de você logo na primeira leitura.

3. Elimine as opções absurdas

Cada questão do ENEM tem cinco alternativas de resposta. Sempre uma delas é “absurda”. Ou
seja, já de cara você sabe que aquela não é a resposta correta. Ao fazer uma questão, elimine
essas alternativas. O ideal é que o candidato fique em dúvida apenas entre dois itens. Estar
ligado nesse detalhe é muito importante. Dar bobeira e marcar uma alternativa nada a ver com
a questão conta pontos na sua média geral do exame. Por isso, atenção redobrada!

4. Qual é a intenção do texto?

Ao ler uma questão, veja qual o propósito do enunciado. Aquele texto pretende vender um
produto? A intenção é informar ou sensibilizar o leitor? Essas nuances são pistas para que o
candidato reconheça que público-alvo o emissor da mensagem pretende alcançar. Quando você
consegue descobrir o intuito, já é meio caminho andado para chegar à alternativa correta.

Vamos aprender um pouco?

Vamos começar com alguns conteúdos básicos. Segue abaixo, uma explicação e um resumo de
cada um deles.

Substantivo e Artigo

O que é Substantivo?

Substantivo é uma classe de palavras que nomeia seres, objetos, fenômenos, lugares,
qualidades, ações, dentre outros. Eles podem ser flexionados em gênero (masculino e
feminino), número (singular e plural) e grau (aumentativo e diminutivo).

Tipos de Substantivos

Os substantivos são classificados em nove tipos: comum, próprio, simples, composto, concreto,
abstrato, primitivo, derivado e coletivo.

1. Substantivo Comum

Os substantivos comuns são as palavras que designam os seres da mesma espécie de forma
genérica:

Exemplos: pessoa, gente, país.

Veja também: Substantivo Comum

2. Substantivo Próprio

Os substantivos próprios, grafados em letra maiúscula, são palavras que particularizam seres,
entidades, países, cidades, estados da mesma espécie.

Exemplos: Brasil, São Paulo, Maria.

Veja também: Substantivo Próprio


3. Substantivo Simples

Os substantivos simples são formados por apenas uma palavra.

Exemplos: casa, carro, camiseta.

Veja também: Substantivo Simples

4. Substantivo Composto

Os substantivos compostos são formados por mais de uma palavra.

Exemplos: guarda-chuva, guarda-roupa, beija-flor.

Veja também: Substantivo Composto

5. Substantivo Concreto

Os substantivos concretos designa as palavras reais, concretas, sejam elas pessoas, objetos,
animais ou lugares.

Exemplos: menina, homem, cachorro.

Veja também: Substantivo Concreto

6. Substantivo Abstrato

Os substantivos abstratos são aqueles relacionados aos sentimentos, estados, qualidades e


ações.

Exemplos: beleza, alegria, bondade.

Veja também: Substantivo Abstrato

7. Substantivo Primitivo

Os substantivos primitivos, como o próprio nome indica, são aqueles que não derivam de outras
palavras.
Exemplos: casa, folha, chuva.

Veja também: Substantivo Primitivo

8. Substantivo Derivado

Os substantivos derivados são aquelas palavras que derivam de outras.

Exemplos: casarão (derivado de casa), folhagem (derivado de folha), chuvarada (derivado de


chuva).

Veja também: Substantivo Derivado

9. Substantivo Coletivo

Os substantivos coletivos são aqueles que se referem a um conjunto de seres.

Exemplos: flora (conjunto de flores), álbum (conjunto de fotos), colmeia (conjunto de abelhas).

Veja também: Substantivos Coletivos

Gênero dos Substantivos

De acordo com o gênero (feminino e masculino) das palavras substantivas, elas são
classificadas em:

➢ Substantivos Biformes: apresentam duas formas, ou seja, uma para o masculino e outra
para o feminino, por exemplo: professor e professora; amigo e amiga.
➢ Substantivos Uniformes: somente um termo especifica os dois gêneros (masculino e
feminino), sendo classificados em:

✓ Epicenos: palavra que apresenta somente um gênero e refere-se aos animais, por
exemplo: foca (macho ou fêmea).
✓ Sobrecomum: palavra que apresenta somente um gênero e refere-se às pessoas,
por exemplo: criança (masculino e feminino).
✓ Comum de dois gêneros: termo que se refere aos dois gêneros (masculino e
feminino), identificado por meio do artigo que o acompanha, por exemplo: "o
artista" e "a artista".
Veja também: Flexões de gênero do substantivo

Fique Atento!

✓ Quanto ao gênero, os substantivos de origem grega terminados em "ema" e "oma" são


masculinos, por exemplo: teorema, poema.
✓ Há os substantivos chamados de "gênero duvidoso ou incerto", ou seja, aqueles
utilizados para os dois gêneros sem alteração do significado, por exemplo: o
personagem e a personagem.
✓ Existem alguns substantivos que variando de gênero, mudam seu significado, por
exemplo: "o cabeça" (líder), "a cabeça" (parte do corpo humano).

Número dos Substantivos

De acordo com o número do substantivo, eles são classificados em:

✓ Singular: palavra que designa uma única coisa, pessoa ou um grupo, por exemplo: bola,
mulher.
✓ Plural: palavra que designa várias coisas, pessoas ou grupos, por exemplo: bolas,
mulheres.

Quer ter sucesso neste assunto? Então leia sempre outros textos relacionados com tema:

Flexões de número dos substantivos


Regras do plural dos substantivos compostos
Singular e Plural

Grau dos Substantivos

De acordo com o grau dos substantivos, eles são classificados em aumentativo e diminutivo:

Aumentativo

Palavra que indica o aumento do tamanho de algum ser ou alguma coisa. Divide-se em:

✓ Analítico: substantivo acompanhado de um adjetivo que indica grandeza, por exemplo:


casa grande.
✓ Sintético: substantivo com acréscimo de um sufixo indicador de aumento, por exemplo:
casarão.

Diminutivo

✓ Palavra que indica a diminuição do tamanho de algum ser ou alguma coisa. Divide-se
em:
✓ Analítico: substantivo acompanhado de um adjetivo que indica pequenez, por exemplo:
casa pequena.
✓ Sintético: substantivo com acréscimo de um sufixo indicador de diminuição, por
exemplo: casinha.

Veja também: Flexões de Grau do Substantivo

Relação entre Adjetivos e Substantivos

Os adjetivos correspondem à classe de palavras que indicam qualidades e estados aos


substantivos, por exemplo: casa bonita. Aqui, o termo "bonita" atribui uma qualidade ao
substantivo "casa".

O que é Adjetivo?

Adjetivo é a classe de palavras encarregada de atribuir características aos substantivos, ou


seja, ele indica suas qualidades e estados. Os adjetivos são termos que variam em gênero
(feminino e masculino), número (singular e plural) e grau (comparativo e superlativo), sendo
classificados em: simples, composto, primitivo e derivado.

Tipos de Adjetivos

✓ Adjetivo Simples - apresenta somente um radical. Exemplos: pobre, magro, triste.


✓ Adjetivo Composto - apresenta mais de um radical. Exemplos: luso-brasileiro,
superinteressante.
✓ Adjetivo Primitivo - palavra que dá origem a outros adjetivos. Exemplos: bom, alegre,
puro.
✓ Adjetivo Derivado - palavras que derivam de substantivos ou verbos. Exemplos:
escultor (verbo esculpir), formoso (substantivo formosura).

Saiba mais sobre os tipos de adjetivos nos artigos:

Adjetivo Simples
Adjetivo Composto
Adjetivos Primitivos e Derivados

Gênero dos Adjetivos

✓ Adjetivos Uniformes - apresentam uma forma para os dois gêneros (feminino e


masculino). Exemplo: feliz.
✓ Adjetivos Biformes - a forma varia conforme o gênero (masculino e feminino).
Exemplo: carinhoso, carinhosa.

Número dos Adjetivos

Os adjetivos podem estar no singular ou no plural, concordando com o número do substantivo


a que se referem. Assim, a sua formação se assemelha à dos substantivos.

Conheça as regras em Flexão dos Adjetivos.

Grau dos Adjetivos

Quanto ao grau, os adjetivos são classificados em:

✓ Comparativo: utilizado para comparar qualidades.


✓ Superlativo: utilizado para intensificar qualidades.

Grau Comparativo

✓ Comparativo de Igualdade - O professor de matemática é tão bom quanto o de


geografia.
✓ Comparativo de Superioridade - Marta é mais habilidosa do que a Patrícia.
✓ Comparativo de Inferioridade - João é menos feliz que Pablo.

Grau Superlativo
➢ Superlativo Absoluto:

✓ Analítico - A moça é extremamente organizada.


✓ Sintético - Luiz é inteligentíssimo.

➢ Superlativo Relativo de:

✓ Superioridade - A menina é a mais inteligente da turma.


✓ Inferioridade - O garoto é o menos esperto da classe.

Saiba tudo sobre a formação dos graus comparativos e superlativo em: Grau dos
Adjetivos e Grau Superlativo.

Adjetivos Pátrios

Chamados também de "adjetivos gentílicos", os adjetivos pátrios indicam o local de origem ou


nacionalidade da pessoa, por exemplo: brasileiro, carioca, paulista, europeu, espanhol.

Veja também: Adjetivos Pátrios

Locução Adjetiva

A locução adjetiva é o conjunto de duas ou mais palavras que possuem valor de adjetivo.
Exemplos:

Amor de mãe - Amor maternal


Doença de boca - doença bucal

Veja também: Locução Adjetiva

Pronome Adjetivo

Os pronomes adjetivos são aqueles em que o pronome exerce a função de adjetivo. Surgem
acompanhados do substantivo, modificando-os. Exemplos:

Este livro é muito bom. (acompanha o substantivo livro)


Aquela é a empresa onde ele trabalha. (acompanha o substantivo empresa)

Veja também: Pronomes Adjetivos


O que é Artigo?

Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica se ele está sendo empregado de
maneira definida ou indefinida. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o
número dos substantivos.

Classificação dos Artigos

Artigos Definidos

Determinam os substantivos de maneira precisa: o, a, os, as. Por exemplo:

Eu comprei o carro.

Em todos os exemplos, podemos notar a precisão de tais pessoas ou objetos pelo emprego
correto do artigo definido. Isso porque ele determina de maneira exata o substantivo em
questão: o garoto, a bicicleta, os amigos e as meninas. Assim, fica claro que o artigo definido
indica de modo particular o substantivo já conhecido. Note que estes estão presentes no texto
ou no pensamento do locutor (emissor, autor) ou do interlocutor (receptor, ouvinte).

Artigos Indefinidos

Determinam os substantivos de maneira vaga: um, uma, uns, umas. Por exemplo:

Eu comprei um carro.

Note que em todos os exemplos acima, não está definindo qual objeto, pessoa ou lugar. Nos
dois primeiros exemplos, não está identificado “qual o dia” ou “qual a tarde” em que o evento
ocorre. Da mesma maneira, Joana não especifica “quais amigos” ela convidará para a festa. Por
fim, “umas camisas” corresponde a uma ideia vaga de “quais camisas” são essas. Cuidado para
não confundir o artigo indefinido “um” com o numeral “um”, pois o numeral é uma palavra
utilizada para indicar quantidade.

Combinação dos Artigos


É muito presente a combinação dos artigos definidos e indefinidos com preposições. Este
quadro apresenta a forma assumida por essas combinações:

Preposições Artigos

o, os a, as um, uns uma, umas

a ao, aos à, às - -

de do, dos da, das dum, duns duma, dumas

em no, nos na, nas num, nuns numa, numas

por (per) pelo, pelos pela, pelas - -

➢ As formas à e às indicam a fusão da preposição a com o artigo definido a. Essa fusão de


vogais idênticas é conhecida por crase. As formas pelo(s)/pela(s) resultam da combinação
dos artigos definidos com a forma per, equivalente a por.

Artigos, leitura e produção de textos

O uso apropriado dos artigos definidos e indefinidos permite não apenas evitar
problemas com o gênero e o número de determinados substantivos, mas
principalmente explorar detalhes de significação bastante expressivos. Em geral,
informações novas, nos textos, são introduzidas por pronomes indefinidos e,
posteriormente, retomadas pelos definidos. Assim, o referente determinado pelo
artigo definido passa a fazer parte de um conjunto argumentativo que mantém
a coesão dos textos. Além disso, a sutileza de muitas modificações de significados
transmitidas pelos artigos faz com que sejam frequentemente usados pelos
escritores em seus textos literários.

Emprego dos artigos

1. Os artigos sempre devem concordar com o substantivo em gênero (masculino e feminino) e


número (singular e plural). Exemplos:

✓ o garoto - os garotos.
✓ a menina - as meninas.
✓ um mês - uns meses.
✓ uma mesa – umas mesas.

2. Os artigos podem ser combinados com preposições.

✓ ao/aos (a + o/os). Exemplo: O texto é dedicado aos pais.


✓ à/às (a + a/as). Exemplo: Vou à escola todas as manhãs.
✓ da/das (de + a/as). Exemplo: Ganhamos muitos presentes da Inês.
✓ do/dos (de + o/os). Exemplo: Os móveis eram dos nossos avós.
✓ na/nas (em + a/as). Exemplo: O colar está nas coisas da Sônia.
✓ no/nos (em + o/os). Exemplo: Encontramos o anel no corredor.
✓ num/nuns (em + um/uns). Exemplo: Hoje estamos num congresso.

✓ numa/numas (em + uma/umas). Exemplo: Almocei numa lanchonete essa semana.


✓ dum/duns (de + um/uns). Exemplo: Os cadernos encontrados são dum pesquisador.
✓ duma/dumas (de + uma/umas). Exemplo: Preciso dumas blusas para sair.

3. De acordo com sua posição na frase, os artigos podem transformar qualquer tipo de palavra
em substantivo, independentemente de sua classe gramatical. Exemplos:

✓ O andar de Elisa é muito sensual. (neste caso, o verbo “andar” foi transformado em
substantivo).
✓ O vermelho de seus olhos indicou sua tristeza. (neste caso, o adjetivo “vermelho” foi
transformado em substantivo).

4. Os artigos definidos podem ser empregados com o intuito de indicar um conjunto de seres
ou uma espécie inteira. Dessa forma, o artigo é empregado no singular, entretanto, faz referência
a uma pluralidade de seres. Exemplos:

✓ A alma é imortal. (refere-se ao conjunto de almas).


✓ A goiaba é muito rica em vitamina C. (faz referência a todas as goiabas).

5. Na construção das frases a utilização dos artigos indefinidos deve ser moderada, de modo
que o excesso de seu uso no texto provoca um “inchaço” ou uma “redundância” desnecessária,
tornando-o, deselegante e “pesado”. Exemplos:
✓ Ter (uma) boa educação é fundamental.
✓ São detentores de (um) bom conhecimento.

6. Para uma adequada coesão textual, antes de pronome de sentido indefinido, utiliza-se as
palavras como “tal, certo (a), outro (a)”. Exemplos:

✓ Encontrei (uma) certa medalha na cômoda.


✓ Natália não encontrou (um) outro casaco.

7. O artigo indefinido é usado como recurso expressivo para reforçar enunciados exclamativos.
Exemplos:

✓ Foi um presente te encontrar!


✓ A festa estava uma delícia!

O que é Numeral?

Numeral é a classe de palavra variável (flexionadas em número e gênero) encarregada de


determinar a quantidade de pessoas, objetos, coisas ou o lugar ocupado numa dada sequência.
Em outros termos, o numeral é a palavra que indica, em termos numéricos, um número exato
ou a posição que tal coisa ocupa numa série.

Classificação dos Numerais

Os numerais são classificados em cinco tipos, a saber:

Cardinais

Forma básica dos números (1, 2, 3,4,5…), as quais adjetivam uma quantidade, sendo que alguns
deles variam em gênero, por exemplo: um-uma, dois-duas, alguns no grupo das centenas
(duzentos, duzentas, trezentos, trezentas, etc.). Além disso, alguns números cardinais variam
em número, como é o caso: milhão-milhões, bilhão-bilhões, trilhão-trilhões, e assim por diante.

Veja também: Números Cardinais


Ordinais

Indica ordem de uma sequência, ou seja, representa a ordem de sucessão e uma série, seja de
seres, coisas ou objetos (primeiro, segundo, terceiro, quarto, quinto…). Importante destacar que
alguns numerais ordinais possuem o valor de adjetivo. São palavras que variam em gênero
(masculino-feminino) e número (singular e plural), por exemplo: primeiro-primeira, primeiros-
primeiras; terceiro-terceira, terceiros-terceiras, etc.

Veja também: Números Ordinais

Fracionários

São os números fracionários que indicam a diminuição das proporções numéricas, ou seja,
representam uma parte de um todo, por exemplo, ¼ (lê-se um quarto, um sobre quatro), ½ (lê-
se meio ou metade, um sobre dois), ¾ (lê-se três quartos ou três sobre quatro).

Coletivos

Número exato que faz referência a um conjunto de seres, por exemplo, dúzia (conjunto de 12),
dezena (conjunto de 10), centena (conjunto de 100), semestre (conjunto de 6), bimestre
(conjunto de 2). Os números coletivos sofrem a flexão de número (singular e plural): dúzia-
dúzias, dezena-dezenas, centenas-centenas.

Veja também: Numerais Coletivos

Multiplicativos

Relaciona um conjunto de seres, objetos ou coisas, dando-lhes uma característica, de forma que
determina o aumento da quantidade por meio de múltiplos, por exemplo, dobro, triplo,
quádruplo, quíntuplo, etc. Os multiplicativos são numerais, flexionados em gênero e número
quando atuam em função adjetiva, e, do contrário, são invariáveis (função substantiva). Dessa
forma, de acordo com sua função, os numerais podem apresentar valor de substantivo ou
adjetivo, sendo classificados em:

✓ Numerais substantivos: caracterizados pelos numerais multiplicativos, esses numerais


podem substituir outros substantivos. Exemplo: Fizeram o dobro do esforço e
conseguiram o triplo da produção.
✓ Numerais adjetivos: são os numerais cardinais, ordinais, coletivos e fracionários, os
quais modificam o substantivo, indicando valor adjetivo. Exemplo: Essa carne é de
segunda (indica a qualidade da carne).

Veja também: Numerais Multiplicativos

Tabela de Numerais

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um (1) primeiro - -
dois (2) segundo dobro, duplo meio
três (3) terceiro triplo, tríplice terço
quatro (4) quarto quádruplo quarto
cinco (5) quinto quíntuplo quinto
seis (6) sexto sêxtuplo sexto
sete (7) sétimo sétuplo sétimo
oito (8) oitavo óctuplo oitavo
nove (9) nono nônuplo nono
dez (10) décimo décuplo décimo
onze (11) décimo primeiro undécuplo onze avos
doze (12) décimo segundo duodécuplo doze avos
treze (13) décimo terceiro cardinal +vezes treze avos
catorze (14) décimo quarto - catorze avos
quinze (15) décimo quinto - quinze avos
dezesseis (16) décimo sexto - dezesseis avos
dezessete (17) décimo sétimo - dezessete avos
dezoito(18) décimo oitavo - dezoito avos
dezenove (19) décimo nono - dezenove avos
vinte (20) vigésimo - vinte avos
trinta (30) trigésimo - trinta avos
quarenta (40) quadragésimo - quarenta avos
cinquenta (50) quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta (60) sexagésimo - sessenta avos
setenta (70) septuagésimo - setenta avos
oitenta (80) octogésimo - oitenta avos
noventa (90) nonagésimo - noventa avos
cem (100) centésimo cêntuplo centésimo
duzentos (200) ducentésimo - ducentésimo
trezentos(300) trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos (400) quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos (500) quingentésimo - quingentésimo
seiscentos (600) sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos (700) septingentésimo - septingentésimo
oitocentos (800) octingentésimo - octingentésimo
novecentos (900) nongentésimo ou - nongentésimo
noningentésimo
mil (1000) milésimo - milésimo
milhão (1.000.000) milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo
(1.000.000.000)

Emprego dos Numerais

Algumas regras são fundamentais para o emprego do numeral:

✓ Todos os numerais concordam com o nome, exceto os numerais multiplicativos que


sempre são masculinos, por exemplo, um-uma (cardinal), primeiro- primeira (ordinal),
dobro e triplo (multiplicativo).
✓ O uso dos artigos nos números fracionários é opcional, enquanto, os numerais
multiplicativos, geralmente, vêm precedidos de artigos, por exemplo: o dobro e o triplo.
✓ Quando indica dias do mês, utilizam-se os numerais cardinais, exceto na indicação do
primeiro dia, feita pelo ordinal, por exemplo: 23/01 (vinte três de janeiro) e 01/10
(primeiro de outubro)
✓ Quando indica leis e decretos, o numeral ordinal é utilizado até o nono, depois utiliza-
se os cardinais, por exemplo, Artigo 9° (artigo nono), Artigo 10 (Artigo 10).
✓ No caso da utilização de numeral romano, a regra básica: depois o substantivo emprega-
se o numeral ordinal até o décimo e posteriormente, utiliza-se os números cardinais.
Antes do substantivo, é empregado o numeral ordinal, por exemplo: João Paulo II
(segundo), Capítulo XI (onze).
✓ A palavra ambos (as) é considerado por muitos gramáticos como numeral uma vez que
indica, “os dois” ou “as duas”, por exemplo: Joana e Beatriz adoram andar. Ambas
gostam de caminhar ouvindo música.

Numerais Romanos

Os números romanos são representações numéricas utilizadas para indicar séculos, capítulos e
páginas de livros, horas dos relógios, nomes dos papas e reis, dentre outros.

São representados por letras maiúsculas, num total de 7 numerações: I (1), V (5), X (10), L (50),
C (100), D (500), M (1000).

Veja também: Números Romanos


O que é Advérbio?

Os advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou outro advérbio. São
flexionados em grau (comparativo e superlativo) e divididos em: advérbios de modo,
intensidade, lugar, tempo, negação, afirmação, dúvida.

Classificação dos Advérbios

De acordo com a circunstância que os advérbios exprimem nas frases, eles podem ser:

Advérbio de Modo

Bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa, devagar, acinte, debalde e grande parte das
palavras que terminam em "-mente": cuidadosamente, calmamente, tristemente, dentre outros.

Exemplos:

✓ Fui bem na prova.


✓ Estava andando depressa por causa da chuva.

Advérbio de Intensidade

Muito, demais, pouco, tão, quão, demasiado, bastante, imenso, demais, mais, menos, quanto,
quase, tanto, assaz, tudo, nada, todo.

Exemplos:

✓ Comeu demasiado naquele almoço.


✓ Ela gosta bastante dele.

Advérbio de Lugar

Aí, aqui, acolá, cá, lá, ali, adiante, abaixo, embaixo, acima, adentro, dentro, afora, fora, defronte,
atrás, detrás , atrás, além, aquém, antes, algures, nenhures, alhures, aonde, longe, perto.

Exemplos:
✓ Minha casa é ali.
✓ O livro está embaixo da mesa.

Advérbio de Tempo

Hoje, já, afinal, logo, agora, amanhã, amiúde, antes, ontem, tarde, breve, cedo, depois, enfim,
entrementes, ainda, jamais, nunca, sempre, doravante, outrora, primeiramente, imediatamente,
antigamente, provisoriamente, sucessivamente, constantemente.

Exemplos:

✓ Ontem estivemos numa reunião de trabalho.


✓ Sempre estamos juntos.

Advérbio de Negação

Não, nem, tampouco, nunca, jamais.

Exemplos:

✓ Jamais reatarei meu namoro com ele.


✓ Não saiu de casa naquela tarde.

Advérbio de Afirmação

Sim, deveras, indubitavelmente, decididamente, certamente, realmente, decerto, certo,


efetivamente.

Exemplos:

✓ Certamente passearemos nesse domingo.


✓ Ele gostou deveras do presente de aniversário.

Advérbio de Dúvida

Possivelmente, provavelmente, acaso, porventura, quiçá, será, talvez, casualmente.

Exemplos:
✓ Provavelmente irei ao banco.
✓ Quiçá chova hoje.

Veja também: Classificação dos Advérbios

Flexão dos Advérbios

Os advérbios são considerados palavras invariáveis pois não sofrem flexão de número
(singular e plural) e gênero (masculino, feminino); porém, são flexionadas nos graus
comparativo e superlativo.

Grau Comparativo

No Grau Comparativo, o advérbio pode caracterizar relações de igualdade, inferioridade ou


superioridade.

1. Igualdade: formado por "tão + advérbio + quanto" (como), por exemplo: Joaquim é tão
baixo quanto Pedro.
2. Inferioridade: formado por "menos + advérbio + que" (do que), por exemplo: Joana é
menos alta que Sílvia.
3. Superioridade:

✓ analítico: formado por "mais + advérbio + que" (do que), por exemplo: Ana é mais alta
que Carolina.
✓ sintético: formado por "melhor ou pior que" (do que), por exemplo: Paula tirou nota
melhor que Júlia na prova.

Grau Superlativo

No Grau Superlativo, o advérbio pode ser:

1. Analítico: quando acompanhado de outro advérbio, por exemplo: Isabel fala muito
baixo.
2. Sintético: quando é formado por sufixos, por exemplo: Isabel fala baixíssimo.

Curiosidades
➢ Há também os advérbios que exprimem exclusão (só, somente, salvo, exclusivamente,
apenas), inclusão (também, inclusivamente, ainda, mesmo, até) e ordem (ultimamente,
depois, primeiramente).
➢ Os Advérbios Interrogativos são utilizados nas interrogações diretas e indiretas
relacionados com as circunstâncias de modo, tempo, lugar e causa. São eles: quando,
como, onde, aonde, donde e por que.
➢ As locuções adverbiais são duas ou mais palavras que exercem a função de advérbio,
por exemplo, às pressas, passo a passo, de longe, hoje em dia, de vez em quando, dentre
outras.

Preposição, Interjeição e Palavra Denotativa

Preposição é a palavra invariável que liga dois termos da oração numa relação de
subordinação donde, geralmente, o segundo termo subordina o primeiro.

Tipos e Exemplos de Preposições

✓ Preposição de lugar: O navio veio de São Paulo.


✓ Preposição de modo: Os prisioneiros eram colocados em fila.
✓ Preposição de tempo: Por dois anos ele viveu aqui.
✓ Preposição de distância: A cinco quilômetros daqui passa uma estrada.
✓ Preposição de causa: Com a seca, o gado começou a morrer.
✓ Preposição de instrumento: Ele cortou a árvore com o machado.
✓ Preposição de finalidade: A praça foi enfeitada para a festa.

Classificação das Preposições

As preposições podem ser divididas em dois grupos:

1. Preposições Essenciais – são as palavras que só funcionam como preposição, a saber:


a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob,
sobre, trás.
2. Preposições Acidentais – são as palavras de outras classes gramaticais que, em
certas frases funcionam como preposição, a saber: afora, como, conforme, consoante,
durante, exceto, mediante, menos, salvo, segundo, visto etc.
Uso das preposições

É importante ressaltar que as preposições podem combinar-se ou contrair-se com outras


palavras, mesmo que sejam de classes gramaticais diferentes. A combinação ocorre quando,
ao juntar-se a outra palavra, não ocorre redução da preposição, não havendo, portanto, alteração
fonética.

Ao ligarmos a preposição a ao artigo o, temos, por combinação, a preposição ao:

a + o = ao

a + os = aos

A contração, por sua vez, ocorre quando, ao juntar-se a outra palavra, há redução da
preposição, podendo, inclusive, haver alteração fonética ou junção de sons — geralmente,
estamos falando de preposição + artigo (definido: o/a/os/as, indefinido: um/uma/uns/umas), ou
pronome (pessoal na 3ª pessoa: ele/ela/eles/elas, demonstrativo:
este/isto/esse/isso/aquele/aquilo e suas variáveis no feminino e no plural). Ao ligarmos a
preposição a ao artigo a, temos, por contração, a preposição à (utilizamos crase para indicar
essa contração):

a+a=à

a + as = às

a + aquele = àquele

a + aqueles = àqueles

a + aquela = àquela

a + aquelas = àquelas

Ao ligarmos a preposição em ao artigo o, temos, por combinação, a preposição no:

em + o = no

em + os = nos
em + a = na

em + as = nas

em + ele = nele

em + eles = neles

em + aquela = nela

em + aquelas = nelas

O caso repete-se com as preposições de, para e por.

Contrações aceitas pela norma padrão da língua portuguesa


por a para de em
o pelo ao pro do no
a pela à pra da na
os pelos aos pros dos nos
as pelas às pras das nas
um dum num
uma duma numa
uns duns nuns
umas dumas numas
ele dele nele
ela dela nela
eles deles neles
elas delas nelas
este deste neste
isto disto nisto
esse desse nesse
isso disso nisso
aquele àquele praquele daquele naquele
aquilo àquilo praquilo daquilo naquilo

Alguns verbos podem exigir que uma preposição venha acompanhada para dar sentido ao
enunciado. É o que chamamos de regência verbal. Observe o exemplo:

✓ O enfermeiro assistiu o médico.


✓ Assistir, quando não acompanhado de preposição, tem sentido de auxiliar, ajudar.
✓ A criança assistiu ao desenho na televisão.
✓ Assistir, quando regido pela preposição a, tem sentido de ver, observar.

Locuções Prepositivas

A locução prepositiva é formada por duas ou mais palavras com o valor de preposição,
sempre terminando por uma preposição, por exemplo:

✓ abaixo de, acima de, a fim de, além de, antes de, até a, depois de, ao invés de, ao lado
de, em que pese a, à custa de, em via de, à volta com, defronte de, a par de, perto de,
por causa de, através de, etc.

Combinação, Contração e Crase

Importante notar que, algumas preposições podem aparecer combinadas com outras palavras.
Assim, quando na junção dos termos não houver perda de elementos fonéticos, teremos uma
combinação, por exemplo:

✓ ao (a + o)
✓ aos (a + os)
✓ aonde (a + onde

Por conseguinte, quando da junção da preposição com outra palavra houver perda fonética,
teremos a chamada contração, por exemplo:

✓ do (de + o)
✓ dum (de + um)
✓ desta (de + esta)
✓ no (em + o)
✓ neste (em + este)
✓ nisso (em + isso)

Alguns exemplos de locuções prepositivas estão na tabela a seguir:

abaixo de de acordo com junto a


acerca de debaixo de junto de
acima de de modo a não obstante
a fim de dentro de para com
à frente de diante de por baixo de
antes de embaixo de por cima de
a respeito de em cima de por dentro de
atrás de em frente de por detrás de
através de em razão de quanto a
com respeito a fora de sem embargo de

Por fim, toda fusão de vogais idênticas forma uma crase:

✓ à = contração da preposição a + o artigo a


✓ àquilo = contração da preposição a + a primeira vogal do pronome aquilo.

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Crase
Crase antes de horas
Crase facultativa

Na língua cotidiana, falada ou escrita, aparecem as reduções pra (para a) e pro (para o). Essas
palavras não pedem acento, já que se trata de palavras átonas. por exemplo:

✓ Este é um país que vai pra frente.


✓ Vá pra casa, e não pro botequim!

A interjeição é uma palavra invariável (não sofre variação em gênero, número e grau), que
representa um recurso da linguagem afetiva, de modo que expressa sentimentos, sensações,
estados de espírito, sendo sempre acompanhadas de um ponto de exclamação (!). As
interjeições são consideradas “palavras-frases” na medida em que representam frases-
resumidas, formadas por sons vocálicos (Ah! Oh! Ai!), por palavras (Droga! Psiu! Puxa!) ou
por um grupo de palavras, nesse caso, chamadas de locuções interjetivas (Meu Deus! Ora
bolas!).

Tipos de Interjeições

Apesar de não possuírem uma classificação rigorosa, posto que a mesma interjeição pode
expressar sentimentos ou sensações distintas, as interjeições ou locuções interjetivas são
classificadas em:

✓ Advertência: Cuidado!, Olhe!, Atenção!, Fogo!, Olha lá!, Alto lá!, Calma!, Devagar!,
Sentido!, Alerta!, Vê bem!, Volta aqui!
✓ Afugentamento: Fora!, Toca!, Xô!, Xô pra lá!, Passa!, Sai!, Roda!, Arreda!, Rua!, Cai
fora!, Vaza!
✓ Agradecimento: Graças a Deus!, Obrigado!, Agradecido!, Muito obrigada!, Valeu!,
Valeu a pena!
✓ Alegria: Ah!, Eh!, Oh!, Oba!, Eba!, Viva!, Olá!, Olé! Eta!, Eita!, Eia!, Uhu!, Que bom!
✓ Alívio: Ufa!, Uf!, Arre!, Ah!, Eh!, Puxa!, Ainda bem!, Nossa senhora!
✓ Ânimo: Coragem!, Força!, Ânimo!, Avante!, Eia!, Vamos!, Firme!, Inteirinho!, Bora!
✓ Apelo: Socorro!, Ei!, Ô!, Oh!, Alô!, Psiu!, Olá!, Eh!, Psit!, Misericórdia!
✓ Aplauso: Muito bem!, Bem!, Bravo!, Bis!, É isso aí!, Isso!, Parabéns!, Boa!, Apoiado!,
Ótimo!, Viva!, Fiufiu!, Hup!, Hurra!
✓ Chamamento: Alô!, Olá!, Hei!, Psiu!, ô!, oi!, psiu!, psit!, ó!
✓ Concordância: Claro!, Certo!, Sem dúvida!, Ótimo!, Então!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-
hã!
✓ Contrariedade: Droga!, Porcaria!, Credo!
✓ Desculpa: Perdão!, Opa!, Desculpa!, Desculpe!, Foi mal!
✓ Desejo: Oxalá!, Tomara!, Quisera!, Queira Deus!, Quem me dera!
✓ Despedida: Adeus!, Até logo!, Tchau!, Até amanhã!
✓ Dor: Ai!, Ui!, Ah!, Oh!, Meu Deus!, Ai de mim!
✓ Dúvida: Hum?, hem?, hã?, Ué!, Epa!
✓ Espanto: Oh!, Puxa!, Quê!, Nossa!, Nossa mãe!, Virgem!, Caramba!, Xi!, Meu Deus!,
Senhor Jesus!, Ui!, Crê em Deus pai!
✓ Estímulo: Ânimo!, Coragem!, Adiante!, Avante!, Vamos!, Eia!, Firme!, Força!, Toca!,
Upa!, Vai nessa!
✓ Medo: Oh!, Credo!, Cruzes!, Ui!, Ai!, Uh!, Barbaridade!, Socorro!, Francamente!,, Que
medo!, Jesus!, Jesus Maria e José!
✓ Satisfação: Viva!, Oba!, Boa!, Bem!, Bom!, Upa!, Ah!
✓ Saudação: Alô!, Oi!, Olá!, Adeus!, Tchau!, Salve!, Ave!, Viva!
✓ Silêncio: Psiu!, Shh!, Silêncio!, Basta!, Chega!, Calado!, Quieto!, Bico fechado!

Locução Interjetiva

As locuções interjetivas são compostas de uma ou mais palavras que desempenham o papel da
interjeição. Com efeito, se a interjeição é uma palavra que expressa uma ideia, a locução
interjetiva trabalha da mesma forma, por exemplo: Ai de mim!, Puxa vida!, Virgem Santa!,
Valha-me Deus!, Cruz Credo!, Quem me dera!

Denotação é a forma de uso e manifestação da linguagem em seu sentido literal, dicionarizado.


A conotação é a forma de uso e manifestação da linguagem em seu sentido figurado.

A linguagem é o maior instrumento de interação entre sujeitos socialmente organizados. Isso


porque ela possibilita a troca de ideias, a circulação de saberes e faz intermediação entre todas
as formas de relação humanas. Quando queremos nos expressar verbalmente, seja de maneira
oral (fala), seja na forma escrita, recorremos às palavras, expressões e enunciados de uma
língua, os quais atuam em dois planos de sentido distintos: o denotativo, que é o sentido literal
da palavra, expressão ou enunciado, e o conotativo, que é o sentido figurado da palavra,
expressão ou enunciado.

DENOTAÇÃO

Quando a linguagem está no sentido denotativo, significa que ela está sendo utilizada em seu
sentido literal, ou seja, o sentido que carrega o significado básico das palavras, expressões e
enunciados de uma língua. Em outras palavras, o sentido denotativo é o sentido real,
dicionarizado das palavras.

De maneira geral, o sentido denotativo é utilizado na produção de textos que tenham função
referencial, cujo objetivo é transmitir informações, argumentar, orientar a respeito de diversos
assuntos, como é o caso da reportagem, editorial, artigo de opinião, resenha, artigo
científico, ata, memorando, receita, manual de instrução, bula de remédios, entre outros.
Nesses gêneros discursivos textuais, as palavras são utilizadas para fazer referência a
conceitos, fatos, ações em seu sentido literal.

Exemplos:

• A professora pediu aos alunos que pegassem o caderno de Geografia.


• A polícia capturou os três detentos que haviam fugido da penitenciária de Santa Cruz
do Céu.
• O hibisco é uma planta que pode ser utilizada tanto para ornamentação de jardins quanto
para a fabricação de chás terapêuticos a partir das suas flores.
• Amor: forte afeição por outra pessoa, nascida de laços de consanguinidade ou de
relações sociais.

CONOTAÇÃO

Quando a linguagem está no sentido conotativo, significa que ela está sendo utilizada em seu
sentido figurado, ou seja, aquele cujas palavras, expressões ou enunciados ganham um novo
significado em situações e contextos particulares de uso. O sentido conotativo modifica o
sentido denotativo (literal) das palavras e expressões, ressignificando-as. De maneira geral, é
possível encontrarmos o uso da linguagem conotativa nos gêneros discursivos textuais
primários, ou seja, nos diálogos informais do cotidiano. Entretanto, são nos textos secundários,
ou seja, aqueles mais elaborados, como os literários e publicitários, que a linguagem
conotativa aparece com maior expressividade. A utilização da linguagem conotativa nos
gêneros discursivos literários e publicitários ocorre para que se possa atribuir mais
expressividade às palavras, enunciados e expressões, causando diferentes efeitos de sentido
nos leitores/ouvintes.

Exemplo:

Leia um trecho do poema Amor é fogo que arde sem se ver, de Luiz Vaz de Camões, e observe
a maneira como o poeta define a palavra/sentimento 'amor' utilizando linguagem conotativa:

Amor é fogo que arde sem se ver

Amor é fogo que arde sem se ver;


É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;


É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;


É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor


Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

(Luís Vaz de Camões, séc. XVI)

Conjunção: conceito, coordenativas e subordinativas

Conjunção é um termo que liga duas orações ou duas palavras de mesmo valor gramatical,
estabelecendo uma relação entre eles.
Exemplos:

Ele joga futebol e basquete. (dois termos semelhantes)


Eu iria ao jogo, mas estou sem companhia. (duas orações)

Classificação das Conjunções

As conjunções são classificas em dois grupos: coordenativas e subordinativas.

Conjunções Coordenativas

Na charge acima, o "nem" é uma conjunção coordenativa aditiva

As conjunções coordenativas são aquelas que ligam duas orações independentes. São
divididas em cinco tipos:

1. Conjunções Aditivas

Essas conjunções exprimem soma, adição de pensamentos: e, nem, não só...mas também, não
só...como também.

Exemplo: Ana não fala nem ouve.

2. Conjunções Adversativas

Exprimem oposição, contraste, compensação de pensamentos: mas, porém, contudo, entretanto,


no entanto, todavia.
Exemplo: Não fomos campeões, todavia exibimos o melhor futebol.

Veja também: Conjunções Adversativas

3. Conjunções Alternativas

Exprimem escolha de pensamentos: ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer, seja...seja.

Exemplo: Ou você vem conosco ou você não vai.

4. Conjunções Conclusivas

Exprimem conclusão de pensamento: logo, por isso, pois (quando vem depois do verbo),
portanto, por conseguinte, assim.

Exemplo: Chove bastante, portanto a colheita está garantida.

5. Conjunções Explicativas

Exprimem razão, motivo: que, porque, assim, pois (quando vem antes do verbo), porquanto,
por conseguinte.

Exemplo: Não choveu, porque nada está molhado.

Conjunções Subordinativas

Na
tirinha, o "já que" é uma conjunção subordinativa causal

As conjunções subordinativas servem para ligar orações dependentes uma da outra e são
divididas em dez tipos:
1. Conjunções Integrantes

Introduzem orações subordinadas com função substantiva: que, se.

Exemplo: Quero que você volte já. Não sei se devo voltar lá.

2. Conjunções Causais

Introduzem orações subordinadas que dão ideia de causa: que, porque, como, pois, visto que,
já que, uma vez que.

Exemplo: Não fui à aula porque choveu. Como fiquei doente não pude ir à aula.

3. Conjunções Comparativas

Introduzem orações subordinadas que dão ideia de comparação: que, do que, como.

Exemplo: Meu professor é mais inteligente do que o seu.

4. Conjunções Concessivas

Iniciam orações subordinadas que exprimem um fato contrário ao da oração principal: embora,
ainda que, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que, por mais que, por melhor que.

Exemplo: Vou à praia, embora esteja chovendo.

5. Conjunções Condicionais

Iniciam orações subordinadas que exprimem hipótese ou condição para que o fato da oração
principal se realize ou não: caso, contanto que, salvo se, desde que, a não ser que.

Exemplo: Se não chover, irei à praia.

6. Conjunções Conformativas

Iniciam orações subordinadas que exprimem acordo, concordância de um fato com outro:
segundo, como, conforme.

Exemplo: Cada um colhe conforme semeia.


7. Conjunções Consecutivas

Iniciam orações subordinadas que exprimem a consequência ou o efeito do que se declara na


oração principal: que, de forma que, de modo que, de maneira que.

Exemplo: Foi tamanho o susto que ela desmaiou.

8. Conjunções Temporais

Iniciam orações subordinadas que dão ideia de tempo: logo que, antes que, quando, assim que,
sempre que.

Exemplo: Quando as férias chegarem, viajaremos.

9. Conjunções Finais

Iniciam orações subordinadas que exprimem uma finalidade: a fim de que, para que.

Exemplo: Estamos aqui para que ele fique tranquilo.

10. Conjunções Proporcionais

Iniciam orações subordinadas que exprimem concomitância, simultaneidade: à medida que, à


proporção que, ao passo que, quanto mais, quanto menos, quanto menor, quanto melhor.

Exemplo: Quanto mais trabalho, menos recebo.

Pronome: Conceito, Pessoais, Possessivos e Demonstrativos, Indefinidos e


Relativos

Pronomes são palavras que acompanham os substantivos, podendo substituí-los (direta ou


indiretamente), retomá-los ou se referir a eles. Alguns exemplos de tipos de pronome são:
pessoais, possessivos, demonstrativos, interrogativos, relativos e indefinidos.

Neste post, você vai tirar todas as suas dúvidas sobre uma classe gramatical que costuma gerar
muitas dúvidas: o pronome.

Confira quanta coisa importante vem por aí:


1. O que são pronomes

Pronomes são palavras que acompanham os substantivos, podendo substituí-los (direta ou


indiretamente), retomá-los ou se referir a eles. Alguns exemplos de tipos de pronome são:
pessoais, possessivos, demonstrativos, interrogativos, relativos e indefinidos. Quando você diz
“eu estou com fome”, manifesta algum desejo que começa com “eu quero…”, entre outras
situações, está usando a palavra “eu” para substituir seu nome, certo? Voilà! você acabou de
fazer o uso de um pronome! Isso porque eles são aquelas palavras que substituem ou
acompanham outras, principalmente os substantivos (por mais que você tenha um nome único
e que seja só seu, sim, ele é um substantivo). Na dúvida, é só analisar a palavra cuidadosamente,
pedaço por pedaço. Afinal, “pro” significa “em função de”. Logo, é possível concluir que
“pronome” é sinônimo de algo que está “em função do nome”.

2. Funções gramaticais de um pronome

Os pronomes existem para remeter, retomar ou qualificar outras palavras expressas no seu
texto. Sem eles, muitas orações e frases ficariam confusas e longas demais. Quer um exemplo?

Vamos supor que você tem um amigo chamado João, e que, neste momento, ele começa a falar
de sua mãe:

“Fernanda é mãe de João. Fernanda canta muito bem”.

Soa no mínimo estranho, certo? Afinal, quem falaria sobre si mesmo na terceira pessoa? Além
disso, por que repetir o nome da mãe duas vezes? Por isso é possível imaginar que, se você
realmente tivesse uma amigo de verdade chamado João, ele provavelmente falaria a mesma
frase da seguinte forma:

“Fernanda é minha mãe. Ela canta muito bem”.

Para facilitar o entendimento do que foi dito, João usou os pronomes “ela” e “minha”. Percebeu
como usar esse tipo de estratégia pode deixar o texto bem mais simples? Pense em todas as
palavras que podem ser usadas com essas mesmas funções! São muitas, não é mesmo?
Os pronomes que atuam como substantivos (no caso: ‘ela’) são conhecidos como pronomes
substantivos, e os que acompanham essa classe (no caso: ‘minha’), qualificando-a ou
especificando-a, chamam-se pronomes adjetivos. No entanto, além dessa classificação
principal, existem muitas outras determinações que caracterizam os tipos de pronomes
existentes na língua portuguesa. Está preparado para conhecê-los?

3. Tipos de pronomes

De acordo com o que determina a nossa gramática normativa, existem seis tipos de pronomes:
os pessoais, demonstrativos, interrogativos, possessivos, relativos e indefinidos.

Pronomes pessoais

A melhor maneira de entender esses tipos de pronomes é pensar neles como elementos-chave
na construção de um diálogo ou discurso. Continue a imaginar que você está conversando com
seu amigo João, sobre sua mãe. Os pronomes pessoais vão designar diretamente as pessoas na
conversa:

✓ O locutor (ou quem fala): 1ª pessoa, que seria “eu” (no singular) ou “nós” (plural);
✓ O interlocutor (com quem se fala): 2ª pessoa, que seria “tu/você” (singular) ou
“vós/vocês” (plural);
✓ O assunto (de quem ou do que se fala): 3ª pessoa. que seria “ela/ele” (singular) ou
“elas/eles” (plural).

Estes são os pronomes pessoais, ou seja: aqueles que indicam as três pessoas do discurso (eu,
tu, ele, nós, vós, eles). Como aqui no Brasil o “vós” raramente é empregado em conversas
informais e situações cotidianas, muita gente utiliza “vocês” para substituí-lo. Nunca se esqueça
que todos os pronomes pessoais são pronomes substantivos também. Esse tipo de pronome é
classificado entre retos e oblíquos, de acordo com a função que desempenham na oração. Os
pronomes do caso reto exercem função de sujeito, ou seja, na afirmação “ela canta muito bem”
a palavra “ela” é um pronome pessoal do caso reto. Os pronomes pessoais do caso oblíquo, por
outro lado, exercem função de objeto de um verbo, como um complemento. Para todo pronome
reto, há um correspondente no caso oblíquo. Quer ver só?

✓ Eu → mim, me, comigo;


✓ Tu → te, ti, contigo;
✓ Ele → se, o, a, lhe, si, consigo;
✓ Nós → nos, conosco;
✓ Vós → vos, convosco;
✓ Eles → si, os, as, lhes, se, consigo.

Por isso, quando você diz “conversei com João e ele me disse que sua mãe canta bem”, é
possível concluir que, nessa afirmação, a palavra “ele” é um pronome pessoal reto, e “me” é
um pronome pessoal oblíquo.

Pronomes possessivos

Os pronomes possessivos, como você já deve imaginar, são aqueles que você usa para falar de
algo que indica posse em relação à alguém da conversa. Um exemplo claro está na afirmação
de João: “Fernanda é minha mãe”. Fácil, não é mesmo? Você sempre pode usar esses tipos de
pronomes para falar de alguma coisa que você ou outro(s) têm. Pode ser um objeto, um
sentimento, uma relação, um espaço etc. Veja abaixo a relação de cada pessoa do discurso com
seus pronomes possessivos:

✓ Eu → meu, minha, meus, minhas.


✓ Tu → teu, tua, teus, tuas.
✓ Ele → seu, seus sua, suas.
✓ Nós → nosso, nossos, nossa, nossas.
✓ Vós → vossa, vosso, vossos, vossas.
✓ Eles → seu, sua, seus, suas.

Pronomes demonstrativos

Estes são usados para indicar a localização de seres, seja no espaço, seja no tempo. Não há
muito segredo: se você pensa em uma palavra que sirva para situar algo na sua conversa,
provavelmente vai fazer uso desse tipo de pronome. Quando o assunto está situado próximo ao
locutor ou interlocutor, os pronomes demonstrativos usados podem ser os seguintes:

1ª pessoa → isto, este, esta, estes, estas.

2ª pessoa → isso, esse, essa, esses, essas.

Se o assunto estiver distante do locutor ou interlocutor, pode-se usar os seguintes pronomes:


3ª pessoa → aquilo, aquele, aquela, aqueles, aquelas.

Pronomes interrogativos

Quando você pergunta que horas são, qual é o dia certo para entregar um trabalho, quem vai
na sua festa de aniversário ou quando essa pessoa sairá de casa, está fazendo o uso de pronomes
interrogativos. Esses auxiliares servem para formular perguntas, tanto diretas quanto indiretas.
As palavras que fazem parte desse grupo são: que, quem, qual, quais, quanta, quanto, quantas
e quantos.

Pronomes relativos

Você já sabe que os pronomes em geral possuem a função de substituir ou remeter uma palavra
à outra, certo? Os pronomes relativos usam termos específicos para que o texto fique menos
repetitivo e mais direto. Veja alguns exemplos:

✓ O remédio que preciso custa caro.


✓ Esta é a menina de quem te falei.
✓ A casa onde ela mora é muito pequena.

São eles: onde, que, quem, o qual, a qual, os quais, as quais, quanto, quantos, cujo, cuja, cujos,
cujas, quantas, etc. Eles retomam substantivos, substituindo-os na oração seguinte. Você pode
não perceber, mas faz uso de todos eles constantemente, em provavelmente todos os seus textos.

Pronomes indefinidos

Quem nunca viu alguma mensagem sem a especificação do destinatário nas redes sociais? As
famosas “indiretas” servem para criticar, alertar ou desabafar, e geralmente começam com
pronomes indefinidos. Quer ver alguns exemplos?

✓ Certas pessoas só dão valor depois da perda.


✓ Algumas meninas veem defeito em tudo, menos nelas mesmas.
✓ Tantos comentários ruins por aqui que a minha vontade é de ficar só offline.
✓ É cada pessoa querendo aparecer…

Essas palavras (algum, nenhum, todo, outro, muito, pouco, certo, vários, tanto, quanto,
qualquer, alguém, ninguém, tudo, nada, cada, demais, algo) que se referem a substantivos de
modo impreciso ou genérico são os pronomes indefinidos. Um macete para especificar esse tipo
de pronome na sua cabeça é sempre se lembrar das “indiretas”, pois os indefinidos se
referem sempre à 3ª pessoa do discurso. Ou seja, são usadas para falar de alguém (ou algo) sem
dizer de forma clara quem é. Vale lembrar que os pronomes indefinidos também podem
aparecer na forma de locuções ( cada um, cada qual, qualquer um, seja qual for, seja quem for,
todo aquele que, etc.).

4. Curiosidades/erros comuns

Com tantas classificações e detalhes, é comum acabar se confundindo. Por isso, o conhecimento
extra é sempre bem-vindo para evitar possíveis erros gramaticais.

Ambiguidades com pronomes possessivos

Algumas formas flexionadas de pronomes possessivos podem deixar o leitor confuso. Veja os
exemplos:

✓ Encontrei minha irmã perto da sua casa ontem (a casa do interlocutor ou da irmã?)
✓ Falei com a mãe da noiva que se acidentou (quem se acidentou? A noiva ou a mãe dela?)
✓ Lá vem o moço do carro vermelho que precisa de água (quem precisa de água? O moço
ou o carro?)

Para evitar estas ambiguidades, é possível usar outras variações do mesmo tipo de pronome.
Exemplo: encontrei minha irmã perto da casa dela ontem.

“Eu” e “mim”

Como você já aprendeu, o pronome pessoal “eu” desempenham a função de sujeito, diferente
de “mim”, que exerce a função de objeto indireto. Sendo assim, a palavra “eu” geralmente é
usada seguida de uma ação, enquanto “mim” é sempre acompanhado de preposição. Exemplos:

✓ Eu devo sair às seis horas.


✓ Esse caderno é um presente para mim.

Por isso, jamais use “mim” para acompanhar verbos, evitando frases como: “tinham muitas
coisas para mim fazer” ou “preciso de um feriado para mim descansar”. Apenas o “eu”, “tu”,
“ele/ela”, “nós”, “vós” e “eles” conjugam verbos.
Verbo: conceito, modos, vozes, semânticas, formas nominais

O que é um Verbo?

O verbo é a classe de palavras que exprime ação, estado, mudança de estado, fenômeno da
natureza e possui inúmeras flexões, de modo que a sua conjugação é feita mediante as variações
de pessoa, número, tempo, modo, voz e aspeto.

Modos Verbais

Os Modos Verbais (indicativo, subjuntivo e imperativo) indicam as maneiras como os verbos


se expressam:

✓ Indicativo - exprime fatos, certezas. Exemplo: Discursa muito bem.


✓ Subjuntivo - exprime desejos, possibilidades, dúvidas. Exemplo: Talvez discurse bem
esta noite.
✓ Imperativo - exprime ordens, pedidos. Exemplo: Discurse como ele!

Os modos verbais estão intimamente ligados aos tempos presente, passado e futuro.

Modo Indicativo

O modo indicativo manifesta ações habituais, bem como expressa tanto fatos presentes, como
passados ou futuros.
Exemplos:

✓ Caminho todas as manhãs. (acontece)


✓ Caminhei ontem à noite. (aconteceu)
✓ Caminharei sábado à tarde. (acontecerá)

Modo Subjuntivo

O modo subjuntivo manifesta desejos ou hipóteses no tempo presente, bem como no passado e
no futuro.

Exemplos:

✓ Espero que chova durante toda a noite. (desejo presente)


✓ Se chovesse, as plantas estariam regadas. (hipótese passada)
✓ Quando chover o caso estará resolvido. (possibilidade futura)

Modo Imperativo

O modo imperativo manifesta ordens ou pedidos de forma afirmativa e também de forma


negativa.

Exemplos:

✓ Ajude a senhora a atravessar a rua. (imperativo afirmativo)


✓ Não ajude aqueles malandros! (imperativo negativo)

Estrutura do Verbo

O verbo é formado por três elementos:

1. Radical

O radical é a base. Nele está expresso o significado do verbo.


Exemplos: DISSERT- (dissert-ar), ESCLAREC- (esclarec-er), CONTRIBU- (contribu-ir).

2. Vogal Temática
A vogal temática se une ao radical para receber as desinências e, assim, conjugar os verbos. O
resultado dessa união chama-se tema.

Assim, tema = radical + vogal temática.


Exemplos: DISSERTA- (disserta-r), ESCLARECE- (esclarece-r), CONTRIBUI- (contribui-r).

A vogal temática indica a qual conjugação o verbo pertence:

1.ª conjugação abrange os verbos cuja vogal temática é A: argumentar, dançar, sambar.
2.ª conjugação abrange os verbos cuja vogal temática é E e O: escrever, ter, supor.
3.ª conjugação abrange os verbos cuja vogal temática é I: emitir, evoluir, ir.

Veja também: Vogal Temática

3. Desinências

As desinências são os elementos que junto com o radical promovem as conjugações. Elas
podem ser:

Desinências modo-temporais: quando indicam os modos e os tempos.


Desinências número-pessoais: quando indicam as pessoas.

Exemplos:

✓ Dissertávamos (va- desinência de tempo pretérito do modo indicativo), (mos-


desinência de 1.ª pessoa do plural)
✓ Esclarecerei (re- desinência de tempo futuro do modo indicativo), (i- desinência de 1.ª
pessoa do singular)
✓ Contribuamos (a- desinência de modo presente do modo subjuntivo), (mos- desinência
de 1.ª pessoa do plural)

Veja também: Desinências

Flexões

Para conjugarmos os verbos temos de ter em conta as flexões a seguir.

✓ Pessoa: 1.ª (eu, nós); 2.ª (tu, vós) e 3.ª (ele, eles).
✓ Número: Singular (eu, tu, ele) e Plural (nós, vós, eles).
✓ Tempo: Presente, Pretérito e Futuro.
✓ Modo: Indicativo, Subjuntivo e Imperativo.
✓ Voz: Voz Ativa, Voz Passiva e Voz Reflexiva.

Vozes verbais ou Vozes do verbo

As vozes verbais, ou vozes do verbo, são a forma como os verbos se apresentam na oração a
fim de determinar se o sujeito pratica ou recebe a ação. Elas podem ser de três tipos: ativa,
passiva ou reflexiva.

Voz ativa Sujeito é o agente da ação. Exemplo: Vi a professora.


Voz passiva Sujeito sofre a ação. Exemplo: A professora foi vista.
Voz reflexiva Sujeito pratica e sofre a ação. Exemplo: Vi-me ao espelho.

Voz ativa

Na voz ativa o sujeito é agente, ou seja, pratica a ação.

Exemplos:

✓ Bia tomou o café da manhã logo cedo.


✓ Aspiramos a casa toda.
✓ Já fiz o trabalho.

Veja também: Voz ativa

Voz passiva

Na voz passiva o sujeito é paciente e, assim, não pratica, mas recebe a ação.

Exemplos:

✓ A vítima foi vista ontem à noite.


✓ Aumentou-se a vigilância desde ontem.

A voz passiva pode ser analítica ou sintética.

Formação da voz passiva analítica


A voz passiva analítica é formada por:

Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros) + verbo principal da ação
conjugado no particípio + agente da passiva.

Exemplos:

✓ O café da manhã foi tomado por Bia logo cedo.


✓ A casa toda foi aspirada por nós.
✓ O trabalho foi feito por mim.

Formação da voz passiva sintética

A voz passiva sintética, também chamada de voz passiva pronominal (devido ao uso do
pronome se), é formada por:

Verbo conjugado na 3.ª pessoa (no singular ou no plural) + pronome apassivador "se" + sujeito
paciente.

Exemplos:

✓ Tomou-se o café da manhã logo cedo.


✓ Aspirou-se a casa toda.
✓ Já se fez o trabalho.

Voz reflexiva

Na voz reflexiva o sujeito é agente e paciente ao mesmo tempo, uma vez que ele pratica e
recebe a ação.

Exemplos:

✓ A velhinha sempre se penteia antes de sair.


✓ Eu me cortei hoje quando estava cozinhando.

Formação da voz reflexiva


A voz reflexiva é formada por:

Verbo na voz ativa + pronome oblíquo (me, te, se, nos, vos), que serve de objeto direto ou, por
vezes, de objeto indireto, e representa a mesma pessoa que o sujeito.

Exemplos:

✓ Atropelou-se em suas próprias palavras.


✓ Machucou-se todo naquele jogo de futebol.
✓ Olhei-me ao espelho.

Voz reflexiva recíproca

A voz reflexiva também pode ser recíproca. Isso acontece quando o verbo reflexivo indica
reciprocidade, ou seja, quando dois ou mais sujeitos praticam a ação, ao mesmo tempo que
também são pacientes.

Exemplos:

✓ Eu, meus irmãos e meus primos damo-nos bastante bem.


✓ Aqui, os dias passam-se com muitas novidades.
✓ Sofia e Lucas amam-se.

Veja também: Voz reflexiva

Vozes verbais e sua conversão

Geralmente, por uma questão de estilo, podemos passar a voz verbal ativa para a voz verbal
passiva. Ao fazer a transposição, o sujeito da voz ativa torna-se o agente da passiva e o
objeto direto da voz ativa torna-se o sujeito da voz passiva.

Exemplo na voz ativa: Aspiramos a casa toda.

Sujeito da ativa: Nós (oculto)


Verbo: Aspiramos (transitivo direto)
Objeto direto: a casa toda.
Exemplo na voz passiva: A casa toda foi aspirada por nós.

Sujeito: A casa toda


Verbo auxiliar: foi
Verbo principal: aspirada
Agente da passiva: por nós.

Observe que o verbo auxiliar "foi" está no mesmo tempo verbal que o verbo "aspiramos" estava
na oração cuja voz é ativa. O verbo "aspiramos" na oração cuja voz é passiva está no particípio.

Assim, a oração transposta para a voz passiva é formada da seguinte forma:

Sujeito + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros) conjugado no mesmo tempo verbal que
o verbo principal da oração na voz ativa + verbo principal da ação conjugado no particípio +
agente da passiva.

É importante lembrar que somente os verbos transitivos admitem transposição de voz. Isso
porque uma vez que os verbos intransitivos não necessitam de complemento, não têm objeto
que seja transposto em sujeito.

Formas Nominais

As formas nominais são: Infinitivo, Particípio e Gerúndio:

Infinitivo Pessoal e Impessoal

O infinitivo não tem valor temporal ou modal. Ele é pessoal quando tem sujeito e é impessoal
quando, por sua vez, não tem sujeito.

Exemplos:

• O gerente da loja disse para irem embora. (infinitivo pessoal)


• Cantar é uma delícia! (infinitivo impessoal)

Veja também: Infinitivo Pessoal e Infinitivo Impessoal

Particípio
O particípio é empregado como indicador de ação finalizada, na formação de tempos compostos
ou como adjetivo.

Exemplos:

✓ Feito o trabalho, vamos descansar!


✓ A Ana já tinha falado sobre esse tema.
✓ Calados, os filhos ouviram o sermão dos pais.

Veja também: Particípio

Gerúndio

O gerúndio é empregado como adjetivo ou como advérbio.

Exemplos:

✓ Encontrei João correndo.


✓ Cantando, terminaremos depressa.

Veja também: Gerúndio

Classificação dos Verbos

Os verbos são classificados da seguinte forma:

✓ Verbos Regulares - Não têm o seu radical alterado. Exemplos: falar, torcer, tossir.
✓ Verbos Irregulares - Nos verbos irregulares, por sua vez, o radical é alterado.
Exemplos: dar, caber, medir. Quando as alterações são profundas, eles são chamados
de Verbos Anômalos; é o caso dos verbos ser e vir.
✓ Verbos Defectivos - Os verbos defectivos são aqueles que não são conjugados em todas
as pessoas, tempos e modos. Eles podem ser de três tipos:

1. Impessoais - Quando os verbos indicam, especialmente, fenômenos da natureza (não


tem sujeito) e são conjugados na terceira pessoa do singular, são verbos impessoais.
Exemplos: chover, trovejar, ventar.
2. Unipessoais - Quando os verbos indicam vozes dos animais e são conjugados na terceira
pessoa do singular ou do plural, são verbos unipessoais. Exemplos: ladrar, miar, surtir.
3. Pessoais - Quando os verbos têm sujeito, mas não são conjugados em todas as pessoas,
são verbos pessoais. Exemplos: banir, falir, reaver.

✓ Verbos Abundantes - Os verbos abundantes são aqueles que aceitam duas ou mais
formas. É comum ocorrer no Particípio. Exemplos: aceitado e aceito, inserido e inserto,
segurado e seguro.

Sujeito, predicado e predicativo

O sujeito é alguém ou algo de quem ou do que se fala. Ele é facilmente identificado na oração
através da utilização do método de pergunta, por exemplo:

O ajudante da loja correu muito com o veículo.

Ao responder à pergunta “quem correu muito com o veículo?”, identificará o sujeito da oração
que, nesse caso, é “o ajudante da loja”.

Classificação do sujeito

Os sujeitos são classificados em:

✓ Sujeito determinado - quando o sujeito é identificado na oração. Nesse caso, o sujeito


pode ser simples, composto ou oculto.
✓ Sujeito indeterminado - quando o sujeito não é identificado na oração.
✓ Sujeito inexistente - quando as orações são construídas com verbos impessoais, os
quais não admitem agentes de ação.

Tipos de sujeito

Sujeito simples

O sujeito simples é formado por um núcleo, ou seja, um termo principal, por exemplo:

✓ O empregado da casa vendeu seu carro. (núcleo: empregado)


✓ Eles estão sempre omitindo a verdade. (núcleo: Eles)
✓ A folha caiu. (núcleo: folha)

Sujeito composto
O sujeito composto é aquele formado por dois ou mais núcleos, por exemplo:

✓ Ana Maria e Joaquim terminaram o namoro. (núcleos: Ana Maria, Joaquim)


✓ Eu, você e o nosso cão estamos perdidos mais uma vez. (núcleos: Eu, você, cão)
✓ Livros e cinema são o meu passatempo preferido. (núcleos: Livros, cinema)

Sujeito oculto

O sujeito oculto, também chamado de elíptico, desinencial ou implícito, é aquele que não está
declarado na oração. Apesar disso, ele é classificado como determinado porque pode ser
identificado pelo contexto e pela conjugação verbal presente na oração, por exemplo:

✓ No trajeto para casa, passei pelo parque da cidade. (Note que pela conjugação verbal
“passei” podemos identificar a primeira pessoa do singular “eu”. Logo, “No trajeto para
casa, (eu) passei pelo parque da cidade.”)
✓ Gostamos de pular Carnaval. (pela conjugação verbal, identificamos o sujeito oculto da
oração: “(Nós) Gostamos de pular Carnaval.”)
✓ Armando saiu da escola muito cedo. À tarde levou tudo para casa. (Aqui temos o sujeito
“Armando” na primeira oração e na segunda, o sujeito da ação que já foi mencionado
anteriormente é “ele”: À tarde (ele) levou tudo para a casa.)

Sujeito indeterminado

O sujeito indeterminado é aquele que não podemos identificar o agente da ação, nem pelo
contexto, nem pela terminação verbal do enunciado. A despeito do sujeito ser um termo
essencial na oração, o sujeito inexistente pode se manifestar pelo desconhecimento ou
desinteresse do agente que executa a ação. Além disso, também acontece quando o verbo não
se refere a uma pessoa determinada. Há três maneiras de identificá-lo:

1) com verbo na 3.ª pessoa do plural que não se refere a nenhum substantivo citado
anteriormente na oração, por exemplo:

✓ Disseram que ele foi eleito.


✓ Capturaram o fugitivo.
✓ Falavam mal o tempo todo.
2) com pronome "se" e verbo intransitivo, transitivo indireto ou de ligação na 3.ª pessoa do
singular (de modo que não se consegue identificar quem pratica a ação), por exemplo:

✓ Acorda-se feliz (VI).


✓ Necessita-se de pessoas jovens (VTI).
✓ Nem sempre se é justo nesse mundo (VL).
Veja também: Índice de Indeterminação do Sujeito

3) com verbo no infinitivo pessoal, por exemplo:

✓ É difícil agradar a todos.


✓ Seria bom pesquisar mais sobre o assunto.
✓ Era bom viajar pelo mundo!

Veja também: Infinitivo Pessoal e Infinitivo Impessoal

Sujeito inexistente

Nas orações sem sujeito, o sujeito é inexistente uma vez que elas são constituídas por verbos
impessoais, ou seja, que não admitem agentes da ação, como é o caso de:

1. os verbos que indicam fenômenos da natureza: amanheceu, anoiteceu, choveu, nevou,


ventou, trovejou, etc.
2. o verbo haver quando empregado com sentido de existir, acontecer e indicando tempo
passado.
3. os verbos ser, fazer, haver, estar, ir e passar indicando tempo ou distância.

Exemplos:

✓ Trovejou durante a noite.


✓ Há boas palestras no congresso.
✓ Está na hora do intervalo.

Veja também: Verbos Impessoais


Núcleo do sujeito

O núcleo do sujeito representa o termo mais importante. Quando o sujeito é seguido de artigos,
por exemplo, o núcleo é apenas o substantivo que vem depois dele. Assim, embora o artigo e o
substantivo sejam o sujeito, o seu núcleo é aquilo que semanticamente tem mais importância,
por exemplo:

1) As meninas cantaram lindamente.

sujeito: As meninas
núcleo do sujeito: meninas

2) Os avós, os pais e seus filhos viviam na quinta.

sujeito: Os avós, os pais e seus filhos


núcleo do sujeito: avós, pais, filhos

Sujeito e Predicado

O sujeito e o predicado são os termos essenciais da oração. Isso quer dizer que eles são
essenciais na construção de uma oração, ainda que haja orações em que o sujeito seja
inexistente. Lembre-se que o predicado é o que se fala acerca do sujeito.

Exemplo: As estudantes gravaram um vídeo sobre a aula.

Sujeito: As estudantes
Predicado: gravaram um vídeo sobre a aula.

Predicado

O predicado, formado por um ou mais verbos, é aquilo que se declara sobre a ação do sujeito,
concordando em número e pessoa com ele. Para compreender melhor, observe o exemplo:

Lúcia correu no final da semana passada.

No exemplo acima, temos:


✓ Sujeito da ação: para determinar o sujeito devemos fazer a pergunta: Quem correu no
final de semana passada? “Lúcia”é o sujeito simples que realiza a ação.
✓ Predicado: após identificar o sujeito da ação, todo o restante é o predicado. Trata-se da
ação realizada pelo sujeito que, nesse caso, corresponde a “correu a semana passada”.

Tipos de Predicado

De acordo com seu núcleo significativo, os predicados são classificados em três tipos:

Predicado Verbal

Indica uma ação, sendo constituído por um núcleo, que é um verbo nocional (verbo que indica
uma ação). Nesse caso, não há presença de predicativo do sujeito, por exemplo:

✓ Nós caminhamos muito hoje. (núcleo: caminhamos)


✓ Cheguei hoje de viagem. (núcleo: cheguei)
✓ O cliente perdeu os documentos. (núcleo: perdeu)

Veja também: Predicado Verbal

Predicado Nominal

Indica estado ou qualidade, sendo constituído por um verbo de ligação (verbo que indica
estado) e o predicativo do sujeito (complementa o sujeito atribuindo-lhe uma qualidade). Há
somente um núcleo, caracterizado por um nome (substantivo ou adjetivo), por exemplo:

✓ Alan está feliz. (núcleo: feliz)


✓ Fiquei exausta. (núcleo: exausta)
✓ Ele continua atencioso comigo. (núcleo: atencioso)

Veja também: Predicado Nominal

Predicado Verbo-Nominal

Ao mesmo tempo que indica ação do sujeito, esse tipo de predicado informa sua qualidade ou
estado, sendo constituído por dois núcleos: um nome e um verbo. Nesse caso, há presença de
predicativo do sujeito ou predicativo do objeto (complementa o objeto direto ou indireto,
atribuindo-lhes uma característica), por exemplo:
✓ Suzana chegou cansada. (núcleos: chegou, cansada)
✓ Terminaram satisfeitos o trabalho. (núcleos: terminaram, satisfeitos)
✓ Considerou a caminhada desagradável. (núcleos: considerou, desagradável)

Para identificar um predicado verbo-nominal, o verbo que indica ação está expresso na oração.
O verbo que indica estado ou qualidade, por sua vez, está oculto. Assim, “Suzana chegou”
caracteriza o verbo nocional, o qual representa a ação do sujeito. Enquanto que “(estava)
cansada” indica o estado do sujeito, onde o verbo não nocional não aparece declarado na frase.

Veja também: Predicado Verbo-Nominal

Predicativo do Sujeito

Predicativo do sujeito é o termo do predicado que tem a função de atribuir uma qualidade ao
sujeito. Essa função é feita por meio de um verbo que pode ou não ser de ligação. Nesse caso,
a função do verbo é informar algo relacionado ao sujeito.

Exemplos

O papel do predicativo do sujeito numa sentença pode ser desempenhado por um adjetivo,
substantivo, numeral, advérbio ou pronome. Para compreender melhor o conceito de
predicativo do sujeito, veja os exemplos abaixo:

Exemplo 1

A modelo é desastrada.
Sujeito = A modelo
Verbo de Ligação = é
Predicativo = desastrada

Exemplo 2

O sofá está sujo.


Sujeito = o sofá
Verbo de Ligação = está
Predicativo = sujo
Exemplo 3

A engenheira corre feliz.


Sujeito = a engenheira
Verbo de ação = corre
Predicativo = feliz

Exemplo 4

Melina trabalha satisfeita.


Sujeito = Melina
Verbo de ação = trabalha
Predicativo = satisfeita

Veja também: Verbos de Ligação

Predicativo do Sujeito x Predicativo do Objeto

A função sintática do predicativo é indicar uma característica para o sujeito ou para o objeto,
complementando-o. O predicativo do sujeito, juntamente com o predicativo do objeto, fazem
parte do termo da oração que denominamos predicativo. Diferente do predicativo do sujeito, o
predicativo do objeto é um termo que atribui uma característica ao objeto.

Exemplo:

As professoras deixaram as crianças satisfeitas.

Objeto direto = as crianças


Predicativo do objeto = satisfeitas

Complementos Verbais, adjunto adverbial e agente da passiva, complemento


nominal e adjunto nominal

Termos Integrantes da Oração

Os termos integrantes da oração são o complemento verbal, o complemento nominal e o


agente da passiva.
Complemento Nominal

O complemento nominal é o termo da oração que é ligado ao sujeito, predicativo, objetivo


direto, o objeto indireto, o agente da passiva, o adjunto adverbial, o aposto ou ao vocativo. O
complemento nominal liga-se ao substantivo, adjetivo ou advérbio por intermédio de uma
preposição.

Exemplo 1:
A mulher tinha necessidade de medicamentos.
Nome (substantivo): necessidade
Complemento nominal: de medicamentos.

Exemplo 2:

Esta conduta é prejudicial à saúde.

Nome (adjetivo): prejudicial


Complemento nominal: à saúde.

Exemplo 3:

Decidiu favoravelmente ao acusado.


Nome (advérbio): favoravelmente
Complemento nominal: ao acusado.
O núcleo do complemento nominal, em geral, é representado por um substantivo ou palavra
com valor de substantivo. O pronome oblíquo também pode representar um complemento
nominal deixando a preposição implícita no pronome.

Exemplo:

Andar a pé lhe era agradável. (era agradável a ele)


Complemento nominal: Lhe

Quando houver um período composto, a função do complemento nominal pode agir na oração
com valor de substantivo. Nos casos em que isso ocorre, a denominação é de oração substantiva
completiva nominal.

Exemplo:

Tinha a necessidade de que o socorressem.


Complemento nominal: de que o socorressem.
Oração: Tinha necessidade

Agente da Passiva

O agente da passiva é o complemento preposicionado que representa o ser que pratica a ação
expressa por um verbo na voz passiva.

Exemplo:

A criança foi orientada pelo professor.


Sujeito: A criança
Verbo na voz passiva: pelo professor.

Transposição da Voz Passiva para a Voz Ativa

O agente da passiva é o sujeito na voz ativa. O objeto direto da voz ativa passa a sujeito da voz
passiva.
Complemento Verbal

Objeto Direto

O objeto direto é o complemento de um verbo transitivo direto sem preposição obrigatória. Ele
indica o ser para a qual se dirige a ação verbal. Pode ser apresentado por substantivo, pronome,
numeral, palavra ou expressão substantivada ou oração substantiva.

Exemplo:

Algumas pessoas tomam vinho.


Sujeito: Algumas pessoas
Verbo transitivo direto: tomam
Objeto direto: vinho

Objeto Direto Preposicionado

Ocorre quando o objeto direto vem regido por preposição.

Exemplos:
Nunca enganaram a mim.
Objeto direto preposicionado: a mim.
Verbo transitivo direto: enganaram

Objeto Indireto
O objeto indireto completa a significação de um verbo e vem sempre acompanhado de
preposição. Pode ser representado por substantivo ou palavra substantivada, pronome, numeral,
expressão substantivada ou oração substantiva.

Exemplo:
Amélia acredita em discos voadores.
Sujeito: Amélia
Verbo transitivo direto: em discos voadores.

Nos casos de Pronome Oblíquo

Há casos em que os pronomes oblíquos assumem a função de complementos verbais.

Exemplo:
A proposta interessava-lhe.
Objeto indireto: lhe
Verbo transitivo indireto: interessava-lhe.

Aposto e Vocativo

O aposto é o nome que se dá ao termo que exemplifica ou especifica melhor outro de valor
substantivo ou pronominal, já mencionado anteriormente na oração. Geralmente, a pausa entre
um termo e outro vem separado dos demais termos da oração por vírgula, dois pontos,
parênteses ou travessão.

Exemplos:

✓ Maria, irmã de Bernadete, vendeu todos seus bordados.


✓ Gosto de tudo o que servem no restaurante: os peixes, as carnes e as sobremesas.
✓ A Semana Santa de Sevilla (maior festa religiosa da Europa) é um dos eventos mais
procurados pelos turistas na época das celebrações pascais.

✓ Chico Buarque — um dos maiores compositores da música brasileira — lançou outra


obra literária.

Tipos de aposto
Segundo a intenção do discurso o aposto pode ser classificado em:

1. Explicativo

Oferece uma explicação sobre o termo anterior:

A geografia, estudo da terra, é uma disciplina fundamental do currículo escolar.


Júlia, dos Recursos Humanos, pediu para você preencher essas fichas.

2. Distributivo

Retoma as explicações sobre os termos, contudo, de maneira separada na oração:

Vitória e Luís foram os vencedores, aquela na corrida e este no atletismo.


Adoro João e Maria, um exemplo de calma e a outra, de agitação.

3. Enumerativo

Enumera as explicações sobre o termo, sendo separado por vírgulas:

Na bolsa levava o que precisava: roupas, biquínis e toalhas.


O programa de hoje é: praia, pizza e cinema.

4. Comparativo

Compara o termo da oração:

A garota, que parecia desacordada, foi levada para o hospital.


Do doce, manjar dos deuses, não tinha sobrado nada.

5. Resumidor ou recapitulativo

Resume os termos anteriores do enunciado:

Saúde, educação e acesso à cultura, tudo isso são prioridades para a melhoria de um país.
Paz e sossego, esses são os meus desejos para as férias.

6. Especificativo
Especifica um termo da oração:

A aluna Joana continua se nos surpreender.


A avenida Paulista é lindíssima.

7. Aposto de oração

Consiste numa oração que depende da outra em termos sintáticos:

Os bolos ficaram lindos e saborosos, fruto da sua técnica e dedicação.


As coisas correram mal, desfecho inevitável.

Aposto e Vocativo

Muito comum haver confusão entre o aposto e o vocativo. Porém, enquanto o aposto explica
um termo anterior dito no enunciado, o vocativo, é um chamamento, uma invocação ou pode
caracterizar uma pessoa que chama pela outra no enunciado. Além disso, o vocativo
corresponde a um termo que não possui relação sintática com outro termo da oração de forma
que não faz parte nem do sujeito e nem do predicado. Enquanto isso, o aposto mantém relação
sintática com outros termos da oração.

Exemplos:

Moisés, venha jantar! (Vocativo)


Moisés, o profeta religioso, é considerado o grande libertador dos judeus. (Aposto)

O vocativo é um termo que indica o “chamamento”, “invocação”, “interpelação” de uma pessoa


(interlocutor) real ou fictícia. Geralmente, ele é isolado por vírgulas quando a pausa for curta,
ou com o ponto de exclamação, interrogação ou reticências, quando for uma pausa longa.
Embora esteja incluso nos termos acessórios da oração, para muitos gramáticos ele não se
classifica nessa categoria. Isso porque, para estes estudiosos, o vocativo não estabelece relação
sintática com os outros termos como acontece com o aposto e os adjuntos adverbial e
adnominal.

Formação do vocativo

O vocativo pode ser formado por:


✓ Substantivo, por exemplo: Laís, faça o trabalho de casa.
✓ Adjuntos adnominais, por exemplo: Força, meu amor, nós conseguiremos.
✓ Pronome pessoal do caso reto, por exemplo: Atenção, você, diminua a velocidade.

Exemplos de vocativos

O vocativo pode aparecer de diversas maneiras nas orações. Ele pode surgir no final ou início
da frase, acompanhar interjeições, surgir entre o nome ou o verbo e o complemento, e ainda,
após ou antes a verbo no imperativo.

Segue abaixo alguns exemplos:

✓ Professora, queremos saber as notas. (início da frase)


✓ Não diga dessa forma, Manuela! (final da frase)
✓ Oh, meu amor, isso não se faz. (acompanha interjeições)
✓ Veja, meu querido, que lindo lugar. (após o verbo no imperativo)
✓ Nesse momento, Luiz Paulo, deixe a luz acesa. (antes do verbo no imperativo)
✓ Tivemos azar, amiga, de ninguém nos encontrar. (nome e complemento)
✓ Amanhã será, Dona Elisa, dia da festa (verbo e complemento)

Orações coordenadas, orações subordinadas substantivas, orações


subordinadas adjetivas, orações subordinadas adverbiais e justapostas

As Orações Coordenadas são orações independentes, ou seja, não há relação sintática entre
elas. Elas são classificadas em: Orações Coordenadas Sindéticas e Orações Coordenadas
Assindéticas.

Orações Assindéticas

As Orações Coordenadas Assindéticas são caracterizadas pelo período composto justaposto, ou


seja, não são ligadas através de nenhum conectivo.

Exemplos:

✓ Chegamos na praia, nadamos, jogamos, comemos.


✓ Pegou a chave, abriu a porta, suspirou fundo.
✓ Não tem vontade de comer, estudar, sair.

Veja também: Período Composto por Coordenação

Orações Sindéticas

As Orações Coordenadas Sindéticas são caracterizadas pelo período composto ligadas por meio
de uma conjunção coordenativa. Nesse caso, as orações, dependendo dos conectivos, podem
ser: Aditivas, Adversativas, Alternativas, Conclusivas e Explicativas.

Aditivas

Os conectivos que coordenam as orações aditivas são: e, nem, não só, mas também, mas ainda,
como, assim.

Exemplos:

✓ Chegamos à praia e nadamos.


✓ Não faz nem deixa ninguém fazer.
✓ Gosta de ficar em casa, como também gosta de sair.

Adversativas

Os conectivos que coordenam as orações adversativas são: e, mas, contudo, todavia, entretanto,
porém, no entanto, ainda, assim, senão.

Exemplos:

✓ Eles queriam sair, porém estava chovendo.


✓ Seu mau feitio, no entanto, deixou todos desanimados.
✓ Trabalha, mas nunca guarda dinheiro.

Veja também: Conjunções Adversativas

Alternativas
Os conectivos que coordenam as orações alternativas são: ou, ou… ou; ora…ora; quer…quer;
seja…seja.

Exemplos:

✓ Ora gosta de vestidos, ora gosta de sapatos.


✓ Fale agora ou cale-se para sempre.
✓ Vou falar com ele, quer você queira, quer não.

Leia Conjunções: e, mas, ou, logo, pois, que, como, porque.

Conclusivas

Os conectivos que coordenam as orações conclusivas são: logo, portanto, por fim, por
conseguinte, pois, então, consequentemente.

Exemplos:

✓ São adolescentes, logo irão namorar.


✓ Cheguei atrasada, portanto terei que aguardar que chamem-me novamente.
✓ Tirou o bolo do forno agora mesmo, então não o pode comer já.

Veja também: Conjunções Coordenativas

Explicativas

Os conectivos que coordenam as orações explicativas são: isto é, ou seja, a saber, na verdade,
porque, que, pois.

Exemplos:

✓ Descemos do carro porque o trânsito estava parado.


✓ Ela não atende o telefone, ou seja, ela não quer saber de nós.
✓ Ela não sabe da novidade, pois não disse nada.
Orações Subordinadas Adverbiais

Uma oração é subordinada quando exerce função sintática sobre outras, ou seja, depende de
outra para que a frase estabeleça seu sentido completo. As orações subordinadas são
classificadas em adverbiais, adjetivas e substantivas dependendo da função sintática exercida
na frase. Assim, as orações subordinadas adverbiais exercem a função do advérbio e
funcionam como adjunto adverbial sendo classificadas em: causais, comparativas, concessivas,
condicionais, conformativas, consecutivas, finais, temporais, proporcionais.

Classificação das Orações Subordinadas Adverbiais

As orações subordinadas adverbiais são iniciadas com uma conjunção subordinativa (ou
locução), isto é, aquelas que ligam as frases (principal e a subordinada). São classificadas em
nove tipos, de acordo com a circunstância que exprimem na frase:

Causais

As orações subordinadas adverbiais causais, exprimem causa ou o motivo sendo as conjunções


integrantes adverbiais: porque, que, como, pois que, porquanto, visto que, uma vez que, já que,
desde que.

Exemplo: Não fomos à festa visto que estava chovendo muito.

Comparativas

As orações subordinadas adverbiais comparativas exprimem comparação sendo as conjunções


integrantes adverbiais: como, assim como, tal como, tanto como, tanto quanto, como se, do que,
quanto, tal, qual, tal qual, que nem, que (combinado com menos ou mais).

Exemplo: Paula é estudiosa tanto quanto seu irmão.

Concessivas

As orações subordinadas adverbiais concessivas exprimem permissão sendo as conjunções


integrantes adverbiais: embora, conquanto, por mais que, posto que, ainda que, apesar de que,
se bem que, mesmo que, em que pese.
Exemplo: Luciana gosta muito de dançar embora esteja com o pé quebrado.

Condicionais

As orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem condição sendo as conjunções


integrantes adverbiais: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde que, a menos que,
sem que.

Exemplo: Iremos à festa desde que não chova.

Conformativas

As orações subordinadas adverbiais conformativas exprimem conformidade sendo as


conjunções integrantes adverbiais: conforme, segundo, como, consoante, de acordo.

Exemplo: Consoante às regras de conduta, Antenor preferiu alertar seus colegas de trabalho.

Consecutivas

As orações subordinadas adverbiais consecutivas exprimem consequência sendo as conjunções


integrantes adverbiais: de modo que, de sorte que, sem que, de forma que, de jeito que.

Exemplo: O palestrante falou tão baixo, de forma que não conseguimos ouvir a apresentação.

Finais

As orações subordinadas adverbiais finais exprimem finalidade sendo as conjunções integrantes


adverbiais: a fim de que, para que, que, porque.

Exemplo: Estamos aqui para trabalhar.

Temporais

As orações subordinadas adverbiais temporais exprimem circunstância de tempo sendo as


conjunções integrantes adverbiais: enquanto, quando, desde que, sempre que, assim que, agora
que, antes que, depois que, logo que.

Exemplo: Enquanto eles se divertem, nós trabalhamos.


Proporcionais

As orações subordinadas adverbiais proporcionais exprimem proporção sendo as conjunções


integrantes adverbiais: à proporção que, à medida que, ao passo que, tanto mais, tanto menos,
quanto mais, quanto menos.

Exemplo: À medida que o tempo passa, estamos mais distante.

Orações Subordinadas Substantivas

As Orações Subordinadas Substantivas são aquelas que possuem papel de substantivo. Elas
podem exercer as funções sintáticas de sujeito, predicado, complemento nominal, objeto direto,
objeto indireto e aposto.

Classificação das orações subordinadas substantivas

Segundo a função que exercem no enunciado, as orações subordinadas substantivas podem


apresentar-se em duas formas: desenvolvidas ou reduzidas. Geralmente, as orações
subordinadas desenvolvidas são introduzidas pelas conjunções integrantes “que” e “se” e
podem acompanhar pronomes, conjunções ou locuções conjuntivas. As orações reduzidas, por
sua vez, não apresentam uma conjunção integrante, e surgem com o verbo no infinitivo, no
particípio ou no gerúndio. Dessa maneira, as orações subordinadas desenvolvidas são
classificadas em:

1. Subjetiva: exerce valor de sujeito da oração principal, por exemplo: É fundamental que
você chegue antes à reunião.
2. Predicativa: exerce valor de predicativo do sujeito, ou seja, aquilo que se revela sobre
o sujeito da oração, por exemplo: Nosso desejo é que ela vencesse o campeonato.
3. Completiva Nominal: possui valor de complemento nominal (completa o sentido do
nome da oração principal), sendo sempre iniciada por uma preposição, por exemplo:
Temos fé de que a humanidade para de destruir o planeta.
4. Objetiva Direta: possui valor de objeto direto do verbo da oração principal, por
exemplo: Desejo que vocês sejam felizes.
5. Objetiva Indireta: possui valor de objeto indireto do verbo da oração principal, sendo
iniciada por preposição, por exemplo: O gerente precisa (de) que esteja tudo em
ordem.
6. Apositiva: possui valor de aposto de qualquer termo da oração principal, por exemplo:
Todos pensam a mesma coisa: que eu sou um vitorioso.

Orações Subordinadas Adjetivas

As Orações Subordinadas Adjetivas são aquelas que exercem a função sintática de adjetivo.
Geralmente, são introduzidas por pronomes relativos (que, quem, qual, quanto, onde, cujo,
etc.), os quais exercem a função de adjunto adnominal do termo antecedente.

Observe as orações equivalentes abaixo:

✓ “Admiro alunos estudiosos” (adjetivo)


✓ “Admiro alunos que estudam” (oração subordinada adjetiva. Isso porque possui a
função sintática de um adjetivo, que é atribuir qualidade ao nome).

Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas

As orações subordinadas adjetivas podem ser explicativas ou restritivas.

Orações Subordinadas Adjetivas Explicativas

Separadas por vírgulas, as orações subordinadas explicativas, como o próprio nome já indica,
explicam melhor ou esclarecem o termo ao qual se referem.

Exemplos:

O exame final, que estava muito difícil, deixou todos apreensivos.

✓ Oração Principal: O exame final deixou todos apreensivos.


✓ Oração Subordinada Adjetiva Explicativa: que estava muito difícil.

João, que é o mais calmo da turma, surpreendeu a todos.

✓ Oração Principal: João surpreendeu a todos.


✓ Oração Subordinada Adjetiva Explicativa: que é o mais calmo da turma.

Orações Subordinadas Adjetivas Restritivas


Ao contrário das orações explicativas, as orações restritivas restringem ou delimitam o
significado de seu antecedente, e não são separadas por vírgulas.

Exemplos:

As pessoas que são racistas merecem ser punidas.

✓ Oração Principal: As pessoas merecem ser punidas.


✓ Oração Subordinada Adjetiva Restritiva: que são racistas.

As pessoas que não praticam esporte costumam ser mais doentes.

✓ Oração Principal: As pessoas costumam ser mais doentes.


✓ Oração Subordinada Adjetiva Restritiva: que não praticam esporte.

Orações Desenvolvidas e Reduzidas

As orações subordinadas adjetivas podem ser desenvolvidas ou reduzidas.

Orações Subordinadas Adjetivas Desenvolvidas

As orações desenvolvidas apresentam as seguintes características:

1. Iniciam-se com um pronome relativo.


2. Contêm verbos nos modos indicativo ou subjuntivo.

Orações Subordinadas Adjetivas Reduzidas

As orações Reduzidas apresentam as seguintes características:

1. Não se iniciam com um pronome relativo.


2. Contêm verbos no infinitivo, gerúndio ou particípio.
3. De acordo com as formas nominais usadas, as orações podem ser: reduzida de infinitivo,
reduzida de gerúndio ou reduzida de particípio.

Exemplos:
Orações Desenvolvidas Orações Reduzidas

Ele foi o primeiro orador que Ele é sempre o primeiro a encantar a plateia. (oração
encantou a plateia. reduzida de infinitivo)

Assisti as atuações dos velhinhos que Assisti as atuações dos velhinhos cantando. (oração
cantam. reduzida de gerúndio)

Arrumou o quarto que a criança Arrumou o quarto bagunçado pela criança. (oração
bagunçou. reduzida de particípio)

Pontuação: Fundamentos e pontuação expressiva

Sinais de pontuação são recursos prosódicos que conferem às orações ritmo, entoação e pausa,
bem como indicam limites sintáticos e unidades de sentido. Na escrita, substituem, em parte, o
papel desempenhado pelos gestos na fala, garantindo coesão, coerência e boa compreensão da
informação transmitida. Confira abaixo os dez sinais de pontuação utilizados na nossa língua,
assim como as situações em que devem ser empregados, seguidas de exemplos.

1. Ponto (.)

O ponto pode ser utilizado para:

a) Indicar o final de uma frase declarativa:

Acho que Pedro está gostando de você.

b) Separar períodos:

Ela vai estudar mais tempo. Ainda é cedo.

c) Abreviar palavras:

V. Ex.ª (Vossa excelência)

2. Dois-pontos (:)

Deve ser utilizado com as seguintes finalidades:


a) Iniciar fala de personagens:

Ela gritou:
– Vá embora!

b) Anteceder apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que


explicam e/ou resumem ideias anteriores.

Esse é o problema dessa geração: tem liberdade, mas não tem responsabilidade.

Anote meu número de telefone: 863820847.

c) Anteceder citação direta:

É como disse Platão: “De todos os animais selvagens, o homem jovem é o mais difícil de
domar.”

3. Reticências (...)

Usa-se para:

a) Indicar dúvidas ou hesitação:

Sabe... preciso confessar uma coisa: naquela viagem gastei todas as minhas economias.

b) Interromper uma frase incompleta sintaticamente:

Talvez se você pedisse com jeitinho...

c) Concluir uma frase gramaticalmente incompleta com a intenção de estender a reflexão:

Pedofilia, estupros, assassinatos, pessoas sem ter onde morar, escândalos ligados à
corrupção... assim caminha a humanidade.

d) Suprimir palavras em uma transcrição:


“O Cristo não pediu muita coisa. (...) Ele só pediu que nos amássemos uns aos outros.” (Chico
Xavier)

4. Parênteses ( )

Os parênteses são usados para:

a) Isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo, datas e, também, podem substituir
a vírgula ou o travessão:

Rosa Luxemburgo nasceu em Zamosc (1871).

Numa linda tarde primaveril (meu caçula era um bebê nessa época), ele veio nos visitar pela
última vez.

5. Ponto de exclamação (!)

Em que situações utilizar:

a) Após vocativo:

Juliana, bom dia!

b) Final de frases imperativas:

Fuja!

c) Após interjeição:

Ufa! Graças a Deus!

d) Após palavras ou frases de caráter emotivo, expressivo:

Que lástima!

6. Ponto de interrogação (?)

Quando utilizar:
a) Em perguntas diretas:

Quando você chegou?

b) Às vezes, pode ser utilizada junto com o ponto de exclamação para enfatizar o enunciado:

Não acredito, é sério?!

7. Vírgula (,)

Esse é o sinal de pontuação que exerce o maior número de funções, por isso aparece em várias
situações. A vírgula marca pausas no enunciado, indicando que os termos por ela separados não
formam uma unidade sintática, apesar de estarem na mesma oração.

A seguir confira as situações em que se deve utilizar vírgula.

a) Separar o vocativo:

Marília, vá à padaria comprar pães para o lanche.

b) Separar apostos:

Camila, minha filha caçula, presenteou-me com este relógio.

c) Separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado:

Os políticos, muitas vezes, visam somente os próprios interesses.

d) Separar elementos de uma enumeração:

Meus bolos prediletos são os de chocolate, coco, doce de leite e nata com morangos.

e) Isolar expressões explicativas:

Faça um bolo de chocolate, ou melhor, de chocolate e morangos.

f) Separar conjunções intercaladas:

Os deputados não explicaram, porém, o porquê de tantas faltas.


g) Separar o complemento pleonástico antecipado:

Havia no rosto dela ódio, uma ira, uma raiva que não possuía justificativa.

h) Isolar o nome do lugar na indicação de datas:

São Paulo, 10 de Dezembro de 2016.

i) Separar termos coordenados assindéticos:

Vim, vi, venci. (Júlio César)

j) Marcar a omissão de um termo:

Maria gosta de praticar esportes, e eu, de comer. (omissão do verbo gostar)

Antes da conjunção, como nos casos abaixo:

k) Quando as orações coordenadas possuem sujeitos diferentes:

Os políticos estão cada vez mais ricos, e seus eleitores, cada vez mais pobres.

l) Quando a conjunção “e” repete-se com o objetivo de enfatizar alguma ideia (polissíndeto):

Eu alerto, e brigo, e repito, e faço de tudo para ela perceber que está errada, porém nunca me
escuta.

m) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” assume valores distintos que não retratam
sentido de adição (adversidade, consequência, por):

Teve febre a noite toda, e ainda está muito fraca.

Entre orações:

n) Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas:

Amélia, que não se parece em nada com a Amélia da canção, não suportou seu jeito grosseiro
e mandão.
o) Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas, com exceção das orações
iniciadas pela conjunção “e”:

Pediu muito, mas não conseguiu convencer-lhe.

p) Para separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), principalmente


se estiverem antepostas à oração principal:

A casa, tão cara que ela desistiu da compra, hoje está entregue às baratas.

q) Para separar as orações intercaladas:

Ficou doente, creio eu, por conta da chuva de ontem.

r) Para separar as orações substantivas antepostas à principal:

Quando me formarei, ainda não sei.

8. Ponto e vírgula (;)

a) Utiliza-se ponto e vírgula para separar os itens de uma sequência de outros itens:

Para preparar o bolo vamos precisar dos seguintes ingredientes:

1 xícara de trigo;
4 ovos;
1 xícara de leite;
1 xícara de açúcar;
1 colher de fermento.

b) Utilizamos ponto e vírgula, também, para separar orações coordenadas muito extensas ou
orações coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula:

“O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era


pronunciadamente vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite
crônica de que sofria desde moço se foi transformando em opressora asma cardíaca; os lábios
grossos, o inferior um tanto tenso." (O Visconde de Inhomerim - Visconde de Taunay)
9. Travessão (—)

O travessão deve ser utilizado para os seguintes fins:

a) Iniciar a fala de um personagem no discurso direto:

Então ela disse:

— Gostaria que fosse possível fazer a viagem antes de Outubro.

b) Indicar mudança do interlocutor nos diálogos:

— Querido, você já lavou a louça?


— Sim, já comecei a secar, inclusive.

c) Unir grupos de palavras que indicam itinerários:

O descaso do poder público com relação à rodovia Belém—Brasília é decepcionante.

d) Substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas:

Dizem que Elvis — o rei do rock — na verdade, detestava atuar.

10. Aspas (“”)

As aspas são utilizadas com os seguintes objetivos:

a) Isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos,
palavrões, neologismos, arcaísmos e expressões populares:

A aula do professor foi “irada”.

Ele me pediu um “feedback” da resposta do cliente.

b) Indicar uma citação direta:

“Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz
e refiz a mala.” (O prazer de viajar - Eça de Queirós)
Observação: Quando houver necessidade de utilizar aspas dentro de uma sentença onde ela já
esteja presente, usa-se a marcação simples ('), não dupla (").

Crase: regras básicas e casos particulares

A crase é, na língua portuguesa, a contração de duas vogais iguais, sendo representada com
acento grave.

Quando não usar crase?

Não ocorre crase:

Antes de substantivos masculinos:

✓ Gosto de andar a pé.


✓ Este passeio será feito a cavalo.
✓ Será estipulado um tipo de pagamento a prazo.
✓ Escreve a lápis, assim podemos apagar o que for preciso.

Antes de verbos:

✓ Não sei se ela chegou a falar sobre esse assunto.


✓ Meu filho está aprendendo a cantar essa música na escola.
✓ O arquiteto está começando a renovar essa casa.
✓ Meu irmão se dispôs a ajudar no que fosse necessário.

Antes da maior parte dos pronomes:

✓ Desejamos a todos um bom fim de semana.


✓ Você já pediu ajuda a alguém?
✓ Dei todos os meus carrinhos a ele.
✓ Refiro-me a quem nunca esteve presente nas reuniões.

Nota: Antes de alguns pronomes pode ocorrer crase.

✓ Não entregamos o trabalho à mesma professora.


✓ Eu pedi a fatura à própria gerente do estabelecimento.
✓ Solicitei à senhora que não fizesse mais reclamações.
✓ Esta é a reportagem à qual me referi.

Em expressões com palavras repetidas, mesmo que essas palavras sejam femininas:

✓ Estamos estudando as expressões mais usadas pelos falantes no dia a dia.


✓ Gota a gota, minha paciência foi enchendo!
✓ Preciso conversar com você face a face.
✓ Por favor, permaneçam lado a lado.

Antes de palavras femininas no plural antecedidas pela preposição a:

✓ Este artigo se refere a pessoas que estão desempregadas.


✓ A polêmica foi relativa a mulheres defensoras da emancipação feminina.
✓ As bolsas de estudo foram concedidas a alunas estrangeiras.

Nota: Caso se especifique os substantivos femininos através da utilização do artigo definido as,
ocorre crase, dada a contração desse artigo com a preposição a: a + as = às.

✓ Este artigo se refere às pessoas que estão desempregadas.


✓ A polêmica foi relativa às mulheres defensoras da emancipação feminina.
✓ As bolsas de estudo foram concedidas às alunas estrangeiras.

Antes de um numeral (exceto horas, conforme acima mencionado):

✓ O número de concorrentes chegou a quinhentos e vinte e sete.


✓ O hotel fica a dois quilômetros daqui.
✓ O motorista conduzia a 180 km/h.

Quando usar crase?

Ocorre crase:

Antes de palavras femininas em construções frásicas com substantivos e adjetivos que pedem
a preposição a e com verbos cuja regência é feita com a preposição a, indicando a quem algo
se refere, como: agradecer a, pedir a, dedicar a, …

✓ Aquele aluno nunca está atento à aula.


✓ Suas atitudes são idênticas às de sua irmã.
✓ Não consigo ser indiferente à falta de respeito dessa menina!
✓ É importante obedecer às regras de funcionamento da escola.
✓ As testemunhas assistiram à cena impávidas e serenas.

Em diversas expressões adverbiais, locuções prepositivas e locuções conjuntivas: à noite, à


direita, à toa, às vezes, à deriva, às avessas, à parte, à luz, à vista, à moda de, à maneira de, à
exceção de, à frente de, à custa de, à semelhança de, à medida que, à proporção que,…

✓ Ligo-te hoje à noite.


✓ Ele está completamente à parte do grupo.
✓ A funcionária apenas conseguiu a promoção à custa de muito esforço.
✓ Meu filho mais velho está completamente à deriva: não estuda, não trabalha, não faz
nada.

Nota: Pode ocorrer crase antes de um substantivo masculino desde que haja uma palavra
feminina que se encontre subentendida, como no caso das locuções à moda de e à maneira de.

✓ Decisões à Pedro Neves. (à maneira de Pedro Neves)


✓ Estilo à Paulo Sousa. (à moda de Paulo Sousa)

Antes da indicação exata e determinada de horas:

✓ Meu filho acorda todos os dias às seis da manhã.


✓ Chegaremos a Brasília às 22h.
✓ A missa começará à meia-noite.

Nota: Com as preposições para, desde, após e entre, não ocorre crase.

✓ Estou esperando você desde as seis horas.


✓ Marcaram o almoço para as duas horas da tarde.

Em diversas expressões de modo ou circunstância, atuando como fator de transmissão de


clareza na leitura:

✓ Vou lavar a mão na pia.


✓ Vou lavar à mão a roupa delicada.
✓ Ele pôs a venda nos olhos.
✓ Ele pôs à venda o carro.
✓ Ela trancou a chave na gaveta.
✓ Ela trancou à chave a porta.
✓ Estudei a distância.
✓ Estudei à distância.

Quando a crase é facultativa?

O uso do acento grave indicativo de crase é facultativo:

Antes de pronomes possessivos:

✓ Na festa de Natal, fizeram referência a minha falecida mãe.


✓ Na festa de Natal, fizeram referência à minha falecida mãe.

Antes de nomes próprios femininos:

✓ Enviei cartas a Heloísa.


✓ Enviei cartas à Heloísa.

Nota: Não ocorre crase em contexto formal e na nomeação de personalidades ilustres porque
nestes casos, segundo a norma culta, não se usa artigo definido.

✓ Em seu discurso sobre poesia, fez referência a Cecília Meireles.


✓ A cerimônia foi em homenagem a Clarice Lispector.

Depois da preposição até antecedendo substantivos femininos:

✓ Não desistiremos, iremos até as últimas consequências.


✓ Não desistiremos, iremos até às últimas consequências.

Casos específicos para o uso da crase

Em algumas situações, o uso da crase fica sujeito a verificação:


Antes de nomes de localidades: Apenas ocorre crase antes de nomes de localidades que
admitam a anteposição do artigo a quando regidos pela preposição a. Uma forma fácil de
verificar se há anteposição do artigo a é substituir a preposição a pelas preposições de ou em.
Contração da preposição a com artigo definido feminino a: a + a = à
Contração da preposição de com artigo definido feminino a: de + a = da
Contração da preposição em com artigo definido feminino a: em + a = na

Havendo contração com as preposições de e em, ficando da e na, também haverá contração com
a preposição a, ficando à:

✓ Vim da Bahia.
✓ Estou na Bahia.
✓ Vou à Bahia no próximo mês.

Não havendo contração com as preposições de e em, permanecendo de e em, também não
haverá contração com a preposição a, permanecendo a:

✓ Vim de Brasília.
✓ Estou em Brasília.
✓ Vou a Brasília no próximo mês.

Nota: Se houver adjunto adnominal que determine a cidade, ocorre crase.

✓ Cheguei à Brasília dos políticos corruptos.


✓ Regressei à Curitiba de minha infância.

Antes da palavra terra: Ocorre crase apenas com o sentido de Planeta Terra e de localidade,
se esta estiver determinada. Com o sentido de chão, estando indeterminado, não ocorre crase.

✓ Fui à terra onde meu pai nasceu. (localidade identificada)


✓ O astronauta regressou à Terra trinta dias após sua partida. (Planeta Terra)
✓ Os marinheiros chegaram a terra de madrugada. (chão indeterminado)

Antes da palavra casa: Ocorre crase apenas quando a palavra casa está determinada com um
adjunto adnominal. Sem a determinação de um adjunto adnominal não há crase.

✓ Regresso a casa sempre que posso. (Sem adjunto adnominal)


✓ Regresso à casa de meus pais sempre que posso. (Com adjunto adnominal)

O que é a crase?

A crase é a contração de duas vogais iguais, sendo a contração mais comum à da preposição a
com o artigo definido feminino a (a + a = à).

✓ Dei a indicação à senhora mas ela não a entendeu. (a + a = à)


✓ Os alunos pediram um favor à professora. (a + a = à)

Existem outras contrações, embora menos utilizadas, como a contração da preposição a com
os pronomes demonstrativos a aquele, aquela e aquilo:
a + aquele = àquele;
a + aquela = àquela;
a + aquilo = àquilo.

✓ Fui àquele serviço para resolver esse problema. (a + aquele = àquele)


✓ Apenas dou a encomenda àquela funcionária. (a + aquela = àquela)
✓ Refiro-me àquilo que aconteceu semana passada. (a + aquilo = àquilo)

Dica para o uso da crase

Uma forma fácil de verificar a existência ou não da crase em diversas situações é substituir o
substantivo feminino por um substantivo masculino e verificar se haverá ou não a presença da
preposição a contraindo com o artigo definido a.

Contração da preposição a com artigo definido feminino a: a + a = à


Contração da preposição a com artigo definido masculino o: a + o = ao

Dúvida no uso da crase: “Vou à praia” ou “Vou a praia”?


Substituição por um substantivo no masculino: Substituição de praia por parque.
Reconstrução da dúvida com o substantivo masculino: “Vou ao parque” ou “Vou o
parque”?
Generalização da resposta correta: A forma correta é “Vou ao parque”, com a contração ao.
Assim, a forma correta também será “Vou à praia”, com a contração à.
Dúvida no uso da crase: “Vale à pena” ou “Vale a pena”?
Substituição por um substantivo no masculino: Substituição de pena por sacrifício.
Reconstrução da dúvida com o substantivo masculino: “Vale ao sacrifício” ou “Vale o
sacrifício”?
Generalização da resposta correta: A forma correta é “Vale o sacrifício”, sem a contração
ao. Assim, a forma correta também será “Vale a pena”, sem a contração à.

Atenção!

Mais importante do que decorar regras de quando usar ou não usar crase, o correto
uso da crase depende de um bom conhecimento estrutural da língua e de uma
capacidade de análise do enunciado frásico, sendo importante compreender que não
ocorre crase se houver apenas a preposição a, ou apenas o artigo definido a ou apenas
o pronome demonstrativo a. Para que haja crase, é preciso que haja uma sequência de
duas vogais iguais, que sofrem contração, formando crase.

Concordância Verbal: regras básicas e casos particulares

Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com o seu sujeito.


Exemplos:

Ele gostava daquele seu jeito carinhoso de ser./ Eles gostavam daquele seu jeito carinhoso de
ser.

Casos de concordância verbal:

1) Sujeito simples

Regra geral:
O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.
Ex.: Nós vamos ao cinema.
O verbo (vamos) está na primeira pessoa do plural para concordar com o sujeito (nós).

Casos especiais:

a) O sujeito é um coletivo - o verbo fica no singular.

Ex.: A multidão gritou pelo rádio.

Atenção:
Se o coletivo vier especificado, o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural.

Ex.: A multidão de fãs gritou./ A multidão de fãs gritaram.

b) Coletivos partitivos (metade, a maior parte, maioria, etc.) – o verbo fica no singular ou
vai para o plural.

Ex.: A maioria dos alunos foi à excursão./ A maioria dos alunos foram à excursão.

c) O sujeito é um pronome de tratamento - o verbo fica sempre na 3ª pessoa (do singular ou


do plural).

Ex.: Vossa Alteza pediu silêncio./ Vossas Altezas pediram silêncio.

d) O sujeito é o pronome relativo "que" – o verbo concorda com o antecedente do


pronome.

Ex.: Fui eu que derramei o café./ Fomos nós que derramamos o café.

e) O sujeito é o pronome relativo "quem" - o verbo pode ficar na 3ª pessoa do singular ou


concordar com o antecedente do pronome.

Ex.: Fui eu quem derramou o café./ Fui eu quem derramei o café.


f) O sujeito é formado pelas expressões: alguns de nós, poucos de vós, quais de...,
quantos de..., etc. - o verbo poderá concordar com o pronome interrogativo ou indefinido ou
com o pronome pessoal (nós ou vós).

Ex.: Quais de vós me punirão?/ Quais de vós me punireis?

Dicas:
Com os pronomes interrogativos ou indefinidos no singular, o verbo concorda com eles
em pessoa e número.

Ex.: Qual de vós me punirá.

g) O sujeito é formado de nomes que só aparecem no plural - se o sujeito não vier


precedido de artigo, o verbo ficará no singular. Caso venha antecipado de artigo, o verbo
concordará com o artigo.

Ex.: Estados Unidos é uma nação poderosa./ Os Estados Unidos são a maior potência
mundial.

h) O sujeito é formado pelas expressões: mais de um, menos de dois, cerca de..., etc. – o
verbo concorda com o numeral.

Ex.: Mais de um aluno não compareceu à aula./ Mais de cinco alunos não compareceram à
aula.

i) O sujeito é constituído pelas expressões: a maioria, a maior parte, grande parte, etc. -
o verbo poderá ser usado no singular (concordância lógica) ou no plural (concordância
atrativa).

Ex.: A maioria dos candidatos desistiu./ A maioria dos candidatos desistiram.

j) O sujeito tiver por núcleo a palavra gente (sentido coletivo) - o verbo poderá ser usado
no singular ou plural, se este vier afastado do substantivo.
Ex.: A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanece em casa./ A gente da cidade,
temendo a violência da rua, permanecem em casa.

2) Sujeito composto

Regra geral
O verbo vai para o plural.

Ex.: João e Maria foram passear no bosque.

Casos especiais:

a) Os núcleos do sujeito são constituídos de pessoas gramaticais diferentes - o verbo


ficará no plural seguindo-se a ordem de prioridade: 1ª, 2ª e 3ª pessoa.

Ex.: Eu (1ª pessoa) e ele (3ª pessoa) nos tornaremos (1ª pessoa plural) amigos.
O verbo ficou na 1ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª.

Ex: Tu (2ª pessoa) e ele (3ª pessoa) vos tornareis (2ª pessoa do plural) amigos.
O verbo ficou na 2ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª.

Atenção:
No caso acima, também é comum a concordância do verbo com a terceira pessoa.

Ex.: Tu e ele se tornarão amigos. (3ª pessoa do plural)

Se o sujeito estiver posposto, permite-se também a concordância por atração com o núcleo
mais próximo do verbo.

Ex.: Irei eu e minhas amigas.

b) Os núcleos do sujeito estão coordenados assindeticamente ou ligados por “e” - o verbo


concordará com os dois núcleos.
Ex.: A jovem e a sua amiga seguiram a pé.

Atenção:
Se o sujeito estiver posposto, permite-se a concordância por atração com o núcleo mais
próximo do verbo.

Ex.: Seguiria a pé a jovem e a sua amiga.

c) Os núcleos do sujeito são sinônimos (ou quase) e estão no singular - o verbo poderá
ficar no plural (concordância lógica) ou no singular (concordância atrativa).

Ex.: A angústia e ansiedade não o ajudavam a se concentrar./ A angústia e ansiedade não o


ajudava a se concentrar.

d) Quando há gradação entre os núcleos - o verbo pode concordar com todos os núcleos
(lógica) ou apenas com o núcleo mais próximo.

Ex.: Uma palavra, um gesto, um olhar bastavam./ Uma palavra, um gesto, um olhar bastava.

e) Quando os sujeitos forem resumidos por nada, tudo, ninguém... - o verbo concordará
com o aposto resumidor.

Ex.: Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o comoveu.

f) Quando o sujeito for constituído pelas expressões: um e outro, nem um nem outro... -
o verbo poderá ficar no singular ou no plural.

Ex.: Um e outro já veio./ Um e outro já vieram.

g) Quando os núcleos do sujeito estiverem ligados por ou - o verbo irá para o singular
quando a ideia for de exclusão, e para o plural quando for de inclusão.
Exemplos:

Pedro ou Antônio ganhará o prêmio. (exclusão)


A poluição sonora ou a poluição do ar são nocivas ao homem. (adição, inclusão)

h) Quando os sujeitos estiverem ligados pelas séries correlativas (tanto... como/ assim...
como/ não só... mas também, etc.) - o que comumente ocorre é o verbo ir para o plural,
embora o singular seja aceitável se os núcleos estiverem no singular.
Exemplos:

Tanto Erundina quanto Collor perderam as eleições municipais em São Paulo.

Tanto Erundina quanto Collor perdeu as eleições municipais em São Paulo.

Outros casos:

1) Partícula “SE”:

a- Partícula apassivadora: o verbo ( transitivo direto) concordará com o sujeito passivo.

Ex.: Vende-se carro./ Vendem-se carros.

b- Índice de indeterminação do sujeito: o verbo (transitivo indireto) ficará,


obrigatoriamente, no singular.
Exemplos:

Precisa-se de secretárias.
Confia-se em pessoas honestas.

2) Verbos impessoais

São aqueles que não possuem sujeito. Portanto, ficarão sempre na 3ª pessoa do singular.
Exemplos:

Havia sérios problemas na cidade.


Fazia quinze anos que ele havia parado de estudar.
Deve haver sérios problemas na cidade.
Vai fazer quinze anos que ele parou de estudar.

Dicas:
Os verbos auxiliares (deve, vai) acompanham os verbos principais.
O verbo existir não é impessoal. Veja:

Existem sérios problemas na cidade.


Devem existir sérios problemas na cidade.

3) Verbos dar, bater e soar

Quando usados na indicação de horas, possuem sujeito (relógio, hora, horas, badaladas...), e
com ele devem concordar.
Exemplos:

O relógio deu duas horas.


Deram duas horas no relógio da estação.
Deu uma hora no relógio da estação.
O sino da igreja bateu cinco badaladas.
Bateram cinco badaladas no sino da igreja.
Soaram dez badaladas no relógio da escola.

4) Sujeito oracional

Quando o sujeito é uma oração subordinada, o verbo da oração principal fica na 3ª pessoa do
singular.

Ex.: Ainda falta dar os últimos retoques na pintura.

5) Concordância com o infinitivo

a) Infinitivo pessoal e sujeito expresso na oração:

- não se flexiona o infinitivo se o sujeito for representado por pronome pessoal oblíquo átono.
Ex.: Esperei-as chegar.

- é facultativa a flexão do infinitivo se o sujeito não for representado por pronome átono e se o
verbo da oração determinada pelo infinitivo for causativo (mandar, deixar, fazer) ou sensitivo
(ver, ouvir, sentir e sinônimos).
Exemplos:

Mandei sair os alunos.


Mandei saírem os alunos.

- flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo se o sujeito for diferente de pronome átono e


determinante de verbo não causativo nem sensitivo.

Ex.: Esperei saírem todos.

b) Infinitivo pessoal e sujeito oculto

- não se flexiona o infinitivo precedido de preposição com valor de gerúndio.


Ex.: Passamos horas a comentar o filme. (comentando)

- é facultativa a flexão do infinitivo quando seu sujeito for idêntico ao da oração principal.
Ex.: Antes de (tu) responder, (tu) lerás o texto./Antes de (tu) responderes, (tu) lerás o texto.

- é facultativa a flexão do infinitivo que tem seu sujeito diferente do sujeito da oração
principal e está indicado por algum termo do contexto.
Ex.: Ele nos deu o direito de contestar./Ele nos deu o direito de contestarmos.

- é obrigatória a flexão do infinitivo que tem seu sujeito diferente do sujeito da oração
principal e não está indicado por nenhum termo no contexto.
Ex.: Não sei como saiu sem notarem o fato.

c) Quando o infinitivo pessoal está em uma locução verbal


- não se flexiona o infinitivo, sendo este o verbo principal da locução verbal, quando em
virtude da ordem dos termos da oração, sua ligação com o verbo auxiliar for nítida.

Ex.: Acabamos de fazer os exercícios.

- é facultativa a flexão do infinitivo, sendo este o verbo principal da locução verbal, quando o
verbo auxiliar estiver afastado ou oculto.
Exemplos:

Não devemos, depois de tantas provas de honestidade, duvidar e reclamar dela.


Não devemos, depois de tantas provas de honestidade, duvidarmos e reclamarmos dela.

6) Concordância com o verbo ser:

a - Quando, em predicados nominais, o sujeito for representado por um dos pronomes:


tudo, nada, isto, isso, aquilo - o verbo “ser” ou “parecer” concordarão com o predicativo.
Exemplos:

Tudo são flores.


Aquilo parecem ilusões.

Dicas:
Poderá ser feita a concordância com o sujeito quando se quer enfatizá-lo.

Ex.: Aquilo é sonhos vãos.

b - O verbo ser concordará com o predicativo quando o sujeito for os pronomes


interrogativos: que ou quem.
Exemplos:

Que são gametas?


Quem foram os escolhidos?
c - Em indicações de horas, datas, tempo, distância - a concordância será feita com a
expressão numérica
Exemplos:

São nove horas.


É uma hora.

Dicas:
Em indicações de datas, são aceitas as duas concordâncias, pois subentende-se a palavra
dia.

Exemplos:

Hoje são 24 de outubro.


Hoje é (dia) 24 de outubro.

d - Quando o sujeito ou predicativo da oração for pronome pessoal, a concordância se


dará com o pronome.

Ex.: Aqui o presidente sou eu.

Dicas:
Se os dois termos (sujeito e predicativo) forem pronomes, a concordância será com o que
aparece primeiro, considerando o sujeito da oração.

Ex.: Eu não sou tu

e - Se o sujeito for pessoa, a concordância nunca se fará com o predicativo.

Ex.: O menino era as esperanças da família.

f - Nas locuções: é pouco, é muito, é mais de, é menos de, junto a especificações de preço,
peso, quantidade, distância e etc., o verbo fica sempre no singular.
Exemplos:

Cento e cinquenta é pouco.


Cem metros é muito.

g - Nas expressões do tipo: ser preciso, ser necessário, ser bom, o verbo e o adjetivo pode
ficar invariável (verbo na 3ª pessoa do singular e adjetivo no masculino singular) ou
concordar com o sujeito posposto.
Exemplos:

É necessário aqueles materiais.


São necessários aqueles materiais.

h - Na expressão: é que, usada como expletivo, se o sujeito da oração não aparecer entre
o verbo “ser” e o “que”, ficará invariável. Se aparecer, o verbo concordará com o
sujeito.
Exemplos:

Eles é que sempre chegam atrasados.


São eles que sempre chegam atrasados.

Regência Verbal: regras básicas e casos particulares

Regência verbal é a parte da língua que se ocupa da relação entre os verbos e os termos que se
seguem a ele e completam o seu sentido. Os verbos são os termos regentes, enquanto os objetos
(direto e indireto) e adjuntos adverbiais são os termos regidos. Para entender melhor sobre esse
assunto e não errar mais, confira abaixo alguns exemplos e suas respectivas explicações:
Nos exemplos acima, morar é um verbo transitivo indireto, pois exige a preposição em (morar
em algum lugar). No segundo exemplo, implicar é um verbo transitivo direto, pois não exige
preposição (implicar algo, e não implicar em algo). No terceiro exemplo, ir exige a preposição
a, o que faz dele um verbo transitivo indireto. Na forma padrão, a oração “Isso implica em
mudança de horário” não está correta. Vamos ver exemplos de alguns verbos e entender como
eles são regidos. Alguns, conforme o seu significado, podem ter mais do que uma forma de
regência.

1. Assistir

a) com o sentido de ver exige preposição:

Que tal assistirmos ao filme?

b) com o sentido de dar assistência não exige preposição:

Sempre assistiu pessoas mais velhas.

c) com o sentido de pertencer exige preposição:

Assiste aos prejudicados o direito de indenização.


No
último quadrinho Calvin fala corretamente "assistir ao vídeo"

2. Chegar

O verbo chegar é regido pela preposição “a”:

Chegamos ao local indicado no mapa.

Essa é a forma padrão. No entanto, é comum observarmos o uso da preposição “em” nas
conversas informais, cujo estilo é coloquial: Chegamos no local indicado no mapa.

3. Custar

a) com o sentido de ser custoso exige preposição:

Aquela decisão custou ao filho.

b) com o sentido de valor não exige preposição:

Aquela casa custou caro.

4. Obedecer

O verbo obedecer é transitivo indireto, logo, exige preposição:

Obedeça ao pai!

Na linguagem informal, entretanto, ele é usado como verbo transitivo direto: Obedeça o pai!

5. Proceder
a) com o sentido de fundamento é verbo intransitivo:

Essa sua desconfiança não procede.

b) com o sentido de origem exige preposição:

Essa sua desconfiança procede de situações passadas.

6. Visar

a) com o sentido de objetivo exige preposição:

Visamos ao sucesso.

Na variante coloquial, encontramos o verbo sendo utilizado sem preposição, ou seja, como
verbo transitivo direto: Visamos o sucesso.

b) com o sentido de mirar não exige preposição:

O policial visou o bandido à distância.

7. Esquecer

O verbo esquecer é transitivo direto, logo não exige preposição:

Esqueci o meu material.

No entanto, na forma pronominal, deve ser usado com preposição: Esqueci-me do meu
material.

8. Querer

a) com o sentido de desejar não exige preposição:

Quero ficar aqui.

b) com o sentido de estimar exige preposição:

Queria muito aos seus amigos.


9. Aspirar

a) com o sentido de respirar ou absorver não exige preposição:

Aspirou todo o escritório.

b) com o sentido de pretender exige preposição:

Aspirou ao cargo de ministro.

10. Informar

O verbo é transitivo direto e indireto, assim ele exige um complemento sem e outro com
preposição:

Informei o acontecimento aos professores.

11. Ir

O verbo ir é regido pela preposição “a”:

Vou à biblioteca.

12. Implicar

a) com o sentido de consequência, o verbo implicar é transitivo direto, logo não exige
preposição:

O seu pedido implicará um novo orçamento.

b) com o sentido de embirrar, é transitivo indireto, logo exige preposição:

Implica com tudo!

13. Morar

O verbo morar é regido pela preposição “em”:


Mora no fim da rua.

14. Namorar

O verbo namorar é transitivo direto, apesar de as pessoas o usarem sempre seguido de


preposição:

Namorou Maria durante anos.

"Namorou com Maria durante anos" não é gramaticalmente aceito.

15. Preferir

O verbo preferir é transitivo direto e indireto. Assim:

Prefiro carne a peixe.

16. Simpatizar

O verbo simpatizar é transitivo indireto e exige a preposição "com":

Simpatiza com os mais velhinhos.

17. Chamar

a) com o sentido de convocar não exige complemento com preposição:

Chama o Pedro!

b) com o sentido de apelidar exige complementos com e sem preposição:

Chamou ao João de Mauricinho.

Chamou João de Mauricinho.

Chamou ao João Mauricinho.

Chamou João Mauricinho.


18. Pagar

a) quando informamos o que pagamos o complemento não tem preposição:

Paga o sorvete?

b) quando informamos a quem pagamos o complemento exige preposição:

Paga o sorvete ao dono do bar.

Casos especiais de regência verbal


Compreendemos por regência verbal o estudo da relação estabelecida entre o verbo e os termos
que o complementam, no caso, o objeto direto e objeto indireto. Assim, em se tratando da
linguagem escrita, devemos tomar cuidado quanto a esse fato, principalmente quando se trata
da regência de verbos em que seu complemento ou modificador é um pronome relativo. A título
de ilustração, atentemo-nos aos exemplos que seguem:

Corriqueiras, por sinal, não é verdade? Mas imagine quando a interlocução se refere a casos
do tipo:

O restaurante que comi fica logo ali adiante.

No mínimo deve ter sido um tanto quanto indigesto, concorda?

Dessa forma, no intuito de evitarmos situações como essas, observe o modo como deveriam
ser expressos os enunciados acima:

A rua em que eu moro é arborizada.

O cargo a que aspiro é pretendido por todos.


Você é a pessoa em que confio.

O filme a que assisti é muito interessante.

As cidades a que fui possuem traços históricos.

Mas como fica o restaurante?

O restaurante em que comi fica logo ali adiante.

Polissemia e ambiguidade

Na linguística, a ambiguidade ou anfibologia ocorre quando um trecho, uma sentença ou uma


expressão linguística apresentam mais de um entendimento possível, gerando problemas de
interpretação no enunciado e dificuldades de comunicação. A ambiguidade é um problema
muito comum e presente em diversas construções textuais e orais, estando muitas vezes
relacionada à escolha do léxico (escolha das palavras) e à sintaxe (disposição das palavras) da
sentença.

Ambiguidade como vício de linguagem

A ambiguidade é vista como um vício de linguagem, isto é, como um desvio das normas
padrão estabelecidas para a língua portuguesa. Embora seja aceitável na linguagem lírica e
poética, devido à maior liberdade criativa nesse tipo de escrita, a ambiguidade é um vício que
deve ser evitado em textos jornalísticos, acadêmicos e, mesmo, durante a comunicação
informal enquanto troca de informações objetivas e precisas, já que causa problemas na
interpretação dessas informações.

Tipos de ambiguidade

A língua portuguesa apresenta alguns tipos específicos de ambiguidade que ocorrem devido
à maneira como o próprio idioma estabelece-se. Vamos conhecer esses tipos vendo exemplos
e maneiras de evitá-los.
Uso indevido de pronomes possessivos

Costuma ocorrer quando há mais de um sujeito na sentença e qualquer pronome possessivo


ou termo que indique posse, não ficando claro a qual sujeito se estabelece a relação de posse.
Exemplo:

Andréia pediu a Fabiano que pegasse sua mochila na sala.

A mochila era de Andréia ou de Fabiano? Para evitar esse tipo de ambiguidade, evite usar o
pronome seu ou sua nesses casos e use dele ou dela:

Andréia pediu a Fabiano que pegasse a mochila dele/dela na sala.

Leia mais: A ambiguidade gerada pelo emprego inadequado dos pronomes possessivos

Colocação inadequada de palavras

Ocorre quando a sintaxe da frase prejudica o entendimento. Exemplo:

O garoto mal-humorado resmungou durante a prova.

O garoto é sempre mal-humorado ou estava mal-humorado apenas durante a prova? A posição


em que se coloca o termo mal-humorado pode definir isso, além de outras construções dando
maiores detalhes sobre o garoto (nesse caso, deixaremos o termo explicativo entre vírgulas):

• Mal-humorado, o garoto resmungou durante a prova.

• O garoto, sempre mal-humorado, resmungou durante a prova.

Uso de forma indistinta entre o pronome relativo e a conjunção integrante

Ocorre quando há uso indistinto de um termo que pode servir como pronome relativo (aquele
que retoma um antecedente, representando-o no início de uma oração) ou como conjunção
integrante (aquela que introduz orações substantivas) dependendo de onde ele é encaixado na
frase. Exemplo:

A mãe avisou à filha que estava terminando o serviço.


Quem terminava o serviço: a mãe ou a filha? Novamente, é possível solucionar esse problema
mudando a posição das orações.

• À filha, a mãe avisou que estava terminando o serviço.

• A mãe avisou à filha, que estava terminando o serviço.

Uso indevido de formas nominais

Ocorre quando a ambiguidade aparece em contextos de uso de verbos na forma nominal


(gerúndio, particípio ou infinitivo). Exemplo:

A garota viu o vizinho correndo.

Quem estava correndo: a garota ou o vizinho? Mudando a posição das orações, temos o
seguinte:

▪ Correndo, a garota viu o vizinho.


▪ A garota viu o vizinho, que estava correndo.

Ambiguidade e polissemia

A polissemia diz respeito às palavras que apresentam mais de um significado, variando de


acordo com o contexto. Assim, o gramático Evanildo Bechara define que a polissemia é um
fato da língua, isto é, ela é uma ocorrência natural do nosso idioma. Embora possam estar
relacionadas, a polissemia não deve ser confundida com a ambiguidade. A palavra “pregar”
pode corresponder a “pregar um sermão”, “pregar um prego” ou “preguear um tecido”. A
palavra isolada pode gerar dúvidas quanto ao seu verdadeiro significado, porém, quando
aplicada na sentença, o contexto não deixará dúvidas e o falante do idioma poderá identificar
o que se quis dizer. A palavra “ponto” é outro bom exemplo, podendo tratar-se de um ponto no
espaço (em geometria), do ponto final que é um sinal de pontuação (em gramática), do ponto
que é auxiliar de atores (no teatro) ou de um ponto de ônibus ou de táxi.
Polissemia

A Polissemia representa a multiplicidade de significados de uma palavra. Do grego polis,


significa "muitos", enquanto sema refere-se ao "significado". Portanto, um termo polissêmico
é aquele que pode apresentar significados distintos de acordo com o contexto. Apesar disso,
eles têm a mesma etimologia e se relacionam em termos de ideia.

Exemplos de polissemia

Vejamos alguns exemplos no qual as mesmas palavras são utilizadas em diferentes contextos:

Exemplo 1

1. A letra da música do Chico Buarque é incrível.


2. A letra daquele aluno é inteligível
3. Meu nome começa com a letra D.

Logo, constatamos que a palavra "letra" é um termo polissêmico, visto que abarca significados
distintos dependendo de sua utilização.

Assim, na frase 1, a palavra é utilizada como "música, canção". Na 2 significa "caligrafia". Já


na oração 3 indica a "letra do alfabeto". Apesar dos muitos significados, todos se relacionam
com a ideia de escrita.

Exemplo 2
1. A boca da garrafa de cerveja está com ferrugem.
2. O seu João continua mandando bocas para a vizinha do 1.º D.
3. E que tal se você fechasse a boca?

Na oração 1 a boca da garrafa é a abertura do recipiente, enquanto na 2, tem o sentido de


provocação. Apenas na oração 3 é feita referência à parte do corpo. Todos, nos entanto, se
relacionam com a função da boca: abertura, fala.

Exemplo 3

1. A praia parecia um formigueiro no sábado.


2. O paciente queixou-se ao médico do formigueiro nas mãos.
3. Foi todo picado logo depois de pisar num formigueiro.

Na oração 1, formigueiro tem o sentido de multidão, na oração 2, tem o sentido de coceira. E,


finalmente, na oração 3, o formigueiro refere-se à toca das formigas. Todos se relacionam com
a ideia de multidão, muitas formigas passando dão a sensação de comichão, por exemplo.

Polissemia e Ambiguidade

Ambiguidade é variedade de interpretação que um discurso pode conter.

Exemplo: Ninguém conseguia se aproximar do porco do tio, tão bravo ele era.

• Essa oração pode ser entendida com ironia, na medida em que pode ser interpretada
como uma ofensa ao tio. Ao mesmo tempo, o tio pode realmente ter um suíno que é
bravo.

Polissemia e Homonímia

Há outros termos que apesar das semelhanças gráficas e na pronúncia, apresentam significados
diferentes. Trata-se dos homônimos perfeitos. A diferença entre os termos polissêmicos e os
homônimos é que a sua origem etimológica, além da ideia que expressam, são diferentes.

Exemplos:

1. Estava uma fila enorme no banco por causa do dia do pagamento dos trabalhadores.
2. Joana sentou no banco da praça para terminar de ler seu livro.
3. Se você não tiver dinheiro, eu banco nossa viagem ao exterior.

No exemplo acima, podemos constatar que o termo "banco" é homônimo. A mesma palavra
significa: instituição financeira (oração 1); assento (oração 2) e arcar com as despesas, pagar
(oração 3).

O que é intertextualidade?

A intertextualidade é um recurso realizado entre textos, ou seja, é a influência e relação que


um estabelece sobre o outro. Assim, determina o fenômeno relacionado ao processo de
produção de textos que faz referência (explícita ou implícita) aos elementos existentes em outro
texto, seja a nível de conteúdo, forma ou de ambos: forma e conteúdo. Grosso modo, a
intertextualidade é o diálogo entre textos, de forma que essa relação pode ser estabelecida entre
as produções textuais que apresentem diversas linguagens (visual, auditiva, escrita), sendo
expressa nas artes (literatura, pintura, escultura, música, dança, cinema), propagandas
publicitárias, programas televisivos, provérbios, charges, dentre outros.

Tipos de Intertextualidade

Há muitas maneiras de realizar a intertextualidade sendo que os tipos de intertextualidade mais


comuns são:

• Paródia: perversão do texto anterior que aparece geralmente, em forma de crítica


irônica de caráter humorístico. Do grego (parodès) a palavra “paródia” é formada pelos
termos “para” (semelhante) e “odes” (canto), ou seja, “um canto (poesia) semelhante à
outra”. Esse recurso é muito utilizado pelos programas humorísticos.
• Paráfrase: recriação de um texto já existente mantendo a mesma ideia contida no texto
original, entretanto, com a utilização de outras palavras. O vocábulo “paráfrase”, do
grego (paraphrasis), significa a “repetição de uma sentença”.
• Epígrafe: recurso bastante utilizado em obras, textos científicos, desde artigos,
resenhas, monografias, uma vez que consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo
que tenha alguma relação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo
“epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e “graphé” (escrita).
Como exemplo podemos citar um artigo sobre Patrimônio Cultural e a epígrafe do
filósofo Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.): "A cultura é o melhor conforto para a velhice".
• Citação: Acréscimo de partes de outras obras numa produção textual, de forma que
dialoga com ele; geralmente vem expressa entre aspas e itálico, já que se trata da
enunciação de outro autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação
sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o termo “citação”
(citare) significa convocar.
• Alusão: Faz referência aos elementos presentes em outros textos. Do Latim, o vocábulo
“alusão” (alludere) é formado por dois termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).

Outras formas de intertextualidade são o pastiche, o sample, a tradução e a bricolagem.

Exemplos

Segue abaixo alguns exemplos de intertextualidade na literatura e na música:

Intertextualidade na Literatura

Fenômeno recorrente nas produções literárias, segue alguns exemplos de intertextualidade. O


poema de Casimiro de Abreu (1839-1860), “Meus oito anos”, escrito no século XIX, é um dos
textos que gerou inúmeros exemplos de intertextualidade, como é o caso da paródia de Oswald
de Andrade “Meus oito anos”, escrito no século XX:

Texto Original

“Oh! que saudades que tenho


Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!”

(Casimiro de Abreu, “Meus oito anos”)


Paródia

“Oh que saudades que eu tenho


Da aurora de minha vida
Das horas
De minha infância
Que os anos não trazem mais
Naquele quintal de terra!
Da rua de Santo Antônio
Debaixo da bananeira
Sem nenhum laranjais”

(Oswald de Andrade)

Outro exemplo é o poema de Gonçalves Dias (1823-1864) intitulado Canção do Exílio o qual
já rendeu inúmeras versões. Dessa forma, segue um dos exemplos de paródia, o poema de
Oswald de Andrade (1890-1954), e de paráfrase com o poema de Carlos Drummond de
Andrade (1902-1987):

Texto Original

“Minha terra tem palmeiras


Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.”

(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”)

Paródia

“Minha terra tem palmares


onde gorjeia o mar
os passarinhos daqui
não cantam como os de lá.”

(Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”)


Paráfrase

“Meus olhos brasileiros se fecham saudosos


Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra...
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!”

(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”)

Intertextualidade na Música

Há muitos casos de intertextualidade nas produções musicais, veja alguns exemplos:

A música “Monte Castelo” da banda legião urbana cita os versículos bíblicos 1 e 4,


encontrados no livro de Coríntios, no capítulo 13: “Ainda que eu falasse as línguas dos
homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine”
e “O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade,
não se ensoberbece”. Além disso, nessa mesma canção, ele cita os versos do escritor
português Luís Vaz de Camões (1524-1580), encontradas na obra “Sonetos” (soneto 11):

“Amor é um fogo que arde sem se ver;


É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se e contente;
É um cuidar que ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?”
Igualmente, a música “GoBack” do grupo musical Titãs, cita o poema “Farewell” do escritor
chileno Pablo Neruda (1904-1973):

“Ya no se encantarán mis ojos en tus ojos,


ya no se endulzará junto a ti mi dolor.
Pero hacia donde vaya llevaré tu mirada
y hacia donde camines llevarás mi dolor.
Fui tuyo, fuiste mía. ¿Qué más? Juntos hicimos
un recodo en la ruta donde el amor pasó.
Fui tuyo, fuiste mía. Tú serás del que te ame,
del que corte en tu huerto lo que he sembrado yo.
Yo me voy. Estoy triste: pero siempre estoy triste.
Vengo desde tus brazos. No sé hacia dónde voy.
...Desde tu corazón me dice adiós un niño.
Y yo le digo adiós.”

Funções da Linguagem

As funções da linguagem são formas de utilização da linguagem segundo a intenção do falante.


Elas são classificadas em seis tipos: função referencial, função emotiva, função poética, função
fática, função conativa e função metalinguística. Cada uma desempenha um papel relacionado
com os elementos presentes na comunicação: emissor, receptor, mensagem, código, canal e
contexto. Assim, elas determinam o objetivo dos atos comunicativos. Embora haja uma função
que predomine, vários tipos de linguagem podem estar presentes num mesmo texto.

Função Referencial ou Denotativa


Também chamada de função informativa, a função referencial tem como objetivo principal
informar, referenciar algo. Voltada para o contexto da comunicação, esse tipo de texto é escrito
na terceira pessoa (singular ou plural) enfatizando seu caráter impessoal. Como exemplos de
linguagem referencial podemos citar os materiais didáticos, textos jornalísticos e científicos.
Todos eles, por meio de uma linguagem denotativa, informam a respeito de algo, sem envolver
aspectos subjetivos ou emotivos à linguagem.

Exemplo de uma notícia

Na passada terça-feira, dia 22 de setembro de 2015, o real teve a maior desvalorização da sua
história. Nesse dia foi preciso desembolsar R$ 4,0538 para comprar um dólar. Recorde-se que
o Real foi lançado há mais de 20 anos, mais precisamente em julho de 1994.

Veja também: Função Referencial

Função Emotiva ou Expressiva

Também chamada de função expressiva, na função emotiva o emissor tem como objetivo
principal transmitir suas emoções, sentimentos e subjetividades por meio da própria opinião.
Esse tipo de texto, escrito em primeira pessoa, está voltado para o emissor, uma vez que possui
um caráter pessoal. Como exemplos podemos destacar: os textos poéticos, as cartas, os diários.
Todos eles são marcados pelo uso de sinais de pontuação, por exemplo, reticências, ponto de
exclamação, etc.

Exemplo de e-mail da mãe para os filhos

Meus amores, tenho tantas saudades de vocês … Mas não se preocupem, em breve a mamãe
chega e vamos aproveitar o tempo perdido bem juntinhos. Sim, consegui adiantar a viagem em
uma semana!!! Isso quer dizer que tenho muito trabalho hoje e amanhã.... Quando chegar, quero
encontrar essa casa em ordem, combinado?!?

Veja também: Função Emotiva

Função Poética

A função poética é característica das obras literárias que possui como marca a utilização do
sentido conotativo das palavras. Nessa função, o emissor preocupa-se de que maneira a
mensagem será transmitida por meio da escolha das palavras, das expressões, das figuras de
linguagem. Por isso, aqui o principal elemento comunicativo é a mensagem. Note que esse tipo
de função não pertence somente aos textos literários. Também encontramos a função poética
na publicidade ou nas expressões cotidianas em que há o uso frequente de metáforas
(provérbios, anedotas, trocadilhos, músicas).

Exemplo de uma história sobre a avó

Apesar de não ter frequentado a escola, dizia que a avó era um poço de sabedoria. Falava de
tudo e sobre tudo e tinha sempre um provérbio debaixo da manga.

Veja também: Função Poética

Função Fática

A função fática tem como objetivo estabelecer ou interromper a comunicação de modo que
o mais importante é a relação entre o emissor e o receptor da mensagem. Aqui, o foco reside no
canal de comunicação. Esse tipo de função é muito utilizada nos diálogos, por exemplo, nas
expressões de cumprimento, saudações, discursos ao telefone, etc.

Exemplo de uma conversa telefônica

— Consultório do Dr. João, bom dia!


— Bom dia! Precisava marcar uma consulta para o próximo mês, se possível.
— Hum, o Dr. tem vagas apenas para a segunda semana. Entre os dias 7 e 11, qual a sua
preferência?
— Dia 8 está ótimo.

Veja também: Função Fática

Função Conativa ou Apelativa

Também chamada de apelativa, a função conativa é caracterizada por uma linguagem


persuasiva que tem o intuito de convencer o leitor. Por isso, o grande foco é no receptor da
mensagem. Essa função é muito utilizada nas propagandas, publicidades e discursos políticos,
a fim de influenciar o receptor por meio da mensagem transmitida. Esse tipo de texto costuma
se apresentar na segunda ou na terceira pessoa com a presença de verbos no imperativo e o uso
do vocativo.

Exemplos

• Vote em mim!
• Entre. Não vai se arrepender!
• É só até amanhã. Não perca!

Veja também: Função Conativa

Função Metalinguística

A função metalinguística é caracterizada pelo uso da metalinguagem, ou seja, a linguagem que


refere-se à ela mesma. Dessa forma, o emissor explica um código utilizando o próprio código.
Um texto que descreva sobre a linguagem textual ou um documentário cinematográfico que
fala sobre a linguagem do cinema são alguns exemplos. Nessa categoria, os textos
metalinguísticos que merecem destaque são as gramáticas e os dicionários.

Exemplo

Escrever é uma forma de expressão gráfica. Isto define o que é escrita, bem como exemplifica
a função metalinguística.

Veja também: Função Metalinguística

Funções da Linguagem e Comunicação

Abaixo, você encontra um diagrama com as funções da linguagem e sua relação com os
elementos da comunicação:
Elementos da Comunicação

A comunicação está associada à linguagem e interação, de forma que representa a transmissão


de mensagens entre um emissor e um receptor. Derivada do latim, o termo comunicação
(“communicare”) significa “partilhar, participar de algo, tornar comum”, sendo, portanto, um
elemento essencial da interação social humana.

Os elementos que compõem a comunicação são:


✓ Emissor: chamado também de locutor ou falante, o emissor é aquele que emite a
mensagem para um ou mais receptores, por exemplo, uma pessoa, um grupo de
indivíduos, uma empresa, dentre outros.
✓ Receptor: denominado de interlocutor ou ouvinte, o receptor é quem recebe a
mensagem emitida pelo emissor.
✓ Mensagem: é o objeto utilizado na comunicação, de forma que representa o conteúdo,
o conjunto de informações transmitidas pelo locutor.
✓ Código: representa o conjunto de signos que serão utilizados na mensagem.
✓ Canal de Comunicação: corresponde ao local (meio) onde a mensagem será
transmitida, por exemplo, jornal, livro, revista, televisão, telefone, dentre outros.
✓ Contexto: também chamado de referente, trata-se da situação comunicativa em que
estão inseridos o emissor e receptor.

✓ Ruído na Comunicação: ele ocorre quando a mensagem não é decodificada de


forma correta pelo interlocutor, por exemplo, o código utilizado pelo locutor,
desconhecido pelo interlocutor; barulho do local; voz baixa; dentre outros.

Fique Atento!!!

A comunicação somente será efetivada se o receptor decodificar a mensagem transmitida pelo


emissor. Em outras palavras, a comunicação ocorre a partir do momento que o interlocutor
atinge o entendimento da mensagem transmitida. Nesse caso, podemos pensar em duas pessoas
de países diferentes e que não conhecem a língua utilizada por elas (russo e mandarim). Sendo
assim, o código utilizado por elas é desconhecido e, portanto, a mensagem não será inteligível
para ambas, impossibilitando o processo comunicacional.

Importância da Comunicação

O ato de comunicar-se é essencial tanto para os seres humanos e os animais, uma vez que
através da comunicação partilhamos informações e adquirimos conhecimentos. Note que somos
seres sociais e culturais. Ou seja, vivemos em sociedade e criamos culturas as quais são
construídas através do conjunto de conhecimentos que adquirimos por meio da linguagem,
explorada nos atos de comunicação. Quando pensamos nos seres humanos e nos animais, fica
claro que algo essencial nos distingue deles: a linguagem verbal. A criação da linguagem verbal
entre os seres humanos foi essencial para o desenvolvimento das sociedades, bem como para a
criação de culturas. Os animais, por sua vez, agem por extinto e não pelas mensagens verbais
que são transmitidas durante a vida. Isso porque eles não desenvolveram uma língua (código)
e por isso, não criaram uma cultura.

Linguagem Verbal e Não Verbal

Importante lembrar que existem duas modalidades básicas de linguagem, ou seja, a linguagem
verbal e a linguagem não verbal. A primeira é desenvolvida pela linguagem escrita ou oral,
enquanto a outra pode ocorrer por meio de gestos, desenhos, fotografias, dentre outros.

Meios de Comunicação

Os meios de comunicação representam um conjunto de veículos destinados à comunicação, e,


portanto, se aproximam do chamado “Canal de Comunicação”. Eles são classificados em dois
tipos: individual ou de massa (comunicação social). Ambos são muito importantes para difusão
de conhecimento entre os seres humanos na atualidade, por exemplo: a televisão, o rádio, a
internet, o cinema, o telefone, dentre outros.

Tipos de Comunicação

De acordo com a mensagem transmitida a comunicação é classificada de duas maneiras:

✓ Comunicação verbal: uso da palavra, por exemplo na linguagem oral ou escrita.


✓ Comunicação não verbal: não utiliza a palavra, por exemplo, a comunicação corporal,
gestual, de sinais, dentre outras.

Funções da Linguagem

Os elementos presentes na comunicação estão intimamente relacionados com as funções da


linguagem. Elas determinam o objetivo e/ou finalidade dos atos comunicativos, sendo
classificadas em:

✓ Função Referencial: fundamentada no “contexto da comunicação”, a função


referencial objetiva informar, referenciar sobre algo.
✓ Função Emotiva: relacionada com o “emissor da mensagem”, a linguagem emotiva,
apresentada em primeira pessoa, objetiva transmitir emoções, sentimentos.
✓ Função Poética: associada à “mensagem da comunicação”, a linguagem poética
objetiva preocupa-se com a escolha das palavras para transmitir emoções, por exemplo,
na linguagem literária.
✓ Função Fática: relacionada com o “contato da comunicação”, uma vez que a função
fática objetiva estabelecer ou interromper a comunicação.
✓ Função Conativa: relacionada com o “receptor da comunicação”, a linguagem
conativa, apresentada em segunda ou terceira pessoa objetiva sobretudo, persuadir o
locutor.
✓ Função Metalinguística: relacionada ao “código da comunicação”, uma vez que a
função metalinguística objetiva explicar o código (linguagem), através dele mesmo.

Comunicação e Fatores Pragmáticos

Do latim, o termo “comunicação” (communicare) refere-se ao ato de comunicar, ou seja,


partilhar informações, participar, tornar algo comum. Assim, a comunicação representa os atos
sociais que envolvem as relações sociais o que corrobora sua condição fundamental na vida
humana. Sendo assim, a comunicação é um dos principais objetos de estudos da pragmática,
ciência a qual se encarrega de analisar os discursos nos diferentes contextos comunicativos.
Antes demais nada, devemos salientar que segundo a “Teoria da Comunicação”, os elementos
básicos que envolvem uma situação comunicativa são:

✓ Emissor: locutor, quem produz (codifica) o discurso (mensagem).


✓ Receptor: interlocutor, quem recebe a mensagem e a decodifica.
✓ Mensagem: conteúdo do texto.
✓ Código: sistemas de sinais, por exemplo o idioma.
✓ Canal de Comunicação: meio pelo qual é transmitido a mensagem: visual, auditivo,
etc.
✓ Ambiente: local no qual ocorre a enunciação do discurso.

Dessa forma, grosso modo, a comunicação corresponde ao efeito ou ato de transmitir e receber
mensagens; em outras palavras ela é um intercâmbio que ocorre por meio de um código
linguístico (língua), entre um emissor (locutor), aquele que produz o enunciado, e o receptor
(interlocutor), encarregado de decodificar a mensagem transmitida.
Fatores Pragmáticos

Os Fatores Pragmáticos envolvem a produção de sentidos dos processos comunicativos, os


quais abrangem os diversos tipos de textos, sendo classificados em:

✓ Situacionalidade: envolve a situação comunicativa, ou seja, o contexto em que


empregado a interação.
✓ Intencionalidade: envolve as intenções comunicativas de quem o produz a mensagem,
ou seja, o emissor (locutor).
✓ Aceitabilidade: envolve o esforço do interlocutor (receptor) em compreender a
mensagem produzida pelo locutor (emissor).
✓ Informatividade: envolve aas informações da mensagem emitidas pelo locutor.
✓ Intertextualidade: envolve a relação com outros textos.

Diferença entre língua e linguagem

Linguagem é toda forma que o ser humano usa para se comunicar. A linguagem inclui a língua
que, por sua vez, é um sistema convencionado pelos homens e utilizados por grupos. Um desses
sistemas convencionados é a Gramática, ou seja, as regras que estabelecem o uso de uma língua.

Exemplos:
A dança, as placas sinalizadoras e o semáforo são exemplos de linguagem.

A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é uma língua oficial, tal como as línguas portuguesa
e espanhola, por exemplo.

Portanto, a diferença entre língua e linguagem é:


✓ A língua é um conjunto organizado de elementos desenvolvido pelos humanos e comum
a um grupo. Por exemplo: pessoas que falam francês ou aquelas que aprenderam a se
comunicar em Libras.
✓ A linguagem, por sua vez, é qualquer forma de expressão. Por exemplo: dança, imagem,
música.

Tipos de Linguagem

Já deu para perceber que existem diferente tipos de linguagem, não é? Para você ficar craque
no assunto, vamos explicar cada um deles. Confira!

Linguagem verbal e não-verbal

A linguagem verbal é aquela que utiliza palavras para transmitir uma mensagem. Essa
informação é muito importante, porque muitos ainda pensam que o vocábulo “verbal” está
relacionado a “verbalizar” no sentido da oralidade. Contudo, ao escrevermos, utilizamos uma
estrutura configurada em sua relação com um determinado código, que deve ser compreendido
e reconhecido, tanto pelo emissor quanto pelo receptor, para que ocorra comunicação.

Assim, é correto dizer que, para que façamos uso da linguagem verbal, é essencial que sejamos
falantes/usuários de uma língua, que consiste em um sistema de representação (social e
historicamente construído), formado por signos linguísticos. O ser humano tem necessidade
de comunicar-se. É por meio desse processo que nos construímos socialmente, que produzimos
conhecimentos, que convivemos. Nesse sentido, recorremos a diferentes formas de
estabelecermos esses contatos, que não se limitam ao uso da linguagem verbal. O nosso
corpo, as nossas expressões faciais e o próprio silêncio, às vezes, constroem mais sentido do
que uma fala ou um texto escrito. Basta nos lembrarmos daquele olhar de mãe, ao repreender
uma criança sem sequer pronunciar uma palavra. E é por isso que também nos valemos da
chamada linguagem não verbal em nossos atos comunicativos, um tipo de linguagem que não
se estabelece por meio de palavras, mas, muitas vezes, por meio de índices, ícones e símbolos,
por exemplo. Essa linguagem é tão importante que, mesmo que estejamos comunicando-nos
com alguém que não compartilha conosco do mesmo código, conseguimos, muitas vezes,
efetivar a comunicação por meio de mímicas, da forma como postamos o nosso corpo, ou até
mesmo utilizando-nos de um sorriso.

Exemplo:
A carta é um exemplo de linguagem verbal.

A linguagem não-verbal é aquela que utiliza imagens, sinais, gestos, entre outros para transmitir
uma mensagem.

Exemplo:

As
pinturas são exemplos de linguagem não-verbal. Na imagem, Guernica (1937), de Pablo
Picasso.

Linguagem Mista

A linguagem mista, por sua vez, é uma combinação das linguagens verbal e não-verbal, ou seja,
além de palavras, ela faz uso de recursos visuais.
Exemplo:

As charges combinam imagens e palavras, por isso são exemplos de linguagem mista.

O que é fala?

A fala, por sua vez, é uma linguagem oral que, além disso, recorre à língua para se manifestar.
Por exemplo, as pessoas falam português, inglês, espanhol, entre tantas outras línguas.
Conforme o contexto dos seus falantes, surgem diferentes níveis da fala:

✓ Fala coloquial: utilizada em situações informais, logo, comum no dia a dia dos falantes,
cujo vocabulário pode ser mais simples e marcado por gírias.
✓ Fala culta: utilizada em situações formais, o vocabulário é mais polido.

O que são figuras de linguagem?

Figuras de Linguagem, também chamadas de figuras de estilo, são recursos estilísticos


usados para dar maior ênfase à comunicação e torná-la mais bonita. Dependendo da sua função,
elas são classificadas em:

✓ Figuras de palavras ou semânticas: estão associadas ao significado das palavras.


Exemplos: metáfora, comparação, metonímia, catacrese, sinestesia e perífrase.
✓ Figuras de pensamento: trabalham com a combinação de ideias e pensamentos.
Exemplos: hipérbole, eufemismo, litote, ironia, personificação, antítese, paradoxo,
gradação e apóstrofe.
✓ Figuras de sintaxe ou construção: interferem na estrutura gramatical da frase.
Exemplos: elipse, zeugma, hipérbato, polissíndeto, assíndeto, anacoluto, pleonasmo,
silepse e anáfora.
✓ Figuras de som ou harmonia: estão associadas à sonoridade das palavras. Exemplos:
aliteração, paronomásia, assonância e onomatopeia.

Figuras de Palavras

Metáfora

A metáfora representa uma comparação de palavras com significados diferentes e cujo termo
comparativo fica subentendido na frase.

Exemplo: A vida é uma nuvem que voa. (A vida é como uma nuvem que voa.)

Uso
da metáfora em "meu amor é uma caravana de rosas vagando num deserto inefável".

Comparação

Chamada de comparação explícita, ao contrário da metáfora, neste caso são utilizados


conectivos de comparação (como, assim, tal qual).

Exemplo: Seus olhos são como jabuticabas.


Uso
da comparação por meio do conectivo "como": "o amor é como uma flor" e "o amor é
como o motor do carro".

Metonímia

A metonímia é a transposição de significados considerando parte pelo todo, autor pela obra.

Exemplo: Costumava ler Shakespeare. (Costumava ler as obras de Shakespeare.)

Uso
da metonímia que substitui o vocábulo boi por "cabeças de gado".

Catacrese

A catacrese representa o emprego impróprio de uma palavra por não existir outra mais
específica.

Exemplo: Embarcou há pouco no avião.

Embarcar é colocar-se a bordo de um barco, mas como não há um termo específico para o avião,
embarcar é o utilizado.
O uso da expressão "bala perdida" é utilizada por não ter outra mais específica.

Sinestesia

A sinestesia acontece pela associação de sensações por órgãos de sentidos diferentes.

Exemplo: Com aquele olhos frios, disse que não gostava mais da namorada.

A frieza está associada ao tato e não à visão.

Na
tirinha, a expressão "olhar frio" é um exemplo de sinestesia.

Perífrase

A perífrase, também chamada de antonomásia, é a substituição de uma ou mais palavras por


outra que a identifique.

Exemplo: O rugido do rei das selvas é ouvido a uma distância de 8 quilômetros. (O rugido do
leão é ouvido a uma distância de 8 quilômetros.)
Na
charge acima, a "Terra da Garoa" substitui "cidade de São Paulo" .

Figuras de Pensamento

Hipérbole

A hipérbole corresponde ao exagero intencional na expressão.

Exemplo: Quase morri de estudar.

A
expressão "morrendo de inveja" é uma hipérbole.

Eufemismo

O eufemismo é utilizado para suavizar o discurso.

Exemplo: Entregou a alma a Deus.

Acima, a frase informa a morte de alguém.


Na
charge acima, a explicação de fofoqueira é usada para suavizar o discurso.

Litote

O litote representa uma forma de suavizar uma ideia. Neste sentido, assemelha-se ao
eufemismo, bem como é a oposição da hipérbole.

Exemplo: — Não é que sejam más companhias… — disse o filho à mãe.

Pelo discurso, percebemos que apesar de as suas companhias não serem más, também não são
boas.

No exemplo acima, nota-se o uso do litote por meio da expressão "acho que você deveria
aperfeiçoar essa técnica".

Ironia
A ironia é a representação do contrário daquilo que se afirma.

Exemplo: É tão inteligente que não acerta nada.

Nota-se o uso da ironia, uma vez que o personagem está zangado com a pessoa e utilizou
o termo "inteligente" de maneira irônica.

Personificação

A personificação ou prosopopeia é a atribuição de qualidades e sentimentos humanos aos seres


irracionais.

Exemplo: O jardim olhava as crianças sem dizer nada.

A
personificação é expressa na última parte do quadrinho onde o Zé Lelé afirma que o
espelho está olhando ele. Assim, utilizou-se uma caraterística dos seres vivos (olhar) em
um ser inanimado (o espelho).

Antítese
A antítese é o uso de termos que têm sentidos opostos.

Exemplo: Toda guerra finaliza por onde devia ter começado: a paz.

Uso da antítese expressa pelos termos que têm sentidos opostos: positivo, negativo; mal,
bem; paz e guerra.

Paradoxo

O paradoxo representa o uso de ideias que têm sentidos opostos, não apenas de termos (tal como
no caso da antítese).

Exemplo: Estou cego de amor e vejo o quanto isso é bom.

Como é possível alguém estar cego e ver?


Uso do paradoxo pelas ideias com sentidos opostos realçada pelos termos que explicam a
"certeza": relativa e absoluta.

Gradação

A gradação é a apresentação de ideias que progridem de forma crescente (clímax) ou


decrescente (anticlímax).

Exemplo: Inicialmente calma, depois apenas controlada, até o ponto de total nervosismo.

No exemplo acima, acompanhamos a progressão da tranquilidade até o nervosismo.

Na
tirinha, o personagem foi explicando de forma crescente a ideia.

Apóstrofe

A apóstrofe é a interpelação feita com ênfase.

Exemplo: Ó céus, é preciso chover mais?


Notamos a ênfase na segunda parte da tirinha com o uso dos pontos de exclamação e
interrogação: "Ai meu Deus!!! Ele vai me matar" O que faço!? É o fim!" .

Figuras de Sintaxe

Elipse

A elipse é a omissão de uma palavra que se identifica de forma fácil.

Exemplo: Tomara você me entenda. (Tomara que você me entenda.)

Na
segunda imagem do quadrinho, notamos o uso da elipse: "depois (ele começou) a comer
sanduíches entre as refeições...".

Zeugma

A zeugma é a omissão de uma palavra pelo fato de ela já ter sido usada antes.

Exemplo: Fiz a introdução, ele a conclusão. (Fiz a introdução, ele fez a conclusão.)
A
zeugma é utilizada na segunda e terceira parte dos quadrinhos: "(você é) um
descongestionante nasal para o meu nariz"; (você é) um antiácido para meu estômago!".

Hipérbato

O hipérbato é a alteração da ordem direta da oração.

Exemplo: São como uns anjos os seus alunos. (Os seus alunos são como uns anjos.)

A ordem direta do nosso hino é "Das margens plácidas do Ipiranga ouviram um brado
retumbante de um povo heroico".

Polissíndeto

O polissíndeto é o uso repetido de conectivos.

Exemplo: As crianças falavam e cantavam e riam felizes.


Uso
do polissíndeto pela repetição do conectivo "se for".

Assíndeto

O assíndeto representa a omissão de conectivos, sendo o contrário do polissíndeto.

Exemplo: Não sopra o vento; não gemem as vagas; não murmuram os rios.

Anacoluto

O anacoluto é a mudança repentina na estrutura da frase.

Exemplo: Eu, parece que estou ficando zonzo. (Parece que eu estou ficando zonzo.)
Pleonasmo

Pleonasmo é a repetição da palavra ou da ideia contida nela para intensificar o significado.

Exemplo: A mim me parece que isso está errado. (Parece-me que isto está errado.)

Na
tirinha acima, o "saia para fora" é um pleonasmo, uma vez que o verbo "sair" já significa
"para fora".

Silepse

A silepse é a concordância com o que se entende e não com o que está implícito. Ela é
classificada em: silepse de gênero, de número e de pessoa.

Exemplos:

✓ Vivemos na bonita e agitada São Paulo. (silepse de gênero: Vivemos na bonita e agitada
cidade de São Paulo.)
✓ A maioria dos clientes ficaram insatisfeitas com o produto. (silepse de número: A
maioria dos clientes ficou insatisfeita com o produto.)
✓ Todos terminamos os exercícios. (silepse de pessoa: neste caso concordância com nós,
em vez de eles: Todos terminaram os exercícios.)

Uso da silepse de pessoa em "mais da metade da população mundial somos crianças" e


"as crianças, vamos ter o mundo nas mãos".

Anáfora

A anáfora é a repetição de uma ou mais palavras de forma regular.

Exemplo: Se você sair, se você ficar, se você quiser esperar. Se você “qualquer coisa”, eu estarei
aqui sempre para você.

Uso da anáfora pela repetição do termo "falta".


Figuras de Som

Aliteração

A aliteração é a repetição de sons consonantais.

Exemplo: O rato roeu a roupa do rei de Roma.

Uso
da aliteração em "O rato roeu a roupa do rei de Roma".

Paronomásia

Paronomásia é a repetição de palavras cujos sons são parecidos.

Exemplo: O cavaleiro, muito cavalheiro, conquistou a donzela. (cavaleiro = homem que anda
a cavalo, cavalheiro = homem gentil)

Uso
da paronomásia por meio dos termos que possuem sons parecidos: "grama" e "grana".

Assonância
A assonância é a repetição de sons vocálicos.

Exemplo:

"O que o vago e incógnito desejo


de ser eu mesmo de meu ser me deu." (Fernando Pessoa)

Na
tirinha acima, o uso da assonância é expresso pela repetição das vogais "a" em: "massa",
"salga", "amassa".

Onomatopeia

Onomatopeia é a inserção de palavras no discurso que imitam sons.

Exemplo: Não aguento o tic-tac desse relógio.

No
primeiro e último quadrinho temos o uso da onomatopeia com "Bum, Bum, Bum" e
"Buááá...; Buááá...". O primeiro expressa o som do tambor, e o segundo, o choro do
cebolinha.

Resumo das Figuras de Linguagem


Confira na tabela abaixo o que diferencia cada uma das figuras de linguagem, bem como cada
um dos seus tipos.

Figuras de Figuras de Figuras de Sintaxe Figuras de Som ou


Palavras ou Pensamento ou construção harmonia
semânticas
Produzem maior Produzem maior Produzem maior Produzem maior
expressividade à expressividade à expressividade à expressividade à
comunicação comunicação através comunicação comunicação através
através das palavras. da combinação de através da inversão, da sonoridade.
ideias e pensamentos. repetição ou
omissão dos termos
na construção das
frases.
• metáfora • hipérbole • elipse • aliteração
• comparação • eufemismo • pleonasmo • paronomásia
• metonímia • litote • zeugma • assonância
• catacrese • ironia • hipérbato • onomatopeia
• sinestesia • personificação • silepse
• perífrase ou ou prosopopeia • polissíndeto
antonomásia • antítese • assíndeto
• paradoxo ou • anacoluto
oxímoro • anáfora
• gradação ou
clímax
• apóstrofe

Gêneros Textuais

Os gêneros textuais são classificados conforme as características comuns que os textos


apresentam em relação à linguagem e ao conteúdo. Existem muitos gêneros textuais, os quais
promovem uma interação entre os interlocutores (emissor e receptor) de determinado discurso.
São exemplos resenha crítica jornalística, publicidade, receita de bolo, menu do restaurante,
bilhete ou lista de supermercado. É importante considerar seu contexto, função e finalidade,
pois o gênero textual pode conter mais de um tipo textual. Isso, por exemplo, quer dizer que
uma receita de bolo apresenta a lista de ingredientes necessários (texto descritivo) e o modo de
preparo (texto injuntivo).

Tipos de Gêneros Textuais

Cada texto possuiu uma linguagem e estrutura. Note que existem inúmeros gêneros textuais
dentro das categorias tipológicas de texto. Em outras palavras, gêneros textuais são estruturas
textuais peculiares que surgem dos tipos de textos: narrativo, descritivo, dissertativo-
argumentativo, expositivo e injuntivo.

Conceito de gênero

Os gêneros textuais podem ser definidos como unidades formadoras de sentido, com
determinados propósitos ou intencionalidades discursivas. Nesse sentido, a vontade do
emissor (locutor) poderá ser revelada por meio do discurso: informar, convencer, contar uma
história, persuadir, posicionar-se, opinar etc. Importante ressaltar que não é o fato de pertencer
a um determinado gênero que fará com que o texto seja rigorosamente imutável, ou seja, é uma
inverdade dizer que todos os artigos de opinião serão iguais. A estrutura do texto e o que ele
enuncia sempre dependerão das condições de produção: quem diz, por que diz, para quem,
como, por meio de qual veículo, com qual intenção e em que contexto. Para entendermos
melhor o contexto dos gêneros textuais, podemos construir a seguinte imagem: os gêneros são
elementos constitutivos de grandes conjuntos, uma vez que reúnem determinadas sequências
linguísticas em sua composição, mas se diferem com relação à intencionalidade, e trazem
também outras características que se desenvolvem considerando o contexto cultural e
temporal a que estão submetidos.

Vejamos: se pensarmos em um grande conjunto chamado tipo narrativo, poderemos ver dentro
dele diversos elementos: fábula, conto, crônica narrativa, diário, romance etc. O que esses textos
têm em comum? Todos eles contam histórias, narram, relatam... No entanto, todos eles realizam
isso da mesma forma? Não. Se observarmos os gêneros fábula e conto, veremos imediatamente
que, embora pertençam ao tipo narrativo, são textos que se diferenciam, por exemplo, com
relação à construção das personagens e à intenção discursiva, tanto que a fábula, de maneira
alegórica, provoca, por meio da narrativa, a reflexão sobre um ensinamento, uma moral, algo
que não pertence ao universo composicional do conto.

Diferença entre gênero e tipo textual

Enquanto os gêneros são formas flexíveis de textos, os tipos, por sua vez, caracterizam-se
pela rigidez, pela estruturação pautada em sequências linguísticas, pelo uso de vocabulário
específico, por relações lógico-semânticas com propriedades mais fixas, sendo os grandes
conjuntos nos quais estão contidos os gêneros textuais. Os estudos linguísticos, em sua maioria,
reconhecem pelo menos os seguintes tipos ou tipologias textuais: narração, argumentação,
descrição, injunção e exposição. Quando conseguimos reconhecer os tipos textuais, temos mais
condições de interpretá-los com eficácia, uma vez que os efeitos de sentido produzidos pelos
textos estão também relacionados à forma como estruturam-se. Veja, a seguir, um quadro
comparativo, bastante didático que elenca as diferenças entre tipos e gêneros textuais.

Tipos textuais Gêneros textuais

Constructos teóricos definidos por Realizações linguísticas concretas definidas


propriedades linguísticas intrínsecas. por propriedades sociocomunicativas.

Constituem sequências linguísticas ou Constituem textos empiricamente realizados


sequências de enunciados no interior dos cumprindo funções em situações
gêneros e não são textos empíricos. comunicativas.

Sua nomeação abrange um conjunto limitado Sua nomeação abrange um conjunto aberto e
de categorias teóricas determinadas por praticamente ilimitado de designações
aspectos lexicais, sintáticos, relações lógicas e concretas determinadas pelo canal, estilo,
tempo verbal. conteúdo, composição e função.

Exemplos de gêneros: telefonema, sermão,


carta comercial, carta pessoal, romance,
Designações teóricas dos tipos: narração, bilhete, aula expositiva, reunião de
argumentação, descrição, injunção e condomínio, horóscopo, receita culinária, bula
exposição. de remédio, lista de compras, cardápio,
instruções de uso, outdoor, inquérito policial,
resenha, edital de concurso, piada,
conversação espontânea, conferência, carta
eletrônica, bate-papo virtual, aulas virtuais etc.

Elementos dos gêneros

Podemos dizer que existem três elementos básicos na formação dos gêneros textuais, os quais
são formadores do discurso: tema, forma composicional e estilo. Com relação ao tema, é
importante dizer que não se trata apenas do assunto que será tratado no texto, mas é aquilo que
parte também de um determinado ponto de vista ou intencionalidade de quem diz ou escreve.
Assim, o tema será o conteúdo trabalhado com base em um determinado valor ou ideologia,
de acordo com estudiosos da área. Já a forma composicional e o estilo ligam-se às escolhas
com relação ao vocabulário, estrutura e registro, ou seja, à forma como o texto irá organizar-
se para que cumpra com seu papel de intervir socialmente. Esses elementos demonstram,
portanto, que os textos, de acordo com as condições de produção que são dadas no momento
da fala e da escrita, observando-se os papéis sociais dos envolvidos nos atos comunicativos,
aproximam-se ou distanciam-se uns dos outros, a depender da forma como quer-se intervir por
meio deles.

Texto Narrativo

Os textos narrativos apresentam ações de personagens no tempo e no espaço. A estrutura da


narração é dividida em: apresentação, desenvolvimento, clímax e desfecho. Alguns exemplos
de gêneros textuais narrativos:

✓ Romance
✓ Novela
✓ Crônica
✓ Contos de Fada
✓ Fábula
✓ Lendas

Texto Descritivo

Os textos descritivos se ocupam de relatar e expor determinada pessoa, objeto, lugar,


acontecimento. Dessa forma, são textos repletos de adjetivos, os quais descrevem ou
apresentam imagens a partir das percepções sensoriais do locutor (emissor).
São exemplos de gêneros textuais descritivos:

✓ Diário
✓ Relatos (viagens, históricos, etc.)
✓ Biografia e autobiografia
✓ Notícia
✓ Currículo
✓ Lista de compras
✓ Cardápio
✓ Anúncios de classificados

Texto Dissertativo-Argumentativo

Os textos dissertativos são aqueles encarregados de expor um tema ou assunto por meio de
argumentações. São marcados pela defesa de um ponto de vista, ao mesmo tempo que tentam
persuadir o leitor. Sua estrutura textual é dividida em três partes: tese (apresentação), antítese
(desenvolvimento), nova tese (conclusão). Exemplos de gêneros textuais dissertativos:

✓ Editorial Jornalístico
✓ Carta de opinião
✓ Resenha
✓ Artigo
✓ Ensaio
✓ Monografia, dissertação de mestrado e tese de doutorado

Texto Expositivo

Os textos expositivos possuem a função de expor determinada ideia, por meio de recursos
como: definição, conceituação, informação, descrição e comparação. Alguns exemplos de
gêneros textuais expositivos:

✓ Seminários
✓ Palestras
✓ Conferências
✓ Entrevistas
✓ Trabalhos acadêmicos
✓ Enciclopédia
✓ Verbetes de dicionários

Texto Injuntivo

O texto injuntivo, também chamado de texto instrucional, é aquele que indica uma ordem, de
modo que o locutor (emissor) objetiva orientar e persuadir o interlocutor (receptor). Por isso,
apresentam, na maioria dos casos, verbos no imperativo.

Alguns exemplos de gêneros textuais injuntivos:

✓ Propaganda
✓ Receita culinária
✓ Bula de remédio
✓ Manual de instruções
✓ Regulamento
✓ Textos prescritivos

Conheça mais gêneros textuais:

✓ Anedota
✓ Blog
✓ Reportagem
✓ Charge
✓ Carta
✓ E-mail
✓ Declaração
✓ Memorando
✓ Bilhete
✓ Relatório
✓ Requerimento
✓ ATA
✓ Cartaz
✓ Cartum
✓ Procuração
✓ Atestado
✓ Circular
✓ Contrato

Compreensão Textual

Compreensão textual está relacionada diretamente com aquilo que um texto a ser interpretado
informa de modo completo, sem necessidade de inferir. A Compreensão Textual abrange
uma análise de decodificação daquilo que realmente é escrito no texto. Ou seja, as
informações pontuais existentes no texto farão parte da resposta a ser encontrada.

Por outra vertente hã também a interpretação de texto. Apesar de muitas pessoas acreditarem
que as palavras sejam sinônimas, na realidade são bastante diferentes.

Enquanto uma está ligada à ideia concreta do texto, denotando aquilo que se tem a partir do
texto. A outra está relacionada à conexão de ideias a fim de inferir/interpretar uma realidade a
partir do texto.

A compreensão textual está relacionada a decodificação dos signos presentes no texto para
entender a mensagem passada. É uma análise totalmente subjetiva de palavras, ideias e
expressões que são presentes no texto analisado.

Dessa maneira, algumas expressões encontradas nos enunciados das questões referentes ao
texto analisado explicitarão o conceito. Tem-se, assim, a caracterização da compreensão textual
a partir das expressões:

• De acordo com o autor/texto….;


• Segundo o autor/texto…;
• No texto…;
• Em relação ao texto…;
• O texto informa que…;
• O autor sugere que…;

As expressões, portanto, farão referências aquilo que o autor/texto está informando. Sem análise
subjetiva do leitor do contexto e de tudo o que envolve as informações do texto. Objetividade,
apontamento e direcionamento à informação levantada.
Diferença entre Compreensão Textual e Interpretação de Texto

Apesar de já ser pincelada a ideia de diferenciação entre compreensão de texto e interpretação


textual, ainda existem outros pontos para verificar. Já é de conhecimento que são conceitos
diferentes, um é objetivo e o outro é subjetivo, um está no texto, enquanto o outro exige que
seja inferida uma informação a partir do texto.

Entre os três pontos principais de diferenças, tem-se que:

✓ No conceito, a compreensão do texto abrange a análise daquilo que, definitivamente,


está no texto. Enquanto isso, a interpretação textual exige que o leitor conclua o próprio
entendimento sobre o texto;
✓ Na análise do texto, a compreensão textual exige objetividade. Na interpretação é
trabalhada a subjetividade, com aquilo que o leitor inferiu a partir do texto;
✓ Na informação, a compreensão a contém explícita (podendo ser através de sinônimos)
no texto. A interpretação abrange a informação conectada ao texto, mesmo que não
esteja clara;
Dicas para compreensão textual

A compreensão textual definitivamente não é simples. Afinal, é necessário desprender toda uma
ideia anterior de sinônimo com relação à Interpretação de Texto. Após exposta as notórias
diferenças, dicas para a compreensão se tornam mais fáceis de elucidar:

✓ Fazer uma primeira leitura calma e pausada do texto, geralmente com o dedo como guia
da leitura (guiar a leitura é aperfeiçoamento, não retrocesso);
✓ Fazer uma segunda leitura apontando a palavra-chave de cada período;
✓ Elaborar um pequeno fluxograma dinâmico para entender as informações existentes no
texto;
✓ Analisar os enunciados das questões anteriormente à leitura com intuito de verificar as
expressões;

De forma básica, a compreensão textual compreende os mesmos passos da interpretação textual.


Contudo, o momento de diferenciação se dá na proposição da questão. Enquanto a compreensão
fará referência ao que está no texto, a interpretação fará referência à informação coletada a
partir da leitura do texto.

Recursos estilísticos e efeitos expressivos

A Estilística é parte dos estudos gramaticais que se dedica à expressividade da linguagem,


diferindo erros e traços estilísticos.

A Estilística é a parte dos estudos da linguagem que, como o próprio nome denota, preocupa-
se com o estilo. Nela, a linguagem pode ser utilizada para fins estéticos, conferindo à palavra
dados emotivos. A linguagem afetiva é representada por esse importante recurso, no qual
podemos observar os processos de manipulação da linguagem utilizados para extrapolar a mera
função de informar. Na Estilística há um interessante contraste entre o emocional e o intelectivo,
estabelecendo uma relação de complementaridade entre seu estudo e o estudo da Gramática,
que aborda a linguagem de uma maneira mais normativa e sistematizada. Muitas pessoas ainda
associam o estilo a uma ideia de deformação da norma linguística, o que não é necessariamente
uma verdade, visto que existe uma grande diferença entre traço estilístico e erro gramatical.
O traço estilístico acontece quando há uma intenção estético-expressiva que justifique o desvio
da norma gramatical. Já o erro gramatical não apresenta uma intenção estética, pois configura-
se apenas como um desconhecimento das regras.

Existem, pois, os seguintes campos da Estilística:

⇒ Estilística fônica;

⇒ Estilística morfológica;

⇒ Estilística sintática;

⇒ Estilística semântica.

Para auxiliar na organização das palavras, tanto na linguagem escrita como na linguagem oral,
a Estilística ocupa-se do estudo dos elementos expressivos, abarcando assim a conceitualização
e os diversos usos das figuras, vícios e funções de linguagem. A partir da leitura de nossos
artigos, você poderá entender quão importante é a Estilística, um recurso amplamente utilizado
em diversos gêneros, especialmente na linguagem poética e na linguagem publicitária.

A Estilística está relacionada com a função expressiva, que pretende conferir emoção ao discurso através de
recursos como as figuras de linguagem

Campos da Estilística
De acordo com os estudiosos, a Estilística pode ser dividida nos seguintes campos:

Estilística Fônica

Nesse campo, as figuras de som contribuem para atribuir harmonia aos textos mediante a
sonoridade, como podemos verificar nas figuras de som ou harmonia abaixo:

Aliteração: a repetição de consoantes marca o ritmo do texto. Exemplo:

O peito do pé do Pedro é preto.

Assonância: a repetição harmônica das vogais intensificam o ritmo do texto. Exemplo:

Minha Foz do Iguaçu


Pólo Sul, meu azul
Luz do sentimento nu

(Trecho da música Linha do Equador - Djavan)

Onomatopeia: a reprodução de fonemas e palavras que imitam sons aumentam a


expressividade do discurso. Exemplo:

"Chuac" é a onomatopeia que representa o som do beijo

Estilística Morfológica

Esse campo da Estilística se preocupa principalmente com a forma. Para tanto, o recurso mais
utilizado para exprimir mais emoção ao texto são os sufixos aumentativos e diminutivos.
Exemplo:
No Brasil, usa-se o diminutivo principalmente em relação à comida. Nada nos desperta
sentimentos tão carinhosos quanto uma boa comidinha.
- Mais um feijãozinho?
O feijãozinho passou dois dias borbulhando num daqueles caldeirões de antropófagos com
capacidade para três missionários. Leva porcos inteiros, todos os miúdos e temperos
conhecidos e, parece, um missionário. Mas a dona de casa o trata como um mingau de todos
os dias.
- Mais um feijãozinho?
- Um pouquinho.
- E uma farofinha?
- Ao lado do arrozinho?
- Isso.
- E quem sabe mais uma cervejinha?
- Obrigadinho.

(Trecho de Diminutivo - Luís Fernando Veríssimo)

Estilística Sintática

A Estilística Sintática recorre a uma série de recursos para proporcionar efeitos estéticos nos
textos. Veja abaixo como as figuras de sintaxe ou de construção contribuem nesse sentido:

Silepse: a construção frasal baseia-se na concordância das ideias expressas no discurso.


Exemplo:
Uso
da silepse de pessoa em "mais da metade da população mundial somos crianças" e "as crianças,
vamos ter o mundo nas mãos"

Anáfora: a repetição de palavras de forma regular marca o ritmo do texto. Exemplo:

Uso
da anáfora pela repetição de "se for"

Anacoluto: caracteriza-se pela mudança na sequência lógica da estrutura da frase tornando o


texto mais interessante. Exemplo:

Eu, porque sou mole, você fica abusando. (Rubem Braga)

Estilística Semântica
No campo da Estilística Semântica os efeitos responsáveis por trazer emoção ao texto são as
figuras de palavras ou semânticas. Dentre elas, destacam-se:

Metáfora: a comparação de palavras que não se relacionam entre si torna o texto mais atrativo.
Exemplo:

Na
imagem acima, a aderência do o pneu à pista está sendo comparada à do durex no papel

Metonímia: é marcada pela transposição de significados, que considera a parte pelo todo.
Exemplo:

Tinha tanta fome que comeu três pratos ao almoço.

A metonímia está presente na ideia "comer o pratos". Na verdade, a pessoa não comeu os pratos,
mas o que continha neles.

Sinestesia: o efeito estilístico é transmitido através da associação de sensações por órgãos de


sentidos diferentes. Exemplo:

Agora, o cheiro áspero das flores


leva-me os olhos por dentro de suas pétalas.

(Trecho de Recordação - Cecília Meireles)

O cheiro está associado ao olfato e não ao tato (cheiro áspero).

Outros recursos expressivos


São diversos instrumentos estilísticos que servem para dar ênfase ao texto ou em passagens que
poderiam passar desapercebidas. Exemplos desses recursos são: Repetição; Enumeração;
Adjetivação Expressiva; Paralelismo; Polissemia; Intertextualidade; Ambiguidade;
Interrogação Retórica; Alegoria; Recursos sonoros variados: assonâncias, aliterações,
rimas, onomatopeias.

Modos de organização discursiva

No sentido de integrá-lo(a) de forma efetiva ao que por ora nos propomos, considere que por
muitas vezes resolvemos sair do mundo real e resolvemos mergulhar por inteiro num mundo,
talvez, irreal, digamos assim. Dessa forma, damos liberdade ao pensamento e, como resultado
desse ato, surge uma história que com certeza irá envolver nosso interlocutor. Prosseguindo
com nossos intentos, nesse mundo fictício em que nos posicionamos, achamos por bem
descrever acerca de alguns detalhes, de alguns pormenores que, de uma forma ou outra,
sobressaem-se ao que desejávamos conquistar. Optamos, portanto, em extravasar, fazendo
com que os cinco sentidos entrem em ação (dessa vez, metaforicamente dizendo). Como saldo
de nossa habilidade criativa, todas essas percepções captadas se transformam numa espécie de
fotografia verbalizada. Tais exemplos, usuário(a) amigo(a), foram expressos no sentido de
fazer com que você entenda que, levando em conta as intenções que desejamos “provocar” em
nosso interlocutor, há formas distintas de organizarmos nosso discurso – o que depreende dizer
que muitas são as vezes em que praticamos a narração, como, também, desenvolvemos a
descrição. Esticando nosso diálogo, em se tratando de exemplos recorrentes, em algumas
circunstâncias deixamos esse lado sonhador e voltamos para a realidade, posicionando-nos
firmemente acerca de um determinado assunto e defendendo-o com toda postura, fazendo uso
de argumentos tão sólidos e tão convincentes que alternativa alguma terá o interlocutor senão
atribuir a credibilidade necessária àquilo que dissemos. Quando assim procedemos, estamos
fazendo uso da argumentação, que também representa uma modalidade resultante da forma
como organizamos nosso discurso. Pois bem, eis o resultado de todos os objetivos a que nos
propomos ao criar um espaço como este, no qual poderá compartilhar os detalhes que se
mostram relevantes quando a pauta da conversa diz respeito às distintas modalidades resultantes
da organização discursiva, traduzidas pela narração, dissertação, descrição, entre outros
detalhes afins.

As entidades do texto
Há três modos básicos de organização de um texto: o narrativo, o descritivo e o
dissertativo. Todo texto é apresentado por um “eu” que não tem existência real. Há uma
diferente entidade para cada modo de organização de texto. Essas entidades não são os autores
do texto, mas aqueles que “falam” no texto. O modo de organização é determinado também
pelo conteúdo e construído conforme o objetivo da produção do texto. Observe a seguir:

Quem “fala”

Narração...............narrador

Descrição..............observador

Dissertação...........argumentador

Conteúdo

Narração..........ações, acontecimentos

Descrição.........seres, objetos, cenas, processos

Dissertação......opiniões, argumentos

Objetivo

Narração..........relatar

Descrição.........identificar, localizar, qualificar

Dissertação......discutir, informar, expor

É importante lembrar: não existem textos exclusivamente narrativos, descritivos ou


dissertativos. Mas sempre há o predomínio de um dos três modos sobre os demais.

NARRAÇÃO

O texto narrativo apresenta uma história vivida por determinadas personagens, em tempo e
lugar definidos. Um narrador conta a história. Quando há trechos descritivos, servem para que
o leitor visualize melhor os acontecimentos narrados.
DESCRIÇÃO

O texto descritivo apresenta um observador. O olhar desse observador pode ser objetivo ou
subjetivo, profundo ou superficial. Uma pessoa do século I e uma do século XXI, por exemplo,
observariam de forma bem diferente um mesmo fenômeno. A descrição, em geral, aparece
dentro de um texto narrativo ou dissertativo. Toda descrição tem um tema-núcleo, que pode
ser um objeto, um ser animado ou inanimado ou mesmo um processo.

DISSERTAÇÃO

Na dissertação, o autor defende seu ponto de vista com uma série de argumentações, com o
propósito de convencer o leitor. O tema pode estar na 1ª ou na 3ª pessoa. O texto dissertativo
costuma ter três partes principais: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão.

DISCURSO

A produção de um texto oral ou escrito ocorre com base em uma situação ou contexto, do qual
fazem parte: a pessoa que fala, com quem ela dialoga, o porquê da conversação, qual a intenção
de quem fala etc. A compreensão integral do texto se realiza através da organização clara desses
diversos aspectos. Discurso é a atividade comunicativa entre interlocutores que apresenta
sentido e está inserida em um contexto.

TIPOS DE DISCURSO

Há três tipos de discurso: direto, indireto e indireto livre.

No discurso direto, o narrador introduz a personagem e termina a frase com dois pontos. Em
seguida, faz um novo parágrafo e coloca um travessão, seguido da fala da personagem.
Normalmente, há um verbo de elocução (verbo que introduz a fala da personagem: dizer,
responder, falar, perguntar, pedir, etc.), que pode ser colocado também no meio ou depois da
fala. Observe:

Ana Paula olhou para a classe e indagou:

- Vocês estudaram para a prova?

Veja agora estas outras frases:


A professora Ana disse que daria prova naquele dia. Depois um aluno pediu que ela deixasse
a prova para a aula seguinte.

Nas frases acima, o narrador conta o que as personagens (professora Ana e um aluno) disseram,
reproduzindo as suas palavras. Tem-se aí o discurso indireto.

Se fosse usado o discurso direto, teríamos:

A professora Ana disse

- Vou dar prova hoje.

Leia este outro texto:

“Ela o cumprimentou arisca meio de longe, estendendo-lhe as pontas dos dedos, os olhos no
chão. Depois saiu ligeira para os fundos da casa, não apareceu mais. E a prima? Disse ao se
despedir, já no cavalo. Deixa pra lá, tem dessas esquisitices de ausência de moça solteira,
desculpou o pai.”

DOURADO, Autran. Uma vida em


segredo.

Rio de Janeiro: Ediouro, 1995.

Neste outro texto, há um discurso misto: o discurso do narrador (“Ela o cumprimentou arisca...
não apareceu mais.”) e as falas das personagens que se introduzem, revelando o seu fluxo de
pensamento (“E a prima? Disse ao se despedir, já no cavalo. Deixa pra lá, tem dessas
esquisitices de ausência de moça solteira, desculpou o pai.”) A mistura do discurso indireto do
narrador é chamada discurso indireto livre. Na passagem do discurso direto para o indireto e
vice-versa, ocorrem algumas modificações. Veja abaixo

Discurso Direto

A fala aparece na 1ª pessoa do singular (eu) ou do plural (nós), sendo possível também encontrar
“você” e “senhor(a)”. Exemplo:

- (Nós) jantaremos daqui a pouco.


O verbo pode aparecer nos seguintes tempos verbais:

Presente do Indicativo

- Você está com fome.

Pretérito Perfeito do Indicativo

- A dona Marli já fez o macarrão.

Futuro do Presente do Indicativo

- Bianca não comerá em casa.

Presente do Subjuntivo

- Espero que Bianca não chegue tarde.

Imperativo

- Experimente a sobremesa.

Uso dos dois pontos e do travessão, depois do verbo de elocução.

A mãe disse:

- Vamos jantar.

Discurso Indireto

A fala da personagem aparece na 3ª pessoa do singular ou do plural. Exemplo:

O garoto disse que queria macarrão com molho.

O verbo pode aparecer nos seguintes tempos verbais:


Pretérito Imperfeito do Indicativo

O garoto disse que queria macarrão com molho.

Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo

O marido perguntou se dona Marli cozinhara o molho de tomate.

Futuro do Pretérito

João arriscou que Bianca não comeria em casa naquela noite.

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Depois veio a mulher dizer que ele provasse a sobremesa.

Ausência de pontuação depois do verbo de elocução, que vem seguido do conectivo que.

A mãe disse-lhes que se servissem.

MONÓLOGO

Monólogo é a forma do discurso em que a personagem extravasa de maneira ordenada e lógica


os seus pensamentos e emoções sem dirigir-se especificamente a qualquer ouvinte.

Temas que mais caem no Português ENEM

➢ língua e linguagem;
➢ funções da linguagem;
➢ tipologia textual;
➢ intertextualidade;
➢ figuras de linguagem;
➢ verbos;
➢ pronomes;
➢ coesão textual;
➢ classes gramaticais;
➢ gêneros literários;
➢ sintaxe;
➢ correção gramatical.

Revise a matéria

Antes de partir para o estudo, que tal dar uma revisada? É sempre bom garantir que a
matéria está fresca na nossa cabeça!

LITERATURA

ESCOLAS LITERÁRIAS:

1 - Quinhentismo (Século XVI)

A produção do período quinhentista está voltada para a literatura informativa, principalmente


por meio de relatos de viagens dos europeus encantados e assombrados diante de uma nova
terra. O valor é mais histórico do que literário. Além disso, o período é marcado pela literatura
jesuítica e materiais para a catequização.

Principais autores:
- Pero Vaz de Caminha:
Escreveu “Carta ao Rei Dom Manuel” em 1500 para relatar a chegada ao Brasil.
- Padre José de Anchieta:
Escreveu textos religiosos e para teatro com destaque para a moral cristã e clara divisão entre
o bem o mal.
- Padre Manuel da Nóbrega:
Coordenou a primeira missão jesuítica ao Brasil e escreveu relatos aos superiores.

A literatura barroca é marcada pelo conflito entre matéria e espírito, o apelo à religião, ao
sobrenatural e ao misticismo, bem como o exagero e a extravagância. O contexto aborda a
dominação espanhola no Brasil e a sombra da inquisição, que condenou o Padre Antônio
Vieira por seus textos. A poesia satírica também é um dos elementos de destaque do período.

Principais autores:
- Bento Teixeira:
Autor de Prosopopéia, obra que é o marco da introdução do barro no Brasil.
- Gregório de Mattos:
As poesias do escritor baiano também conhecido como "Boca do Inferno" possuem diferentes
facetas: lírica, satírica e religiosa – esta última em sua maturidade literária.
- Padre Antônio Vieira:
Talvez o mais polêmico dos autores, Vieira é autor do Sermão de Santo Antônio ou dos
Peixes e foi preso pela inquisição de 1665 a 1667.

3 - Arcadismo (Século XVIII)

A produção desta escola literária tem como características o predomínio da razão, o objetivismo
e o universalismo. A natureza é utilizada como constante plano de fundo e a imitação da cultura
clássica greco-latina também. A linguagem é simples e majoritariamente descritiva, sem
subjetivismo.

Principais autores:

- Cláudio Manuel da Costa – Obras Poéticas


- Santa Rita Durão – Caramuru
- Tomás Antônio Gonzaga – Marília de Dirceu

4 - Romantismo (Século XIX)

O romantismo pode ser dividido em três gerações: a primeira possui influências neoclássicas e
aborda questões históricas e políticas. O subjetivismo é extremo, a produção é medievalista e
nacionalista, com bastante idealização da mulher. A segunda fase é marcada pelo pessimismo,
sentimentalismo exagerado e irracionalismo. Já a terceira inicia a transição para o realismo e
há uma diluição das características românticas.

Principais autores:
1.ª fase: Gonçalves Dias – Canção do Exílio

2.ª fase: Álvares de Azevedo – Lira dos Vinte Anos


3.ª fase: Castro Alves – O Navio Negreiro

5 - Naturalismo (Segunda metade do século XIX)

No contexto do naturalismo é necessário observar os pensadores contemporâneos daquela


época: August Conte com o positivismo, o evolucionismo de Charles Darwin, o surgimento da
psicanálise com Sigmund Freud, o determinismo do meio com Hippolyte Taine e a luta pela
emancipação do proletariado com Karl Marx. Isso significa uma preocupação com uma
descrição objetiva da realidade e a busca pela verdade, marcada pelo determinismo biológico.

Principais autores:
- Aluísio de Azevedo – O Cortiço

6 - Realismo (Segunda metade do século XIX)


Esta escola literária é marcada pela objetividade, a descrição da realidade, a narrativa de ação
e aventura. A mulher é vista com seus defeitos e qualidades, já a linguagem, é culta e direta.

Principais autores:
- Machado de Assis – Memórias Póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro, O Alienista.

7 - Simbolismo (Fim do século XIX)

Escola pautada pelo subjetivismo, pessimismo e a dor de existir. A linguagem é vaga, fluida e
busca sugerir em vez de nomear. O uso de figuras de linguagem como metáforas, comparações,
aliterações (repetições de sons iguais ou semelhantes) e assonâncias (repetir sons de vogais em
verso ou frase) e sinestesias (mistura de diferentes sensações) é frequente.

Principais autores:
- Cruz e Souza – Tropos e Fantasias
- Alphonsus de Guimarães – Setenário das Dores de Nossa Senhora

8 - Parnasianismo (Final do século XIX e início do XX)

O gosto pela descrição nítida, as concepções tradicionais sobre ritmo e rima, além do ideal da
impessoalidade são as características principais das obras parnasianas. O culto à forma é
fundamental: os autores desta escola estão preocupados em fazer a arte pela arte, sem discutir
questões sociais.
Principais autores:
- Olavo Bilac – Tratado de Versificação

9 - Pré-modernismo (Até a semana de 1922)

No começo do século a literatura passa por um momento de transição em que as escolas mais
recentes convivem por igual importância, ao mesmo tempo em que os autores buscam
apresentar coisas novas. É um período eclético: há a ascensão da burguesia urbana e diversas
agitações de operários imigrantes no começo da industrialização do país, que aos poucos
substituia o foco na produção de café para uma diversificação econômica.

Principais autores:
- Euclides da Cunha – Os Sertões
- Monteiro Lobato – Reinações de Narizinho
- Lima Barreto – Triste Fim de Policarpo Quaresma
- Augusto dos Anjos – Eu
- Graça Aranha – Canaã

10 - Modernismo

O período modernista é dividido em três etapas: na primeira, chamada de fase heroica, existe a
busca por uma ruptura com a preocupação das estruturas clássicas no parnasianismo e o
simbolismo. Há grande influência de movimentos de vanguarda como o dadaísmo, cubismo e
surrealismo.

Na segunda fase, há uma consolidação de estruturas e um forte caráter regionalista na produção.


Já na terceira, a literatura está mais próxima das questões existenciais e ainda que fale do
regionalismo, como Guimarães Rosa em Sagarana, a intenção é partir do regional para falar do
universal.

Principais autores:
Primeira fase:
- Manuel Bandeira – Libertinagem; Lira dos Cinquent'anos, Estrela da Vida Inteira (poesia),
Crônicas da Província do Brasil.
- Mário de Andrade – Lira Paulistana (poesia), Macunaíma (rapsódia), Amar, verbo intransitivo
(romance).
- Oswald de Andrade – O Rei da Vela.

Segunda fase:
- Carlos Drummond de Andrade – Claro Enigma.
- Cecília Meirelles – Espectros.
- Érico Veríssimo – O Tempo e o Vento, Incidente em Antares.
- Graciliano Ramos – São Bernardo, Vidas Secas.
- Jorge Amado – Capitães de Areia, O Cavaleiro da Esperança, Gabriela, cravo e canela.
- Rachel de Queiróz – Quinze.

Terceira fase:
- Guimarães Rosa – Sagarana.
- Clarisse Lispector – A Hora da Estrela.

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