Coleta de Dados

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Coleta de dados: estatística e bibliografia

Apresentação
Quando pensamos na palavra coletar, logo vem à cabeça o sentido de recolher, de juntar. Já a
palavra dados traz o significado de conjunto de valores ou acontecimentos que são extraídos de
informações com o objetivo de adquirir benefícios. Sendo assim, coletar dados significa
colher/juntar informações e, na pesquisa, isso é fundamental.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai poder entender como a coleta de dados é feita na
pesquisa, conhecendo os principais instrumentos e suas funções, entendendo como é feita a análise
desses dados.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Definir coleta de dados.


• Reconhecer os principais instrumentos de coleta de dados.
• Analisar as coletas de dados estatísticas e bibliográficas.
Desafio
O campo da pesquisa se constitui de diversas possibilidades metodológicas, ou seja, há várias
características específicas dos procedimentos adequados para a realização de uma pesquisa
proposta.

Pense que você é assistente social do CREAS e ficou responsável por elaborar um projeto de
pesquisa sobre os adolescentes em medida de liberdade assistida. Você já fez a pesquisa
documental, já elaborou o tema, a justificativa e os objetivos e chegou a hora de coletar os dados.

Você ficou pensando qual seria o melhor instrumento para coletar os dados dos adolescentes no
que diz respeito à idade, ao sexo, à formação acadêmica e ao tempo de atuação. Você chegou à
constatação de um instrumento com roteiro formado e que seria utilizado de forma individual para
não constranger/expor o adolescente.
Que instrumento seria esse? Relate a sua importância.
Infográfico

A pesquisa é um processo de construção do conhecimento que tem como objetivo gerar novos
conhecimentos e/ou colaborar modificando ou acrescentando novas informações a conhecimentos
já existentes. Dentro do processo de pesquisa, existe o método que pode ser entendido como o
caminho para chegar a um determinado fim. Como tipo de método, há o experimental, o estatístico
e também a pesquisa bibliográfica.

Confira no Infográfico mais detalhes sobre esses tipos de métodos.


Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Conteúdo do livro
A fase de coleta e análise dos dados é de grande importância na elaboração da pesquisa científica,
portanto, é necessário entender sobre como ela se dá e sobre os instrumentos que permitem com
que essa etapa colha as informações necessárias.

Na obra Metodologia de pesquisa em Serviço Social, leia o capítulo Coleta de dados: estatística e
bibliografia. Você terá a oportunidade de definir coleta de dados e entender suas etapas, bem como
os instrumentos e as análises.

Boa leitura.
METODOLOGIA
DE PESQUISA EM
SERVIÇO SOCIAL

Camila Muniz Assumpção


Coleta de dados:
estatística e bibliografia
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Definir coleta de dados.


 Reconhecer os principais instrumentos de coleta de dados.
 Analisar as coletas de dados estatísticas e bibliográficas.

Introdução
A coleta de dados é o levantamento e o armazenamento de informações
que auxiliam os pesquisadores no estudo do seu objeto de pesquisa.
Assim, ela é de grande relevância no processo de pesquisa. Como você
pode imaginar, existem várias possibilidades de coletar dados. Entre as
principais, estão a entrevista, o questionário e o formulário.
Neste capítulo, você vai conhecer melhor essas possibilidades, além
de se familiarizar com outras. Você também vai se aventurar nos estudos
sobre a coleta de dados, podendo defini-la e reconhecer os seus principais
instrumentos. Além disso, você vai entender como é feita a análise dos
dados e quão importante ela é para a pesquisa científica.

Coleta de dados
Para se definir a coleta de dados, é necessário entender onde ela se encaixa
e por que é necessária no processo de pesquisa. Assim, você deve ter em
mente os conceitos de metodologia e método científico. A metodologia é a
descrição, a análise e a avaliação crítica dos métodos de investigação. Para que
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o conhecimento ultrapasse o muro do senso comum, deve ser sistematizado


por meio de uma metodologia científica. A metodologia deve apoiar-se na
epistemologia — do grego epistéme (ciência) —, que é o estudo crítico dos
princípios, hipóteses e resultados das ciências já constituídas.
Segundo Alves (2002), o senso comum é o conhecimento adquirido pelas
pessoas por meio do convívio social com outros indivíduos. Ele advém das
múltiplas relações de onde é extraído o conhecimento científico: “O senso
comum é aquilo que não é ciência [...] a ciência é uma metamorfose do senso
comum. Sem ele, ela não pode existir” (ALVES, 2002, p. 11).
O que distingue o senso comum e o conhecimento científico é que o
primeiro é formado por sentimentos, desejos, entre outros; já o segundo
é formado por meio da razão e seguido rigorosamente no que diz respeito
aos aspectos metodológicos, procurando excluir as emoções, as crenças
religiosas, os desejos do homem, os misticismos. Ainda de acordo com Alves
(2002, p. 16), “[...] o senso comum e a ciência são expressões da mesma
necessidade básica, a necessidade de compreender o mundo, a fim de viver
melhor e sobreviver”.
A metodologia lida com a avaliação de técnicas de pesquisa e com a geração
ou a experimentação de novos métodos que possibilitam captar e processar
informações, bem como resolver diversas categorias de problemas teóricos e
práticas de pesquisa. Além de estudar os métodos, a metodologia também é
uma forma de fazer pesquisa, ou seja, é um conhecimento geral e se relaciona
à habilidade que o pesquisador tem de se orientar no processo de investigação,
tomar decisões oportunas, selecionar conceitos, hipóteses, técnicas e dados
adequados.
De acordo com Demo (1987), a metodologia é uma preocupação ins-
trumental. Ela se relaciona ao caminho que a ciência trilha para tratar a
realidade teórica e prática. A metodologia centra-se, geralmente, no esforço
de transmitir uma iniciação aos procedimentos lógicos voltados para ques-
tões da causalidade, dos princípios formais da identidade, da dedução e da
indução, da objetividade, etc. Na Figura 1, a seguir, você pode ver as etapas
do processo de pesquisa.
Coleta de dados: estatística e bibliografia 3

Figura 1. Processo de pesquisa.


Fonte: Método... (2008).

Segundo Vera (1980), a pesquisa só ocorre de fato quando existe um pro-


blema que se deve definir, examinar, avaliar e analisar criticamente, para, em
seguida, tentar a sua solução. O primeiro passo é, então, delimitar o objeto de
investigação (o problema) entre os temas possíveis. Para o desenvolvimento
de qualquer pesquisa, há a necessidade de se elaborar um projeto, um plane-
jamento, que tem as seguintes etapas:

1. escolha do tema;
2. elaboração da pesquisa bibliográfica e seleção das obras relevantes;
3. formulação do problema;
4. especificação dos objetivos (gerais e específicos);
5. justificativa da escolha da pesquisa;
6. definição da metodologia a ser empregada;
7. coleta dos dados;
8. tabulação dos dados;
9. análise, comparações e discussão dos dados;
10. conclusões;
11. relatório final.
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Todas essas etapas são importantes para a pesquisa, mas aqui você vai es-
tudar mais detidamente a coleta de dados. Ela pode ser definida como o ato de
pesquisar, juntar documentos e provas, procurar informações sobre determinado
tema ou conjunto de temas correlacionados e agrupá-las de forma a facilitar
uma posterior análise. A coleta de dados auxilia o pesquisador a analisar os
fatos e/ou fenômenos, dando base para respostas, decisões e conhecimentos.

De acordo com Martinelli (1999, p. 27), “Dados são fatos; em si não trazem grande
significado; só depois que eles forem de alguma forma agrupados ou processados é
que poderemos ver o significado ser revelado”.

A coleta de dados quantitativos é uma etapa da pesquisa que requer tempo


e trabalho. Afinal, é necessário reunir as informações indispensáveis à com-
provação da hipótese. Essa coleta se apoia em instrumentos adequados aos fins
mensurativos. Já a coleta de dados qualitativos não é um processo acumulativo
e linear cuja frequência, controlada e mensurada, autoriza o pesquisador,
exterior à realidade estudada e dela distanciado, a estabelecer leis e prever
fatos. Os dados são colhidos em um processo de idas e vindas, nas diversas
etapas da pesquisa e na interação com seus sujeitos.
Quanto à forma de obtenção de dados, há a coleta direta e a coleta indireta,
como você pode ver a seguir.

 Coleta direta: é realizada no local da ocorrência. O pesquisador faz uma


visita ou envia um instrumento de consulta para obter a informação. A
coleta direta também pode ser entendida como aquela feita quando há
elementos informativos de registro obrigatório, como casamento, nasci-
mento, óbito, entre outros. Além disso, os dados podem ser coletados pelo
próprio pesquisador por meio de questionários, censo demográfico, etc.
Os dados resultantes da coleta direta são chamados de dados primários.
 Coleta indireta: ocorre quando os dados são obtidos por consulta a docu-
mentos existentes, como relatórios, anuários, teses, artigos, entre outros.
Ou seja, essa coleta ocorre quando se utilizam elementos conhecidos e/
ou que dizem respeito a outros fenômenos relacionados com o fenômeno
estudado. Os dados nessa coleta são chamados de secundários, devido
ao fato de já terem passado por um tratamento estatístico.
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Gil (2008) afirma que o elemento mais importante da fase de delineamento é


a coleta de dados. Nessa fase, é possível utilizar vários instrumentos de coletas
de dados. Basicamente, existem dois grandes grupos de delineamentos: o que
se vale de informações impressas, que advêm de livros, revistas, documentos
impressos e/ou eletrônicos (pesquisa bibliográfica e documental); e o grupo
que utiliza informações obtidas por meio de pessoas ou experimentos (pesquisa
experimental, pesquisa ex-post facto, levantamento, estudo de caso, pesquisa-
-ação e pesquisa participante).

Principais instrumentos de coleta de dados


A escolha dos instrumentos de coleta de dados utilizados para a obtenção de in-
formações essenciais a respeito do problema de pesquisa relaciona-se diretamente
aos objetivos da pesquisa e ao tipo de abordagem que o pesquisador se propõe a
fazer, seja ela qualitativa ou quantitativa. As técnicas de coleta de dados são um
conjunto de regras ou processos utilizados por uma ciência. Entre os instrumentos
de coleta de dados, estão: a entrevista, a observação, o formulário, a triangulação
e a pesquisa documental. A seguir, você pode conhecer melhor cada um deles.

 Entrevista: é um encontro entre duas pessoas em que uma delas obtém


informações a respeito de determinado assunto por meio de uma conver-
sação de natureza profissional (MARCONI; LAKATOS, 2007). A entre-
vista possibilita que o pesquisador extraia uma quantidade muito grande
de dados e informações, o que pode originar um trabalho bastante rico.
Ribeiro (2008, p. 141) destaca que a entrevista é “A técnica mais pertinente
quando o pesquisador quer obter informações a respeito do seu objeto, que
permitam conhecer sobre atitudes, sentimentos e valores subjacentes ao
comportamento”. Isso significa que por meio dela “[...] se pode ir além das
descrições das ações, incorporando novas fontes para a interpretação dos
resultados pelos próprios entrevistadores”.(RIBEIRO 2008,p.141)
 Observação: é uma técnica de coleta de dados que se utiliza da obser-
vação de determinados aspectos da realidade (MARCONI; LAKATOS,
2007). Com base em Marconi e Lakatos (1996) e Selltiz, Wrightsman e
Cook. (1965), pode-se concluir que a técnica de observação tem diversas
modalidades, aplicáveis de acordo com as circunstâncias. Entre elas,
destacam-se, segundo os meios utilizados, observação assistemática e
observação sistemática; segundo a participação do observador, obser-
vação não participante e observação participante; segundo o número
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de observações, observação individual e observação em equipe; se-


gundo o lugar onde se realiza, observação na vida real e observação
em laboratório.
 Questionário: é um conjunto predeterminado de perguntas criadas para
coletar dados dos correspondentes (HAIR et al., 2003). O questionário
pode ser formado por perguntas abertas, fechadas ou de múltipla escolha.
As abertas são as que permitem ao informante responder livremente,
usando linguagem própria e emitindo opiniões. As fechadas são aquelas
em que o informante escolhe sua resposta entre duas opções. Esse tipo de
pergunta, embora restrinja a liberdade das respostas, facilita o trabalho do
pesquisador e também a tabulação, pois as respostas são mais objetivas.
 Triangulação: segundo Yin (2001), qualquer uma das técnicas de coleta de
dados pode e tem sido a única base para estudos inteiros. Isso ocorre devido
à noção de que o pesquisador deveria escolher somente aquela técnica mais
adequada ao seu caso ou aquela com a qual estivesse mais familiarizado.
Segundo Yin (2001), a triangulação fundamenta-se na lógica de utilizar
várias fontes de evidências. A utilização de várias fontes na coleta de dados
é uma necessidade e, ao mesmo tempo, um ponto forte muito importante
para estudos de caso, principalmente. Para Triviños (1987), a técnica de
triangulação tem como propósito básico abranger a máxima amplitude na
descrição, na explicação e na compreensão do objeto em estudo.

No Quadro 1, a seguir, você pode ver os principais tipos de entrevista e


observação.

Quadro 1. Tipos de entrevista e observação.

Entrevista Observação

Informal Assistemática
Focalizada Sistemática
Por pautas Participante
Estruturada/formalizada Não participante
Individual
Em equipe
Na vida real
Em laboratório
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Coletas de dados estatísticas e bibliográficas


A análise dos dados é uma das fases mais importantes da pesquisa. A partir
dela, são apresentados os resultados e a conclusão da pesquisa. Tal conclusão
pode ser final ou apenas parcial, deixando margem para pesquisas posteriores
(MARCONI; LAKATOS, 1996). Para analisar os dados, é preciso defini-los
em dados bibliográficos e dados estatísticos.
Os dados bibliográficos podem ser entendidos como o conjunto de registros
bibliográficos que auxiliam no estudo da pesquisa. Assim, ocorre o levantamento
de autores especializados por meio de livros, artigos científicos e revistas especia-
lizadas, entre outras fontes. Por sua vez, os dados estatísticos são a representação
numérica ou quantitativa de um fato, fenômeno ou ocorrência. A coleta dos dados
estatísticos é muito importante para o conhecimento da realidade.
Relacionadas à análise dos dados, há a sua tabulação e a sua categorização.
A tabulação é a contagem das respostas codificadas dos dados coletados em
uma pesquisa. Ou seja, é a maneira ordenada de dispor os resultados numéricos
para facilitar a leitura e a análise. Assim como a tabulação, a categorização
serve para analisar dados. Ela é definida como o agrupamento de dados
considerando o que há de comum entre eles.
De acordo com Olabuenaga e Ispizúa (1989), o processo de categorização
deve ser entendido em sua essência como um processo de redução de dados.
As categorias representam o resultado de um esforço de síntese de uma co-
municação, ressaltando nesse processo seus aspectos mais importantes. Além
disso, merece destaque a análise de conteúdo, a estatística descritiva univariada
e a estatística multivariada.
A análise de conteúdo é um “[...] conjunto de técnicas de análise das comu-
nicações [...]” (BARDIN, 1977, p. 30) que tem por objetivo enriquecer a leitura e
ultrapassar as incertezas, extraindo conteúdos por trás da mensagem analisada.
Segundo Triviños (1987, p. 158), “[...] a análise de conteúdo é um método que pode
ser aplicado tanto na pesquisa quantitativa como na investigação qualitativa [...]”.

Bardin (1977) afirma que a análise de conteúdo possui duas funções básicas: função
heurística — aumenta a prospecção à descoberta, enriquecendo a tentativa explo-
ratória — e função de administração da prova — em que, pela análise, buscam-se
provas para a afirmação de uma hipótese.
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É importante você entender que a análise de conteúdo utiliza tanto procedimen-


tos sistemáticos e ditos objetivos de descrição dos conteúdos quanto inferências
e deduções lógicas. Assim, esse método pode ser aplicado tanto na pesquisa
quantitativa como na investigação qualitativa. Na quantitativa, o que serve de
informação é a frequência com que surgem algumas características do conteúdo;
na qualitativa, é a presença ou a ausência de dada característica de conteúdo.
Os atributos da análise de conteúdo, segundo Grawitz (apud FREITAS,
2000, p. 40), são:

ser objetivo — uma vez que existem regras e diretrizes que conduzem o analista;
ser sistemático — o conteúdo deve ser ordenado e integrado nas categorias
escolhidas, em função do objetivo;
ser quantitativo — por meio da evidenciação de elementos significativos.

A estatística multivariada pode ser definida como um conjunto de métodos


estatísticos utilizados em situações nas quais diversas variáveis são medidas
simultaneamente em cada elemento amostral. Em geral, “[...] as variáveis são
correlacionadas entre si e quanto maior o número de variáveis, mais complexa
torna-se a análise por métodos comuns de estatística univariada” (MINGOTI,
2005, p. 21).
Segundo Mingoti (2005, p. 21), a estatística multivariada se divide em dois
grupos: “[...] um primeiro, consistindo em técnicas exploratórias de sintetização
(ou simplificação) da estrutura de variabilidade dos dados, e um segundo,
consistindo em técnicas de inferência estatística”. Fazem parte do primeiro
grupo métodos como a análise de componentes principais, a análise fatorial,
a análise de correlações canônicas, a análise de agrupamentos, a análise
discriminante e a análise de correspondência.
Esses métodos têm um apelo prático muito interessante, pois, na sua maioria,
independem do conhecimento da forma matemática da distribuição de proba-
bilidades geradoras dos dados amostrais. No segundo grupo, encontram-se
os métodos de estimação de parâmetros, os testes de hipóteses e as análises
de variância, de covariância e de regressão multivariadas.
As técnicas univariadas, segundo Malhotra (2001), são utilizadas quando
há uma única medida de cada elemento na amostra. Também são utilizadas
quando, havendo várias medidas de cada elemento, cada variável é estudada
isoladamente. Mattar (2001) complementa afirmando que, se o número de
variáveis for, respectivamente, um, dois ou mais de dois, a técnica estatística
pode ser classificada como univariada, bivariada ou multivarida. Segundo
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Mattar (2001, p. 62), “[...] os métodos descritivos têm o objetivo de proporcio-


nar informações sumarizadas dos dados contidos no total de elementos da(s)
amostra(s) estudada(s)”.
Segundo Marconi e Lakatos (1996), o objetivo da estatística descritiva é
o de representar, de forma concisa, sintética e compreensível, a informação
contida num conjunto de dados. Essa tarefa, que adquire grande importância
quando o volume de dados é grande, concretiza-se na elaboração de tabelas e
de gráficos, assim como no cálculo de medidas ou indicadores que representam
convenientemente a informação contida nos dados.

ALVES, R. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo: Loyola, 2002.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.
DEMO, P. Introdução ao ensino da metodologia da ciência. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1987.
FREITAS, H. M. R. Análise léxica e análise de conteúdo: técnicas complementares, se-
qüenciais e recorrentes para exposição de dados qualitativos. Porto Alegre: Sagra
Luzzatto, 2000.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
HAIR, J. F. et al. Método de pesquisa em administração. Porto Alegre: Bookman, 2003.
MALHOTRA, N. Pesquisa de marketing. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2007.
MARCONI, M. A; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa: planejamento execução de pes-
quisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração e interpretação de dados.
3. ed. São Paulo: Atlas, 1996.
MARTINELLI, M. L. Pesquisa qualitativa: um instigante desafio. São Paulo: Veras, 1999.
MATTAR, F. N. Pesquisa de marketing. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
MÉTODO científico. In: CONTATOS interdisciplinaridades de qualquer grau. 2008. Dis-
ponível em: http://pesquisaeinterdisciplinaridadefb.blogspot.com/2008/11/mtodo-
-cientfico.html. Acesso em: 24 fev. 2019.
MINGOTI, S. A. Análise de dados através de métodos de estatística multivariada: uma
abordagem aplicada. Belo Horizonte: UFMG, 2005.
OLABUENAGA, J. I. R.; ISPIZUA, M. A. La descodificacion de la vida cotidiana: metodos de
investigacion cualitativa. Bilbao: Universidad de Deusto, 1989.
10 Coleta de dados: estatística e bibliografia

RIBEIRO, E. A. A perspectiva da entrevista na investigação qualitativa. Evidência: olhares e


pesquisa em saberes educacionais, v. 4, n. 4, maio de 2008. Disponível em: http://www.
uniaraxa.edu.br/ojs/index.php/evidencia/article/view/328/310. Acesso em: 24 fev. 2019.
SELLTIZ, C.; WRIGHTSMAN, L. S.; COOK, S. W. Métodos de pesquisa das relações sociais.
São Paulo: Herder, 1965.
TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em
educação. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1987.
VERA, A. Metodologia da pesquisa científica. Porto Alegre: Globo,1980.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2.ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.

Leitura recomendada
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2008.
Dica do professor
Na coleta de dados, são utilizados alguns instrumentos. Dentre esses instrumentos, há a
observação, método que leva o pesquisador a identificar situações que acabam orientando sobre o
seu objeto e como proceder. É imprescindível entender que, na pesquisa, observar é muito mais
que ver.

Nesta Dica do Professor, você vai entender sobre o instrumento da coleta de dados e as diversas
formas de realizá-lo. Afinal, não existe uma única maneira de observar na pesquisa.

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Exercícios

1) A análise dos dados é uma das fases mais importantes da pesquisa. A partir dela, é possível
apresentar:

A) tema e objetivo.

B) resultados e conclusão.

C) formulação do problema e tema.

D) metodologia e objeto.

E) justificativa e resultado.

2) “A observação é uma técnica de coleta de dados para obter informações que utiliza os
sentidos na observação de determinados aspectos da realidade” (MARCONI; LAKATOS,
2005, p. 192). Dentre as diversas formas de realizar a observação, existe a observação
sistemática, que pode ser definida como:

A) técnica realizada por um único pesquisador, de modo que sua personalidade se projeta no
observado.

B) meio em que o pesquisador procura recolher e registrar os fatos da realidade sem a utilização
de meios técnicos especiais, ou seja, sem planejamento ou controle.

C) um tipo de observação realizada por várias pessoas com o mesmo objetivo.

D) observação estruturada, planejada e controlada.

E) meio em que o observador se envolve com o grupo, transformando-se em um dos seus


membros.

3) As técnicas de coleta de dados são um conjunto de regras ou processos utilizados por uma
ciência, ou seja, correspondem à parte prática da coleta de dados (LAKATOS; MARCONI,
2001). Dentre os instrumentos de coleta de dados, há a entrevista, que pode ser definida
como:
A) técnica de coleta de dados para obter informações que utiliza os sentidos durante a
observação de determinados aspectos da pesquisa realizada.

B) um conjunto predeterminado de perguntas criadas para coletar dados dos correspondentes.

C) técnica que se fundamenta na lógica de utilizar várias fontes de evidências.

D) um conjunto de métodos estatísticos utilizados em situações nas quais diversas variáveis são
medidas simultaneamente, em cada elemento amostral.

E) encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de
determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional.

4) A análise dos dados é uma das fases mais importantes da pesquisa, pois, a partir dela, serão
apresentados os resultados e a conclusão da pesquisa, conclusão esta que poderá ser final
ou apenas parcial, deixando margem para pesquisas posteriores (MARCONI; LAKATOS,
1996).

Para a análise dos dados, é possível utilizar a estatística descritiva univariada e a estatística
multivariada. Marque a opção que descreve corretamente a estatística multivariada.

A) A estatística multivariada pode ser definida como um conjunto de métodos estatísticos


utilizados em situações nas quais diversas variáveis são medidas simultaneamente, em cada
elemento amostral.

B) A estatística multivariada pode ser definida como um conjunto de técnicas estatísticas


utilizadas em situações nas quais diversas variáveis são medidas simultaneamente, em cada
elemento amostral.

C) É um conjunto de técnicas de análise das comunicações que tem por objetivo enriquecer a
leitura e ultrapassar as incertezas, extraindo conteúdos por trás da mensagem analisada.

D) São técnicas utilizadas quando há uma única medida de cada elemento na amostra ou quando
há várias medidas de cada elemento.

E) É um conjunto de métodos estatísticos utilizados em situações nas quais diversas variáveis


são medidas isoladamente.

5) O instrumento de coleta de dados que se fundamenta na lógica de utilizar várias fontes de


evidências é chamado de:

A) entrevista.
B) triangulação.

C) formulário.

D) observação.

E) questionário.
Na prática
O censo é o conjunto de dados estatísticos que informa diferentes características dos habitantes de
uma cidade, um Estado ou uma nação. Assim, é função dele coletar, processar e disseminar
estatísticas detalhadas sobre tal. Em razão de os dados serem coletados por base de domicílio, a
população em situação de rua não é incluída nos censos demográficos.

Acompanhe no anexo como foi feita a realização do I Censo e da Pesquisa Nacional sobre
População em Situação de Rua, por meio da Secretaria de Assistência Social do Estado do Rio de
Janeiro, juntamente com a Secretaria de Avaliação e Gestão de Informação. Vale ressaltar que esse
censo foi realizado para obter informações sobre a demanda da sociedade civil, bem como para
visibilidade e produção de informações para dar base à formulação de políticas públicas voltadas a
esse público.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

A UFF e a política de pesquisa


Neste vídeo, Izabel Christina Nunes de Palmer Paixão, responsável pela Pró-Reitoria de Pesquisa e
Pós-Graduação/UFF, aborda o assunto política de pesquisa.

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Pesquisa com grupo focal: contribuições ao estudo das


representações sociais
Este artigo é uma reflexão teórica que objetiva discutir sobre o grupo focal como aporte
metodológico válido para pesquisas com a teoria das representações sociais – TRS. Tem como
argumento central a afirmação de que o grupo focal é uma técnica de produção de dados profícua
em estudos que enfoquem o contexto grupal e os movimentos de constituição das representações
sociais, uma vez que pode evidenciar tal processo e sua sociogênese. Para tanto, discute-se a TRS,
enfatizando seu caráter psicossocial e sua base sociogenética. Em seguida, a estratégia do grupo
focal em pesquisas com a TRS é abordada.

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Tópicos para uma boa análise de dados de estudos empíricos


Este artigo discute o processo de análise de dados em sete tópicos: a) modelos estatísticos, técnicas
estatísticas e diferenciação de “receita estatística”; b) associação da validade das conclusões
estatísticas ao processo de delineamento e amostragem; c) diferença e complementaridade da
descrição de dados e do teste de hipóteses; d) como as hipóteses se relacionam com os testes
estatísticos a realizar; e) análise preliminar de dados e sua relevância; f) teste de hipótese na
perspectiva de Fisher e de Neyman e Pearson; e g) apresentação dos dados como um processo
comunicacional e vantagens do uso de normas (APA).

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