TCC Eduardo v11
TCC Eduardo v11
TCC Eduardo v11
GOIÂNIA – GO
DEZEMBRO DE 2020
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GOIÂNIA – GO
DEZEMBRO DE 2020
3
Resumo
Os movimentos periódicos e oscilatórios são de grande interesse devido às suas
diversas aplicações tanto no campo da Física quanto da engenharia e de áreas
técnicas. Um estudo aprofundado sobre a física envolvida nestes movimentos
periódicos é de extrema importância para uma descrição do fenômeno em si e para
a determinação das leis que regem o seu movimento. O conhecimento destas leis
traz uma melhor clareza sobre o fenômeno em questão dando suporte para
possíveis aplicações. Aqui neste trabalho tratamos especificamente do movimento
de um pêndulo simples considerando não apenas pequenas oscilações como é de
costume, mas também considerando o efeito de grandes amplitudes de oscilação.
Para isto é necessário obter uma solução mais geral para o problema sem
considerar aproximações rotineiramente utilizadas para pequenas oscilações.
Assim, foram obtidas neste trabalho as equações diferenciais de movimento que
caracterizam e determinam o movimento de um pêndulo simples considerando
desde pequenas até grandes amplitudes de oscilação. Estas equações diferenciais
foram solucionadas por meio de técnicas de solução de equações diferenciais
usando-se métodos de expansão de funções. Foi possível verificar, tanto
experimentalmente quanto teoricamente, que para o movimento do oscilador
harmônico simples, o seu período de oscilação aumenta e a sua frequência angular
diminui com o aumento da amplitude de oscilação. Foi também determinada a
faixa de validade da aproximação para pequenas amplitudes de movimento.
4
Sumário
Capítulo 1 .................................................................................................................................. 5
MOVIMENTOS PERIÓDICOS ............................................................................................. 5
1.1 Introdução ....................................................................................................................... 5
1.2 Período e Frequência ...................................................................................................... 5
1.3 Exemplos de Osciladores ................................................................................................ 6
1.3.1 Pêndulo Simples ......................................................................................................... 6
1.3.2 Oscilador Harmônico Linear Simples ........................................................................ 7
1.4 Oscilações Amortecidas .................................................................................................. 8
1.5 Oscilações Forçadas ........................................................................................................ 8
Capítulo 2 ................................................................................................................................ 10
PÊNDULO SIMPLES ............................................................................................................ 10
Capítulo 3 ................................................................................................................................ 15
A DEPENDÊNCIA DO PERÍODO DO PÊNDULO SIMPLES COM A AMPLITUDE
DE OSCILAÇÃO ................................................................................................................... 15
Bibliografia .............................................................................................................................. 29
5
Capítulo 1
MOVIMENTOS PERIÓDICOS
1.1 Introdução
Devemos notar que para uma única oscilação temos 𝑁 = 1 e Δ𝑡 = 𝑇, logo podemos
escrever que
1
𝑓=𝑇. (1.2)
Desta relação, podemos concluir que quanto maior for a frequência com que o corpo
oscila menor será o seu período e vice-versa. Usando a equação (1.1) poderíamos ainda
escrever a equação (1.3) como
Δ𝑡
𝑇= . (1.4)
𝑁
período de oscilação de um pêndulo simples oscilando com pequena amplitude (𝛼 < 15°) é
dado pela expressão:
𝐿
𝑇 = 2𝜋√𝑔 , (1.5)
𝑚
𝑇 = 2𝜋√ 𝜅 , (1.6)
onde 𝑇 é o período (ou seja, o tempo necessário para que o objeto realize um ciclo completo),
𝑚 é a massa do objeto que está oscilando e 𝜅 é a constante elástica da mola. Observe que
neste caso, ao contrário do pêndulo, o período depende da massa do corpo que oscila – quanto
maior a massa maior será o período do pêndulo.
Nos sistemas que se comportam como osciladores sempre existe uma força que tende
a retornar o objeto oscilante para a sua posição de equilíbrio. Esta força é chamada de força
restauradora. No caso do pêndulo a força restauradora está associada à gravidade e no caso
8
Quando o movimento de um oscilador é reduzido por uma força externa dizemos que
o movimento é amortecido. Na prática todos os movimentos oscilatórios são amortecidos por
algum tipo de força. O movimento de um pêndulo oscilando no ar, por exemplo, vai
lentamente diminuindo porque o ar exerce uma força viscosa sobre o pêndulo. Já o
movimento de um bloco conectado a uma mola será amortecido pelo ar e também pela força
de atrito existente entre o bloco e o piso. Para um oscilador amortecido a energia mecânica
não é constante e decresce com o decorrer do tempo.
As oscilações naturais (ou próprias) de um corpo são aquelas que ocorrem quando o
corpo é deslocado e depois abandonado, oscilando livremente. Agora, quando o corpo está
sujeito a uma força externa oscilatória, a oscilação resultante do corpo é denominada
oscilação forçada e terá a mesma frequência da força externa e não a sua frequência natural
de oscilação. A resposta do corpo a uma força externa oscilatória dependerá da relação entre a
sua frequência natural de oscilação e a frequência aplicada. Teremos agora neste caso duas
frequências:
Um exemplo de oscilação forçada é a que ocorre quando uma pessoa empurra outra em
um balanço. Outro exemplo de oscilação forçada é quando uma tropa de soldados marcha de
forma cadenciada por sobre uma ponte. A sucessão de pisadas cadenciadas na ponte fará com
que ela oscile não com sua frequência natural, mas sim com a frequência da força externa que
lhe é aplicada. Uma sucessão de pequenos impulsos, gerados por uma força externa aplicada a
um corpo, pode provocar grandes amplitudes de movimento. Existe um valor característico da
9
frequência externa para o qual a amplitude de oscilação atinge um valor máximo. Esta
condição é chamada de ressonância e o valor da frequência externa para o qual a ressonância
acontece é chamada de frequência de ressonância. Esta condição de ressonância ocorre
quando 𝑓 ≈ 𝑓0 . Uma soprano quando quebra uma taça de cristal está usando o princípio de
ressonância.
No caso da construção de um prédio industrial, por exemplo, deve-se saber que tipo de
máquina irá funcionar em seu interior e quais as frequências naturais da estrutura do prédio
para se evitar que a frequências naturais de oscilação do prédio coincidam com as das
máquinas que irão funcionar naquele local.
10
Capítulo 2
sendo:
𝑃𝜃
𝑠𝑒𝑛𝜃 = → 𝑃𝜃 = 𝑃sen𝜃 = 𝑚𝑔sen𝜃 (2.2)
𝑃
𝑃𝑟
𝑐𝑜𝑠𝜃 = → 𝑃𝑟 = 𝑃cos𝜃 = 𝑚𝑔cos𝜃 (2.3)
𝑃
⃗ = −𝑃𝜃 𝜃̂ + 𝑃𝑟 𝑟̂ − 𝑇𝑟̂
𝐹 = 𝑃⃗ + 𝑇 (2.4)
Logo:
𝐹𝑟 = 𝑃𝑟 − 𝑇 (2.6)
{
𝐹𝜃 = −𝑃𝜃 (2.7)
𝑟 = 𝐿 → 𝑟̇ = 0 𝑒 𝑟̈ = 0
Logo:
Logo:
−𝑚𝐿𝜃̇ 2 = 𝑃𝑟 − 𝑇 (2.11)
{
𝑚𝐿𝜃̈ = −𝑃𝜃 (2.12)
𝑚𝐿𝜃̈ = −𝑚𝑔sen𝜃
𝑔
𝜃̈ = − sen𝜃
𝐿
𝑔
𝜃̈ + 𝐿 sen𝜃 = 0 (2.13)
𝑑2 𝜃 𝑔
+ 𝜃=0 (2.14)
𝑑𝑡 2 𝐿
Definindo:
𝑔
𝜔0 2 ≡ (2.15)
𝐿
Temos:
𝑑2 𝜃
+ 𝜔0 2 𝜃 = 0 (2.16)
𝑑𝑡 2
𝑑2 𝑌(𝑡) 𝑑𝑌(𝑡)
𝑎 +𝑏 + 𝑐𝑌(𝑡) = 0 (2.17)
𝑑𝑡 2 𝑑𝑡
𝑌(𝑡) = 𝑐1 𝑒 𝑟𝑡 + 𝑐2 𝑒 𝑟𝑡 , 𝑠𝑒 𝑟1 = 𝑟2 (2.19)
𝑎𝑟 2 + 𝑏𝑟 + 𝑐 = 0 (2.20)
𝑎 = 1; 𝑏 = 0 𝑒 𝑐 = 𝜔0 2 ,
logo:
𝑟 2 + 0 + 𝜔0 2 = 0 → 𝑟 2 = −𝜔0 2 → 𝑟 = √−𝜔0 2
13
Pela equação (2.15) notamos que 𝜔0 2 > 0, pois g e L são quantidades positivas. Assim:
𝑟 = +𝑖𝜔0
𝑟 = ±𝑖𝜔 { 1
𝑟2 = −𝑖𝜔0
Definindo:
𝑐1 + 𝑐2 = 𝐴cos𝛼 (2.22a)
{
(𝑐1 − 𝑐2 )𝑖 = 𝐴sen𝛼 (2.22b)
Onde 𝜃0 é o ângulo 𝜃(𝑡) pata 𝑡 = 0. Pela Eq. (2.15) a frequência angular ω será:
𝑔
𝜔0 = √ 𝐿 (2.26)
2𝜋
E lembrando que 𝜔0 = , o período 𝑇0 será:
𝑇
𝐿
𝑇0 = 2𝜋√𝑔 (2.27)
Note-se pelas Eqs. (2.26) e (2.27) que para pequenas oscilações a frequência angular 𝜔0
e o período 𝑇0 independem da amplitude de oscilação do movimento.
15
Capítulo 3
A DEPENDÊNCIA DO PERÍODO DO PÊNDULO
SIMPLES COM A AMPLITUDE DE OSCILAÇÃO
𝐸 = 𝐾 + 𝑉, (3.1)
onde 𝐾 é a energia cinética e 𝑉 é a energia potencial do sistema. Note pela Fig. 3.1 que:
𝑉 = 𝑚𝑔∆𝑦
𝑉 = 𝑚𝑔(𝑦2 − 𝑦1 )
𝑉 = 𝑚𝑔(−𝐿cos𝜃 − 0)
Figura 3.1
e usando que a velocidade 𝑣 pode ser descrita em termos da variável 𝜃 como 𝑣 = 𝐿𝜃̇, a
expressão anterior para a energia cinética 𝐾 do sistema pode então ser expressa como:
𝑚
𝐾= (𝐿𝜃̇)2
2
𝑚 2 2
𝐾= 𝐿 𝜃̇ (3.3)
2
2𝐸 2𝑚𝑔𝐿
𝜃̇ 2 = 𝑚𝐿2 + 𝑚𝐿2 cos𝜃
2𝑔 𝐸
𝜃̇ 2 = 𝐿 (𝑚𝑔𝐿 + cos𝜃)
2𝑔 𝐸
𝜃̇ = √ 𝐿 . √𝑚𝑔𝐿 + cos𝜃
𝑑𝜃 2𝑔 𝐸
= √ 𝐿 √𝑚𝑔𝐿 + cos𝜃
𝑑𝑡
𝑑𝜃 2𝑔
𝐸
= √ 𝐿 𝑑𝑡
√𝑚𝑔𝐿+cos𝜃
𝜃 𝑑𝜃 𝑡 2𝑔
∫𝜃 𝐸
= ∫0 √ 𝐿 𝑑𝑡
0
√𝑚𝑔𝐿+cos𝜃
𝜃 𝑑𝜃 2𝑔
∫𝜃 𝐸
=√𝐿 𝑡 (3.5)
0
√𝑚𝑔𝐿+cos𝜃
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O período do movimento pode ser obtido pela resolução da integral entre limites
apropriados. Quando o movimento é oscilatório, ou seja, E < 𝑚𝑔𝐿 o valor máximo de 𝜃, que
chamamos de α, é dado de acordo com a Eq. (3.4) por:
−𝑚𝑔𝐿cos𝛼 = 𝐸 (3.6)
𝜃 𝑑𝜃 2𝑔
∫𝜃 =√𝐿 𝑡 (3.7)
0 √cos𝜃−cos𝛼
𝛾 𝛾 𝛾 𝛾 𝛾 𝛾
cos (2 + 2) = cos (2) cos (2) − sen (2) sen (2)
𝛾 𝛾
cos(𝛾) = cos2 (2) − sen2 (2)
𝛾 𝛾
cos(𝛾) = 1 − sen2 (2) − sen2 (2)
𝛾
cos(𝛾) = 1 − 2sen2 (2)
Assim:
𝜃
cos(𝜃) = 1 − 2sen2 ( 2)
𝛼
cos(𝛼) = 1 − 2sen2 ( 2 )
Logo:
𝜃 𝛼
cos𝜃 − cos𝛼 = 1 − 2sen2 ( 2) − 1 + 2sen2 ( 2 )
𝛼 𝜃
cos𝜃 − cos𝛼 = 2 [sen2 (2) − sen2 (2)] (3.8)
𝜃 𝑑𝜃 2𝑔
∫𝜃 =√𝐿 𝑡
0 𝛼 𝜃
√2√sen2 ( 2 )−sen2 ( 2 )
𝜃 𝑑𝜃 𝑔
∫𝜃 = 2√𝐿 𝑡
0 𝛼 𝜃
√sen2 ( )−sen2 ( )
2 2
𝜃 𝑑𝜃 𝑔
∫𝜃 = 2√ 𝐿 𝑡
0 2
𝛼 sen(𝜃⁄2)
√sen2 ( )[1−( ) ]
2 sen(𝛼⁄2)
𝜃 𝑑𝜃 𝑔
∫𝜃 = 2√ 𝐿 𝑡 (3.9)
0 2
𝛼 sen(𝜃⁄2)
sen( )√[1−( 𝛼 ) ]
2 sen( ⁄2)
Lembrando que o ângulo θ oscila entre os limites ±α, e introduzindo uma nova variável
φ que varia de 0 a 2π num ciclo completo de oscilação de θ da seguinte forma:
sen(𝜃⁄ )
sen𝜑 = sen(𝛼 2) (3.10)
⁄2
Fazendo:
𝛼
𝑎 = sen ( 2 ) (3.11)
e então:
sen(𝜃⁄2)
sen𝜑 = (3.12)
𝑎
Note que:
𝜃
𝑑 cos( )
sen𝜑 = 2
𝑑𝜃 2𝑎
𝑑𝜑 1 𝜃
cos𝜑 𝑑𝜃 = 2𝑎 cos ( 2)
2𝑎cos𝜑
𝜃 𝑑𝜑 = 𝑑𝜃 (3.13)
cos( )
2
𝜃
sen2 ( )
2 2
sen 𝜑 = 𝑎2
𝜃
𝑎2 sen2 𝜑 = 1 − cos2 ( 2)
𝜃
cos 2 ( 2) = 1 − 𝑎2 sen2 𝜑
𝜃
cos ( 2) = √1 − 𝑎2 sen2 𝜑 (3.14)
2𝑎cos𝜑
𝑑𝜑 = 𝑑𝜃 (3.15)
√1−𝑎2 sen2 𝜑
𝜑 1 2𝑎cos𝜑 𝑔
∫0 𝑑𝜑 = 2√ 𝐿 𝑡
𝑎√1−sen2 𝜑 √1−𝑎2 sen2 𝜑
𝜑 1 cos𝜑 𝑔
∫0 𝑑𝜑 = √ 𝐿 𝑡
√cos2 𝜑 √1−𝑎2 sen2 𝜑
𝜑 𝑑𝜑 𝑔
∫0 = √𝐿 𝑡 (3.16)
√1−𝑎2 sen2 𝜑
Esta integral tem a forma padrão das integrais elípticas. Tem-se que:
𝑑𝑥
∫ = 𝐹(𝑥, 𝑎)
∆
−1⁄ 𝑥
(1 − 𝑥) 2 =1+2−⋯ (−1 < 𝑥 ≤ 1)
Então:
*referencia:
I.S. Gradshteyn and I.M. Ryzhik, Table of integrals, series, and Products, seventh edition, Academic
Press, London, UK, p. 190, 2007.
20
−1⁄ 𝑎2 sen2 𝜑
(1 − 𝑎2 sen2 𝜑) 2 =1+ +⋯
2
𝜑 𝑎2 sen2 𝜑 𝑔
∫0 (1 + 2
+ ⋯ ) 𝑑𝜑 = √𝐿 𝑡
𝑎2 𝑔
𝜑+ (2𝜑 − sen2𝜑) + ⋯ = √ 𝑡 (3.17)
8 𝐿
𝑎2 𝑔
2𝜋 + [4𝜋 − sen(4𝜋)] + ⋯ = √ 𝑇
8 𝐿
𝑎2 𝑔
2𝜋 + 2𝜋 + ⋯ = √𝐿 𝑇
4
𝐿 𝑎2
𝑇 = 2𝜋√𝑔 (1 + +⋯) (3.18)
4
𝐿
Na Eq. (3.18) podemos identificar, como demonstrado no Cap. 2, que o termo 2𝜋√𝑔 é
justamente o período 𝑇0 do pêndulo simples para pequenas oscilações (reveja a Eq. (2.27)), ou
seja:
𝐿
𝑇0 = 2𝜋√𝑔 (3.19)
𝑎2
𝑇 = 𝑇0 (1 + +⋯) (3.20)
4
𝛼
Lembrando que pela Eq. (3.11), 𝑎 = sen ( 2 ), onde α é o limite de oscilação de θ.
Assim, pela Eq. (3.20) evidenciamos que quando a amplitude de oscilação se torna grande o
período se torna ligeiramente maior do que para pequenas oscilações.
A frequência angular 𝜔 do movimento pode ser obtida pela Eq. (3.18) da seguinte
forma:
−1
2𝜋 𝑔 𝑎2
𝜔= = √𝐿 (1 + +⋯)
𝑇 4
21
Usando a expansão:
𝑔 𝑎2
𝜔 ≅ √ 𝐿 (1 − ) (3.21)
4
𝑔
Na Eq. (3.21) podemos identificar, como demonstrado no Cap. 2, que o termo √ é a
𝐿
frequência angular 𝜔0 do pêndulo simples para pequenas oscilações (reveja a Eq. (2.26)), ou
seja:
𝑔
𝜔0 = √ 𝐿 (3.22)
𝛼3 𝛼3
𝜃 ≅ (𝛼 + 192) sen(𝜔𝑡) + 192 sen(3𝜔𝑡) (3.23)
onde:
𝛼2
𝜔 ≅ 𝜔0 (1 − 16 + ⋯ ) (3.24)
𝑔
onde 𝜔0 = √𝐿 é a frequência angular para pequenas oscilações, ou seja, quando é válida a
aproximação: sen𝜃 ≈ 𝜃. Assim, nota-se pela Eq. (3.24) que para grandes amplitudes a
frequência angular é ligeiramente menor e que pela Eq. (3.23) nota-se que o movimento em 𝜃
possui um termo de terceiro harmônico.
O período de oscilação 𝑇 do pêndulo simples pode também ser obtido sem realizar uma
expansão em série de potências do denominador da Eq. (3.16). Na Eq. (3.16) podemos fazer:
22
𝑔 2𝜋 2𝜋 𝑑𝜑
√ 𝐿 𝑇 = 2𝜋 ∫0 √1−𝑎2 𝑠𝑒𝑛2 𝜑
𝑔 1 2𝜋 𝑑𝜑
𝑇 = 2𝜋√ 𝐿 2𝜋 ∫0
√1−𝑎2 𝑠𝑒𝑛2 𝜑
𝑇 2𝜋 𝑑𝜑
𝑇 = 2𝜋0 ∫0 . (3.25)
√1−𝑎2 𝑠𝑒𝑛2 𝜑
A integral da Eq. (3.25) pode ser resolvida de forma numérica. Para isto, pode-se
construir um programa computacional utilizando alguma linguagem como o Fortran, ou
utilizar algum software matemático como, por exemplo, o Maple ou o Mathematica§.
A Tabela 3.1 mostra os resultados obtidos para a razão do período 𝑇 e o período 𝑇0
usando-se as equações (3.20) e (3.25). Os valores numéricos foram obtidos usando o software
Mathematica WOLFRAM 7.0.
Tabela 3.1 Dados obtidos para o período de oscilação a partir das Eqs. (3.20) e (3.25).
Amplitude de oscilação 𝑇/𝑇0 (Eq. 3.20) 𝑇/𝑇0 (Eq. 3.25)
(ângulo 𝜃0 )
1° 1.000019 1.000019
5° 1.000475 1.000476
10° 1.001899 1.001907
15° 1.004259 1.004300
20° 1.007538 1.007669
25° 1.011711 1.012030
30° 1.016746 1.017408
35° 1.022605 1.023833
40° 1.029244 1.031340
45° 1.036611 1.039973
50° 1.044651 1.049782
55° 1.053302 1.060829
60° 1.062500 1.073182
65° 1.072172 1.086922
70° 1.082247 1.102144
75° 1.092647 1.118959
80° 1.103293 1.137492
85° 1.114105 1.157894
90° 1.125000 1.180340
§
https://www.wolfram.com/mathematica/
23
Figura 3.1 Gráfico mostrando o período 𝑇/𝑇0 utilizando a Eq. (3.25), representada pelos símbolos quadrados, e
utilizando Eq. (3.20) representada pela curva cheia.
24
Capítulo 4
MEDIDAS EXPERIMENTAIS
1° 14,267 1,4267
5° 14,271 1,4271
10° 14,275 1,4275
15° 14,304 1,4304
20° 14,303 1,4303
25° 14,341 1,4341
30° 14,566 1,4566
35° 14,612 1,4612
40° 14,650 1,4650
45° 14,771 1,4771
50° 14,835 1,4835
55° 15,052 1,5052
60° 15,122 1,5122
65° 15,244 1,5244
70° 15,261 1,5261
75° 15,300 1,5300
80° 15,515 1,5515
85° 15,584 1,5584
90° 15,621 1,5621
Ressaltamos aqui que a intenção inicial nesta pesquisa era de realizar as medidas
experimentais do período do pêndulo simples no Laboratório de Física da PUC Goiás
utilizando sensores de alta resolução para obter os resultados experimentais desta pesquisa.
No entanto, devido à pandemia gerada pelo Covid 19, chegamos ao bom senso que as
26
medidas seriam realizadas em ambiente domiciliar com um pêndulo construído pelo próprio
acadêmico.
A Tabela 4.2 mostra uma comparação dos resultados experimentais obtidos para o
período 𝑇 do pêndulo com as expressões teóricas obtidas no capítulo anterior. A primeira
coluna da Tabela 4.2 refere-se ao ângulo inicial em que o pêndulo foi solto, a segunda coluna
o período experimental obtido, a terceira coluna foi obtida teoricamente utilizando a expansão
dada pela Eq. (3.20) e a quarta coluna são valores teóricos obtidos utilizando a expressão dada
pela Eq. (3.25), a qual é mais exata que a Eq. (3.20). Nas expressões (3.20) e (3.25) foi
utilizado para a gravidade o valor 𝑔 = 9,78 m/s2 e para o comprimento do pêndulo 𝐿 = 0,5 m,
com os valores dos ângulos mostrados na primeira coluna da Tabela 4.2. O valor teórico do
período 𝑇0 , o qual foi determinado com a aproximação de sen𝜃 ≈ 𝜃, pode ser obtido pela Eq.
(2.27). Utilizando estes valores de 𝑔 e 𝐿, foi encontrado que 𝑇0 = 1,42068 s. Nota-se da
Tabela 4.2 que de forma geral:
𝑇(Eq. 3.25) > 𝑇(Eq. 3.20) > 𝑇(Eq. 3.25) > 𝑇(experimental).
Tabela 4.2 Comparação dos resultados obtidos de forma experimental com os teóricos.
𝜃0 (em graus) 𝑇 (s) 𝑇 (s) 𝑇 (s)
(experimental) (expansão, Eq. 3.20) (integral, Eq. 3.25)
1° 1,4267 1,4207 1,4207
5° 1,4271 1,4214 1,4214
10° 1,4275 1,4234 1,4234
15° 1,4304 1,4267 1,4268
20° 1,4303 1,4314 1,4316
25° 1,4341 1,4373 1,4378
30° 1,4566 1,4445 1,4454
35° 1,4612 1,4528 1,4545
40° 1,4650 1,4622 1,4652
45° 1,4771 1,4727 1,4775
50° 1,4835 1,4841 1,4914
55° 1,5052 1,4964 1,5071
60° 1,5122 1,5095 1,5246
65° 1,5244 1,5232 1,5442
70° 1,5261 1,5375 1,5658
75° 1,5300 1,5523 1,5897
80° 1,5515 1,5674 1,6160
85° 1,5584 1,5828 1,6450
90° 1,5621 1,5983 1,6769
27
Para uma melhor visualização dos valores apresentados na Tabela 4.2, estes são
apresentados graficamente na Fig. 4.2. As curvas em azul e vermelho foram obtidas
teoricamente utilizando as equações (3.25) e (3.26), respectivamente, enquanto que os
círculos representam os resultados experimentais. Nota-se que para ângulos menores que 55º
existe uma boa concordância entre os resultados experimentais e teóricos.
2
Figura 4.2 Comparação entre resultados experimentais e teóricos, sendo utilizado 𝑔 = 9,78 m/s e 𝐿 = 0,5 m.
28
Capítulo 5
CONCLUSÃO
Bibliografia
LUIZ, Adir Moysés. Física 1 Mecânica. 1 ed. São Paulo: Livraria da Física 2006.
ANEXO I
APÊNDICE ao TCC
Termo de autorização de publicação de produção acadêmica
O(A) estudante Eduardo Fernandes de Oliveira do Curso de Licenciatura em Física,
matrícula 2017.1.0018.0042-0, telefone: (62) 99126-5617 e-mail:
[email protected], na qualidade de titular dos direitos autorais, em
consonância com a Lei nº 9.610/98 (Lei dos Direitos do autor), autoriza a Pontifícia
Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) a disponibilizar o Trabalho de Conclusão de
Curso intitulado Estudo do Período do Pêndulo Simples Dependente da Amplitude de
Oscilação, gratuitamente, sem ressarcimento dos direitos autorais, por 5 (cinco) anos,
conforme permissões do documento, em meio eletrônico, na rede mundial de computadores, no
formato especificado (Texto (PDF); Imagem (GIF ou JPEG); Som (WAVE, MPEG, AIFF,
SND); Vídeo (MPEG, MWV, AVI, QT); outros, específicos da área; para fins de leitura e/ou
impressão pela internet, a título de divulgação da produção científica gerada nos cursos de
graduação da PUC Goiás.
Goiânia, 02 de dezembro de 2020.
Assinatura do professor-orientador: